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GOVERNANÇA E REGULAÇÕES DA INTERNET NO BRASIL E NO MUNDO 3

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AULA 3 
Prof. Armando Kolbe Júnior 
GOVERNANÇA E 
REGULAÇÕES DA INTERNET 
NO BRASIL E NO MUNDO
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, seja bem-vindo à nossa disciplina de Governança e Regulações da 
Internet no Brasil e no Mundo! 
Continuando com nossa matéria, trataremos da Lei Geral de Proteção de 
Dados (LGPD), e, na presente aula estudaremos alguns dos conceitos da Lei 
(Tema 1), os fundamentos da Proteção de Dados Pessoais (Tema 2), o tratamento 
de dados (Direitos, Deveres e Sanções) (Tema 3) faremos uma análise 
comparativa com a GDPR (Tema 4) e, ao final, abordaremos um pouco sobre 
proteção de dados na Administração Pública (Tema 5). 
Vamos lá! 
TEMA 1 – CONCEITOS 
Ouvimos constantemente que os dados e informações são o novo petróleo 
na atualidade, mas o grande volume de dados gerados diuturnamente enfrenta 
esforços para que haja sistematização, análise e, a regulação desse volume 
gigantesco de dados gerados por cada um. A sociedade 5.0, acompanhada pela 
indústria 4.0 e as tecnologias chamadas de disruptivas (como internet das coisas 
(IoT), BIG DATA e machine learning, além da segurança cibernética, realidade 
aumentada e manufatura aditiva) impressionam pela facilidade pervasiva, 
possibilitando maior integração dos universos físico e digital, que ocorrem em 
tempo real. O impacto desse conjunto de tecnologias na produção e na sociedade 
são ainda inimagináveis, mas causam empolgação. 
Frente a esse cenário, onde temos a circulação de um sem número de 
dados, é necessário conhecermos o conjunto das novas regras e processos, 
alguns conceitos que a LGPD, publicada em agosto de 2018 (Direito Digital, 2019). 
Essa Lei, busca garantir a privacidade dos dados das pessoas em território 
brasileiro é um documento complexo (Sander, 2019). 
 
 
 
3 
Tabela 1 – Conceitos da LGPD 
Conceito Descrição 
Autoridade nacional Conforme a LGPD e a Autoridade Nacional de Proteção de 
Dados (ANPD) é uma entidade que auxilia para regular e 
fiscalizar o cumprimento da LGPD. 
Avaliações de Impacto da 
Privacidade 
Conjunto de procedimentos periódicos e sistemáticos que 
permitem a entidade ou organização a identificação de 
possíveis problemas, riscos e inconformidades o mais breve 
possível. 
Banco de dados Conjunto estruturado de dados, que pode estar alocado em 
um ou em vários locais, normalmente de forma digital em 
suporte eletrônico. 
Controlador Qualquer pessoa física ou jurídica que recolha informações 
pessoais, desde que autorizadas e deve manter sigilo 
Dado pessoal Todos os dados que podem auxiliar na identificação de uma 
pessoa. 
Dado anonimizado Informação descaracterizada em algum momento para evitar 
a identificação do seu titular, entretanto continua sendo 
importante para o controlador. 
Dado sensível São dados bem particulares e íntimas das pessoas, tipo a 
opinião política, convicção religiosa ou sexual, sendo as mais 
delicadas, sendo solicitadas somente pelo controlador para 
finalidades muito específicas. 
Encarregado Àquele que intermedia o controlador, o titular e a ANPD, 
conhecido como DPO (Data Protection Officer). 
Incidentes de segurança Qualquer evento contrário na segurança das redes e dos 
sistemas de informação. Como exemplo: acesso não 
autorizado ao sistema de informação. 
Minimização dos Dados Processo de conformidade utilizado na redução ao máximo o 
volume de dados recolhidos. 
Operador Pessoa física ou jurídica responsável pelo tratamento dos 
dados. 
Órgão de pesquisa Pode ser órgão ou entidade da administração pública, ou 
mesmo pessoa jurídica com sede e foro no Brasil, “que possua 
em sua missão institucional ou em seu objetivo social ou 
estatutário a pesquisa básica ou aplicada” (Sander, 2019), 
Portabilidade de dados Apesar de não constar na LGPD, trata-se da migração de 
informações de um canal para o outro 
Relatório de impacto É a documentação do controlador onde constam a “descrição 
dos processos de tratamento de dados pessoais que podem 
gerar riscos às liberdades civis e aos direitos fundamentais, 
bem como medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação 
de risco” (Brasil, 2018). 
Titular Pessoa a quem se referem os dados pessoais. 
Tratamento de dados Operação que faz uso de informações pessoais. Essas 
operações incluem a coleta, classificação, reprodução, 
transmissão e armazenamento dos dados. 
Uso compartilhado de dados Compartilhamento de dados pessoais por diversas empresas, 
órgãos ou pessoas. 
Violação de dados pessoais Quando ocorre de maneira acidental ou ilícita a violação da 
segurança, provocando a danos ou acesso não autorizado a 
dados pessoais ou a qualquer outro tipo de tratamento. 
Fonte: Adaptado de Direito Digital, 2019; Sander, 2019. 
 
 
 
 
4 
Antes irmos para o próximo tema, veja um pouco mais sobre a LGPD e a 
definição de dados pessoais no link: 
<https://www.serasaexperian.com.br/blog/lgpd-e-a-definicao-de-dados-
pessoais>. Acesso em: 15 abr 2020. 
TEMA 2 – FUNDAMENTOS DA PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
A LGPD não é a primeira Lei brasileira que trata da privacidade, mas com 
certeza é a protagonista do tema, sendo sua incumbência estabelecer os 
fundamentos que a disciplinam no nosso Direito. 
São sete os fundamentos que estabelecem as principais diretrizes da 
proteção de dados pessoais descritos no seu art. 2ºda Lei n. 13.709/2018 
(Saldanha, 2019): 
1. O respeito à privacidade 
Com o acúmulo de dados pessoais, em alguns casos sem finalidade 
definida, ou mesmo com finalidades escusas, criou uma situação de extrema 
insegurança para os titulares dos dados, proporcionando a devassa de 
informações das pessoas. Nesse contexto ocorreu a necessidade da criação de 
regras nas operações que envolvessem dados pessoais, deslocando a 
preocupação com a privacidade desses dados para dentro dos processos criativo 
e corporativo (Saldanha, 2019). 
A lei se faz necessária pois visa garantir que os titulares dos dados 
pessoais possam ter o máximo de controle possível sobre a destinação de seus 
dados. 
2. A autodeterminação informativa 
De acordo com Saldanha (2019), o princípio da autodeterminação 
informativa confere a quem é o titular dos dados a palavra final nas operações que 
envolvem tratamento dos seus dados pessoais. Se não puder opor-se ao 
tratamento dos seus dados, com base em outros interesses, tem ao menos o 
direito de informação sobre a limitação de finalidade desses dados e quanto à 
segurança conferida a eles. 
 
 
 
 
5 
3. A liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de 
opinião 
Fundamento misto, composto por quatro liberdades que se comunicam 
entre si: Liberdades de Expressão, de Informação, de Comunicação e de Opinião 
Saldanha (2019), afirma que a LGPD é uma legislação regulatória, e 
adentra, nesse caso, em território muito complexo e delicado, por cruzar com 
caminhos de outros princípios entrelaçados com a própria natureza do estado 
democrático de direito. 
Esse fundamento visa garantir que “nenhuma interpretação da lei, mesmo 
aquela feita em absoluta preocupação com a privacidade, se dê em tolha de 
direitos básicos de informação, expressão, opinião ou comunicação” (Saldanha, 
2019). 
4. A inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem 
Teixeira (2019), afirma que além da “posição de destaque quanto à 
proteção do direito à privacidade, o legislador cuidou de incluir os demais direitos 
da personalidade no rol de fundamentos da LGPD, direitos estes garantidos 
também por força constitucional, no inciso X, artigo 5 da Constituição Federal”. A 
inclusão dos demais direitos da personalidade dentre os fundamentos da LGPD 
reforça a proteção ampla ao titular dos dados pessoais, objetivo da Lei, inclusive 
em seus desdobramentos do direito à privacidade (Teixeira, 2019). 
5. O desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação 
A Constituição Federal (arts. 218 e 219), garante a promoção e incentivo 
desenvolvimento econômico e científico, sendo este o dever doEstado, e quando 
o assunto é o desenvolvimento nacional, devem ser interpretados como princípios 
funcionais da República Federativa do Brasil. 
A inclusão desse fundamento na Lei Geral de Proteção de Dados deixa 
claro que o legislador não visa impor limites ao livre avanço da tecnologia e de 
suas utilidades, mas busca garantir que esse desenvolvimento ocorra atendendo 
a proteção dos dados pessoais (Teixeira, 2019). 
6. A livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor 
De acordo com Teixeira (2019), a livre iniciativa é fundamento da República 
Federativa do Brasil (art. 1º, IV, da CF), enquanto a livre concorrência e a defesa 
do consumidor são princípios da ordem econômica (art. 170, caput e I, da CF). Na 
 
 
6 
LGPD, esses fundamentos objetivam, também, demonstrar a plena aplicabilidade 
das normas de proteção dos dados pessoais com o desenvolvimento econômico 
do país. 
7. Os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a 
dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais 
Demonstra a preocupação do legislador em tentar a proteção dos direitos 
fundamentais à liberdade e à privacidade e a livre desenvolvimento da 
personalidade da pessoa natural, reafirmando alguns dos fundamentos discutidos 
anteriormente, afirmando, o caráter protetivo da norma em favor do titular de 
dados pessoais com vistas a atingir os objetivos da lei (Teixeira, 2019). 
Leia um pouco mais sobre LGPD e danos em dados link: 
<https://www.tiespecialistas.com.br/lei-geral-de-protecao-de-dados-lgpd-evite-o-
dano-ao-inves-de-consertar-o-estrago/>. Acesso em: 15 abr 2020. 
Nesse link a MP n. 869/2018, que trata da proteção de dados pessoais: 
<https://www.congressonacional.leg.br/materias/medidas-provisorias/-
/mpv/135062>. Acesso em: 15 abr 2020. 
TEMA 3 – TRATAMENTO DE DADOS (DIREITOS, DEVERES E SANÇÕES) 
Consta no artigo 1º da LGPD: 
“Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive 
nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito 
público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais 
de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da 
personalidade da pessoa natural’. (Brasil, 2018) 
 
O foco é em torno do consentimento, pois em diversos casos, não está 
explícita a concessão de direitos sobre os dados. Ocorrendo de o usuário 
consentir de maneira tácita com uma cláusula que desconhece. Essa legislação 
aborda aspectos dos usos desses dados, buscando limitar as atividades das 
empresas, assegurando direitos como a liberdade, a privacidade e a 
personalidade. 
Todo cidadão brasileiro ou não, que esteja no Brasil, pode pedir para 
acessar dados seus que estejam em uso por qualquer instituição. Pode inclusive 
solicitar que certos dados pessoais sejam eliminados. Entre outros direitos, pode 
realizar a portabilidade de seus dados de um fornecedor de serviços para outro. 
A LGPD assegura diferentes direitos, pois os dados são das pessoas. 
 
 
7 
Os deveres estão destacados no Capítulo VI, artigos 37 a 45 da LGPD: 
 
“Do Controlador e do Operador 
Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro das operações 
de tratamento de dados pessoais que realizarem, especialmente quando 
baseado no legítimo interesse. 
... 
Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo as instruções 
fornecidas pelo controlador, que verificará a observância das próprias 
instruções e das normas sobre a matéria. 
... 
Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo tratamento de 
dados pessoais. 
§ 1º A identidade e as informações de contato do encarregado deverão 
ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva, 
preferencialmente no sítio eletrônico do controlador. 
... 
Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exercício de 
atividade de tratamento de dados pessoais, causar a outrem dano 
patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legislação de 
proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo”. (Brasil, 2018) 
 
Apesar da LGPD, prever sanções quando de seu descumprimento, não tem 
exatamente um código de infrações. (Mattiuzzo , 2020). 
De acordo com Bastos (2018), a legislação caracteriza a “responsabilidade 
sobre o dano como solidária entre os agentes de tratamento (operador e 
controlador) quando: 
 o operador descumprir normas de proteção de dados; 
 o operador não seguir as instruções lícitas do controlador; 
 o controlador estiver diretamente envolvido no tratamento realizado pelo 
operador e do qual resulte o dano” (Bastos, 2018). 
Leia um pouco mais sobre proteção de dados regulados em 
<https://www.ferraznet.com.br/blog/protecao-de-dados-em-setores-regulados>. 
Acesso em: 15 abr 2020. 
TEMA 4 – ANÁLISE COMPARATIVA COM RGPD 
No ano de 2018, na União Europeia, foi aprovada a GDPR (General Data 
Protection Regulation), em português, Regulamento Geral sobre a Proteção de 
Dados (RGPD) (DRZ, 2019). 
Veja a seguir, as principais diferenças entre a LGPD e a GDPR: 
 
 
 
8 
Tabela 2 – As principais diferenças entre a LGPD e a GDPR 
 LGPD GDPR 
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 Estabelece proteção especial aos dados 
sensíveis. O tratamento deverá 
acontecer apenas nas situações 
expressamente previstas na Lei. Não 
tem equivalência na GDPR. 
Independente do titular aprovar, os 
dados sensíveis poderão ser tratados, 
nos casos em que for indispensável 
para: 
1. A execução, pela administração 
pública prevista em lei ou regulamento, 
2. Garantia da prevenção à fraude e à 
segurança do titular nos processos de 
identificação e autenticação de cadastro 
em sistemas eletrônicos. 
É proibido o tratamento de dados 
sensíveis. Estabelece algumas exceções 
à proibição. 
Na LGPD não foram incluídas duas 
delas: 
1. Dados tornados públicos pelo titular, 
2. Dados relativos a atuais ou ex-
membros de fundações, associações ou 
organizações sem fins lucrativos, 
tratados para fins legítimos e com 
medidas de segurança apropriadas. 
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Para todos os menores de 18 anos é 
obrigatório o consentimento dos 
responsáveis legais para o tratamento 
de dados pessoais, seguindo as 
definições trazida pelo ECA (Estatuto da 
Criança e do Adolescente). 
Se tiver pelo menos 16 anos a lei aceita 
o consentimento dado por menores. 
Para menores de 16 anos, é obrigatório 
o consentimento do responsável legal. 
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Trata a implementação de programa de 
governança e privacidade como 
faculdade dos controladores de dados. 
Atribui ao controlador de dados a 
obrigação de adotar medidas 
organizacionais e técnicas adequadas a 
assegurar que o tratamento de dados 
seja realizado de acordo com a 
legislação. 
 
 
 
 
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É previsto que a empresa estrangeira 
será notificada e intimada dos atos 
processuais na pessoa do agente, 
representante ou pessoa responsável 
por sua filial, agência, estabelecimento 
ou escritório que esteja instalado em 
solo brasileiro. 
Diferentemente da LGPD, na 
regulamentação europeia a figura do 
controlador ou processador deverá 
estabelecer, por escrito, um 
representante seu em um dos seus 
Estados-Membros. 
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São três situações em que o 
controlador/operador é liberado de 
responsabilidade: 
1. Quando a pessoa física ou jurídica 
não estiver envolvida com o tratamento 
dos dados; 
2. Quando, a despeito do dano, o 
tratamento for realizado em 
conformidade com a legislação, 
3. Quando os agentes comprovam que 
o dano é decorrente de culpa exclusiva 
do titular dos dados ou de terceiros. 
Na lei europeia constam apenas dois 
itens: 
1. Quando a pessoa física ou jurídica 
não estiver envolvida com o tratamento 
dos dados; 
2. Quando, a despeito do dano, o 
tratamento for realizado em 
conformidade com a legislação, 
 
 
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A LGPD aplica as regras gerais de 
consentimento, transparência e direito 
de objeção dos titulares dos dados 
pessoais. 
Na GDPR são apresentadas previsões 
específicas. Pode se opor a qualquer 
momento o titular dos dados ao 
tratamento de seus dados, o que 
abrange a definição de perfis na medida 
em que esteja relacionada com a 
comercialização direta. 
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Não é exigido a formalização por meio 
de contrato, apesar da lei brasileira 
estabelecer que o operador deverá 
realizar o tratamento de dados conforme 
a instrução do controlador, 
Na lei europeia é previsto que o 
tratamento de dados que será realizado 
por operador deverá constar em contrato 
ou outro ato jurídico que vincule o 
controlador ao operador. 
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Não está muito claro na lei brasileira 
quais situações o controlador será 
obrigado a realizar um relatório de 
impacto à proteção de dados pessoais, 
sendo delegado a uma regulamentação 
posterior o tratamento deste assunto. 
Está previsto que o controlador deve 
prover um relatório de impacto à 
proteção de dados pessoais, nos casos 
em que o tratamento venha a resultar em 
um elevado risco para o direito e a 
liberdade das pessoas. Traz inclusive 
uma detalhada descrição do que deve 
constar neste relatório. 
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É permitido a transferência de dados 
pessoais para países ou órgãos 
internacionais, desde que habilitem grau 
de proteção de dados pessoais 
adequados ao previsto. São 
estabelecidos pela LGPD unicamente 
algumas diretrizes genéricas a serem 
observadas pelas autoridades 
nacionais. 
Alega que a transferência internacional 
dos dados poderá ser realizada 
independente de autorização específica 
caso a comissão europeia reconheça 
que o país de destino possa assegurar 
um nível de proteção adequado. Caso 
contrário, essa transferência estará 
condicionada a garantias adequadas, 
devidamente asseguradas pelo Agente. 
Estão devidamente descritos na GDPR 
todos os procedimentos e elementos que 
são levados em consideração pela 
Comissão para a autorização da 
transferência. 
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No projeto de lei original a LGPD previa 
a criação da Autoridade Nacional de 
Proteção de Dados, acompanhando a 
linha do regulamento europeu. 
Entretanto, os dispositivos previstos na 
sua criação e responsabilidades foram 
vetados, por incorrerem em 
inconstitucionalidade do processo 
legislativo. 
É estabelecido a criação do Comitê 
Europeu para Proteção de Dados, 
responsável por assegurar a aplicação 
coerente da GDPR” (DRZ, 2019). 
Fonte: Adaptado de DRZ, 2019. 
Veja nesse Link um artigo sobre as principais diferenças da LGPD e GDPR: 
https://cio.com.br/quais-as-semelhancas-e-diferencas-entre-a-lgpd-do-brasil-e-
gdpr-da-ue/. Acesso em: 15 abr. 2020. 
 
 
10 
TEMA 5 – PROTEÇÃO DE DADOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
De acordo com Mielli (2018), o texto da LGPD buscou não fazer de forma 
distinta o tratamento de dados que é realizado pelo setor público ou privado, mas 
constam algumas situações bem específicas pela natureza da atividade do poder 
público: 
 Dispensa de consentimento em alguns casos 
 Aumento dos mecanismos de transparência 
 Limitações para a transferência e/ou compartilhamento de dados entre o 
poder público e o setor privado (Mielli, 2018). 
Alexandrino e Paulo (2017) citados por Rosso (2019) argumentam que para 
entendermos o impacto que a Lei Geral de Proteção de Dados causará no Setor 
Público devemos inicialmente buscar definições fornecidas pelo Direito 
Administrativo no que tange a sua constituição: 
“o ordenamento jurídico brasileiro submete as variadas hipóteses de 
atuação da administração pública, nos três poderes e em todos os níveis 
da Federação, ora a um regime jurídico tipicamente de direito público, 
ora a normas oriundas predominantemente do direito privado”. 
(Alexandrino; Paulo, 2017, p. 111) (Rosso, 2019) 
 
Rosso (2019) ainda afirma que: 
“Determinar qual a natureza jurídica do ente e em qual interesse age - 
se no interesse público e em sua finalidade ou em regime concorrencial 
- no caso concreto é o primeiro passo para identificar como a LGPD a 
ele se aplicará” (Rosso, 2019). 
 
Discutir os efeitos da LGPD no setor público nos levará a diversos 
questionamentos: 
“Qual é a melhor forma dos órgãos do governo se adequarem à lei? Será 
criando um comitê de segurança? Contratando uma empresa especializada? 
Obtendo assessoria jurídica? Formando uma comissão multidisciplinar?” 
(Guynemer, 2019) 
Guynemer (2019) afirma que estas respostas ainda não podem ser 
cravadas com a devida exatidão. Inúmeras outras questões partem da pergunta 
inicial, mas se nos aprofundarmos de forma cautelosa no cenário atual, podemos 
auspiciar que se arrebatarmos todas estas opções poder ser uma resposta aos 
 
1 ALEXANDRINO, M.; PAULO, V. Direito Administrativo Descomplicado. 27 ed. Rio de Janeiro: 
Forense; São Paulo: Método, 2017. 
 
 
11 
questionamentos que passamos atualmente. Existem inúmeras indefinições, que 
tem ocorrido em forma de vetos e mudanças no texto original, gerando diversas 
incertezas, que ocorre pela inexperiência, e da grave falta de alinhamento político, 
sem falar da famosa morosidade legislativa, que nos acomete a cada mudança 
de legislação (Guynemer, 2019). 
Na LGPD existe uma base fundamental para o correto processamento de 
dados pessoais dentro do setor público, conhecida como Base de Interesse 
Público. Onde constam as principais diretrizes e regras a serem seguidas pela 
administração pública, no exercício das atividades de tratamento e uso 
compartilhado de dados, que serão utilizados na execução das mais diversas 
políticas públicas. 
Grande quantidade de dados, de natureza sensível são mantidos na maior 
parte das organizações governamentais, que são coletados e mantidos por estas. 
Ocorre constantemente a sobrecarga das bases de dados e sistemas de 
arquivamento com substanciais quantidades de informações desatualizadas e 
desnecessárias, e que apesar de ser uma tarefa de adequação primária em se 
tratando de dados, é bem desafiadora. Deve haver entendimento de questões 
como essa, para que se possa avaliar quais impactos podem ocorrer e assim 
planejar ações preventivas, que devem ocorrer na fase de estruturação, e 
posteriormente no aspecto legal. Esse cenário impactará em mudanças nas 
estruturas da Administração Pública, principalmente em setores de TI. 
Se intere um pouco mais sobre a proteção de dados na Administração 
Pública, no link a seguir: https://www.pnm.adv.br/protecao-de-dados-na-
administracao-publica/. Acesso em: 15 abr 2020. 
FINALIZANDO 
Na aula de hoje vimos diversos conceitos oriundos da LGPD, alguns 
fundamentos da proteção de dados pessoais, inclusive mostrando a consonância 
com o que já consta na Constituição Federal. Os direitos, deveres e sanções aos 
Agentes responsáveis pelo tratamento de dados também foi tema de nossas 
conversar. A importância de questões internacionais, no que tange às 
comparações com a RGPD, bem como o papel da Administração Pública nesse 
cenário foram contemplados. 
 
 
12 
A LGPD, é alvo de inúmeras discussões. Era inicialmente prevista a sua 
vigência para agostos de 2020, tendo nova data sugerida para 2022, pelo Projeto 
de Lei 5762/19, da vigência da maior parte da Lei. 
Na próxima aula, veremos alguns meios de regulação indireta. Nos 
encontramos lá! 
 
 
 
 
 
13 
REFERÊNCIAS 
BASTOS, A. Direito Digital: guia da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais 
(LGPD). Disponível em: <https://blog.sajadv.com.br/direito-digital-lei-de-protecao-
de-dados/>. Acesso em: 1 abr 2020. 
BRASIL. Lei N. 13.709, de 14 de agosto de 2018. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13709.htm>.Acesso em: 31 mar 2020. 
DIREITO DIGITAL. LGPD: 11 conceitos de proteção de dados que você precisa 
conhecer. Disponível em: <https://assisemendes.com.br/blog/lgpd-conceitos/>. 
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