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Teste de Avaliação 8

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GRUPO I
Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.
A
Leia o texto.
	
5
10
15
20
25
30
35
	Queria estar sempre pronta para partir sem que os objetos a envolvessem, a segurassem, a obrigassem a demorar-se mais um dia que fosse. Disponível, pensava. Senhora de si. Para partir, para chegar. Mesmo para estar onde estava.
Os pais não sabiam compreender esse desejo de liberdade, por isso se foi um dia com uma velha mala de cabedal riscado, não havia outra lá em casa. Mas prefere não pensar nos primeiros tempos. E as suas malas agora são caras, leves, malas de voar, e com rodinhas.
A outra está perto. Se houve um momento de nitidez no seu rosto, ele já passou, George não deu por isso. Está novamente esfumado. A proximidade destrói ultimamente as imagens de George, por isso a vai vendo pior à medida que ela se aproxima. É certo que podia pôr os óculos, mas sabe que não vale a pena tal trabalho. Param ao mesmo tempo, espantam-se em uníssono, embora o espanto seja relativo, um pequeno espanto inverdadeiro, preparado com tempo.
− Tu?
− Tu, Gi?
Tão jovem, Gi. A rapariguinha frágil, um vime, que ela tem levado a vida inteira a pintar, primeiro à maneira de Modigliani, depois à sua própria maneira, à de George, pintora já com nome nos marchands das grandes cidades da Europa. Gi com um pregador de oiro que um dia ficou, por tuta e meia, num penhorista qualquer de Lisboa. Em tempos tão difíceis.
− Vim vender a casa.
− Ah, a casa.
É esquisito não lhe causar estranheza que Gi continue tão jovem que podia ser sua filha. Quieta, de olhar esquecido, vazio, e que não se espante com a venda assim anunciada, tão subitamente, sem preparação, da casa onde talvez ainda more.
− Que pensas fazer, Gi?
− Partir, não é? Em que se pode pensar aqui, neste cu de Judas, senão em partir? Ainda não me fui em-bora por causa do Carlos, mas... O Carlos pertence a isto, nunca se irá embora. Só a ideia o apavora, não é?
− Sim. Só a ideia.
− Ri-se de partir, como nós nos rimos de uma coisa impossível, de uma ideia louca. Quer comprar uma terra, construir uma casa a seu modo. Recebeu uma herança e só sonha com isso. Creio que é a altura de eu...
− Creio que sim.
− Pois não é verdade?
− Ainda desenhas?
− Se não desenhasse dava em maluca. E eles acham que eu tenho muito jeitinho, que hei de um dia ser uma boa senhora da vila, uma esposa exemplar, uma mãe perfeita, tudo isso com muito jeito para o desenho. Até posso fazer retratos das crianças quando tiver tempo, não é verdade?
− É o que eles acham, não é?
− A mãe está a acabar o meu enxoval.
− Eu sei.
Maria Judite de Carvalho, “George” in Conto português. Séculos XIX-XXI – Antologia crítica, vol. 3
(coord. Maria Isabel Rocheta, Serafina Martins), Porto, Edições Caixotim, 2011, pp. 115-120.
2. TESTES DE AVALIAÇÃO
2
1. Explicite duas perspetivas de vida presentes no texto.
2. Demonstre que Gi é uma recordação de George e não uma figura fisicamente real.
3. Aponte as razões que levaram Gi a terminar o relacionamento com o namorado, fundamentando a resposta com citações textuais pertinentes.
B
Leia o seguinte poema.
	
5
10
	O palácio da ventura
Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura…
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado
Abri-vos, portas d’ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d’ouro, com fragor…
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão – e nada mais!
Antero de Quental, Poesia completa (org. e pref. de Fernando Pinto do Amaral),
Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2001, p. 248.
4. Demonstre que o tom eufórico da composição alterna com o tom disfórico.
5. Identifique o recurso expressivo do verso 2 da primeira estrofe, explicitando o seu valor simbólico.
GRUPO II
Responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.
Leia o texto.
A solidão é o que resta da impossibilidade da partida
	
5
10
15
20
25
30
	O islandês Jón Kalman Stefánsson (n. 1963) escreveu uma trilogia – Paraíso e Inferno (2013), 
A Tristeza dos Anjos (2014), e agora O Coração do Homem, todos publicados pela Cavalo de Ferro – e cuja ação decorre em vários lugares da costa islandesa, em finais do século XIX, em pequenas comunidades piscatórias na orla de uma baía que, dizem, é “tão larga que a vida não a consegue atravessar”. O frio, o gelo, a escuridão, as tempestades sombrias, o vento e o mar ártico, parecem acompanhar todos os pensamentos das personagens. Como se ao lado dos peixes e dos companheiros afogados que lhes habitam os sonhos, e lhes acenam na madrugada com barbatanas em vez de mãos, houvesse sempre lugar para um contrapeso que os prendesse à cruel realidade.
Vivem em aldeias submersas na miséria, na fome, nas doenças, nas duríssimas condições climáticas – lugares onde tudo parece ter sido negado aos habitantes, menos o amargo sofrimento. Como se Stefánsson quisesse aventurar-se em descobrir quanto sofrimento é que afinal o coração humano consegue suportar, e fá-lo amparado pelas vozes fantasmagóricas dos mortos. Escrever sobre quão difícil é estar vivo.
Mais do que histórias em que os gritos dos mortos se misturam com os dos vivos, compondo um coro trágico que não cessa de evocar a inevitável desolação da existência, a irremediável solidão dos homens, esta trilogia é sobretudo um hino ao poder redentor das palavras e também da amizade. Toda a trilogia parece querer sublinhar esse poder salvífico da palavra.
Os romances da trilogia ambientam-se naquela singular atmosfera de elementos naturais ferozes e opressivos, de uma Natureza não subjugada pelo Homem (de fogo e de vento, de gelo e de rios indomáveis), tão característica da Islândia, e que ao mesmo tempo nos remete sempre para a memória lírica do mito, para um tempo dominado por uma sombria e avassaladora solidão onde ecoam as sagas e os seus heróis trágicos. Essa solidão é um elemento essencial em O Coração do Homem (bem como nos outros dois volumes da trilogia).
O volume agora publicado, O Coração do Homem, poderia ser lido como uma espécie de manifesto (em forma de romance) sobre a fragilidade da vida, e também sobre como por vezes permitimos que a vida estagne, que se torne mais difícil.
O leitor segue a tristeza e privação, a vida e a morte, acompanhando as descobertas do rapaz, e os três livros podem ser entendidos como uma espécie de trilogia de “romances de formação”, mas que ao mesmo tempo se misturam com “livros de viagem” através de uma natureza hostil, de enormes paisagens desoladas, austeras e terrivelmente frias, que os homens enfrentam rudemente de maneira quase obstinada até à exaustão.
Com o autor islandês atravessamos o desespero silencioso da condição humana, numa despu-dorada cartografia afetiva das nossas angústias. E também de muitos dos nossos demónios.
José Rico Direitinho, in Público, edição online de 07 de outubro de 2016
(consultado em novembro de 2016, com supressões).
2. TESTES DE AVALIAÇÃO
1. O texto lido pertence ao género “apreciação crítica” porque
(A) se expõe, argumentando, características da obra de um escritor.
(B) se trata de um texto narrativo sobre um tema, escrito em linguagem objetiva e na terceira pessoa do singular.
(C) se faz um comentário crítico sobre um escritor e a sua obra, o seu interesse e a sua consistência, usando uma linguagem valorativa.
(D) se argumenta em favor da obra de um autor islandês.
2. A obra em apreço
(A) versa diversos temas dos aldeãos islandeses do século XIX.
(B) tem como cenário as costas islandesas e as suas inóspitas características geográficas.
(C) elogia os homens atormentados por seres ferozes e opressivos.
(D) conta uma história de pescadores islandeses atormentados por fantasmas de mortos.
3. O Coração dohomem é o terceiro livro de uma trilogia
(A) sobre a desesperança e a fragilidade da condição humana.
(B) que conta a vida miserável de um rapaz pescador.
(C) de obras sobre relatos de viagens na Islândia.
(D) sobre o modo como devemos lidar com os demónios.
4. O segmento sublinhado em “tão larga que a vida não a consegue atravessar (ll. 4-5) integra uma oração subordinada
(A) substantiva relativa.
(B) adverbial concessiva.
(C) adjetiva relativa restritiva.
(D) adverbial consecutiva.
5. O segmento “que lhes habitam os sonhos” (l. 7) desempenha a função sintática de
(A) sujeito.
(B) modificador do nome restritivo.
(C) vocativo.
(D) modificador do nome apositivo.
6. A frase “Toda a trilogia parece querer sublinhar esse poder salvífico da palavra.” (l. 17) configura a modalidade
(A) epistémica com valor de probabilidade.
(B) deôntica com valor de obrigação.
(C) apreciativa.
(D) deôntica com valor de permissão.
7. O processo de formação de palavras do termo “cartografia” (l. 33) é
(A) parassíntese.
(B) derivação por sufixação.
(C) composição morfológica.
(D) composição morfossintática.
	
8. Transcreva o referente do pronome presente no segmento “que a vida não a consegue atravessar” (ll. 4-5).
9. Indique o tipo de sequência dominante nas linhas 9-10.
10. Refira a classe de palavras a que pertence o termo “que” (l. 30).
GRUPO III
A busca da felicidade e a necessidade de realização pessoal têm sido, desde sempre, dois dos projetos nos quais o ser humano coloca mais premência.
Num texto de opinião, bem estruturado, com um mínimo de 200 e um máximo de 300 palavras, apresente o seu ponto de vista sobre esta temática.
Fundamente a sua opinião recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

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