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ANATOMIA SISTÊMICA
Professor: MARINA PEIXOTO VIANNA
ANATOMIA SISTÊMICA
AULA 0 – APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
AULA 1: GENERALIDADE DE ANATOMIA E SISTEMA ESQUELÉTICO
Apresentação
Nesta aula, você conhecerá termos próprios da Anatomia e entenderá como surgiram, também irá perceber que, muitas vezes, no nosso dia a dia utilizamos termos ultrapassados. Descobrirá que esses termos são criados a partir de algumas regras e que existe um órgão mundial regulando a nomenclatura, e uma sociedade nacional encarregada de traduzir para o português.
Você compreenderá que sofremos impactos no nosso corpo gerando dor, mas não lesionam nossos órgãos em virtude de estarem protegidos por estruturas rígidas, os ossos. Esses ossos unidos formam o esqueleto que é dividido em axial e apendicular, cada um com uma função principal específica.
Identificará, ainda, a classificação dos ossos de acordo com seu comprimento, sua largura e espessura, se estão localizados nas articulações ou apresentam cavidades.
Objetivos
· Aplicar os termos de posicionamento e referência anatômica às estruturas do corpo humano;
· Distinguir os ossos do esqueleto axial do esqueleto apendicular;
· Relacionar os ossos com o segmento corporal e a posição correspondente.
Conceito
A Anatomia, de maneira geral, é a dissecação do corpo humano ou de qualquer animal ou vegetal para estudo e conhecimento de sua organização interna.
Em nosso curso estamos tratando da Anatomia Humana, uma ciência que estuda o corpo humano e suas relações macroscopicamente (aquilo que pode ser visto a olho nu) e Microscopicamente (necessitam de um instrumento para ampliação, o microscópio).
Você deve estar se perguntando se todas as profissões da área da Saúde utilizam a Anatomia?
Sim, pois o nosso objeto de estudo é o ser humano, mas não precisaremos dissecar os nossos alunos/pacientes para entendê-los, porque existem diversos ramos de estudo dentro da Anatomia para nos fornecer tais informações:
· CITOLOGIA: Sabemos que o nosso corpo é composto por células. Logo, a Citologia é o ramo responsável por estudar as estruturas dessas células.
· EMBRIOLOGIA: As células que compõem um corpo vão se unindo e formando órgãos e sistemas. A Embriologia estuda o desenvolvimento do nosso corpo até o nascimento.
· HISTOLOGIA: É responsável pelo estudo dos tecidos biológicos (os que formam os órgãos e sistemas do nosso corpo), no nosso caso, o tecido humano.
· ANATOMIA MACROSCÓPICA: Esse é o ramo que será objeto do nosso estudo. Compreende as estruturas que podem ser observadas a olho nu (podendo ou não usar recursos tecnológicos, mas sem a função de ampliar).
· ANATOMIA POR IMAGEM (RADIOLÓGICA): É responsável por estudar o corpo por meio de imagens, para que seja possível reconhecer a estrutura interna do corpo sem dissecar, utilizando exames como raios X, ressonância nuclear magnética, tomografia, ultrassonografia etc.
· ANATOMIA PALPATÓRIA: Ramo que realiza estudo da anatomia por meio do tato. Pela palpação, conseguimos identificar estruturas anatômicas e obter informações.
Uma curiosidade que você já deve ter observado é que nem todas as pessoas são iguais. Será que internamente também somos assim tão diferentes?
Para responder, precisamos entender alguns conceitos:
• É definido como Normalidade um padrão morfológico que ocorre na maioria dos indivíduos.
• Estatisticamente, é o padrão mais frequente.
Exemplo: o coração, geralmente, está localizado na região do mediastino médio.
E quando o corpo foge a esse padrão, é considerado um defeito?
Não. Mas, nesse caso, devemos tecer algumas considerações:
Não é defeito quando a diferença morfológica não traz prejuízo à função. Nesse caso, nos referimos a variações anatômicas. Essas diferenças ocorrem devido a fatores como sexo, raça, biotipo, idade etc.
E se essa variação trouxer prejuízo funcional?
Você deverá verificar se ela é incompatível ou não com a vida. Se essa variação morfológica acarretar um prejuízo funcional ao indivíduo, estaremos tratando de uma anomalia.
Exemplo: o indivíduo que nasce com um dedo a mais em uma das mãos ou dos pés.
Se essa variação morfológica for tão acentuada a ponto de levar o indivíduo à morte, estaremos diante de um caso de monstruosidade, como, por exemplo, o indivíduo que não tem a formação do encéfalo (anencefalia).
Comentário
Nos casos de anencefalia, o bebê pode nascer morto (natimorto) ou sobreviver por algumas horas ou dias após o parto.
Como surgem os termos anatômicos?
Surgem pela necessidade da Federação Internacional das Associações de Anatomia (IFAA) em apresentar a terminologia oficial das ciências anatômicas e, com isso, padronizar os termos de referência ao corpo humano.
A terminologia anatômica é o conjunto de termos utilizado para descrever e designar o organismo humano e suas partes. Com o objetivo de não sofrer alterações proveniente de possíveis acordos gramaticas, ele é escrito numa língua “morta”, o latim.
O órgão responsável por traduzir para o português falado no Brasil é a Sociedade Brasileira de Anatomia (SBA). É importante ressaltar que em outros países de língua portuguesa, alterações poderão ser realizadas conforme as associações locais.
Na terminologia aprovada pela IFAA, em 1998, foram excluídos os epônimos[footnoteRef:1] dos termos anatômicos, apesar de serem utilizados por muitos profissionais de Saúde até hoje. [1: Nome de pessoas para designar coisas.] 
Você pode estar pensando agora: uma vez que não se pode mais usar os epônimos, quais são os critérios para definir esses termos?
· Forma: Baseado na forma da estrutura. Exemplo: cuboide (aparência de cubo).
· Trajeto: Tendo como referência o trajeto que percorre. Exemplo: círculo arterioso cerebral.
· Relação com o esqueleto: O osso no esqueleto serve como referência. Exemplo: artéria femoral.
· Conexão ou inter-relação: Referente às estruturas interligadas. Exemplo: ligamento coracoacromial.
· Função: De acordo com a função da estrutura. Exemplo: músculo extensor dos dedos.
· Critérios Mistos: Junção de mais de um critério. Exemplo: artéria cerebral anterior.
Outro fator importante é que existem abreviaturas padronizadas também:
A = Artéria
Aa. = Artérias
Lig. = Ligamento
Ligg. = Ligamentos
M. = Músculo
Mm. = Músculos
N. = Nervo
Nn. = Nervos
R. = Ramo
Rr. = Ramos
V. = Veia
Vv. = Veias
Posição anatômica
Serve para padronizar a referência ao corpo humano e evitar descrições anatômicas com termos diferentes. A posição anatômica é descrita como:
Planos e eixos
Quando nos referimos ao corpo humano devemos utilizar termos que o delimitam corretamente; e quando nos depararmos com imagens anatômicas, conseguir identificar como é a visão correta daquela imagem no corpo humano.
Para isso existem planos e eixos imaginários:
Planos de delimitação
Tangenciam o corpo. Ao unirmos as laterais desse plano formamos paralelepípedos, sendo assim denominados:
Planos de Secção
São aqueles que dividem o corpo humano:
Sagital mediano
Também recebe o nome de plano mediano. Divide o corpo em duas partes simétricas: direita e esquerda. Os planos paralelos a ele são denominados sagitais.
Frontal ou coronal
Divide o corpo em duas partes diferentes: anterior e posterior.
Transversal ou horizontal
Divide o corpo em duas partes diferentes superior e inferior.
Eixos de Movimento
São linhas imaginárias que cruzam o paralelepípedo visando orientar os movimentos humanos, os principais eixos são:
· Látero-lateral (ou transversal): Cruza os lados direito e esquerdo, perpendicular ao plano sagital, orientando os movimentos de flexão e extensão.
· Sagital (ou anteroposterior): Cruza as partes anterior e posterior (ventral e dorsal), perpendicular ao plano frontal, orientando os movimentos de abdução e adução.
· Longitudinal (ou craniocaudal, ou craniopodálico): Cruza as partes superior e inferior, perpendicular ao plano horizontal ou transversal, orientando os movimentos de rotação medial e rotação lateral.
A - Rosto olhando para a frente.
B - Mãos com as palmas viradas para a frente.
C - Pés unidos com dedos para a frente.
D - Margem inferiordo nível da órbita com o topo do conduto auditivo externo.
E - Plano sagital.
F - Plano frontal.
G - Plano transversal.
Como podemos dividir o corpo humano?
Sistema esquelético (Osteologia)
É a parte da Anatomia Humana que estuda os ossos – estruturas rígidas, esbranquiçadas e resistentes.
Existe uma diferença entre a contagem de osso entre crianças e adultos porque ocorre a fusão entre alguns ossos à medida que envelhecemos. Em um adulto existem, aproximadamente, 206 ossos. Em conjunto, os ossos formam o esqueleto.
Esse esqueleto pode ser apresentado de diversas maneiras:
· Esqueleto desarticulado: Quando as estruturas ósseas encontram-se isoladas uma das outras.
· Esqueleto articulado: Quando essas estruturas ósseas estão unidas.
Os ossos possuem duas substâncias:
· Substância compacta – é a que lhe confere mais rigidez, suportando as forças de cisalhamento. É responsável por manter as lamínulas, firmemente, unidas umas às outras.”
· Substâncias esponjosa – possui mais resistência às forças de compressão e tração, tendo os espaços entre as lamínulas mais irregulares.
É importante reforçar que os seres humanos apresentam um endoesqueleto (estrutura interna em seu corpo).
Alguns animais, como a tartaruga, por exemplo, apresentam essa estrutura fora do corpo, sendo denominada exoesqueleto.
Porém, já se utiliza exoesqueleto em seres humanos, a fim de proporcionar qualidade de vida aos portadores de anomalias ou patologias.
Os ossos também são revestidos pelo periósteo, exceto nas superfícies articulares. O periósteo é formado por uma membrana conjuntiva dividida em dois folhetos, sendo o mais interno responsável pela formação de tecido ósseo (osteogênese).
Você já deve ter ouvido falar ou mesmo assistido a campanhas de doação de medula, mas já pensou a que tipo de medula estão se referindo?
Vamos entender que a medula tratada é a óssea, pois o esqueleto, entre outras funções, desenvolve hematopoiese – que é a produção de células sanguíneas na medula de alguns ossos. Além desta, o esqueleto possui outras funções, que são:
· Proteção: O esqueleto atua protegendo órgão vitais internos de lesões.
· Suporte: Atua como ponto de fixação para maioria dos músculos do corpo e dando sustentação aos tecidos moles do corpo.
· Movimento: Um complexo sistema de alavanca é formado por músculos fixados a esse esqueleto dando mobilidade a esse conjunto composto por ossos e articulações.
· Depósito de Minerais: Alguns minerais são estocados nos ossos e mobilizados para outras regiões do corpo, pelo sistema vascular, de acordo com a necessidade. São exemplos desses minerais: cálcio, fósforo, potássio entre outros.
Os ossos apresentam elevações, depressões e aberturas que servem como elementos descritivos para identificação deles, denominados acidentes anatômicos.
Para entender a diferença entre esses elementos, observe a descrição de cada um na tabela a seguir:
Saliências: Servem para articular ossos ou para fixar músculos, ligamentos etc.
· Cabeça: Superfície globosa, serve como superfície articular.
· Côndilo: Tubérculo ósseo arredondado que sustenta uma parte de uma articulação.
· Face: Superfície articular achatada ou pouco profunda.
· Crista: Superfície estreita e alongada. Serve como ponto de fixação.
· Epicôndilo: Processo proeminente acima ou lateralmente ao côndilo, serve para fixação.
· Eminência: Superfície saliente, serve como ponto de fixação.
· Tubérculo: Uma pequena proeminência arredondada. Serve como ponto de fixação.
· Tuberosidade: Uma saliência rugosa, serve como ponto de fixação.
· Trocânter: Um grande processo para inserção muscular.
· Processo: Saliência óssea acentuada, serve como ponto de fixação.
· Linha: Crista pequena e pouco saliente, serve como ponto de fixação.
· Espinha: Superfície pontiaguda, serve como ponto de fixação.
· Tróclea: Superfície articular em forma de carretel.
Depressões: Assim como as saliências, podem ser articulares ou não.
· Fossa: Vala” rasa, normalmente para superfícies articulares.
· Fosseta: Uma pequena fossa.
· Impressão: Um pequeno sulco, uma marca pouco profunda.
· Sulco: Depressão alongada em forma de canaleta.
· Fissura: Depressão profunda, de formato pontiagudo.
Aberturas: Destinadas à passagem de nervos e vasos, em geral.
· Forame: Cavidade de transmissão para nervos e vasos.
· Meato	ou canal: é uma passagem de formato tubular.
· Óstio: Entrada, abertura que liga duas estruturas.
· Poros: Denominação genérica para pequenos orifícios.
Outro ponto de atenção é que, por conta desses elementos descritivos e sua forma, os ossos são diferentes uns dos outros. Tal diferença nos permite classificá-los de acordo com algumas características.
Atenção
Não confundir osso grande com osso longo, a falange é um osso pequeno, porém classificado como longo por conta das suas características.
· Ossos que apresentam uma equivalência entre comprimento, largura e espessura são chamados de curtos.
· Ossos que possuem comprimento e largura predominando sobre a espessura são conhecidos como laminares ou planos.
· Ossos que apresentam formas variadas que não se encaixam nas categorias anteriores são chamados de irregulares.
· Alguns ossos apresentam uma ou mais cavidade contendo ar e mucosa, esses ossos estão localizados no cabeça e recebem também a classificação de pneumáticos.
· Alguns ossos se desenvolvem dentro dos tendões ou da cápsula articular, esses ossos são classificados como sesamoides.
· 
Devido a caraterísticas específicas, alguns ossos podem apresentar mais de uma classificação.
Comentário
Essas cavidades são chamadas de seios, proveniente do latim sinus que significa espaço oco, por isso que a inflamação dos seios da face é conhecida como sinusite.
Agora que você conhece a composição dos ossos, aprendeu a função do sistema esquelético e já sabe classificar os ossos, vamos relacioná-los com os segmentos corporais e identificar os 206 ossos do corpo.
O esqueleto humano é dividido em duas grandes porções:
1. Uma forma o eixo do corpo, sendo composta por 80 ossos e tendo como função principal a proteção de órgãos vitais, conhecida como esqueleto axial.
2. Forma os membros, é composta por 126 ossos, está unida ao esqueleto axial pelos cíngulos (cinturas) e tem como principal função a locomoção, recebendo o nome de esqueleto apendicular.
Esqueleto Axial: 80 ossos
Cabeça: 29
Crânio neural: 8
· 2 pares: temporal, parietal
· 4 ímpares: frontal, occipital, etmoide, esfenoide
Crânio visceral: 14
· 6 pares: nasal, lacrimal, zigomático, maxila, concha nasal inferior e palatino
· 2 ímpares: vômer e mandíbula
· Ossículos do ouvido: 6 (3 pares)
· Osso Hioide: 1
Coluna vertebral: 33 vértebras - 26 ossos (no adulto, as vértebras sacrais se fundem formando o osso sacro e as vértebras coccígeas também se fundem formando o cóccix)
· Cervical: 7
· Torácica: 12
· Lombar: 5
· Sacral: 5 vértebras (osso sacro)
· Coccígea: 3 ou 4 (osso cóccix)
A - 7 vértebras cervicais
B - 12 vértebras torácicas
C - 5 vértebras lombares
D - 5 vértebras fundidas (osso sacro)
E - Cóccix (3 a 4 vértebras fundidas coccígea I-IV)
A grafia de esterno é com “s” por conta da origem do latim esternum e do grego sternon que significa peito, caixa torácica.
Esqueleto apendicular superior: 64 ossos
Cíngulo do membro superior (cintura escapular):
Clavícula: 1
Escápula: 1
Braço
Úmero: 1
Antebraço: 2
Rádio (localizado lateralmente): 1
Ulna (localizado mediamente): 1
Mão: 27
Carpo: 8
4 na fileira proximal (escafoide, semilunar, piramidal, pisiforme)
4 na fileira distal (trapézio, trapezoide, capitato e hamato)
Metacarpo
5
Falanges:
14 (proximal, média e distal, exceto no polegar que só tem proximal e distal)
Total: 32 ossos x 2 membros superiores = 64 ossos
Esqueleto apendicular inferior: 62 ossos
Cíngulo do membro inferior (cintura pélvica)
· Osso do quadril: 1
Coxa
· fêmur: 1
Perna
· Fíbula (localizada lateralmente): 1
· Tíbia (medial): 1
Joelho
· Patela: 1
Pé: 26
· Tarso: 7 (tálus, calcâneo, navicular, cuboide, cuneiforme medial, cuneiforme intermédio e cuneiforme lateral)
· Metatarso: 5
· Falanges:14 (proximal, média e distal, exceto no hálux que só tem proximal e distal)
Total: 31 ossos X 2 membros inferiores = 62 ossos
Atividade
1. Ao realizar um exame de raios X, um médico identificou que o paciente apresentava um não fechamento das lâminas nas vértebras lombares e ficou com dois processos espinhosos, característica que não é comum nessa região, porém não relatava nenhuma queixa na região lombar, não trazendo comprometimento funcional. O caso relatado trata de uma situação de:
a) Normalidade
b) Anomalia
c) Monstruosidade
d) Variação anatômica
e) Deficiência física
2. Os termos anatômicos são definidos pela International Federation of Associations of Anatomists (IFAA) estabelecendo que os termos serão registrados em latim. Cada federação nacional tem autonomia para traduzir para sua língua corrente, no caso do Brasil esta responsabilidade é da Sociedade Brasileira de Anatomia (SBA). Para nomear as estruturas do corpo os anatomistas seguem alguns critérios.
Dos critérios abaixo, qual deles não é utilizado para denominar estruturas anatômicas?
a) Forma
b) Trajeto
c) Epônimo
d) Relação com o esqueleto
e) Critério misto
3. Sobre sistema esquelético, assinale V para verdadeiro e F para falso:
a) Possui a função de depósito de minerais.
b) O esqueleto apendicular tem função principal de proteção.
c) A falange é classificada como um osso curto.
d) A fíbula está localizada lateralmente na perna.
e) O pé é dividido em tarso, metatarso e falanges.
a) Verdadeiro / b) Falso / c) Falso / d) Verdadeiro / e) Verdadeiro
3. Os ossos do corpo humano apresentam elevações, depressões e abertura que nos ajudam a identificar e estudar essa estrutura do corpo, essas alterações recebem o nome de acidentes anatômicos. Os ossos também são classificados de acordo com seu tipo, os ossos que apresentam o seu comprimento e a sua largura predominando sobre sua espessura são denominados:
a) Longos
b) Curtos
c) Planos ou laminares
d) Irregulares
e) Pneumáticos
Atividades Complementares – Aula 01
		1 - O estudo da anatomia é extremamente importante para o profissional de Educação Física, pois é uma disciplina básica dos cursos da área de saúde, onde o aluno identifica as estruturas do corpo humano. Dentro desse contexto, a identificação dos planos e eixos é importante pois permite que o futuro profissional identifique os movimentos articulares e consequentemente as ações musculares necessárias para produzir o movimento. Em relação aos planos, eixos e respectivos movimentos, marque a resposta Incorreta.
	
	
	
	Plano Frontal, Eixo anteroposterior ¿ Movimento de Adução e Abdução.
	
	
	Plano Sagital, Eixo Latero-Lateral ¿ Movimento de Extensão.
	
	
	Plano Transverso, Eixo Anteroposterior ¿ Movimento de Rotação Medial e Lateral.
	
	
	Plano Transverso, Eixo Longitudinal ¿ Movimento de Rotação.
	
	
	Plano Sagital, Eixo Latero-Lateral ¿ Movimento de Flexão.
	Explicação:
O plano transverso realiza os movimentos de rotação em torno do eixo longitudinal
		2 - Olhando a imagem abaixo, qual o plano de secção anatômico está sendo apresentado?
	
	
	
	Sagital
	
	
	Transverso
	
	
	Frontal
	
	
	Coronal
	
	
	Horizontal
		3 - Com relação aos conceitos de normalidade, variação anatômica, anomalia a monstruosidade, analise as afirmativas a seguir:
I- O termo normalidade em anatomia é utilizado para definir formas estruturais mais frequentes, que expressam um número estatisticamente significante. 
II- A variação anatômica é definida como alteração no aspecto anatômico normal e que causa prejuízo a função. 
III- Anomalia é definida como alteração, adquirida e nunca congênita, do aspecto anatômico normal de uma estrutura que causa prejuízo a função.
IV- Monstruosidade é considerada uma anomalia acentuada, incompatível com a vida. Qual (is) está (ão) correta (s)?
	
	
	
	Apenas a II e III
	
	
	Apenas a IV
	
	
	Apenas I e IV
	
	
	Apenas I, II e IV
	
	
	Apenas a I
	Explicação:
O padrão morfológico predominante em uma espécie é tida como normal, as alterações podem ser classificadas como variações, anomalias e mostruosidades.
		4 - Quando uma alteração for incompatível com a vida, estaremos tratando de uma monstruosidade. Se essa variação morfológica acarretar um prejuízo funcional ao indivíduo, trata-se de uma anomalia. Qual das opções é uma anomalia?
	
	
	
	Criança que nasce com anencefalia
	
	
	Criança que nasce com lábio leporino
	
	
	O segundo dedo do pé com comprimento maior que o hálux
	
	
	O coração apresentar 2 átrios e 2 ventrículos
	
	
	O coração localizado na região do mediastino
	Explicação:
O lábio leporino é considerado  uma variação que  leva  prejuízo  funcional, mas não é algo que seja incompatível a sobrevivência  de quem a possui. Nos dias atuais facilmente corrigida por uma simples cirurgia de baixo risco.
		5 - Quais dos seguintes ossos não possui apresentação par?
	
	
	
	VÔMER
	
	
	MAXILA
	
	
	NASAL
	
	
	PALATINO
	
	
	LACRIMAL
		6 - O aumento na expectativa de vida proporcionou crescimento acentuado da população mais velha, tanto nos países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento. No Brasil, em 2010, estima-se que havia 14 milhões de idosos, dos quais mais da metade é composto por mulheres (55,8%). Assim, com o aumento da sobrevida, se eleva a ocorrência de doenças relacionadas ao envelhecimento da mulher. Entre essas doenças destaca-se a osteoporose. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a osteoporose como a redução da massa óssea associada a desarranjo da microarquiterura óssea, que resulta em maior fragilidade óssea e risco aumentado de fraturas. Nos primeiros anos pós-menopausa, em reposta ao hipoestrogenismo, ocorre rápida perda de massa óssea. A principal consequência clínica é a fratura osteoporótica, que ocorre principalmente em colo de fêmur, vértebra e punho. O declínio na densidade mineral óssea (DMO) e na integridade estrutural resulta em aumento do risco para osteoporose em mulheres (...). A dificuldade do retorno às atividades diárias, os resultados funcionais ruins nos pós-operatórios e a alta taxa de dependência levam à queda significativa da qualidade de vida. O risco de uma mulher de 50 anos ou mais apresentar uma fratura ao longo da vida é de mais de 40%. Mulheres na peri ou pós-menopausa que tiveram fratura, têm aproximadamente duas vezes aumentado o risco de outra fratura. História familiar de fraturas também aumenta significativamente o risco, pois o pico de massa óssea de uma mulher é determinada geneticamente. Estudos sugerem que aproximadamente 80% dos casos de baixa massa óssea podem ser atribuídos a fatores genéticos. De acordo com a North American Menopause Society (NAMS) e do National Osteoporosis Foundation (NOF), todas as mulheres na pós-menopausa deveriam ser avaliadas quanto aos fatores de risco para osteoporose e fraturas, pois atualmente o tratamento medicamentoso é indicado na associação dos valores da DMO e fatores de risco. Assim, a avaliação dos fatores associados à osteoporose e à fratura é de suma importância na abordagem de mulheres na pósmenopausa, buscando identificar as pacientes de risco para osteoporose com a instituição de medidas terapêuticas e preventivas e consequente melhoria da qualidade de vida desta faixa da população (BUTTROS, D. A. B.; NAHAS-NETO, J.; NAHAS, E. A. P.; CANGUSSU, L. M. BARRAL, A. B. C. R.; KAWAKAMI, M. S. Fatores de risco para osteoporose em mulheres na pós-menopausa do sudeste brasileiro. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 33(6): 295-302. 2011. A partir das discussões realizadas em sala, e da frase: ¿A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a osteoporose como a redução da massa óssea associada a desarranjo da microarquiterura óssea, que resulta em maior fragilidade óssea e risco aumentado de fraturas¿ Retirada do fragmento textual acima, assinale a ÚNICA alternativa que descreve osteoporose corretamente
	
	
	
	Trata-se do aumento das lacunas presentes em ossos esponjosos, causando fraturas ósseas no corpo dos seus portadores, e que no contextoocorre em mulheres durante o climatério
	
	
	Trata-se de uma imperfeição associada ao envelhecimento, que promove a variação anatômica a estrutura corporal das mulheres de maneira a torna-las com aspecto frágil. Contudo, por se tratar de ósseos, não podem sofrer lesão já que são as estruturas mais resistentes do corpo humano
	
	
	Consiste na fusão de ossos que ocorre no envelhecimento, tornando o esqueleto menores e favorável a sofrer fratura nos locais onde havia os ossos que agora se encontram fusionados
	
	
	Trata-se do aumento das lacunas presentes em ossos compactos, causando fraturas ósseas no corpo do seus portadores, e que no contexto ocorre em mulheres durante o climatério
	
	
	É uma doença degenerativa de origem genética, responsável pelo aparecimento dos ¿acidentes ósseos¿ presente no fêmur, vértebras e punho de todas as mulheres
		7 - A 1ª vertebra cervical possui este nome porque é a única vertebra que possui contato direto com a cabeça (o mundo), em analogia ao deus grego (atlas) que suporta o mundo. Como se a cabeça representa-se o mundo. Essa vértebra é chamada de?
	
	
	
	Atlas
	
	
	Vênus
	
	
	Oval
	
	
	Mastóide
	
	
	Áxis
		8 - Tendo em vista que a anatomia topográfica do corpo humano (osso com acesso mais superficial) e a presença de medula óssea vermelha no adulto, o melhor acesso para a obtenção de medula óssea vermelha no adulto seria através do osso
	
	
	
	Do úmero
	
	
	Da ulna
	
	
	Do quadril
	
	
	Da escápula
	
	
	Do rádio
	Explicação:
os ossos do quadril são os com acesso mais facil para fazer a punção de medula óssea vermelha 
AULA 2: SISTEMA ARTICULAR
Apresentação
Nesta aula, você conhecerá os tipos de articulações presentes no corpo humano, compreendendo a característica de cada uma delas e seus componentes, além de saber que algumas possuem locais específicos no corpo humano.
Você identificará que, apesar de algumas articulações serem do mesmo tipo, elas apresentam subclassificações devido aos componentes que a formam ou como se movimentam.
Observará, ainda, os componentes presentes nas articulações sinoviais, que são as que possuem mais mobilidade no corpo e são classificadas de acordo com sua forma e sua movimentação.
Objetivos
· Diferenciar os tipos de articulações presentes no corpo humano;
· Comparar as articulações do tipo cartilaginosas;
· Descrever as articulações sinoviais com seus componentes e suas características.
O sistema articular
O sistema articular, também chamado de Artrologia, é a área da Anatomia que estuda as articulações.
Mas afinal é articulação ou junta?
Muitas vezes ouvimos as pessoas se referindo às articulações como juntas, mas será que isso está errado?
Não está errado. Apesar de, no latim, as articulações serem chamadas de compagibus – no caso das articulações do corpo humano, elas têm origem no termo juncturae que significa acoplamento, pois é o que ocorre entre os ossos do corpo.
Por isso, alguns autores da Anatomia e até mesmo da Cinesiologia e Biomecânica se referem às articulações como junturas.
E de onde surge o termo articulação, então?
Apesar de escritos em latim, os termos anatômicos sofrem uma influência enorme do grego, de onde veio arthroseon. Sendo assim, a Artrologia tem origem nas raízes gregas: arthron (articulação).
O que é uma articulação?
Em síntese, uma articulação é a junção de duas ou mais estruturas que, além de ossos, podem ser de cartilagens ou tecido fibroso.
Nem toda articulação permite movimentação, cada uma tem características próprias que vão determinar a sua mobilidade junto com os tipos de tecido que a compõe.
Classificação das articulações
Podem ser classificadas em três tipos, que se subdividem depois.
Essa classificação se dá, em partes pelo tecido que compõem, nos casos das fibrosas e cartilaginosas ou por necessitarem de um líquido para lubrificar e auxiliar na movimentação delas, a sinóvia, presente nas articulações sinoviais.
Alguns autores classificam essas articulações de acordo com a sua mobilidade:
· SINARTROSES: As articulações fibrosas são denominadas sinartroses por serem consideradas quase imóveis.
· ANFIARTROSES: As articulações cartilaginosas recebem o nome de anfiartroses, por serem articulações semimóveis.
· DIARTROSES: As articulações com mobilidade ampliada, que são as sinóvias, passam a se chamar diartroses.
Agora, você pode estar se questionando sobre como saber a diferença entre os tipos de articulação.
A primeira forma que classificamos é pelo tipo de elementos que compõem essa articulação.
Vamos conhecer agora, mais detalhadamente, cada uma delas.
Articulações Fibrosas ou Sinartroses
Neste tipo de articulação as estruturas são mantidas unidas por tecido conjuntivo fibroso, localizado em uma camada intermediária.
As articulações fibrosas são consideradas quase imóveis devido a não apresentarem mobilidade ou, em alguns casos, ter movimentação mínima.
Este tipo de articulação é dividido em dois tipos principais (alguns autores consideram três), que são:
· Sindesmoses
Apresentam ligamentos ou membranas interósseas formadas por uma grande quantidade de tecido conjuntivo fibroso.
Um exemplo desse tipo de articulação é a membrana interóssea entre a tíbia e a fíbula ou mesmo a articulação tíbio-fibular distal.
· Suturas
Apresentam menor quantidade de tecido conjuntivo fibroso e forma conexões mais curtas.
As suturas estão localizadas no crânio e se dividem em quatro formas, conforme as superfícies ósseas articulares: plana, serrátil, escamosa e esquindilese.
Nas suturas planas as superfícies articulares são planas ou quase planas, resultando em uma linha reta após a junção.
Nas suturas serrátil, também conhecidas como denteadas, as superfícies articulares lembram uma serra com seus dentículos. A sua linha de junção é semelhante ao encontro de duas serras.
As suturas escamosas e as superfícies articulares se sobrepõem umas às outras, semelhante às escamas dos peixes.
Já as suturas do tipo esquindilese e as superfícies ósseas se articulam como se fossem a crista de um osso se alojando na fenda de outro osso.
· Gonfoses
Esse tipo de articulação se assemelha à fixação de um pino, com origem do grego gomphos (que significa prego, pino). Neste tipo um processo está inserido em uma cavidade, um exemplo clássico é a fixação dos dentes nos processos alveolares. Alguns autores preferem abordar as gonfoses dentro das suturas.
Articulações cartilaginosas ou anfiartroses
Neste tipo de articulação os ossos possuem pouca movimentação, devido ao seu constituinte. Pode-se afirmar que produzem movimentos elásticos, pois ocorre um retorno natural ao seu estado inicial após o movimento.
Este tipo de articulação pode ser dividido em dois subtipos, baseado na natureza da camada que se interpõe entre as superfícies articulares, que são:
· Sincondrose
Nas articulações desse tipo a camada entre as superfícies articulares é preenchida por cartilagem hialina. Essas articulações podem ser permanentes ou temporárias.
Como o próprio nome já diz as sincondroses permanentes ficam durante toda a nossa vida sem ocorrer junção definitiva das superfícies.
Exemplo: as cartilagens costais que movimentam a caixa torácica.
Já nas articulações sincondroses temporárias ocorre a sinostose, que é a soldadura das superfícies ósseas.
Um exemplo desse tipo de articulação são as placas ou os discos epifisários existentes nos ossos longos para que ocorra o crescimento do indivíduo.
Essas placas quando atingimos a idade adulta, entre 18 e 25 anos, param de crescer e com isso se transformam em osso sólido.
Alguns adolescentes apresentam uma doença na placa existente no tubérculo da tíbia. Nessa idade, ainda não é uma tuberosidade. É a doença de Osgood-Schlatter.
· Sínfises
As articulações cartilaginosas do tipo sínfises possuem as características de terem camada de fibrocartilagem espessa recobrindo as superfícies articulares, ressaltando que estas superfícies já recebem uma fina camada de cartilagem hialina.
Os discos intervertebrais são exemplos clássicos de articulações do tipo sínfise. Diferentedas sincondroses, não ocorre sinostose nas sínfises, exceto em casos patológicos.
Articulações Sinoviais ou Diartroses
As articulações sinoviais possuem um tecido conjuntivo vascular responsável pela formação da membrana sinovial. Essa membrana é responsável por secretar a sinóvia, o líquido sinovial, tendo como principal função lubrificar a articulação.
Estas articulações possuem amplitude de movimento variáveis, que pode ser limitada pelos ligamentos, músculos, tendões e até mesmo pelo formato das superfícies ósseas articulares.
Além da membrana sinovial e do líquido sinovial, as articulações sinoviais apresentam outros componentes específicos. São eles:
Cavidade articular	
Neste tipo de articulação existe um espaço entre as superfícies articulares.
Essa cavidade é completa ou parcialmente dividida por um disco ou menisco.
Cápsula articular	
Tem a finalidade de manter a união das extremidades dos ossos que se articulam (não confunda com a superfície).
Nela, existe uma cápsula espessa de tecido conjuntivo fibroso.
Cartilagem articular	
É uma fina camada de cartilagem hialina que recobre as superfícies articulares dos ossos, e tem a função de diminuir o atrito entre as superfícies ósseas quando executamos movimentos na articulação.
Ligamentos	
São formados por uma densa camada de tecido conjuntivo fibroso, criando um feixe. A maioria dos ligamentos possui uma função de estabilizar a articulação e limitar o movimento.
Esses ligamentos recebem uma classificação específica de acordo com a sua localização.
São elas:
· Ligamentos capsulares — formam a cápsula articular, surgem como um espessamento da cápsula articular;
· Ligamentos extracapsulares ou extra-articulares — localizados fora da capsula articular, isto é, com a função de ligar as estruturas articular externamente e, em alguns casos, tem apenas a função de limitar o movimento;
· Ligamentos intracapsulares ou intra-articulares — localizados no interior da articulação ligando as estruturas articulares internamente.
Pessoas com Síndrome de Down podem apresentar hiperfrouxidão ligamentar, o que requer mais cuidado no lidar com esses indivíduos.
Classificações
Classificação baseada na sua movimentação
Também chamada de classificação funcional, tem relação direta com os eixos de movimento e divide-se em:
· Não axial: Se o movimento realizado não ocorre nos eixos de movimento (deslizamento).
· Uniaxial: Se a articulação só consegue se movimentar em um eixo (flexão e extensão do cotovelo).
· Biaxial: Quando a articulação consegue se movimentar em dois eixos (punho), que faz flexão, extensão, desvio ulnar (adução) e desvio radial (abdução).
· Triaxial: Quando a articulação permite movimento nos três eixos que realiza flexão, extensão, abdução, adução, rotação medial e rotação lateral (ombro).
Classificação baseada na sua forma
É a que chamamos de classificação morfológica. Divide-se nos seguintes tipos:
· Plana: É um tipo de articulação que realiza movimentos de deslizamento. É considerada uma articulação não axial. As superfícies articulares apresentam-se como planas ou ligeiramente curva. Ocorre entre os ossos cuneiformes, localizados na região do tarso, no pé.
· Gínglimo: Tem origem na palavra ginglymos (que significa dobradiça, em grego). A aparência e a movimentação da articulação se assemelha a tal, fazendo com que o movimento ocorra apenas em um eixo, tornando uma articulação uniaxial. Os movimentos que ocorrem são de flexão e extensão. Um exemplo clássico é a articulação do cotovelo (umeroulnar).
Atenção
A articulação do joelho é tratada por alguns autores como sendo do tipo gínglimo. Porém, ela é muito mais complexa, pois possui graus de rotação medial e lateral, além de conseguir realizar uma leve abdução e adução. E para complicar mais a análise dessa articulação, as superfícies articulares são côndilos femorais se articulando com côndilos tibiais, o que poderia colocá-la na classificação de condilar.
· Trocoide: É uma articulação que se movimenta como um pivô. Por isso, muitas vezes é utilizada essa denominação também, até porque a origem da palavra trocoide vem do grego trochos (pivô, roldana) mais eidos (semelhante a). Caracteriza-se pelo movimento que é executado em torno de um eixo vertical, realizando movimentos de rotação. Esse tipo de articulação é classificado funcionalmente como uniaxial e um exemplo é a articulação entre a primeira vértebra (atlas) e a segunda (áxis), chamada de articulação atlantoaxial, que nos permite girar a cabeça para um lado e para outro. Assista aos 3 primeiros minutos do vídeo Articulação atlantoaxial em 3D.
· Elipsoide: Alguns autores também a chamam de articulação condilar. Já outros separam as duas em classificações distintas, visto que as condilares possuem côndilos que se articulam – mas o princípio de classificação é o mesmo. Neste tipo de articulação, percebe-se que uma superfície é côncava e a outra convexa, logo são discordantes. Sua classificação funcional é do tipo biaxial, considerando que ela realiza movimentos nos eixos transversal (flexão/extensão) e sagital (abdução/adução). Como exemplo temos a articulação entre o rádio e a região do carpo.
· Selar: O nome desta articulação tem afinidade direta com sua aparência, pois possui a forma de sela. As superfícies articulares são côncavas-convexas. Este tipo também realiza movimentos nos eixos sagital e transversos, assemelhando-se com as elipsoides. Um exemplo ocorre entre o osso trapezoide e o primeiro metacarpo, ambos na mão, mais precisamente no polegar.
· Esferoide: Neste tipo de articulação, uma superfície esférica ou semiesférica se articula com uma cavidade. O professor Liberato Di Dio (2002) faz um comparativo bastante interessante ao citar a articulação como “...a superfície articular do osso proximal em forma de taça, cuja cavidade aloja uma esfera (bola) da superfície articular do osso distal”. É classificado funcionalmente como triaxial, pois realiza movimentos nos três eixos articulares. A articulação entre o úmero e a escápula é um exemplo.
Atividade
1. As articulações ou junturas servem para unir duas ou mais estruturas que podem inclusive ser ossos. Uma delas é composta por tecido conjuntivo fibroso, com fibras curtas e está localizada na cabeça. Esse tipo de articulação recebe o nome de:
a) Suturas
b) Sinovial
c) Sindesmose
d) Sínfese
e) Sincondrose
As articulações fibrosas são divididas pela quantidade e pelo comprimento das fibras do tecido conjuntivo fibroso, e as suturas são as que possuem fibras curtas.
2. Existem articulações no corpo que possuem, em sua maioria, grande mobilidade, elas também recebem o nome de diartroses. Porém, apresentam alguns componentes essenciais na sua estrutura. Assinale a opção que não representa um componente de uma articulação sinovial:
a) Cápsula articular
b) Líquido sinovial
c) Ligamento
d) Fibras longas
e) Cartilagem articular
As fibras longas são características das articulações fibrosas do tipo sindesmose.
3. As articulações são união de duas ou mais estruturas que podem ser ossos, cartilagens ou tecido fibroso. Uma delas é denominada diartrose ou sinovial, possuindo alguns elementos básicos. Assinale a opção que pertence às articulações do tipo sincondroses:
a) Líquido sinovial
b) Ligamento
c) Fibras de conexão curta
d) Cartilagem hialina
e) Cápsula articular
As características das articulações do tipo sincondroses é ter uma interposição de cartilagem hialina entre as superfícies articulares.
4. Correlacione o componente com a articulação respectiva:
Cartilagem hialina – Articulação sincondrose
Pouca quantidade de tecido conjuntivo fibroso – Articulações suturas
Grande quantidade de tecido conjuntivo fibroso – Articulação Sindesmose
Fibrocartilagem – Articulação sínfise
Sinóvia – Articulação sinovial
Teste de Conhecimento – Aula 02
		1 - Articulações ou junturas são as uniões funcionais entre os diferentes ossos do esqueleto. São divididas nos seguintes grupos, de acordo com sua estrutura e mobilidade. Assinale a resposta correta:
	
	
	
	N.R.AArticulações Fibrosas; Articulações Cartilagíneas; Articulações multiaxiais
	
	
	Articulações suturas; Articulações Cartilagíneas; Articulações pluviais
	
	
	Articulações Fibrosas; Articulações Cartilagíneas; Articulações Sinoviais
	
	
	Articulações Fibrosas; Articulações dobráveis; Articulações Sinoviais
		2 - Representa a união entre as suturas sagital e a sutura coronal
	
	
	
	Escamosa
	
	
	Ptério
	
	
	Lâmbda
	
	
	Vértex
	
	
	Bregma
		3 - Classifique as articulações de acordo com o tecido que conecta, e o os movimentos realizados pelas articulações.
	
	
	
	Esférica, cartilaginosa e fibrosa.
	
	
	Articulações fibrosas, cartilagineas e sinoviais.
	
	
	Sinovial, triaxial e fibrosa
	
	
	fibrosa, trocoide e ulnar.
	
	
	Carpais, fibrosa e sinovial
	Explicação:
As articulações fibrosas são baseadas no tecido fibroso que conecta os ossos, as articulações cartilagíneas são baseadas no tecido cartilagíneo que conecta os ossos, já a sinovias são baseadas nos movimentos que as mesmas fazem 
		4 - Com relação à Artrologia e sua área de estudo, marque a opção correta:
	
	
	
	Articulações fibrosas possuem um líquido denominado sinovia.
	
	
	Somente os ossos são unidos pelas articulações corporais.
	
	
	Todas as articulações permitem movimentação intensa.
	
	
	As articulações unem duas ou mais estruturas corporais.
	
	
	A palavra artrologia tem origem no latim.
	Explicação:
Artrologia tem origem grega;
As articulações unem ossos e também cartilagens e tecidos fibrosos;
Nem todas as articulações permitem movimentos;
Articulações sinoviais têm o líquido sinovial para sua lubrificação.
		5 - Quais os ossos que formam o antebraço?
	
	
	
	rádio e escafóide
	
	
	rádio e ulna
	
	
	clavícula e úmero
	
	
	rádio e úmero
	
	
	úmero
	Explicação:
Rádio e ulna formam o antebraço.
	
		6 - A área da Anatomia que estuda as articuações é denominada de Artrologia. Sobre as articulações do corpo humano, é correto afirmar:
	
	
	
	Não é permitido se referir às articulações como "juntas".
	
	
	O termo "articulação" é considerado moderno, sem origem em idiomas antigos.
	
	
	A função das articulações é exclusivamente unir os ossos do corpo humano.
	
	
	"Compagibus" é a palavra em latim que se refere às articulações.
	
	
	Não é permitido se referir às articulações como "junturas".
	Explicação:
Junturas e juntas também são termos usados para se referir às articulações;
O termo "articulações" tem origem no idioma grego (arthron);
As articulações podem ser junções de tecido fibroso e de cartilagem, e não somente de ossos.
		7 - Segundo dados do Ministério da Saúde, grande parte dos quadros de incapacidade locomotora ocorrem, atualmente, por sobrecarga articular, promovendo desgaste e lesão em estruturas que estabilizam as articulações e possuem essencial papel no movimento. Essas estruturas são denominadas:
	
	
	
	Tendões
	
	
	Cápsula articular
	
	
	Meniscos
	
	
	Discos
	
	
	Ligamentos
		8 - Segundo o tipo de tecido interposto entre ossos, as articulações do corpo humano podem ser classificadas em sinoviais, fibrosas ou cartilagíneas. Sobre esses tipos de articulações, considere as afirmativas abaixo.
1. As suturas são articulações fibrosas presentes nos ossos do crânio.
2. As articulações sinoviais são as que permitem menor grau de movimento.
3. Discos e meniscos são dispositivos das articulações sinoviais.
4. A maioria das articulações cartilagíneas situa-se no esqueleto apendicular.
Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas.
	
	
	
	Apenas 1 e 4.
	
	
	Apenas 2 e 4.
	
	
	Todas estão corretas.
	
	
	Apenas 2 e 3.
	
	
	Apenas 1 e 3.
AULA 3: SISTEMA MUSCULAR
Apresentação
Nesta aula você irá identificar os tipos de músculos, além da localização deles nos diversos sistemas do corpo humano. O principal músculo que será tratado é o músculo estriado esquelético.
Identificaremos a função de cada componente do músculo estriado esquelético, as formas de fixação deles no sistema esquelético e a ação deles na movimentação das articulações.
Veremos também as diversas classificações dos músculos quanto às formas, às inserções, à origem e outras formas anatômicas e funcionais.
Objetivos
· Identificar os diferentes tipos de músculos;
· Distinguir os componentes presentes nos músculos estriados esqueléticos;
· Analisar as diferentes classificações existentes nos músculos estriados esqueléticos.
Os músculos
Você já viu que o seu corpo possui uma estrutura rígida, os ossos, unidas por outra estrutura que vai permitir ou não o movimento, as articulações. Mas como será que esse movimento ocorre?
A D: Animação onde o desenho de um braço esquerdo, onde aparece o músculo bíceps e os ossos. Na mão tem um peso e o braço faz movimento de flexionar o braço, trazendo o peso para o peito e volta para a posição anterior (braço semiflexionado).
Esse movimento é realizado pelos músculos, e ocorre por meio do encurtamento e alongamento[footnoteRef:2] das extremidades às quais ele está preso.						Os músculos são a parte ativa do movimento, mas só o ventre muscular é que realmente exerce essa função ativa, pois os pontos de fixação[footnoteRef:3] dele atuam passivamente. [2: Chamados de contração e relaxamento.] [3: Esses pontos de fixação podem ser tendões ou aponeuroses.] 
Tipos de Músculos
Os músculos são todos iguais? Não, não são. Vamos conhece-los melhor?
Eles são divididos em:
· Lisos
· Estriados
Esses dois tipos de músculos possuem estrias longitudinais, mas somente os músculos estriados possuem estrias transversais. Esses músculos estriados ainda são subdivididos, de acordo com sua localização, em:
Os músculos do tipo liso estão localizados nas paredes viscerais, como as artérias, a bexiga urinária, o estômago etc. Seu controle é involuntário.
Os músculos do tipo estriado esquelético estão localizados no esqueleto, como exemplo, os músculos deltoides, o glúteo etc. O seu controle é voluntário.
Comentário
O músculo cremáster, apesar de ser um músculo estriado esquelético, possui contração por reflexo, durante a ereção, para controle térmico, ejaculação ou quando ocorre necessidade de elevar os testículos.
O músculo do tipo estriado cardíaco está localizado no coração, na camada do miocárdio, e seu controle é involuntário.
Propriedades
Os tecidos musculares apresentam características que conferem a eles suas propriedades, que são:
· Irritabilidade: Propriedade do músculo de responder a um estímulo.
· Contratilidade: Propriedade do músculo de se contrair, encurtar-se, mediante estímulo suficiente.
· Extensibilidade: Capacidade do músculo de estender-se além do comprimento de repouso; alongar-se.
· Elasticidade: Após contrair-se ou alongar-se o músculo necessita desta propriedade para voltar ao seu tamanho natural de repouso.
Além dessas propriedades os músculos apresentam um estado permanente de tensão elástica, permitindo com isso iniciar rapidamente o movimento após o estímulo.
Vamos agora focar nos músculos estriados esqueléticos, pois os outros tipos serão tratados nos demais sistemas ao longo da disciplina.
Os músculos estriados esqueléticos são os responsáveis pelo movimento e são presos por meio de tendão ou aponeuroses.
Os tendões são formados por um denso tecido conjuntivo (rico em fibras colágenas) e possuem o formato de fita ou cordão fibroso; já as aponeuroses possuem a mesma constituição dos tendões, porém seu formato é mais achatado.
A camada ativa do músculo, o ventre muscular, é altamente vascularizada. Todo o músculo é recoberto pela fáscia que auxilia na nutrição e permite o deslizamento dos músculos.
O ventre tem camadas de um delgado tecido conjuntivo, sendo o epimísio a sua camada mais externa, que envolve o músculo e agrupa os fascículos musculares.
Os fascículos são envolvidos por uma camada intermediária, o perimísio, responsável por manter agrupadas as fibras musculares. As fibras musculares são envolvidas pelo endomísio que é a camada mais interna.
Segundo o Prof. Di Dio (2002), em seu Tratadode Anatomia Sistêmica, o número de músculos estriados esqueléticos no organismo é de 327 pares. Mas, esse número pode variar, pois alguns anatomistas consideram feixes de músculos como sendo músculos.
As extremidades onde o músculo se fixa recebem o nome de origem e inserção, anatomicamente falando, sendo a origem considerada o ponto fixo e a inserção o ponto móvel. Mas, essa definição, usada por diversos autores, não contempla a propriedade elástica do músculo e, em muitos casos, esse conceito deveria variar de acordo com a função do músculo.
Exemplo
A ação do músculo levantador da escápula que, na cintura escapular, realiza elevação. Porém, na cervical, realiza em ação unilateral, flexão lateral para o seu lado ou, em ação bilateral, auxilia na extensão.
Logo, os termos mais corretos a serem utilizados para tratar dos pontos de fixação dos músculos, segundo a terminologia anatômica, são:
· Inserção proximal:	Caracterizando-se como a mais próxima do tronco e do plano mediano.
· Inserção distal: Sendo a mais distante do plano mediano e do tronco. É um termo muito utilizado também por profissionais da Cinesiologia e da Biomecânica.
Classificação dos músculos
· Morfológica
Quanto à direção das suas fibras, podem estar dispostas em paralelo ou de forma oblíqua.
Os músculos com fibras em paralelo podem ser:
· Longos: Onde ocorre o predomínio do comprimento.
· Largos: Onde existe uma equivalência entre comprimento e largura.
Já os músculos com fibras dispostas de forma oblíqua, podemos classifica-los como:
· Unipenados: Quando as fibras estão presas em apenas uma das bordas do tendão.
· Bipenados: Quando as fibras estão presas nas duas bordas do tendão. estar presas em apenas uma das bordas do tendão.
Quanto à forma os músculos recebem outras quatro classificações. Vejamos:
· Longos: Podem ser identificados como fusiformes, redondos (cilíndricos) e cônicos.
· Breves: Também chamados de curtos, apresentam dimensões pequenas.
· Largos: Podem ser subdivididos em triangulares, romboides (semelhante paralelogramo) e quadrangulares.
· Circulares: Os músculos circulares recebem esse nome porque rodeiam canais ou orifícios.
Todo músculo apresenta no mínimo dois tendões ou aponeuroses, porém alguns músculos possuem mais de um tendão na sua origem ou na sua inserção, com isso conseguimos classificá-los quanto ao número de origens ou inserções quando essas se dão por mais de um tendão.
Quanto à origem eles podem ser classificados em: 
· BÍCEPS → Quando ocorre por dois tendões.
· TRÍCEPS → Quando se dá por três tendões.
· QUADRÍCEPS → Quando ocorre por quatro tendões.
Atenção
Cabe ressaltar que não existe obrigatoriedade de o nome do músculo ser definido pela quantidade de origens que ele apresenta, mas isso ocorre algumas vezes no corpo, por exemplo, no caso do bíceps e tríceps braquial, porém suas porções recebem o nome de cabeças.
O quadríceps femoral é um grupamento formado por quatro músculos. São eles:
Vasto lateral
Reto femoral
Vasto medial
Vasto intermédio
Grupamento do quadríceps
Alguns autores da área de Cinesiologia e Biomecânica tratam o quadríceps como um grupamento com 7 músculos.
Tal fato ocorre porque eles consideram as fibras oblíquas dos mm 11[footnoteRef:4]. vasto medial e vasto lateral como independentes, e incluem o m 11. articular do joelho a esse grupamento. Porém, a terminologia anatômica considera pertencentes ao grupamento do quadríceps femoral apenas os mm. reto femoral, vasto lateral, vasto intermédio e vasto medial. [4: As siglas m. e mm. referem-se a músculo e músculos, respectivamente.] 
Quanto ao número de inserções, os músculos são classificados somente quando possuem mais de uma inserção. 
· Bicaudados: São os músculos que possuem 2 inserções.
· Policaudados: São os músculos que possuem 3 ou mais inserções.
 Exemplo: o músculo flexor dos dedos.
Outra forma de classificação dos músculos é quanto à quantidade de ventres musculares que eles apresentam, com tendões situados de forma intermediária separando esses ventres musculares.
· Digástricos: São os músculos que apresentam 2 ventres musculares.
· Poligástricos: São os músculos que apresentam 3 ou mais ventres, com tendões ou intersecções tendíneas entre eles.
 Exemplo: Músculo reto abdominal.
Ainda na classificação morfológica, os músculos podem ser classificados de acordo com a sua ação principal – é importante não confundir com a sua função no movimento. Quanto à sua ação, o músculo pode ser classificado em:
· Flexor
· Abdutor
· Extensor
· Adutor
· Rotador
Funcional
Você já viu que a função dos músculos é gerar movimento através do encurtamento e alongamento das suas fibras, principalmente naqueles do tipo estriado esquelético cujo movimento fica mais aparente. Por esta razão, existe uma classificação quanto à função dos músculos.
Atenção
Cabe ressaltar que alguns dos termos apresentam divergências entre os anatomistas. Neste caso, vamos utilizar os mais citados na literatura específica.
Um músculo é o responsável por realizar um determinado movimento. Ele pode até receber auxílio de outro músculo, mas atua como o agente principal na execução desse movimento. Esse músculo é classificado como agonista.
Exemplo: o músculo bíceps braquial na ação de flexão do antebraço, com a mão na posição supinada (palma da mão voltada para cima).
Ainda no movimento de flexão do antebraço, existe um músculo que está se opondo ao trabalho do bíceps braquial, o nosso agonista. Ele está agindo contrário à ação do agonista, isto é, antagônico ao trabalho do músculo principal do movimento.
No caso do movimento de flexão de antebraço, o tríceps braquial está agindo como músculo antagonista.
Os músculos possuem uma propriedade de elasticidade, e, em alguns casos, eles cruzam mais de uma articulação, podendo gerar movimentos diferentes daqueles que desejamos realizar. Para que esses movimentos não ocorram, existem os músculos classificados como neutralizadores ou sinergistas.
Os músculos neutralizadores ou sinergistas atuam impedindo movimentos indesejados que poderiam ser produzidos pelos agonistas.
Exemplo
Ao realizarmos a flexão dos dedos da mão (exceto o polegar), esse movimento é produzido pelos músculos flexores superficial e profundo dos dedos, atuando como agonistas.
Ao movimentar os dedos, os músculos exercem uma ação de flexão do punho, pois ele cruza essa articulação também. Os músculos extensores do carpo são: extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo, e extensor ulnar do carpo, que atuam como neutralizadores desse movimento.
No exemplo anterior, o antagonista é o músculo extensor dos dedos.
Você também já deve ter percebido que, para manter sua postura, mesmo quando não está realizando movimento, gera contração muscular. Isso se dá porque existem músculos que são classificados como fixadores ou posturais.
Esses músculos atuam em outras articulações que não são cruzadas pelo músculo agonista, mas necessitam ser estabilizadas para tornar o movimento principal possível.
Exemplo
Quando nos abaixamos para pegar uma caixa, quem vai realizar o movimento de pegar o objeto é o músculo do braço, mas os músculos eretores da coluna (iliocostal, longuíssimo do dorso e espinal) são os responsáveis por manter a nossa postura.
Dica
Devemos agachar para pegar um objeto ao invés de simplesmente flexionarmos o tronco, pois a tensão produzida por esses músculos sobrecarrega a coluna vertebral e os discos intervertebrais.
Saiba mais
Existem síndromes que vão paralisando os músculos do corpo e, com isso, muitas vezes, é necessário realizar a junção das vértebras da coluna vertebral para manter a postura. Um exemplo desse caso é a Síndrome de Duchenne.
· Quanto ao tipo de contração
Outra forma de classificação dos músculos é quanto ao tipo de contração que eles realizam. Embora, muitas vezes, não exista movimento aparente, o músculo está se contraindo. Em situações de reabilitação, ou no próprio ganho de força, usamos movimento a favor da gravidade, fazendo com queesteja ocorrendo um alongamento do músculo, sendo esse o movimento principal desejado.
Vamos pensar em uma situação do dia a dia que sirva de exemplo para esses tipos de contração. O cenário será o ato de sentar e levantar-se de uma cadeira.
A contração do tipo concêntrica está diretamente relacionada com a propriedade de contratilidade.
As inserções estão se aproximando, e com isso ocorre um encurtamento das fibras do ventre muscular durante o movimento. Você está realizando o movimento contra uma força de resistência.
Exemplo
Ao se levantar da cadeira, você utiliza, entre outros músculos, o grupamento do quadríceps. Você contrai a musculatura as inserções se aproximam e você levanta. Nesse caso, a resistência é a força da gravidade.
A contração do tipo excêntrica está diretamente relacionada à propriedade de extensibilidade, pois nela o movimento principal ocorre com ventre muscular, tendo suas fibras se alongando e, com isso, as inserções estão se afastando.
Você realiza o movimento a favor de uma força resistente e o músculo é responsável por controlar a velocidade.
Exemplo
Ao sentar na cadeira, se você simplesmente soltar o corpo, automaticamente “desaba” no banco, podendo até se machucar.
Para que isto não ocorra, você vai controlando a velocidade ao sentar, pois a gravidade, que é nossa resistência, está no mesmo sentido do movimento – e então, a musculatura do quadríceps controla essa velocidade.
É muito comum que idosos não consigam controlar essa contração, pois ocorre uma perda natural de força e tônus à medida que envelhecemos.
A contração do tipo isométrica ocorre quando o músculo está gerando força, mas não existe movimento aparente. Podemos considerar que as forças (o termo correto é torque) musculares e de resistência estão iguais.
Ainda no nosso exemplo da cadeira, imagine o momento no qual você começa a sentar (contração excêntrica), olha para o lado e vê a placa com os dizeres “Tinta fresca”, imediatamente você para (contração isométrica) e levanta (contração concêntrica).
Atividade
1. Os músculos podem ser classificados de diversas formas, uma delas é quanto à sua funcionalidade, que é o papel desempenhado por eles durante o movimento. Marque das alternativas abaixo aquela que é uma Classificação Funcional dos músculos.
a) Unipenados
b) Digástrico
c) Policaudados
d) Antagonista
e) Flexores
2. Os músculos servem como estruturas ativas do movimento, eles trabalham por meio de encurtamento e relaxamento e são classificados de dois tipos: liso e estriado. Dentre esses músculos um deles está em nosso coração, sobre esse músculo assinale a alternativa incorreta.
a) Compõe a camada conhecida por miocárdio.
b) É classificado como músculo liso.
c) É classificado como músculo estriado.
d) É de contração involuntária.
e) Possui estriação transversal.
3. Os músculos apresentam algumas propriedades essenciais ao seu funcionamento, dentre as quais existe uma fazendo com que eles sejam capazes de responder a estímulos. Essa propriedade é conhecida como:
a) Contratilidade
b) Extensibilidade
c) Irritabilidade
d) Elasticidade
e) Tonicidade
4.Correlacione a característica com a classificação dos músculos.
a) 2. Policaudado - Músculo se insere por três ou mais tendões; Inserção
b) 3. Digástrico - Músculo que possui três ou mais ventres, com tendões intermediários situados entre eles; Ventres
c) 5. Concêntrica - Contração onde a origem e inserção muscular se aproximam; Contração
d) 1. Bíceps - Músculo que possui duas origens; Origem
e) 4. Flexor - Músculo que realiza ação de flexão. Ação
Teste de Conhecimento – Aula 03
		1 - Sabemos que existem três tipos diferentes de músculos: o estriado esquelético, estriado cardíaco e o não estriado. Marque a alternativa que indica corretamente o tipo de músculo relacionado com nossa locomoção.
	
	
	
	Estriado esquelético.
	
	
	Não estriado.
	
	
	Estriado esquelético e estriado cardíaco.
	
	
	Estriado cardíaco e não estriado.
	
	
	Estriado cardíaco.
		2 - Sobre o controle das contrações musculares, analise as afirmações e marque a opção correta:
I. O músculo cardíaco possui controle voluntário.
II. O músculo liso não realiza contrações musculares.
III. A musculatura esquelética tem controle voluntário.
	
	
	
	Somente a III está correta.
	
	
	Somente a I está correta.
	
	
	Somente a II está correta.
	
	
	Todas as afirmações estão corretas.
	
	
	Não há afirmações corretas.
	
Explicação:
O músculo cardíaco possui controle involuntário;
O músculo liso realiza contrações musculares involuntárias.
		3 - É constituído por células uninucleadas que possuem núcleos centrais. Em seu citoplasma encontramos miofibrilas, formando discos claros e escuros. Para formar o tecido, essas células se colocam em continuidade umas com as outras, sendo que a adesão entre elas, feita pelos discos intercalares, apresenta contrações rápidas e involuntárias. Essa é a descrição do tecido:
	
	
	
	epitelial
	
	
	muscular não estriado
	
	
	muscular estriado cardíaco
	
	
	muscular estriado esquelético
	
	
	conjuntivo
		4 - Como os músculos são classificados em relação ao arranjo das fibras?
	
	
	
	Nenhuma das anteriores
	
	
	Longos, curtos, planos e circulares
	
	
	Bíceps, tríceps e Quadríceps
	
	
	Fusiforme, paralelo, triangular, peniforme e circular
	
	
	Monocaudado, Bicaudado e Multicaudado
	
	
		5 - Os músculos estriados esqueléticos são os responsáveis pelo movimento e são presos por meio de tendão ou aponeuroses. A camada ativa do músculo, o ventre muscular, é altamente vascularizada. Todo o músculo é recoberto pela fáscia que auxilia na nutrição e permite o deslizamento dos músculos. O número de músculos estriados esqueléticos no organismo é de 327 pares. Mas, esse número pode variar, pois alguns anatomistas consideram feixes de músculos como sendo músculos. Os músculos estriados esqueléticos têm controle voluntário. Qual dos músculos listados abaixo é um músculo estriado esquelético, mas possui sua contração deflagrada por reflexo?  
	
	
	
	Esternocleidomastóideo
	
	
	Bucinador
	
	
	Corrugador
	
	
	Cremáster
	
	
	Zigomático maior
	
Explicação:
O músculo cremáster, apesar de ser um músculo estriado esquelético, possui contração por reflexo, durante a ereção, para controle térmico, ejaculação ou quando ocorre necessidade de elevar os testículos.
		6 - Um músculo que apresenta duas origens, é denominado de:
	
	
	
	bicondilar
	
	
	bipenado
	
	
	bicaudado
	
	
	digástrico
	
	
	bíceps
	
		7 - Os músculos podem ser classificados de várias maneiras. O músculo TRÍCEPS BRAQUIAL tem esse nome pelo fato de:
	
	
	
	Possuir três tendões de origem.
	
	
	Possuir três tendões de inserção
	
	
	Possuir três aponeuroses
	
	
	Por possuir três ramos arteriais principais
	
	
	Possuir três ventres musculares
	
		8 - Os músculos são os órgãos ativos na realização do movimento. Assinale a alternativa correta.
	
	
	
	Ventre muscular, fáscia muscular e tendão são componentes do músculo estriado esquelético
	
	
	Músculos voluntários são aqueles que não são controlados de acordo com a vontade do indivíduo
	
	
	Estriado esquelético, Estriado esponjoso e liso são tipos de músculos
	
	
	A extremidade muscular é denominada de tendão de tiver a forma achatada e aponeurose se tiver a forma arredondada
	
	
	Hematopoese, produção de movimentos e regulação de volume de órgãos são funções dos músculos
AULA 4: SISTEMA CARDIOVASCULAR
Apresentação
Nesta aula você irá identificar os componentes do sistema cardiovascular, reconhecendo o coração como órgão central desse sistema, apontando ainda sua localização na região do mediastino e seu posicionamento no corpo humano.
Você também descreverá a morfologia interna do coração, identificando as valvas e suas funções, além da existência das cordas tendíneas e dos músculos papilares.
Irá ainda identificar os vasos que chegam ao coração trazendo sangue e os que saem do coração levando sangue, conhecidos como vasos da base. Também entenderaa função desses vasos na circulação sistêmica e na circulação pulmonar.
Objetivos
· Identificar o posicionamento do coração;
· Descrever a morfologia interna do coração;
· Diferenciar as circulações sistêmica e pulmonar.
Histórico
Você pode estar se perguntando se não seria “Sistema Circulatório”, mas a terminologia anatômica, em latim, trata o sistema como cardiovascular.
Di Dio (2002) ressalta que, em sua essência, o termo circulatório representa apenas circular, algo que volta ao ponto de partida, mas também faz uma revisão etimológica citando que o termo circulator, no latim, fazia uma alusão a charlatão, termo usado por difamadores contra as descobertas do anatomista e médico William Harvey[footnoteRef:5] em 1628. [5: William Harvey (1578-1657) foi um médico britânico que, pela primeira vez, descreveu corretamente os detalhes do sistema circulatório do sangue ao ser bombeado, por todo o corpo, pelo coração. (Wikipédia).] 
Com isso, na mudança foi pensado em colocar o termo Sistema Vascular, já que o coração é um grande vaso, mas não daria sua importância necessária, e se fosse apenas Sistema Cardíaco estaria se negligenciando os demais vasos do corpo. Então, ficou mais adequado adotar a expressão Sistema Cardiovascular.
Quem foi Liberato J. Di Dio?
Clique aqui para ler o artigo em homenagem ao professor Di Dio.
Após a revisão da terminologia em 2001, o professor Liberato Di Dio lançou o seu Tratado de Anatomia Sistêmica. Cabe ressaltar que o professor Di Dio era o secretário geral da Comissão Federativa da Terminologia Anatômica (FCAT), criada pela Federação Internacional das Associações de Anatomistas (IFAA) para discutir a terminologia anatômica.
O sistema cardiovascular não possui comunicação com o meio exterior, ele é um sistema fechado que tem circulação de humores, o sangue e a linfa (a linfa será tratada na próxima aula).
A principal função do sistema cardiovascular é levar, através do sangue, oxigênio e material nutritivo para as células.
O sangue circula por uma extensa rede de vasos para realizar as trocas gasosas. Essas trocas ocorrem em vasos de calibre tão reduzidos que chegam à espessura de um fio de cabelo, por isso recebem o nome de capilares.
Esse sistema tem um órgão responsável por bombear o sangue para essa extensa rede de vasos, e esse órgão funciona como uma bomba que se contrai e propulsiona o sangue, a essa bomba contrátil-propulsora chamamos coração.
Coração
Certamente, você já ouviu falar do coração, quer seja na escola durante as aulas de Ciências ou Biologia, quer seja quando se fala de sentimentos; uma referência ao aumento das batidas do coração quando estamos em algumas situações que nos deixam mais alegre, tristes, eufóricos ou ressabiados.
Porém, nesta aula, estudaremos este órgão para conhecer as suas características, a sua localização, função etc.
Já vimos que o coração é uma bomba contrátil-propulsora formado por um tecido muscular estriado cardíaco, de contração involuntária.
Esse órgão muscular é dividido em três camadas:
Como é o coração?
• Tem a forma de um cone truncado.
• Apresenta uma base, que é superior e o ápice, que é inferior.
• É delimitado anteriormente pelo osso esterno e as cartilagens costais, inferiormente pelo músculo diafragma e, lateralmente, pelas pleuras pulmonares.
• Possui três faces, que são:
· esternocostal
· diafragmática
· pulmonar
• Está posicionado de forma oblíqua, de maneira que a base fica nas partes superior e medial. Já o seu ápice fica na parte inferior e lateral à esquerda.
• Encontra-se localizado na caixa torácica, acima do músculo diafragma, entre os dois sacos pleurais, atrás do osso esterno, no mediastino médio.
Agora, vamos estudar mais detalhadamente o nosso coração.
Pericárdio
Trata-se de um saco fibrosseroso, cuja função é separar o coração dos demais órgãos do mediastino – evitando o atrito –, e limitar o enchimento cardíaco (pericárdio fibroso).
O pericárdio é dividido em duas camadas: uma mais externa, que é o pericárdio fibroso, e outra mais interna, dividida em duas lâminas, que é o pericárdio seroso.
O pericárdio seroso também se divide em duas lâminas, sendo uma mais externa forrando internamente o pericárdio fibroso e que recebe o nome de lâmina parietal; e outra intimamente relacionada ao coração chamada lâmina visceral (epicárdio).
Entre as duas lâminas há uma cavidade, a cavidade pericárdica, cujo interior possui o líquido pericárdico com a função de lubrificar, evitando o atrito entre as lâminas.
O pericárdio não contorna integralmente os vasos da base, formando recessos, que são chamados de seios.
Um deles, o seio transverso do pericárdio, é de extrema importância para o cirurgião cardíaco, pois permite o desvio temporário de sangue por meio de clampeamento da aorta e do tronco pulmonar.
Septos e câmaras
O coração possui quatro câmaras (cavidades) formadas por “paredes” colocadas dentro do coração, que recebem o nome de septos.
Existe um septo que divide o coração em parte superior e inferior. Na parte superior ficam os átrios, e na parte inferior, os ventrículos. Esse septo recebe o nome de septo atrioventricular.
Outro septo divide a parte superior do coração em átrio direito e átrio esquerdo. É chamado de septo interatrial.
Por fim, há um septo que divide a parte inferior do coração em ventrículo direito e ventrículo esquerdo, que é o septo interventricular.
Após essa divisão, identificamos as quatro câmaras do coração:
Complexo estimulante do coração
Você já deve ter escutado alguém falar que fez ou vai fazer um “eletro”, referindo-se a um exame do coração. Mas, afinal, o que é isso e para que serve?
A pessoa referia-se a um exame chamado eletrocardiograma (ECG), que registra de forma gráfica as oscilações da atividade elétrica do músculo cardíaco.
Essas oscilações seguem um padrão que estabelece o nível de normalidade da atividade cardíaca, porém podem ocorrer variações nesse padrão, sugerindo algum indício patológico.
Como o impulso elétrico é muito rápido, todo o coração poderia receber o estímulo simultaneamente, resultando em um colapso e o órgão não saberia qual a sua ordem certa de contração.
Para que ocorra uma contração integrada entre átrios e ventrículos, existe um complexo estimulante do coração.
O complexo estimulante do coração funciona da seguinte maneira:
· após receber os estímulos determinando aceleração ou redução dos batimentos cardíacos, o nó sinoatrial (marcapasso) irradia esse impulso por ambos os átrios por feixes internodais, gerando a contração atrial, em direção ao nó atrioventricular;
· após sair do nó atrioventricular, o impulso segue pelo fascículo atrioventricular – única conexão normal entre átrio e ventrículos –, em direção aos ramos direito e esquerdo, e chega aos ramos subendocárdicos (antigas fibras de Purkinje), gerando a contração ventricular.
 
Esqueleto fibroso do coração
Em nível das aberturas das valvas existentes no coração, existe um esqueleto fibroso, identificado pela presença dos trígonos direito (entre o contorno posterior do óstio da aorta e o óstio das atrioventriculares) e esquerdo (entre o óstio da atrioventricular esquerda e o óstio da aorta).
Esse esqueleto tem a função de formar o arcabouço do coração e ser ponto de origem da musculatura ventricular e inserção da musculatura atrial, além de servir com um isolante na condução elétrica.
Valvas
No septo atrioventricular encontramos dispositivos responsáveis por impedir o retorno do sangue para a câmara na qual ele se encontrava. Esses dispositivos são as valvas, e essas valvas são formadas pelo conjunto de válvulas (antigamente conhecidas como cúspides).
Para melhor entendimento, vamos descrever as valvas de acordo com a câmara na qual se encontram.
No ventrículo direito há uma valva impedindo o retorno do sangue para o átrio direito, ela recebe o nome de valva atrioventricular direita e é composta por três válvulas: anterior, posterior e septal. Por ser composta por três válvulas, ela também é conhecida como valva tricúspide.
Outra valva presente no ventrículo direito éa que impede o retorno do sangue do tronco pulmonar para o ventrículo direito, essa válvula é conhecida como valva do tronco pulmonar, composta por três válvulas semilunares: anterior, direita e esquerda.
No ventrículo esquerdo também temos duas valvas, uma é a que impede o retorno do sangue para o átrio esquerdo – que recebe o nome de valva atrioventricular esquerda.
Essa valva possui duas válvulas, que são as válvulas anterior e posterior. Por possuir somente duas válvulas, é também conhecida como valva bicúspide.
Saiba mais
Essa válvula possui uma particularidade: alguns anatomistas a achavam semelhante a uma mitra[footnoteRef:6]. Por esse motivo, também é conhecida como valva mitral. [6: Chapéu utilizado por alguns pontífices da igreja católica.] 
Ainda no ventrículo esquerdo, temos uma valva de saída impedindo que o sangue retorne ao ventrículo após ir para artéria aorta. Essa recebe o nome de valva da aorta, e é composta por três válvulas semilunares: direita, esquerda e posterior.
As válvulas semilunares direita e esquerda possuem um orifício cada uma, chamado óstio da coronária, onde se originam as artérias coronárias que irrigam o coração.
Nutrição
· Arterial
As coronárias surgem a partir das válvulas semilunares direita e esquerda, nas quais aparecem os óstios das artérias coronárias direita e esquerda. O refluxo do sangue que vai da aorta enche os “bolsos” formados pelas semilunares, escorrendo pelos óstios.
Os orifícios estão localizados na parte superior das valvas e não imediatamente colados nelas, para prevenir o risco de colabamento.
As coronárias direita e esquerda contornam, como se fosse uma coroa, o coração (daí seu nome). O primeiro ramo da coronária esquerda é a descendente anterior ou interventricular anterior. Após esta temos o ramo circunflexo e o marginal esquerdo.
Estudos indicam que a coronária esquerda predomina em 60% dos casos. Em termos da coronária direita, temos um importante ramo chamado de nodal, que nutre o nó sinoatrial. Depois, ela prossegue e dá origem à marginal direita, e ao ramo interventricular posterior.
· Venosa
Todo o sistema venoso do coração converge para o seio coronário, sendo que ele desemboca na veia cava inferior. As veias cardíacas mínimas drenam o sangue das paredes do coração.
Morfologia das câmaras
Você já viu que o coração possui quatro câmaras, que são os átrios e ventrículos direito e esquerdo. Agora vamos estudar a morfologia interna dessas câmaras e identificar que existem vasos chegando ou saindo de cada uma delas.
	Vasos de base do coração
	Atrio Direito
	Veias cavas
	Superior
	
	
	Inferior
	Átrio Esquerdo
	Veias pulmonares
	Direita (2)
	
	
	Esquerda (2)
	Ventrículo Direito
	Tronco pulmonar
	Artéria pulmonar direita
	
	
	Artéria pulmonar esquerda
	Ventrículo Esquerdo
	Artéria aorta
	Ramo ascendente
	
	
	Arco ou cajado aórtico
	
	
	Ramo descendente
O átrio direito tem um aspecto totalmente pregueado, internamente, formado pelos músculos pectíneos ou pectinados. Também existe uma área lisa.
A crista terminal é um limite entre a área pectinada e a área lisa. Externamente, esta área é visível pela linha terminal. Apresenta também no septo interatrial (entre as veias cavas) a fossa oval, que possui o limbo da fossa oval.
O óstio da veia cava inferior e o óstio coronário possuem válvulas com o mesmo nome.
O átrio direito possui uma projeção lingular chamada de aurícula, que é o átrio primitivo.
No ventrículo direito observa-se um aspecto trabeculado nas paredes do ventrículo, as trabéculas cárneas.
Em geral, temos três trabéculas mais desenvolvidas, os músculos papilares:
1 – ANTERIOR: Mais desenvolvido.
2 – SEPTAL: Que nasce no septo.
3 – POSTERIOR: Que nasce na parede posterior.
O septo se une ao músculo papilar anterior pela trabécula septomarginal. Dos músculos papilares partem as cordas tendíneas, fazendo a ligação entre o músculo papilar e as válvulas.
O músculo papilar anterior tem cordas tendíneas que se ligam à cúspide anterior e posterior; o músculo papilar posterior emite cordas tendíneas para a cúspide posterior e septal; o músculo papilar septal emite cordas tendíneas para a cúspide septal e anterior.
Superiormente, o ventrículo direito se dirige para o cone arterial (ou infundíbulo), que é a área em direção ao tronco pulmonar. O aspecto trabeculado somente existe na região externa do cone arterial, limitado pela crista supraventricular.
O átrio esquerdo não possui tantos músculos pectinados quanto o átrio direito, e possui também um forame oval, com sua respectiva válvula.
Já o ventrículo esquerdo é cerca de três vezes mais espesso que o ventrículo direito. Em seu interior encontra-se também o aspecto trabecular das trabéculas cárneas. Também em seu interior, dois músculos papilares (normalmente), um anterior e outro posterior. É possível que aconteça uma dicotomização de cada um deles, reforçando suas dimensões. Da mesma forma, as cordas tendíneas ligam os músculos papilares às válvulas cardíacas.
Circulações
A circulação sistêmica (grande circulação ou circulação nutridora) é aquela onde o sangue, que chega ao ventrículo esquerdo, pelo átrio esquerdo (antes pelas veias pulmonares), penetra nos ventrículos por ação da força da gravidade, forçando a abertura da valva.
Quando o volume de sangue do ventrículo vai aumentando, força o fechamento das valvas. No final da diástole ocorre a sístole atrial, obrigando a passagem de 25 a 30% do sangue restante para os ventrículos.
Os músculos papilares se contraem, quando o ventrículo vai contrair, para evitar um refluxo do sangue ao átrio, por meio do prolapso das válvulas.
Quando o sangue tende a refluir, ele enche a cavidade formada pela aorta com o fechamento da valva aórtica, e os “bolsos” formados pelo enchimento das válvulas semilunares faz com que cada vez mais se impeça o refluxo para o ventrículo.
Essa circulação tem início no ventrículo esquerdo, de onde o sangue (rico em O2) é bombeado para a rede capilar dos tecidos do organismo, via artéria aorta. Após as trocas sanguíneas, o sangue rico em CO2 retorna ao átrio direito, por meio das duas veias cavas superior e inferior, se dirigindo então ao ventrículo direito.
A circulação pulmonar ou pequena circulação ou circulação purificadora é aquela que tem início no ventrículo direito, de onde o sangue (rico em CO2) é bombeado para a rede capilar dos pulmões, via tronco pulmonar (artérias pulmonares direita e esquerda).
Após sofrer hematose, o sangue oxigenado retorna ao átrio esquerdo, por meio das duas veias pulmonares direita e esquerda, se dirigindo então para o ventrículo esquerdo.
A circulação colateral caracteriza-se por um conjunto de vasos que correm colateralmente a vasos principais de forma a suprir, alternativamente de sangue, a mesma região.
É um mecanismo de defesa do organismo, que serve para irrigar ou drenar determinada região do corpo, em caso de obstrução de artérias e veias de grande calibre.
Já a portal é um tipo de circulação na qual redes de capilares são unidos diretamente por uma veia.
Exemplo
Sistema porta hepático: fígado + baço + (2/3 dir. do cólon transverso + colo ascendente + jejunoileo) + (1/3 cólon transverso + colos descendente e sigmoide).
Temos ainda a circulação admiral, como se fosse um sistema porta arterial.
Exemplo
Nos rins, a arteríola aferente passa pelos glomérulos e continua na arteríola eferente.
Atividade
1. O coração possui quatro câmaras divididas por paredes que recebem o nome de septos. Com é denominada a parede que divide o coração em parte superior e inferior?
a) Septo interventricular
b) Septo atrioventricular
c) Septo interatrial
d) Septo endocárdico
e) Pericárdio
2. Sobre o sistema circulatório, coloque V para verdadeiro e F para falso:
a)O coração é uma bomba contrátil que impulsiona o sangue através de uma extensa rede de tubos. V
b) Seu miocárdio está localizado na parte mais externa do coração. F
c) A valva atrioventricular impede o retorno do sanue da aorta para o ventrículo direito. F
d) O pericárdio é dividido em fibroso e seroso. V
e)

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