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RESUMO PROVIDENCIAS PREMINILARES

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PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES (preparação da fase saneadora) 
 
O novo Código instituiu certas medidas que o juiz, eventualmente, deve tomar logo após a resposta 
do réu e que destinam a encerrar a fase postulatória do processo e a preparar a fase saneadora. 
 
Estas providências preliminares resultam da necessidade de manter o processo sob o domínio 
completo do princípio do contraditório. 
 
Dessa forma, findo o prazo de resposta do réu, os autos são conclusos ao juiz que, em cinco dias, 
poderá tomar uma dentre as seguintes providências: 
 
DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E DO SANEAMENTO 
Art. 347. Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o caso, as providências preliminares constantes 
das seções deste Capítulo. 
Em caso de revelia: 
 
Embora a ausência de contestação possa viabilizar o julgamento antecipado de mérito, nos termos 
do artigo 355/CPC, para os casos em que a revelia não gere presunção de veracidade (art. 345/CPC), 
deverá o juiz ordenar que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não tiver as 
indicado: 
 
Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344, 
ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado. 
 
Em caso de contestação: 
 
Defesa indireta – tendo o réu alegado em sua resposta fato impeditivo, modificativo ou extintivo do 
direito do autor, o juiz determinará sua ouvida, a título de réplica. 
 
Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 
15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova. 
 
O autor apresentará a réplica em duas situações: 
 
a) quando o réu, reconhecendo o fato em que se fundou a ação, outro lhe opuser em caráter 
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor; 
 
b) quando, em preliminar de contestação, for alegada qualquer das matérias enumeradas no artigo 
337/CPC. 
 
Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo 
de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova. 
 
 
Em caso de vícios sanáveis – Na ocorrência de nulidades ou irregularidades que possam ser passíveis 
de correção, o juiz mandará que sejam supridas em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias, nos termos 
do artigo 352/CPC: 
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Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua correção em prazo 
nunca superior a 30 (trinta) dias. 
 
Porém, se as nulidades encontradas de ofício pelo juiz forem de natureza insanável, não haverá 
determinação de providências preliminares, sendo que nesta hipótese o juiz proferirá sentença de 
extinção do feito, conforme artigo 354/CPC. 
 
 
JULGAMENTO CONFORME ESTADO DO PROCESSO 
 
Cumpridas as providências preliminares ou não havendo necessidade delas, determina o artigo 353 
que o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo. 
 
Não há necessidade de providências preliminares quando: 
 
- não houver resposta do réu nem inocorrência dos efeitos da revelia; 
- o réu não produzir defesa indireta; 
- inexistir irregularidade processual a ser sanada; 
- não for juntado documento com a contestação. 
 
Com o julgamento no estado do processo, o juiz realiza o completo saneamento do processo, que já 
se iniciou por ocasião das providências preliminares. Logo, o saneamento não se trata de um ato 
único, mas sim de uma fase processual. 
 
Dessa forma, além de preparar o processo para eventual instrução probatória, ou extingui-lo, verifica-
se que de acordo com as disposições contidas no CPC o julgamento conforme estado do processo 
pode consistir em uma das seguintes situações: 
I) extinção do processo – art. 354/CPC 
II) julgamento antecipado do mérito – art. 355/CPC 
III) julgamento antecipado parcial do mérito – art. 356/CPC 
IV) saneamento e organização do processo – art. 357/CPC 
 
EXTINÇÃO DO PROCESSO 
 
Nos termos do artigo 354, o juiz proferirá sentença, sem apreciar o mérito, nas 
hipóteses previstas no artigo 485 do CPC: 
 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I - indeferir a petição inicial; 
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; 
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; 
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
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VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua 
competência; 
VIII - homologar a desistência da ação; 
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e 
X - nos demais casos prescritos neste Código. (ex. confusão entre autor e réu) 
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 
(cinco) dias. 
§ 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor 
será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. 
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, 
enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. 
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. 
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do 
réu. 
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para 
retratar-se. 
Em todos esses casos do artigo 485, a sentença do juiz é apenas terminativa, pois os 
aspectos examinados são de natureza formal, isto é, são ligados ao exame da 
admissibilidade do processo tão somente, sem ferir o mérito da causa. Não há, 
portanto, uma resposta direta ao pedido do autor. 
 
Poderá também o juiz, nos termos do artigo 354, proferir julgamento conforme o 
estado do processo, para extingui-lo antecipadamente, com resolução de mérito, nos 
casos do artigo 487, incisos II e III/CPC: 
 
Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença. 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será 
impugnável por agravo de instrumento. 
 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; 
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III - homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
b) a transação; 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem 
que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. 
Nesses casos, a sentença será definitiva, com composição do mérito, uma vez que em 
sendo homologatória, ou não, a decisão corresponde à prestação integral da tutela 
jurisdicional. 
 
JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO 
 
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução 
de mérito, quando: 
I - não houver necessidade de produção de outras provas; 
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de 
prova, na forma do art. 349. 
 
É a situação em que o juiz examinará o pedido e proferirá a sentença contendo a 
própria solução da lide, sem passar pela audiência de instrução e julgamento. Nashipóteses do artigo 355, não há porque se produzir provas orais em audiência, de modo 
que a sentença é definitiva. 
 
Ex: questão de fato depender apenas de interpretação de documentos já trazidos pelas 
partes aos autos; se não há requerimento de prova oral; se os fatos são incontroversos; 
se não houve contestação. 
 
Além disso, não deve o juiz promover diligências inúteis, como também, não 
dependem de prova fatos admitidos no processo como incontroversos ou em cujo 
favor milita presunção legal de existência ou veracidade. 
 
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do 
mérito. 
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias. 
 
Art. 374. Não dependem de prova os fatos: 
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I - notórios; 
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; 
III - admitidos no processo como incontroversos; 
IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. 
 
JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO 
 
O novo Código prevê a possibilidade de fracionamento do objeto do processo no artigo 
356: 
 
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: 
I - mostrar-se incontroverso; 
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. 
§ 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida. 
§ 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o 
mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto. 
§ 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. 
§ 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos 
suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. 
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento. 
 
Não se tata de mera faculdade, mas sim de um dever do juiz, por força da necessidade 
de uma solução rápida e efetiva da lide, relacionada à garantia constitucional do 
“processo justo”, que é uma moderna visão do devido processo legal. 
 
A decisão parcial de mérito corre na fase do julgamento conforme o estado do 
processo, evitando protelação de questões maduras para resolução. São duas 
hipóteses: 
 
a) quando, entre os diversos pedidos cumulados, um ou mais deles, ou parcela deles 
se mostra incontroverso e; 
 
b) quando estiver em condições de imediato julgamento, segundo a regra do artigo 
355/CPC. 
 
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Porém, para que se proceda ao julgamento antecipado parcial da lide nos termos do 
artigo 356/CPC, é necessário que a questão a ser enfrentada antecipadamente seja 
autônoma e destacável do destino do restante do mérito da causa, não existindo a 
necessidade de produção de outras provas. 
 
Em outras palavras, essa “parcela destacável” do julgamento viabiliza solução que não 
sofrerá mudança em razão do posterior julgamento das demais questões, qualquer que 
seja ele. 
 
Obs.: não se exige que a parcela enfrentada antecipadamente corresponda à obrigação 
líquida, de modo que nos termos do parágrafo primeiro do artigo 256/CPC, a decisão 
pode reconhecer a existência de decisão líquida como ilíquida. 
 
Obs.: líquida: além de certa quanto à existência, é determinada (precisa) quanto ao seu 
respectivo objeto. Ilíquida é a obrigação genérica, visto que apesar de certa quanto à 
existência, não se tem possibilidade, desde logo, de se identificar quantitativamente o 
seu objeto, exigindo, portanto, posterior liquidação. 
 
O credor beneficiado pelo julgamento antecipado parcial não depende, para executá-
lo, da complementação da prestação jurisdicional sobre o restante do objeto litigioso. 
Depende apenas da liquidez da obrigação que lhe foi judicialmente reconhecida. (art. 
356, § 2º/CPC). 
 
Definitivo é o cumprimento da decisão parcial de mérito, quando esta houver 
transitado em julgado. Provisório, quando existir recurso pendente sem efeito 
suspensivo (art. 356, §3º/CPC). 
 
Obs.: autos suplementares: assim como pode ocorrer na fase de cumprimento de 
sentença, também aqui pode ser determinado que o cumprimento da decisão parcial 
de mérito seja processada em autos suplementares, requerimento da parte ou a 
critério do juiz, a fim de se evitar prejuízo ao andamento do restante do feito (art. 356, 
§4º/CPC). 
 
Recurso cabível: 
 
O julgamento proferido neste caso é uma decisão de mérito, de modo que transita 
materialmente em julgado, nos termos dos artigos 502 e 503/CPC. 
 
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não 
mais sujeita a recurso. 
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal 
expressamente decidida. 
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§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo, 
se: 
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito; 
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; 
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal. 
§ 2o A hipótese do § 1o não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à cognição que 
impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial. 
 
 
Entretanto, não põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, nem extingue a 
execução (o que é papel da sentença – art. 203), motivo pelo qual possui status de 
decisão interlocutória, razão pela qual o recurso contra ela manejável é o de agravo de 
instrumento (art. 356, §5º/CPC) 
 
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. 
§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual 
o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a 
execução. 
§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1o. 
§ 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da 
parte. 
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser 
praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário. 
 
SANEAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO 
 
No CPC/1973, havia previsão de um “despacho saneador”, sendo que no atual código 
se fala em um “fase saneadora”, de modo que a análise e saneamento, em tese, pode 
ocorrer desde o recebimento da petição inicial, encerrando-se com o julgamento 
conforme o estado do processo. 
 
Assim, embora não se tenha como apurar efetivamente o início da atividade 
saneadora, em conformidade com as peculiaridades de cada situação concreta, pode-
se afirmar que o encerramento ocorre por ocasião da decisão de saneamento, nos 
termos do artigo 357/CPC. 
 
Do Saneamento e da Organização do Processo 
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Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de 
organização do processo: 
I - resolver as questões processuais pendentes, se houver; 
II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; 
III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373; 
IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito; 
V - designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento. 
§ 1o Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 
(cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável. 
§ 2o As partes podem apresentar ao juiz,para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a 
que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz. 
§ 3o Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o 
saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a 
integrar ou esclarecer suas alegações. 
§ 4o Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) 
dias para que as partes apresentem rol de testemunhas. 
§ 5o Na hipótese do § 3o, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas. 
§ 6o O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de 
cada fato. 
§ 7o O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos 
individualmente considerados. 
§ 8o Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no art. 465 e, se possível, 
estabelecer, desde logo, calendário para sua realização. 
§ 9o As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências. 
De fato, quase sempre a atividade saneadora ocorre ao longo da fase postulatória, 
enquanto os litigantes estão deduzindo suas pretensões, de modo que o juiz vai 
paulatinamente suprindo ou fazendo suprir as nulidades ou irregularidades sanáveis 
(podendo até decretar as nulidades insanáveis). 
 
Porém, na atual sistemática pode haver audiência de saneamento em causas 
complexas, cuja matéria de fato ou de direito exija que a atividade saneadora seja feita 
em cooperação com as partes, de modo que as mesmas são convidadas à integrar ou 
esclarecer suas alegações. (art. 357, §3º). 
 
A decisão saneadora nem sempre ocorre, pois pode o juiz passar diretamente da fase 
postulatória para o julgamento de mérito, nos termos do artigo 355/CPC. 
 
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Pressupõe que o processo está em ordem e que a fase probatória por ser iniciada, uma 
vez que não existe vício na relação processual, não tendo sido o caso de se extinguir o 
processo, nem o de julgar antecipadamente o mérito. 
 
O conteúdo está exposto no artigo 357, podendo se apurar que a decisão interlocutória 
de saneamento representa uma declaração positiva de: 
 
a) admissibilidade da ação – por concorrerem suas condições (interesse e 
legitimidade). 
 
b) validade do processo – por concorrerem todos os pressupostos e requisitos 
necessários à formação e desenvolvimento válido da relação processual. 
 
c) delimitação dos fatos a provar, com a especificação dos meios de prova pertinentes; 
bem como das questões de direito relevantes para a decisão do mérito. 
 
d) definição da distribuição do ônus probatório 
 
obs: Em relação ao ônus da prova 
 
No CPC: Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. 
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva 
dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, 
poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá 
dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. 
No CDC: Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
(...) 
 VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, 
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de 
experiências.

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