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Arquitetura no Brasil - Sistemas Construtivos - 3 Pisos

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CAPÍTULO 3 
PISOS 
Os pisos são muito variados na arquitetura tradicional brasileira, aparecendo 
desde os de terra socada até o parquet, tão em moda no f im do século XIX e princípios 
do atual, cada um com suas características de fatura e uso. 
- T E R R A BAT IDA 
Nos pisos de terra batida deixa-se o piso natural, socando-se apenas a terra de 
modo a proporcionar uma superfície mais consistente e uniforme. Quando a terra do 
local não se liga bem, junta-se a ela certa quantidade de argjla e água, para então ser 
feito o apiioamento. É também tradição corrente o uso de sangue de boi nestes pisos 
para se obter melhor liga. É provável que nas construções mais cuidadas se colocasse 
por baixo da camada de terra socada uma determinada porção de areia ou pedregulho 
de modo a obter-se uma drenagem das águas que porventura existissem, evitdndo-se, 
assim, sua acumulação. 
- LADR I LHOS DE B A R RO '^ 
Consistem no assentamento, sobre a terra socada, em argamassa de terra, tijo-
los de barro cozido, à feição das modernas mezanelas. Os tijolos são, em geral, de di-
mensões retanguiares, de cor ciara, motivada pelo uso de argilas escolhidas e bem trata-
das e pela queima. Contudo sua duração é precária, em razão de seu fácil desgaste pelo 
uso. 
Quando quadrados, os ladrilhos têm mais ou menos as dimensões de 0,30 x 
0,30 x 0,07m. e, se retanguiares, 0,20 x 0,30 x 0,07m. ou 0,20 x 0,40 x 0,08m. São 
colocados em fiadas contínuas, de xadrez, sem mata-juntas quando quadrados, e às 
vezes em espinhas, quando retanguiares. 
73 
- T A B UADO CORR IDO 
Para o tabuado corrido os barrotes são assentados sobre os baldrames, em re-
baixes destes e meia madeira daqueles, com dimensões em torno do palmo e espaçados 
de 0,30 X 0,50m.. Sobre eles são assentadas as tábuas, fixadas a prego. Estas são na 
maior largura que se possa obter, em média de 0,40m. e com espessura em torno de 
0,30m. Estas tábuas podem ser de diversos tipos: (fig. 41) 
De juntas secas, isto é, sem qualquer encaixe entre elas, apenas encostadas 
umas às outras. Neste caso, quando elevadas do chão e não existindo forro por baixo, 
levam às vezes cordões de mata-junta nas emendas, pregados por baixo, de seção re-
tangular ou perfilada, afim de evitar a penetração de ar pelas frestas; 
Em meia madeira ou meio f io , desencontrado de cada lado da tábua, de modo 
a que uma descanse sobre o meio fio da anterior e receba a sucessiva e assim por diante; 
De macho e fêmea, quando se encaixam uma na outra, tipo mais raramente 
usado. 
Os rebaixes do meio fio e do macho e fêmea têm as dimensões médias em 
torno de 0,20m.. As madeiras empregadas de início são sempre de muito boa qualida-
de, como jacarandá, canela parda ou preta, jatobá e outras, até que, no século X IX são 
os tabuados reduzidos em sua largura (0,10m. a 0,15m.), passando a ser conhecidos 
como frisas, quase sempre em macho e fêmea, com o emprego de pinho de riga, peroba 
do campo ou ipê, podendo ser encontradas, também, madeiras mais fracas, como o 
jequitibá rosa e o pinho nacional. 
Uma variedade deste piso é o de campas, nas igrejas, para cobertura de sepul-
turas. O barroteamento aqui é aparente e forma quadros de mais ou menos 2,00m. por 
0,80m., com rebaixos para receber as tábuas: uma, duas ou três. (fig. 42) 
Encontram-se também, neste t ipo, barroteamento de pedras. Quando de ma-
deira podem ser utilizadas espécies de cor diferentes, sendo os barrotes escuros (jacaran-
dá ou canela preta) e as tábuas claras. 
Nos pisos das cadeias, pode ocorrer reforçamento de madeira sob pisos de 
lajes ou de tabuado, consistindo em consoeiras de seção robusta, colocadas face a 
face ou com pequeno espaçamento para evitar sua perfuração para evasões. 
Em outros casos os barrotes são armados de modo a não sobrecarregarem vãos 
inferiores, (fig. 42-A) 
75 
p l l -
F1G.42 C a m p a s 
F I G . 4 2 A F o r r o s e p i s o s 
- LA J EADOS 
Consiste este tipo de piso no assentamento de lajes de pedra com argamassa 
de barro. As lajes podem ser trabalhadas por caníeiro, com forma geométrica, quadra-
da ou retangular, ou apenas com sua face aparente trabalhada. Podem, quando quadra-
das e de duas cores, pretas e brancas, serem dispostas à feição de xadrez. 
Mawe encontra em Vila Rica "ardósia para pavimentar quartos"^* mas prova-
velmente desejava referir-se a tijolos cozidos (mezanelas) ou ao quartizito comum na 
região. 
A espessura das lajes varia entre 0,05 e 0,10m, sendo usados arenitos, gneiss, 
calcáreos, e t c . Encontram-se, também, lajes de pedra sabão, melhor aparelhadas, po-
rém de maior espessura. 
- SE IXOS ROLADOS 
' Este tipo de piso consiste no assentamento sobre barro, de pedras redondas de 
rio, formando mosaico à feição mourisca (fig. 43), sistema que exige apiioamento para 
melhor apresentação e durabilidade. Podem ser empregados seixos de duas cores, pre-
tos e brancos, formando desenhos geométricos, em retângulos ou quadrados, diagona-
dos, definidos por fiadas de cor e preenchidos os espaços assim obtidos com pedras de 
cor diversa. Esta divisão pode ainda ser feita com lajes comuns colocadas a prumo, 
formando caixas, onde se inserem as pedras redondas, (foto 12) Círculos, losângulos, e 
estrelas são as figuras preferidas nos desenhos feitos com seixos rolados. 
O seixo rolado é também o tipo de calçamento empregado nas vias públicas e 
pátios internos. No interior das habitações o diâmetro das pedras é pequeno (mais ou 
menos 0,03m), geralmente usado nos saguões; nos páteos é maior (0,1 Om) e nas ruas 
ultrapassa este calibre. 
Denomina-se, ainda, este calçamento de calçada portuguesa ou pé de moleque. 
Nas vias públicas aparecem também as faixas de lajes, conhecidas como capistranas, 
(foto 13 e 14) funcionando como passeios. Nas vias em declive encontram-se fiadas de 
lajes postas a prumo, em forma de costelas (fig. 44) que trabalham como arrimo ten-
dente a anular a ação das enxurradas. Formam uma espécie de armação, mais solida-
mente fixada ao solo, circundando as pedras redondas menos ligadas aos terrenos. 
77 
F IG .43 P i s o de s e i x o s r o l a d o s , em d u a s co r e s 
F I G . 4 4 P i s o c om c o s f e l a 
78 
79 
Nota-se com este tipo de pavimentação o espírito visível de modenatura, apli-
cando-se pedras mais delicadas nos locais menores e mais nobres e ampliando-se os diâ-
metros à medida que crescem as áreas a preencher. 
- MÁRMORES ' 1, ' 
Os mármores são usados com a mesma técnica dos lajeados, sendo, entretanto 
o seu acabamento mais cuidado, o que se nota principalmente pelo polimento que os 
lajeados não recebem. Podem ser lisos, isto é, de uma só cor, com elementos iguais, ou 
formar desenhos a feição do parquet. Foram mais aplicados nas escadarias externas, 
nas soleiras de entrada, saguões e nas peças de circulação dos edifícios públicos, sejam 
administrativos ou religiosos, como vestíbulos, escadas e naves. 
- PARGUETS E TACOS 
• • • Os tacos são de forma retangular, com o comprimento múltiplo da largura 
(0,70m.) 1; 3 ou 1: 4. São colocados em xadrez, espinha, e t c , e podem levar nas extre-
midades as tabeiras, formadas por tacos de cor diversa, onde se inserem desenhos 
conhecidos como gregas. Já o parquet usa pedaços de madeira de formas variadas, de 
modo a permitir a formação de desenhos em mosaicos, sempre geométricos, estrelas, 
gregas, e t c . Os tacos são aplicados um a um, ao passo que o parquet vem para a obra 
em painéis, com os desenhos previamente armados, sendo assentados por placas com-
postas. 
's, n ; t Os tacos têm sua fixação à argamassa aumentada pelo uso de pregos (em for-
ma de L e em número variado) em sua face de contato, que também pode ser tornada 
mais aderente pela pintura, usando-se piche e pó de pedra. 
- LADRILHOS CERÂMICOS E H IDRÁULICOS 
São de barrocozido ou cimento, em cores lisas ou com desenhos que podem 
ser isolados em cada peça ou formados pela união de várias delas. As dimensões dos 
ladrilhos hidráulicos variam de 0 ,15x 0,15 x 0,20 x 0,20m. e a espessura é de cerca de 
0,02m.. Dos coloridos, alguns têm os perfis dos desenhos era rebaixos. 
81 
Há também ladrilhos de cor lisa com subdivisões em rebaixos permitindo se-
rem disfarçadas as verdadeiras juntas quando do seu assentamento. Os desenhos po-
dem ser geométricos, simples ou com composições mais complicadas, até mesmo rama-
gens, porém são sempre estilizados e repetidos. 
Os ladrilhos são mais aplicados nos pisos exteriores, varandas e páteos ou nas 
peças de serviço, cozinha e sanitários. 
Para sua aplicação, antes do uso do concreto armado, nos pavimentos elevados 
empregava-se o ferro laminado em duplo T ou mesmo o tr i lho, com os vãos preenchi-
dos por tijolos de maior comprimento ou abobadilhas de tijolos comuns, (fig. 45) 
Com esta técnica aparecem também os apoios de ferro fundido, cilíndricos, de peque-
no diâmetro, quase sempre lisos ou com formas que imitam as ordens clássicas com 
capitéis e estrias, muito miúdos e simplificados. 
Há, ainda, as vigas armadas de ferro, não só para vãos planos como para esca-
darias. 
NOTAS AO CAPÍTULO 3 
35 - Ver THEDIM BARRETO, PAULO-ob . cit., pgs. r i 6 e 117. .'. , 
36 — MAWE, JOHN - "Viagens ao Interior do Brasil" — Tradução de Selena Benevides Viana — 
Editora da Universidade de São Paulo — Livraria Itatiaia Editora Ltda. — Belo Horizonte -
1978 -pg . 123. 
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