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SignificadoTrabalho_EscolasAdministrativas_C.H.O. 2014

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COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES
(C.H.O.)
Prof. Ms. Marcos Tadeu Donegá
Fev.14
COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES (C.H.O.)
INTRODUÇÃO
	A seguir veremos algumas definições sobre “trabalho”. Estas servirão como ponto de partida para o nosso estudo sobre o significado do trabalho que pretende ser abrangente e crítico, entendendo esta atividade humana de maneira ampla e histórica.
TRABALHO s.m. Atividade física ou intelectual que visa a algum objetivo; labor, ocupação. / O produto dessa atividade; obra. / Esforço, empenho. / Fig. Preocupação, cuidado, aflição: que trabalho dão os filhos! / Lavor, esmero. / Literatura. Obra literária. / Fís. Produto do valor de uma força pela distância percorrida pelo seu ponto de aplicação. / Fisiologia. Fenômeno orgânico que se opera no interior dos tecidos. // Trabalho de sapa, conspiração, ação oculta que visa a prejudicar alguém. // Fig. Trabalho(s) de Hércules, tarefa que exige grande esforço e energia (por alusão às 12 empresas atribuídas a Hércules na mitologia grega).
©Enciclopédia e Dicionário Koogan-Houaiss Digital 
TRABALHO[Dev. de trabalhar.] Substantivo masculino. 
1.Aplicação das forças e faculdades humanas para alcançar um determinado fim.
2.Atividade coordenada, de caráter físico e/ou intelectual, necessária à realização de qualquer tarefa, serviço ou empreendimento.
3.Maneira de trabalhar a matéria, com manejo ou a utilização dos instrumentos de trabalho.
4.Esforço incomum; luta, faina, lida, lide.
5.Tarefa para ser cumprida; serviço.
6.Atividade que se destina ao aprimoramento ou ao treinamento físico, artístico, intelectual.
o trabalho de um técnico de futebol; trabalho escolar. 
7.Ação contínua e progressiva duma força natural, e o resultado dessa ação: 
A erosão eólia resulta do trabalho do vento. 
8.Resultado útil do funcionamento de qualquer máquina: 
o trabalho de uma escavadeira, de um trator. 
9.Tarefa, obrigação, responsabilidade: 
Seu trabalho é apenas impedir que os adversários se defrontem. 
10.Biol. Fenômeno ou conjunto de fenômenos que ocorrem num organismo e de algum modo lhe alteram a natureza ou a forma. 
11.Econ. Atividade humana, considerada como fator de produção (q. v.). 
12.Fís. Grandeza cuja variação infinitesimal é igual ao produto escalar de uma força pelo vetor deslocamento infinitesimal de seu ponto de aplicação [símb.: W]. 
13.Turfe Galope de treinamento, com tempo cronometrado, realizado durante a semana, como preparação para o páreo. 
14.Bras. Rel. Em cultos afro-brasileiros, esp. na umbanda e na quimbanda, ritual mágico-religioso realizado com finalidades quer apotropaicas e auxiliatórias, quer maléficas e anti-sociais. 
15.Bras. Restr. V. bruxaria (2). ~ V. trabalhos. 
16.Trabalho de sapa. 1. Conspiração ou ação oculta contra alguém. 
17.Trabalho de Sísifo. 1. [Segundo a lenda grega, Sísifo, rei de Corinto, tendo escapado astuciosamente a Tânatos, o deus da morte, enviado por Zeus para castigá-lo, foi levado por Hermes ao Inferno, onde o condenaram ao suplício de rolar uma rocha até o cimo de um monte, donde ela se despencava, devendo o condenado recomeçar incessantemente o trabalho.] Trabalho esgotante e inútil, pois uma vez terminado, se tem de recomeçar: 
18.Trabalho virtual. 1. Fís. O que as forças que atuam sobre um sistema realizariam quando efetuassem deslocamentos infinitesimais e virtuais compatíveis com os vínculos do sistema. 
© Dicionário Aurélio Digital 
TRABALHO: instrumento de tortura medieval
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
	No Brasil Imperial a palavra e a atividade trabalho estavam ligadas a tarefas executadas por escravos. Não trabalhar tinha um significado de nobreza e somente os donos de terras, empresários e intelectuais tinham este privilégio. Portanto, trabalho e trabalhar tinham uma conotação de escravidão e pobreza.
SIGNIFICADO DO TRABALHO
	Milhares de anos as condições materiais da nossa vida e existência foram fixas, com poucas ou nenhuma alteração. No entanto, à partir do início do século XIX, a história começou a sofrer profundas modificações com a chegada das máquinas à vapor, da locomotiva, do telégrafo, da eletricidade, da lâmpada, dos automóveis, dos aviões, do rádio, da televisão, da exploração espacial, da teoria da relatividade, da divisão atômica. Nos últimos 200 anos a humanidade e o homem produziram mais alterações que em milhares de anos. Contudo, a maior mudança de todas, ao meu entender, talvez tenha sido no modo do homem “ganhar a vida”. Ao longo deste texto exploraremos esta afirmativa.
	Em 1800 a população trabalhadora ativa, em sua maioria, vivia na zona rural, sendo a família a unidade básica da economia, ou seja, o pai trabalhava no campo, a mãe nos preparativos domésticos, exceto nos momentos de plantação e colheita onde nenhuma mão de obra era desperdiçada nem das crianças mais jovens e aos filhos eram atribuídas tarefas simples, mas de responsabilidade, que à medida que cresciam elas aumentavam de complexidade até que ao ingressarem no mundo adulto já eram capazes de desempenhar as mesmas tarefas dos pais. As propriedades rurais eram quase auto-suficientes. Mesmo em ano de colheitas pobres, os Agricultores não tinham a preocupação do desemprego; pois, o homem era seu próprio patrão, sendo que a sua produção pertencia a ele mesmo e sua família. Sua motivação era lógica: se não produzir passará necessidades e se produzir, gerará frutos palpáveis (o homem olhando sua plantação diria: “Olha o que eu criei”). As relações no trabalho e na família eram as mesmas, havendo, portanto, um sentido amplo de unidade. Os meios e bens de produção, bem como, o produto final do esforço e do trabalho pertenciam a quem os produziu, isto é , a família. Todas as etapas do trabalho rural eram feitas pelo mesmo trabalhador, tendo a noção máxima do sentido do seu esforço e empenho, onde tudo possui um começo, meio e fim e pertence a uma unidade indivisível.
	Na vida urbana, os trabalhadores ( Artesãos ) também realizavam o todo da sua “arte” e da sua profissão. Não havia divisão na atividade que realizavam, sendo o profissional responsável por realizar todas as tarefas para chegar ao resultado final. Por exemplo: Construir uma carroça, fazer selas para montaria, confeccionar um terno ( em alguns casos tecia o próprio pano ). Aqui também o trabalho era uma unidade e o “ofício” passado de pai para filho.
	Com o início da Revolução Industrial, as alterações ocorrem no âmbito tecnológico e na relação do homem com o trabalho, pois este deixa de ser seu próprio patrão para se tornar empregado de uma empresa e se transformar em homem urbano.
	A divisão de tarefas na linha de produção passa a ser regra, uma vez que a eficiência tem relação direta com a máxima divisão de tarefas. O trabalho, como o entendemos até aqui, passa a perder seu significado, tornando-se alienado e massificante. O Artesão perde espaço na sociedade de fabricação e o trabalhador adquiri uma “profissão” de operar equipamento, que não será passada de geração para geração. Além disto, a questão do desemprego entra no cotidiano do trabalhador urbano e como conseqüência as crises na periferia e nas ações sindicais. Portanto, a divisão das tarefas faz com que o homem vá perdendo sua importância pessoal, sua realização, seu orgulho e sua motivação. Reiterando, a alienação e mais valia passam a ser um dos grandes produtos finais da Revolução Industrial.
TRABALHO ARTESANAL
O termo se aplica a certas tarefas que resistem à mecanização e requerem um treinamento longo e árduo dos seus praticantes. Os artesãos ainda predominam em indústrias como as de entretenimento, transportes, construção, embora tenham quase desaparecido em outras áreas, como a manufatura de roupas e vidraria. Ainda se emprega artesão na fábrica, para as áreas de manutenção e construção de modelos. Este não estálimitado a uma linha de produção ou a uma determinada máquina, conferindo-lhe uma sensação de liberdade, autonomia e escolha de ritmo. O artesão possui um rico sentimento de realização ( Cabeleireira(o), Pedreiro, Pintor, Encanador, montador de CPU’s e redes, configurador de sistemas ), pois dominam todo o processo de confecção do trabalho. Cada um pode estar orgulhoso não só do seu trabalho do dia a dia, mas também, do que fez de si mesmo. A maior parte do trabalho artesanal e especializado requer um treinamento longo e de maturação gradual. O sentimento de realização é intensificado pelo reconhecimento na comunidade, uma vez que, os seus serviços são únicos e de necessidade incontestável, como por exemplo do Eletricista, do Gráfico, do Encanador, do Alfaiate.
Em resumo, quando um trabalho proporciona oportunidades para controle do executor, autonomia, responsabilidade, significação ( utilidade ) e reconhecimento, ele se torna um fim em si mesmo e não um meio de vida. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Mesmo antigamente, o sitiante talvez possuísse um irmão mais novo ou um filho na cidade, um aprendiz de fabricante (carroça, celas, alfaiate, boticário...). Era um empregado e não seu próprio patrão; e, ainda assim, quão diferente e completo era seu trabalho, no sentido de unidade, quando comparado ao trabalho de um trabalhador na linha de produção de carros que somente aperta parafusos. 
	O trabalho nos séculos anteriores tinha um sentido único, de motivação lógica, ou seja, execução de tarefas com começo, meio e fim e, mesmo o trabalhador não sendo seu próprio patrão, realizava o todo das atividades para a fabricação de um bem. Era o sentido de unidade rica e de tarefas indivisíveis.
REFERÊNCIAS
Sayles, Leonard R. e Strauss, George – O Comportamento Humano nas Organizações – Editora Atlas – 1977
Dicionários Digitais – Koogan-Houaiss e Aurélio
TEORIAS ADMINISTRATIVAS
	O estudo da Administração e do comportamento humano no trabalho é um desdobramento da história das transformações econômicas, sociais e políticas de várias culturas, necessidades que o homem tem em sua natureza que precisam ser satisfeitas através de esforços organizados.
	Antes da industrialização as organizações humanas eram fundamentalmente as famílias, as tribos, a igreja, o exército e o Estado. Desde o início o homem sentiu necessidade de se organizar para as campanhas militares, para os problemas familiares, para a administração governamental. Na administração pré-industrial, dois temas aparecem constantemente: 1) Noção limitada das funções administrativas e 2) Pouca consideração pela atividade comercial. As construções épicas; pirâmides do Egito, Templo de Salomão aparecem como exceção a esta regra. Na Bíblia encontramos citações (êxodo- Moisés rumo à Terra Prometida) que explicam a forma piramidal dos organogramas organizacionais.
	Contribuições das civilizações antigas para a evolução das teorias administrativas:
	EGÍPCIOS –nas construções das pirâmides, dos canais de irrigação e outras edificações eles reconheceram o valor do planejamento das atividades, uma pessoa (conselheiro) na orientação das equipes, o princípio de organização em grupos, com divisão de atividades e responsabilidades e a técnica de descrição detalhada das tarefas de cada elemento do grupo. Tudo era documentado e estes registros mostram a organização e planejamento para garantir o êxito das construções de longo prazo.
	BABILÔNICOS (Iraque)– Código de Hamurábi, governador da Babilônia entre os anos de 2.000 a.C e 1700 a.C, constitui um texto de leis que orientou o povo no princípio de trabalho; instituiu o princípio da paga mínima, contratos de trabalho e recibos de pagamento que permitiam controlar as transações comerciais. Este código cobre todos os assuntos sobre negócios: vendas, empréstimos, contratos, sociedades, acordos e notas promissórias.
	GREGOS – desenvolveram a maneira de realizar negócios.
	ROMANOS – Desenvolveram um sistema semi-industrial de manufatura armamentista para a sua legião; de produção de cerâmica para o mercado mundial e, posteriormente, têxteis para a exportação.
	CHINESES – Constituição CHOW Imperador (1122 a 1116 a.C) que relacionou seu quadro de pessoal, do mais alto escalão até a mão-de-obra considerada serviçal; associada ao nome e função estava a descrição detalhada das tarefas de cada um com seus deveres e responsabilidades.
Em 129 a.C. fizeram uma seleção científica dos seus trabalhadores com critérios rígidos, estabelecendo-se variáveis de análise, como: habilidades dos indivíduos, conhecimento e experiência, traços de personalidade (caráter) 
Contribuições dos pensadores para a evolução das teorias administrativas:
PLATÃO ( 429 – 347 aC ) – Discípulo de Sócrates – preocupou-se profundamente com os problemas políticos e sociais. Enuncia a divisão do trabalho pela primeira vez. Em sua obra “A República” mostra como deve ser a forma democrática do governo e da administração dos negócios públicos.
ARISTÓTELES ( 384 – 322 aC ) – Discípulo de Platão – Divergiu bastante de seu mestre. Deu enorme impulso à Filosofia. Foi o criador da lógica. Na sua obra “Política” estuda a organização do Estado e distingue três formas de administração pública :
Monarquia ou governo de um só ( pode resultar em tirania )
Aristocracia ou governo de uma elite ( pode resultar em oligarquia )
Democracia ou governo do povo ( pode resultar em anarquia )
FRANCIS BACON ( 1561 – 1626 ) – Filósofo e Estadista Inglês. Fundador da lógica moderna. Cria o princípio da Prevalência do principal sobre o acessório.
RENÉ DESCARTES ( 1596 – 1650 ) – Fundador da Filosofia moderna. Criador do método cartesiano, com os seguintes princípios: 1- Dúvida – duvidar de tudo, 2- Análise ou decomposição – dividir o problema o máximo possível, 3- Síntese ou da composição – ir do simples para o complexo, do fácil para o difícil, fazendo um caminho gradual e 4- Enumeração – contar e recontar, verificar e reverificar, certificando-se que nada foi deixado para trás ou esquecido.
JEAN-JACQUES ROUSSEAU ( 1712 – 1778 ) – Cria a Teoria do Contrato Social: O Estado surge de um acordo de vontades. Crê que o homem é cordial e pacífico em sua essência.
KARL MARX ( 1818 – 1883 ) – Dominação do homem pelo homem. O Estado vem a ser uma ordem coercitiva imposta por uma classe social exploradora e dominante. Todos os fenômenos históricos são o produto das relações exploradoras econômicas entre os homens - Patrícios e Plebeus, Homens livres e escravos, Nobres e servos – em outras palavras, exploradores e explorados.
1-TEORIA OU ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO
	No início do séc. XX, dois Engenheiros desenvolveram os primeiros trabalhos a respeito da administração.
Frederick Winslow Taylor – Americano – Escola da Administração Científica.
Esta Escola formada por Engenheiros, onde encontramos relacionado o nome de Henry Ford (1863 a 1947), tinha a preocupação de AUMENTAR A EFICIÊNCIA ATRAVÉS DA RACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO, ou melhor, Taylor defendia a tese de que aumenta-se a eficiência da produção através da melhoria da produtividade da base operacional, dando-se ênfase na DIVISÃO DO TRABALHO. Esta abordagem é, portanto, uma análise da Base para o “Topo” da empresa.
Henry Fayol – Europeu – Escola de Anatomia e Fisiologia da Organização.
A preocupação básica de Fayol era dar ênfase na Anatomia (Estrutura) e na Fisiologia (funcionamento) das Organizações, acreditando assim que acertos na estrutura e funcionamento da empresa fazem aumentar a eficiência operacional e produtiva. Esta abordagem estuda do “topo” para a Base operacional. 
Apesar de ambos ( Taylor e Fayol ) terem pontos de vista diferentes, às vezes opostos, as suas idéias dão origem a chamada Teoria Clássica da Administração ou Teoria Tradicional da Administração. Esta teoria foi amplamente aplicada durante40 anos.
Para Taylor os elementos da Administração Científica são :
Estudo dos Tempos, Métodos e Processos
Supervisão Funcional
Padronização – Nível de produção, Ferramentas e Instrumentos
Planejamento
Princípio da Exceção – Tudo que desvia para mais ou menos tem que ser estudado, enquanto o padrão não.
A motivação do homem é por recompensa econômica e financeira
Ao primeiro período, no qual cuidou unicamente da racionalização do trabalho operário, pertencem os seguintes princípios aplicados às funções de supervisão elementar ( mestria ) :
1o. Princípio – Atribuir a cada trabalhador a tarefa mais elevada possível, de acordo com as suas aptidões pessoais – Seleção científica do trabalhador
2o. Princípio – Solicitar a cada trabalhador uma produção nunca inferior ao padrão estabelecido – Tempo Padrão
3o. Princípio – Atribuir aos trabalhadores tarifas de remuneração por unidade produzida para alcançar ou ultrapassar o padrão estabelecido – plano de incentivo salarial
Ao segundo período quando conclui que a racionalização do trabalho operário deveria ser logicamente acompanhada de uma estrutura geral da empresa, pois deve ser criado um sistema que reduza a sabotagem dos funcionários que diminuem propositadamente a produção, que amplie o conhecimento das gerências sobre as rotinas de trabalho e do tempo necessário para sua execução e que crie um padrão uniforme das técnicas e métodos de trabalho.
Para Fayol são seis as funções básicas de uma empresa :
Técnica
Comercial
Financeira
Segurança
Contábeis
Administrativa
A preocupação básica era aumentar a eficiência da empresa através da forma e disposição dos órgãos componentes da organização e das suas interrelações estruturais. Por isto a ênfase na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funcionamento) da empresa. É uma abordagem de cima para baixo e do todo para as partes. Assim predominava a atenção com a estrutura organizacional, com os elementos da administração, com a departamentalização e princípios gerais da administração.
Na empresa é preciso Prever, Organizar, Comandar, Coordenar e Controlar.
Origens da abordagem clássica 
Remontam às conseqüências geradas pela Revolução Industrial, Resumimos em dois pontos :
1)O crescimento acelerado e desorganizado das empresas
2)A necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações
2- TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS ou ESCOLA HUMANÍSTICA da ADMINISTRAÇÃO
	A Escola das Relações Humanas ou Escola Humanística surge com George Elton Mayo ( 1890 – 1947 ) – Australiano- como conseqüência imediata das conclusões obtidas na Experiência de Hawthorne em Chicago, da Western Electric Company, entre 1927 e 1932 e toma corpo após a depressão de 1929, evidenciando uma forte oposição à Teoria Clássica. Sua idéia central é a de que os seres humanos, enquanto operários, exerciam influência no comportamento organizacional e, consequentemente, nos resultados esperados dos setores produtivos.
	As origens desta teoria vêem :
Da necessidade de se humanizar e democratizar a administração
Do desenvolvimento das ciências humanas, principalmente da Psicologia e Sociologia
Das idéias da Psicologia Dinâmica de Kurt Lewin e
Das premissas e resultados obtidos na experiência de Hawthorne
A premissa da fábrica de equipamentos e componentes telefônicos, a Western Eletric, localizada no Bairro de Hawthorne, é a seguinte: Relações no trabalho influenciando diretamente no nível de produção. O estudo foi realizado no departamento de fabricação de relés
As conclusões da experiência de Hawthorne:
Nível de produção é resultante da integração social
O comportamento social dos empregados 
O homem é um ser social, sua motivação básica, ficando o salário como motivação secundária.
Engajamento e aceitação nos grupos informais da fábrica
As relações de aceitação e rejeição
Importância no conteúdo do cargo
A Teoria Clássica não chegou a perceber que o comportamento dos empregados sofre enorme influência das normas e valores desenvolvidos pelos grupos sociais de que participam.
O poder do grupo de provocar mudanças no comportamento individual é muito grande e a administração não pode tratar os empregados um a um, como se fossem átomos isolados.
A teoria das Relações Humanas contrapõe o comportamento social do empregado ao comportamento do tipo “Máquina” proposto pela Teoria Clássica. Enquanto os Clássicos se preocupavam exclusivamente com os aspectos formais da organização ( autoridade, responsabilidade,especialização, estudos de tempos e movimentos, departamentalização ), os pesquisadores de Hawthorne se concentravam quase que exclusivamente sobre os aspectos informais da organização ( grupos informais, comportamento social, crenças, atitudes, expectativas ). A empresa passou a ser visualizada como uma organização social.
3- TEORIA BUROCRÁTICA 
	Max Weber Sociólogo alemão que viveu de 1864 a 1920, estudou a organização dentro de seu próprio quadro de referência e definiu a administração como um sistema social burocrático, enfocando os aspectos institucionais da administração, tomando por base princípios da Sociologia, ciência política e do Direito. Weber e suas idéias abrem o campo da administração para outros tipos de organização, com ênfase nas governamentais, sendo estas a base da evolução administrativa em qualquer nação que usarmos como exemplo.
Ao final da década de 50, o movimento das Relações Humanas, experiência tipicamente democrática e americana, entrou em declínio. A introdução das ciências do comportamento na teoria administrativa, introduzindo uma filosofia humanística acerca da participação do homem na organização , trouxe uma profunda reviravolta na administração. Combateu de um lado a Teoria Clássica, mas não conseguiu proporcionar bases adequadas a uma nova teoria substituta.
A situação àquela época era a seguinte:
a) A Teoria Clássica proposta por Taylor e por Fayol, separadamente, deu ênfase à tecnologia e à racionalização dos métodos de trabalho. Trouxeram uma abordagem mecanicista que considerava o homem um apêndice da máquina.
b) A teoria das Relações Humanas proposta inicialmente por Elton Mayo, a partir da Experiência de Hawthorne, foi uma reação de oposição ao tradicionalismo da Teoria Clássica. Deu ênfase ao homem e ao clima psicológico de trabalho: A expectativa do empregado, as suas necessidades psicológicas, a organização informal e a rede não convencional de comunicações. A liderança passa a substituir a autoridade hierárquica formal.
ORIGENS DA TEORIA BUROCRÁTICA
1)Max Weber, principal representante desta Escola, pretende com esta teoria implantar uma síntese crítica e oposicionista entre as teorias clássica ( formal ) e das relações humanas ( informal ), aproveitando-se também dos estudos de Karl Marx.
2)A empresa é uma unidade social grande e complexa, gerando, portanto, conflitos que devem ser reconhecidos, assumidos e objetos de estudos e intervenções.
3)A influência direta da fenomenológica de Max Weber, da Dialética de Karl Marx e da Abstrata do Sociólogo Lévy-Strauss.
O “Estruturalismo” se preocupa com o relacionamento das partes na constituição do todo. A totalidade, a interdependência das partes e o fato que o todo é maior do que a soma das partes são as características básicas do estruturalismo. Assim o Estruturalismo se concentra no estudo das Organizações, na sua estrutura e na sua interação, conceituando Organização como sendo “unidades sociais ou grupamentos humanos, intencionalmente construídas e reconstruídas, a fim de atingir objetivos específicos”.
Apesar da oposição as Teorias Clássica e das Relações Humanas, a Teoria Burocrática tenta conciliar ambas analisando as Organizações a partir dos seguintes elementos :
Organização formal e informal
A racionalidade e irracionalidade das organizações
Os objetivos organizacionais e individuais
As relações formais e informais
As recompensassalariais e materiais e as simbólicas e sociais
A disciplina e a autonomia
A administração e o Trabalhador
Em resumo, os “Estruturalistas” reconheceram, pela primeira vez, o dilema da Organização: as tensões inevitáveis, que podem ser dirimidas, mas não eliminadas.
4- Quadro resumo das três Escolas Administrativas
	TEORIAS ADMINISTRATIVAS
	
	
	
	ESCOLAS
	TEÓRICOS
	PREMISSAS
	
	
	
	CLÁSSICA
	FREDERICK W. TAYLOR
	Aumentar a eficiência através da racionalização do trabalho
	
	HENRI FAYOL
	Aumentar a eficiência através da organização do trabalho
	 
	 
	 
	RELAÇÕES HUMANAS
	ELTON MAYO
	As relações humanas interferem na eficiência do trabalhador
	 
	 
	 
	“BUROCRÁTICA”
	MAX WEBER
	Fazer síntese entre as Escolas Clássica e Relações Humanas
5- INFLUÊNCIAS NAS ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
As normas administrativas e princípios da organização foram sendo transferidas das instituições do Estado ( Atenas e Roma ) para as instituições religiosas e militares.
5.1 IGREJA CATÓLICA – Estrutura simples e eficiente funcionando sob um único comando mundial, o Papa. A estrutura da organização eclesiástica serviu de modelo para várias empresas.
5.2 MILITAR – Princípio da unidade de comando, ou seja, um subordinado só pode ter um superior.
5.3 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – À partir de 1776, com a invenção da máquina à vapor por James Watt ( 1736 – 1819 ) e sua posterior aplicação nas linhas de produção, foi criada uma nova ordem econômica – social alterando a estrutura de funcionamento da sociedade da época.
Primeira Revolução Industrial – 1780 a 1860 – Revolução do carvão e do ferro
Segunda Revolução Industrial – 1860 a 1914 – Revolução do aço e da eletricidade
6- SOBRE A ORGANIZAÇÃO
6.1 ORGANIZAÇÃO FORMAL
Hierarquia oficial como ela se apresenta no papel. Piramidal.
Status
Diferença entre operários e pessoal do escritório.
Status medido pela opulência do escritório. Cada um em sua posição.
Pessoas do mesmo departamento, juntas.
Autoridade e Poder:
de cima para baixo
Ordens para baixo e informações para cima.
As informações sempre são relativas à produção e nunca em relação aos problemas humanos e ressentimentos.
Informações relativas a assuntos pessoais circulam em forma de cochichos. (não oficiais)
Comitês – tratar assuntos emocionais, pessoais e técnicos. Limitam-se a tratar de assuntos e queixas triviais e formais.
Ressentimentos se manifestam: greves, sabotagens, absenteísmo, etc.
Firma do tipo autoritário leva o trabalhador a um estado de civilidade e disciplina superficial.
Trabalham na presença do “chefe”. Atmosfera de medo.
Promoção
Gerentes promovem pessoas bem adaptadas ou que adotem seu ponto de vista. 
“Escolhidas” do gerente. 
Características das organizações formais
deliberadamente impessoal;
baseada em relações ideais;
baseada na “hipótese da gentalha” sobre a natureza humana. (a competição leva a máxima eficiência, luta de cada um por si leva a servir aos melhores interesses do grupo, homem unidade isolada que podem ser deslocadas de um trabalho para o outro...) iguala o bem da organização com o bem dos indivíduos que a compõem.
Estrutura de trabalho
Organização em linha.
Divisão básica na estrutura de trabalho – baseada na autoridade – função definida (cada um tem um chefe e é responsável por chefiar).
 Quanto maior o nível de estrutura maior a distância social.
Organização funcional.
Baseada no tipo de trabalho a ser feito. Na subdivisão do trabalho.
Status de função. Fonte de conflito. (mesma linha hierárquica, importância do trabalho).
Organização do estado-maior.
Fundamentada na especialização. 
Posição de aconselhamento – não possuem autoridade na organização.
Podem ser integradas na organização em linha.
FRAQUEZAS NA TEORIA DA ORGANIZAÇÃO FORMAL
Problemas de coordenação ►deficiências na comunicação devido ao fator tempo, espaço e as divisões naturais da estrutura.
Tempo 	►pouco contato entre turnos e pessoas, problemas são deixados para o outro turno, vagas trocas de informações.
Espaço ►unidades podem estar amplamente separadas, quanto maior a separação maior dificuldade de coordenação. Distância espacial tende a levar distância social. 
Divisões da estrutura ►funções diferentes, vários departamentos na mesma linha horizontal – difícil o membros de um nível apreciar o trabalho de outro nível.
Supervisor – pressão de cima e de baixo.
Divergências horizontais – pressão para uma boa produção exige cooperação entre departamentos.
Desejo de causar boa impressão – informações para cima podem ser distorcidas.
Ordens também podem ser distorcidas.
Filtros. 
Conflitos entre gerentes e especialistas. O prático e o teórico.
Conflitos devidos a diferenças sociais e culturais.
Ignorar fatores emocionais do comportamento humano.
Planejada para ser racional, lógica, previsível e rotineira.
Embora esteja fundamentada numa ideologia que exalta a competição, mais cedo ou mais tarde perceberá que a pura competição não funciona.
O sistema cria uma estrutura de contradições.
O clima na fábrica influencia as atitudes e o comportamento dos empregados.
Quanto mais competitiva a indústria, mais insegurança, mais autoritarismo.
A organização formal não pode ser eliminada; é inevitável e essencial, pois nenhuma organização pode ser compreendida sem o conhecimento da organização formal, é quase impossível também compreendê-la apenas nessa base.
Vantagem da grande empresa - resolver os problemas humanos - solução de problemas, esquemas de participação, benéficos, etc, dando segurança aos trabalhadores.
Desvantagem – sua natureza impessoal, dificuldade de comunicação.
A estrutura de uma firma e sua organização influenciam o comportamento dos indivíduos e grupos. Assim como os atos individuais só podem ser compreendidos em relação ao grupo e o comportamento de grupo só pode ser compreendido num contexto de um grupo maior ao qual pertencem.
Para se estudar pequenos grupos faz-se necessário o conhecimento das estruturas maiores. 
O grupo sofre influências de fatores vindos de fora do mesmo.
6.2 ORGANIZAÇÃO INFORMAL
 Sistema de grupos interligados, de todos os tipos;
 Grandes grupos que surgem de algum problema particular de política interna;
 Grupos primários (relações mais intimas);
 Grupos de 2 ou 3 amigos;
 Indivíduos isolados que raramente participam das atividades sociais.
Impedimentos na formação de grupos informais
Mobilidade alta;
Trabalho fortuito ou de tempo parcial
O comportamento técnico e sócio-técnico pertence à organização formal.
O comportamento social pertence à organização informal.
A estrutura de um grupo não é estática, mas uma cadeia dinâmica de forças que em vários tempos, está sempre mudando.
Cada um dentro de uma organização pertence a um ou mais grupos e, seu status pode ser diferente nos diversos grupos.
Em relação à mudança do comportamento deve-se atacar o grupo e não o individuo. Estudar o comportamento do grupo.
PARALELO ENTRE GRUPO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO
	GRUPO PRIMÁRIO
	GRUPO SECUNDÁRIO
	
Grupos pequenos. Face a face.
Interligados por uma cadeia de relações pessoais. 
Sentimentos presentes.
Atitudes assumidas em relação ao membro do grupo
Fonte de disciplina e controle social.
Regula o comportamento humano.
Possuem objetivos particulares, tamanho limitado, membros conhecidos, função específica para cada um, relações entre si.
Fundamentais na formação de natureza social e nos ideais dos indivíduos.
Associação e cooperação face a face.
	
Grupos maiores onde funcionam os grupos primários.
Grupo mais formal.
Envolvimento contratual, racional e limitado.
Atitude determinada pelo grau em que os objetivos coincidem ou conflitam com os dos grupos primários.Organizados para um propósito formal.
Estrutura mais ou menos projetada para um fim.
Membros não se conhecem intimamente.
Quando não possui uma função prática tende a desintegrar-se.
O grupo primário é o instrumento da sociedade, por meio do qual em grande escala, os indivíduos adquirem suas atitudes, opiniões, objetivos e idéias. É também uma das fontes fundamentais de disciplina e controle social.
LIDERANÇA
Homem ou mulher mais adequado para assumir a responsabilidade em uma determinada situação.
A liderança se dá em função da situação e natureza do grupo.
STATUS
Todos possuem status. Posição dentro do grupo.
Status individual – está baseado no grau em que cada um contribui para os propósitos do grupo.
PAPEL – Comportamento adequado relacionado à posição dentro do grupo (status)
PRESTÍGIO – Algo mais pessoal, que o individuo adiciona ao status e ao papel. Pode ser maior ou menor.
O que a pessoa deseja é uma posição que seja possível elevar-se em prestígio.
O Status está dividido em dois tipos:
Status intrínseco (ou funcionais) – está relacionado às habilidades, conhecimento e atributos físicos.
Pertence mais a organização informal. Valoriza todas as posições.
Leva a menor rivalidade e maior satisfação.
Status derivado (ou não funcionais) – está relacionado à posição na hierarquia formal, portanto pertence à organização formal.
O status derivado é móvel.
A organização deve restaurar o prestígio funcional status, privilégios e salários devem corresponder as reais contribuições feitas.
Existe uma pressão exercida para assegurar que aqueles que ocupam uma posição-status desempenhem seu papel de acordo com o que se julga de maneira correta.
O membro individual é protegido somente até onde a organização formal o atinge e, quando ele infringe as regras da organização informal, essa ação provoca ressentimentos.
“Sem assistência da organização informal, a organização formal seria freqüentemente ineficiente”.
MANIFESTAÇÕES DA CULTURA DOS GRUPOS INFORMAIS
Linguagem ocupacional – termos técnicos especializados, gírias, jargões.
Cerimônias e rituais – Ritos de iniciação, ritos de passagem e ritos de intensificação.
Mitos e crenças.
6.3 RELACIONAMENTO ORGANIZACIONAL
	Interação e integração da Organização com grupos internos e externos, seus Colaboradores (funcionários, terceiros), Comunidades, Estado, Consumidores, Investidores...
7- EVOLUÇÃO DA PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES
7.1 PSICOLOGIA INDUSTRIAL – Estudo do comportamento individual na relação direta com a tarefa e empresa. Pesquisa a eficiência do homem no trabalho para colaborar com a evolução da Engenharia de tempos, métodos e processos. Aqui tem lugar a máxima do “homem certo para o lugar certo”, visto que este homem é mais uma peça do complexo de engrenagens que precisa ser ajustado / adaptado às condições presentes: tarefas, atribuições, ambiente físico e de gestão, equipamentos, normas de conduta. A Psicometria é amplamente usada, visando detectar as “habilidades individuais” e compará-las às exigidas pelo cargo.
7.2 PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL – Recebe influência da Psicologia Social, das Ciências Sociais e da Dinâmica de Grupo (Kurt Lewin) com os estudos dos grupos, suas relações, seus interesses e conflitos.
7.3 PSICOLOGIA DO TRABALHO - estuda a relação do homem com a sua ocupação na dimensão da empresa, da sociedade e do mundo. O contexto é amplo e leva em consideração a multidisciplinariedade (“generalidade com propriedade e conteúdo”). Desenvolve o conceito de flexibilização do trabalho, levando em consideração modalidades de trabalho para empresa que são realizados em outros locais, como por exemplo: trabalhos feitos em casa, terceirização. Questões do “stress” e outras doenças (L.E.R./ D.O.R.T.) tomam forma e são objetos de estudo.
O indivíduo tem que ser encarado por vários ângulos e por vários fenômenos de influência direta:
..Trabalho-identidade profissional-carreira
..O próprio indivíduo
..Grupos a que pertence
..Ordem econômica e política
..Desenvolvimento tecnológico
..Grau de atualização X novas técnicas
..Informação e velocidade de propagação
..Perspectiva do desaparecimento do emprego/profissão
..Nível de desemprego
Entendemos que a dimensão atual da atuação do Psicólogo nas organizações deva agregar os estudos dos grupos, suas relações, seus interesses e conflitos com a relação do homem e a sua ocupação na empresa, sociedade e mundo. Temos então maior complexidade e podemos definir a Psicologia como sendo da organização e do trabalho, ou seja, Psicologia Organizacional e do Trabalho.
Material elaborado a partir das aulas de CHO
Prof. MS. Marcos Tadeu Donegá
Disciplina de C.H.O.
Revisado – fev.14
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Prof. Ms. Marcos Tadeu Donegá

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