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TÓPICOS ESPECIAIS EM ENERGIAS RENOVÁVEIS Prof. Erick da Silva Delvizio (delvizio@ieee.org.br). SUMÁRIO FONTES DE ENERGIA ELÉTRICA O Sistema Elétrico de Potência e o SIN Fontes Renováveis e não Renováveis de Energia Atividades Práticas 01. FONTES RENOVÁVEIS DE ENERGIA ELÉTRICA Energia Hidroelétrica Energia Solar Energia Eólica Energia dos Oceanos Energia do Hidrogênio Energia Geotérmica Armazenamento de Energia Atividades Práticas 02. PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM FONTES RENOVÁVEIS DE ENERGIA A Propriedade Industrial (PI) As bases patentárias como fonte de informação tecnológica Prospecção Tecnológica em bases patentárias Atividades Práticas 03. 01. FONTES DE ENERGIA ELÉTRICA Energia Elétrica. O ser humano é capaz de transformar determinadas fontes de energia em outras para um determinado propósito. Normalmente esta transformação ocorre de forma direta ou indireta de uma fonte primária de energia para a energia elétrica que a humanidade tanto utiliza. Neste capítulo serão tratados os conceitos inerentes às fontes de energia, quer seja pelo lado de sua aplicação, quer seja pela natureza desses recursos. https://sites.google.com/view/projetocecom/p%C3%A1gina-inicial Normalmente atrelamos o desenvolvimento de um país de acordo ao consumo de energia elétrica que este tem. No entanto, cada país tem uma estrutura específica para atendimento ao seu próprio consumo de energia elétrica. O atendimento das indústrias, comércios e instalações residenciais depende da disponibilidade de fontes primárias de energia e da estrutura existente para transformar essa energia primária em energia elétrica. Além disso, também é importante a gestão tanto da transformação das energias disponíveis quanto do sistema elétrico de potência existente para levar a energia elétrica aos centos consumidores. Assim, podemos dividir os conceitos que envolvem o atendimento às cargas elétricas de nosso país em três grandes tópicos: • Transformação da energia primária em energia elétrica; • Transporte da energia elétrica aos centros consumidores; • Gestão do sistema elétrico de potência (SEP). Ocorre que todos estes conceitos tem o SEP como um mecanismo essencial ao atendimento às demandas de energia elétrica. FONTES DE ENERGIA ELÉTRICA ESTRUTURA DE UM SEP A imagem da Figura 1.1 ao lado sintetiza a estrutura geral de um SEP. Em suma, Podemos afirmar que o SEP é formado por subsistemas de: Geração de energia elétrica (GEE) Transmissão de energia elétrica (TEE) Distribuição de energia elétrica (DEE) Cada um deles com sua própria caracteristica e pecualiaridade que, juntos, compreendem a formação da maior estrtura já criada pela humanidade até os dias atuais. Tente imaginar um sistema como esse atendendo a cada um dos países do mundo que, de acordo com a sua própria geografia e características energéticas, demandam cada vez mais energia elétrica a medida em que se desenvolvem tecnologicamente. Figura 1.1 – Estrutura básica de um SEP Fonte: Própria O SISTEMA DE GERAÇÃO NACIONAL O BRASIL EM NÚMEROS BRASIL Um sistema elétrico gigante. A energia elétrica no Brasil apareceu somente a partir do século XIX e limitava-se ao atendimento de alguns serviços públicos e de fábricas (GOMES, 2009). No decorrer dos anos foi se expandindo tornando-se um item essencial para a manutenção da vida. Apesar desse crescimento, as áreas remotas do Brasil continuam em uma situação não muito diferente da do início do século XX. ESTRUTURA DO SEP BRASILEIRO Quanto maior um país, maior o desafio de atender eletricamente a toda sua população. No caso do Brasil, que é um país de dimensões continentais, sua população se concentra basicamente próxima aos grandes centros urbanos, podendo se destacar os centros comerciais de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, entre outros, deixando o restante do país com baixa densidade demográfica, conforme pode ser observado no último levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Figura 1.4 baixo. Figura 1.2 – Estrutura do SEP Brasil 1960 Figura 1.3 – Estrutura do SEP Brasil 1970 Fonte: adaptado de Eletrobrás (2021) Figura 1.10: Mapa Brasileiro do IBGE que retrata a distribuição espacial dos habitantes por quilômetro quadrado Fonte: BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2021 Fonte: adaptado de Eletrobrás (2021) ESTRUTURA DO SEP BRASILEIRO Figura 1.4 – Estrutura do SEP Brasil 1980 Figura 1.5 – Estrutura do SEP Brasil 1990 A região em amarelo na Figura 1.10 representa uma maior densidade demográfica de forma que, quanto mais escura for a área, maior é a quantidade de habitantes por quilômetro quadrado. Em contrapartida, na parte mais branca (maior parcela do país) o número de habitantes pode chegar a menos de 1 (um) habitante por quilômetro quadrado, conforme pode ser constatado na Figura 1.11 que se segue. Figura 1.11: Legenda do Mapa de 2010 do IBGE que retrata a densidade populacional (hab / km). Fonte: BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2021 Fonte: adaptado de Eletrobrás (2021) Fonte: adaptado de Eletrobrás (2021) ESTRUTURA DO SEP BRASILEIRO A partir da análise das informações apresentadas até aqui, é possível perceber a necessidade de políticas públicas diferenciadas em relação a cada região do país e em relação à evolução da ocupação territorial ao longo dos anos, conforme pode ser constatado na análise das figuras 1.2 até 1.9. No Brasil, a discrepância entre localidades pode significar realidades bastante diferentes, com características regionais próprias, ou seja, recursos energéticos específicos. Ao considerar uma região em particular, não atendida pelo SEP nacional (SIN), o aluno deve-se perguntar de que forma as comunidades remotas estariam sendo abastecidas de energia elétrica. Sendo uma região provavelmente diferente da outra em relação aos seus recursos energéticos, esse mesmo aluno deve imaginar as inúmeras possibilidades de geração de energia elétrica que cada localidade pode vir a ter. Além das diferenças existentes entre as inúmeras regiões do país, bem como a possibilidade dessas mesmas regiões estarem sendo ou não atendidas pelo SIN, há de se considerar as linhas de transmissão existentes como peças chave nesta questão. Figura 1.6 – Estrutura do SEP Brasil 2000 Figura 1.7 – Estrutura do SEP Brasil 2010 Fonte: adaptado de Eletrobrás (2021) Fonte: adaptado de Eletrobrás (2021) ESTRUTURA DO SEP BRASILEIRO Conforme explicado anteriormente, e de acordo com as figuras 1.2 a 1.9, desde de sua criação inicial o SIN vem se expandido continuamente. Ao olharmos para a Figura 1.9, por exemplo, uma visão de longo prazo, em 2027 estabelece uma forte ligação em malha entre o Sul do país e o Nordeste. Porém, o Norte ainda se encontra deficitário. Somente através do planejamento da expansão da rede de TEE do SEP nacional é que os inúmeros atores da gestão dessa rede têm condições de saber de que forma cada região será atendida de energia elétrica. Dentre os atores que participam deste planejamento, por ser esta uma rede integrada e de vasta dimensão, inúmeras empresas participam da tomada de decisão, entre elas: • EPE (Empresa de Pesquisa Energética) • Eletrobrás (Holding) • Empresas concessionárias e permissionárias de Energia Elétrica de cada região envolvida no planejamento Figura 1.8 – Estrutura do SEP Brasil 2018 Figura 1.9 – Estrutura do SEP Brasil 2027 Fonte: adaptado de Eletrobrás (2021) Fonte: adaptado de Eletrobrás (2021) ESTRUTURA DO SEP BRASILEIRO De acordo com o site eletrônico da Eletrobrás (https://eletrobras.com/pt/Paginas/Planejamento.aspx), de acordo com o site eletrônico do ONS (http://www.ons.org.br/paginas/sobre-o-sin/sistemas-isolados) e conforme a Lei nº 13.360, de 17 de novembro de 2016, o planejamento, as atividades de previsão de carga e planejamento da operação dos Sistemas Isolados,que até então eram executadas pela Eletrobrás, passaram a ser de responsabilidade do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a partir de 1º de maio de 2017. Ainda segundo o ONS, atualmente existem 212 localidades isoladas no Brasil. A maior parte está na região Norte, nos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá e Pará. A ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco, e algumas localidades de Mato Grosso completam a lista. Entre as capitais, Boa Vista (RR) é a única que ainda é atendida por um sistema isolado. O consumo nessas localidades é baixo e representa menos de 1% da carga total do país. A demanda por energia dessas regiões é suprida, principalmente, por térmicas a óleo diesel. Figura 1.12 – Sistemas Isolados Fonte: adaptado de Eletrobrás (2021) ESTRUTURA DO SEP BRASILEIRO Além de tudo que foi visto até aqui, pode-se afirmar que o sistema de produção e transmissão de eletricidade no Brasil é principalmente hidrotérmico de grande porte. Pode-se afirmar também que o nosso país é único, se considerarmos a sua rede interligada que abastece todas as regiões do Brasil sendo a Região Norte, conforme visto anteriormente, apenas parcialmente coberta. A interligação da rede de TEE permite a troca de energia elétrica podendo ser tanto entre regiões nacionais quanto através de fronteiras internacionais. Essa troca de energia entre regiões é muito importante para o Brasil devido a sua grande extensão e o predomínio de usinas hidrelétricas espalhadas em regiões com regimes hidrológicos diferentes. A coordenação e o controle da operação das instalações de geração e transmissão de eletricidade no Sistema Interligado Nacional é realizado pelo ONS, sendo a fiscalização e a regulação realizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Figura 1.13 – o SIN Fonte: adaptado de Eletrobrás (2021) O SISTEMA DE GERAÇÃO NACIONAL A estimativa do setor elétrico é que exista uma evolução gradual da capacidade instalada no SIN de dezembro de 2021 até dezembro de 2025, conforme pode ser observado nas figuras a seguir. Figura 1.15 – Evolução da capacidade instalada no SIN – DEZ21/DEZ25 Fonte: PMO (nov 2021) http://www.ons.org.br/paginas/sobre-o-sin/o-sistema-em- números. Acesso em 27/11/2021 Figura 1.16 – Matriz de energia elétrica do SIN – 2021 Fonte: PMO (nov 2021) http://www.ons.org.br/paginas/sobre-o-sin/o-sistema-em- números. Acesso em 27/11/2021 http://www.ons.org.br/paginas/sobre-o-sin/o-sistema-em-números http://www.ons.org.br/paginas/sobre-o-sin/o-sistema-em-números CONCEITOS DE ENERGIA ORIGENS Primária, Final e Útil. O uso da energia está atrelado a ocorrência de um ou mais processos de transformação de energia de uma forma disponível para outra. A questão que se impõem é que nem toda energia disponível de ser transformada na forma que se deseja é viável, seja do ponto de vista de custo, seja em relação a eficiência da transformação, seja considerando restrições de impactos ambientais, etc. • Energia primária ➔ aquela que é diretamente apropriada da natureza, como o petróleo, o carvão, a energia hídrica, a solar e a eólica. • Energia secundária ➔ aquela que é obtida a partir de uma fonte primária por um processo de transformação, por exemplo, a energia elétrica e os derivados do petróleo. Em função de ter-se várias transformações de energia secundária de forma a melhor se adequar as necessidades do seu uso final, pode-se desagregar o conceito de energia secundária em energia terciária, energia quaternária, etc. Figura 1.17 – as transformações energéticas e suas origens Fonte: adaptado de Reis (2011) CONCEITOS DE ENERGIA Energia Final é a energia que chega ao consumidor final. Energia útil é a energia de que dispõe o consumidor depois da última conversão feita nos seus próprios equipamentos. Trata-se da energia final (a energia fornecida aos equipamentos) diminuída das perdas na conversão. É considerada como aquela energia que é transformada no trabalho desejado pelo consumidor (iluminação, força motriz, refrigeração, etc.) = Efinal X ŋequip Eficiência do setor energético é a relação entre a energia final que chega ao consumidor e a energia primária necessária para obtê- la.(???) = Efinal / Eprim CONCEITOS DE ENERGIA Energia primária Energia secundária Energia Final petróleo, carvão, energia elétrica, iluminação energia hídrica, derivados petróleo cocção solar, eólica álcool aquec. amb. transporte transporte transporte transporte centro centro centro transformação transformação transformação final CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS FONTES Convencionais, Renováveis, não renováveis, Alternativas e Complementares. CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS Fontes Convencionais: são as fontes de energia que abastecem a sociedade atual, dentro de um contexto sócio/politica e técnico/econômica definido para os dias de hoje. As fontes de energias tornam-se convencionais geralmente a partir de: políticas de governo, existência e acesso de matéria prima, existencia de tecnologia madura, investimentos amortizados ou incorporação de subsídios, criação de mercado (interno ou externo), etc. CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS Fontes Alternativas: é uma alternativa de geração de energia, através de fontes não-convencionais. Pode-se considerar também como sendo uma fonte atrelada a um uso alternativo de energia (por exemplo, eletricidade gerada por uma placa fotovoltaica x eletricidade da rede ). Fontes não Renováveis: estoque finito, que acabará num determinado tempo. Fontes Renováveis: são resultantes de um fluxo contínuo, estoque reposto. Dependendo da forma de utilização pode ser considerado infinito. CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS • Concentração geográfica • Reservas renováveis ou não • Disponibilidade de acesso • Tamanho das cadeias de transformação até o uso final • Nível de utilização de tecnologias (consolidadas ou não) • Fator de capacidade • Nível de intermitência • Escala de produção • Participação numa determinada matriz energética • Forma de uso (centralizado ou não centralizado) CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS Por exemplo, as Fontes Alternativas segundo suas características física pode-se constatar que: • não estão concentradas geograficamente • são renováveis • advêm de fontes primarias e abundantes (solar, eólica, biomassa) • possuem cadeias de transformação até o uso final, mais curta que as convencionais CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS • possuem baixo fator de capacidade; • são intermitentes (solar fotovoltaica, solar térmica e eólica) • não são produzidas em grande escala (?) e • pequena participação da matriz energética. CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS Fontes Convencionais segundo consolidação na matriz energética brasileira (ver Figura 1.6): • Convencional de natureza fóssil - carvão, petróleo e gás natural • Convencional de natureza não fóssil - nuclear, hidroeletricidade (de grande porte) e etanol CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS Segundo natureza tecnológica • Nível de utilização de tecnologias maduras ou não (que não são consideradas o “mainstream” da área de energia, geralmente em estagio de desenvolvimento). Por exemplo, as fontes fósseis evoluíram do carvão (simbolizado pela Revolução Industrial), para o petróleo e a hidroeletricidade (que tiveram ascensão no inicio do século XX) e o GN e nuclear em meados do século XX. Segundo lógica de distribuição • lógica de distribuição adequada à geração elétrica centralizada ou descentralizada. CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS Segundo características de natureza econômica • Possuem maior ou menor viabilidade econômica, principalmente em função da lógica do tamanho de cadeia produtiva e ou da forma de geração, centralizada ou não; •Apesar das convencionais possuírem cadeias produtivas mais extensas que as alternativas elas são mais competitivas (ampla infraestrutura implantada e amortizada, estímulos governamentais etc.). CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS Fontes Primária de Energia Petróleo Eólica Gás Natural Marés Carvão Ondas Lenha Térmica dos Oceanos Outras Fontes Fósseis Biomassa (manejo) (Xisto, Turfa etc) Cana (bagaço) Urânio Arroz (casca) Metano Lenha (cavaco) Geotérmica Oleaginosas Solar Resíduos orgânicos Hidráulica CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS Combustíveis fósseis: carvão, petróleo e gás • Síntese (decomposição) dos materiais orgânicos que constituem a biomassa e cuja decomposição há milhões de anos deu origem aos combustíveis fósseis; • A energia é geralmente liberada através da reação do oxigênio com o carbono e o hidrogênio (combustão). Combustíveis nucleares • Materiais constituídos de certos átomos com núcleos, pesados, com possibilidade de fissionar-se sob certas condições (fissão nuclear) ou de átomos de núcleos leves com possibilidade de fundir-se (fusão). CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS Energia hidráulica • Formada pelo ciclo de evaporação - condensação da água, causado pela energia solar e da força de atração gravitacional da terra (energia potencial) sobre os corpos na sua vizinhança. Energia solar • Originada da fusão termonuclear de elementos leves no sol e transportada a terra sob forma de radiação eletromagnética. CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS Energia eólica • Originada do deslocamento do ar (ventos) na atmosfera próxima à superfície da terra, devido a diferenças de pressão provocadas pelo aquecimento diferenciado pela energia solar e pelo movimento da rotação da terra Energia de biomassa • Originada através de fotossíntese (vegetais). CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS Energia geotérmica • Originada da alta temperatura do núcleo da terra de onde provém o magma dos vulcões, as fontes de águas quentes naturais. • Esta energia é alimentada pela desintegração radioativa de núcleos atômicos instáveis no interior da terra e ela pode ser considerada renovável, como as demais no sentido de que o seu uso não implica consumir um estoque que ser conservaria se não o consumíssemos. CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS Energia dos oceanos (quatro tipos) • Das marés, provocada pelo movimento de revolução da lua em torno da terra, atraindo através da gravidade a massa de água dos oceanos e arrastando-a, fazendo variar a altura do mar, que pode ser usada próxima das costas para represar as águas, • Da variação das alturas entre as marés, idem acima, utilizando-se da oscilação de volume de água • Das ondas, provocada por efeitos combinados de movimentos do mar e dos ventos que se atritam com a superfície dos oceanos, • Devido à diferença de temperatura entre a água da superfície aquecida pela energia solar e as águas mais profundas dos oceanos. FLUXOS ENERGÉTICOS CENTROS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA Construindo Fluxos de Energia As atividades econômicas são fundamentadas no uso dos recursos naturais, através de transformações de matéria prima e o emprego de energia, capital e trabalho. A energia é transformada nas diferentes etapas de produção, distribuição e consumo. Extração e ou Captação (obtenção) Transformação Transporte TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA Extração Transformação Transporte TECNOLOGIAS DE USO DE ENERGIA FLUXOS ENERGÉTICOS Equipamentos (Tecnologias) utilizadas no Setor Energético Equipamentos são dispositivos de extração, captação, transformação, transporte ou utilização da energia, por exemplo: • extração - unidades industriais como poços de petróleo, escavadeiras de mineração • transformação - refinaria, destilaria, reator nuclear, motores, etc. • transporte - rede de energia elétrica, dutos de óleos/gás, caminhões, etc. • uso final - ar condicionado, fogão, geladeira, televisor, etc. FLUXOS ENERGÉTICOS CONSTRUINDO FLUXOS DE ENERGIA COLUNAS: Centros de Extração, Características principais das Fontes primárias, Centros de Transformação ou de 1ª, 2ª, 3ª, ... , Tecnologias Empregadas, Centros de Transporte, Setores da Economia e Centros de Usos Finais LINHAS: Fontes Primárias Fontes Secundárias, Terciárias, etc. Figura 1.18 – estrutura dos fluxos de energia no balanço energético nacional Fonte: própria FLUXOS ENERGÉTICOS Figura 1.19 – estrutura dos fluxos de energia no balanço energético nacional Fonte: própria COLUNAS: Centros de Extração, Características principais das Fontes primárias, Centros de Transformação ou de 1ª, 2ª, 3ª, ... , Tecnologias Empregadas, Centros de Transporte, Setores da Economia e Centros de Usos Finais LINHAS: Fontes Primárias Fontes Secundárias, Terciárias, etc. FLUXOS ENERGÉTICOS Figura 1.19 – estrutura dos fluxos de energia no balanço energético nacional Fonte: própria COLUNAS: Centros de Extração, Características principais das Fontes primárias, Centros de Transformação ou de 1ª, 2ª, 3ª, ... , Tecnologias Empregadas, Centros de Transporte, Setores da Economia e Centros de Usos Finais LINHAS: Fontes Primárias Fontes Secundárias, Terciárias, etc. FLUXOS ENERGÉTICOS Figura 1.19 – estrutura dos fluxos de energia no balanço energético nacional Fonte: própria COLUNAS: Centros de Extração, Características principais das Fontes primárias, Centros de Transformação ou de 1ª, 2ª, 3ª, ... , Tecnologias Empregadas, Centros de Transporte, Setores da Economia e Centros de Usos Finais LINHAS: Fontes Primárias Fontes Secundárias, Terciárias, etc. FLUXOS ENERGÉTICOS Figura 1.19 – estrutura dos fluxos de energia no balanço energético nacional Fonte: própria COLUNAS: Centros de Extração, Características principais das Fontes primárias, Centros de Transformação ou de 1ª, 2ª, 3ª, ... , Tecnologias Empregadas, Centros de Transporte, Setores da Economia e Centros de Usos Finais LINHAS: Fontes Primárias Fontes Secundárias, Terciárias, etc. FLUXOS ENERGÉTICOS Figura 1.19 – estrutura dos fluxos de energia no balanço energético nacional Fonte: própria COLUNAS: Centros de Extração, Características principais das Fontes primárias, Centros de Transformação ou de 1ª, 2ª, 3ª, ... , Tecnologias Empregadas, Centros de Transporte, Setores da Economia e Centros de Usos Finais LINHAS: Fontes Primárias Fontes Secundárias, Terciárias, etc. FLUXOS ENERGÉTICOS OBJETIVOS DE USO DOS FLUXOS ENERGÉTICOS Os interesses voltados para o uso dos fluxos energéticos podem ser explicitados por contabilidades: • Físico/Energética : quantidade, valor calórico, eficiência, etc. • Sócio/Economica : custo, preço, geração de impostos, geração de empregos, geração de impacto na cadeia produtiva, geração de divisas, etc. • Ambiental : emissão de gases que geram o efeito estufa, poluição do meio (flora, fauna, rios e mares), degradação do solo, etc. FLUXOS ENERGÉTICOS Dimensões de analise Por exemplo, ao se comparar fontes alternativas com fontes convencionais, deve-se considerar não somente aspectos econômicos, mas também: • Ambientais • Tecnológicos • Políticos • Sociais (logísticos, estruturais e fiscais) • Sustentabilidade de longo prazo, vantagens na diversificação da matriz energética, etc. FLUXOS ENERGÉTICOS Dimensões de analise – Ótica dos diferentes grupos sociais • Ecológica - a natureza e a sociedade são interdependentes e estão intrinsecamente relacionadas e, portanto não podem ser consideradas em separado; • Econômica - a questão ambiental acarreta num conflito permanente entre a lógica da natureza com seus ecossistemas e a lógica do mercado com seus propósitos de lucro; • Social – enfoca as discussões em torno do nivel de pobreza convivendo com o processo de concentração de riqueza, às concentrações urbanas, em detrimento ao esvaziamento das áreasrurais; FLUXOS ENERGÉTICOS Dimensões de analise – Ótica dos diferentes grupos sociais • Ambiental – relacionada aos potenciais impactos da ação do homem no seu meio ambiental; • Conhecimento científico e tecnológico - que gera riqueza, ou da sua falta que empobrece cada vez mais as nações sem perspectivas de desenvolvimento; • Democrática - que vêem como fundamental, a questão da participação da sociedade civil nos rumos do desenvolvimento sustentável. Econômica, Ambiental, Social, Tecnológica e, Política FLUXOS ENERGÉTICOS Dimensões de analise – Ótica dos diferentes grupos sociais Econômica Abrange a atividade econômica e a criação de mecanismos para novos sistemas produtivos, de forma integrada, estendendo-se a base local, visando o desenvolvimento. Estimulo a diversidade e a complementaridade de atividades econômicas, gerar uma cadeia de iniciativas de modo que a agricultura, a indústria, o comércio e setor de serviços suscitem melhorias nas condições de vida para todos os sistemas envolvidos, quer sejam sociais ou naturais. FLUXOS ENERGÉTICOS Dimensões de analise – Ótica dos diferentes grupos sociais Ambiental Engloba a gestão integrada dos recursos naturais, tais como a preservação do meio-ambiente, o reuso de materiais e/ou reciclagem, a redução de desperdício e conservação dos recursos e o manejo sustentável dos recursos. Os meios de produção consideram esta dimensão a fim de garantir condições de desenvolvimento de forma sustentável para as próximas gerações. FLUXOS ENERGÉTICOS Dimensões de analise – Ótica dos diferentes grupos sociais Social Inclui às questões sociais, ligadas a promoção, construção, preservação dos direitos fundamentais do ser humano, tais como, hospital, escola, moradia, infraestrutura e trabalho. Inserção social através de geração de emprego e renda. Inclui ainda, a promoção da desconcentração de atividades econômicas do centro urbano, a ampliação a infraestrutura e o atendimento às necessidades básicas da população nas áreas rurais, o fomento aos empreendimentos que utilize como insumos a produção local e seus subprodutos. FLUXOS ENERGÉTICOS Dimensões de analise – Ótica dos diferentes grupos sociais Tecnológica Compreende os incentivos ao desenvolvimento de tecnologias, seja através de subsídios ou renúncias fiscais, seja através de financiamentos públicos ou privados (parcerias), promovendo o intercâmbio e a cooperação técnica e investindo no desenvolvimento de recursos humanos. FLUXOS ENERGÉTICOS Dimensões de analise – Ótica dos diferentes grupos sociais Política Envolve as decisões de políticas públicas com participação efetiva da sociedade civil, permitindo uma análise mais apurada da economia e da realidade social, provendo condições para a participação da sociedade nos empreendimentos que visem um desenvolvimento mais sustentável. FLUXOS ENERGÉTICOS Dimensões de analise Alguns parâmetros ligados as dimensões: • Ambiental: emissões de gases de efeito estufa, uso de combustíveis fósseis, geração de passivos ambientais e impactos ambientais na implantação e operação de projetos. • Social, a geração de empregos e renda e as mudanças na qualidade de vida e convívio social das pessoas impactadas pelos projetos. • Técnico, eficiências (produção e conversão). FLUXOS ENERGÉTICOS Principais informações sobre energia, sociedade e economia, bem como os principais indicadores utilizados em análises energéticas e comparação das emissões de CO2. Oferta e Demanda de Energia por Fonte: apresenta, para as principais fontes energéticas, a contabilização de seus fluxos (oferta, transformação e consumo) Consumo de Energia por Setor: apresenta a consolidação dos dados para cada setor consumidor FLUXOS ENERGÉTICOS Comércio Externo de Energia: traz os dados das importações e exportações de energia e da dependência externa de energia Recursos e Reservas Energéticas: contempla os principais dados dos recursos e reservas das fontes primárias de energia Energia e Socioeconômicos: apresenta os principais parâmetros da atividade econômica e sua correlação com a estrutura energética do país FLUXOS ENERGÉTICOS Cadeias Energéticas: representa os principais fluxos energéticos do país, sob a forma de cadeias dos produtos de maior relevância Balanços Consolidados: apresenta as matrizes energéticas do país, para anos selecionados Estrutura dos Fluxos de Energia Energia Primária Transformação Energia Secundária Consumo Final FLUXOS ENERGÉTICOS Energia Primária A etapa da Energia Primária compreende os fluxos de produção, importação e exportação de fontes primárias, além das variações de estoques, não aproveitamentos e reinjeção e perdas (excluindo as perdas associadas à distribuição ou armazenagem dos insumos). As fontes primárias de energia são os produtos providos pela natureza na sua forma direta, como o petróleo, gás natural, carvão mineral, energia hidráulica, resíduos vegetais e animais, energia solar, eólica etc. FLUXOS ENERGÉTICOS Transformação A etapa da Transformação compreende os fluxos em que fontes primárias de energia são convertidas em fontes secundárias de energia e, também, fontes secundárias de energia são convertidas em outras fontes secundárias de energia. Esta etapa agrupa os centros de transformação onde toda a energia que entra (primária e/ou secundária) se transforma em uma ou mais formas de energia secundária, com suas correspondentes perdas de transformação e variações de estoques. FLUXOS ENERGÉTICOS Transformação Os centros de transformação são refinarias de petróleo, plantas de gás natural, usinas de gaseificação, coquerias, ciclo de combustível nuclear, centrais elétricas de serviço público e autoprodutoras, carvoarias e destilarias, entre outras. São também computadas nessa etapa eventuais efluentes energéticos produzidos pela indústria química, quando do processamento de nafta, outros produtos não energéticos de petróleo e derivados de carvão mineral. FLUXOS ENERGÉTICOS Energia Secundária A etapa da Energia Secundária compreende: • os fluxos de todas as fontes secundárias de energia; • produtos energéticos resultantes do processamento nos diferentes centros de transformação, • importações, exportações, perdas e não aproveitamentos, que têm como destino os diversos setores de consumo e, eventualmente, outros centros de transformação. FLUXOS ENERGÉTICOS FONTES SECUNDÁRIAS DE ENERGIA As fontes secundárias de energia são: óleo diesel, óleo combustível, gasolina (automotiva e de aviação), GLP, nafta (petroquímica e combustível), querosene (iluminante e de aviação), gás natural, gás manufaturado, coque de carvão mineral, urânio contido no UO2, eletricidade, carvão vegetal, álcool etílico (anidro e hidratado), outras secundárias de petróleo (gás de refinaria e outros derivados de petróleo) e, outras secundárias de carvão mineral (gás de coqueria, gás de aciaria, gás de alto forno e alcatrão), entre outras. Os produtos não energéticos de petróleo, embora contabilizados como fontes secundárias de energia, têm significativo conteúdo energético, mas são utilizados para outros fins, tais como graxas, lubrificantes, parafinas, asfaltos, solventes etc. FLUXOS ENERGÉTICOS Consumo Final A etapa do Consumo Final compreende os fluxos de todas as fontes primárias e secundárias de energia que se encontram disponíveis para serem diretamente consumidas pelos diferentes setores de atividade socio econômica do país, atendendo necessidades dos diferentes usos, como calor, força motriz, iluminação, etc; configurando o consumo final de energia, incluídos o consumo final energético e o consumo final não energético. Não inclui nenhuma quantidade de energia que seja utilizada como matéria-prima para produção de outra forma de energia. FLUXOS ENERGÉTICOS Conceitos de Operações Básicas Oferta Interna de Energia A OfertaInterna de Energia é a quantidade de energia que se disponibiliza para ser transformada e para o consumo final. Expressa, portanto, a energia antes dos processos de transformação e de distribuição. Seu cálculo é o resultado de operações dos fluxos energéticos do balanço que compreende, em termos gerais, o resultado da soma da produção, da importação e das variações de estoque, subtraído da exportação, não aproveitamento e reinjeção de energia. FLUXOS ENERGÉTICOS Conceitos de Operações Básicas Oferta Interna de Energia Esta operação se realiza com coerência para todas as fontes primárias e secundárias de energia, resultando na oferta interna de energia do país, e também entre cada uma das fontes primárias de energia e suas secundárias derivadas, resultando na oferta interna de energia relativa a cada um dos agregados. A menos de ajustes estatísticos, a diferença entre a Oferta Interna de Energia e o Consumo Final corresponde à soma das perdas na distribuição e armazenagem com as perdas nos processos de transformação. FLUXOS ENERGÉTICOS Referências, Unidades e Fatores de Conversão Hidroeletricidade A contabilização das diferentes formas de energia, com as suas diferentes unidades comerciais, e sua consolidação em um Balanço Energético se viabiliza através da utilização de fatores de conversão, que levam em consideração o conteúdo energético de cada fonte, tendo como referência a capacidade de liberação de calor, em calorias, de cada combustível, quando da sua combustão completa (conceito de poder calorífico). FLUXOS ENERGÉTICOS Referências, Unidades e Fatores de Conversão Hidroeletricidade e a Eletricidade no BEN O critério utilizado para a conversão da Energia Elétrica e Geração Hidráulica para contabilização em tep (tonelada equivalente de petróleo) é a base teórica do primeiro princípio da termodinâmica, onde 1 kWh = 860 kcal (OBS: BEP = Barril Equivalente de Petróleo). Relações de Unidades Exponenciais Equivalências Relações práticas (k) quilo = 10x3 1 m3 = 6,28981 barris 1 ano = 365 dias (M) mega = 10x6 1 barril = 0,158987 m3 1 ano = 365 dias (G) giga = 10x9 1 joule (j)= 0,239 cal 1 tep ano = 7,2 bep ano (T) tera = 10x12 1 BTU = 252 cal 1 bep ano = 0,14tep ano (P) peta = 10x15 1 m3 = 0,879 t 1 tep ano = 0,02 bep dia (E) exa = 10x18 1 tep = 10.000 Mcal 1 bep dia = 50 tep ano BIBLIOGRAFIA BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): 2021, Sinopse do Censo Demográfico 2010. Disponível em: http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?uf=33&dados=1. Acesso em: 30 set. 2021. ELETROBRÁS/Ministérios de Minas e Energia. Evolução da Transmissão – Rede Básica. Diretoria da Transmissão. Planejamento da Transmissão. Disponível em: https://eletrobras.com/pt/Paginas/Sistema- Eletrico-Brasileiro.aspx. Acesso em: 27 nov. 2021. ELETROBRÁS/Ministérios de Minas e Energia. Mapa do Sistema Elétrico Brasileiro Configuração 2027. Disponível em: https://eletrobras.com/pt/Paginas/Sistema-Eletrico-Brasileiro.aspx. Acesso em: 27 nov. 2021. GOMES, J.P.P.; VIEIRA, M.M.F. O campo da energia elétrica no Brasil de 1880 a 2002. Revista de administração Pública. Rio de Janeiro. vol.43 no.2. Mar./Abr. 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0034-76122009000200002. Acesso em: 27 nov. 2021. REIS, Lineu Belico dos. Geração de energia elétrica. 2ª ed. rev. e atual. Barueri, SP : Manole, 2011. TÓPICOS ESPECIAIS EM ENERGIAS RENOVÁVEIS https://doi.org/10.1590/S0034-76122009000200002 BIBLIOGRAFIA HINRICHS, Roger A. - Energia e Meio Ambiente (Editora Thomson). 2003. LEITE, Antônio Dias – A Energia do Brasil (Editora Campus). 2007. LORA, Electo Eduardo Silva – Geração Distribuída (Editora Interciência). 2006. SERRA, Eduardo T. – Células à Combustível: Uma Alternativa para Geração de Energia e sua Inserção no Mercado Brasileiro (CEPEL). TOLMASQUIM, Maurício Tiomno. – Geração de Energia Elétrica no Brasil (Editora Interciência). 2005. TÓPICOS ESPECIAIS EM ENERGIAS RENOVÁVEIS OBRIGADO
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