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Assunto 4 - Sustentabilidade na logística reversa

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Sustentabilidade na logística reversa
APRESENTAÇÃO
A logística reversa possui papel fundamental na sustentabilidade, uma vez que prevê o retorno 
dos resíduos sólidos às empresas onde foram produzidos, para que sejam reciclados e 
reutilizados em novos processos produtivos ou, ainda, para que sejam descartados corretamente, 
sem causar danos ao meio ambiente e à vida humana.
Dessa forma, a logística reversa é um instrumento importante da Política Nacional de Resíduos 
Sólidos (PNRS), e sua responsabilidade deve ser compartilhada não somente pelas empresas, 
mas também pelos governos e sociedade. Por isso, empresas sustentáveis têm adotado a 
logística reversa em suas práticas e, com isso, vêm ganhando, entre outros benefícios, a 
confiança e o respeito dos consumidores, melhorando sua imagem junto ao mercado.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá o conceito de sustentabilidade empresarial, 
considerada como um modelo de negócio que busca o equilíbrio entre o crescimento econômico, 
a conservação do meio ambiente e o desenvolvimento social, e aprenderá sobre o conceito de 
triple bottom line, ou tripé da sustentabilidade, que considera os aspectos econômicos, sociais e 
ambientais como base para o desenvolvimento sustentável. Além disso, você identificará a 
logística reversa como um dos objetivos da logística moderna e verá de que forma ela pode 
contribuir com a sustentabilidade empresarial.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever sustentabilidade empresarial.•
Definir triple bottom line.•
Explicar como a logística reversa pode contribuir com a sustentabilidade empresarial.•
DESAFIO
Para manterem a competitividade e a boa imagem no mercado, as empresas têm procurado 
modelos de negócio que lhes permitam prosperar. No entanto, pensar apenas em melhorar o 
produto que atenda totalmente às necessidades dos consumidores já não é suficiente. O mercado 
e a sociedade têm exigido das empresas um olhar mais atento às questões sociais e ambientais. 
Neste Desafio, você será levado a apresentar um modelo de negócio que visa a integrar os 
aspectos econômicos, sociais e ambientais à estratégia da empresa como um meio de alcançar a 
lucratividade, ao mesmo tempo que preserva o meio ambiente e a igualdade social.
Você foi convidado a prestar consultoria para a empresa XYZ Indústria e Comércio Ltda., líder 
de mercado na área de equipamentos de gerenciamento de imagem. Como consultor, você 
deseja apresentar uma proposta de modelo de negócios que a ajude a tornar as metas 
desafiadoras da empresa em realidade. Para isso, o CEO da XYZ lhe apresenta o seguinte 
cenário da empresa: 
Sua reunião com o CEO da XYZ está agendada, e você deve propor um plano de ação que 
atenda às necessidades do contexto da empresa, mantendo-a competitiva e gerando valor.
INFOGRÁFICO
A logística reversa pode ser considerada como a logística da sustentabilidade, uma vez que, ao 
realizar o caminho inverso, contribui para a redução dos impactos gerados pelo descarte 
inadequado de resíduos sólidos na natureza. O inverso, nesse caso, refere-se ao modelo de 
logística integrada, aquela que compreende atividades de movimentação e armazenamento que 
simplificam a distribuição de produtos desde o fornecedor até o consumidor final.
Confira, neste Infográfico, os fluxos da logística integrada e da logística reversa. 
CONTEÚDO DO LIVRO
A sustentabilidade pode ser alcançada por meio do desenvolvimento sustentável, cuja 
preocupação não está somente com os aspectos econômicos, mas também com os aspectos 
sociais e ambientais. São esses aspectos que formam o triple bottom line, ou seja, o tripé da 
sustentabilidade. 
Dessa forma, a sustentabilidade vem ganhando cada vez mais importância em todo o mundo. 
Grandes empresas vêm discutindo sobre o tema, buscando meios de se adequar aos seus 
princípios, garantindo maior vantagem competitiva por meio de novas tecnologias e da inovação 
em seus processos e produtos. 
Nesse sentido, a logística reversa atua como aliada à sustentabilidade empresarial, uma vez que 
contribui para a concretização dos três pilares da sustentabilidade: ao retornar os resíduos 
sólidos para a reutilização, a empresa reduz custos com aquisição de nova matéria-prima; ao 
retornar os produtos às fábricas, impede que os resíduos sejam descartados no meio ambiente; e, 
ao permitir que os resíduos cheguem às cooperativas e associações para a reciclagem, colabora 
para a geração de emprego e renda. 
No capítulo Sustentabilidade na logística reversa, da obra Logística reversa, você conhecerá o 
conceito de sustentabilidade empresarial, que prevê a adoção de práticas sustentáveis pela 
empresa, considerando, além dos aspectos econômicos, os aspectos ambientais e sociais em suas 
estratégias, e reconhecerá o significado de triple bottom line, conhecido também como o pilar da 
sustentabilidade, representado pela união dos aspectos econômicos, sociais e ambientais. Além 
disso, você identificará como a logística reversa, regulamentada pelo Decreto n.º 7.404, de 23 de 
dezembro de 2010, contribui com a sustentabilidade empresarial.
LOGÍSTICA 
REVERSA
Ligia Maria Fonseca Affonso
Sustentabilidade 
na logística reversa
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever sustentabilidade empresarial.
 � Definir triple bottom line.
 � Explicar como a logística reversa pode contribuir com a sustentabi-
lidade empresarial.
Introdução
A evolução tecnológica trouxe consigo implicações que afetaram e conti-
nuam afetando tanto as nossas relações sociais quanto a forma como nos 
relacionamos com o meio ambiente. Nesse cenário, o aumento popula-
cional e a rapidez com que bens duráveis são descartados destacam-se 
como causadores diretos de uma crescente preocupação ambiental 
que paira sobre as diversas esferas da sociedade e acaba por alterar a 
dinâmica das ações dos setores empresariais. Frente a cidadãos cada 
vez mais conscientes, preocupados e ativos, políticas públicas em favor 
da responsabilidade ambiental e demandas de um mercado alinhado 
a propostas sustentáveis, torna-se imperativo às empresas contemplar, 
quando da sua atuação, aspectos não apenas econômicos, mas também 
sociais e ambientais.
Neste capítulo, você vai ler sobre sustentabilidade empresarial, co-
nhecer o triple bottom line (TBL) e a sua pertinência no cenário atual das 
relações das empresas, além de ser apresentado à contribuição fornecida 
pela logística reversa à sustentabilidade empresarial. 
1 Sustentabilidade empresarial
Em um mercado altamente competitivo, as empresas necessitam buscar a 
todo momento meios de manterem-se competitivas a fim de preservar sua 
sobrevivência. Além da concorrência, elas têm outro desafio: atender às neces-
sidades dos consumidores, que, cada vez mais conscientes e exigentes, além 
de se preocuparem com sua saúde e qualidade de vida, estão atentos também 
aos aspectos sociais e ambientais. Isso significa que as pessoas passaram a 
dar maior importância tanto a seus hábitos de consumo quanto a questões 
relativas à procedência dos produtos e serviços que consomem, buscando 
informações sobre o modo de extração da matéria-prima utilizada em sua 
produção; o impacto do processo produtivo no meio ambiente; o envolvi-
mento dessas atividades com trabalho infantil, trabalho escravo; a prática da 
logística reversa pela empresa; a reutilização de seus resíduos em novos ciclos 
produtivos; e a correta destinação a seus rejeitos (aquilo que não tem como ser 
reaproveitado). Essas atitudes incluem também a reflexão sobre os impactos 
positivos e negativos que o consumo exerce não somente na sua própria vida, 
mas também na vida de outras pessoas, o que demonstra que a preocupação 
dos consumidores ultrapassa os limites da produção, abrangendo aspectos 
econômicos, sociais e ambientais.
A conscientização da sociedade,de modo geral, exerce pressão sobre as 
empresas, levando-as a adequar seus processos produtivos e administrativos 
para atender às necessidades de consumo e respeitar as novas exigências do 
consumidor. Isso inclui uma nova atitude das empresas em relação ao meio 
ambiente e à sociedade, de modo que deixem de ser um problema e façam 
parte das soluções.
Essa pressão sobre as empresas é reforçada pelo mercado e pelo governo, 
que, como se pode observar na Figura 1, influenciam o modo como elas lidam 
com questões sociais e ambientais.
Sustentabilidade na logística reversa2
Figura 1. Forças que influenciam as empresas em relação aos aspectos sociais e ambientais.
Fonte: Adaptada de Braungart e McDonough (2013).
Meio ambiente Governos
Sociedade Mercado
Empresas
O mercado pressiona as empresas a considerarem as questões ambientais 
e sociais em suas estratégias de negócios e adequarem seus processos de 
forma sustentável. Ou seja, com o mercado altamente competitivo, quem não 
se adequar às exigências para um desenvolvimento sustentável vai ficando 
para trás e tem sua sobrevivência comprometida. As empresas sustentáveis, 
por sua vez, têm maior vantagem competitiva em um cenário de competição 
acirrada, melhoram sua imagem, transmitem confiança, atraem investidores 
(que não querem investir em empresas com passivo ambiental, em razão do 
não cumprimento das leis ambientais), têm maiores chances de obter crédito 
(uma vez centenas de instituições financeiras possuem critérios ambientais 
para conceder créditos), não representam uma ameaça às seguradoras (que 
pressionam as empresas a melhorarem seu desempenho ambiental porque os 
sinistros ambientais podem tomar proporções consideráveis), firmam parce-
rias (com empresas globais ou locais, que somam suas forças, sua expertise, 
seus conhecimento e suas tecnologias para ampliar seu mercado de atuação 
ou conquistar novos mercados) e agradam aos consumidores (conquistando 
novos e mantendo os clientes de sua cartela fidelizados), estando, assim, 
à frente de empresas cujo comprometimento com questões sociais e ambientais 
são menores (BRAUNGART; MCDONOUGH, 2013).
3Sustentabilidade na logística reversa
Passivo ambiental diz respeito a todos os tipos de impacto causado ao meio ambiente 
por determinado negócio e que não foi recuperado.
O governo pressiona as empresas criando e aprovando leis de forma mais 
intensa e com maior frequência, o que demonstra sua preocupação com essas 
questões, ou seja, são questões que entraram definitivamente para a agenda 
política do governo, influenciado pelos diversos segmentos da sociedade. 
São essas pressões da sociedade, do mercado e do governo que impulsionam 
cada vez mais empresas a se envolverem com as questões ambientais e sociais 
(BARBIERE, 2016). 
Você deve estar se perguntando por que estamos falando em mercado 
competitivo, legislações, consumidores, questões ambientais e sociais, se nosso 
assunto aqui é sustentabilidade empresarial. Ora, porque esses são aspectos 
que fazem parte do contexto das empresas e da sustentabilidade. A sustenta-
bilidade vem sendo discutida há muitos anos, e sua preocupação é equilibrar 
aspectos econômicos, sociais e ambientais de forma que, combinados, possam 
contribuir para um futuro mais saudável e promissor, em que a humanidade 
e o meio ambiente possam conviver em harmonia.
As discussões sobre a sustentabilidade empresarial surgiram a partir da 
conclusão de um estudo realizado pelo Massachusetts Institute of Technology 
(MIT) em 1972. Solicitado pelo Clube de Roma, o relatório Os Limites do 
Crescimento mostrou que, mesmo considerando-se os avanços tecnológicos, 
o crescimento populacional, em um ritmo estimado pelos pesquisadores, 
levaria ao aumento da utilização de recursos naturais e energia, aumentando a 
poluição. O que se previa era a escassez dos recursos naturais e o consequente 
risco à vida humana e aos negócios (SILVEIRA, 2017).
O Clube de Roma é uma organização independente e sem fins lucrativos dedicada à 
realização de estudos, pesquisas e debates sobre os desafios mundiais e seus fatores causais. 
Dentre os seus temas de trabalho, destacam-se a sustentabilidade ambiental, o crescimento 
econômico e o consumo de recursos (CLUBE DE ROMA, 2015 apud SILVEIRA, 2017).
Sustentabilidade na logística reversa4
Quase 50 anos após esse estudo, podemos perceber que as previsões se 
confirmaram. Vivenciamos atualmente os impactos que a produção indus-
trial e o crescimento econômico vêm gerando no ambiente e na vida hu-
mana: o crescente aumento da poluição e o acúmulo de resíduos, o consumo 
desenfreado de recursos naturais, a extinção dos ecossistemas terrestres, 
a destruição da biodiversidade, o efeito estufa, o aquecimento global — 
todos com seus desdobramentos que afetam também a nossa saúde e a nossa 
qualidade de vida. 
Em 1987, teve início a criação de um novo conceito de sustentabilidade. 
Mais consistente, ele começou a despertar o interesse de grandes empresas 
de vários países, inclusive do Brasil, que se comprometeram a adotar práti-
cas sustentáveis, iniciando-se, assim, a sustentabilidade empresarial, isto é, 
as empresas começaram a se movimentar no sentido de manter sua compe-
titividade e sua lucratividade ao longo do tempo, oferecendo produtos e/ou 
serviços de qualidade, praticando os preços de mercado e remunerando bem 
seus stakeholders (BIELSCHOWSHY, 2009). 
Stakeholders são todas as partes interessadas de uma empresa que são afetadas de 
algum modo por seus resultados e suas decisões, como clientes, funcionários, acionistas, 
proprietários, fornecedores, comunidades, governos, etc. (INSTITUTO ETHOS, 2013).
A sustentabilidade empresarial é um modelo de negócio que visa a equilibrar 
o crescimento econômico, a conservação do meio ambiente e o desenvolvimento 
social de modo a alcançar o desenvolvimento sustentável, considerado como 
o meio para atingir-se a sustentabilidade. No entanto, ela valoriza também 
aspectos como o bem-estar de seus funcionários, a ética nas relações, a trans-
parência, a governança corporativa, a escolha de fornecedores e distribuidores 
comprometidos com a sustentabilidade, etc., todos elementos importantes em 
uma empresa sustentável. 
Dessa forma, para ser sustentável uma empresa necessita compreender 
essa nova demanda da sociedade e responder a ela gerando valor agregado 
que se transforme em benefícios tanto para seus stakeholders quanto para a 
comunidade e o meio ambiente, sempre pautando suas ações na ética e na 
transparência. 
5Sustentabilidade na logística reversa
2 Triple bottom line
A sustentabilidade pode ser alcançada por meio do desenvolvimento sus-
tentável, que consiste em aliar crescimento econômico, proteção ao meio 
ambiente e igualdade social. Foram esses aspectos que, associados à mudança 
do paradigma das empresas (que apenas visavam ao lucro), deram origem ao 
TBL, também conhecido como o tripé da sustentabilidade.
Criado por John Elkington, o conceito do TBL surgiu nos anos 1990 com 
o objetivo de auxiliar empresas do ramo de petróleo e gás a unirem os três 
componentes do desenvolvimento sustentável: crescer economicamente, ser 
socialmente justo e preservar o meio ambiente. No entanto, segundo o próprio 
Elkington (1999), adotar o conceito do TBL exige mudanças significativas, 
pois envolve alterações nos processos operacionais e comerciais da empresa, 
que alteram também sua participação nos mercados local e global (COTRIM; 
GOUVEIA; LIMA, 2006).
John Elkington é sociólogo e consultor britânico, considerado uma das maiores referên-
cias na área de responsabilidade corporativa sustentável (COTRIM; GOUVEIA; LIMA, 2006).
Conforme Elkington (1999), nesse modelo as empresas devem:
 � atuar em mercados mais amplos, tanto nacionais como internacionais, 
atendendo às condições impostas pelos clientes e pelos mercados finan-
ceiros, o que requer o comprometimento com o desempenho econômico, 
social e ambiental;
 � mudar seus valores, uma vez que o foco passaa ser não somente no 
produto, mas também nos aspectos sociais e ambientais;
 � dar transparência às suas atividades e aos impactos gerados por elas, 
bem como sobre seu desempenho econômico, social e ambiental;
 � monitorar e avaliar os impactos econômicos, sociais e ambientais 
gerados pelos novos processos, produtos e tecnologias;
 � pensar seu negócio a longo prazo, com atenção e preparo para novas 
situações e possibilidades futuras, considerando que a utilização ex-
Sustentabilidade na logística reversa6
cessiva dos recursos naturais e a degradação ambiental permanente 
podem provocar mudanças que precisam ser gerenciadas;
 � manter os aspectos econômicos, sociais e ambientais presentes nas 
discussões da diretoria, buscando continuamente o equilíbrio entre 
eles de modo a construir um cenário que possibilite a continuidade e 
a ampliação de suas atividades, no presente e no futuro;
 � estabelecer parcerias não apenas com outras empresas, mas com seus 
stakeholders — prática cada vez mais demandada e importante para 
determinar conjuntamente o caminho da empresa na direção da sus-
tentabilidade, as parcerias são um exemplo de responsabilidade social 
corporativa, cujas relações devem ser pautadas no respeito e na ética. 
Cabe destacar que a responsabilidade social corporativa tem sido res-
ponsável por determinar novas formas de as empresas se relacionarem com 
seus stakeholders, buscando maior qualidade na relação empresa-sociedade. 
Tais questões vêm impondo mudanças nas dinâmicas de mercado e no meio 
ambiente.
Dessa forma, podemos entender que o termo TBL é utilizado para expressar 
um conjunto de valores, objetivos e processos de uma empresa cuja finalidade é 
criar valor econômico, social e ambiental, reduzindo os danos causados por suas 
atividades. Assim, o TBL representa a união dos aspectos econômicos, sociais e 
ambientais como base para o desenvolvimento sustentável, que devem interagir 
de forma abrangente para que a sustentabilidade se sustente. A imagem do tripé 
representa perfeitamente a sustentabilidade, como é possível ver na Figura 2.
Figura 2. Tripé da sustentabilidade.
Fonte: Berlato, Saussen e Gomez (2016).
SOCIAL
AMBIENTAL ECONÔMICA
SUSTENTABILIDADE
7Sustentabilidade na logística reversa
Por meio do gerenciamento de seu desempenho e dos impactos econômicos, 
ambientais e sociais, as empresas podem ampliar seu valor junto ao mercado e 
a seus stakeholders a curto e longo prazo, criar oportunidades e reduzir seus 
riscos. Veja na Figura 3 o equilíbrio entre as três dimensões.
Figura 3. Triple bottom line.
Fonte: Adaptada de IPIECA (2020).
ECONÔMICA
SOCIAL AMBIENTAL
ECO-
EFICIÊNCIA
SOCIO-
ECONÔ-
MICO
SOCIO-
AMBIENTAL
A dimensão econômica na empresa prevê o lucro, os rendimentos, as 
movimentações financeiras e o retorno aos acionistas. A dimensão socioe-
conômica prevê a criação de empregos, o aperfeiçoamento de habilidades, os 
impactos econômicos locais, os investimentos sociais, a ética nos negócios e a 
responsabilidade com impostos e taxas. A dimensão de ecoeficiência prevê 
a eficiência de recursos, o cuidado com o produto e a análise do seu ciclo 
de vida. A dimensão social prevê a diversidade na empresa, a satisfação do 
empregado, o respeito aos direitos humanos, os padrões de trabalho, a relação 
mais próxima e o diálogo com a comunidade. A dimensão socioambiental 
prevê a segurança e a saúde, a avaliação do impacto ambiental local, a aten-
ção à mudança de clima global e o gerenciamento adequado de recursos. 
A dimensão ambiental prevê a minimização das perdas em todos os processos 
da empresa, a redução de emissões de gases poluentes, a flexibilidade nas 
regulamentações, o cuidado com a biodiversidade e a prevenção de acidentes. 
Sustentabilidade na logística reversa8
Vamos entender melhor cada um desses aspectos? Quando falamos em 
aspectos sociais, estamos nos referindo ao olhar que a empresa deve ter sobre 
as pessoas, não só as que nela trabalham, mas também as da comunidade onde 
ela está inserida, bem como as da(s) comunidade(s) de onde retira os recursos 
naturais para sua produção — e as da sociedade de modo geral. Assim, além 
de prover salários justos e estar adequada à legislação trabalhista, é neces-
sário à empresa promover o bem-estar dos funcionários mediante a criação 
de um ambiente saudável e agradável para se trabalhar, pensando na saúde 
deles e de sua família. A empresa também deve estar atenta ao modo como 
suas atividades afetam as comunidades ao seu entorno, incluindo a promoção 
de projetos sociais que envolvam educação, lazer, problemas de violência e 
outros temas necessários que permitam reduzir a situação de vulnerabilidade 
presente no local, solucionar problemas, etc.
O aspecto ambiental refere-se ao meio natural e ao impacto negativo 
sobre ele, que todas as empresas causam tanto ao extrair a matéria-prima em 
sua produção, como a emissão de gases CO2, quanto durante o descarte dos 
resíduos. Nesse sentido, as empresas devem buscar meios de minimizar esses 
impactos, não somente alterando os métodos de produção e adotando novas 
tecnologias, mas também diminuindo ao máximo a utilização de matéria-prima 
ou substituindo os componentes que formam o produto e repondo ao meio 
aquilo que elas retiram. Outro ponto importante, que é o ponto de partida para 
que a empresa migre para a sustentabilidade, é respeitar e atender à legislação 
ambiental e a outros princípios da sustentabilidade. 
O aspecto econômico está ligado à forma de produção, distribuição e con-
sumo de bens e serviços, considerando-se sempre os dois aspectos anteriores. 
As empresas necessitam do lucro, de rendimentos, precisam dar retorno a seus 
acionistas, etc.; no entanto, devem fazer isso sem gerar impactos negativos ao 
ambiente e à vida humana. Em outras palavras, isso quer dizer que as empresas 
continuam tendo o lucro como seu objetivo principal, pois de outra forma elas 
não sobrevivem. Porém, ao decidir seguir o caminho para o desenvolvimento 
sustentável, seu sucesso passa a não ser mais condicionado a uma capacidade 
produtiva eficiente, mas à forma como ela exerce seu papel na sociedade, nas 
dimensões sociais e ambientais. Assim, esses aspectos devem fazer parte da 
estratégia de negócios da empresa, de forma equilibrada com os seus resultados 
financeiros. Cabe destacar que, em seus relatórios corporativos, as empresas 
passam, dessa forma, a incluir o conceito TBL, de modo que seus resultados 
são mensurados a partir das três dimensões: social, ambiental e econômica.
9Sustentabilidade na logística reversa
Para que as empresas alcancem o desenvolvimento sustentável, é neces-
sário que satisfaçam as necessidades básicas da sociedade; se solidarizem 
com as próximas gerações; permitam a participação da população nas ações 
sociais e até mesmo ambientais implementadas na comunidade; conservem 
os recursos naturais e o meio ambiente; possuam um sistema de criação de 
empregos; colaborem com a segurança social, respeitando as diferentes cultu-
ras; e implementem programas educacionais. Dessa forma, elas contemplam 
os três pilares da sustentabilidade, uma vez que promove o equilíbrio entre 
eles (SACHS, 2002). 
As empresas que adotam a sustentabilidade como um valor integrado à sua 
estratégia de negócios se diferenciam no mercado, pois ser sustentável gera 
vantagens competitivas significativas, como já foi comentado anteriormente: 
redução de custos, crescimento dos lucros a médio e longo prazo, aumento 
de produtividade, elevação do valor da marca, melhor imagem institucional, 
além de fidelizar os clientes e conquistar novos, atrair investidores e parcerias 
que ajudem a ampliar os negócios e sua fatia de mercado. Elas necessitam, 
ainda, pensar suas estratégias no curto, médio e longo prazo, acompanhando 
seus resultados por meio de indicadores sustentáveis, que devem fazer parte 
dessa nova prática empresarial (BARBIERE, 2016).
Todos os aspectos comentados nas dimensões econômica, social e ambien-
tal doTBL têm relação com os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável 
(ODS) com 169 metas para a Agenda 2030, estabelecida pela Organização das 
Nações Unidas (ONU), como é possível verificar na Figura 4.
Figura 4. ODS da sustentabilidade.
Fonte: ONU (s.d).
Sustentabilidade na logística reversa10
É importante destacar que o conceito do TBL pode ser adotado por qualquer 
empresa, independentemente de seu tamanho, em qualquer comunidade, em 
qualquer casa de qualquer cidadão, e em qualquer lugar do planeta.
Para saber mais sobre a Agenda 2030, leia o texto “Transformando nosso mundo: 
a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável”, disponível no site da ONU do Brasil.
3 Logística reversa e sua contribuição 
na sustentabilidade empresarial
Antes de falarmos sobre a logística reversa, vamos relembrar o conceito da 
logística integrada? A logística integrada é considerada a logística tradicional, 
que inclui as atividades de movimentação e armazenamento de produtos, 
desde o ponto de onde se retira a matéria-prima até a chegada ao consumidor 
final, o que exige, como em qualquer outra área, processos de planejamento, 
implementação e controle tanto da sua eficiência quanto dos custos envolvidos 
em todas essas operações (BERTAGLIA, 2003; BALLOU, 2006). 
A logística reversa, em seu primeiro conceito, nos anos 1980, significava 
apenas o movimento dos materiais desde o consumidor até o produtor. De lá 
para cá, esse conceito foi sendo ampliado, e atualmente podemos entender 
logística reversa como uma área empresarial responsável pelas ações de pla-
nejamento e controle do fluxo das operações e das informações relacionadas 
ao retorno dos produtos de pós-venda e pós-consumo a seu ciclo produtivo, 
agregando valor econômico, ambiental e social à imagem da empresa. Em outras 
palavras, a logística reversa apoia o ciclo de vida do produto, que é um dos 
objetivos da logística moderna (LEITE, 2009; BOWERSOX; CLOSS, 2009).
11Sustentabilidade na logística reversa
Veja na Figura 5 a representação da logística integrada e da logística reversa.
Figura 5. Logística integrada e logística reversa.
Fonte: Logística74 (2014, documento on-line).
Como é possível observar, na logística integrada o fluxo acontece do 
fornecedor de matéria-prima à indústria, que entrega seus produtos a seus 
distribuidores, que os transportam até os varejistas, que, por sua vez, os vendem 
ao consumidor. Nesse caso, a responsabilidade da empresa termina quando o 
produto é entregue ao consumidor final. Na logística reversa, o produto que 
seria descartado pelo consumidor retorna ao varejista (pós-consumo), que o 
transporta até o distribuidor, que o transporta à fábrica onde foi produzido 
para, então, retornar ao ciclo produtivo do mesmo produto, ou em outro ciclo. 
Assim, a logística reversa diz respeito a todos os procedimentos relacionados à 
devolução de materiais que já foram utilizados no processo produtivo. Veja-se 
que, na logística integrada, o fluxo é de produção linear e, na logística reversa, 
o fluxo é circular — ou seja, os resíduos sólidos são reaproveitados em novos 
processos produtivos. No entanto, aqueles que não estiverem em condições 
para isso devem ser descartados adequadamente, evitando-se que impactos 
negativos sejam gerados ao meio ambiente e garantindo-se a sustentabilidade 
dos negócios. 
Sustentabilidade na logística reversa12
O fluxo reverso de pós-consumo diz respeito ao retorno de produtos e de suas em-
balagens já utilizados pelos consumidores ao ciclo produtivo, por meio de reuso, 
remanufatura e reciclagem (LEITE, 2009). 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída por meio da 
Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, possui vários objetivos. Dentre eles, 
destacam-se o incentivo a hábitos sustentáveis de consumo; o aumento da 
reciclagem e da reutilização de resíduos sólidos que tenham valor econômico 
e que possam realmente ser reciclados e reutilizados; a destinação correta de 
rejeitos, ou seja, daquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado, por meio 
da logística reversa, um dos instrumentos da PNRS (BRASIL, 2010b).
A logística reversa é definida na PNRS como: 
[...] instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um 
conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e 
a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, 
em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final am-
bientalmente adequada (BRASIL, 2010b, documento on-line).
Resíduos sólidos são todos os materiais, as substâncias, os objetos ou os bens descar-
tados pelos homens que resultam de suas atividades em sociedade. Esses resíduos 
podem ter estado sólido ou semissólido e, ainda, possuir gases ou líquidos contidos 
em recipientes, que não devem ser lançados em redes de esgoto ou em outros locais 
inapropriados (BRASIL, 2010b).
Cabe destacar que a logística reversa é regulamentada pelo Decreto 
nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010, o qual preconiza que a responsabilidade 
compartilhada pelos resíduos gerados após o consumo dos produtos é de fa-
bricantes, importadores, distribuidores, consumidores e governos, ou seja, são 
todos responsáveis pelos resíduos gerados após o uso dos produtos (BRASIL, 
2010a). Assim, todos os produtos criados em um processo de industrialização, 
13Sustentabilidade na logística reversa
aqui no Brasil, estão sujeitos aos processos de logística reversa (desde que 
viável, econômica e tecnologicamente possível), sobretudo pilhas e baterias; 
óleos lubrificantes; lâmpadas; medicamentos; agrotóxicos; eletrônicos e seus 
componentes; e embalagens plásticas, metálicas ou de vidro. 
No entanto, para que possa ser efetiva, a logística reversa deve ser estimu-
lada por meio da legislação ou de programas de incentivo. Como exemplo, 
podemos citar a coleta seletiva, considerada uma forma de engajamento da 
população para a separação entre resíduos secos e úmidos, que possam ou 
não ser recicláveis.
Mas, para que isso possa acontecer, é necessário que os governos garantam 
o transporte e a destinação correta dos resíduos domésticos, implementando, 
ainda, projetos referentes ao tratamento limpo, à gestão adequada de aterros 
sanitários e ao cumprimento das leis que determinam a extinção de lixões. 
As principais atividades realizadas na logística reversa são o retorno do produto a sua 
origem e sua revenda após a remanufatura, a reciclagem, a reparação ou reabilitação 
em mercados secundários e outlets (LEITE, 2009). 
Nas empresas, os sistemas de logística reversa devem ser estruturados por 
meio de um acordo setorial, que são os “[...] contratos firmados entre o Poder 
Público e os fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, visando 
a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto” 
(BRASIL, 2010b, documento on-line). Esse acordo se dá porque, a fim de que 
a logística reversa seja viável economicamente, é necessária a colaboração 
de todos os agentes que atuam em determinado setor e, dessa forma, reúnem 
grande volume de resíduos semelhantes. Nesse sentido, são estabelecidas 
pelo Decreto nº 9.177, de 23 de outubro de 2017, em seu Art. 1º, normas que 
garantam a imparcialidade na fiscalização e no cumprimento das obrigações 
atribuídas aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de 
produtos, de seus resíduos e de suas embalagens, subordinados à logística 
reversa obrigatória. Ou seja, independentemente de acordos setoriais ou termos 
de compromisso (outro instrumento da logística reversa), todos esses agentes 
devem adotar sistemas de logística reversa de acordo com o determinado 
na PNRS. Dessa forma, utilizando a logística reversa, as empresas, além de 
Sustentabilidade na logística reversa14
cumprirem as leis, geram benefícios para a sociedade e, consequentemente, 
melhoram a sua imagem junto ao mercado (BRASIL, 2017).
A logística reversa pode ser considerada a logística da sustentabilidade, 
uma vez quecontribui para a redução dos impactos causados ao meio ambiente 
ao evitar que os resíduos sólidos retornem à natureza. A adoção da logística 
reversa nas empresas traz benefícios ambientais e econômicos. Dentre os bene-
fícios ambientais, podemos destacar a redução do volume de descarte tanto de 
forma segura quanto de forma ilegal, a economia de energia na fabricação de 
novos produtos, a minimização da poluição por meio do controle dos resíduos, 
a melhoria da imagem corporativa e a maior consciência ambiental. Dentre 
os benefícios econômicos, destacam-se a criação de novos negócios na cadeia 
produtiva, o incremento de fluxo de caixa com a comercialização dos produtos 
secundários e dos resíduos, o aproveitamento dos canais de distribuição para 
escoar os produtos secundários nos mercados secundários e a melhoria da 
reputação e da imagem da empresa junto a instituições financeiras, investi-
dores e consumidores, uma vez que práticas ambientalmente corretas atraem 
novos públicos e negócios, além de gerar vantagem competitiva (SHIBAO; 
MOORI; SANTOS, 2010).
Você deve estar se perguntando qual é a contribuição da logística reversa 
para a sustentabilidade empresarial. Ora, a logística reversa possui ligação 
direta com a sustentabilidade empresarial, uma vez que ajuda a melhorar a 
imagem da empresa no mercado, isto é, uma empresa que adota o processo 
de logística reversa ganha credibilidade junto aos consumidores que se pre-
ocupam com o meio ambiente e com aspectos sociais. Em relação ao meio 
ambiente, a logística reversa contribui para a sua conservação ao ajudar as 
empresas a reduzir a quantidade de resíduos sólidos descartados em locais 
inapropriados, evitando o seu direcionamento a aterros. Economicamente, ela 
permite às empresas reduzir custos com matéria-prima, pois os resíduos de 
sua produção podem ser reciclados e reutilizados em novos ciclos produtivos, 
e, em muitos casos, o uso de materiais reciclados na produção é mais baixo 
que o uso de matéria-prima virgem. A logística reversa contribui, ainda, para 
a sustentabilidade empresarial. Isso porque, ao ser adotada pelas empresas, 
ela contribui para a geração de emprego e renda, pois esse trabalho envolve 
a coleta seletiva dos resíduos sólidos e sua reciclagem, atividades que podem 
ser realizadas por cooperativas ou associações de catadores (BRASIL, 2010a). 
Na Figura 6, você pode observar o TBL da sustentabilidade e como a interação 
entre os aspectos econômicos, sociais e ambientais, no contexto da logística 
reversa, pode trazer resultados.
15Sustentabilidade na logística reversa
Figura 6. Tripé da sustentabilidade: econômico, social e ambiental (TBL).
Fonte: Caiado et al. (2018).
Ambiental
Economia Social
Sustentabilidade
Conforme Corrêa e Xavier (2013), a interação entre as dimensões econô-
mica e social privilegia a criação de emprego e renda; a interação entre as 
dimensões econômica e ambiental privilegia práticas economicamente viáveis 
e ambientalmente corretas; a interação entre as dimensões social e ambiental 
privilegia práticas sociais que não gerem impactos negativos ao meio ambiente; 
e o ponto de intersecção entre as três dimensões representa a sustentabilidade 
em seu sentido mais amplo. 
É importante destacar que a logística reversa é uma das práticas sustentáveis 
que, ao serem adotadas pelas empresas, podem gerar vantagem competitiva 
estratégica. Isso se dá, primeiramente, em razão da conscientização e da 
preocupação crescentes dos consumidores, sobretudo em relação aos impactos 
gerados pela produção, pela utilização e pelo descarte do produto no meio 
ambiente. Em segundo lugar, em razão da crescente atenção dos consumidores 
em relação aos impactos que o consumo do produto gera na sociedade. Por 
fim, a terceira razão é que, como já foi aqui comentado, ao utilizar materiais 
reciclados na produção, a empresa diminui seus custos com matérias-primas 
virgens, pois o material reciclado é menos oneroso (CORRÊA et al., 2013). 
Assim, logística reversa e a sustentabilidade devem andar juntas, como 
uma estratégia para se alavancar a lucratividade e ampliar o posicionamento 
da empresa no mercado em direção a um mundo sustentável (CORRÊA; 
XAVIER, 2013; PEREIRA et al., 2012).
Sustentabilidade na logística reversa16
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. Porto 
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de suprimento. São Paulo: Atlas, 2009.
BRASIL. Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010. Regulamenta a Lei no 12.305, de 2 
de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; cria o Comitê 
Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos; e o Comitê Orientador para 
a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. Brasília, 
DF, 2010a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/
Decreto/D7404.htm. Acesso em: 26 abr. 2020.
BRASIL. Decreto nº 9.177, de 23 de outubro de 2017. Regulamenta o art. 33 da Lei nº 12.305, 
de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, e com-
plementa os art. 16 e art. 17 do Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010 e dá 
outras providências. Brasília, DF, 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9177.htm. Acesso em: 26 abr. 2020.
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sóli-
dos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília, 
DF, 2010b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/
Decreto/D7404.htm. Acesso em: 26 abr. 2020.
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ceito, histórico e estudo de casos. In: CNEG, 3., 2006, Niterói, Rio de Janeiro. Anais 
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SILVEIRA, J. H. P. (org.). Sustentabilidade e responsabilidade social: artigos brasileiros. Belo 
Horizonte: Poisson, 2017. v. 3.
Leituras recomendadas
BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 4. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2016.
SLACK, N. et al. Gerenciamento de operações e de processos: princípios e práticas de 
impacto estratégico. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
SOUSA, T. de J. F. et al. Proposta de melhoria do processo de uma fábrica de polpas por 
meio da metodologia de análise e solução de problemas. In: ENCONTRO NACIONAL 
DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 35., 2015, Fortaleza. Anais... Fortaleza: [s. n.], 2015. 
Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STP_207_228_27341.pdf. 
Acesso em: 26 abr. 2020.
Sustentabilidade na logística reversa18
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cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
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sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
19Sustentabilidade na logística reversa
DICA DO PROFESSOR
O descarte incorreto dos resíduos sólidos tem gerado grandes impactos na natureza: aumento de 
lixões em aterros sanitários; morte de animais marinhos; entupimento de bueiros, causando 
grandes alagamentos nas grandes cidades; mudanças de clima; entre outros. Todos esses 
impactos são decorrentes da produção industrial linear, que visa cada vez mais ao aumento do 
consumo, que, por sua vez, gera cada vez mais resíduos. A logística reversa surge como uma 
solução para esse problema, uma vez que tem por objetivo fazer com que esses resíduos 
retornem às suas fábricas de origem para serem reutilizados ou descartados corretamente.
Veja, nesta Dica do Professor, a logística reversa a e Política Nacional de Resíduos Sólidos 
(PNRS).
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EXERCÍCIOS
1) Em um mercado altamente competitivo, as empresas necessitam buscar meios de 
manterem-se competitivas, preservando sua sobrevivência. Além da concorrência, 
que outros fatores exercem pressão sobre as empresas, influenciando o modo como 
estas lidam com questões sociais e ambientais?
A) Consumidores, mercado e governo.
B) Consumidores, legislação, investidores.
C) Mercado, governos e instituições financeiras.
D) Mercado, consumidores e legislação.
E) Investidores, parcerias e governo.
2) A sustentabilidade pode ser alcançada por meio do desenvolvimento sustentável, que 
consiste em aliar crescimento econômico, proteção ao meio ambiente e igualdade 
social, aspectos que deram origem ao triple bottom line (TBL), também conhecido 
como tripé da sustentabilidade. Ao adotarem esse conceito, as empresas devem:
A) estabelecer parcerias somente com empresas nacionais, pois devem atender às condições 
impostas pelos clientes mercados financeiros locais.
B) pensar seu negócio a curto prazo, pois, mesmo com a utilização intensa dos recursos 
naturais, estes ainda estão longe de acabar.
C) monitorar e avaliar os impactos econômicos, sociais e ambientais gerados por seus novos 
processos, produtos e tecnologias.
D) manter o foco principal do negócio no produto, pois é ele o responsável pela geração do 
lucro da empresa.
E) dar transparência às suas atividades econômicas, pois os aspectos ambientais e sociais não 
entram nessa obrigação.
3) O conceito de triple bottom line surgiu nos anos de 1990, criado por John Elkington, 
com o objetivo de auxiliar empresas do ramo de petróleo e gás a unirem os três 
componentes do desenvolvimento sustentável, ou seja, de ajudá-las a crescerem 
economicamente, serem socialmente justas e preservarem o meio ambiente em suas 
principais operações. No tripé da sustentabilidade, o cuidado com o produto e a 
análise do ciclo de vida do produto estão previstos em que dimensão?
A) Social.
B) Socioambiental.
C) Econômica.
D) Socioeconômica.
E) Ecoeficiência.
4) A logística reversa diz respeito à coleta e à devolução dos resíduos sólidos originários 
da produção de determinado bem ou serviço, após ser consumido, à empresa ou à 
indústria fabricante para que possam ser reaproveitados na própria produção desse 
produto ou na produção de outro produto ou serviço ou para que tenham disposição 
final correta, caso não possam ser reaproveitados, de modo que não agridam o meio 
ambiente. Alguns tipos de negócios são obrigados a adotar a logística reversa. Quais 
são eles, segundo o art. 33 da PNRS?
A) Consumidores e distribuidores.
B) Comerciantes e distribuidores.
C) Fabricantes e importadores.
D) Fabricantes e distribuidores.
E) Importadores e distribuidores.
5) Pode-se considerar a logística reversa como um recurso valioso para a lucratividade. 
Ao adotarem a logística reversa, as empresas podem obter benefícios nas dimensões 
ambientais e econômicas. É um benefício da logística reversa ambiental:
A) criação de negócios na cadeia produtiva.
B) práticas ecologicamente corretas.
C) economia de energia na fabricação de novos produtos.
D) redução de investimento em matéria-prima.
E) comercialização dos produtos secundários e dos resíduos.
NA PRÁTICA
É crescente o consumo de produtos e serviços que contribuem significativamente para a geração 
de resíduos sólidos em excesso e que normalmente acabam sendo descartados em locais 
inapropriados. Pensando em diminuir essa ocorrência, foi criada a Política Nacional de Resíduos 
Sólidos (PNRS), instituída por meio da Lei n.º 12.305, de 2 de agosto de 2010, que, entre outras 
medidas, obriga fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de pilhas e baterias, 
agrotóxicos, pneus, óleos lubrificantes e produtos eletroeletrônicos a estruturarem e 
implementarem sistemas de logística reversa para que seu produto retorne após o uso pelo 
consumidor. A destinação correta desses resíduos também está prevista nessa lei.
Confira, Na Prática, um caso relacionado à gestão de resíduos sólidos ocorrido em uma empresa 
fabricante de equipamentos eletromecânicos. 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Logística reversa como ferramenta para sustentabilidade
Leia, neste artigo, um estudo sobre cooperativas de catadores de resíduos no Tocantins cujo 
objetivo foi identificar as contribuições sustentáveis das entidades associativas de catadores de 
resíduos por meio da logística reversa no Município de Palmas.
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Atuação do triple bottom line sobre a produção industrial brasileira
Leia o artigo, cujo objetivo foi estudar quais fatores do triple bottom line (3BL) estão 
influenciando o processo de sustentabilidade industrial brasileira.
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