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02 - Receita pública conceitos sob o enfoque patrimonial e orçamentário estrutura da codificação orçamentária da receita; aspectos contábeis Ingressos extraorçamentários

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Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 02 
 
1 de 185| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
 
Aula 02 – pós-edital 
Contabilidade Pública para Auditor do TCE/SC 
Profs. Indio Artiaga do Brasil e 
Marcel Guimarães 
2021 
 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 02 
 
2 de 185| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
Sumário 
SUMÁRIO .................................................................................................................................................. 2 
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS ................................................................................................................. 3 
RECEITA ORÇAMENTÁRIA ....................................................................................................................... 18 
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ........................................................................................................................................ 18 
RECEITA ORÇAMENTÁRIA ............................................................................................................................................ 19 
INGRESSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS ............................................................................................................................. 20 
CLASSIFICAÇÕES DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA ...................................................................................... 23 
EFETIVA X NÃO EFETIVA .............................................................................................................................................. 23 
ORIGINÁRIAS X DERIVADAS ......................................................................................................................................... 24 
CLASSIFICAÇÕES DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA SEGUNDO O MCASP ................................................................................. 25 
CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA DA RECEITA................................................................................................................... 25 
CLASSIFICAÇÃO POR INDICADOR DE RESULTADO ............................................................................................................. 31 
CLASSIFICAÇÃO POR FONTE/DESTINAÇÃO DE RECURSOS .................................................................................................. 32 
PONTOS RELEVANTES SOBRE RECEITAS PÚBLICAS ........................................................................................................... 33 
ESTÁGIOS DA RECEITA ........................................................................................................................... 36 
PREVISÃO - PLANEJAMENTO ........................................................................................................................................ 36 
A. LANÇAMENTO (EXECUÇÃO)..................................................................................................................................... 36 
B. ARRECADAÇÃO (EXECUÇÃO) ................................................................................................................................... 37 
C. RECOLHIMENTO (EXECUÇÃO) .................................................................................................................................. 37 
CONTROLE E AVALIAÇÃO ............................................................................................................................................ 38 
REGIME DE CONTABILIZAÇÃO ................................................................................................................ 39 
CONCEITO ................................................................................................................................................................ 39 
PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS REFERENTES À RECEITA ORÇAMENTÁRIA .............................................. 41 
DEDUÇÕES DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA ........................................................................................................................ 41 
Restituição de tributos recebidos a maior ou indevidamente .................................................................................. 41 
Renúncia de receitas ........................................................................................................................................... 43 
Recursos cuja Tributação e Arrecadação Competem a um Ente da Federação, mas São Atribuídos a Outro(s) Ente(s)
 .................................................................................................................................................................................... 46 
IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE.......................................................................................................................... 47 
TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS INTERGOVERNAMENTAIS ............................................................................................... 47 
Registro das transferências.................................................................................................................................. 48 
REMUNERAÇÃO DOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS ................................................................................................................. 49 
RECEITA ORÇAMENTÁRIA POR BAIXA DE DÍVIDA ATIVA INSCRITA ........................................................................................ 50 
QUESTÕES COMENTADAS ...................................................................................................................... 52 
LISTA DE QUESTÕES ............................................................................................................................ 144 
GABARITO ............................................................................................................................................ 175 
REFLEXÃO ............................................................................................................................................ 176 
RESUMO DIRECIONADO ....................................................................................................................... 177 
RESUMO DE PRINCÍPIOS ............................................................................................................................................. 177 
RECEITAS PARA O MCASP ........................................................................................................................................ 178 
RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS VS INGRESSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS ................................................................................ 178 
CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS ........................................................................................................... 179 
ESTÁGIOS DA RECEITA .............................................................................................................................................. 182 
REGIME DE CONTABILIZAÇÃO ..................................................................................................................................... 184 
RESTITUIÇÕES DE TRIBUTOS RECEBIDOS A MAIOR OU INDEVIDAMENTE .............................................................................. 184 
RENÚNCIA DE RECEITA .............................................................................................................................................. 185 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 02 
 
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Contabilidade Pública 
 
Aula 02 – Procedimentos Contábeis Orçamentários: 
Receita Pública 
 Olá, pessoal! Nesta e na próxima aula teórica veremos procedimentos contábeis orçamentários, que se 
encontram na parte I do Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público – MCASP. Isso quer dizer que 
chegamos à parte da matéria que possui uma interseção coma disciplina de Administração Financeira e 
Orçamentária – AFO. Ou seja, essas aulas podem ser duplamente úteis pra vocês! 
 Nesta aula veremos conceitos, classificações, regime de contabilização e estágios da receita orçamentária. 
Prontos? Então vamos lá! 
Princípios Orçamentários 
Aspectos introdutórios 
Pessoal, toda ciência costuma ser permeada de diretrizes e pressupostos básicos, ou seja, de princípios. Essa 
parte inicial da Contabilidade Pública, que se aproxima bastante de Administração Financeira e Orçamentária – 
AFO, não é diferente. Pelo contrário, há diversos princípios. 
Mais coisas para decorar, professor?!? 
Calma gente, antes de pensar negativamente, vamos lembrar que princípios de uma ciência formam as 
diretrizes e proposições elementares, condicionando, assim, todos os conceitos subsequentes (Di Pietro, 2015). 
Isso quer dizer que se os entendermos bem, teremos uma compreensão mais facilitada sobre os demais 
assuntos, uma vez que o conhecimento das regras básicas estará solidamente incorporado. 
A ideia por trás do orçamento público é a necessidade de fixar despesas e estimar receitas, uma vez que há 
muitas demandas de gasto/investimento e escassez de recursos simultaneamente. Assim, surge a necessidade de 
estabelecer prioridades para otimizar a alocação desses recursos. Exatamente como fazemos em nossas casas 
consciente ou inconscientemente! 
O que precisamos saber sobre a elaboração do orçamento público é que todos os anos o Poder Executivo 
elabora a proposta orçamentária, após consolidação da proposta dos demais Poderes, e envia para o Congresso 
Nacional para análise, aprovação e posterior encaminhamento para sanção pelo Presidente da República. 
Voltando aos princípios orçamentários, tenham em mente que eles são norteadores não apenas da 
elaboração da proposta orçamentária anual, mas também de sua execução, controle e avaliação! 
Entretanto, os princípios não possuem caráter absoluto, comportando diversas exceções, as quais são alvo 
constante de cobrança em concursos públicos! Então, sem mais delongas, vamos agora estudar os tais princípios 
orçamentários. 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 02 
 
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Contabilidade Pública 
Princípio da legalidade 
Basicamente, o princípio da legalidade estabelece que o gestor público deve observar as normas legais 
aplicáveis ao assunto em tela, nesse caso a execução financeira e orçamentária. 
Nesse sentido, o orçamento anual é uma lei, a Lei Orçamentária Anual – LOA, apesar de ter conteúdo de 
ato administrativo. O mesmo ocorre com as Diretrizes Orçamentárias – LDO e com o Plano Plurianual – PPA, e 
eventuais alterações de todos esses normativos. Isso se encontra disciplinado na Constituição Federal, no art. 165. 
Os normativos citados têm o poder de limitar a atuação do poder público, fazendo com que ele se atenha ao 
disposto em lei, principalmente ao realizar despesas, garantindo, assim, que o interesse público se sobreponha à 
eventual vontade pessoal dos gestores públicos. 
Princípio da anualidade 
É preciso um orçamento para cada ano, correto? Isso é o princípio da anualidade. Ele diz que o exercício 
financeiro, período ao qual o orçamento público se refere, coincide com o ano civil (Lei nº 4320/1964, art. 34). 
Contudo, há uma exceção! Os créditos especiais e extraordinários, os quais conceituaremos mais adiante, 
abertos nos últimos QUATRO MESES do exercício, podem ser reabertos no exercício seguinte com seu saldo 
remanescente (CF/1988, art. 167, §2º). 
Por ora, é o bastante que você saiba que os créditos originalmente incluídos no orçamento anual 
correspondem aos créditos ordinários e que qualquer alteração neles ao longo do exercício financeiro constitui 
crédito adicional, sendo os créditos especiais e os extraordinários espécies do gênero crédito adicional. 
Ok? Vamos ao próximo princípio. 
Princípio da unidade/totalidade 
 Imagine que você e sua família tentassem fazer um orçamento e que cada integrante que recebe salário 
fizesse seu próprio orçamento. Não daria certo, não é mesmo? 
 Visando evitar isso, o princípio da unidade/totalidade estabelece que o orçamento deve ser UNO dentro de 
cada ente federativo, seja município, estado ou União, para cada exercício financeiro. Em outras palavras, para 
cada exercício financeiro e cada ente federativo, só pode haver UM orçamento (CF/1988, art. 165 e Lei nº 
4.320/1964, art. 2º). 
Lei nº 4.320/1964: 
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política 
econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade, 
universalidade e anualidade. 
CF/1988 
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá: 
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração 
direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria 
do capital social com direito a voto; 
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da 
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder 
Público. 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 02 
 
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Contabilidade Pública 
 À primeira vista isso parece óbvio, não é mesmo? Como poderia haver orçamentos paralelos dentro de um 
mesmo ente federativo? 
 No entanto, esse princípio faz todo sentido se considerarmos que antes da Constituição de 1988 havia três 
orçamentos (fiscal, monetário e das estatais), os quais não eram consolidados. Havia, portanto, uma situação 
caótica do ponto de vista orçamentário. 
 Atualmente, como já mencionado, o orçamento é UNO. Todavia, a Carta Magna dispôs que a Lei 
Orçamentária Anual contém: 
• o Orçamento Fiscal; 
• o Orçamento da Seguridade Social; e 
• o Orçamento de Investimento. 
 Apesar disso, eles são consolidados e reunidos na Lei Orçamentária Anual – LOA, permitindo ao Ente uma 
visão geral sobre o conjunto de suas finanças públicas. 
Fique atento 
Atenção! As bancas adoram cobrar a esse princípio! Não caia na “pegadinha” de que uma vez que há três 
documentos formando a LOA, o orçamento deixa de ser o uno. O princípio da unidade/totalidade nos diz 
que esses documentos são consolidados em uma única peça, a LOA. 
Vamos ver como esse assunto caiu em prova: 
(Cespe – DEPEN – 2015) O princípio orçamentário da unidade, que prescreve a formulação de um orçamento 
único, não é observado pela Constituição Federal brasileira, que determina a existência dos orçamentos fiscal, 
da seguridade social e de investimentos das estatais. 
RESOLUÇÃO: 
 Dito e feito! A “pegadinha” clássica. Gente, a questão está errada, porque o orçamento anual (ou seja, a LOA) 
é UNO, sendo formado por esses três documentos (orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimentos 
das estatais). Ok? 
 Além disso, a Lei 4.320/64, Art. 2°, estabelece que: 
§2º A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica 
financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e 
anualidade. 
Gabarito: ERRADO 
Princípio da universalidade 
 Se você se dispusesse a fazer um orçamento familiar, não faria sentido deixar parte da remuneração e/ou das 
despesas da família de fora, certo? Claro que a melhor maneira seria relacionar todas as receitas e despesas. 
 O princípio da universalidade traz justamente essa ideia, estabelecendo que o orçamento anual deve conter 
todas as receitas e despesas que serão realizadas ao longo do exercício financeiro. 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 02 
 
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ContabilidadePública 
 A importância desse princípio está em que o Congresso Nacional, responsável pela aprovação do orçamento 
anual e, portanto, pela autorização dos gastos, possa controlar eficazmente as finanças públicas. Esse princípio 
está normatizado na Lei nº 4.320/1964, arts. 2º, 3º, e 4º. Vejamos: 
Lei nº 4.320/1964: 
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política 
econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade 
universalidade e anualidade. 
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito 
autorizadas em lei 
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da 
administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no 
artigo 2°. 
 A ideia é que esse princípio envolva o orçamento de todas as entidades do setor público, o que reforça o 
controle do Congresso Nacional sobre o Executivo acerca da execução orçamentária e financeira. 
 No entanto, não enxerguem o orçamento como algo totalmente engessado. Ele é passível de alterações ao 
longo do exercício, como veremos mais adiante. 
 Existem, inclusive, exceções a esse princípio trazidas pela doutrina e pela jurisprudência. Vejamos: 
Cobrança de tributo instituído após a aprovação do orçamento e antes do início do exercício financeiro a 
que ele e referir (Súmula STF 66). 
Ingressos e dispêndios extraorçamentários: tais como depósitos em caução e emissão de papel-moeda). 
Orçamento operacional das estatais independentes 
Observação 1.: veremos adiante a definição exata de ingressos e dispêndios extraorçamentários. Por ora, 
saiba que o conceito não é tão simples quanto “não estar no orçamento”. 
Observação 2.: lembrem-se que faz parte da LOA o orçamento de investimentos das estatais, que são os 
recursos destinados pelo poder público para aporte nas empresas visando o aumento de participação 
acionária. No entanto, a exceção traz o orçamento operacional das estatais independentes, ou seja, todas 
as demais receitas e despesas das estatais independentes que não as destinadas a aumento de 
participação acionária. 
Vamos ver como isso foi cobrado em prova: 
Questão para fixar 
(Cespe – FUB – 2016) O princípio orçamentário que estabelece que a lei orçamentária deve conter todas as 
despesas e todas as receitas do Estado é o princípio da universalidade. 
RESOLUÇÃO: 
 Exatamente! Isso é justamente o que diz o princípio da universalidade na Lei nº 4.320/1964. Vejamos: 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 02 
 
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Contabilidade Pública 
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. 
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou 
que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°. 
Gabarito: CERTO 
Princípio do orçamento bruto 
 Para que os registros sejam fidedignos, é necessário que todas as transações sejam registradas e não haja 
“encontro de contas”, descontos e/ou compensações de despesas com receitas de forma a apenas informar o valor 
líquido das operações. 
 Nesse sentido, o princípio do orçamento bruto estabelece que todas as parcelas de receitas e despesas 
contidas no orçamento anual devem ser descritas pelos seus valores brutos, ou seja, são vedadas quaisquer 
deduções. 
 Esse princípio também objetiva que o Congresso Nacional, representante do povo e responsável pela 
aprovação da LOA, tome conhecimento correto dos valores do orçamento anual, propiciando um controle eficaz 
das finanças públicas. 
Esse princípio está normatizado na Lei nº 4.320/1964, art. 6º: 
Lei nº 4.320/1964: 
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer 
deduções. 
§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no 
orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber. 
 Vamos ver como isso foi exigido em prova: 
Questão para fixar 
(Cespe – Polícia Federal – 2014) Na contabilização do total de receitas, deduzir o valor a ser inscrito na dívida 
ativa tributária da União descumpre o princípio orçamentário da programação. 
RESOLUÇÃO: 
 Pessoal, essa questão está errada, por ser essa uma aplicação do princípio do orçamento bruto e não da 
programação. 
 Vamos rever a definição na Lei nº 4.320/1964: 
Art. 6º. Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. 
Gabarito: ERRADA 
Princípio da exclusividade 
 O princípio da exclusividade estabelece que a lei orçamentária anual não tratará de matéria diversa ao 
orçamento. 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 02 
 
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Contabilidade Pública 
 Pode parecer estranho que algo tão óbvio precise ser normatizado, mas antigamente era comum que 
diversas matérias estranhas ao orçamento fossem incluídas no projeto de lei orçamentária na esperança de que 
fossem aprovadas rapidamente "pegando carona” no trâmite diferenciado que a lei orçamentária possui. Eram as 
chamadas caudas orçamentárias ou orçamentos “rabilongos” (Feijó et al., 2013). 
 Esse princípio está normatizado na CF/1988, em seu art. 165, §8º: vamos ver: 
CF/1988, art. 165: 
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da 
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e 
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. 
 Entretanto, há exceções trazidas no próprio texto do artigo acima. Vamos detalhá-las: 
Autorização para abertura de créditos suplementares: créditos suplementares consistem em uma 
autorização de gastos que reforça outra autorização/dotação já existente. Uma vez que são muito comuns, 
é natural que a lei orçamentária anual contenha uma “pré-autorização” de reforço, limitada a um 
determinado percentual, é claro. 
Observação: por ser um assunto correlato a orçamento público, você pode estar estranhando que essa 
autorização suplementar seja uma exceção ao princípio da exclusividade. Mas o ponto relevante aqui é que 
créditos suplementares os quais serão vistos adiante neste curso novamente, não versam sobre fixação de 
despesas e estimativa de receitas e por isso são matéria estranha ao orçamento. 
Contratação de operação de crédito, ainda que por antecipação de receita: para facilitar o 
entendimento, vamos considerar que operações de crédito, inclusive aquelas por antecipação de receita, 
sejam empréstimos realizados pelo poder público. 
 Esse princípio costuma “chover” em prova. Vamos ver como ele costuma cair? 
Questão para fixar 
(Cespe – CGE/PI – 2015 - adaptada) Em relação à Lei Orçamentária Anual (LOA) da União, julgue os itens a 
seguir. 
A LOA não deverá conter dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, nem autorização 
para a contratação de operação de crédito por antecipação de receita orçamentária (ARO) . 
RESOLUÇÃO: 
 Gente, essa questão exigiu conhecimento acerca da exceção ao princípio da exclusividade. No entanto, ela 
está errada justamente porque contraria o texto da exceção. Na verdade, a LOA abrange eventuais contratações 
de operação de crédito por antecipação de receita orçamentária (ARO). Vamos rever o dispositivo 
constitucional que nos traz o princípio da exclusividade. 
CF/1988, art. 165, § 8º: A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação 
da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de 
operaçõesde crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. 
Gabarito: ERRADO 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
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Contabilidade Pública 
Princípio da especificação, especialização ou discriminação 
 Imagine um orçamento com o seguinte detalhamento de despesa: despesa X. Ora, não faz sentido! É preciso 
conhecer com o que se pretende gastar. Afinal, essa é uma das ideias de se elaborar um orçamento. 
 Visando impedir situações desse tipo, o princípio da especificação veda a inclusão no orçamento anual de 
créditos com valores globais, ou seja, genéricos/sem detalhamento. 
 A ideia por trás esse princípio é que o gasto público não pode estar sujeito à tamanha discricionariedade por 
parte do gestor público. Ao contrário, é necessário que se conheçam as intenções do gestor ao fixar os gastos no 
orçamento anual, facilitando o controle social e do Congresso Nacional sobre as finanças públicas. 
 O princípio da especificação encontra-se normatizado tanto na Lei nº 4.320/1964, quanto na CF/1988. 
Vejamos: 
Lei nº 4.320/1964: 
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a 
despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o 
disposto no artigo 20 e seu parágrafo único. 
Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos. 
§ 1º Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e 
outros meios de que se serve a administração pública para consecução dos seus fins. 
Observação: atualmente, a LOA não traz detalhamento por elementos, mas por modalidade de aplicação 
(desdobramento da despesa que veremos adiante). Esse entendimento é proveniente da Portaria 
Interministerial nº 163/2001, art. 6º. 
No entanto, existem duas exceções a esse princípio. Vamos a elas: 
Reserva de contingência: dotação global para atender passivos contingentes e outras despesas 
imprevistas. 
Programas especiais de trabalho (Lei nº 4.320/1964, art. 20): programas classificados entre as Despesas 
de Capital que, por sua natureza, não possam cumprir as normas gerais de execução da despesa, sendo 
então custeados por dotações globais. 
Agora vamos ver como esse assunto costuma ser exigido em prova: 
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Contabilidade Pública 
Questão para fixar 
(FCC – TRT 15ª – 2013) O orçamento do TRT da 15ª Região previu dotações globais para custear programas 
especiais de trabalho que, por sua natureza, não podem ser cumpridas subordinadamente às normas gerais da 
execução da despesa. Esse fato representa exceção ao princípio orçamentário da 
 A) Periodicidade. 
 B) Unidade. 
 C) Universalidade. 
 D) Exclusividade. 
 E) Especificação. 
RESOLUÇÃO: 
 A alternativa A) está errada. O princípio da periodicidade é o mesmo da anualidade e estabelece que o 
exercício financeiro coincide com o ano civil. 
 A alternativa B) está errada. O princípio da unidade estabelece que o orçamento é UNO. 
 A alternativa C) também está errada. O princípio da universalidade dispõe que a LOA deve conter todas as 
receitas e todas as despesas. 
 A alternativa D) está errada. Na verdade, o princípio da exclusividade estabelece que o orçamento anual não 
conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a 
autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por 
antecipação de receita, nos termos da lei. 
 Por fim, a alternativa E) está certa. O princípio da especificação veda a concessão de créditos globais, ou 
seja, genéricos e ilimitados. Porém a Lei nº 4.320/1964 estabelece justamente a exceção mencionada no comando 
da questão. Vejamos: 
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de 
pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu 
parágrafo único. (princípio da especificação) 
[...] 
Art. 20, Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se 
subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas 
entre as Despesas de Capital. (exceção ao princípio da especificação). 
Gabarito: LETRA E 
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Contabilidade Pública 
Princípio da não afetação 
Seria bem complicado tentar elaborar um orçamento se todas as receitas estivessem obrigatória e 
previamente destinadas a determinadas despesas. Não haveria margem de manobra para alocar os recursos em 
despesas consideradas prioritárias. 
 Essa é justamente a ideia do princípio da não afetação de impostos: ele veda a vinculação de receita de 
impostos a órgão, fundo ou despesa, permitindo que os recursos fiquem livres para serem alocados de forma 
oportuna, conveniente e por prioridade. 
 A vinculação pode ser definida como uma destinação prévia e certa para recursos a depender de sua origem. 
Ou seja, ela “amarra” as receitas arrecadadas à execução de uma despesa. 
Esse princípio está normatizado na Constituição Federal de 1988. Vejamos: 
CF/1988: 
Art. 167. São vedados: 
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto 
da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e 
serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades 
da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a 
prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem 
como o disposto no § 4º deste artigo. 
 Note que o dispositivo que traz o princípio da não afetação de receitas de impostos traz consigo uma série 
de exceções, as quais se referem a, por exemplo: Fundo de Participação dos Estados – FPE, Fundo de Participação 
dos Municípios – FPM, Fundos de Desenvolvimento das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, garantias de 
antecipação de receitas orçamentárias etc. 
Fique atento 
 Atenção para um detalhe importante! Que é objeto constante de cobrança em questões de concurso: o 
princípio se aplica apenas a receita de impostos. Ou seja, não é válido para taxas e contribuições. 
 Vejamos como esse assunto é abordado em prova: 
Questão para fixar 
(Vunesp – Câmara de Indaiatuba-SP – 2018) O princípio orçamentário da não afetação das receitas 
 A) estabelece que as receitas constantes da Lei Orçamentária Anual serão escrituradas pelos seus 
valores brutos, vedadas quaisquer deduções. 
 B) deve ser cumprido integralmente na Lei Orçamentária Anual do ente federado, não se admitindo 
qualquer tipo de exceção. 
 C) dispõe que as receitas decorrentes de ingressos extraorçamentários não podem ser utilizadas 
para financiamento das despesas do ente federado. 
 D) É aplicável apenas às receitas de impostos. 
 E) estipula que todas as receitas previstas, em cada exercício financeiro, devem integrar um único 
documento legal dentro de cada esfera federativa: a Lei Orçamentária Anual. 
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RESOLUÇÃO: 
 A alternativa A) está errada, porque essa é a definição do princípio do orçamento bruto. 
 A alternativa B) está errada, porque essa é a definição do princípio da legalidade. Mesmo assim não é a 
definição mais adequada porque há como modificar a lei orçamentária anual. 
 A alternativa C) também está errada. Não há princípio orçamentário tratando dessaquestão. 
 A alternativa D) está certa! O princípio da não afetação refere-se justamente às receitas de impostos. 
 A alternativa E) também está errada. Essa é uma decorrência dos princípios da universalidade e unidade. 
Gabarito: LETRA D 
Princípio do equilíbrio 
 A ideia desse princípio é bem simples. Ele preceitua que o orçamento anual, no momento de sua aprovação, 
tenha equilíbrio entre suas receitas e despesas. Com isso, pretende-se deter um crescimento desordenado dos 
gastos governamentais. 
Entretanto, a sua operacionalização é complicada. Vejamos: 
• Primeiro, porque o princípio não diz que o equilíbrio deve se manter ao longo da execução do 
orçamento; 
• Segundo, porque ele é seguido apenas formalmente, uma vez que o equilíbrio da proposta 
orçamentária só pode ser mantido por meio de muitos empréstimos (operações de crédito), os quais 
acabam por maquiar o “deficit” existente. 
 Além disso, a doutrina não é unânime acerca da sua previsão normativa. Parte dela afirma que o princípio do 
equilíbrio não se encontra normatizado atualmente. Outra parte afirma que ele está normatizado na LRF, art. 4º, 
inciso I, alínea a. Vejamos: 
Lei Complementar nº 101/2001 – LRF: 
Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e: 
I - disporá também sobre: 
a) equilíbrio entre receitas e despesas. 
Vale mencionar que não é raro ver em questões de concurso uma associação do princípio do equilíbrio com 
a chamada “Regra de Ouro” (CF/1988, art. 167, inciso III). Essa regra estabelece um equilíbrio entre as operações 
de crédito e as despesas de capital e será melhor compreendida adiante neste, porém vamos enunciá-la aqui para 
completar a explicação sobre o princípio do equilíbrio: 
CF/1988: 
Art. 167. São vedados: 
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas 
as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo 
Poder Legislativo por maioria absoluta; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art165%C2%A72
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Vamos ver como esse assunto foi cobrado em prova: 
Questão para fixar 
(FCC – TCE-RS – 2014) O Princípio do Equilíbrio Orçamentário 
 A) aplica-se somente às receitas e despesas primárias. 
 B) deve ser aferido durante a execução. 
 C) aplica-se somente às receitas e despesas de capital. 
 D) é apurado por categorias econômicas. 
 E) deve ser aferido no momento da aprovação do orçamento. 
RESOLUÇÃO: 
 A alternativa A) está errada. O princípio do equilíbrio se aplica a todas as receitas e todas as despesas. 
 A alternativa B) está errada. O princípio do equilíbrio é aferido apenas no momento da aprovação do 
orçamento. 
 A alternativa C) está errada pelo mesmo motivo que torna a alternativa a) errada. 
 A alternativa D) também está errada. Não há uma diferenciação entre as categorias econômicas: 
corrente e de capital. Ele é aplicado para todas as receitas e despesas conjuntamente. 
 A alternativa E) está certa. O princípio do equilíbrio deve ser aferido no momento da aprovação do 
orçamento. 
Gabarito: LETRA E 
Princípio da unidade de caixa 
 Imagine que as receitas de um orçamento familiar fossem guardadas em diversos lugares: contas bancárias 
diversas, cofre, gaveta, bolso, colchão... Isso tudo prejudicaria a contabilização de recursos disponíveis, bem como 
o planejamento de gastos! 
 Justamente para evitar dificuldades similares na administração dos recursos públicos, o Princípio da Unidade 
de Caixa ou Tesouraria estabelece que as receitas da UNIÃO devem ser recolhidas em Conta Única do Tesouro 
Nacional, sendo vedada a fragmentação dos valores auferidos pela União em caixas especiais. 
O fundamento desse princípio encontra-se no art. 56 da Lei nº 4.320/1964 e no art. 1º do Decreto Lei 
93.872/86. Vejamos: 
Lei nº 4.320/1964: 
Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de 
tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais. 
Decreto nº 93.872/1986: 
Art. 1º A realização da receita e da despesa da União far-se-á por via bancária, em estrita observância ao 
princípio de unidade de caixa. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11664255/artigo-56-da-lei-n-4320-de-17-de-marco-de-1964
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109228/lei-de-normas-gerais-de-direito-financeiro-lei-4320-64
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Contabilidade Pública 
 Vale dizer que a Conta Única do Tesouro fica no Banco Central – Bacen, mas é operacionalizada pelo Banco 
do Brasil S/A. Ou seja, as ordens para movimentação dos recursos, processadas por meio do Sistema Integrado 
de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, são enviadas ao Banco do Brasil para serem cumpridas. 
 Os estados, DF e municípios também devem utilizar o mecanismo de conta única, tendo suas 
disponibilidades financeiras depositadas e operacionalizadas por instituições financeiras controladas. 
Fique atento 
 Segundo o art. 43 da LRF, os recursos de previdência ficarão em conta separada das disponibilidades 
de cada ente e aplicadas nas condições de mercado, com observância dos limites e condições de proteção 
e prudência financeira. 
 Ou seja, é uma exceção ao princípio da unidade de caixa. 
Vamos ver como isso foi exigido em prova: 
Questão para fixar 
(Cespe – TCE/PE – 2017) A respeito dos fundamentos da gestão financeira e orçamentária, julgue o item a 
seguir. 
O caixa único do Tesouro Nacional destina-se a efetivar o princípio orçamentário da unidade 
RESOLUÇÃO: 
 Na trave! Gente, o caixa único do Tesouro Nacional destina-se a efetivar o princípio orçamentário da 
unidade DE CAIXA. Como o comando da questão se esqueceu disso, ela fica errada. 
Gabarito: ERRADO 
Princípio da proibição do estorno 
 Imagine que você e sua família cheguem a um acordo sobre o orçamento familiar e que um integrante 
começasse a fazer despesas não programadas usando o dinheiro destinado para fazer as compras do mês. Não faz 
sentido esse integrante contrariar o que ficou decidido antes, certo? 
 Essa é a ideia do princípio da proibição do estorno ou princípio do não estorno. Uma vez que o recurso 
público é destinado para custear alguma despesa, e considerando que essa destinação foi aprovada pelo 
Congresso Nacional, na forma da LOA, o gestor público não pode alterá-la sem autorização legislativa prévia. 
 Esse princípio veda a alteração de destinação, que pode ocorrer via transposição, remanejamento ou 
transferência (conceitos cuja definição não vem ao caso em Contabilidade Pública), sem autorização legislativa 
prévia. 
 O princípio da proibição do estorno está normatizado na CF/1988, art. 167, VI: 
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CF/1988: 
Art. 167. São vedados: 
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação 
para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa; 
Mas calma! Há uma exceção a esse princípio prevista na própria CF/1988. Vejamos: 
Fique atento 
CF/1988: 
Art. 167, §5º. A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de 
programação para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e 
inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato 
do Poder Executivo, sem necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste 
artigo. 
Vejamos como esse princípio foi exigido em prova: 
Questão para fixar 
(FCC– TJ/AP – 2014) Com relação às alterações orçamentáriasnecessárias e imprescindíveis para a gestão pública, 
a transposição 
 A) pode ser realizada por decreto executivo sem a autorização legislativa, porém o remanejamento deve ter 
a prévia autorização legislativa. 
 B) deve ter a prévia autorização legislativa, porém o remanejamento pode ser realizado por decreto 
executivo sem a autorização legislativa. 
 C) e o remanejamento devem ter as suas prévias autorizações legislativas, porém a transferência pode ser 
realizada por decreto executivo sem a autorização legislativa. 
 D) e o remanejamento, bem como a transferência, podem ser realizados por decreto executivo mesmo sem 
a autorização legislativa. 
 E) e o remanejamento, bem como a transferência aberta por decreto executivo, devem ter a prévia 
autorização legislativa. 
RESOLUÇÃO: 
 Pessoal, para responder essa questão para sabermos o princípio da proibição do estorno. Vamos a ele: 
CF/1988, Art. 167: São vedados: 
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou 
de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa; 
 Assim, a alternativa certa é letra E). 
Gabarito: LETRA E 
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Princípio da publicidade 
 Não faria sentido existir um orçamento anual se ele não fosse tornado público. Inclusive, como ele é aprovado 
em forma de lei, a publicidade torna-se requisito para sua validade! 
 Além disso, o princípio da publicidade é um dos princípios fundamentais da Administração Pública (CF/1988, 
art. 37). 
 Cumpre mencionar que a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal reforçou esse princípio, na medida em 
que previu a publicação periódica de relatórios acerca da execução orçamentária e financeira, entre outros 
assuntos correlatos. 
 Possibilita e subsidia o controle social, uma vez que disponibiliza dados governamentais à sociedade. Esse 
aspecto é, por vezes, tratado de forma apartada do princípio da publicidade como princípio da transparência. 
Portanto, esteja preparado para a cobrança. 
Princípio da clareza 
 Não faria sentido se orçamento familiar fosse incompreensível para boa parte de seus integrantes, certo? A 
ideia do princípio da clareza é justamente impedir que situações assim ocorram. 
 Ele estabelece que a linguagem orçamentária deve ser clara e de fácil entendimento, de modo que as pessoas 
comuns consigam compreender. 
 Logicamente, sua finalidade é facilitar o controle social do emprego dos recursos públicos. 
Princípio do planejamento e da programação 
Esses dois princípios são derivados da doutrina e são recentes. 
 O princípio do planejamento refere-se à obrigatoriedade de compatibilidade dos planos nacionais, regionais 
e setoriais com o PPA, o qual deve ser aprovado mediante lei, não sendo admitida sua formalização mediante 
Medida Provisória. 
 Esse entendimento foi reforçado com a edição da LRF, que prevê, em seu art. 1º que: 
LRF: 
Art. 1º, §1°: A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se 
previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas [...]. 
 Já o princípio da programação, surge do conceito de orçamento-programa e do seu elemento central, o 
programa, que pode ser entendido como instrumento por meio do qual o poder público estrutura suas ações de 
modo a solucionar um problema e/ou atender uma demanda da população, otimizando a alocação de recursos 
públicos. Todas as despesas do orçamento estão organizadas sob a forma de programas. 
 Como o programa conecta o planejamento e o orçamento, ou seja, é a peça que operacionaliza essa 
dinâmica, os princípios do planejamento e da programação são apresentados conjuntamente. 
Considerações gerais 
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 A doutrina traz algumas classificações sobre os princípios orçamentários, tais como clássicos e 
complementares, fundamentais e operacionais/funcionais, e substanciais. 
 Entretanto, tais classificações não costumam aparecer em prova, e quando aparecem, ao menos nas 
questões dos últimos cinco anos, é necessário saber apenas o conceito e a aplicação dos princípios orçamentários 
e não esses conceitos sobre classificação. Por essa razão essa classificação dos princípios foi suprimida.Ufa! Depois de todos esses conceitos, vamos ver como eles costumam ser cobrados em prova e depois 
seguiremos adiante! 
Questão para fixar 
 (FGV – IBGE – 2016) Muitas leis aprovadas no Brasil em todos os entes estatais versam sobre um tema principal, 
mas também trazem disposições sobre outras matérias. São as chamadas “outras providências”. As leis 
orçamentárias NÃO devem tratar de outras providências em sua ementa em decorrência do princípio da: 
 A) discriminação; 
 B) exclusividade; 
 C) legalidade; 
 D) não afetação; 
 E) publicidade. 
RESOLUÇÃO 
 A alternativa A) está errada, porque o princípio da discriminação veda a existência de créditos globais ou 
ilimitados; 
 A alternativa B) está certa. Essa é justamente a definição do princípio da exclusividade trazida na CF/1988, 
art. 165. §8º, tendo sido trazido sem suas exceções; 
 A alternativa C) está errada. O princípio da legalidade dispõe que o orçamento anual (LOA) e leis correlatas 
(LDO e PPA) assumem forma de lei, devendo o gestor público se atentar para seus termos; 
 A alternativa D) também está errada. O princípio da não afetação de receita de impostos veda a vinculação 
de receita de impostos. Todavia, devemos nos lembrar que existem diversas exceções; 
 Por fim, a alternativa E) está errada. O princípio da publicidade estabelece que a lei que aprova o orçamento 
anual (LOA) deve ser publicada. 
Gabarito: LETRA B 
(Cespe – TCU – 2013) Acerca dos planos e orçamentos públicos, em particular no Brasil, julgue os itens 
seguintes 
As fundações educacionais públicas federais integram o orçamento da União, a exemplo das autarquias, 
constituindo as instituições de ensino superior. Essa característica decorre da aplicação do princípio 
orçamentário da universalidade. 
RESOLUÇÃO: 
 Gente, as fundações públicas realmente integram o orçamento da União. Entretanto, isso não decorre do 
princípio da universalidade. E sim do princípio da unidade/totalidade. 
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 Isso porque a descrição constitucional para o princípio da unidade é a seguinte: 
Art. 165, § 5º A lei orçamentária anual compreenderá: 
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com 
direito a voto; 
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou 
indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
 Por outro lado, o princípio da universalidade estabelece que o orçamento anual deve conter todas as 
despesas e receitas. 
 Assim, a questão está errada. 
Gabarito: ERRADA 
Receita Orçamentária 
Aspectos introdutórios 
 Pessoal, como vimos na aula inicial, há dois enfoques possíveis para a contabilização da receita (e, claro, para 
a despesa): patrimonial e orçamentário. 
 Receita, sob o aspecto patrimonial, é aquela transação que resulta em aumento do Patrimônio Líquido da 
entidade. 
 No entanto, sob o enfoque orçamentário, isso nem sempre ocorre. Para imaginar isso, basta lembrarmos 
das operações de crédito, que são empréstimos contraídos pelo poder público, e das alienações de ativos. Esses 
tipos de transações implicam uma troca: no primeiro, há a assunção de uma obrigação, que é pagar o empréstimo 
futuramente, em troca de recursos financeiros e, no segundo, aliena-se um bem, por exemplo, um imóvel, em 
troca de recurso financeiro. Em ambos os casos, não houve alteração do Patrimônio Líquido. Ainda assim, essas 
transações constituem receitas orçamentárias! 
 De outro lado, existem receitas sobre o ponto de vista patrimonial, ou seja, que alteram o Patrimônio 
Líquido, mas que não são receitas orçamentárias, como é o caso de doação de bens para o Estado. 
Para solucionar esse aparente dilema, o MCASP traz outro conceito, mais amplo, chamado receita pública 
(MCASP, 8ª ed., pag. 31). Vejamos: 
 Em sentido amplo, os ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado denominam-se receitas 
públicas, registradas como receitas orçamentárias, quando representam disponibilidades de recursos 
financeiros para o erário, ou ingressos extraorçamentários, quando representam apenas entradas 
compensatórias. 
 Em sentido estrito, chamam-se públicas apenas as receitas orçamentárias. 
 Com esse conceito, é possível separar as receitas orçamentárias dos ingressos extraorçamentários, 
também chamados de receitas extraorçamentárias. 
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E quanto às receitas sob o enfoque patrimonial, aquelas que afetam o Patrimônio Líquido? Elas são 
chamadas de Variações Patrimoniais Aumentativas. Vejamos o que o MCASP diz sobre elas (MCASP, 8ª ed., pag. 
151): 
 As variações patrimoniais aumentativas e diminutivas são transações que promovem alterações nos 
elementos patrimoniais da entidade do setor público e que afetam o resultado. Essas variações 
patrimoniais podem ser definidas como: 
a. Variações Patrimoniais Aumentativas (VPA): corresponde a aumentos na situação patrimonial líquida 
da entidade não oriundos de contribuições dos proprietários; [...] 
 Para fins deste Manual, a receita sob o enfoque patrimonial será denominada de variação patrimonial 
aumentativa (VPA). 
Para ficar fácil de lembrar e entender o que acabamos de estudar, vamos ver o esquema abaixo: 
 
Receita Orçamentária 
Receita orçamentária é todo ingresso de recursos financeiros durante o exercício que é arrecadado, 
inclusive aqueles provenientes de operações de crédito, exceto: os depósitos em caução, as fianças, operações de 
crédito por antecipação de receita – ARO, emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias no ativo e 
passivo financeiros. 
Fique atento 
Uma boa ideia para entender e lembrar dessas exceções é pensarmos que os recursos de receita 
orçamentária podem financiar despesas orçamentárias! Note que isso não é possível com as entradas 
compensatórias no ativo e no passivo financeiros, pois elas serão devolvidas mais adiante. 
 Via de regra, as receitas orçamentárias estão previstas na Lei Orçamentária anual – LOA, por força do 
princípio da universalidade, o qual já estudamos. 
Mas mesmo que não esteja prevista, a receita que for arrecadada é considerada receita orçamentária, por 
força do art. 57 da Lei nº 4.320/1964. Vejamos: 
Receitas 
Receitas públicas
(enfoque orçamentário)
Receita orçamentária 
(sentido estrito)
Receitas orçamentárias 
+ ingressos 
extraorçamentários
(sentido amplo)
Receitas contábeis 
(enfoque patrimonial)
Variação Patrimonial 
Aumentativa (VPA)
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Contabilidade Pública 
Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3º desta lei serão classificadas como receita 
orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de 
operações de crédito, ainda que não previstas no Orçamento. 
Essa situação fica mais clara de entender se considerarmos o seguinte exemplo: imagine que o governo do 
município Pipiripal previu na LOA arrecadar R$ 500,00 com IPTU, e tenha arrecadado R$ 700,00. Os R$ 200,00 não 
constavam na LOA, mas, como eles foram arrecadados, constituem receita orçamentária, que pode, portanto, 
financiar despesas orçamentárias do município Pipiripal. 
 
 Outro exemplo bastante interessante e que nos será útil mais para frente é o seguinte: o cidadão 
Jlandsglaidson, comprometido e engajado com o bem-estar dos brasileiros, resolveu fazer uma doação em 
dinheiro para ogoverno. Essa doação será arrecadada? Sim! Portanto, constitui receita orçamentária mesmo 
sem estar prevista na LOA. E se Jlandsglaidson resolvesse fazer uma doação de um bem (de sua casa, digamos)? 
Primeiro, é preciso dizer que esse cidadão não parece muito esperto. Segundo, um bem não é uma disponibilidade 
financeira, logo, a doação não será arrecadada, e não será uma receita orçamentária! 
 Segundo o MCASP, as receitas orçamentárias transitam pelo patrimônio público e constituem ingressos 
que aumentam o saldo financeiro da instituição (MCASP, 8ª ed., pag. 32). 
Assim, podemos resumir as características da receita orçamentária da seguinte forma: 
• são arrecadadas; 
• transitam pelo patrimônio público; 
• aumentam o saldo financeiro da instituição; 
• são utilizadas para financiar despesas orçamentárias; 
• em geral, constam da LOA (princípio da universalidade). 
Ingressos extraorçamentários 
 Segundo o MCASP, ingressos extraorçamentários são recursos financeiros de caráter temporário, dos 
quais o Estado atua como mero agente depositário. 
 Não integram a LOA, nem como receita e nem como despesa, quando são devolvidos. Assim, sua devolução 
independe de autorização legislativa para ocorrer). 
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Contabilidade Pública 
Os exemplos de ingressos extraorçamentários são justamente as exceções ao conceito de receita 
orçamentária mencionadas no tópico anterior. Vejamos: 
• operações de crédito por antecipação de receita – ARO; 
• emissões de papel-moeda; 
• outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros (tais como os depósitos em caução, as 
fianças, as consignações). 
 Em geral, não possuem reflexos no Patrimônio Líquido da entidade, justamente por constituírem entradas 
compensatórias no ativo e no passivo, ou seja, faz-se, simultaneamente, um registro no ativo e no passivo de igual 
valor (essa dinâmica será melhor entendida nas aulas seguintes). 
Mas cuidado! Como já vimos, há receitas orçamentárias que também não afetam o Patrimônio Líquido. Por 
isso, é mais eficaz que você se atente para os exemplos de ingressos extraorçamentários dados e tente 
memorizá-los. Eles são frequentemente exigidos em questões de concurso. 
Vejamos esquematicamente os conceitos, diferenças e exemplos de receita orçamentária e ingresso 
extraorçamentários: 
 
 
 
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Contabilidade Pública 
Agora vamos ver como esse assunto foi exigido em prova: 
Questão para fixar 
(FCC – CNMP – 2015) Determinado ente público, na primeira quinzena do mês de fevereiro de 2015, contabilizou, 
entre outras, as seguintes receitas recebidas de natureza orçamentária e extraorçamentária. 
− Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, com acréscimo de multas e juros de mora, no valor total de R$ 
198.500,00, sendo o valor principal do imposto R$ 190.000,00. 
− operações de crédito por antecipação da receita orçamentária, no valor de R$ 45.500,00. 
− receita de aluguel de imóvel não prevista na lei orçamentária anual, no valor de R$ 15.500,00. 
− leilão de bens móveis, no valor de R$ 19.000,00. 
− caução, no valor de R$ 22.500,00, de empresa interessada em participar em licitação, para construção de obras 
públicas. 
O valor total das receitas extraorçamentárias é, em R$, de 
 A) 83.500,00; 
 B) 92.000,00. 
 C) 69.500,00. 
 D) 77.000,00. 
 E) 68.000,00. 
RESOLUÇÃO: 
 Para resolver essa questão, basta classificar as receitas descritas em orçamentárias ou extraorçamentárias. 
Sendo assim, vamos ver o resumo esquemático das receitas extraorçamentárias: 
 
 Dessa forma, conclui-se que são receitas extraorçamentárias os itens: 
 - operações de crédito por antecipação da receita orçamentária, no valor de R$ 45.500,00; e 
 - caução, no valor de R$ 22.500,00, de empresa interessada em participar em licitação, para construção de 
obras públicas. 
 Assim, as receitas extraorçamentárias totalizam R$ 68.000,00, tornando certa a alternativa E). 
Gabarito: LETRA E 
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Contabilidade Pública 
Classificações da Receita Orçamentária 
 Agora estudaremos as principais classificações da receita utilizadas tanto pela doutrina quanto aquelas 
normatizadas no MCASP. 
Mas antes uma pergunta: por que classificar as receitas? O que se ganha com isso? 
 Imagine se cada ente da federação classificasse suas receitas de forma distinta. Seria uma bagunça e não 
haveria como a contabilidade pública fornecer informações úteis acerca das contas contábeis que controlam a 
execução orçamentária. 
 A Portaria Conjunta SOF/STN nº 02/2016, que aprova o MCASP, atribui a finalidade da classificação das 
receitas (e despesas) à necessidade de proporcionar maior transparência sobre as contas públicas e uniformizar a 
sua classificação. 
 Além disso, essa uniformização facilita a organização governamental na formulação de programas de 
trabalho, bem como viabiliza a accountability (prestação de contas e responsabilização) sobre a execução 
orçamentária. 
Efetiva X não efetiva 
 Classifica-se a receita pública quanto ao impacto no Patrimônio Líquido em efetiva ou não efetiva. 
Vejamos: 
Receita Orçamentária Efetiva é aquela que, no momento do ingresso do recurso financeiro, aumenta a 
situação líquida patrimonial da entidade. Constitui fato contábil modificativo aumentativo. Exemplos: 
receitas tributárias, de aluguéis, serviços e industriais. 
Receita Orçamentária Não Efetiva é aquela que não altera a situação líquida patrimonial no momento do 
ingresso do recurso financeiro. Constitui fato contábil permutativo. Exemplos: operações de crédito e 
alienação de bens. 
 Veremos mais à frente o conceito de fato modificativo e permutativo. No mais, tranquilo, certo? Vejamos 
esquematicamente: 
 
 
Receitas efetivas
Provoca EFETIVA alteração no
patrimônio líquido da entidade no
momento do ingresso financeiro.
Receitas não 
efetivas
NÃO EFETIVA alteração no
patrimônio líquido da entidade no
momento do ingresso financeiro.
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Originárias X Derivadas 
 Classifica-se, também, a receita pública quanto à forma de obtenção ou simplesmente quanto à 
procedência do recurso em originária e derivada. Vejamos: 
Receitas públicas originária são aquelas arrecadadas por meio da exploração de atividades econômicas 
pela Administração Pública. Exemplos: rendas do patrimônio mobiliário e imobiliário do Estado (receita 
de aluguel), de preços públicos, de prestação de serviços comerciais e de venda de produtos industriais ou 
agropecuários. 
Receitas públicas derivada são receitas obtidas pelo poder público por meio da soberania estatal, ou seja, 
de forma impositiva decorrente de dispositivos legais ou constitucionais. Exemplos: receitas tributárias. 
Esquematicamente temos: 
 
 
O MCASP ressalta que essa classificação possui uso acadêmico e não é normatizada, não sendo, portanto, 
um classificador oficial da receita pelo poder público. No entanto, ela costuma ser cobrada em prova, como vamos 
ver agora: 
Questão para fixar 
(FCC – PGE/BA – 2013) São espécies de receitas derivadas as decorrentes. 
 A) de foro de terreno da marinha. 
 B) de locação de imóvel público. 
 C) de contribuição de melhoria. 
 D) da amortização da dívida pública. 
 E) da alienação de bens. 
Receitas 
originárias
Arrecadadas por meio da exploração
de atividades econômicas pela
Administração Pública.
Receitas 
derivadas
Obtidas pelo poder público por meio
da soberania estatal. Deriva do poder
coercitivo do Estado.
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RESOLUÇÃO: 
 Aqui, basta aplicarmos a definição de receitas derivadas. Vejamos o nosso resumo esquemático: 
 
 
 Note que apenas a alternativa C) traz uma opção da qual o Estado arrecada uma receita que deriva de sua 
soberania, haja vista que “contribuição de melhoria” é uma espécie de tributo. Assim, essa alternativa está certa. 
 As alternativas A), B) e E) fazem menção a patrimônio do Estado, o qual ao ser alienado ou locado implica 
uma receita referente à exploração de atividade econômica pela Administração Pública, logo receitas originárias. 
A alternativa D) refere-se a uma despesa pública e não uma receita. 
Gabarito: LETRA C 
Classificações da Receita Orçamentária segundo o MCASP 
Passemos às classificações da receita orçamentária segundo o MCASP (Parte I, item 3.2), as quais devem ser 
seguidas obrigatoriamente por TODOS os entes da Federação, sendo facultado seu desdobramento para 
atendimento das respectivas peculiaridades. 
 As receitas orçamentárias são classificadas segundo os seguintes critérios: 
• Natureza 
• Fonte/Destinação de recursos 
• Indicador de resultados 
Classificação por natureza da receita 
Segundo o MCASP, a classificação por natureza de receita visa identificar a origem do recurso segundo o 
fato gerador. Ou seja, o acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos (Parte I, item 
3.2.1). 
 Também segundo o MCASP, a natureza de receita é o detalhamento mais específico das receitas públicas 
no contexto orçamentário, contendo todas as informações necessárias para as devidas alocações orçamentárias. 
 Essa classificação é feita através de um código numérico de 8 dígitos e 5 níveis, cujas posições ordinais que 
estudaremos a seguir: 
Receitas 
originárias
Arrecadadas por meio da exploração
de atividades econômicas pela
Administração Pública.
Receitas 
derivadas
Obtidas pelo poder público por meio
da soberania estatal. Deriva do poder
coercitivo do Estado.
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1º nível 
Categoria 
econômica 
2º nível 
Origem 
3º nível 
Espécie 
4ºnível 
Desdobramentos para identificação de 
peculiaridades da receita 
5º nível 
Tipo 
1º dígito 
C 
2º dígito O 3º dígito E 
4º, 5º, 6º e 7º dígitos 
D.DD.D 
8º dígito 
T 
 Vale dizer que essa estrutura de codificação é recente, tendo sido instituída pela Portaria Interministerial 
STN/SOF nº 05/2015, que alterou a Portaria Interministerial STN/SOF nº 163/2001. As referidas alterações 
entraram em vigor na União já em 2016. Para os estados, municípios e DF essa estrutura começou a valer a partir 
de 2018, incluindo a LOA aplicável em 2018 e elaborada em 2017. 
 Essa nova codificação visou estruturar os códigos de natureza de receita de forma a proporcionar extração 
de informações imediatas com celeridade, simplicidade e transparência, dispensando o uso de eventuais 
procedimentos paralelos para concatenar dados. 
 Vejamos dois exemplos de aplicação dessa estrutura: 
Exemplo 1: 1.1.1.4.01.1.1 - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI - fumo – principal. 
Exemplo 2: 2.2.2.0.00.1.2 - Alienação de Bens Imóveis – multa e juros. 
 Complicou? Calma! Primeiramente vamos ver o significado de cada um desses níveis de detalhamento e 
voltaremos a esses dois exemplos para “dissecá-los”, ok? 
Categoria Econômica (1º nível) 
A Lei nº 4.320/1964 classificou as receitas em correntes e de capital, que são as duas categorias econômicas 
da receita. 
 A definição dessas categorias é trazida pelo MCASP (Parte I, item 3.2.1.1), bem como pelo Manual da Receita 
Pública. Vejamos: 
Receitas Orçamentárias Correntes: são arrecadadas dentro do exercício financeiro, aumentam as 
disponibilidades financeiras do Estado e, em geral, afetam positivamente o Patrimônio Líquido do setor 
público, ou seja, são receitas efetivas. 
 São receitas correntes aquelas provenientes de: tributos; contribuições; exploração do patrimônio 
estatal (Patrimoniais); exploração de atividades econômicas (Agropecuária, Industrial e de Serviços); 
recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a 
atender despesas classificáveis em Despesas Correntes (Transferências Correntes); por fim, demais 
receitas que não se enquadram nos itens anteriores, nem no conceito de receita de capital (Outras Receitas 
Correntes). 
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Receitas Orçamentárias de Capital são arrecadadas dentro do exercício financeiro, aumentam as 
disponibilidades financeiras do Estado, mas, em geral, não afetam o Patrimônio Líquido do setor público, 
ou seja, são receitas não efetivas. 
 Receitas de Capital são as provenientes tanto da realização de recursos financeiros oriundos da 
constituição de dívidas (Operações de Crédito) e da conversão, em espécie, de bens e direitos (Alienação 
de Bens), quanto de recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado (Amortização de 
Empréstimos) e destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital (Transferências de 
capital), bem como outras receitas de capital. 
O dígito para as receitas correntes é o “1” e para as receitas de capital é o “2”. 
Existem também as receitas de operações intraorçamentárias, que são aquelas realizadas entre órgãos e 
demais entidades da Administração Pública do mesmo ente federativo e integrantes do orçamento fiscal e do 
orçamento da seguridade social. Não representam novas entradas de recursos, mas apenas movimentações de 
receita entre os órgãos. Nesse caso, o dígito “7” representa as receitas correntes intraorçamentárias e o “8” 
representa as receitas de capital intraorçamentárias. Visam impedir dupla contagem. 
Categoria econômica Dígito 
Receitas correntes 1 
Receitas de capital 2 
Receitas correntes intraorçamentárias 7 
Receitas de capital intraorçamentárias 8 
Note que apesar de existirem 4 possíveis numerais, existem apenas 2 tipos de categorias econômicas: 
correntes e de capital. 
Origem (2º nível) 
 Agora vem a pergunta: quais são as receitas correntes e de capital? 
É justamente aí que entra o próximo nível da classificação por natureza de receita: a origem. 
Segundo o MCASP e o Manual Técnico de Orçamento – MTO, a origem é o detalhamento das categorias 
econômicas e serve para identificar a procedência das receitas no momento em que ingressam nos cofres públicos. 
Vejamos: 
 São receitas correntes aquelas provenientes de: 
• Tributos; 
• Contribuições; 
• Patrimoniais (exploração do patrimônio estatal); 
• Agropecuárias, Industriais e Serviços (exploração de atividades econômicas); 
• Transferências Correntes (recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou 
privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes); 
• Outras Receitas Correntes (demais receitas que não se enquadram nos itens anteriores, nem no 
conceito de receita de capital). 
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 São receitas de capital aquelas provenientes de: 
• Operações de Crédito (realização de recursos financeiros oriundos da constituição de dívidas); 
• Alienação de Bens (realização de recursos financeiros oriundos da conversão, em espécie, de bens e 
direitos); 
• Amortização de Empréstimos (recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado); 
• Transferências de capital (recursos destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de 
Capital); 
• Outras receitas de capital (receitas de capital que não atendem às especificações anteriores). 
Essa é a parte que vocês perguntam: é importante para a prova saber todas essas classificações? E eu 
respondo: COM CERTEZA!Isso despenca em concurso! Mas calma! Há um macete mnemônico para nos ajudar a 
fixar: 
Receitas correntes: TributaConPAIS TransOu 
• Tributárias; 
• Contribuições; 
• Patrimoniais; 
• Agropecuária; 
• Industriais; 
• Serviços; 
• Transferências Correntes; 
• Outras Receitas Correntes; 
Receitas de capital: OperaAliAmor TransOu 
• Operações de Crédito; 
• Alienação de Bens; 
• Amortização de Empréstimos; 
• Transferências de capital; 
• Outras receitas de capital. 
 Os dígitos desse nível ficam da seguinte forma: 
Origem 
1 Receitas Correntes 
7 Receitas Intraorçamentárias Correntes 
2 Receitas de capital 
8 Receitas Intraorçamentárias de Capital 
1 Impostos, Taxas e Contribuições de melhoria 1 Operações de Crédito 
2 Contribuições 2 Alienação de Bens 
3 Receita Patrimonial 3 Amortização de Empréstimos 
4 Receita Agropecuária 4 Transferências de Capital 
5 Receita Industrial 9 Outras Receitas de Capital 
6 Receita de Serviços 
 7 Transferências Correntes 
9 Outras Receitas Correntes 
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Vamos ver agora como esse assunto tem sido cobrado em prova: 
Questão para fixar 
(FGV – SEFAZ/RJ – 2009) Assinale a alternativa que não corresponda a uma receita corrente. 
 A) Receita de operação de crédito; 
 B) Receita tributária. 
 C) Receita patrimonial. 
 D) Receita industrial. 
 E) Receita de contribuições. 
RESOLUÇÃO: 
 Como podemos ver no nosso resumo esquemático, apenas a receita de operação de crédito não é receita 
corrente. 
Gabarito: LETRA A 
Espécie (3º nível) 
 A espécie é um detalhamento que visa especificar ainda mais a receita, permitindo qualificar com maior 
detalhe seu fato gerador. 
 Exemplificando, temos as seguintes espécies dentro da Origem de receitas correntes de contribuições: 
“Contribuições Sociais”, “Contribuições Econômicas”, “Contribuições para Entidades Privadas de Serviço Social e 
de Formação Profissional” e “Contribuição para Custeio de Iluminação Pública. 
 Aqui não vale à pena relacionar com os dígitos, pois são muitos! 
Desdobramentos para Identificação de Peculiaridades da Receita (4º nível) 
 Na nova estrutura de codificação foram reservados 4 dígitos para eventuais desdobramentos, visando 
identificar particularidades de cada receita, caso seja necessário. Assim, esses dígitos PODEM OU NÃO ser 
utilizados, observando-se a necessidade de especificação do recurso. 
 O MCASP ressalta uma dessas particularidades: utiliza-se no 4º dígito da codificação um “8”, visando 
identificar as receitas exclusivas de estados, DF e municípios, sendo que a estrutura dos três primeiros se mantém. 
Exemplo: Outras Receitas Correntes Exclusivas de Estados e Municípios – código 1.9.0.8.xx.x.x – os demais dígitos 
dos desdobramentos (quinto, sexto e sétimo) podem ser utilizados para atendimento das peculiaridades e 
necessidades gerenciais dos entes. 
Tipo (5º nível) 
O tipo, correspondente ao último dígito na natureza de receita, tem a finalidade de identificar o tipo de 
arrecadação a que se refere aquela natureza, sendo: 
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Tipo 
0 Natureza agregadora – quando se tratar de natureza de receita não valorizável ou agregadora) 
1 Receita principal – quando se tratar da arrecadação principal da receita) 
2 Multas e juros da receita principal 
3 Dívida Ativa da receita principal 
4 Multas e juros de mora da dívida ativa da receita principal 
5 Multa da Receita Principal quando não se aplicar o tipo 2 
6 Juros da Receita Principal quando não se aplicar o tipo 2 
7 Multas da Dívida Ativa quando não se aplicar o tipo 4 
8 Juros da Dívida Ativa quando não se aplicar o tipo 4 
Todo código de natureza de receita termina com um dos dígitos acima. 
 Vale mencionar que natureza agregadora representa a soma dos outros numerais, ou seja, ela totaliza os 
códigos similares que terminam em 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,8 e 9. Entretanto, não é utilizada na arrecadação da receita, 
apenas na demonstração da totalização dos valores. Na União, os dígitos 5 a 8 estão sendo utilizados, atualmente, 
apenas no que tange ao imposto sobre importação. 
Agora que vimos todos os níveis, voltemos aos nossos dois exemplos iniciais para compreendê-los melhor! 
Exemplo 1: 1.1.1.4.01.1.1 - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI - fumo – principal. 
 
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Exemplo 2: 2.2.2.0.00.1.2 - Alienação de Bens Imóveis – multa e juros. 
 
Bem melhor agora, certo? Vamos adiante! 
Classificação por indicador de resultado 
Nesta classificação, as receitas do Governo Federal são divididas em financeiras (ou não primárias) e 
primárias (ou não financeiras). 
Receitas financeiras (ou não primárias): são aquelas receitas que se relacionam com dívida. Exemplos: 
operações de crédito, pagamento de juros e amortização, privatizações (embora não abranja todas as 
receitas com alienação de bens). 
Receitas primárias (ou não financeiras): aquelas que não se relacionam com dívida ou desmobilização. 
Exemplos: tributárias, de contribuições, patrimoniais, de aluguéis, industriais. 
 Segundo o MCASP, esta classificação orçamentária da receita não tem caráter obrigatório para todos os 
entes e foi instituída para a União com o objetivo de identificar quais são as receitas e as despesas que compõem 
o Resultado Primário do Governo Federal, que é representado pela diferença entre as receitas primárias e as 
despesas primárias. Em contrapartida, as receitas e despesas financeiras não são computadas nesse cálculo. 
Vejamos esquematicamente: 
 
Receitas 
primárias
Seus valores são incluídos no cálculo
do resultado primário.
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Classificação por fonte/destinação de recursos 
 Suponha que no orçamento familiar seja necessário reservar previamente a remuneração de 20% do salário 
do integrante da família mais velho para cobrir despesas com o aluguel da casa em que todos moram. Essa é 
justamente a ideia de classificar a receita conforme a destinação legal dos recursos arrecadados. 
 A classificação orçamentária por fontes/destinações de recursos visa identificar as fontes de financiamento 
dos gastos públicos. Ou seja, a ideia é um identificador que integre a origem (de onde veio) da receita orçamentária 
com a destinação (onde será gasto) do recurso na despesa orçamentária. 
 Por sua vez, “fonte” nada mais é que um código numérico que, tal qual a natureza de receita, possui uma 
lógica de formação regida por regras previamente estabelecidas. 
 Para a receita, o código indica a destinação dos recursos. E para a despesa, ele indica a origem dos recursos 
que estão sendo utilizados. Segundo o MCASP, esse “mecanismo integrador possui um papel duplo no processo 
orçamentário”. 
A fonte pode ser utilizada, por exemplo, para “carimbar” recursos de modo que eles só possam ser gastos 
com alguma finalidade específica, digamos, na saúde. No entanto, a depender da fonte, pode ocorrer que o gestor 
possua liberdade para alocar o recurso, atendendo a qualquer finalidade desde que previsto na LOA. Assim, temos 
dois tipos de destinações: 
Destinação vinculada: é o processo de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em 
atendimento às finalidades específicas estabelecidas pela norma. Exemplos: recursos para o Fundeb, 
royalties de petróleo destinados à educação, operações de crédito vinculadas à saúde. 
Destinação ordinária: é o processo de alocação livre entre a origem e a aplicação de recursos, para 
atender a quaisquer finalidades. 
 Ressalte-se que a criação de vinculações para as receitas

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