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Fitoterapia Integrativa Apostila Digital Fitoterapia Integrativa Introdução O Instituto Ekanta é uma empresa voltada ao bem-estar e saúde integral. Fundado por Vanessa Puton, o Instituto Ekanta é um infonegócio social de educação a distância que oferece cursos online sobre práticas integrativas e complementares, incluindo a aromaterapia e cosmética natural, buscando fortalecer o autocuidado e empreendedorismo por meio de práticas mais conscientes. Com mais de 10 mil alunos espalhados pelo Brasil, o Instituto Ekanta também está presente em plataformas de redes sociais com conteúdos gratuitos que podem ser acessados instantaneamente. Vanessa Puton é empresária, naturóloga e terapeuta. Facilitadora de métodos exclusivos sobre como utilizar a aromaterapia no dia a dia e criar negócios lucrativos, foi reconhecida como uma das 10 empreendedoras sociais mais relevantes do Brasil pela Redbull Amaphiko em 2018. Apaixonada por conhecimento e pelo estudo da aromaterapia, também publicou trabalhos e estudos de caso sobre PICs no 1º Congresso Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (CONGREPICS 2018). 2 Agora, com este e-book, ela quer ajudar você a entender e resgatar uma das práticas mais antigas da humanidade: a fitoterapia, também conhecida como o estudo e uso das plantas no dia a dia. Introdução Um abordagem integrativa da saúde Antes de nos aprofundarmos nos conceitos e receitas fitoterápicas, é importante mencionar o contexto no qual a fitoterapia pode ser entendida como uma prática integrativa e complementar ou alternativa. O campo da medicina integrativa é aquele que se dedica aos aspectos físicos, mentais, emocionais, culturais e espirituais do indivíduo. É a visão da saúde como um estado positivo, não só como ausência da doença. Logo, o ser saudável implica em muitas outras vertentes além da ideia de apenas "não sentir nenhuma dor". Uma abordagem integrativa da saúde visa a singularidade do indivíduo, evitando medidas de tratamentos padronizadas, pois cada ser humano é único. O intuito é atuar em conjunto com as práticas de saúde convencionais, ainda que em alguns casos elas podem ser usadas individualmente (alternativa). Desta forma, dependendo da gravidade de cada caso a fitoterapia é usada como método integrativo ou alternativo. A partir de uma educação voltada para o processo de autoconhecimento, no qual a pessoa torne-se ativa e autônoma no seu tratamento com medidas de autocuidado diários e auxílio das práticas naturais. Este método auxilia para que o indivíduo veja suas dificuldades e avalie a própria saúde como um alerta do corpo, aprendendo a entender os fatores envolvidos na doença e no corpo físico, como: aspectos psicoemocionais, crenças limitantes, alimentação precária, sono e repouso inadequado para tratar na raiz esses desequilíbrios manifestados no corpo físico. 3 Introdução Aos poucos, a percepção de cultura, comunidade e sociedade no que tange às doenças permite que a medicina integrativa encontre lugar de fala. As ervas curativas, no caso da fitoterapia, nos colocam de imediato em contato com a Mãe Terra e com o nosso mundo interior, tão rico e tão complexo. A medicina integrativa acredita que muitas das nossas doenças se originam porque perdemos o contato com nossa própria natureza, porque perdemos o senso de que somos parte da Terra e do todo. A Terra é o solo do nosso ser e onde manifestamos nossa essência. Assim, quando há bloqueios nesse sentido, o corpo físico responde. Nesse sentido, fitoterapia é mais uma das ferramentas terapêuticas a nosso dispor para resgatar aquilo que há de melhor em nós. A partir do uso consciente das plantas, podemos promover a capacidade de autocura e verdadeiras transformações pessoais, que vão refletir tanto no nosso lado interno como no externo. 4 Introdução As plantas na história e o surgimento da fitoterapia As plantas se apresentam como um extraordinário campo para a cura natural, ainda mais nesses tempos de excesso de substâncias e medicamentos industrializados. As plantas são como um tratamento seguro que respeita a vida e os ensinamentos da "Mãe Terra". O estudo e utilização das plantas para fins terapêuticos se fundamenta numa relação entre reino vegetal e ser humano. Fazer uso das ervas para tratar da saúde de forma integral significa participar de um ciclo ecológico, que nos oferece a chance de estar mais presente no mundo vivo e vital do qual fazemos parte. As ervas nos inserem num contexto maior, nos ligam à vida realizando suas tarefas fisiológicas e medicinais e nos permitem entrar em contato com nossa verdadeira natureza através do processo de cura. As ervas se tornaram famosas como recurso terapêutico porque passam longe do estigma que levam os “remédios” e substâncias sintéticas. Tanto que podemos usá-las livremente como um hábito pessoal, aliviando dificuldades da nossa rotina e aspectos emocionais com facilidade. Para necessidades específicas, podemos usá-las de forma preventiva - a fim de prevenir o surgimento de problemas, focando em fortalecer e tonificar órgãos e sistemas. Mas, caso a doença já tenha se manifestado, ainda assim, algumas ervas podem ser nossas aliadas, ajudando a superar diversos casos de enfermidade. 5 Introdução No sistema ayurvédico indiano e na medicina chinesa, encontramos plantas ao lado da acupuntura e outras técnicas. Atualmente, constituem, além desse papel de grande relevância na medicina integrativa, a base de medicamentos na visão científica e tecnológica da farmacologia moderna e da medicina alopática. É válido notar que a medicina alopática, também chamada de medicina ortodoxa, tem suas origens no uso de ervas. A maioria dos medicamentos, inclusive, ainda tem sua origem em material vegetal. Um exemplo claro disso são as anfetaminas, cuja base é a efedrina, que fornecem medicamentos antiasmáticos e passaram a ser pesquisadas após a descoberta do ingrediente ativo efedrina na erva chinesa Ma Huang (Ephedra sinica). Outros medicamentos importantes como atropina, escopolamina, codeína, digoxina e curare também são extraídos de plantas. Estas plantas são consumidas in natura como chás ou outras preparações caseiras e destinam-se para uso doméstico ou ritualístico, ou ainda como tintas, pós, pílulas, cápsulas, extratos, etc. Passando por processos de extração, separação e purificação, as substâncias bioativas (isto é, quinina, digoxina, ergotamina) das plantas podem ser isoladas. Esses compostos são chamados de fitomedicina. Ou seja, por mais que tenhamos avançado cientificamente, as ervas não deixaram de estar presentes em nosso mundo. As plantas são vistas como fonte de ingredientes ativos, substâncias químicas bioativas específicas que podem ser analisadas, sintetizadas e usadas na forma de medicamentos potentes. 6 Introdução O corpo é, na essência, de natureza bioquímica, de modo que quando alguma coisa vai mal, isso acontece no nível dos processos químicos e das moléculas. Para que o organismo volte a funcionar corretamente, temos de usar substâncias químicas. Logo, podemos fazer uso das plantas, que contêm componentes químicos e agentes poderosos (como a morfina, por exemplo, um dos analgésicos mais conhecidos do mundo). Dessa forma, trabalhar com as plantas é entender que elas podem operar por meio de interações bioquímicas e aplicações específicas, de modo a ampliar os processos vitais do corpo. No nível bioquímico, os diversos ingredientes de uma erva trabalham de modo sinérgico. Mas, claro, quando se trata das plantas, não há limitações de seus poderes curativos: não é possível dizer que trabalham apenas como substâncias químicas incríveis, sendo que, além do nível físico, agem também no nível da força vital e mental. Por muitos séculos, os humanos têm usado plantas como ferramentas terapêuticas. 7 Introdução Para algumas civilizações antigas, a cura oferecida por plantas medicinais tinhaum efeito mágico e sobrenatural. Outros acreditavam que essas plantas atuavam no “corpo astral”, produzindo efeitos fisiológicos e fenômenos paranormais. As plantas medicinais tinham e ainda têm significado mágico-religioso para algumas pessoas. Em 1873, no Papiro de Ebers, um dos mais antigos e importantes tratados médicos do Egito Antigo, datado de 1600 a.C., foi encontrado e comprovado o uso de plantas para tratamento. Durante a Guerra de Troia (1200 a. C), a planta mil-folhas (Achillea millefolium) foi usada em soldados feridos, a fim de estancar o sangue e curar feridas. O uso de papoula remonta a esse período de tempo também. Na Grécia, Pedanius Dioscorides (100 A.C.) escreveu um tratado sobre plantas chamado “De Materia Medica”, contribuindo para a medicina integrativa. São muitas as evidências sobre o uso das plantas como recursos terapêuticos. A fitoterapia, termo que surgiu muitos anos depois, é uma ciência que atua na identificação e extração de compostos originários de plantas e consiste em estudar suas propriedades físico-químicas, biológica e fármaco toxicológicas. 8 Introdução Apesar do desenvolvimento da indústria farmacêutica no período pós-industrial, a fitoterapia ainda é um recurso entre as opções terapêuticas. Tanto que, em 2006, o Ministério da Saúde tornou acessível o uso terapêutico e preventivo de fitoterápicos e plantas medicinais. Aqui vale estabelecer uma diferença: plantas medicinais são aquelas usadas na profilaxia, alívio e cura, geralmente usadas na medicina popular, como chás ou infusões. Fitoterápicos são produtos acabados e rotulados, cujos ingredientes provêm de plantas em estado bruto ou em preparações vegetais. Embora ainda existam discrepâncias entre as definições de fitoterápicos e plantas medicinais, esses termos são frequentemente usados como sinônimos. Portanto, pode-se dizer que medicamentos fitoterápicos são compostos de plantas medicinais (quase completamente), mas nem todas as plantas medicinais podem ser consideradas fitoterápicas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 85% da população mundial usa medicamentos fitoterápicos para fins terapêuticos. 9 Introdução Na história, o termo "fitoterapia" foi usado pela primeira vez em 1913 pelo médico francês Henri Leclerc, em suas muitas edições do "Précis de Phytothérapie" (“Manual de Fitoterapia”), publicado originalmente em 1922. Fitoterapia ou fitoterapia médica, como é chamado na Europa, é o medicamento mais validado cientificamente na categoria de medicina natural. Tem origem nas tradições europeia e greco-romana, remontando a médicos de destaque, como Dioscorides, Hipócrates, Galen e St. Hildegard de Bingen. A fitoterapia entrou no idioma inglês com sua definição comum em 1934, graças a Eric Frederick William Powell, que era um praticante inglês de fitoterapia e homeopatia. O termo em inglês, no entanto, não ganhou reconhecimento mais amplo até muito depois. Em 1960, o fitoterapeuta e médico alemão Rudolf Fritz Weiss publicou Lehrbuch der Phytotherapie (Herbal Medicine), que se tornou o livro alemão definitivo sobre o assunto. O trabalho foi publicado inicialmente em um formato diferente em 1944, sob o nome Die Pflanzenheilkunde in der Ärztlichen Praxis ("Ciência curativa baseada em plantas na prática médica"). Outro marco importante na história da fitoterapia foi o surgimento, em 1987, da revista Phytotherapy Research, editada pelo farmacognosista britânico Fred Evans. 10 Introdução Afinal, o que é fitoterapia e para que serve? A fitoterapia é o sistema de medicina mais antigo utilizado no mundo atualmente. É um medicamento feito exclusivamente a partir de plantas. Muitos produtos farmacêuticos modernos foram modelados ou derivados de produtos químicos encontrados nas plantas. Na fitoterapia, os medicamentos são produzidos a partir de partes das plantas, não possuindo apenas uma substância isolada e sim uma série delas. Essa ação conjunta torna o tratamento mais pontual e reduz os efeitos colaterais. Neste embate de milhões de anos, as plantas foram desenvolvendo suas próprias defesas químicas. Esta é uma das razões pelas quais a constituição química das plantas é tão complexa, e porque muitas plantas biossintetizam substâncias para atuar em alvos específicos moleculares de seus predadores. Metabólitos secundários de plantas e micro-organismos são produzidos para modular seus próprios metabolismos e, consequentemente, também atuar em alvos terapêuticos de doenças humanas. Ao longo do processo evolutivo, o homem foi aprendendo a selecionar plantas para a sua alimentação e para o alívio de seus males e doenças. O resultado desse processo é que muitos povos passaram a dominar o conhecimento do uso de plantas e ervas medicinais. O uso de fármacos é muito recente e sua comprovação por testes clínicos é ainda mais recente. 11 Introdução Enquanto os fármacos industrializados apresentam, em sua quase totalidade, um único princípio ativo que é responsável pelo seu efeito farmacológico, os extratos vegetais e de fungos, por exemplo, são constituídos por misturas multicomponentes de substâncias ativas, parcialmente ativas e inativas, que, muitas das vezes, atuam em alvos farmacológicos diferentes. A eficácia desses extratos é o resultado de seu uso, durante muitos anos, por diferentes grupos étnicos. Até hoje, alguns povos ainda fazem uso consciente de medicamentos fitoterápicos tradicionais relacionados com saberes e práticas que foram adquiridas ao longo dos séculos. Atualmente, a fitoterapia é reconhecida como fitoterapia moderna e baseada na ciência. É praticada por médicos, naturopatas, naturólogos e fitoterapeutas em todo o mundo. 12 Introdução A base dos medicamentos modernos, química, perfumes e botânica está na medicina de plantas. De fato, muitas drogas sintéticas são derivadas de plantas ou são semelhantes a produtos químicos encontrados na natureza. Na fitoterapia, os medicamentos vegetais são selecionados para fortalecer as funções normais do corpo, e assim, ajudá-lo a se restabelecer. O médico herbalista ou fitoterapeuta aborda cada cliente como um indivíduo único, a fim de fazer um diagnóstico holístico. Qualquer medicamento fitoterápico prescrito pode ser uma combinação de plantas escolhidas para as necessidades específicas do paciente. As ervas podem ser prescritas de diferentes formas: chás, tinturas, cápsulas, comprimidos, banhos, escalda-pés ou uma loção / creme para uso tópico. Melhora nos sintomas e nos aspectos envolvidos nos desequilíbrios de saúde deve ser observada dentro de horas a 1 dia para condições agudas, como resfriado ou gripe, ou entre 4 a 6 semanas para condições crônicas, como dores articulares, corrimentos vaginais. 13 Introdução O principal alerta: Nem tudo que é natural/vegetal é seguro! As plantas consideradas medicinais beneficiaram e continuam beneficiando a humanidade. Credenciaram-se pelo seu uso tradicional pelo conhecimento testado, passado de geração em geração e registrado em escrituras ao longo de séculos. Sendo comprovado pela ciência, mais tarde. No entanto, embora algumas ervas sejam maravilhosas para a nossa saúde, existem outras que são considerados venenos, por conterem toxinas extremamente poderosas. O mau uso de fitoterápicos pode ocasionar problemas à saúde, como qualquer outro fármaco. A ANVISA exemplifica alguns dos possíveis problemas: alterações na pressão arterial e problemas no sistema nervoso central, fígado e rins, que podem levar a internações no hospital e até morte, dependendo da forma de uso irregular. Por isso, é fundamental usar fitoterápicos seguindo orientações de um profissional da área de saúde capacitado. A sociedade tem a percepção de que todo produto natural é seguro e desprovido de efeitos colaterais. Em alguns casos, os efeitos dos produtos naturais são apenas psicológicos e, em outros, causam danos irreversíveis à saúde. A faltade informação do público sobre os fitoterápicos tem sido explorada por pessoas que visam o lucro fácil e divulgam ideias de curas milagrosas. É preciso levar em consideração o poder e ação físico-química, emocional, mental e energética das plantas utilizá-las com inteligência e segurança. 14 Práticas Integrativas e Complementares As Práticas Integrativas e Complementares contemplam sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos, os quais são também denominados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de medicina tradicional e complementar/alternativa (MT/MCA). Através dessas práticas buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade com foco na Atenção Primária à Saúde (APS). No Brasil, em consonância com as recomendações da OMS, foi aprovada, em 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC). Incentivando as práticas de Medicina Tradicional Chinesa, acupuntura, homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia. Em 2018, mais dez foram incluídas, incluindo a aromaterapia entre muitas outras no Sistema Único de Saúde (SUS). Na instância federal, destaca-se a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, aprovada também em 2006 por decreto presidencial, com diretrizes e ações para toda a cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos. 15 Práticas Integrativas e Complementares As plantas medicinais e seus derivados estão entre os principais recursos terapêuticos da MT/MCA e vêm, há muito, sendo utilizados pela população brasileira nos seus cuidados com a saúde, seja na Medicina Tradicional/Popular ou nos programas públicos de fitoterapia no SUS, alguns com mais de 20 anos de existência. Entre as Práticas Integrativas e Complementares no SUS, as plantas medicinais e fitoterapia são as mais presentes no Sistema, segundo diagnóstico do Ministério da Saúde. As ações para implementação das diretrizes dessas políticas nacionais buscam ampliar a oferta de serviços e produtos relacionados à fitoterapia no SUS, de forma segura e racional, por profissionais de saúde qualificados, considerando o sujeito em sua singularidade e inserção sociocultural, promovendo a integralidade da atenção e abordagem terapêutica. Embora haja bastante procura por fitoterápicos no Brasil, ainda é preciso avançar nesse campo. 16 Práticas Integrativas e Complementares Este avanço depende de uma forte campanha de esclarecimento público, que deve incluir a classe médica, para mostrar a segurança e eficácia das plantas medicinais de uso tradicional, como uma alternativa terapêutica incentivando o poder de escolha de tratamento para os indivíduos. É também importante que a indústria farmacêutica se envolva mais com o estudo de plantas medicinais, desde o trabalho de identificação do princípio ativo ao controle de qualidade dos produtos oferecidos ao consumidor. A complexidade na composição química dos extratos dos fitoterápicos é uma das principais razões para a reprodução dos seus efeitos farmacológicos desejados, A ação medicinal das plantas se dá além do corpo físico, atua também nas emoções, mente e campo energético. Diferente dos fármacos que isolam e concentram compostos químicos, perdendo a ação completa no indivíduo, comparado às plantas medicinais. O corpo humano é um organismo complexo e que poucas doenças podem ser atribuídas a uma única causa ou limitando apenas ao corpo físico ou partes do corpo físico. O Ministério da Saúde, ao recomendar e indicar 71 plantas medicinais aprovadas pela ANVISA, cujo uso está consagrado na cultura da medicina popular brasileira, abriu espaço para o fortalecimento dessa prática de forma consciente. 17 Formas mais comuns de utilização Remédios internos Uma das melhores formas de absorver todas as propriedades das ervas é ingerindo-as por meio de chás e xaropes. Para isso, podemos fazer preparos à base de água e de álcool. Preparos à base de água Os preparos à base de água são feitos de duas formas: infusões e decocções. Quando a erva contém partes duras, lenhosas, fazemos decocção, do contrário, fazemos infusão. Infusão Os preparos à base de água são feitos de duas formas: infusões e decocções. Quando a erva contém partes duras, lenhosas, fazemos decocção, do contrário, fazemos infusão. 18 1 Formas mais comuns de utilização Ervas indicadas para infusão: 19 Aipo Beber 3 vezes ao dia para tratar reumatismo, artrite e gota Alecrim Beber 3 vezes ao dia para aliviar depressão, dor de cabeça e tensão psicológica Alfazema/Lavanda Beber 3 vezes ao dia para tratar insônia, nervosismo e exaustão Anis/Erva-doce Beber 3 vezes ao dia, antes das refeições, para tratar flatulências, cólicas, bronquite e tosse Calêndula Beber 3 vezes ao dia para acalmar, aliviar coceiras e queimaduras e irritações cutâneas - também pode ser aplicada compressa diretamente na pele Canela Adicionar a chás calmantes para combater diarreia e náuseas Coentro Beber antes das refeições para aliviar dores estomacais Gengibre Beber sempre que necessário para tratar má circulação, frieira, cólicas e aliviar dores de garganta e de cabeça Hortelã-pimenta Beber sempre que necessário para tratar resfriados, gripes, dores de cabeça, cólicas, ansiedade, tensão e histeria Continua → Pegue um recipiente de porcelana ou de vidro previamente aquecido e coloque nele 1 colher de chá de erva seca para cada xícara de chá. Despeje 1 xícara de água fervente para cada colher de chá da erva depositada no recipiente e tampe-o. Deixe descansar por 10 a 15 minutos. Formas mais comuns de utilização 20 Mil-folhas Beber quente 3 vezes ao dia para tratar a febre Orégano Beber 3 vezes ao dia para tratar tensões musculares, resfriados e gripes Poejo Beber 3 vezes ao dia para aliviar cólicas menstruais Tomilho Beber 3 vezes ao dia para tratar problemas asmáticos Valeriana Beber quando necessário para acalmar estados nervosos e histéricos Para fazer a infusão: Formas mais comuns de utilização As infusões podem ser bebidas quentes - o que em geral é melhor para um chá medicinal - ou frias, podendo ser acrescentado inclusive gelo. É possível ainda adoçar com mel ou açúcar mascavo. Importante: sempre que possível, as infusões devem ser preparadas para uso imediato. Partes da planta mais utilizadas: flores,folhas, caules verdes. Caso a infusão inclua sementes, cascas e raiz, o ideal é triturá-las antes, para torná-las mais permeáveis à água (por exemplo, sementes como anis estrelado e funcho devem ser levemente esmagadas antes de ser usadas numa infusão, para liberar os óleos voláteis das células). 21 Formas mais comuns de utilização Decocção Sempre que uma erva for muito dura ou lenhosa, deve-se fazer uma decocção e não uma infusão, para que seus conteúdos solúveis se dissolvam com facilidade. Raízes, hastes, cascas, nozes e algumas sementes são muito fortes, por isso é necessário muito mais calor para extrair os seus benefícios. Para fazer a decocção: 22 2 Numa caneca ou panela, coloque 1 colher de chá de erva seca ou 3 colheres de chá de erva fresca para cada xícara de água. Ervas secas devem ser moídas ou trituradas; as frescas devem ser cortadas em pequenas porções. Para quantidades maiores, use 30 gramas de ervas secas para cada meio litro de água. Importante: nunca use alumínio. Prefira recipientes de vidro, cerâmica, louça ou metal esmaltado. Acrescente às ervas a quantidade apropriada de água. Leve para ferver e mantenha em fervura lenta pelo tempo indicado para a mistura ou erva específica, em geral de 10 a 15 minutos. Coe o chá enquanto ainda quente. Formas mais comuns de utilização Preparos à base de álcool Em geral, o álcool é um solvente mais eficiente do que a água para os constituintesdas plantas. Preparos de álcool são chamados tinturas, termo às vezes usado também para preparos à base de glicerina ou vinagre. Para uso doméstico, sugere-se usar um álcool de teor alcoólico de pelo menos 30%, pois essa é praticamente a mistura álcool/água mais fraca com ação conservante prolongada. Para fazer uma tintura com álcool: 23 Coloque 120 gramas de erva seca triturada ou moída num recipiente que feche bem. Se as ervas forem frescas, dobre a medida. Despeje meio litro de álcool de 30% sobre as ervas e feche bem. Mantenha o recipiente em lugar quente por duas semanas, agitando-o bem duas vezes por dia. Decantada a maior parte do líquido, despeje o resíduo numa peça. Esprema todo o líquido. O resíduo forma um composto excelente. Coloque a tintura numa garrafa escura e bem fechada. Formas mais comuns de utilização Volume por volume, as tinturas são muito mais fortes do que as infusões ou decocções, por isso a dosagem a tomar é bem menor, entre 5 e 15 gotas, dependendo da erva. As tinturas podem ser usadas de várias maneiras. Podem ser ingeridas puras ou misturadas com um pouco de água, ou adicioná-las a 1 xícara de água quente. Nesse caso o álcool evapora até certo grau e deixa a maior parte do extrato na água. 24 Formas mais comuns de utilização Remédios externos Banhos Um modo agradável e muito apropriado de absorver os compostos herbáceos através da pele. Você pode fazer isso com uma imersão numa banheira ou como um enxágue final sobre todo o corpo. Escalda-pés também são uma ótima opção, principalmente após um dia agitado. Para o banho, basta separar as ervas secas ou frescas no processo de infusão para desfrutar de todos os seus benefícios. É importante não deixar a água ferver; se preferir, macere com as mãos as ervas frescas para extrair o máximo de seus princípios ativos. O processo de enxágue é o mesmo: aproveite para fazer esse enxágue da cabeça aos pés para ter um equilíbrio energético, conforme a erva escolhida (fazer em forma de chá para enxágue ou deixar as ervas na água é opcional). O ideal é deixar que o corpo seque naturalmente depois, para que a pele tenha tempo de absorver todas as propriedades da planta. 25 1 Formas mais comuns de utilização Ervas indicadas para banhos: 26 Energizantes Ajustam o campo energético, devolvem força vital, harmonizam os chakras e auxiliam física, mental e espiritualmente Alecrim ilumina e rejuvenesce Lavanda tranquiliza e purifica Boldo anima e ajuda a focar Calêndula acalma e ajuda a perdoar Camomila acalma e controla as emoções Hortelã anima e estimula Manjericão energiza e equilibra Sálvia estabiliza e protege Lavanda Formas mais comuns de utilização 27 Potencializadoras Trabalham questões específicas como prosperidade, autoestima, sensibilidade, saúde, amor Artemísia aumenta a autoestima e a coragem Benjoim fortalece a mediunidade, o amor e purifica Café equilíbrio o campo astral masculino e a saúde Canela organiza e atrai prosperidade e sucesso Capim-limão calmante, ajuda a tomar decisões Louro ajuda a focar e aumentar o desejo de progresso profissional Mirra limpa e purifica a mente e o ambiente Louro Formas mais comuns de utilização Compressas Uma compressa ou fomentação é uma excelente forma de aplicar um remédio à pele para acelerar o processo de cura. Para fazer uma compressa, pegue um tecido limpo - gaze, linho ou algodão - e mergulhe-o numa infusão ou decocção quente. Aplique esse tecido sobre a área afetada, o mais quente possível. Como o calor intensifica a ação das ervas, troque a compressa quando ela esfriar ou então recubra-a com plástico. 28 2 Formas mais comuns de utilização Óleo Medicado Muitas ervas são ricas em óleos essenciais. Existem ervas, como a hortelã-pimenta, cujos óleos são voláteis, tornando a planta aromática; existem também aquelas cujos óleos não são exatamente aromáticos, como é o caso da erva-de-são-joão. Dependendo do modo de extração, os óleos essenciais podem ser usados de duas maneiras. Na primeira, temos os óleos essenciais puros, extraídos da erva por meio de um complexo e meticuloso processo de destilação. Somente um especialista pode fazer esses óleos em casa. É possível adquirir esses óleos de fornecedores especializados, que os destilam como base para aromaterapia e, desse modo, tomam todos os cuidados para que sejam o mais puros possível. A segunda maneira de extrair óleos é muito mais simples e se assemelha ao método de infusão a frio. Em vez de mergulhar a erva em água, nós a mergulhamos em óleo vegetal prensado a frio, de onde obtemos uma solução do óleo essencial à base de óleo ou chamado de óleo medicado. Você pode usar óleos vegetais, como de oliva, de girassol ou de amêndoa. Para fazer um óleo com ervas, corte a erva em pedacinhos, cubra-a com óleo vegetal e despeje num recipiente de vidro transparente. Deixe o recipiente ao sol ou em lugar quente durante duas ou três semanas, agitando-o todos os dias. 29 3 Formas mais comuns de utilização Ao término desse período, filtre o líquido em recipiente de vidro escuro e guarde-o. Um típico e ótimo exemplo desse tipo de óleo é obtido com a erva-de-são-joão. Trata-se de um óleo muito vermelho que pode ser usado externamente para massagens, para aliviar queimaduras de sol e curar ferimentos. Pode-se também ingeri-lo em doses bem pequenas para amenizar dores estomacais. Para prepará-lo, colha as flores recém-abertas e esmague-as numa colher de chá de óleo de oliva. Acrescente um pouco mais de óleo, misture bem e coloque num recipiente de vidro. Deixe o recipiente ao sol ou em lugar quente de três a seis semanas, quando então o óleo estará vermelho-vivo. Coe a mistura, espremendo bem para extrair todo o óleo, e deixe descansar por algum tempo, pois a água presente no líquido se acumulará no fundo, possibilitando a decantação do óleo. Coloque-o em recipiente escuro e bem fechado. 30 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia É notável que, conforme as estruturas da nossa sociedade vem se modificando, os hábitos também acabam por sofrer alterações. Vivemos um momento em que sabedorias antigas são resgatadas com mais interesse, principalmente pela comprovação da eficácia, reduzindo custos e barateando os tratamentos de saúde. Fitoterapia é poder utilizar todo o poder das plantas a nosso favor. É um método alternativo que tem o seu valor, num mercado que cresce a cada ano. Hoje, valorizamos muito mais hábitos saudáveis, maior consumo de frutas e verduras, prática de exercícios físicos e a busca pela espiritualidade, o que inclui o conhecimento do próprio corpo, mente e emoções, além de formas naturais de tratar doenças, sem a recorrência automática a remédios industrializados que podem ser muito tóxicos para o organismo humano e ainda mascarar um desequilíbrio mais profundo. Nesta seção, apresentamos a você diversos problemas, categorizados por sistemas (sistema nervoso, sistema musculoesquelético, sistema digestório, sistema respiratório, doenças cutâneas e sistema reprodutor feminino) que podem ser tratados com o apoio de ervas milenares. Lembrando que cada caso é um caso. Não desaparecendo os sintomas ou não havendo melhoras, um médico deverá ser consultado. 31 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Doenças do Sistema Nervoso Em nenhum outro sistema do corpo a relação entre os aspectos físico e psicológico do nosso ser é tão evidente como no sistema nervoso. Sem dúvida, o sistema nervoso faz parte da estrutura física do corpo e, também de modo inequívoco, todos os processos psicológicos se desenvolvem nesse sistema. Por conseguinte, uma doença que ocorra no nível psicológico terá reflexos no nível físico; e, inversamente, uma doença no nível físico repercutirá no psicológico. Quando o corpo físico está tranquilo, a mente também se acalma. 32 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Ansiedade O que é:em algum momento da vida, todos nós passamos pela experiência da ansiedade. Em geral, essa sensação, que é causada por algum problema externo relevante, dura pouco tempo. Às vezes, porém, ela se torna um padrão habitual, influenciando os nossos pensamentos e comportamentos. Então percebe-se o mundo através do filtro da atitude ansiosa e se age em consonância com essa percepção. Ocorre um círculo vicioso em que ansiedade produz mais ansiedade. Ervas/Fitoterápicos mais indicados: os mais eficazes são Mulungu (Erythrina mulungu), Lavanda (Lavandula angustifolia), Camomila (Matricaria recutita L.), kava-kava (Piper methysticum), Passiflora (Passiflora L.) e Valeriana (Valeriana officinalis L.). Além dos relaxantes nervinos, as ervas antiespasmódicas são de grande proveito, pois em muitos casos de ansiedade há também tensão muscular; a descontração ajuda o ser todo a encaminhar-se a um estado de calma e bem-estar, o estado interior perfeito em que o processo de cura germina e se desenvolve. 33 1 Valeriana Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Recomendação de uso: pode ser infusão, por exemplo. Também pode fazer banhos, óleos medicados, compressas no peito com as mesmas ervas, seguindo as recomendações a partir da página 19. 34 Beba esse chá três vezes ao dia ou conforme a necessidade. =Passiflora1 colher (chá) Valeriana1 colher (chá)+ Relacionamento com a Medicina Chinesa: a MTC entende que fenômenos como a ansiedade são sintomas de distúrbios de outra ordem. Aliado a isso, para os chineses, não existe separação entre corpo, mente e espírito, logo, a ansiedade é vista como uma desarmonia em um dos cinco principais órgãos do corpo (coração, baço/pâncreas, pulmão, rins e fígado). Nesse sentido, uma das ervas que mais pode beneficiar o sistema nervoso é a laranja amarga. Utilizando da decocção, 1 a 2 colheres de sobremesa por xícara, uma a três vezes ao dia. A tintura utiliza-se 50 a 100 gotas, uma a três vezes ao dia, e o xarope duas a quatro colheres de sopa ao dia. Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Relacionamento com a Ayurveda: segundo a Medicina Ayurveda, a harmonização da nossa mente começa pelo Dosha Vata. Paralela a uma dieta equilibrada, é possível aplicar a fitoterapia para controlar a ansiedade. Na fitoterapia ayurvédica destaca-se o Brahmi ou Bacopa Monnieri, planta medicinal utilizada na Índia há centenas de anos para tratar as alterações mentais e emocionais. Esta planta apresenta propriedades terapêuticas sedativas, antidepressivas e equilibradoras. A camomila, o maracujá e o ginseng indiano também ajudam a baixar os níveis de ansiedade.. A camomila, inclusive, pode ser consumida como suplemento ou sob a forma de chá. Um chá feito com raízes de kava também é muito indicado para quem sofre de ansiedade crônica. Beba o chá de 2 a 3x por dia, e em caso da ansiedade ser acompanhada pela insônia, o chá de maracujá deve ser bebido especificamente antes de dormir. 35 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Depressão O que é: a depressão pode ser uma reação a fatores externos ou pode ser um estado mental emocional que pode ser criado internamente; muitas vezes é uma combinação de ambas. Em um caso e outro, ervas podem ajudar a reduzir a depressão, mas ao mesmo tempo é preciso tratar a causa básica. Faz-se necessário um exame honesto dos fatores envolvidos e uma reavaliação corajosa da própria vida com profissionais habilitados. As ervas acalmam a mente e emoções para facilitar a solução e evitar utilizar medicamentos sintéticos cheios de efeitos colaterais e viciantes.. Ervas/Fitoterápicos mais indicados: entre as melhores ervas antidepressivas mencionam-se alecrim (Rosmarinus officinalis), damiana (Turnera diffusa), ginseng (Panax ginseng), tília (Tilia cordata), valeriana (Valeriana officinalis), camomila (Matricaria chamomilla) e verbena (Verbena officinalis). 36 2 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Recomendação de uso: quando a depressão está associada a uma debilidade geral de todo o organismo, afetando o sistema nervoso, indica-se a seguinte mistura: 37 Pode ser ingerido três vezes ao dia. = Alecrim 1 parte Camomila 1 parte + Outra opção pode ser a seguinte mistura: Damiana 1 parte Verbena 2 parte + Pode ser ingerido três vezes ao dia. =Valeriana1 parte Ginseng1 parte + Tília1 parte + Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Relacionamento com a Medicina Chinesa: a nível cerebral, a depressão provoca uma deficiência na atividade de alguns neurotransmissores responsáveis pela produção de alguns hormônios, como a serotonina e endorfina, que fornecem a sensação de prazer, bom humor e bem-estar. Massagens com óleo essencial de limão e ylang-ylang podem aliviar os sintomas primários da depressão. A erva de são joão é a mais indicada para estados crônicos, sendo recomendado infusão e beber o chá 3x por dia. A bétula também é uma planta conhecida por ser calmante, desinfetante e por reduzir crises depressivas, assim como o sândalo, cujo forte aroma pode ajudar a restaurar a sensação de bem-estar. Relacionamento com a Ayurveda: a medicina ayurveda enxerga a depressão e o indivíduo em sua totalidade, tanto nos aspectos materiais quanto emocionais. Por isso, a depressão e a ansiedade são encaradas como um desequilíbrio na combinação natural dos elementos (éter, ar, fogo, água, terra) da pessoa e a investigação para o correto diagnóstico começa indo além da presença de hábitos de vida prejudiciais. Uma vez identificado isso, utilizam-se as ervas. As melhores ervas ayurvédicas para combater a depressão são a camomila, erva de são joão, melissa, centella asiática, erva baleeira, cardamomo. 38 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Insônia O que é: uma vez ou outra todos passamos uma noite sem dormir; o estresse do dia ou a ansiedade com o dia seguinte podem manter-nos despertos e inquietos ao longo da noite ou impedir-nos de ter um sono profundo e tranquilo. Quando isso acontece de vez em quando, não há maiores problemas. No entanto, essa pode se tornar uma ocorrência repetida em que o corpo todo padece, pois é durante o sono que a maioria dos processos curativos e de recuperação acontece. Existem muitos hipnóticos herbáceos fortes que promovem uma boa noite de sono, mas muitas vezes um relaxamento tranquilo com a ajuda de relaxantes nervinos é suficiente para que se consiga adormecer de modo natural. Ervas/Fitoterápicos mais indicados: os indutores de sono mais eficazes são valeriana (Valeriana officinalis), lavanda (Lavandula angustifolia, camomila (Matricaria chamomilla), verbena (Verbena officinalis). 39 3 Lavanda Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Recomendação de uso: uma mistura muito boa para as noites de insônia é: 40 Beba esse chá antes de ir para a cama. A quantidade necessária varia de pessoa para pessoa, por isso experimente. A mistura é segura, sendo impossível exagerar na dose com essas ervas. =Passiflora1 parte Valeriana1 parte + A maioria dos relaxantes nervinos propicia um sono natural e tranquilo. Camomila, tília e trevo-dos-prados são os mais indicados e resultam em chás bem gostosos. Eles são o último tipo de líquido que se deve beber antes de dormir para relaxar as tensões subsistentes do dia e predispor para o sono. Outra forma muito agradável e excelente de absorver essas ervas é através da pele durante o banho. Essa é uma maneira muito boa para ajudar as crianças a dormir melhor. Assim, um banho com tília como último ritual à noite favorece o sono; um banho com camomila também produz esse resultado, além de contribuir com a dentição. Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Esta receita é para um banho com valeriana, mas pode servir de ponto de referência para todas as ervas mencionadas. 41 Despeje 1 litro de água fervente sobre um ou dois punhados da raiz seca da valeriana, deixe descansar por umahora, depois peneire o líquido e acrescente-o ao banho quente, que deve ser tomado logo antes de ir para a cama. O banho pode ser de corpo inteiro ou apenas dos pés ou das mãos. Relacionamento com a Medicina Chinesa: antes de mais, é preciso avaliar o que está causando o desequilíbrio do sono. Por exemplo: se a insônia é causada por estresse, os melhores resultados, além do trabalho com acupuntura, serão com as ervas fitoterápicas de kava-kava, passiflora e erva de são joão. Se o que perturba é mais a ansiedade, e daí advém perturbações no sono, banhos com lavanda são mais indicados. Uma fórmula fitoterápica muito conhecida é a Multiflores Ran, cuja composição utiliza extratos de passiflora, angélica e diversas flores chinesas. É indicado para acalmar a Mente (Shen) e harmonizar o Fígado (Gan) e o Coração (Xin). Serve para todos os tipos de insônia. Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Relacionamento com a Ayurveda: banhos de ervas são excelentes formas de purificação. Existem diferentes tipos de ervas ayurvédicas para proporcionar, através deste ritual, limpeza e proteção do corpo físico, mental, emocional e energético. Outra modalidade seria o Swedana, também conhecido como Sauna Terapêutica. É uma prática ayurvédica que usa o calor para relaxar e desintoxicar o corpo, ajudando a retirar os Doshas em excesso do corpo, restabelecendo o equilíbrio. O suor expulsa as toxinas que prejudicam o funcionamento do organismo, promovendo a saúde como um todo. Lavanda, camomila, calêndula e ginseng são as melhores ervas para tratar a insônia. 42 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Doenças do Sistema Musculoesquelético O nosso esqueleto, o tecido conjuntivo, os músculos e as articulações nos mantêm integrados, nos capacitam a ficar de pé e nos movimentar, e nos dão a forma que temos. Eles são muito usados – e mal usados – e constituem locais de muito desgaste e deterioração física. Mas a saúde desses tecidos depende não só do uso a que os submetemos ou da estrutura da qual fazem parte, mas também em grande medida do ambiente interior, do estado do nosso metabolismo, da alimentação e do estilo de vida. 43 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Cãibra O que é: uma vez ou outra, todos nós já tivemos cãibras musculares, doloridas sim, mas que não devem causar preocupações maiores. No entanto, caso se tornem uma condição renitente, devem ser tratadas, não só para evitar o sintoma incômodo, mas também porque sugerem a existência de problemas circulatórios, um sinal de falta de oxigênio. É muito fácil resolver o problema com ervas, desde que se continue o tratamento por algum tempo. Ervas/Fitoterápicos mais indicados: pode-se usar uma mistura de gengibre, hortelã-pimenta e alecrim. Recomendações de uso: 44 4 Beba essa decocção três vezes ao dia durante alguns meses. =Hortelã2 partes Alecrim6 partes+ Gengibre1 parte+ Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Relacionamento com a Medicina Chinesa: as plantas que atuam como analgésicas e restabelecem a circulação local, eliminando a dor, são descritas na Medicina Chinesa como ervas que eliminam “vento/umidade”. As mais indicadas são: jasmim, inhame, chapéu de couro, cavalinha, mulungu, arnica e erva de são joão. Podem ser utilizadas em massagens, como chás ou compressas locais sobre a área dolorida. Relacionamento com a Ayurveda: na medicina ayurvédica, as dores podem ser combatidas com a casca de salgueiro, que reduz inflamações e alivia cãibras e rigidez muscular. A casca de salgueiro contém o princípio ativo salicilina, utilizado em muitos remédios tradicionais. Pode ser ministrada na forma de chá, cápsulas ou tinturas. Outra opção é adicionar mais gengibre à sua alimentação. O gengibre é uma das ervas mais famosas na culinária indiana, um verdadeiro anti-inflamatório natural, efetivo contra dores nas juntas e distensões musculares (mas atenção: pessoas com problema de pressão alta devem evitar). Pode ser preparado como chá ou compressa direto na área afetada. 45 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Reumatismo e Artrite O que é: essas doenças resultam da incapacidade do corpo de lidar com pressões decorrentes de uma dieta e estilo de vida errados e de outras formas de estresse. O objetivo do tratamento será reconduzir o indivíduo a um estado de saúde e vitalidade em que o corpo possa dedicar-se ao sintoma, em vez de atacar o sintoma para chegar à vitalidade. Na abordagem dessas doenças, um aspecto importante é a ideia de atrito. As alterações que a artrite provoca nas articulações aproximam os ossos de modo a causar fricção, mas em geral há uma longa história de atritos que culmina nessa mudança física. Ela pode resultar de um determinado trabalho físico, como no caso do agricultor que desenvolve osteoartrite nos ombros por carregar muito peso durante anos, ou pode ser tensão muscular que leva a uma forte aderência das articulações, efeito que se deve em geral a uma história de atritos na vida. Uma das causas do reumatismo e da artrite é o acúmulo de toxinas ou de resíduos no tecido afetado. Um dos principais fatores responsáveis pelo desenvolvimento dessa doença é uma dieta inadequada, seja por causa de alimentos impróprios para o corpo ou tão desvitalizados e adulterados que chegam a ser prejudiciais. 46 5 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Ervas/Fitoterápicos mais indicados: 47 Beba esse chá três vezes ao dia por até 20 dias. Essa é apenas uma possibilidade. = Arnica 1 parte Erva-de- são-joão 1 parte + Erva-baleeira 1 parte + Sucupira 1 parte Bardana 2 parte + Ervas específicas devem ser escolhidas levando em conta a pessoa em sua individualidade. Se a pessoa não consegue dormir por causa da dor, é preciso tomar uma providência a respeito, pois boa parte do processo de cura ocorre durante o sono. Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Uma mistura benéfica de ervas para aliviar a dor e dormir é: 48 Beba esse chá meia hora antes de ir para a cama. É uma mistura segura, podendo-se adotar uma dosagem maior do que as normais 1 ou 2 colheres de sopa, caso seja necessário. =Mentrasto; Catinga de bode 1 parte + Valeriana1 parte+Passiflora1 parte Além disso, é possível usar medicação externa para aliviar a dor e atenuar a inflamação, estimulando ao mesmo tempo a circulação para a área afetada para promover a eliminação de toxinas. Embora esse tratamento por si só não resulte numa alteração fundamental, ele beneficia o processo todo e abranda o desconforto. Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Relacionamento com a Medicina Chinesa: na medicina chinesa, o anis estrelado e o gengibre são verdadeiros aliados de quem sofre com condições reumáticos e artrose. Tanto um quanto outro podem ser usados de diversas formas: óleos medicados, tinturas, chás e cápsulas. Com o óleo essencial de gengibre, pode-se fazer uma massagem nos locais de maior dor, desde que dissolvido o óleo essencial em óleo vegetal. Com o gengibre, o ideal são chás, que atuam diretamente no sistema circulatório, aquecendo e dispersando o Qi (energia vital). Relacionamento com a Ayurveda: na medicina ayurvédica, pode-se usar a raiz de valeriana como um calmante natural dos nervos. O açafrão da terra, muito utilizado na culinária indiana, também é uma ótima opção para aliviar as dores, graças às suas propriedades anti-inflamatórias, que evitam que se formem coágulos no sangue. O cravo da índia também tem se mostrado eficaz no tratamento para artrite, artrose e reumatismo. 49 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Doenças do Sistema Digestório O sistema digestório dispõe de nervos em abundância, toda uma rede de controle integrado que opera em conjunto com um amplo espectro de hormônios, local e sistemicamente. Ela é descrita como uma rede de cérebros entéricos. Entérico diz respeito ao intestino e neste contexto identificao sistema nervoso local do sistema digestório. Essa inteligência intestinal em geral comanda o sistema digestório de maneira adequada. Como somos o que comemos, a nossa saúde e vitalidade dependem em grande parte do bom funcionamento do sistema digestório para fornecer as substâncias necessárias ao nosso organismo. É enorme a quantidade de remédios fitoterápicos usados no tratamento de distúrbios digestivos, fato que não surpreende quando consideramos as ervas como alimento – como vegetais. Em sua maioria, as ervas são ingeridas pela boca e, portanto, são absorvidas pelo sistema digestório, onde seus poderes curativos passam a produzir efeitos imediatos. 50 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Gastrite O que é: quando um distúrbio estomacal passa de funcional, como a indigestão, a estrutural, o primeiro estágio é uma inflamação do revestimento da parede do estômago. Ela pode durar pouco tempo e dever-se a uma infecção ou a uma reação ao alimento, ou então pode se tornar crônica. Quando se manifesta por pouco tempo, as causas que devem ser examinadas são: ingestão de alimentos inadequados, álcool, cigarros e estresse. Em geral, todos esses fatores estão envolvidos. O tratamento da gastrite se baseia na dieta e nas ervas. Diante de uma inflamação aguda, por exemplo, recomenda-se seguir uma dieta baixa em fibras, pois a fibra pode exercer um efeito semelhante ao de uma lixa num ferimento. Para acalmar e recuperar o revestimento estomacal, infusões são as melhores opções. Ervas/Fitoterápicos mais indicados: hortelã-pimenta, espinheira-santa, poejo. 51 6 Hortelã-pimenta Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Recomendação de uso: 52 Infusão: 5 a 10g de espinheira-santa em uma xícara de água, três vezes ao dia, podendo ser a folha seca ou fresca. Relacionamento com a Medicina Chinesa: na medicina chinesa, o suco de agrião é indicado para prevenir a gastrite, assim como chás de calêndula, bardana, malva e tanchagem também podem ser úteis para alívio da dor. Relacionamento com a Ayurveda: na medicina ayurvédica, preparos com hortelã-pimenta tem efeitos poderosos sobre a gastrite. O chá de bardana também é um excelente fitoterápico, constituído de ácido graxo, fitoesteróis, entre outros que tratam o estômago e aliviam dores. =1 parte de espinheira-santa Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Diarreia O que é: um surto de diarreia com duração de um dia ou dois é um sintoma muito comum e pode ser causado por uma infecção aguda ou inflamação da parede intestinal ou por estresse psicológico – por exemplo, por superexcitação ou por uma viagem longa. Na maioria dos casos, a diarreia se manifesta quando o corpo precisa eliminar venenos digestivos do seu sistema, e por isso não deveria ser combatida. No entanto, pode ser conveniente controlar o processo e auxiliar o sistema com ervas que tonificam o revestimento da parede intestinal e que são adstringentes brandos. Ervas/Fitoterápicos mais indicados: pitangueira, hortelã-pimenta, camomila. 53 7 Camomila Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Recomendação de uso: para diarreia persistente, prolongada, procure orientação médica. Em casos de diarreia infantil: Funcho (Foeniculum vulgare Mill), Erva cidreira brasileira (Lippia alba (Mill.) 54 O chá pode ser adoçado com um pouco de mel e deve ser tomado com frequência. =Funcho1 parte Cidreira1 parte + Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Relacionamento com a Medicina Chinesa: na medicina chinesa, o chá mais indicado para tratar a diarreia é aquele feito com folhas do café. Uma xícara à noite deve ser suficiente para aliviar os sintomas (caso a diarreia não seja crônica). No entanto, não deve ser consumido por pessoas com problemas mais graves no sistema digestório, como úlceras e síndrome do intestino irritável. Relacionamento com a Ayurveda: a erva-doce pode ser adicionada na comida, como tempero de contrastes, como também ser mascada sozinha ou consumida como chá. Alivia diarreias e dores estomacais. O ginseng e o gengibre também estão entre as opções que você pode utilizar. A canela, ingrediente muito utilizado na culinária indiana, também ajuda no combate à diarreia. 55 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Doenças do Sistema Respiratório É responsabilidade dos sistemas respiratório e circulatório suprir as células com oxigênio. Esse processo é controlado pelo cérebro, via medula oblonga, situada no tronco encefálico, onde as mensagens pertinentes à composição sanguínea se combinam com outras informações, regulando assim o ritmo respiratório apropriado. O fluxo e refluxo da respiração transportam a energia vital para o ser. Por isso, caso distúrbios respiratórios inibam as trocas gasosas, eles podem provocar redução da vitalidade, aumento de distúrbios metabólicos e degeneração de tecido. A anatomia e fisiologia do sistema respiratório constituem uma bela e complexa expressão de integração e totalidade. É possível prevenir a maioria das alterações patológicas nos tecidos se o meio ambiente das células for abastecido constantemente de oxigênio. A quantidade de oxigênio que a circulação envia para o tecido é em grande parte controlada pela respiração. 56 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Todos os aspectos do sistema respiratório podem se beneficiar com remédios herbáceos apropriados. As ervas podem favorecer a atividade das membranas mucosas e promover o intercâmbio de gases entre essas membranas; podem ativar a secreção de tecido pulmonar para umedecer o bastante o ar e proteger as membranas; podem aumentar as respostas neurológicas que regulam a respiração; podem tonificar a circulação e garantir que o sangue banhe os tecidos de maneira adequada; podem ainda estimular a totalidade dos processos glandular e excretor para assegurar um ambiente interno higiênico e harmonioso. 57 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Asma O que é: a asma pode ocorrer de uma combinação de causas. Muitas vezes, os ataques são desencadeados por um componente alérgico. Em outros casos, a causa é puramente genética; em outro ainda, pode ser uma reação adquirida devido à exposição a um fator irritante. O estado do tônus nervoso do corpo também pode levar a espasmos bronquiais. Em pessoas predispostas, a tensão, a ansiedade, a hiperatividade ou a exaustão podem causar tanto estresse a ponto de provocar um acesso de asma. Em geral, o organismo é capaz de compensar e equilibrar muitas influências, mas o nosso estilo de vida, dieta, postura e atitude perante a vida são todos fatores agravantes e precisam ser levados em consideração num tratamento. A asma responde bem ao tratamento fitoterápico, mas é impossível dar uma receita apropriada para todos os casos. Há várias ervas que ajudam a reduzir o espasmo e acalmam a respiração. Ervas/Fitoterápicos mais indicados: guaco (Mikania laevigata), anis, confrei (raiz), hortelã, eucalipto, tília, tomilho. Recomendações de uso: escolher de 2 a 3 ervas para fazer infusão. Após a infusão, coar e beber o chá 3x ao dia. 58 8 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Relacionamento com a Medicina Chinesa: a medicina tradicional chinesa atribui a formação de muco não só à obstrução da função do Pulmão, devido ao ataque dos fatores patogênicos externos, mas também a uma deficiência da função do Baço, de transformar e transportar os fluidos corporais pelo corpo, o que leva à formação de muco e à obstrução de circulação de energia para o Pulmão. Em caso de asma, bronquite e demais problemas do trato respiratório, a erva anis estrelado (illicium verum) é muito indicada. Sua ação na Medicina Tradicional Chinesa está fortemente ligada ao Movimento Terra e às dificuldades de liberar emoções, de receber e demonstrar afeto. Com o anis, podem ser feitos chás, compressas e banhos, misturados a erva-doce, erva-cidreirae canela. O chá de anis não é recomendado para mulheres grávidas nem crianças. Em adultos, é seguro desde que o tempo não seja prolongado (no máximo 1 semana). 59 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Relacionamento com a Ayurveda: uma boa dica para quem tem o cotidiano agitado e precisa apaziguar os efeitos de um Vata em excesso é adotar meditação ou técnicas de pranayama mais apropriadas a cada indivíduo. Em adição, medicamentos à base de ervas também podem ser extremamente efetivos e inclusive remédios caseiros simples. O exemplo seguinte pode ser muito útil no tratamento de quem acabou de ter um ataque de asma ou como forma preventiva. Você vai precisar de: 60 Misture todos os ingredientes em um copo e tome antes do café da manhã, ainda em jejum. = 1 colher de sopa de suco de gengibre 1 colher de sopa de suco de manjericão+ 1 grão de pimenta preta esmagada+ 1 colher de sopa de mel Outras plantas medicinais também podem ser prescritas por um praticante de Ayurveda e assim trabalhar na redução do acúmulo de Kapha e Vata no Pranavaha Srotas (trato respiratório). Compostos com canela, gengibre, cardamomo também obtém excelentes resultados no tratamento preventivo da asma. Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Tosse O que é: A tosse é um reflexo de proteção do aparelho respiratório, como consequência de um processo irritativo. Pode-se tratar a tosse de muitas maneiras com ervas; cada herborista tem uma erva ou mistura preferida. A tussilagem supera todos os demais remédios comuns disponíveis. Um exemplo seria tomar em conjunto Alcaçuz e Malva (Malva sylvestris) 61 9 =Malva 1 parte + Tussilagem 1 parte+Alcaçuz 1 parte A New Cyclopaedia de Potter contém uma mistura de flores que além de eficaz tem aparência e sabor muito agradáveis. Peitoral de Potter Nº 1: Flores de alteia Flores de malva Flores de papoula-comum Flores de tussilagem Flores de verbasco Flores de violeta São combinadas em partes iguais e processadas como infusão. Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia 62 Recomendação de uso: as duas misturas citadas podem ser ingeridas a cada três horas, embora o mais recomendável seja três vezes ao dia. Relacionamento com a Medicina Chinesa: na medicina chinesa, o anis estrelado é muito utilizado para tratar problemas do sistema respiratório. Para aliviar a tosse, pode ser consumido em forma de chás, tinturas e também ser mascado puro. O gengibre aquece o Baço e o Estômago, e expele o Frio. Aquece e liberta ao exterior, assim como é bom para a invasão de frio externo. Relacionamento com a Ayurveda: o uso da equinácea é muito popular contra tosses, gripes e resfriados. As folhas do eucalipto também se pode fazer óleos medicados, cataplasmas em massagens e saunas terapêuticas para aliviar a tosse e a febre. E finalmente, a erva-doce e o gengibre, utilizados como temperos na culinária indiana. Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Doenças Cutâneas A pele A pele desempenha inúmeras funções. Ela é o principal órgão de proteção do nosso corpo; sem uma pele completa e consistente, em pouco tempo morreríamos de infecção generalizada ou de choque alérgico, pois ela protege o corpo de lesões, da luz, de substâncias químicas, de extremos de temperatura e da invasão de microorganismos. Algumas funções protetoras são mantidas por processos ecológicos complexos, como a defesa contra infecções. De muitas maneiras, a pele também é responsável pela manutenção de um ambiente interno estável e harmonioso. 63 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Queimadura (remédio externo) O que é: depois de um dia intenso de sol, sem proteção, a pele pode apresentar vermelhidão, dor, prurido e começar o processo de descascar. Pode ocorrer também febre interna, devido à queimadura. Para queimaduras leves, as ervas podem dar bons resultados, mas queimaduras mais graves devem ser tratadas com muito cuidado. Ervas/Fitoterápicos mais indicados: como tratamento caseiro, talvez a melhor planta que podemos usar seja a aloe vera. Ela pode ser cultivada como planta doméstica, tendo folhas suculentas ricas num gel cicatrizante que se recomenda usar sempre fresco. Deve-se abrir a folha e aplicar o seu conteúdo sobre a queimadura. Ervas alternativas são a calêndula, a erva-de-são-joão e a lavanda. Recomendações de uso: 1 parte de aloe vera. Cortar, abrir, retirar as partes espinhentas e raspar todo o conteúdo, aplicando diretamente sobre a pele queimada. 64 10 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Relacionamento com a Medicina Chinesa: desde o século XII, as pétalas da calêndula tem sido um elemento essencial para a fitoterapia. Esta erva é rica em flavonoides, antioxidantes presentes em plantas, cuja função é defender as células das plantas dos radicais livres. Ao serem desidratadas, as pétalas desta erva revelam-se uma ferramenta contra bactérias, vírus e inflamações. As pétalas da calêndula auxiliam no tratamento de queimaduras, infecções diversas, cortes e feridas. Pode ser utilizada em banhos de infusão, compressas ou chás. Relacionamento com a Ayurveda: o algodoeiro é uma das ervas cujas maiores propriedades estão nas cascas e nas raízes, possuindo ações anti-helmínticas. Possuem um óleo capaz de aliviar as dores de queimaduras e curar feridas. Na medicina ayurvédica, o óleo de coco é um alimento doce e frio muito utilizado em tratamentos estéticos por contribuir para a hidratação e nutrição da pele, promovendo ação antienvelhecimento e um aspecto suave e radiante da pele. Age esfriando o excesso de calor da pele e é uma boa opção para aliviar o desconforto causado por queimaduras solares de nível leve. 65 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Acne (remédio interno) O que é: esse problema comum da adolescência tem duas causas subjacentes principais, uma hormonal e outra dietética. A hormonal tem relação com o nível de hormônios masculinos e é mais evidente durante a puberdade, quando vários fatores hormonais desencadeiam mudanças físicas profundas. A prevalência da acne em jovens do sexo masculino nesse período e em mulheres jovens na etapa pré-menstrual ilustra essa relação. O fator dietético está relacionado com a capacidade do corpo de metabolizar gorduras e carboidratos. Se houver algum problema metabólico ou uma preponderância desse tipo de alimento na dieta, o resultado pode ser acne ou seu agravamento. A abordagem fitoterápica visa sustentar o metabolismo desses alimentos e auxiliar a drenagem linfática e a eliminação física. Em termos dietéticos, a ingestão de gorduras, açúcares e carboidratos deve ser drasticamente reduzida, devendo ser substituída por muitas frutas e vegetais. Ervas/Fitoterápicos mais indicados: ervas como camomila, lavanda são eficazes para aplicação tópica (compressas, cataplasma argila), mas ervas linfáticas como equinácea e fitolaca, e hepáticas como dente-de-leão e íris também devem ser levadas em consideração. 66 11 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Recomendações de uso: adicione de duas a quatro colheres de camomila e lavanda em um copo d’água, ferva esta mistura de dez a vinte minutos, deixe a solução esfriar e aplique sobre as acnes. Relacionamento com a Medicina Chinesa: ervas como equinácea e fitolaca, manjericão e dente-de-leão são ótimas opções para aliviar as dores da acne e limpar a pele. A acne é uma manifestação da dificuldade de lidar com as próprias emoções, por isso, ervas com alto poder de limpeza são indicadas. A aloe vera (babosa) também pode ser utilizada de forma mais direta, esfregando o conteúdo diretamente na pele afetada. Relacionamento com a Ayurveda: A amargosa (ou nim) é usada pela medicina ayurvédica, pois tem propriedades antifúngicas, antibacterianas e antivirais. Para casos de acne, use cerca de cinco folhas de amargosa todos os dias de manhã. 67 Doenças que podem ser tratadascom a fitoterapia Doenças do Sistema reprodutor feminino Para que o sistema reprodutor seja saudável e funcione de modo bem equilibrado e integrado, corpo e espírito precisam estar bem e desenvolver-se como um todo. É vasto o número de ervas benéficas para o sistema reprodutor feminino. 68 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Tensão Pré Menstrual ou melhor dito, "Tempo Para Mim" O que é: nos dias que antecedem o início da menstruação, podem ocorrer manifestações de tensão, ansiedade, agitação e depressão, às vezes acompanhadas de retenção de líquido no corpo, aumento da sensibilidade dos seios e diversos outros sintomas. Tudo isso é causado pela reação do corpo às alterações hormonais do momento. Os dias de menstruação são um período muito especial na vida de uma mulher, um claro momento em que a qualidade mágica da vida se manifesta. Obtemos informações importantes sobre a natureza própria de uma cultura e de sua relação com a vida ao examinar se ela concebe a menstruação como um momento mágico a ser respeitado ou como um período impuro a ser disfarçado. O modo como uma mulher se relaciona com o processo todo da menstruação afeta profundamente a reação do seu corpo. Fatores que entram na composição da tensão ou síndrome pré-menstrual podem ser a relação da mulher com a sexualidade, as atitudes de parentes, experiências da infância, a expectativa de tensão ou a expectativa de sua interferência no trabalho e em outras atividades. Se a atitude interior com relação à menstruação for bloqueada e congestionada, a experiência do período refletirá essa situação. Se a atitude – consciente ou não – for transparente, natural e harmoniosa, a experiência da menstruação será equivalente. 69 12 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Ervas/Fitoterápicos mais indicados: as ervas podem dar uma grande contribuição para amenizar a tensão pré-menstrual. Uma infusão de Artemísia (Artemisia vulgaris) regula o ciclo menstrual, trata cólicas, é diurética, libera a irritabilidade e a sobrecarga acumulada durante o mês. Poejo, camomila, anis estrelado, gengibre, canela e lavanda também ajudam a acalmar e tratam esse momento de forma delicada. Vitex (Vitex agnus-castus L.) atua nos receptores hormonais tendo uma ação similar a dos hormônios, apresenta bons resultados também para tratamento de cólicas menstruais, dores nas mamas, falta ou excesso de menstruação, Recomendações de uso: 1 parte de artemísia + 1 parte de camomila + 1 parte de água (infusão). Beber de 2 a 3x por dia. 70 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Relacionamento com a Medicina Chinesa: Artemísia, muito usada na moxabustão (acupuntura com calor) pelos métodos da Medicina Chinesa. Na fitoterapia é usada para limpeza energética, é indicada para mulheres que acabam se sobrecarregando ao longo da vida com diversas funções e se afastam da sua força feminina, essa planta traz segurança para assumir a própria natureza. O ginseng também é uma boa aposta para efeitos mais controlados e suaves, que restauram o equilíbrio normal perdido durante a TPM. A Angélica (Angelica sinensis) equilibra o fluxo menstrual e estimula a fertilidade. Alivia menstruações dolorosas e cólicas. Alivia os sintomas da TPM. Relacionamento com a Ayurveda: na medicina ayurvédica, o agnocasto e a canela são fortalecedores do sistema reprodutor feminino e considerados ervas excelentes para tratar as dificuldades da menstruação. Recomenda-se preparar uma infusão, com a erva à sua escolha, e beber pelo menos 3x por dia. Se for possível começar uns dias antes da menstruação, melhor. 71 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Menopausa O que é: infelizmente, em nossa sociedade “civilizada”, a menopausa é vista com horror por muitas mulheres, pois essa é uma etapa da vida em que se sentem desvalorizadas como mulheres. Elas perdem a atração como objetos sexuais, sua função de mãe ou de mãe em potencial na realidade deixa de existir, os filhos saíram de casa e seu papel tradicional de apoio ao marido em seu esforço para ganhar dinheiro e se estabelecer quase sempre está concluído. Como tendemos a compor a nossa identidade a partir de papéis definidos socialmente, tudo indica que resta muito pouca coisa quando esses papéis alcançaram seus objetivos. Acontece, porém, que não somos apenas papéis definidos socialmente! A menopausa pode ser uma grande dádiva na vida de uma mulher, uma libertação, uma iniciação. Ela é uma oportunidade para a mulher reavaliar o seu propósito de vida. 72 13 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Além das mudanças psicológicas associadas à menopausa, ocorrem também alterações hormonais, ou seja, manifestações físicas que podem levar a sintomas angustiantes. Distúrbios devidos às alterações hormonais, problemas relacionados com a mudança na autoimagem e a resistência a essa mudança podem influenciar-se mutuamente e gerar esses sintomas psicológicos. Ervas/Fitoterápicos mais indicados: Artemísia, lavanda, sálvia, gerânio, açafrão da índia, ginseng, pueraria mirifica, erva-doce, amora. Recomendações de uso: 1 parte de sálvia + 1 parte de pueraria mirifica + 1 parte de água (infusão). Beber de 2 a 3x por dia. Você pode substituir por chás de gengibre e canela ou com a artemísia pura. Lembrando sempre de não adoçar. 73 Doenças que podem ser tratadas com a fitoterapia Relacionamento com a Medicina Chinesa: aipo e agrião, tanto em sua forma pura como chás são boas opções para aliviar os sintomas da menopausa. Fitoterápicos manipulados após uma avaliação com base na medicina chinesa também podem ajudar. Ervas como Tribulus terrestris e maca peruana aumentam os níveis de testosterona e melhoram o desempenho sexual. O gengibre (Ginger officinalis) trata os sintomas menopausais associados com os fogachos e sudoreses noturnas, mas deve ser evitado por mulheres com pressão alta. A artemísia segue sendo uma ótima indicação para tratar a depressão da menopausa, se esta estiver num nível moderado. E por fim, a canela (Cinnamomum), que agirá nos níveis sanguíneos de glicose, auxiliando no controle do peso. Relacionamento com a Ayurveda: buscando equilibrar o chamado fogacho, calor excessivo decorrente da menopausa e da nova adaptação do corpo à ausência de menstruação, a medicina ayurveda indica a sálvia como uma das melhores plantas para trabalhar tanto a questão da febre interna quanto do emocional abalado pelas mudanças no corpo. Recomenda-se uma infusão de sálvia, de 3g a 5g para uma xícara de água. Tomar de preferência quente, três vezes ao dia. Massagens e sauna terapêutica com o óleo essencial de sálvia também são indicados nesta fase delicada. 74 ATENÇÃO! Posologia e validade (regra geral) Nos tratamentos prolongados (com mais de 3 meses), tomar o preparo por 20 dias, descansar 7 e repetir mais 20 dias. Trocar a fórmula usada a cada 20 dias para evitar sobrecarregar o seu sistema. A regra geral é que haja melhoras em no máximo duas semanas, levando em consideração que doenças mais específicas, como artrite, por exemplo, requerem um tempo mais prolongado. Atenção à validade dos chás depois de prontos! O chá deve ser consumido no mesmo dia de seu preparo. Não deve ser adoçado. Pode ser guardado em geladeira no dia do preparo e desprezado ao final de 12 horas. 75 Cuidados e contraindicações Respeite as dosagens indicadas para cada planta, evite superdosagens. Fique atento aos nomes científicos das plantas explanadas na apostila, que serão destacados a seguir. Aipo (Apium graveolens) Cuidados e contraindicações: contraindicado na gravidez e para pessoas com problemas renais. Alecrim (Rosmarinus officinalis) Cuidados e contraindicações: em doses elevadas pode causar irritação gastrointestinal. Evitar o consumo à noite, pois pode prejudicar o sono. É contraindicado em caso de gravidez, histórico de convulsões, gastroenterite. Alcaçuz (Glycyrrhizaglabra) Cuidados e contraindicações: o alcaçuz é considerado de baixa toxicidade, porém deve ser usado com cautela por pacientes com histórico de hipertensão arterial e diabetes. Alfazema/Lavanda (Lavandula angustifolia) Cuidados e contraindicações: em excesso, causa sonolência. Anis-estrelado (Illicium verum) Cuidados e contraindicações: em doses elevadas ou após uso prolongado, o anis-estrelado pode ser tóxico e provocar desde náuseas e vômitos até casos de delírios e convulsões. Em crianças, o uso deve ser ainda mais controlado, pois os riscos de efeitos colaterais são ainda maiores. 76 Cuidados e contraindicações Amargosa (Azadirachta indica) Cuidados e contraindicações: contraindicado na gravidez e durante a lactação. Arnica (Arnica montana) Cuidados e contraindicações: Não utilizar por um período superior a 7 dias pois o uso prolongado pode provocar reações do tipo dermatite de contato. Artemísia (Artemisia annua) Cuidados e contraindicações: doses excessivas podem provocar neurotoxicidade. Pessoas alérgicas a essa planta ou seu pólen devem ter cuidado. Não ingerir crua. Mulheres grávidas ou que amamentam devem evitar. Em excesso, causa excitação do sistema nervoso central, vasodilatação, convulsões e problemas mentais e psíquicos. Babosa (Aloe vera) Cuidados e contraindicações: em excesso, pode causar distúrbios gastrointestinais, como dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia. O seu uso prolongado poderá causar prisão de ventre e irritação renal. Contraindicado para mulheres grávidas, idosos e pessoas que utilizam medicamentos para controlar a pressão arterial e para tratar problemas do coração. Bardana (Arctium lappa) Cuidados e contraindicações: contraindicada para grávidas, crianças e pessoas com diarreia. 77 Cuidados e contraindicações Boldo (Plectranthus barbatus) Cuidados e contraindicações: não deve ser utilizado por gestantes, lactantes, crianças e portadores de obstrução das vias biliares ou cálculos biliares (pedra na vesícula). Não usar no caso de tratamento com metronidazol ou dissulfiram, medicamentos depressores do sistema nervoso central (SNC) e anti-hipertensivos. Doses acima das recomendadas e utilizadas por um período maior do que o recomendado podem causar irritação gástrica. Calêndula (Calendula officinalis) Cuidados e contraindicações: contraindicado o uso interno durante a gravidez e lactação. Camomila (Matricaria recutita) Cuidados e contraindicações: podem ocorrer reações alérgicas ocasionais. Em casos de superdose, pode ocorrer o aparecimento de náuseas, excitação nervosa e insônia. Canela (Cinnamomum verum) Cuidados e contraindicações: não utilizar na gravidez. Podem ocorrer reações alérgicas de pele e mucosas. Capim-limão (Cymbopogon citratus) Cuidados e contraindicações: pode potencializar o efeito de medicamentos sedativos. Contraindicado o uso interno durante a gravidez. 78 Cuidados e contraindicações Catinga-de-bode (Ageratum conyzoides) Cuidados e contraindicações: deve ser utilizado com cuidado, pois o consumo em excesso pode levar ao aumento da pressão arterial e causar danos ao fígado. Não é recomendado para pessoas diabéticas, com problemas no fígado, gestantes, lactantes e crianças. Coentro (Coriandrum sativum) Cuidados e contraindicações: deve ser evitado por gestantes, idosos, bebês, pessoas que fazem uso de anticoagulantes e pessoas com problemas respiratórios, como asma e bronquite. Confrei (Symphytum officinale) Cuidados e contraindicações: contraindicado durante a gravidez ou para mulheres em fase de lactação. Também deve ser evitada em pessoas com doenças hepáticas e renais, câncer e em crianças. Damiana (Turnera diffusa) Cuidados e contraindicações: em excesso, pode provocar ansiedade, insônia, taquicardia, irritação no intestino e sobrecarga no fígado. O uso é contraindicado para grávidas, lactantes e pessoas que sofrem de hipoglicemia ou problemas cardiológicos. Dente-de-leão (Taraxacum officinale) Cuidados e contraindicações: contraindicado para pacientes com hipertensão descontrolada, esofagite ou hérnia de hiato. 79 Cuidados e contraindicações Equinácea (Echinacea purpurea) Cuidados e contraindicações: em excesso, provoca náuseas, tonturas e reações alérgicas, diarreia, desorientação, boca seca, insônia, dores musculares e vômitos. Não é recomendada para grávidas ou lactantes nem para crianças menores de 12 anos. Erva-baleeira (Varronia curassavica) Cuidados e contraindicações: seu uso não é recomendado na gestação e lactação. Uso contínuo máximo de 4 semanas. Erva-cidreira (Melissa officinalis) Cuidados e contraindicações: não é indicada para gestantes, lactantes e crianças com menos de 12 anos. Pessoas com hipotensão e hipotireoidismo também devem evitar o consumo desta planta. Erva-de-são-joão (Hypericum perforatum) Cuidados e contraindicações: mulheres grávidas e amamentando não devem tomar a erva-de-são-joão. Além disso, a erva-de-são-joão pode causar infertilidade, portanto não tome se estiver tentando engravidar ou se tem problemas de fertilidade. Pessoas com esquizofrenia e Mal de Alzheimer também podem sofrer pioras em seus estados ao tomar a erva-de-são-joão. Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia) Cuidados e contraindicações: contraindicada durante a gravidez, por lactantes (reduz a secreção láctea) e por crianças menores de 6 anos. Pode haver interação medicamentosa com antibióticos e barbitúricos. 80 Cuidados e contraindicações Funcho (Foeniculum vulgare) Cuidados e contraindicações: contraindicado na gravidez e para pessoas asmáticas. Em excesso, pode causar convulsões. Gengibre (Zingiber officinale) Cuidados e contraindicações: não utilizar em gravidez e lactação em doses maiores que 1 colher de café por dia (0,5 g). Não utilizar para crianças menores de 6 anos. Contraindicado seu uso para pessoas com úlcera péptica, colite, doença hepática, cálculo biliar, hipertensão arterial ou concomitante com anticoagulantes. Ginseng (Panax ginseng) Cuidados e contraindicações: contraindicado para pessoas que possuem doenças cardíacas, mulheres grávidas ou durante a amamentação. Guaco (Mikania glomerata Spreng) Cuidados e contraindicações: contraindicado para pessoas com doenças no fígado, que utilizam anticoagulantes, para crianças menores de 1 ano de idade e grávidas. Hortelã-pimenta (Menthax piperita) Cuidados e contraindicações: não deve ser utilizado em casos de obstruções biliares, danos hepáticos severos e durante a lactação. Na presença de cálculos biliares, consultar profissional de saúde antes de usar. 81 Cuidados e contraindicações Kava-kava (Piper methysticum) Cuidados e contraindicações: contraindicado para mulheres grávidas ou amamentando e crianças, pacientes com doença de Parkinson, psicose ou depressão. Malva (Malva sylvestris) Cuidados e contraindicações: em excesso, é tóxica. Além disso, o chá de malva está contraindicado durante a gravidez e a amamentação. Manjericão (Ocimum basilicum) Cuidados e contraindicações: não deve ser consumido por gestantes, mulheres na lactação, crianças abaixo de 12 anos e pessoas com pressão muito baixa. Mil-folhas (Achillea millefolium) Cuidados e contraindicações: não deve ser utilizado por pessoas portadoras de úlcera gástrica ou duodenal ou com oclusão das vias biliares. Mirra (Commiphora myrrha) Cuidados e contraindicações: contraindicada para mulheres grávidas ou em fase de lactação, além de poder interferir no tratamento para diabetes, por ter propriedade hipoglicemiante. Mulungu (Erythrina mulungu) Cuidados e contraindicações: contraindicado para pessoas que usam medicamentos anti-hipertensivos. 82 Cuidados e contraindicações Orégano (Origanum vulgare) Cuidados e contraindicações: o orégano é reconhecido como seguro para consumo humano. Sensibilidade alérgica é rara, mas já foi relatada. Gestantes devem evitar quantidades acima daquelas encontradas em alimentos. Pimenta-preta (Piper nigrum) Cuidados
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