Transtorno Afetivo Bipolar (1)

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Transtorno Afetivo Bipolar
Grupo Amarelo
Introdução
AFETIVIDADE 
 A vida afetiva é a dimensão psíquica que dá cor, brilho e calor a todas as nossas vivências. Influencia todas as outras funções psíquicas. 
 Distinguem-se cinco tipos básicos de vivências afetivas: humor ou estado de ânimo; emoções; sentimentos; afetos; paixões.
HUMOR
 O humor ou estado de ânimo “timia” é o tônus afetivo do indivíduo em um determinado momento. Capacidade do indivíduo de expressar suas emoções, sentimentos e paixões naquele momento. 
 É uma forma de vivência afetiva. Dessa forma, uma alteração do humor é também uma alteração da afetividade.
EUTIMIA: Humor normal. Não existe um estado de humor totalmente estável, nós modulamos nosso humor conforme as vivências. 
DISTIMIA: Alteração patológica do humor, no sentido da inibição (hipotimia) ou da exaltação (hipertimia).
Definição
TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR
	O transtorno afetivo bipolar é uma doença crônica, que tem como característica mais marcante a oscilação entre episódios de depressão e mania ou hipomania.	
	Para falar sobre o transtorno afetivo bipolar, é necessário entender melhor esses três conceitos: depressão maior, mania e hipomania.
Transtorno Bipolar tipo I
Critérios Diagnósticos
	CID 10	DSM-5
	 
A característica essencial do Transtorno Bipolar I é um curso clínico caracterizado pela ocorrência de um ou mais episódios maníacos OU episódios mistos. Com freqüência, os indivíduos também tiveram um ou mais episódios depressivos maiores.	 
Para diagnosticar transtorno bipolar tipo I, é necessário o preenchimento dos critérios para um episódio maníaco. O episódio maníaco PODE ter sido antecedido ou seguido por episódios hipomaníacos ou depressivos maiores. 
 
Foram atendidos os critérios para pelo menos um episódio maníaco. 
A ocorrência do(s) episódio(s) maníaco(s) e depressivo(s) maior(es) não é mais bem explicada por outro transtorno.
Transtorno Bipolar tipo I
 PRINCIPAIS PONTOS PSICOPATOLÓGICOS:
Tem como característica principal a presença de um ou mais episódios maníacos.
O episódio maníaco deve ter duração mínima de uma semana e estar presente a maior parte do dia, quase todos os dias.
O episódio maníaco deve ser grave ao ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento do indivíduo OU necessitar de hospitalização para prevenção de dano a si ou outras pessoas.
Pode ter características psicóticas (delírios e alucinações).
Os episódios maníacos podem ou não ser antecedidos ou precedidos por episódios depressivos maiores ou hipomaníacos (não são necessários para caracterizar o transtorno).
Os episódios não são mais bem explicados por nenhum outro transtorno, efeitos fisiológicos de uma droga de abuso ou efeitos colaterais de medicamentos ou tratamentos.
Transtorno Bipolar tipo I
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Aumento da energia;
Inquietação – aumento da atividade;
Aceleração de pensamento e fuga de ideias;
Aceleração na fala;
Dificuldade de concentração;
Diminuição da necessidade de sono;
Agitação psicomotora;
Impulsividade;
Euforia;
Irritabilidade;
Autoestima inflada ou grandiosidade;
Potencial para envolvimento em atividades perigosas;
Características psicóticas;
Nos períodos depressivos, podem demonstrar diminuição da energia, da atividade e do prazer, tristeza, fadiga, sentimentos de inutilidade ou culpa, lentificação psicomotora.
Transtorno Bipolar tipo II
Critérios Diagnósticos
	CID 10	DSM-5
	A característica essencial do transtorno bipolar II é um curso marcado pela ocorrência de um ou mais episódios depressivos maiores (CRITÉRIO A), acompanhados por pelo menos um episódio hipomaníaco (CRITÉRIO B).
 
Os episódios de transtorno do humor induzido por substância ou de transtornos do humor devido a uma condição médica geral não devem ser contabilizados para um diagnóstico de transtorno bipolar I.
 
Os episódios não são melhor explicados por outros transtornos.	Para diagnosticar transtorno bipolar tipo II, é necessário o preenchimento dos critérios para pelo menos um episódio hipomaníaco atual ou anterior E os critérios para um episódio depressivo maior atual ou anterior.
	A. Foram atendidos os critérios para pelo menos um episódio hipomaníaco.
	B. Jamais houve um episódio maníaco.
	C. A ocorrência do(s) episódio(s) hipomaníaco(s) e depressivo(s) maior(es) não é mais bem explicada por outros transtornos.
	D. Os sintomas de depressão ou a imprevisibilidade causada por alternância frequente entre períodos de depressão e hipomania causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outra área importante da vida do indivíduo.
 
Transtorno Bipolar tipo II
PRINCIPAIS PONTOS PSICOPATOLÓGICOS:
Tem como características principais a presença de um ou mais episódios depressivos maiores e pelo menos um episódio hipomaníaco;
O episódio depressivo maior deve ter duração de pelo menos duas semanas;
O episódio hipomaníaco deve ter duração de, no mínimo, quatro dias;
A presença de um episódio maníaco exclui o diagnóstico de transtorno bipolar tipo II;
Os episódios depressivos devem causar prejuízos clinicamente significativos. Os episódios hipomaníacos não precisam atender essa exigência, ou poderiam ser diagnosticados como episódios maníacos;
Os episódios não são mais bem explicados por nenhum outro transtorno.
Transtorno Bipolar tipo II
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Compartilha das características do transtorno afetivo bipolar tipo I, mas os episódios não são graves ao ponto de causar prejuízo grave no funcionamento ou internação;
Não tem alucinação ou delírio;
Mudanças e oscilações imprevisíveis do humor e grande instabilidade.
OBSERVAÇÕES RELEVANTES SOBRE O TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR TIPO I E TIPO II
COMORBIDADES: transtornos de ansiedade são comuns, assim como transtorno por uso de substância.
DESENVOLVIMENTO E CURSO: O TAB tipo I geralmente tem início aos 18 anos, e o TIPO II aos 25 anos. É uma doença crônica, mas que pode ser controlada com medicação e terapia.
FATORES DE RISCO: Seu desenvolvimento tem ligação a fatores genéticos e ambientais. História familiar de transtorno bipolar é um dos fatores de risco mais fortes para transtornos dessa categoria.
CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS: Embora a maior parte indivíduos com o transtorno retorna a um nível totalmente funcional entre os episódios, muitos podem apresentar prejuízo importante no funcionamento, em especial à recuperação do funcionamento profissional, devido à dificuldade em manter a produtividade, e problemas no relacionamento interpessoal.
RISCO DE SUICÍDIO: O risco de suicídio ao longo da vida em pessoas com transtorno bipolar é estimado em pelo menos 15 vezes o da população em geral. O TAB pode responder por um quarto de todos os suicídios. Cerca de um terço dos indivíduos com TAB I e II tem pelo menos uma tentativa de suicídio ao longo da vida. Por isso é muito importante o acompanhamento medicamentoso e terapêutico.
TRATAMENTO: O tratamento geralmente é realizado com fármacos estabilizadores do humor (ex.: carbamazepina, valproato e topiramato), e com psicoterapia, como a Terapia Cognitivo Comportamental. É perigoso o uso de antidepressivo, pois pode desencadear um episódio de mania.
Importante realizar exercícios físicos, ter a família envolvida nesse processo e trabalhar no conhecimento acerca da doença.
Caso real
Resumo:
 Leonardo apresentava alguns sintomas do transtorno desde os 02 anos de idade, como agitação psicomotora e irritabilidade excessiva; contudo, só foi diagnosticado com Transtorno Afetivo Bipolar após 10 anos do início dos sintomas, após desencadear um surto psicótico. Após desenvolver um surto psicótico durante um episódio de mania, no qual apresentou delírio e alucinações visuais, o paciente retornou ao psiquiatra e então foi diagnosticado com TAB.
Tratamento:
 Leonardo toma medicamentos para controlar as alterações de humor. Evita alimentos estimulantes para não entrar em estado de mania e pratica atividade física para ajudá-lo a se manter mais calmo, extravasar sua irritação.
 Opaciente faz acompanhamento psicológico. Além disso, diariamente realiza um treinamento cognitivo recomendado pelo psicólogo. Como Leonardo também tem TDAH e não pode tomar o medicamento, pois poderia causar uma crise maníaca, ele exercita o cérebro com uma atividade desenvolvida para pessoas que tratam o TAB, um treinamento que inclui contas, memorização de palavras e leitura.