Buscar

INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS UMA ANÁLISE DAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS : UMA ANÁLISE DAS 
IDOSAS INSTITUCIONALIZADAS NA CASA DE NAZARÉ. 
 
Juliane de Menezes Oliveira. 
 
RESUMO 
 
O presente artigo tem como objetivo geral compreender a realidade dos idosos inseridos 
no abrigo Casa de Nazaré, e como objetivos específicos identificar, através de dados 
fornecidos pelo Serviço Social da instituição, as problemáticas e particularidades 
inerentes à realidade do lugar no que concerne ao abrigamento dos idosos e traçar um 
perfil dos idosos da instituição, bem como descobrir como se dá a socialização dos idosos 
dentro da instituição e suas principais percepções acerca da institucionalização conhecer 
os fatores que influenciam a institucionalização dos idosos por parte da família segundo 
os dados existentes na instituição Casa de Nazaré. Entendendo primeiramente o 
surgimento do termo idoso, a partir dos conceitos existentes acerca da palavra, idoso, 
compreendendo como ocorre tanto o processo de envelhecimento, como o crescimento 
do número de idosos na população. Não deixando de considerar nesse processo, o 
entendimento que se tem acerca do papel da família na vida do idoso. Em um momento 
seguinte são analisadas as instituições de longa permanência para idosos, que 
representam a temática central deste trabalho, iniciando do surgimento dos asilos, 
percorrendo pela situação asilar no Brasil até chegar à instituição pesquisada. É uma 
pesquisa qualitativa, de cunho bibliográfico e de campo, a fim de se analisar e 
compreender quais as principais fundamentações que conduzem o processo de 
institucionalização, suas características e aquisições. Para a coleta de dados, fez-se 
necessário o uso de entrevista semi-estruturada e gravador. Os resultados mostram que 
são inúmeros os fatores que levam a institucionalização dos idosos. 
 
Palavras-chave: Idoso; Família; Instituição de Longa Permanência. 
 
 ABSTRACT 
 
This paper has as main objective to understand the reality of the elderly inserted under the 
House of Nazareth , and specific objectives identified through data provided by the Social 
Services of the institution , the problems and peculiarities inherent in the place regarding 
the institutionalization of elderly and draw a profile of the elderly of the institution as well as 
discover how is the socialization of the elderly within the institution and its principal 
perceptions of institutionalization know the factors that influence the institutionalization of 
the elderly by the family on the existing evidence in the institution Home of Nazareth . First 
understanding the emergence of the old term , from existing concepts about the word , 
elderly, comprising as it does both the aging process , as the growing number of elderly in 
the population . Not letting considering this process , understanding that has about the role 
of family life in the elderly . In a next moment are analyzed institutions for the aged , which 
represent the central theme of this work , starting from the emergence of asylums , running 
the asylum situation in Brazil until arriving at the research institution . It is a qualitative 
research , bibliographic die and field , in order to analyze and understand what the main 
rationales that drive the process of institutionalization , its features and acquisitions . To 
collect the data , it was necessary to use semi -structured interview recorder . The results 
show that there are numerous factors that lead to institutionalization of the elderly . 
 
 
 
Keywords : Aged; family; Long-stay institution .
INTRODUÇÃO 
 
 O artigo em questão trata-se de um esforço de compreender a realidade dos 
idosos que estão inseridos e abrigados na Casa de Nazaré. Deste modo, as indagações 
para o estudo partiram a partir de quando as famílias levaram os seus idosos e os 
abrigaram em instituições de longa permanência. Entendendo que a família são pessoas 
que convivemos por razões sanguíneas e afetivas. Assim, surgiu o questionamento da 
razão pela a qual a mesma institucionaliza o idoso. 
Assim, para compreender a situação do idoso que vive em instituições de longa 
permanência, nesse contexto e mais especificamente dos que estão abrigados na Casa 
de Nazaré, na cidade de Fortaleza-CE, tem-se que conhecer os diversos fatores que 
levam a família a institucionalizá-los e como resultado identificar o perfil do idoso abrigado 
na instituição. O que me despertou o interesse pela instituição citada acima é o fato de a 
mesma ser referência dentro do município. 
O IDOSO 
 Para fazer a introdução da temática acerca da institucionalização de idosos, 
é preciso esclarecer a conceituação do termo idoso, já que o mesmo é bastante utilizado 
em diversas publicações acadêmicas e conhecido pela sociedade em geral. 
 Uma expressão que surgiu na França com a implantação das políticas 
sociais é que o termo terceira idade, traz um contexto de um velho bem sucedido, 
autônomo e mais dinâmico. De fato, as mudanças trouxeram para o velho uma abertura 
dentro da sociedade e do Estado, ocasionando efeitos que são viáveis tanto econômicos, 
como historicamente para a população de terceira idade. (Alcântara,2004) 
 Essa reconfiguração da nomenclatura utilizada e seu emprego na sociedade 
atual visam atenuar os preconceitos advindos com os termos usados anteriormente, 
assim sendo, Alcântara (2004, p.14) relata ainda que nas nomenclaturas usadas em 
documentos o termo velho é substituído por idoso, posto que o primeiro é carregado de 
estereótipos negativos, já o segundo certamente impõe mais respeito e é mais útil. 
 O novo título traz uma nova roupagem e consigo novos atributos, ao que se 
refere ao idoso como um sujeito de direitos, o que para tanto se faz necessário o uso de 
uma nova indumentária no que diz respeito ao trato com a questão do idoso. De acordo 
com Alcântara (2004, p.14) citando Peixoto (1998): 
As ações em favor da mudança de nomenclatura se multiplicam, as instituições 
governamentais adotam uma ou outra representação das pessoas envelhecidas; 
mas isso não significa a implantação de uma política social voltada 
especificamente para a velhice. Trocam-se apenas as etiquetas. Doravante, a 
categoria idoso invade todos os domínios e o termo velho passa a ser sinônimo de 
decadência , sendo banido dos textos oficiais. 
 
 A noção de idoso aparece como uma etapa diferenciada da vida que surgiu 
no período de transição entre os séculos XIX e XX. Uma série de mudanças específicas e 
a convergência de diferentes discursos acabaram reordenando o curso da vida e gerando 
condições para o surgimento de uma conotação mais aplicável (Schneider, 2008). 
 A evolução dos termos, não acompanhou até determinado momento a uma 
evolução de políticas que atendessem as necessidades dos idosos. Porém esse novos 
conceitos são um avanço no trato de questões relacionadas à cidadania e afirmação de 
direitos dos idosos. Todavia podemos entender que falar dessa evolução e todo o seu 
contexto através da história compreende lidar com identidades que são frutos de uma 
cultura, diversas vezes marcada por pré-noções, e que o reconhecimento desse estudo 
envolve entender uma parcela das mudanças que vivenciamos atualmente. 
 Retomando-se as argumentações para a utilização de um conceito mais adequado, 
uma das consequências dessas mudanças de terminologia para o termo idoso é a 
remoção de conceitos negativos associados a essa parcela da população, porém muitos 
aspectos de degradação social a que eram expostos continuavam a se repetir. 
É possível, ainda assim, conhecer algumas características das sucessivas modificações 
ocorridas nessa faixa etária, para perceber essas mudanças e o estabelecimento de 
aspectos incomuns e similares é importante observar os sinais que são constantes nos 
idosos. O idoso passa por diversas transformações e nessa perspectivaexistem vários 
autores que tentam explicar as suas características físicas, psicológicas e sociais. 
 Considerando os estágios que os idosos vivenciam e uma variedade de propostas 
que relacionam os aspectos e modificações ocorridas na velhice, as teorias foram sendo 
criadas a partir das experiências e observação de outros indivíduos 
. As explicações apoiadas em estereótipos de desvalorização da pessoa idosa refletem 
marcos de uma sociedade marcada por preconceitos, que não respeitam as 
singularidades do indivíduo, mas sempre o enxerga como um produto de satisfação do 
capital. 
 Seguindo o que está exposto, as percepções sobre a idade se dizem a respeito do 
desânimo, a perda da vontade de viver, também é percebida como sinal de que se ficou 
idoso e ainda a dependência física (VENTURI E BOKANY, 2007, p. 25). 
 As limitações físicas e a insuficiência em executar algumas atividades, que outrora 
se faziam com tanta facilidade, geram impossibilidades sociais acarretando certa 
sensação de desânimo e isolamento em períodos prolongados. Para além das 
diferenciações dos tipos de idade, as mudanças acontecem de um modo geral de acordo 
com o estilo de vida e particularidades do sujeito. Tal classificação se situa em mudanças 
aparentes, e se mostra considerável na medida em que se fundamenta na imagem 
exibida. 
 Acerca disso, algumas características são comuns aos idosos como destaca 
(ZIMERMAN, 2000), entre essas características estão os aspectos físicos que se 
subdividem em modificações externas e internas: 
Modificações externas: 
 
Referente às modificações externas as bochechas se enrugam, manchas escuras 
aparecem na pele, a pele perde tônus tornando-se flácida, podem surgir verrugas. 
(ZIMERMAN, 2000) 
 
Modificações internas: 
Os ossos endurecem, o metabolismo fica mais lento, a digestão é mais difícil, o 
olfato e o paladar diminuem, a insônia aumenta, assim como a fadiga durante o 
dia. (ZIMERMAN, 2000) 
 Os limites da idade começam a aparecer externamente com as mudanças 
acontecidas em seu corpo, o que são os primeiros sinais que a idade mais avançada 
chegou. 
RELAÇÕES DA FAMÍLIA E O IDOSO 
 
O conceito de família é variado, no sentido mais amplo trata-se do conjunto de 
indivíduos atados entre si por laços que vão além dos sanguíneos, o que resultam nas 
ligações de parentesco onde os valores, como a assistência e a solidariedade são 
assumidos de maneira distinta, variando de indivíduo para indivíduo. 
O posicionamento de Szymanski (2002), acerca das relações familiares nos 
esclarece que a família é um conjunto de pessoas que vivem juntas tanto por laços 
sanguíneos como por questões afetivas e que concordam em cuidar uns dos outros. 
Consolida-se que seus membros, fazendo parte de uma totalidade, dispõem que além do 
cuidado mútuo, tomam decisões juntos já que a manutenção e o desenvolvimento de 
alguns membros dependem dessas cooperações. 
Então a família está atrelada: 
 
A questão dos modos dos membros familiares serem uns com os outros em um 
mundo de transformação. Isto é, da maneira como cuidam da relação entre si. 
Nesse processo, cada membro se constitui como pessoa, torna presente à 
subjetividade nas experiências vividas no dia-a-dia. (Szymanski, 2002) 
 
Estatísticas do IBGE afirmam que em 2003, 9% da população brasileira 
possuíam mais de 60 anos, 26% dos domicílios brasileiros continham pelo menos uma 
pessoa idosa e 70% destes contribuíam com a renda familiar. Esses dados nos enfatizam 
que, em pelo menos cada família existente na atualidade exista um idoso convivendo com 
as diferentes gerações etárias, e que contribuem com o sustento da casa através de seus 
benefícios previdenciários. (CAMARANO, 2002). Dessa perspectiva: 
 
[...] as relações opressivas dentro do contexto familiar onde, em alguns casos, a 
pessoa idosa, apesar de possuir a única fonte de renda da família, na qual estão 
presentes também crianças e adultos desempregados, mesmo assim não é 
suficiente para o idoso ter valor. O que acontece, muitas vezes, é a usurpação dos 
proventos da aposentadoria do idoso por algum adulto da família impedindo que 
aquele exerça seu papel de provedor sendo valorizado cidadão. (PAIVA, 2006, p. 
76 – 77) 
 
 Tal afirmação encontra suporte no fato de que os idosos das famílias atuais 
estão cada vez mais assumindo a função de mantenedor, e por isso, compartilhando não 
somente os custos econômicos de uma família, mas também garantindo a reprodução 
das relações intergeracionais, das trocas de culturas e valores entre antigas e novas 
gerações. 
 Na atualidade, um dos maiores problemas nas relações familiares está 
vinculado à diminuição do tempo oferecido para a família, considerando que a maior parte 
dos membros encontra-se trabalhando e fazendo de seu trabalho uma organização 
indicadora da precarização nas outras relações, criou-se em contrapartida o surgimento 
para iniciativas comportamentais de uma determinada maneira, assumindo as refrações 
de um sistema permeado de valores, reorganizando o mundo atual do trabalho e a 
mudança nas relações, implicando o rompimento de vínculos e gerando dificuldades na 
manutenção do núcleo familiar. 
 
 
 
A INSTITUCIONALIZAÇÃO DOS IDOSOS 
 
A impossibilidade de vender sua força de trabalho e realizar algumas tarefas 
domésticas ratifica que o idoso chega a ser considerado inútil, sem oferecer nenhuma 
contribuição para sua família nos trabalhos de casa, tornando-se dependente da ajuda 
mesmo nas tarefas mais simples como o cuidado consigo mesmo, alimentar-se, vestir-se, 
tomar banho cumprir com seus hábitos de higiene incluindo necessidades intimas. 
 Além disso, Debert (1999) mostra que juntamente com a convivência com os 
idosos, ao mesmo tempo acontecem inúmeras mudanças sociais, que incluem o idoso 
como formador e criador dessas transformações, considerando que esses novos arranjos 
pedem alternativas para a melhor forma de conviver com esses protagonistas sociais. 
 Quando as doenças começam a se manifestar é comum que essas 
características reforcem a ideia de institucionalização, o que interfere na permanência do 
idoso naturalmente no convívio de sua família, isso não impede dizer que a família não 
possa oferecer os cuidados necessários, mas ao ganhar uma nova estrutura e devido ao 
conjunto de mudanças que se gerou acerca do funcionamento e da estrutura familiar 
entre as distintas gerações, muitas famílias decidem por institucionalizar seus idosos. 
 Historicamente os asilos são a modalidade mais antiga que oferecem 
abrigo ao idoso e surgiram como um serviço de ordem religiosa para amparar os idosos 
pobres e sem família, oferecendo-lhes moradia e alimentação, contudo, sem atender às 
outras necessidades. 
O primeiro tipo de instituição conhecido foi o asilo, que se preocupava com a 
alimentação e a habitação no atendimento aos idosos. Seus fundadores, quase 
todas as pessoas carismáticas e com formação religiosa, tinham a filosofia do 
fazer para os idosos e não com os idosos. A comunidade fornecia os recursos 
motivados pelos seus líderes sem, no entanto, conviver com as pessoas que lá 
eram internadas. Isso, para muitos, era considerado o “fim do poço” ou o fim 
"fracassado” de uma vida repleta de sacrifícios. As famílias sempre eram 
consideradas ingratas e traidoras, ignorando um sistema público que não apoiava 
a família, muitas vezes, profundamente carente. Havia exceções, no entanto, de 
idosos abandonados por familiares ou de pessoas que, por não possuírem 
parentes, ficavam à mercê da própria sorte ou por terem perdido a autonomia e, 
sem familiares, necessitavam de cuidados especiais. Assim, e por não haver 
instituições que as assumisse, eram colocadas em asilos. (LAFIN, 2004, p.11). 
 
Os asilos tiveram sua gênese ligada ao caráter filantrópico e a maior parte foi 
criada pelas instituições religiosas do catolicismo, é o caso da Sociedade de São Vicente 
de Paulo-SSVP, que teve origemem Paris, no ano de 1833, e que ofereceu seus serviços 
aos mais pobres. 
 Anteriormente os asilos desempenhavam a função de guardar os idosos, 
não observando as demandas extras, tais como a promoção da autonomia e 
fortalecimento de vínculos familiares que os idosos apresentavam. Podendo ainda deixar 
claro que nessa época a sociedade ainda não havia despertado para a importância do 
atendimento das demandas desse contingente populacional, que era considerado sem 
valor. 
COLETA DE DADOS 
Para coleta de dados, utilizamos algumas perguntas que foram agrupadas em 
três blocos, a saber: o primeiro era referente o tempo de institucionalização; o segundo, 
referente à frequência de visita dos familiares; o terceiro apontava os motivos para a 
institucionalização. 
Gráfico 1- Distribuição dos dados, conforme o tempo de institucionalização. 
13%
18%21%
11%
Menos de 1 ano
Entre 1 e 5 anos
Entre 5 e 10 anos
Mais de 20 anos
 
Fonte: Dados coletados pela pesquisadora (2013) 
Como mostra no gráfico 1, da totalidades das idosas moradoras na instituições 
37% das residentes tem um maior tempo institucionalização a metade, refere que é para 
ter mais saúde, denotando que assimilaram bem as informações prestadas durante as 
atividades. O restante das respostas está dividido em 13% que ingressaram na instituição 
no ano vigente, 18% moram na instituição num período que equivale entre (01) um e (05) 
anos residentes na instituição, 21% já moram há mais de (06) seis anos na instituição, 
finalmente 11% das idosas já residem na instituição há mais de (21) vinte e um anos, 
considerando que o tempo durante o qual ficam na instituição é bastante expressivo. 
Segundo Alcântara (2004), as idosas mais antigas estão mais adaptadas às 
rotinas diárias da instituição, em contrapartida com as recém-chegadas, que não se 
adaptam de imediato a uma nova realidade de vida, dessa forma as novatas apresentam 
insatisfações similares principalmente no que se refere ao convívio com as demais idosas 
e à alimentação oferecida na instituição, sendo fundamental um apoio da família nesse 
momento de adaptação. 
O abrigamento predispõe mudanças em toda uma rotina de vida, há alterações 
nos hábitos em razão das alterações estruturais, tornando-se difícil para algumas se 
adaptarem em razão da sua história de vida, o aceitamento para a institucionalização. 
 
Gráfico 2- Distribuição dos dados, conforme a frequência de visitas dos familiares. 
29%
13%
32%
24%
3%
Nunca
Semestralmente
Mensalmente
Semanalmente
Anualmente
 
Fonte: Dados coletados pela pesquisadora (2013) 
O gráfico 2 mostra à frequência de visitas dos familiares. Verificou-se que os 
valores que são bem divididos, a maioria das idosas 32% recebe visitas mensalmente, 
observa-se que 29% das idosas nunca recebem visita alguma, enquanto 24% recebem 
visitas semanalmente e de acordo com os dados restantes, respectivamente 13% e 3% 
somente semestralmente e anualmente. 
Corrobora-se com Alcântara (2004), quanto a esta realidade como “os idosos 
que não tem contatos regulares com a família aparentam aceitar mais facilmente e com 
resignação o fato de não serem visitados ou lembrados por alguém. Isso não quer dizer 
que não sintam solidão. Dentre estes estão […], os que em sua maioria são solteiros e 
sem família.” (ALCÂNTARA , 2004, p.72). 
Referente às visitas familiares em sua fala a profissional quando perguntada, 
como o assistente social pode intervir, junto à instituição, para garantir medidas que 
impeçam o total rompimento dos vínculos entre as idosas e sua família? 
“Temos idosas aqui que moram a mais de trinta (30) anos na instituição e 
quando a casa começou, nós estamos aqui a setenta e dois (72) anos, 
então antes não existia o papel do assistente social na instituição, de três 
anos pra cá o Serviço Social deu uma nova cara pra administração da 
instituição,só complementando, as que hoje estão sendo admitidas pela 
instituição eu sempre tenho tido contato com as famílias e sempre busco 
está próximo pra tá mediando qualquer necessidade da idosa que 
necessite do parecer da família, só pra complementar . “ (Fala da 
Assistente Social) 
Enfim, a frequência de visita da família, é uma das principais características 
que fazem referencia ao envelhecimento, com a diminuição da frequência cardíaca 
máxima, da tolerância ao exercício, da capacidade aeróbica, da força e massa muscular, 
sendo esta substituída pela gordura corporal. 
Gráfico 3 - Distribuição dos dados, mediante as motivações para 
institucionalização. 
11%
11%
11%
11%
6%
14%
36%
Doença
Morava sozinho
Escolha propri
Estrutura física
Abandono 
Perca do cônjuge
Conivo familiar
 
Fonte: Dados coletados pela pesquisadora (2013) 
Com relação às motivações para a institucionalização, os dados revelam que, 
por exemplo, as principais motivações são: doença, ou porque moravam sozinhos, 
escolha própria e a falta de estrutura física, tendo cada um 11%. No entanto, a 
impossibilidade de se viver em família revela ser a unidade mais considerável 36%, já a 
questão do abandono da família possui um percentual baixo para 6%. Um fator como, a 
perda do seu cônjuge 14% também direcionam as motivações para institucionalização. 
De acordo com, Alcântara (2004) em relação aos motivos para a 
institucionalização estão ligados, sobretudo, à incapacidade da família de assumir a 
assistência dos seus pais, pois se encontram desprovidos e sem opção, transferindo 
dessa forma suas responsabilidades para o asilo. 
Durante a entrevista a profissional da instituição quando indagada acerca, de 
como seria possível estimular uma articulação entre a família e as idosas no processo de 
institucionalização? 
“Quando vem uma idosa pra solicitar vaga aqui, eu converso muito com a 
família, deixo muito claro desde o inicio o que é necessário pra idosa está 
aqui, qual o perfil da idosa e quais serão os compromissos que essa idosa 
terá com a instituição, quando você senta no caso, quando o assistente 
social senta com o familiar, o familiar não traz o idoso nesse primeiro 
contato com o Serviço Social, quando vem numa segunda situação que eu 
vou conhecer o idoso até pra vê se a idosa tem o perfil pra está na 
instituição e caso isso seja viável, quando a idosa vem, o termo, o 
regimento interno é assinado por um responsável que fica responsável por 
ela, então esse primeiro contato, essa primeira apresentação de como que 
é a instituição e se a idosa está disponível pra andar de acordo com o 
regime da casa é imprescindível para ficar ou não, eu ainda dou trinta (30) 
dias de observação pra vê se ela está se adaptando ou não às normas da 
instituição, então realmente essa articulação que tem que existir tem que 
ser muito clara e transparente.”(Fala da Assistente Social) 
Alcântara (2004), em sua pesquisa empírica, relatou que o motivo de 
institucionalizar os idosos está relacionado principalmente à situação de penúria na qual 
se encontra grande parte da população. Ela também aponta em seu trabalho que a 
internação se dá algumas vezes, pelo fato do idoso necessitar de um tratamento do 
alcoolismo e de doenças mentais, fatores que dificultam a integração com a família. Para 
essa autora, há circunstâncias em que a família está completamente impossibilitada de 
assumir seus velhos e, na falta de outras opções, vê-se obrigada a decidir pelo 
internamento. 
Existem resistências por parte da família nesse processo de manutenção dos 
vínculos? 
“Eu percebi isso, nas idosas que tem mais tempo aqui na instituição 
alguns familiares se puderem e tiverem a opção, eles não querem, eles se 
sentem como se tivessem incomodados por nós, na hora que a gente 
chama pra compartilhar responsabilidades, eles preferem não ter que 
compartilhar essas responsabilidades, mas assim, são mais as veteranas, 
as que chegaram de três anos pra cá eu chamo pra uma conversa e faço 
lembrar o que foi acordado, o que elas assinaram concordando conosco,mas as mais antigas eu percebo que existe sim uma resistência.”(Fala da 
Assistente Social). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
De acordo com os dados obtidos, notamos que são vários os fatores que levam 
as famílias a institucionalizar seus idosos, passando desde motivações por doença, como 
aos que moravam sozinhos, por escolha própria e a falta de estrutura física, a perda do 
cônjuge e o abandono da família. No entanto, a impossibilidade de se viver em família 
revela ser a unidade mais considerável, já a questão do abandono da família possui um 
percentual elevado, onde não se pode deixar de classificá-lo como em ordem prioritária. 
Vale ressaltar que, com estas considerações, ficou evidente que o atendimento 
em modalidade de longa permanência pode funcionar como uma maneira de promover no 
idoso, um estágio de vida saudável no qual a sua independência e autonomia sejam 
preservadas. 
O objetivo principal deste trabalho foi pesquisar, através dos elementos 
fornecidos pelo Serviço Social da instituição referida, os fatores que influenciam a 
institucionalização dos idosos por parte da família, segundo os dados existentes na 
instituição, usando também a percepção da profissional de Serviço Social sobre a 
tentativa de fortalecimento dos vínculos entre o idoso e sua família, bem como identificar 
os fatores que dão subsídios à condução do trabalho. 
 Mas vale salientar que, com essas considerações, ficou claro que o 
atendimento em instituições de longa permanência pode funcionar como uma maneira de 
promover no idoso, a segurança, a acolhida e o bem estar necessário para um 
envelhecimento saudável. 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ALCÂNTRA, Adriana. Velhos institucionalizados e família: entre abafos e desabafos. 
Campinas, SP: Ed Alínea, 2004. 
CAMARANO, Ana Amélia. Como vai o idoso brasileiro? Cap. 1, p. 7. Rio de Janeiro, 
dezembro de 1999. 
DEBERT, G. G. A reinvenção da velhice. São Paulo: Edusp : Fapesp, 1999. 
SCHNEIDER. & T.Q . IRIGARA. Y. Estudos de Psicologia- O envelhecimento na 
atualidade: aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais 
.Campinas.2008, p.588. 
LAFIN, S. M. F. Asilos: algumas reflexões. In: CORTELLETTI, I. A.; CASARA, M. B.; 
HERÉDIA, U. B. M. (Org.). Idoso Asilado: um estudo gerontológico. Porto Alegre: Educrs 
/ Edipucrs, 2004. 
SZYMANSKI, Heloisa. Viver em família como experiência de cuidado mútuo: desafios 
de um mundo em mudança. Revista Serviço Social e Sociedade, São Paulo, ano 21, n. 
71, p. 9-25, set.2002. 
ZIMERMAN, Guite I. Velhice: aspectos biopsicossociais. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
VENTURI, Gustavo; BOKANY, Vilma. A velhice no Brasil: contrastes entre o vivido e o 
imaginado. In: NERI, Anita Liberalesso. Idosos no Brasil: vivências, desafios e 
perspectivas na terceira idade. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, Edições 
SESC SP, 2007, p. 21-31.

Outros materiais