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ENFERMAGEM-MODULO 4

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ENFERMAGEM DA MULHER, DA CRIANÇA
E DO ADOLESCENTE, SITUAÇÕES DE
EMERGÊNCIA E ASSISTÊNCIA A 
PACIENTES CRÍTICOS
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
FICHA TÉCNICA – 2ª EDIÇÃO 
 
Preparação de Conteúdo: 
Professoras Maria das Graças Barros, Dalila Assis, Daniele Lídia, Daniela Menezes, Cristhiane 
Hélida, Rafaella de Andrade, Renata Adrielle e Roberta Raíssa 
 
Formatação e Normalização (ABNT): 
Ediane Souza 
 
Revisão Gramatical, Semântica e Estilística: 
Ediane Souza e Natalia Bastos 
 
Capas: Aporte Comunicação 
Folhas de Rosto: Thomas Arraes 
 
Editoração e Revisão Técnica/Final: 
Ediane Souza 
 
Diagramação: 
Ediane Souza 
 
Impressão: 
Provisual Gráfica e Editora 
 
 
 
 
 
Rua das Ninfas, 243 
Soledade – Recife/PE – Brasil 
CEP: 50.070-050 
Telefone: (81) 4062-9222 
www.grautecnico.com.br 
 
 
Este material é exclusivo para uso do aluno Grau Técnico. 
Para dúvidas ou sugestões, envie-nos um e-mail: 
contato@grautecnico.com.br 
http://www.grautecnico.com.br/
mailto:contato@grautecnico.com.br
 
ENFERMAGEM MÓDULO 4 
5 
REGULAMENTO INTERNO – VERSÃO 20171 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Seja bem-vindo(a)! Para que possamos desenvolver as atividades de formação 
técnica com profissionalismo e excelência, se faz necessário o cumprimento de algumas 
normas, as quais estão descritas a seguir. 
 
1 MATRÍCULA 
1.1 O(a) aluno(a) deverá, no ato da matrícula, fazer a leitura do regulamento interno e do 
contrato de prestação de serviços com bastante atenção, para que possa conhecer seus 
direitos e deveres no decorrer do curso. 
 
2 DIAS/HORÁRIOS 
2.1 Turmas de segunda, quarta e sexta-feira, nos turnos da manhã, tarde e noite. 
2.2 Turmas de terça e quinta-feira, nos turmas da manhã e noite, e aos sábados, pela manhã 
e tarde. 
2.3 O curso de Enfermagem, exclusivamente, tem turmas de segunda à sexta, nos turnos da 
manhã, tarde e noite. Em breve, terá o formato de três dias, assim como os demais 
cursos. 
2.4 A pontualidade e a assiduidade, bem como a postura pessoal serão pontuadas como 
indicadores do processo de avaliação. 
Atenção: observe em seu contrato os dias e horários das aulas. 
 
3 ATIVIDADES COMPLEMENTARES 
3.1 As atividades extraclasse (palestras, seminários, Visitas Pedagógicas Orientadas (VPOs) 
serão obrigatórias para o complemento da carga horária, sendo realizados nos mesmos 
horários das aulas, em dias alternados ou de acordo com a disponibilidade da escola ou 
da empresa (no caso das VOPs). 
3.2 As visitas pedagógicas orientadas acontecerão de acordo com a disponibilidade da 
escola e das empresas parceiras. Cabe ao aluno interessado realizar o pagamento da 
taxa de transporte na secretaria, se houver. 
3.3 O uso do fardamento é obrigatório para todas as visitas e aulas práticas (dentro e fora 
da instituição). 
 
4 CERTIFICAÇÃO 
4.1 A frequência nas aulas deve ser igual ou superior a 75% (setenta e cinco por cento) em 
cada disciplina. 
4.2 A média em cada disciplina deve ser igual ou superior a 7,0 (sete). 
4.3 O(a) aluno(a) que for reprovado(a) em alguma das disciplinas deverá pagar o valor de 
uma parcela para cursar novamente a disciplina, a fim de obter frequência e nota 
necessárias para a aprovação e para o recebimento do certificado. 
4.4 Estar com todas as parcelas pagas. 
4.5 Estar com toda documentação exigida pela Secretaria Estadual de Educação, conforme 
orientado no ato da matrícula. 
4.6 Solicitar, por escrito, a emissão do diploma. O prazo de entrega, após solicitação, será de 
 
1
O regimento em vigor será sempre a última versão, informada no título deste documento. 
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
6 
até 60 (sessenta) dias. 
4.7 Os cursos que possuem estágio obrigatório terão os seus diplomas entregues após o 
cumprimento da carga horária total, incluindo estágio. 
 
5 REPOSIÇÃO DE AULA 
5.1 Em caso de falta justificada, o(a) aluno(a) terá o direito de realizar a aula ou atividade 
perdida em outra turma, de acordo com a disponibilidade da escola, sem custo 
adicional. 
5.2 A falta só poderá ser justificada perante atestado médico ou documento comprovando o 
motivo da ausência. 
5.3 Em caso de falta sem justificativa, o(a) aluno(a) poderá requerer na secretaria a 
reposição da aula ou atividade, efetuando o pagamento referente à taxa do serviço. 
5.4 Observa-se que a justificativa não anula a falta, apenas faz valer o direito de reposição 
da aula ou atividade. 
 
6 CONSERVAÇÃO 
6.1 No caso de danos ao espaço da escola ou a equipamentos pertencentes à mesma, o(a) 
aluno(a) ou seu representante legal será responsabilizado pelos gastos com o reparo, 
bem como, se necessário, submetido(a) às medidas disciplinares quando for cabível. 
6.2 Ao término de cada aula, teórica ou prática, a sala ou laboratório utilizado deverá ser 
deixado organizado para a próxima turma. 
 
7 SAÚDE E BEM-ESTAR GERAL 
7.1 Não será permitida a utilização de aparelhos celulares ou fones de ouvido na sala de 
aula. 
7.2 Não será permitida a permanência de pessoas em salas de aula e dependências internas 
da escola, a não ser alunos, instrutores ou funcionários em seus respectivos horários. 
7.3 Não será permitida a entrada de alimentos ou bebidas nas salas de aula, laboratórios ou 
biblioteca. 
7.4 Deve-se manter a limpeza, organização e conservação da escola como um todo. Devem-
se utilizar os cestos de lixo disponibilizados em cada ambiente. 
7.5 A escola não se responsabilizará por perdas ou danos de pertences dos alunos. 
7.6 É obrigatório tratar os demais alunos, docentes e funcionários com respeito e civilidade, 
sob pena de aplicação de medida disciplinar de advertência, suspensão ou expulsão, a 
depender da gravidade da infração. 
7.7 Temos câmeras sendo utilizadas em toda escola, a fim de proporcionar maior segurança 
aos nossos alunos. 
 
8 BIBLIOTECA/ACESSO À INTERNET 
8.1 A utilização da biblioteca será mediante agendamento com a coordenação pedagógica, 
fora do horário normal, com apresentação de documento para uso de livros. 
8.2 O uso desta sala é exclusivo para estudo e pesquisa, portanto deverá ser mantido o 
silêncio e a disciplina, para não interferir na concentração dos demais alunos. 
8.3 O uso dos computadores para pesquisa tem o tempo máximo de 30 minutos. 
8.4 Não é permitida a retirada de livros para empréstimo. 
 
 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 4 
7 
9 AVALIAÇÃO 
9.1 As provas serão realizadas durante o turno que o aluno estuda e sempre na última aula 
da disciplina, tendo a duração média de 1h30. 
9.2 O(a) aluno(a) que faltar à prova deverá comparecer à coordenação pedagógica da escola 
para requerer a avaliação em segunda chamada, agendar uma data para a realização 
desta, bem como efetuar o pagamento da taxa na secretaria. 
9.3 As provas de recuperação ou segunda chamada acontecem na última semana de cada 
mês, conforme informado pela coordenação, no site e nos quadros de avisos. 
 
10 CANCELAMENTO DO CONTRATO 
10.1 O cancelamento do contrato poderá ocorrer a qualquer momento, sob autorização da 
diretoria da escola, em caso de indisciplina por parte do(a) aluno(a). Quanto a sua 
defesa, caberá aos dispositivos legais vigentes. 
10.2 O cancelamento por parte do(a) aluno(a) deverá ser feito na coordenação da escola, 
mediante requerimento e pagamento da multa de cancelamento, conforme contrato 
de prestação de serviços. 
10.3 O(a) aluno(a) que cancelar e desejar retornar ao curso poderá reverter sua multa em 
pagamentos de parcelas, sendo o valor descontado das últimas parcelas restantes. 
10.4 Para o(a) aluno(a) retornar, deverá ser efetuado o pagamento do valor de uma 
parcela. 
10.5 O aluno que for cancelado por motivo de indisciplina não poderá voltar a estudar no 
Grau Técnico. 
 
11 PORTAL ACADÊMICO 
11.1 Todos os informativos, notas, oportunidades e materiais extras serão disponibilizados 
Portal Acadêmico, no Website do Grau Técnico. 
11.2 O acesso ao portal acadêmico é por meio do endereço eletrônico: 
www.grautecnico.com.br, no qual o(a)aluno(a) colocará o seu número de matrícula 
tanto no campo ‘usuário’, como naquele referente à ‘senha’. 
11.3 Para a solicitação de declarações, deve-se respeitar o prazo de até 05 dias. 
 
12 TRANSFERÊNCIA DE TURMA/SALA/INSTRUTOR/UNIDADES 
12.1 A transferência de turma estará sujeita à disponibilidade de vagas nas turmas em 
andamento. 
12.2 A transferência de Unidade terá o valor de uma parcela com desconto. Para tanto, o(a) 
aluno(a) tem que estar com as parcelas em dia, bem como a transferência deverá estar 
condicionada à confirmação da unidade destino, conforme disposição nas turmas. 
12.3 O (a) aluno(a) que requerer transferência de Unidade sem nunca ter cursado na 
unidade de origem e desejar outro curso adiantará uma parcela com desconto na 
Unidade de origem e efetuará matrícula na unidade destino, se adequando ao plano de 
pagamento desta. 
12.4 Para a otimização do espaço e aproveitamento das turmas, o Grau Técnico poderá 
mudar de sala durante o decorrer do curso, bem como unir duas ou mais turmas. 
12.5 Durante o decorrer do curso, pode haver mudança de instrutor. Tendo em vista que os 
nossos cursos seguem um plano de aula, os alunos não terão nenhum prejuízo em 
relação ao aprendizado. 
 
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
8 
13 DIAS E HORÁRIOS DE RECEBIMENTO DA ESCOLA 
13.1 As parcelas do curso terão descontos de pontualidade, para os pagamentos efetuados 
até a data de vencimento. Para pagamentos após o vencimento, será cobrado o valor 
integral, mais multa acrescida de juros. 
13.2 O desconto de pontualidade só será válido para pagamentos em espécie. Para todo 
tipo de cartão, a parcela será cobrada em valor integral. 
13.3 A solicitação de declarações, diploma e histórico escolar é gratuita para a primeira via. 
As emissões extras destes documentos devem ser feitas mediante o pagamento de 
taxa de serviços, cujo valor será informado na secretaria da escola. 
13.4 No ato da matrícula, será impresso o primeiro boleto do seu curso. Os demais deverão 
ser impressos a partir do portal acadêmico, no site www.grautecnico.com.br, 
acessando-o com o seu login e senha, no item financeiro, no link ‘Impressão de 
Boletos’, ou solicitando a sua impressão na secretaria da escola. O pagamento do 
boleto poderá ser realizado em qualquer banco ou caixa de pagamentos diversos. 
 
14 AGÊNCIA DE ENCAMINHAMENTO GRAU TÉCNICO 
14.1 Os alunos do Grau Técnico dispõem de uma Agência de Encaminhamento Profissional, 
que tem como objetivo realizar parceria com empresas para disponibilizar vagas de 
estágio e/ou emprego. Para participar, basta estar dentro do seguinte regulamento: 
apresentar nota igual ou superior a 7,0 (sete), ter frequência nas aulas igual ou 
superior a 75%, ter idade superior a 16 anos, ter concluído o primeiro módulo, estar 
em dia com as parcelas e participar de, no mínimo, 50% do ciclo de palestras 
disponibilizadas pela agência de encaminhamento. 
14.2 O compromisso de encaminhamento profissional não é garantia de emprego ou de 
estágio, visto que a decisão da contratação é da empresa contratante e não do Grau 
Técnico. 
14.3 Para os cursos de estágio não obrigatório, os alunos terão acesso às vagas disponíveis 
por meio da coordenação e por agências de integração entre empresa e escola. O 
estágio deverá ser feito fora do horário no qual o aluno esteja estudando. 
14.4 Para os cursos de estágio obrigatório, os alunos deverão seguir o planejamento, 
conforme orientado pela coordenação pedagógica. 
 
15 ENFERMAGEM/RADIOLOGIA/ANÁLISES CLÍNICAS 
15.1 O estágio é obrigatório para os cursos de Enfermagem e Radiologia, podendo ser 
realizado no decorrer ou ao final do curso. Ocorrerá, preferencialmente, em turnos no 
qual ele esteja estudando, porém em dias diferentes. Pode ocorrer, ainda, de acordo 
com a disponibilidade da unidade de saúde (hospitais, postos de saúde, clínicas, etc.). 
Caso o aluno não conclua a disciplina do estágio, deverá realizar o pagamento de uma 
taxa referente a uma parcela, para poder refazer a disciplina. 
15.2 O estágio para de Análises Clínicas é opcional. 
15.3 Materiais imprescindíveis para as aulas práticas (laboratório) – sob total 
responsabilidade do aluno: 
 No caso de Enfermagem: luvas de procedimento, luvas estéreis, seringas, agulhas, 
gazes, esparadrapo, máscaras, toucas, gorros, jelco calibre 22, scalp calibre 21 
(verde), estetoscópio, tensiômetro, garrote, termômetro (digital). 
http://www.grautecnico.com.br/
 
ENFERMAGEM MÓDULO 4 
9 
 No caso de Análises Clínicas: luvas de procedimento, luvas estéreis, seringas, agulhas, 
gazes, esparadrapo, máscaras, toucas, gorros, jelco calibre 22, scalp calibre 21 
(verde), garrote. 
15.4 Materiais Necessários para os estágios curriculares: 
 No caso de Enfermagem: todo e qualquer material necessário às atividades práticas 
serão de responsabilidade do aluno e deverão ser entregues antecipadamente para 
garantia dos campos, tais como: luvas de procedimento, máscaras, propés, toucas, 
gorros, capote descartável, toalhas de papel, sabão ou sabonete líquido, ou 
quaisquer outros materiais solicitados pela instituição de saúde. 
 No caso de Radiologia: dosímetro (disponibilizado pela escola, mas, em caso de 
perda, será de responsabilidade do aluno). 
 
 
Ciente e de acordo. 
 
_____________________________________________ 
Aluno(a)/Responsável 
 
 
Para sugestões e informações, enviar e-mail para: contato@grautecnico.com.br 
 
SEJA BEM-VINDO(A)! 
 
 Atenciosamente, 
A Direção. 
 
mailto:contato@grautecnico.com.br
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
10 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 11 
 
2 OBJETIVO DO CURSO............................................................................................................. 11 
 
3 TÉCNICO EM ENFERMAGEM - MÓDULO 4 ............................................................................ 13 
 
4 ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER ................................................................................ 17 
 
5 ENFERMAGEM NA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE .............................................. 55 
 
6 ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA .......................................................................................107 
 
7 ENFERMAGEM EM PACIENTES CRÍTICOS ............................................................................183 
 
 
 
 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 4 
11 
1 INTRODUÇÃO 
 
O avanço tecnológico é inevitável. No mundo todo, ele vem quebrando fronteiras 
econômicas, sociais e culturais, trazendo consigo toda uma facilidade no acesso à 
informação, à liberdade de expressão e à inclusão social. Ao mesmo tempo, também se lida 
com certa desintegração dos valores humanos, com o consumo desenfreado, a 
marginalização social e a agressão ao meio ambiente. 
 
É necessário despertar o ser humano para a importância do conhecimento técnico e 
suas consequências. Também é preciso conscientizá-lo para a solidariedade, o respeito a si 
mesmo e ao outro e o trabalho em equipe. 
 
A atuação do Grau Técnico, portanto, é abrir caminho para oportunidades que 
beneficiem tanto o indivíduo, quanto o coletivo. É orientar para a realização profissional e 
inserção social, por meio de uma educação estimuladora e operadora de inovações na 
sociedade. 
 
2 OBJETIVO DO CURSO 
 
Este curso tem como objetivo formar profissionais técnicos em Enfermagem, 
capazes de desenvolver assistência integral, pautados pelos princípios da ética, da qualidade, 
humanização, desenvolvendo assistência em enfermagem, baseada em competências e 
habilidades, atendendo ao contexto das ações de saúde e necessidades da clientela num 
mundo em mudanças. 
 
 Objetivos específicos: 
 
a) Estimular o desenvolvimento de competências e habilidade dos alunos nos 
processos de assistência de enfermagem nos vários níveis de atenção à 
saúde; 
b) Destacar a qualidade e a humanização da assistência como focoprioritário 
das ações do cuidar; 
c) Enfatizar que o processo educacional converge para um modelo de vida 
sustentável, marcado pela qualidade e bem-estar dos clientes em todos os 
níveis da assistência; 
d) Atender ao cliente de forma holística, ética, inovando a prática educativa, 
com enfoque na liderança, trabalho em equipe, comunicação 
responsabilidade técnico-científica; 
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
12 
e) Estimular a consciência crítica, reflexiva, criativa para a solução de situações 
de conflito nas diversas atividades da vida pessoal e profissional; 
f) Enfatizar a responsabilidade profissional da educação continuada para 
atuação responsável da assistência. 
 
APROVEITE BEM O CURSO E TRANSFORME O CONHECIMENTO ADQUIRIDO NAS AULAS EM 
OPORTUNIDADES DE TRABALHO! 
 
 Atenciosamente, 
 
Ruy Maurício Loureiro Porto Carreiro Filho 
Diretor Geral 
 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 4 
13 
3 TÉCNICO EM ENFERMAGEM - MÓDULO 4 
 
O quarto módulo deste curso tratará acerca da saúde da mulher, da saúde da 
criança e do adolescente, da enfermagem em emergências e da enfermagem em pacientes 
críticos. Nele serão desenvolvidas as Habilidades e Competências descritas a seguir. 
 
3.1 Competências e Habilidades 
 
a) Conhecer a anatomia e fisiologia da mulher. 
b) Identificar as mudanças que ocorrem na mulher durante a gestação. 
c) Conhecer e participar da assistência de enfermagem pré-natal. 
d) Identificar os sinais e sintomas das intercorrências obstétricas. 
e) Conhecer e participar da assistência de enfermagem à mulher no trabalho de 
parto e puerpério. 
f) Conhecer a estrutura e funcionamento do centro obstétrico. 
g) Identificar os métodos de prevenção dos cânceres de colo de útero e mama. 
h) Conhecer as afecções e agravos que acometem a mulher no ciclo reprodutivo. 
i) Identificar os métodos contraceptivos. 
j) Prestar assistência de enfermagem em afecções ginecológicas e obstétricas. 
k) Conhecer a estrutura, organização e funcionamento das unidades pediátricas. 
l) Conhecer os aspectos biopsicossociais da criança e do adolescente. 
m) Conhecer os parâmetros de crescimento e desenvolvimento infantil nas 
diferentes faixas etárias. 
n) Identificar sinais e sintomas que indiquem alterações fisiológicas e patológicas da 
criança e do adolescente. 
o) Caracterizar recém-nascido a termo, pré-termo e pós-termo. 
p) Possuir conhecimento sobre o aleitamento materno. 
q) Prestar assistência de enfermagem ao RN normal e patológico na unidade 
hospitalar. 
r) Conhecer as técnicas do exame físico e clínico na criança e adolescente. 
s) Conhecer o Programa Nacional de Imunizações. 
t) Reconhecer as principais afecções clínicas da criança e do adolescente. 
u) Reconhecer as características do adolescente e jovem sadio. 
v) Identificar sinais e sintomas que indiquem alterações fisiológicas e patológicas da 
criança e do adolescente. 
w) Identificar os sinais e sintomas de violência, abuso sexual em crianças e 
adolescentes. 
x) Conhecer a sistematização da assistência de enfermagem a criança e ao 
adolescente. 
y) Diferenciar urgência e emergência. 
z) Identificar as situações que requerem atendimento de enfermagem nas 
urgências e emergências. 
aa) Conhecer o atendimento pré-hospitalar e sua importância. 
bb) Analisar a conduta profissional do técnico de enfermagem nas emergências 
clínicas. Conhecer a unidade hospitalar de urgência e emergência, seu 
funcionamento e organização administrativa. 
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
14 
cc) Conhecer o protocolo de classificação de risco que o paciente está submetido. 
Intervir realizando os primeiros socorros em situações específicas. 
dd) Identificar os equipamentos utilizados nos procedimento de atendimento a 
pacientes em situação de emergência. 
ee) Desenvolver técnicas de ressuscitação cardiopulmonar. 
ff) Avaliar as principais características da sepse e reconhecer intervenção. 
gg) Reconhecer o tipo de assistência de enfermagem aos queimados. 
hh) Compreender as funções e responsabilidades dos membros da equipe de 
trabalho em uma UTI; 
ii) Executar trabalho em equipe, tendo em vista as atribuições do técnico de 
enfermagem; 
jj) Manejar, com eficiência e precisão, os aparelhos existentes na UTI, de acordo 
com as orientações e determinações do enfermeiro (a) responsável; 
kk) Participar da assistência de enfermagem ao paciente crítico, em trabalho 
conjunto com um enfermeiro (a); 
ll) Colaborar com a equipe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (C.C.I. 
H) na captação de informações importantes; 
mm) Executar rotinas relacionadas a protocolos de trabalho; 
nn) Utilizar recursos e ferramentas da informática, específicos da área. 
 
ENFERMAGEM NA SAÚDE
DA MULHER
 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 4 
17 
4 ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER 
 
Esta disciplina tem por objetivo desenvolver nos alunos habilidades para 
prestar assistência de enfermagem à Mulher durante seu desenvolvimento biológico, 
ações de saúde reprodutiva e controle do câncer ginecológico, doenças sexualmente 
transmissíveis, climatério, patologias inerentes ao sexo feminino no processo saúde-
doença. 
 
4.1 Aparelho Reprodutor Masculino e Feminino 
 
O sistema reprodutor humano é um sistema de órgãos que trabalham em 
conjunto com a finalidade de reprodução. Também chamado de sistema genital, é 
formado pelo aparelho genital masculino e feminino. 
 
4.1.1 Aparelho Reprodutor Masculino 
 
O aparelho reprodutor masculino é formado por genitais externos que são a 
bolsa escrotal e o pênis e os genitais internos que são os testículos, epidídimo, canais 
deferentes, vesículas seminais, próstata, uretra e glândulas bulbouretrais. 
 
▪ Bolsa escrotal - está localizada abaixo do pênis com forma de um saco de 
pele. Sua função é proteger os testículos e manter a temperatura adequada. 
 
▪ Pênis - é formado pelo corpo do pênis e glande que é a cabeça do pênis e 
recoberta pelo prepúcio. Este órgão possui dupla função: função urinária e 
função sexual e reprodutiva como a penetração e ejaculação. A ereção é o 
aumento do tamanho do pênis causado pelo aumento do volume de sangue 
nos vasos sanguíneos do pênis durante a estimulação sexual. Quando a 
quantidade de sangue diminui, após a excitação ou ejaculação, o pênis volta 
a ficar flácido. 
 
▪ Testículos - ficam dentro da bolsa escrotal e tem a função de produzir e 
armazenar os espermatozoides e produção da testosterona, hormônio 
masculino. 
 
▪ Epidídimo - é o canal de armazenamento e amadurecimento dos 
espermatozoides e se localizam nos testículos. 
 
▪ Canais deferentes - é por onde os espermatozoides percorrem dos testículos 
até a vesícula seminal. São dois tubos que partem dos testículos até o 
abdome e que abaixo da bexiga se juntam e formam o ducto ejaculador. 
 
▪ Vesículas seminais - glândulas que ficam abaixo da bexiga tem a função de 
produzir o líquido seminal. 
▪ Próstata - glândula que fica entre as vesículas seminais e abaixo da bexiga e 
tem a função de produzir o líquido prostático, um dos componentes do 
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
18 
esperma. 
 
▪ Uretra - é um canal que sai da bexiga e passa por dentro do pênis. Tem a 
função de eliminar a urina e eliminar o esperma durante a ejaculação. 
 
▪ Glândulas bulbouretrais - ficam de cada lado da uretra e produz uma 
secreção que faz parte do esperma. 
 
No homem, o hipotálamo produz o fator de liberação das gonadotropinas- 
GnRH que vão atuar na hipófise anterior ou adenohipofise estimulando a liberação do 
hormônio folículo-estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH). O FSH vai atuar 
no testículo na formação de espermatozoide e o LH vai induzir a produção de 
testosterona, hormônio masculino. 
 
Os espermatozoides são fabricados nos túbulos seminíferos dos testículos. A 
sequência de eventos para produção de espermatozoides é chamada de 
espermatogênese. Nos túbulos seminíferos encontramos as espermatogônias que 
sofrem modificações se transformando em espermatocito primários, depois em 
secundário. Estespor sua vez se transformam em espermátides e depois em 
espermatozoide propriamente dito. Todo esse processo de maturação depende do 
hormônio FSH. Após esse processo eles são armazenados e completam sua maturação 
no epidídimo. O espermatozoide é uma célula móvel, que faz parte do líquido 
seminal e que consome energia sendo formado por uma cabeça e uma cauda que 
oferece a motilidade para o transporte ao local da fertilização. É transportado dos 
túbulos seminíferos para o epidídimo, passa pelos canais deferentes depois para a 
uretra para serem eliminados durante a ejaculação. 
 
4.1.2 Aparelho Reprodutor Feminino 
 
O aparelho reprodutor feminino é formado por órgãos genitais externos que 
são a vulva e genitais internos como a vagina, o hímen, as trompas, os ovários e o útero. 
 
▪ Vulva - representa a parte externa e é composta por grandes e 
pequenos lábios, abertura da vagina e da uretra, clitóris e monte Vênus. O 
clitóris é uma parte carnuda que aumenta de tamanho quando a mulher 
está excitada e promove prazer sexual. 
 
▪ Vagina - é um canal composto por músculos elásticos e vai da vulva até o 
colo do útero. Durante a relação sexual a vagina se contrai e relaxa 
conforme a vontade da mulher. A entrada da vagina é coberta 
parcialmente pelo hímen, uma pele fina e elástica, que geralmente se 
rompe na primeira relação sexual. 
 
▪ Trompas - são dois tubos que saem de cada lado do útero até os ovários. 
Ela conduz os ovócitos e os espermatozoides até a ampola da tuba 
uterina, onde ocorre a fecundação. É dividida em quatro partes: 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 4 
19 
infundíbulo, ampola, istmo e porção uterina. 
 
▪ Ovários - são glândulas reprodutivas, de forma arredondada, localizados 
um de cada lado do útero. Tem a função de produzir o estrógeno e a 
progesterona, que são os hormônios femininos, e guardar e amadurecer os 
óvulos que são as células reprodutoras femininas. 
 
▪ Útero - é um órgão muscular onde o feto se desenvolve durante a gravidez. 
Tem duas partes: o corpo do útero, que é a parte mais larga e o colo do 
útero, a parte mais estreita. As paredes do corpo do útero são formadas 
pelo miométrio, que é a camada de fora do útero, e pelo endométrio, que é 
a camada de dentro. 
 
As mulheres sofrem ciclos reprodutivos que preparam o sistema reprodutivo 
para a gravidez. Esses ciclos envolvem atividade do hipotálamo, da hipófise, da vagina, 
glândulas mamárias, dos ovários, útero e tubas uterinas. O hipotálamo secreta o fator 
de liberação das gonadotropinas- GnRH que vão atuar na hipófise anterior ou 
adenohipofise estimulando a liberação do hormônio folículo- estimulante (FSH), que 
estimula o desenvolvimento do folículos ovarianos e produção do estrogênio, e do 
hormônio luteinizante (LH), que atua na ovulação e estimula as células foliculares e o 
corpo lúteo a produzir progesterona. 
 
4.1.2.1 Ciclo Menstrual 
 
O ciclo menstrual é o período que vai a partir do primeiro dia de uma 
menstruação até o dia que antecede a menstruação seguinte. Geralmente dura cerca 
de 28 dias e essa duração varia de acordo com vários fatores, de mulher para 
mulher, ao longo da vida reprodutiva. Alguns fatores como: mudanças de ritmo de 
trabalho, alterações emocionais e doenças podem alterar o ciclo menstrual. 
 
O ciclo menstrual é regulado por mecanismos neuroendócrino constituindo 
pelo eixo hipotálamo – hipófise – ovários. Os estímulos do meio ambiente podem 
alterar o ciclo menstrual, estimular e inibir a ovulação, como também mudar o dia de 
seu aparecimento. O hipotálamo secreta o fator de liberação das gonadotropinas- 
GnRH que vão atuar na hipófise anterior ou adenohipofise estimulando a liberação do 
hormônio folículo- estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH). Esses hormônios 
estimulam o ovário a produzir o estrógeno e a progesterona, que são hormônios 
femininos. 
 
O estrogênio e a progesterona provocam mudanças cíclicas no endométrio, que 
é a camada interna do útero, constituindo o ciclo endometrial ou ciclo menstrual. A cada 
ciclo menstrual ocorre a ovulação, que é a liberação pelo ovário de um óvulo maduro 
geralmente no 14º dia, e o útero se prepara para receber o óvulo fecundado, caso isso 
não aconteça, a camada interna do útero se desprende ocorrendo assim a menstruação. 
A menstruação é caracterizada pela perda sanguínea periódica e cíclica que ocorre da 
menarca até a menopausa. 
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
20 
O ciclo menstrual é dividido em quatro fases: fase menstrual, fase 
proliferativa, fase lútea e fase isquêmica. 
 
▪ Fase menstrual - é a fase em que a camada funcional da parede do útero se 
desfaz e é expulsa com o fluxo menstrual. 
 
▪ Fase proliferativa - é a fase em que ocorre o crescimento dos folículos 
ovarianos estimulado pelo hormônio LH e dura cerca de 9 dias. Também 
ocorre um aumento da espessura do endométrio. 
 
▪ Fase lútea - é a fase em que ocorre a formação, crescimento e 
funcionamento do corpo lúteo que produz progesterona e estimula o 
epitélio glandular. Dura cerca de 13 dias. Se a fertilização não ocorre o 
corpo lúteo se degenera, caem os níveis de estrogênio e progesterona e o 
endométrio entra na fase isquêmica. 
 
▪ Fase isquêmica - inicia-se quando não ocorre a fertilização. É a fase em 
que o corpo lúteo se degenera, os níveis de estrogênio e progesterona 
caem e o ocorre alterações vasculares que provocam a isquemia do 
endométrio. 
 
As características das alterações do ciclo menstrual podem ser de acordo com: 
duração, quantidade e intervalo. 
 
Quanto à duração 
 
▪ Hipermenorreia: quando o ciclo dura mais de 8 dias. 
▪ Hipomenorreia: quando o ciclo dura menos de 2 dias. 
 
Quanto à quantidade 
 
▪ Menorragia: ocorre um aumento da quantidade de sangue, sem alteração 
na duração, e perda sanguínea com coágulos. 
▪ Oligomenorreia: ocorre uma escassez na quantidade de sangue. 
 
Quanto ao intervalo: este pode estar diminuído ou aumentado. 
 
▪ Diminuído: 
 
 Proiomenorreia: a menstruação pode ocorrer cada 20 ou 25 dias; 
 Polimenorreia: a menstruação ocorre cada 15 dias, ou seja, duas 
menstruação no mês. 
 
▪ Aumentado: 
 
 Opsomenorreia: intervalo de 35 ou 40 dias; 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 4 
21 
 Espaniomenorreia: quando ocorre por 2 ou 3 meses. 
 
Algumas mulheres apresentam amenorreia que significa falta de menstruação 
durante o período da menarca até a menopausa, assim como dismenorreia que 
significa dor menstrual sendo uma das queixas mais frequentes entre as mulheres e 
varia de mulher para mulher e de acordo fatores como alimentação, alteração 
emocional, exercício físico, entre outros. Pode ocorrer também metrorragia que 
significa perda sanguínea genital que surge em qualquer época do período entre uma e 
outra menstruação. 
 
4.1.2.2 Gestação e Fecundação 
 
A gestação é o processo, que dura aproximadamente 9 meses e inicia-se 
com a fecundação, passando pelo desenvolvimento fetal e termina com o parto. 
Durante a relação sexual, após a ejaculação, o esperma masculino é depositado na 
vagina da mulher, os espermatozoides se movimentam pelo canal da vagina penetram 
no útero e vão em direção as trompas. Nas trompas, geralmente na primeira porção, 
o espermatozoide se encontra com o óvulo e ocorre a fecundação. Para que ocorra 
esse fenômeno tem que ter ocorrido a ovulação, pois a mulher só é fértil no período da 
ovulação que ocorre a cada ciclo menstrual. 
 
A fecundação é uma sequência de eventos que começa com o encontro do 
espermatozoide e do óvulo e termina com a mistura dos cromossomos maternos e 
paternos. Após a entrada do espermatozoide no ovócito, a cabeça do espermatozoide 
é separada da cauda e aumenta de volume formando o pronúcleo masculino que se 
une ao pronúcleo feminino que é o ovócito maduro. O espermatozoide carrega 23 
cromossomos não pareados que se misturam com 23 cromossomos, também não 
pareados, do óvulo durante a metástase da primeira divisão mitótica do zigoto e 
formam um complemento de 46 cromossomos dando início ao processo demultiplicação celular resultando no desenvolvimento de uma criança. A implantação 
do ovo ocorre no endométrio no final da primeira semana e completado na segunda 
semana. A esse processo chamamos de nidação. Esse processo pode ser detectado por 
ultrassonografia e dosagem de hCG. 
 
Os hormônios têm uma grande importância durante a gravidez e atuam tanto 
sobre a mãe quanto sobre o feto. A maior parte desses hormônios é produzida e 
secretada pela placenta. A placenta é um órgão materno-fetal formada por dois 
componentes: uma porção fetal e uma porção materna que se origina do endométrio. 
Possui três funções básicas: metabólica, transporte de gases e nutrientes e produção e 
secreção endócrina. 
 
▪ Metabólica - Durante o início da gravidez a placenta produz glicogênio, 
colesterol e ácidos graxos que são fonte de nutrientes e energia para o feto. 
▪ Transporte de gases e nutrientes - juntamente com o cordão umbilical 
funciona como um sistema de transporte das substancias que passam entre 
mãe e feto. Os nutrientes e oxigênio passam do sangue materno através de 
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
22 
membrana da vilosidade placentária para o sangue fetal e as excretas e 
dióxido de carbono passa do sangue fetal para o sangue materno para 
serem eliminados para o exterior pelas funções excretoras da mãe. 
Normalmente, não há mistura de sangue fetal com sangue materno. Os 
anticorpos maternos também são transportados pela placenta. 
 
▪ Produção e secreção endócrina - produz e secreta gonadotrofina coriônica 
humana (hCG), somatomamotrofina coriônica humana, tireotrofina coriônica 
humana (hCT), corticotrofina coriônica humana (hCACTH), estrogênio e 
progesterona. 
 
Os hormônios da gravidez são composto basicamente pelo estrógeno, 
progesterona, gonadotrofina coriônica humana (hCG) e somatomamotrofina coriônica 
humana. O estrogênio durante a gravidez causa rápida proliferação da musculatura 
uterina, aumento do crescimento do sistema vascular para o útero, dilata os órgãos 
sexuais externos e orifício vaginal e promove crescimento rápido das mamas. A 
progesterona torna disponível para o feto, nutrientes adicionais como glicogênio, 
gorduras e aminoácidos que ficam armazenados no endométrio, inibe a musculatura 
uterina mantendo relaxada durante toda gravidez e complementa os efeitos sobre a 
mama, mantém a gravidez. A gonadotrofina coriônica humana (hCG) mantém o corpo 
lúteo impedindo o início dos ciclos menstruais. 
 
 Modificações Fisiológicas durante a Gravidez: 
 
As alterações fisiológicas durante a gravidez são causadas principalmente pela 
ação dos hormônios e por fatores mecânicos. 
 
No primeiro trimestre de gravidez, o corpo da mulher se esforça para se 
adaptar ao desenvolvimento do embrião e da placenta. O corpo acelera todas as suas 
funções porque há um aumento da taxa metabólica; o ritmo cardíaco e respiratório 
aumenta; ocorre um aumento na vontade de urinar, devido a compressão do útero 
sobre a bexiga, pois as fibras musculares do útero ficam maiores e mais grossas; os 
seios aumentam de tamanho, tornam -se mais sensíveis e surgem novos ductos 
lactíferos assim como as aureolas ficam mais escuras. 
 
No segundo trimestre ocorre relaxamento da musculatura do trato 
gastrintestinal causando diminuição das secreções gástricas e constipação; aumento da 
frequência cardíaca; aumenta a pigmentação da pele; os seios ficam doloridos; pode 
ocorrer refluxo do esôfago provocando azia e parecer a linha nigra. 
 
No terceiro trimestre ocorre um aumento frequência respiratória, devido a 
pressão sobre o diafragma; o abdome aumenta de tamanho de acordo com o 
crescimento fetal, afetando a postura da mulher; as mãos e os pés ficam com edema 
causando desconforto e pode ser sinal de pré-eclâmpsia; pode ocorrer dores nas 
costas, os mamilos podem secretar colostro e aumenta a vontade e necessidade de 
repousar e dormir. 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 4 
23 
 
 Tipos de Gestação: 
 
▪ Gravidez Tópica - é a gestação que se desenvolve dentro da cavidade 
uterina. Os sinais e sintomas são os gerais da gestação. 
 
▪ Gravidez Ectópica - é a gestação que se desenvolve fora da cavidade 
uterina. Pode ser causada por vários fatores como: processos inflamatórios 
pélvicos, tumores, endometriose, gravidez ectópica anterior, anormalidade 
no ovo e fatores relacionados à reprodução assistida. Pode ser dividido em: 
 
 Gestação abdominal: é a gestação que se desenvolve dentro da cavidade 
abdominal. 
 Gestação tubária: gestação que se desenvolve dentro das tubas uterinas. 
 Gestação ovariana: se desenvolve no ovário. 
 
Os sinais e sintomas da gravidez ectópica são: 
 
▪ Dor abdominal e geralmente unilateral; 
▪ Atraso menstrual; 
▪ Sangramento genital; 
▪ Os sintomas comuns da gestação; 
▪ Dor, principalmente a palpação; 
▪ Tamanho do útero pequeno para a Idade Gestacional. 
 
▪ Gestação Gemelar: é a gravidez que ocorre com a presença de dois ou mais 
fetos. Os fatores de risco mais comuns são: aumento da frequência de 
relações sexuais, multiparidade, maior idade materna, técnicas de indução 
da ovulação ou de fertilização assistida. O diagnóstico é feito através da 
medida da altura, maior do que a esperada para a idade gestacional e 
ultrassonografia que confirma o diagnóstico. 
 
4.1.2.3 Assistência Pré-Natal 
 
A assistência pré-natal é fundamental para a saúde materna e neonatal, e 
tem como objetivo prestar assistência de forma qualificada e humanizada à mulher 
desde o início da gravidez, assegurando o nascimento saudável de uma criança e 
garantindo o bem estar materno. Deve ser organizada para atender às necessidades 
das gestantes. O acolhimento envolve a recepção da mulher na unidade de saúde 
ouvindo suas queixas, preocupações e angustias buscando compreender os vários 
significados da gestação para a mulher e família. 
 
Os objetivos básicos da assistência pré-natal são: 
 
▪ Orientar os hábitos de vida; 
▪ Prestar apoio psicológico a gestante; 
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
24 
▪ Oferecer instruções sobre a gestação e parto; 
▪ Tratar pequenos distúrbios habituais da gravidez; 
▪ Fazer profilaxia, diagnóstico e tratamento das doenças próprias da gestação 
ou nela intercorrentes; 
▪ Orientar e evitar o uso de medicações e medidas que podem colocar em risco 
a vida da mulher e do bebe. 
 
A consulta de pré-natal envolve procedimentos simples e condutas acolhedoras 
e sem intervenções desnecessárias e pode ser realizado na unidade de saúde ou durante 
a visita domiciliar. Deve ser iniciado precocemente, ser regular e completo. O objetivo 
das consultas é definir o estado de saúde da mãe e do feto, determinar a idade 
gestacional (IG) e iniciar um plano de cuidado continuado. De acordo com o ministério 
da saúde durante o pré-natal deverá ser realizado no mínimo seis consultas: uma no 
primeiro trimestre, duas no segundo e três no último trimestre. 
 
Primeira consulta: deve ser fornecido o cartão da gestante com 
identificação preenchida, número do Sistema de Informação sobre o Programa de 
Humanização no pré-natal e Nascimento - SISPRENATAL, calendário de vacinas e suas 
orientações e orientações sobre a participação de atividades educativas. É realizada 
uma anamnese abordando dados epidemiológicos, antecedentes familiares, pessoais, 
ginecológicos e obstétricos, situação da gravidez atual, realizar exame físico geral e 
especifico como exame ginecológico e obstétrico, e solicitar exames complementares. 
Durante a primeira consulta é importante perguntar a gestante sobre a data da última 
menstruação para determinação da IG e data provável do parto (DPP). 
 
Consultas subsequentes: realizar uma revisão da ficha pré-natal, anamnese 
sucinta, controle do calendário de vacinação, monitorar as condições maternas e 
fetais, interpretação dos exames laboratoriais e solicitação de outros se necessário e 
realização de ações e práticas educativas e pesquisa de edemas. 
 
Durante todas as consultas deverá: 
 
▪ Determinar a IG; 
▪ Verificar peso, altura e pressãoarterial; 
▪ Avaliar o estado nutricional e ganho de peso durante a gestação; 
▪ Medir a altura uterina para acompanhamento do crescimento e 
desenvolvimento fetal: tem o objetivo de estimar o crescimento fetal 
correlacionando a medida da altura uterina com o número de semanas de 
gestação. Deve ser realizada com uma fita métrica partindo da borda 
superior da sínfise púbica até o fundo uterino, com a gestante posicionada 
em decúbito dorsal e com abdome descoberto; 
▪ Auscultar os batimentos cardiofetais (BCF): a frequência cardíaca fetal é 
considerada normal entre 120 e 160bpm; 
▪ Realizar exame das mamas; 
▪ Fornecer as orientações quanto à higiene, nutrição, cuidados com o recém-
nascido, amamentação e calendário de vacinação; 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 4 
25 
▪ Tomar condutas diante das alterações encontradas e se necessário 
providenciar encaminhamento; 
▪ Registrar todos os dados obtidos no cartão da gestante; 
 
Os exames complementares que deverão ser solicitados durante as consultas 
de pré-natal são: 
 
▪ Dosagem de hemoglobina e hematócrito (Hb/Ht); 
▪ Grupo sanguíneo e fator Rh; 
▪ Sorologia para sífilis (VDRL), 
▪ Glicemia de jejum, 
▪ Sumario de urina, 
▪ Sorologia anti–HIV, para hepatite B (HBsAG) e para toxoplasmose. 
▪ Podem ser solicitados também colpocitologia oncótica, sorologia para 
rubéola, urocultura, protoparasitologico e ultrassonografia obstétrica. 
 
 Determinação da Idade Gestacional e data Provável do Parto: 
 
A Idade Gestacional (IG) corresponde ao número de semanas contadas a 
partir do primeiro dia da última menstruação (DUM) até a data da consulta. Tem 
como objetivo estimar o tempo de gravidez e idade do feto. 
 
▪ Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida: pode utilizar o 
calendário, somar número de dias do intervalo entre a DUM e a data da 
consulta e divide o total por 7; ou o disco (gestograma), colocar a seta no dia 
e mês que corresponde ao primeiro dia da última menstruação e observar 
o número de semanas indicado no dia do mês da consulta atual. 
 
▪ Quando a DUM desconhecida mas se conhece o período do mês em que ela 
ocorreu: se o período for no início do mês considera dia 5, no meio do mês 
considera dia 15 e no final do mês considera dia 25. 
 
▪ Quando a data e o período não forem conhecidos: pode utilizar a medida da 
altura do fundo uterino pelo toque vaginal. A IG e DPP serão inicialmente 
determinadas por aproximação. 
 
▪ Quando não for possível determinar a IG clinicamente: solicitar o mais 
precocemente o exame de ultrassonografia obstétrica. 
 
A data provável do parto (DPP) tem como objetivo estimar o período 
provável do parto. Pode ser determinada pelo uso do calendário, uso do gestograma 
e pela regra de Nagele. 
▪ Pelo calendário: considerar a duração média da gestação normal que é de 
28 ou 40 semanas a partir da DUM. 
 
▪ Pelo gestograma: colocar a seta sobre o dia e mês correspondente ao 
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
26 
primeiro dia da última menstruação e observar a seta na data (dia e mês) 
indicada como DPP. 
 
▪ Regra de Nagele: somar sete dias ao primeiro dia da última menstruação e 
subtrair três meses ao mês em que ocorreu a última menstruação ou 
adicionar nove meses se for ao mês de janeiro, fevereiro ou março. Ex.: DUM: 
13/9/04 (13+7= 20/ 9 – 3 = 6) DPP= 20/6/05 
 
 Aspectos Importantes a serem abordados durante o Pré-natal: 
 
O profissional durante o pré-natal deve abordar a mulher de forma completa 
considerando sua história de vida, seus sentimentos e o ambiente em que vive. 
Reconhecer que durante a gestação a mulher passa por períodos em que 
prevalecem determinados sentimentos, alterações comportamentais, ansiedade e 
temores, escutar suas dúvidas e queixas, compreender seu estado emocional é 
essencial pra que se estabeleça uma relação de confiança e respeito entre o 
profissional, gestante e família favorecendo a adesão ao pré-natal. 
 
É importante também fornecer informações sobre a importância do pré-natal 
para a mulher e o bebê, sobre os cuidados quanto a higiene, sobre o desenvolvimento 
da gestação, as modificações corporais e emocionais ocorridas durante a gravidez, a 
atividade sexual e prevenção das DSTs/Aids, planejamento familiar, os sintomas comuns 
na gravidez e orientações para as queixas mais frequentes, alimentação saudável, 
realização de atividade física, sinais de alerta e o que fazer diante disso, preparação para 
o parto, importância da amamentação e cuidados com recém-nascido. 
 
Durante a gravidez ocorrem algumas alterações fisiológicas que produzem 
manifestações sobre o organismo da mulher que às vezes são percebidas como doenças. 
A maioria dos sintomas desaparece ou diminuem com orientações posturais e 
alimentares e sem uso de medicamentos, que deve ser evitado. O profissional de saúde 
durante o pré-natal deve fornecer orientações e informações para esclarecimento 
dessas alterações. Os sintomas mais comuns durante a gestação são: 
 
▪ Náuseas, vômitos e tonturas; 
▪ Azia; 
▪ Aumento da saliva; 
▪ Fraquezas e desmaios; 
▪ Dor abdominal, cólicas, gases, constipação; 
▪ Hemorroidas; 
▪ Corrimento vaginal; 
▪ Falta de ar e dificuldade para respirar; 
▪ Cefaleia; 
▪ Dor nas mamas e lombar; 
▪ Câimbra; 
▪ Manchas escuras no rosto; 
▪ Estrias e varizes. 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 4 
27 
 
 Preparo das Mamas para Aleitamento Materno: 
 
Durante o pré-natal é importante que o profissional forneça a gestante 
informação sobre a vantagem da amamentação para ela e para o bebê e as 
orientações necessárias e adequadas para a amamentação. 
 
Para mulher: fortalece o vínculo afetivo, reduz o risco de hemorragia, 
contribui para o retorno do peso normal e para o aumento do intervalo entre gestações. 
 
Para a criança: é um alimento completo, facilita a eliminação de mecônio e 
diminui a incidência de icterícia, protege contra infecção, aumenta o vínculo afetivo, 
diminui as chances de alergias. 
 
Durante o pré-natal o profissional deve avaliar as mamas, orientar a gestante a 
usar sutiã e não usar sabão, cremes ou pomadas no mamilo preparando as mamas para 
o aleitamento. 
 
4.1.2.4 Intercorrência Obstétricas 
 
Apesar de ser considerado um processo natural e fisiológico, a gravidez está 
sujeita a intercorrências. É imprescindível estar preparado para reconhecer e classificar 
os riscos materno-fetal e neonatal deste período, para providenciar a assistência e os 
encaminhamentos adequados, zelando pela saúde e bem-estar da mãe e do bebê. 
 
 Abortamento: 
 
De acordo com Organização Mundial de Saúde abortamento é a expulsão ou 
retirada do embrião ou feto antes de 20 semanas de gestação com peso inferior a 500 
gramas. Aproximadamente 15 a 20% das gestações termina em abortamento 
representando uma causa importante de morbimortalidade maternas, principalmente 
em países em que é realizado clandestinamente. 
 
O abortamento é dito precoce quando ocorre até a 13ª semana e tardio 
quando ocorre entre a 13ª e 22ª. O diagnóstico pode ser clínico (anamnese, exame 
ginecológico) ou ultrassonográfico. Atraso menstrual, perda sanguíneas e cólicas 
abdominais são dados clínicos que devem ser considerados. 
 
O abortamento é classificado, segundo sua forma clínica, em: 
▪ Ameaça de Aborto: presença de sangramento sem contrações ou 
modificações do colo uterino. O sangramento é moderado e a dor é 
discreta. Neste caso deve realizar um USG para avaliar BCF, recomendar 
repouso e assegurar conforto para a gestante. 
▪ Abortamento Inevitável: o sangramento uterino é moderado, vermelho 
vivo e com coágulos e acompanhado de dilatação cervical e a dor é 
persistente. Neste caso a conduta deverá ser a hospitalização. Gestantes 
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
28 
com útero de tamanho inferior a 12 semanas devem ser realizado a 
curetagem uterina. Nas gestantes com útero maior do que 12 semanas 
deverá promover a expulsão o feto, utilizando ocitocina, antes de realizar a 
curetagem. 
 
▪ Abortamento Completo: é a expulsão total e espontânea de todotecido 
fetal e placentário da cavidade uterina. O sangramento é moderado e as 
cólicas vão diminuindo. Neste caso o volume uterino é menor do que o 
esperado para IG e deverá ser solicitado, em caso de dúvidas a respeito do 
diagnostico, USG. 
 
▪ Abortamento Incompleto: é a expulsão parcial de todo o tecido fetal e 
placentário. O sangramento pode ser intenso e abundante podendo ter 
partes do feto com sangue e a dor é intensa e persistente. Neste caso a 
conduta é a hospitalização para a realização de curetagem. 
 
▪ Abortamento Retido: morte do feto sem eliminação de qualquer parte fetal 
ou placentária. O sangramento é inexistente ou escasso e não ocorre dor. 
Neste caso a conduta é a realização de USG e internamento pra preparo da 
indução de aborto e realização de curetagem. 
 
▪ Abortamento Infectado e Séptico: o infectado está associado com 
infecção intrauterina sem disseminação sistêmica da infecção. Quando 
ocorre disseminação da infecção pela circulação materna é chamado de 
séptico. Neste caso ocorre corrimento com odor fétido e a dor pode ser 
intensa e persistente. A conduta deve ser rápida, restituição da volemia, 
uso de antibióticos por via parenteral antes da curetagem. 
 
▪ Abortamento Espontâneo: é aquele que ocorre espontaneamente devido a 
causas embrionárias (anomalias da placenta, defeitos das células 
germinativas, distúrbios cromossômicos) e causas maternas (insuficiência 
hormonal, alterações anatômicas do útero, doenças sistêmicas, infecções 
como sífilis, toxoplasmose e rubéola, tabagismo, substâncias toxicas, 
distúrbios nutricionais e fatores psíquicos). 
 
▪ Abortamento Induzido ou Provocado: é uma forma frequente de 
interromper a gravidez indesejada. É uma prática ilegal, mas pode ser 
realizada em dois casos, previsto em lei: gestação decorrente de estupro 
ou que coloque em risco a vida materna. Os métodos mais utilizados para 
esse tipo de aborto são administração oral ou injeção intrauterina de 
substancias e inserção de objetos estranhos. Esse método de aborto pode 
causar complicações como perfuração uterina, lesão de vísceras abdominais, 
esterilidade, infecções e até a morte. 
 
 Assistência de Enfermagem: 
 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 4 
29 
Encaminhar para atendimento médico de urgência. 
  Internação: 
 
Realizar punção venosa, verificar e registrar sinais vitais, avaliar as perdas 
vaginais, providenciar exames solicitados, administrar medicação prescrita, observar 
sinais de choque hipovolêmico, oferecer apoio emocional e orientar cuidados pós-
aborto. 
 
 Mola Hidatiforme: 
 
É um tipo de doença trofoblástica gestacional dividida, do ponto de vista 
genético, em mola parcial ou incompleta e mola completa. Ocorre sangramento vaginal 
abundante e irregular, geralmente de pequena intensidade, indolor podendo ser 
acompanhada de vesículas. Pode surgir hiperêmese gravídica, podendo levar a 
desidratação e distúrbios hidroeletrolíticos, assim como sintomas de pré-eclâmpsia. 
Neste caso a altura uterina está maior do que o esperado para a Idade Gestacional e os 
Batimentos Cardiofetais podem estar ausentes. 
 
O diagnóstico pode é feito através da ultrassonografia que é útil para avaliar a 
invasão uterina por tecido trofoblástico e na suspeita ou confirmação de mola 
hidatiforme, deve encaminhar a gestante ao hospital de referência. O tratamento da 
mola hidatiforme é o esvaziamento uterino. 
 
 Hiperêmese Gravídica: 
 
É caracterizada por vômitos contínuos e intensos que pode provocar 
desidratação, oligúria, perda de peso, e transtornos metabólicos como alcalose e 
alterações no metabolismo das gorduras e dos carboidratos. As causas podem estar 
associadas a aspectos emocionais, adaptações hormonais, gestação múltipla, mola 
hidatiforme, pré-eclâmpsia e diabetes. Nos casos graves pode levar a insuficiência 
hepática, renal e neurológica. 
 
A maneira de evitar os casos mais complicados consiste em oferecer apoio 
psicológico e ações educativas, reorientação alimentar, prescrição de medicamentos 
antieméticos e hidratação. 
 
 Diabetes Gestacional: 
 
O diabetes mellitus é uma síndrome causada pela falta de insulina ou 
incapacidade da insulina de exercer adequadamente seus efeitos. É caracterizada por 
hiperglicemia e pode estar acompanhada de hipertensão arterial e dislipidemia. Ela 
pode causar, em longo prazo, alterações vasculares que podem levar a disfunção, 
danos ou falência de vários órgãos. É classificado em: diabetes tipo1, tipo 2 e diabetes 
gestacional. 
 
O diabetes gestacional é a hiperglicemia diagnosticada na gravidez que 
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
30 
geralmente desaparece no período pós-parto podendo retornar mais tarde. É 
responsável por elevados índices de morbimortalidade perinatal, principalmente 
macrossomia fetal e malformações congênitas. 
 
Os principais fatores de risco para o diabetes gestacional são: 
 
▪ História previa de diabetes gestacional; 
▪ História familiar de diabetes (1º grau); 
▪ Baixa estatura e idade inferior a 25 anos; 
▪ Obesidade; 
▪ Grande aumento de peso durante a gestação; 
▪ Hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual; 
▪ Algumas patologias; 
▪ Antecedentes obstétricos de morte fetal ou neonatal. 
 
Os sintomas mais comuns na diabetes são: poliúria, polidipsia, polidisfagi e 
perda involuntária de peso. Sintomas como fraqueza, fadiga, prurido na pele e na vulva 
e infecções de repetição podem estar presentes. 
 
O diagnóstico pode ser no final do segundo ou início do terceiro trimestre de 
gestação, na primeira consulta de pré-natal principalmente em mulheres que 
apresentam fatores de risco para o diabetes. É fundamental o rastreamento precoce 
dos níveis elevados de glicose no sangue na gestação. Os testes mais utilizados para 
confirmar e para controle glicêmico são: 
 
▪ Glicemia de jejum: realizada após um jejum de 8 a 12 horas; 
▪ Teste oral de tolerância à glicose; 
▪ Glicemia casual: realizada a qualquer hora do dia. 
 
Para que a mulher portadora do diabetes tenha uma gestação normal é preciso 
que se tenha um controle rigoroso do nível de glicose no sangue, detectar 
precocemente os fatores de riscos e evitar suas complicações, adotar hábitos de vida 
saudáveis (alimentação saudável, atividade física), terapia com insulina injetável, pois os 
hipoglicemiantes orais são contraindicados devido ao risco aumentado de anomalias 
fetais e acompanhamento por equipe multidisciplinar. 
 
 Assistência de Enfermagem: 
 
As ações de enfermagem devem ser direcionadas para educação sobre a 
doença, apoio psicológico, orientação para autoaplicação da insulina e ensinar o 
autocuidado, controle da glicemia, reconhecimento de sinais e sintomas de 
hipoglicemia, reforçar as recomendações terapêuticas e fornecer orientação sobre a 
evolução da gravidez. 
 
 Toxemia Gravídica: 
 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 4 
31 
Pode ser definida como Doença Hipertensiva na Gravidez. É classificada como 
pré-eclâmpsia e eclampsia, hipertensão crônica com pré-eclâmpsia associada, 
hipertensão gestacional e hipertensão transitória. 
 
 Pré-eclâmpsia: 
 
É a doença hipertensiva específica da gravidez que geralmente se manifesta 
após a 20ª semana de gestação associada à proteinúria (eliminação de proteína na 
urina). Apresenta-se quando o nível da pressão arterial for maior ou igual a 140/90 
mmHg. Geralmente a hipertensão e a proteinúria surgem acompanhadas de edema 
patológico. Pode ocorrer aumento do ácido úrico. É mais comum em nulíparas ou 
gestação múltipla. Os fatores de risco são: mulheres com hipertensão arterial por 
mais de quatro anos e história familiar de pré-eclâmpsia e de doença renal. 
 
▪ Eclampsia: é a ocorrência de convulsões em gestantes com pré-eclâmpsia. 
Pode ocorrer na gravidez, parto e puerpério imediato. 
 
▪ Hipertensão crônica com pré-eclâmpsia associada: é a pré-eclâmpsia em 
mulheres com hipertensão crônica ou doença renal. 
 
▪ Hipertensão gestacional: é a hipertensão sem proteinúria que ocorre após 
20ª semanas de gestação podendo evoluirpra pré-eclâmpsia e levar a 
prematuridade e retardo do crescimento fetal. 
 
▪ Hipertensão transitória: é o aumento da pressão arterial que ocorre após a 
20ª semana de gestação frequentemente perto da época do parto ou 
puerpério imediato. Geralmente é leve e volta ao normal cerca por volta de 
12 semanas após o parto. 
 
A conduta a ser tomada depende da gravidade do quadro clínico. As pacientes 
com sinais de pré-eclâmpsia deve ser hospitalizada para acompanhamento em unidade 
de gestação de alto risco. O tratamento tem como objetivo reduzir o risco materno e a 
escolha do medicamento deve ser dirigido para a segurança do feto. No caso de 
eclampsia deve ser considerada como emergência e a paciente deve ser transferida 
para um hospital de referência o mais rápido possível. 
 
Neste caso algumas medidas devem ser tomadas: 
 
▪ Manter vias aéreas livres; 
▪ Oxigenação; 
▪ Sonda vesical de demora; 
▪ Realizar punção venosa 
▪ Administrar medicação prescrita como anti-hipertensivo e anticonvulsivante. 
 
 Aminiorexe Prematura: 
 
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
32 
É a ruptura da bolsa amniótica antes do início do trabalho de parto, 
independentemente da idade gestacional. Constitui-se como principal causa de partos 
prematuros contribuindo pra o aumento da morbidade perinatal. 
Os fatores predisponentes para a ruptura das membranas são: 
 
▪ Incontinência istmo cervical; 
▪ Inserção baixa da placenta; 
▪ Microssomia; 
▪ Aumento do volume do líquido amniótico; 
▪ Trabalho de parto prematuro; 
▪ Infecções. 
 
O quadro clínico é caracterizado pela história da paciente e visualização da 
saída do líquido amniótico. Essa perda de líquido pode ser rápida e intensa e pode 
ocasionar diminuição do abdome materno. Nos casos de infecção local pode ocorrer 
febre, aumento da frequência cardíaca, dor no baixo ventre e saída de secreção 
purulenta. 
 
O diagnóstico é baseado na história clínica da gestante e exame físico e 
obstétrico. A confirmação diagnóstica pode ser verificada pela: 
 
▪ Presença do líquido em fundo de saco vaginal; 
▪ Paredes vaginais limpas; 
▪ Visualização de saída de líquido amniótico, espontaneamente ou após 
esforço materno, pelo orifício do colo; 
▪ Ultrassonografia. 
 
Outros métodos: prova de cristalização, verificação do pH do conteúdo vaginal. 
 
Observação - não deve ser realizado o exame do toque vaginal, nos casos 
suspeitos nem nos casos confirmados, porque aumenta o risco de infecção amniótica, 
perinatais e puerperais. 
 
Diante deste caso, o profissional deve determinar a IG, avaliar se a paciente 
está em trabalho de parto, verificar se há sofrimento fetal através da ausculta dos 
batimentos cardiofetais. De acordo com o Ministério da Saúde, nas gestações de termo 
deve encaminhar a gestante para o hospital ou maternidade escolhida para o parto. Nas 
gestações pré-termo encaminhar a gestante para hospital de referência em gestação de 
alto risco. 
 
 Descolamento de Placenta: 
 
É a separação abrupta da placenta do sitio normal, total ou parcialmente, após 
a 20ª semana de gestação, antes do nascimento do feto. Pode ser causado por traumas, 
aumento do líquido amniótico, cordão umbilical curto, pré-eclâmpsia, idade materna 
maior que 35 anos, tabagismo, uso de drogas ilícitas. 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 4 
33 
 
O quadro clínico é caracterizado por dor abdominal intensa e súbita, 
sangramento de cor vermelho escura em pequena quantidade, início das contrações 
uterinas, aumento dos movimentos fetais, alterações ou ausência dos batimentos 
cardiofetais, sinais de choque incompatível com volume de perdas sanguíneas. 
 
O diagnóstico é realizado através da história clínica, exame físico e obstétrico e 
ultrassonografia. 
 
O descolamento prematuro da placenta deve ser considerado como urgência 
obstétrica. O tratamento vai depender do feto: se o feto estiver morto, a mãe estável e 
o trabalho de parto avançado pode esperar o parto normal; se o feto estiver vivo ou a 
mãe em risco deverá ser feito a cesárea urgente. 
 
 Assistência de Enfermagem: 
 
▪ Identificar sinais e sintomas e providenciar encaminhamento para 
atendimento de urgência; 
▪ Oferecer apoio psicológico; 
▪ Preparar a gestante para exames e procedimento escolhido; 
▪ Observar aspecto do sangramento; 
▪ Avaliar BCF e dinâmica uterina; 
▪ Realizar punção venosa; 
▪ Verificar sinais vitais; 
▪ Observar sinais de choque; 
▪ Administra medicação prescrita. 
 
 Parto Prematuro: 
 
É o parto pré-termo em que a gestação termina entre a 22ª e 37ª semana, 
sendo considerado como principal causa de morte neonatal precoce, elevada incidência 
de Síndrome do Desconforto Respiratório do Recém-nascido, aumento da mortalidade 
no primeiro ano de vida. 
 
 
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
34 
Os fatores de riscos associados ao parto prematuro são: 
 
▪ Gestação gemelar; 
▪ Ruptura prematura de membrana; 
▪ Malformação uterina; 
▪ Malformação fetal; 
▪ Aumento do líquido amniótico; 
▪ Infecções urinárias e vaginais; 
▪ Prematuridade anterior; 
▪ Sangramento uterino; 
▪ Abortamento prévio 
▪ Idade materna > 35 anos; 
▪ Tabagismo. 
 
Para o diagnóstico do trabalho de parto prematuro devemos considerar a 
presença de contrações uterinas e modificações cervicais. As modificações cervicais 
podem ser diagnosticadas pelo exame vaginal e USG. Define-se o trabalho de parto 
pela presença de duas a três contrações uterinas com ritmo e frequência regular, a 
cada dez minutos e as modificações cervicais são caracterizadas pela dilatação maior 
ou igual a 2 cm. 
 
Se ocorrer a presença de contrações uterinas, rítmica e regular sem 
modificação cervical indica que está acontecendo um falso trabalho de parto 
prematuro. Se as contrações persistirem deve encaminhar a mulher para hospital de 
referência, pois haverá a necessidade de usar um tocolítico. Na presença de trabalho de 
parto prematuro com modificação no colo uterino deve encaminhar a mulher para 
hospital de referência. 
 
No caso de internação hospitalar devem ser observados alguns critérios. As 
pacientes que apresentarem menos de dois centímetros de dilatação com apagamento 
cervical menor que 80% podem ainda não estar em trabalho de parto. Tais pacientes 
deveram ficar em observação para avaliar a vitalidade fetal, em repouso para verificar se 
está com contrações uterinas e proceder a uma avaliação laboratorial para afastar 
infecção materna. Se a contração uterina parar, elas devem ser encaminhadas para o 
controle ambulatorial. Uma vez persista a contração ou já apresentem dois centímetros 
ou mais de dilatação cervical, é indicado o tratamento medicamentoso com tocolíticos. 
As pacientes que apresentarem seis centímetros ou mais de dilatação deverão ser 
encaminhadas para o hospital de referência em recém-nascidos pré-termos. 
 
 Assistência de Enfermagem: 
 
▪ Oferecer apoio psicológico; 
▪ Monitorar BCF; 
▪ Verificar sinais vitais; 
▪ Administrar medicação prescrita. 
 Assistência de Enfermagem no Trabalho de Parto: 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 4 
35 
 
O parto é um momento de grande complexidade em que ocorrem intensas 
mudanças orgânicas, corporais e emocionais que gera ansiedade e insegurança. Cada 
parto e cada nascimento são episódios únicos na vida da mulher, da criança e da família 
constituindo como experiência de estrema importância. 
 
A assistência ao parto consiste em adoção de conjunto de ações e 
procedimentos direcionados para a prevenção, diagnóstico, tratamento e controle das 
distocias específicas do período de trabalho de parto, em que a mulher se encontra em 
anormalidades sistêmicas. É importante que o profissional de saúde perceba que a 
mulher nesse período busca por ajuda, pois está com muitas expectativas, perspectivas, 
esperanças, preocupações, medo, ansiedade, e angustias. 
 
O parto normal é aquele que tem início espontâneo, de baixo risco em 
todo o trabalho de parto. O parto é dividido em quatro períodos clínicos, conforme se 
pode observar a seguir. 
 
▪ Período de dilatação: é o primeiro períodoclínico do parto e vai do início da 
dilatação cervical até atingir seus 10 cm. Tem o objetivo permitir aumento 
do canal cervical para permitir a passagem. 
 
▪ Período expulsivo: é o segundo período clínico do parto e se inicia quando a 
dilatação está completa e termina com a expulsão do feto. 
 
▪ Período de dequitação ou secundamento: é o terceiro período clínico do 
parto que se inicia após a expulsão fetal. É caracterizado pelo descolamento, 
desprendimento e descida da placenta e das membranas. 
 
▪ Período de Greenberg: é o quarto período clínico do parto e corresponde a 
primeira hora após a descida da placenta. 
 
 Assistência no Período de Dilatação: 
 
▪ Realizar a admissão com histórico de enfermagem e preparo da parturiente; 
▪ Fornecer orientação sobre o trabalho de parto; 
▪ Fornecer suporte emocional; 
▪ Verificar sinais vitais (SSVV); 
▪ Realizar tricotomia e higiene corporal; 
▪ Monitorar o trabalho de parto e contrações uterinas; 
▪ Toque vaginal; 
▪ Monitoração do BCF; 
▪ Ficar atento às queixas e outras manifestações. 
 
 
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
36 
 Assistência no Período Expulsivo: 
 
▪ Realizar toque vaginal; 
▪ Encaminhar a parturiente para a sala de parto; 
▪ Ficar atenta ao BCF e estado geral da parturiente; 
▪ Orientar aos esforços expulsivos, respiração e posicionamento; 
▪ Realizar antissepsia da região vulvo-perineal; 
▪ Realizar controle dos SSVV; 
▪ Auxiliar ao desprendimento cefálico; 
▪ Orientar a mulher sobre a realização de episiorrafia. 
 
 Assistência no Período de Dequitação: 
 
▪ Verificar pressão arterial; 
▪ Monitorar e avaliar sangramento; 
▪ Realizar higiene; 
▪ Encaminhar a mulher para a sala de recuperação pós-parto; 
▪ Registrar os dados relativos ao período expulsivo, a dequitação e as 
condições maternas. 
 
 Assistência no Período de Greenberg: 
 
▪ Verificar SSVV; 
▪ Observar a involução uterina e sangramento vaginal; 
▪ Avaliar coloração e hidratação das mucosas; 
▪ Avaliar o estado das mamas; 
▪ Observar as condições do períneo; 
▪ Estimular a micção e a deambulação após o período de descanso; 
▪ Fornecer o máximo conforto para a mulher. 
 
 Distocia no Trabalho de Parto: 
 
Pode ser definida como qualquer alteração, que durante o trabalho, criam 
dificuldades a evolução do trabalho de parto e contratilidade uterina. Pode ser causada 
por: 
 
▪ Anormalidades das forças expulsivas; 
▪ Anormalidades da apresentação, posição ou desenvolvimento do feto; 
▪ Anormalidades da pelve materna. 
 
As distocias podem ser divididas em distocias do trajeto e desproporção 
cefalopelvica, conforme o ilustra o Quadro 1 a seguir. 
 
 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 4 
37 
Quadro 1 – Tipos de Distocia 
 
 Tipos Causas 
Distocias do trajeto 
Distocias do colo do utero. 
Distocias da vagina. 
Tumorações pélvicas. 
Vícios pélvicos. 
Rigidez, aglutinação, edema. 
Varizes, cistos e abcessos, 
linforgranulomatoso venéria. 
Septos. 
Miomas uterinos. 
Pelve viciada. 
Desproporção cefalopélvica Desprporção feto pélvica. 
Polo craniano nas 
apresentacoes cefálicas, 
tronco nas nádegas, 
segmento cefálico. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2017) 
 
 Ações do Técnico de Enfermagem na Sala de Parto: 
 
A atenção adequada à mulher no momento do parto representa um passo 
indispensável para garantir que ela possa exercer a maternidade com segurança e 
bem- estar. Este é um direito fundamental de toda mulher. A equipe de saúde deve 
estar preparada para acolher a grávida, seu companheiro e família, respeitando todos os 
significados desse momento. Isso deve facilitar a criação de um vínculo mais profundo 
com a gestante, transmitindo-lhe confiança e tranquilidade. 
As ações do técnico de enfermagem na sala de parto são: 
 
▪ Atuar como circulante na sala de parto empregando técnica asséptica; 
▪ Auxiliar no trabalho de parto; 
▪ Realizar a higiene; 
▪ Verificar os sinais vitais; 
▪ Preparo e administração de medicamentos; 
▪ Após o parto, deixar o ambiente organizado; 
▪ Auxiliar nos primeiros cuidados do recém-nascido. 
 
4.1.3 Câncer de Colo de Útero, Miomas e Infecções Sexualmente Transmissíveis 
 
 Câncer de Colo de Útero: 
 
O câncer, que não é uma doença única e sim um conjunto de mais de 100 
doenças diferentes, é resultante de alterações que determinam um crescimento celular 
desordenado, não controlado pelo organismo e que compromete tecidos e órgãos. No 
caso do câncer do colo do útero, o órgão acometido é o útero, em uma parte específica 
– o colo, que fica em contato com a vagina. A história natural do câncer do colo do útero 
é descrita como sendo uma doença progressiva iniciada com transformações no tecido 
epitelial que reveste a camada interna do útero, que podem evoluir para um processo 
invasor num período que varia de 10 a 20 anos. O câncer de colo uterino é o câncer mais 
comum entre as mulheres no Brasil, correspondendo a, aproximadamente, 24% de 
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
38 
todos os cânceres. 
 
O câncer do colo do útero é uma doença de crescimento lento e silencioso. 
Existe uma fase pré-clínica, sem sintomas, com transformações intraepiteliais 
progressivas importantes, em que a detecção de possíveis lesões precursoras são por 
meio da realização periódica do exame preventivo do colo do útero. Ele progride 
lentamente, por anos, antes de atingir o estágio invasor da doença, quando a cura se 
torna mais difícil, se não impossível. Nessa fase os principais sintomas são sangramento 
vaginal, corrimento e dor. 
 
Os fatores de risco mais importantes para o desenvolvimento do câncer do 
colo do útero são: 
 
▪ Infecção pelo Papiloma Vírus Humano – HPV - sendo esse o principal fator de 
risco; 
▪ Início precoce da atividade sexual; 
▪ Multiplicidade de parceiros sexuais; 
▪ Tabagismo, diretamente relacionados à quantidade de cigarros fumados; 
▪ Baixa condição socioeconômica; 
▪ Imunossupressão; 
▪ Uso prolongado de contraceptivos orais; 
▪ Higiene íntima inadequada. 
 
A efetiva detecção precoce associada ao tratamento em seus estágios iniciais 
tem resultado em uma redução das taxas de incidência de câncer invasor que pode 
chegar a 90%. Por isso a importância do exame citopatológico (exame preventivo) que 
ser realizado em mulheres de 25 a 60 anos de idade, uma vez por ano e, após dois 
exames anuais consecutivos negativos, a cada três anos. 
 
O tratamento das pacientes portadoras desse câncer baseia-se na cirurgia, 
radioterapia e quimioterapia. O tratamento a ser realizado depende das condições 
clínica s da paciente, do tipo de tumor e de sua extensão. Quando o tumor é inicial, os 
resultados da cirurgia radical e da radioterapia são iguais. 
 
 Miomas Uterinos: 
 
O mioma uterino é uma doença benigna que acomete as mulheres no 
período reprodutivo, sendo sua incidência de 25% ao redor dos 35 anos. A causa é 
desconhecida, mas sabe-se que seu crescimento é dependente de fatores hormonais, 
diminuindo de tamanho após a menopausa. Podem ser únicos ou múltiplos e desde 
bem pequenos até atingir enormes volumes. Pode ser um achado num exame 
ginecológico de rotina, ou em um exame onde a paciente procura o médico por estar 
apresentando sangramento acima do padrão normal do seu ciclo menstrual, muitas 
vezes com coágulos, podendo resultar em anemia. Os miomas uterinos são 
classificados em: Intramurais, subserosos, submucosos. Os que causam maior 
sangramento são os miomas submucosos. 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 4 
39 
Os miomas podem ser assintomático, podendo ser descobertos em um exame 
ginecológico de rotina, sendo detectado um útero aumentado de tamanho com uma 
formação nodular e assimétrico. Mas dependendo do tamanho, da localização, a 
paciente refere os seguintes sintomas: 
 
▪ Sangramento genital aumentado, com presença de coágulos; 
▪ Dor pélvica. + cólicas no período menstrual e pré-menstrual; 
▪ Peso no baixo ventre; 
▪ Constipação por compressão do intestino (porção retal); 
▪ Dor no ato sexual; 
▪ Massa palpável no abdômen, quando em decúbito; 
▪ Compressão da bexiga. 
 
Nem toda pacientedeve ser tratada de mioma, já que se trata de uma doença 
benigna e que na grande maioria dos casos não causa sintomas. O conceito principal é 
de que o mioma deve ser tratado quando causa sintomas significativos, para esses casos 
existem três tipos de tratamento: medicamentoso, cirúrgico e embolização (onde é 
realizada a colocação de um cateter dentro da artéria uterina que nutre o mioma, 
seguida da injeção de agentes que levam à formação de êmbolos no interior da artéria, 
com interrupção do fluxo de sangue). Nos casos assintomáticos, a paciente deve ser 
acompanhada regularmente. 
 
  Infecções Sexualmente Transmissíveis: 
 
As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) são doenças causadas por vários 
tipos de agentes. São transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso de 
camisinha, com uma pessoa que esteja infectada e, geralmente, se manifestam por 
meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas. Certas DSTs são de fácil tratamento e 
de rápida resolução. Outras, contudo, têm tratamento mais difícil ou podem persistir 
ativas, apesar da sensação de melhora relatada pelos pacientes. As mulheres, em 
especial, devem ser bastante cuidadosas, já que, em diversos casos de DST, não é fácil 
distinguir os sintomas das reações orgânicas comuns de seu organismo. Isso exige da 
mulher consultas periódicas ao médico. Algumas DSTs, quando não diagnosticadas e 
tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves e até a morte. 
 
Determinadas DSTs também podem ser transmitidas da mãe infectada para o 
bebê durante a gravidez ou durante o parto. Podendo provocar assim, a interrupção 
espontânea da gravidez ou causar graves lesões ao feto, outras podem também ser 
transmitidas por transfusão de sangue contaminado ou compartilhamento de seringas e 
agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis. As principais síndromes em DSTs 
são observadas no Quadro 2 a seguir. 
 
 
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
40 
Quadro 2 - Principais Síndromes em DST 
 
Síndrome Sintomas mais comuns Sinais mais comuns Causas mais comuns 
Corrimento 
Vaginal 
Prurido; 
Dor à micção; 
Dor durante relação 
sexual; 
Odor fétido. 
Edema de vulva; 
Hiperemia de vulva; 
Corrimento vaginal e/ou 
cervical. 
Vulvovaginite infecciosa: 
Tricomoníase; 
Vaginose Bacteriana. 
Candidíase Cervicite: 
Gonorréia; 
Infecção por Clamídia. 
Corrimento 
Uretral 
Corrimento uretral; 
Prurido; 
Dificuldade de urinar; 
Micções frequentes 
Odor fétido 
Corrimento uretral 
Gonorréia; 
Infecção por clamídia; 
Tricomoníase; 
Micoplasma; 
ureoplasma. 
Úlcera genital Úlcera genital 
Úlcera genital 
Aumento de linfonodos 
inguinais. 
Sífilis; Cancro Mole; 
Herpes genital; 
Donovanose. 
Desconforto ou 
Dor Pélvica na 
Mulher 
Dor ou desconforto 
pélvico; 
Dor durante relação 
sexual. 
Corrimento cervical; 
Dor à palpação Abdominal; 
Dor à mobilização do colo; 
Temperatura 
>37,5ºC. 
Gonorreia; 
Infecção por clamídia; 
Infecção por germes; 
Anaeróbios; 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2017) 
 
 Tipos de DST: 
 
Aids - Causada pela infecção do organismo humano pelo HIV (vírus da 
imunodeficiência adquirida). O HIV compromete o funcionamento do sistema 
imunológico humano, impedindo-o de executar adequadamente sua função de proteger 
o organismo contra as agressões externas, tais como: bactérias, outros vírus, parasitas e 
células cancerígenas. 
 
Cancro mole - Também chamada de cancro venéreo, popularmente é 
conhecida como cavalo. Manifesta-se através de feridas dolorosas com base mole. 
 
Gonorreia - É a mais comum das DST. Também é conhecida pelo nome de 
blenorragia, pingadeira, esquentamento. Nas mulheres, essa doença atinge 
principalmente o colo do útero. 
 
Clamídia - Também é uma DST muito comum e apresenta sintomas parecidos 
com os da gonorreia, como, por exemplo, corrimento parecido com clara de ovo no 
canal da urina e dor ao urinar. As mulheres contaminadas pela clamídia podem não 
apresentar nenhum sintoma da doença, mas a infecção pode atingir o útero e as 
trompas, provocando uma grave infecção. Nesses casos, pode haver complicações 
como dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas (fora do útero), parto 
prematuro e até esterilidade. 
 
Herpes genital - Manifesta-se a partir de pequenas bolhas localizadas 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 4 
41 
principalmente na parte externa da vagina e na ponta do pênis. Essas bolhas podem 
arder e causam coceira intensa. Ao se coçar, a pessoa pode romper a bolha, causando 
uma ferida. 
 
Sífilis - Manifesta-se inicialmente como uma pequena ferida nos órgãos sexuais 
(cancro duro) e com ínguas (caroços) nas virilhas. A ferida e as ínguas não doem, não 
coçam, não ardem e não apresentam pus. Após certo tempo, a ferida desaparece sem 
deixar cicatriz, dando à pessoa a falsa impressão de estar curada. Se a doença não for 
tratada, continua a avançar no organismo, surgindo manchas em várias partes do corpo 
(inclusive nas palmas das mãos e solas dos pés), queda de cabelos, cegueira, doença do 
coração, paralisias. 
 
Tricomoníase – Os sintomas são, principalmente, corrimento amarelo-
esverdeado, com mau cheiro, dor durante o ato sexual, ardor, dificuldade para urinar e 
coceira nos órgãos sexuais. Na mulher, a doença pode também se localizar em partes 
internas do corpo, como o colo do útero. A maioria dos homens não apresenta 
sintomas. Quando isso ocorre, consiste em uma irritação na ponta do pênis. 
 
Vaginose bacteriana - é uma síndrome clínica resultante de um desequilíbrio 
da flora vaginal, correspondendo à principal causa de corrimento vaginal. O fator 
desencadeante é desconhecido, porém sabe-se que há uma diminuição dos lactobacillus 
e um crescimento polimicrobiano exagerado de bactérias anaeróbicas, Gardnerella 
vaginalis e Mycoplasma hominis. 
 
Donovanose - É uma infecção causada pela bactéria Klebsiella granulomatis, 
que afeta a pele e mucosas das regiões da genitália, da virilha e do ânus. Causa úlceras 
e destrói a pele infectada. É mais frequente no Norte do Brasil e em pessoas com baixo 
nível socioeconômico e higiênico. 
 
 Exame de Prevenção do Câncer de Colo de Útero: Coleta do Material 
Citopatológico: 
 
O exame citopatológico (Papanicolaou) é o exame preventivo do câncer do colo 
do útero. Ele consiste na análise das células oriundas da ectocérvice (parte externa do 
colo uterino) e da endocérvice (parte interna do colo uterino) que são extraídas por 
raspagem do colo do útero. 
 
A coleta do exame é realizada durante uma consulta ginecológica de rotina, 
após a introdução do espéculo vaginal, sem colocação de nenhum lubrificante (pode ser 
usado apenas o soro fisiológico). Normalmente não é doloroso, mas um desconforto 
variável pode acontecer, de acordo com a sensibilidade individual de cada paciente. As 
mulheres devem ter sido previamente orientadas a não terem relações sexuais ou 
fazerem uso de duchas, medicamentos ou exames intravaginais (como, por exemplo, a 
ultrassonografia) durante as 48 horas que precedem o exame. 
 
O exame deve ser realizado fora do período menstrual, pois o sangue dificulta a 
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome
http://pt.wikipedia.org/wiki/Flora_vaginal
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Corrimento_vaginal&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lactobacillus
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lactobacillus
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bact%C3%A9ria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gardnerella_vaginalis
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gardnerella_vaginalis
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Mycoplasma_hominis&action=edit&redlink=1
 
MÓDULO 4 ENFERMAGEM 
42 
leitura da lâmina, podendo até tornar o esfregaço inadequado para o diagnóstico 
citopatológico. Isto não quer dizer que, diante de um sangramento anormal, a coleta 
não possa ser realizada em algumas situações particulares. 
 
O procedimento de coleta propriamente dito deve ser realizado na ectocérvice 
e na endocérvice. No caso de mulheres histerectomizadas que comparecerem para a 
coleta, deve ser

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