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Apostila Bernoulli - Português livro 2

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Prévia do material em texto

Para se considerar um texto como sendo do tipo 
dissertativo-argumentativo, é necessário que, além de expor 
fatos e informações, o autor apresente ideias e defenda uma 
opinião acerca de determinado tema, utilizando, para isso, 
argumentos claros, objetivos e organizados, com o intuito 
de convencer o leitor sobre o ponto de vista apresentado.
É esperado, ainda, que essa tipologia textual seja 
composta pela seguinte sequência:
• Introdução – proposição da tese (ponto de vista) a 
ser discutida.
• Desenvolvimento – apresentação, fundamentação 
e explicação dos argumentos.
• Conclusão – reafirmação das ideias debatidas e 
proposições (para reflexão ou para solução).
Essa composição diz respeito à produção que envolva a 
argumentação, seja ela de um vestibular que proponha, 
por exemplo, a redação de um artigo de opinião, seja do 
Enem, que tradicionalmente requer a elaboração de um texto 
dissertativo-argumentativo. Para construir tal estrutura, 
o autor do texto deve ser capaz de refletir sobre o tema,
• definindo o ponto de vista que será defendido;
• selecionando as ideias, os fatos e as informações do seu 
repertório sociocultural (conhecimentos adquiridos na 
escola, na vida social e familiar, etc.), interpretando-os 
e relacionando-os à tese a ser defendida;
• organizando os argumentos escolhidos de maneira 
clara e objetiva, selecionando os mais relevantes, 
sempre em favor da defesa do ponto de vista;
• desenvolvendo e relacionando os argumentos de 
forma a manter a coerência e a coesão das ideias 
apresentadas e conduzir o leitor pelo caminho de 
sentidos traçado.
Como podemos observar, a produção de um texto 
dissertativo-argumentativo requer seleção, organização, 
hierarquização e desenvolvimento de ideias, portanto precisa 
ser planejada. Como planejamento pressupõe um método, 
aqui será estudado como utilizar os esquemas e os mapas 
mentais, que são maneiras eficientes de organizar os 
conhecimentos e as ideias que vão surgindo enquanto se 
reflete sobre o tema a ser desenvolvido.
Acesse os QR Codes a seguir. Neles, há um conteúdo sobre 
como fazer um mapa mental e uma ferramenta para tal. 
Para exemplificar o planejamento textual empregando 
esses métodos, será utilizada uma redação do Enem, que 
comumente propõe a escrita de um texto dissertativo- 
-argumentativo sobre um tema que envolve uma questão 
social brasileira. O assunto abordado pelo exame em 
2016 foi a intolerância religiosa; o tema, “Caminhos para 
combater a intolerância religiosa no Brasil”.
Observe que assunto e tema são conceitos distintos. 
O primeiro refere-se a uma abordagem mais ampla e 
genérica; o segundo, a um recorte específico no contexto 
dessa abordagem. Dentro do assunto “intolerância religiosa”, 
que é o exemplo, pode-se recortar os temas “as religiões 
afro-brasileiras”, “as festas religiosas brasileiras”, “os mitos 
das religiões indígenas”, “as tradições católicas”, enfim, 
vários eixos temáticos que possibilitem refletir sobre o 
preconceito e a discriminação às religiões. Não observar 
essa diferença faz com que o participante tangencie o tema, 
ou seja, aborde somente o assunto, não aprofundando e 
desenvolvendo um recorte (tema) desse assunto.
Para que isso não ocorra, em primeiro lugar, é preciso 
identificar quais são as palavras-chave do tema. Elas dizem 
respeito ao que deve ser abordado e orientam sobre o ponto 
de vista (tese) a ser defendido. No tema da redação do 
Enem de 2016, essas palavras são: “caminhos”, “combate”, 
“intolerância religiosa”, “Brasil”.
Nesse sentido, o participante deve escrever um texto que
• afirme a existência da intolerância religiosa no Brasil 
(uma vez que o próprio tema já faz essa asserção); 
• defenda e mostre que ela precisa ser combatida;
• aponte quais são os caminhos para combatê-la.
MÓDULO
03
FRENTE
A
3Bernoulli Sistema de Ensino
PORTUGUESA
LÍNGUA
Planejamento do Texto 
Dissertativo-Argumentativo
Entender claramente o que se pede na proposta é um 
importante passo para construir um texto que tenha 
um posicionamento. Sendo assim, é possível iniciar 
a esquematização das ideias fazendo, por exemplo, 
as seguintes perguntas: 
Intolerância religiosa – O que é? Quais suas causas? 
Quais as consequências?
É um 
problema. É histórico.
Afeta várias 
religiões.
Precisa ser 
combatido.
Por quê?
O que 
causou esse 
problema?
Quando 
surgiu? Por 
que ainda 
continua sem 
solução?
Quais as 
consequências 
do problema? 
Como ele afeta 
a sociedade?
O que ele 
acarreta?
Como mudar 
a situação? 
Quem pode 
resolver? De 
que forma?
Ao entender o tema e se perguntar sobre ele, seus 
conhecimentos prévios são ativados, aqueles que foram 
adquiridos na leitura dos textos de apoio (que frequentemente 
estão presentes na proposta de redação dos vestibulares e do 
Enem), nas aulas a que assistimos na escola e nas interações 
da vida social (informações adquiridas na Internet, leituras, 
conversas com amigos, televisão, revistas, jornais, etc.). 
Enfim, tudo aquilo que foi aprendido até o momento da 
escrita, que é chamado de repertório sociocultural ou 
“conhecimento de mundo”, é acionado na busca por dados 
e informações que possam ajudar na construção do texto.
Assim, diante das ideias expostas e dos questionamentos 
feitos, inicie o planejamento do que será escrito. Para este 
estudo, será escrito um texto que tenha de quatro a cinco 
parágrafos (mas, dependendo do contexto de escrita, 
ele pode ter mais que isso) e, em cada um deles, será 
desenvolvida uma dessas ideias:
Esquematização do tema “Caminhos 
para combater a intolerância religiosa no Brasil”
1º parágrafo – introdução. Apresentar o que é a intolerância 
religiosa, quais são suas raízes e a necessidade de combatê-la, 
extingui-la ou minimizá-la.
2º parágrafo – primeiro argumento. Fazer o percurso 
histórico, explicitando as causas dessa intolerância, que 
ainda persiste; apresentar as religiões mais afetadas e o que 
isso acarreta para as pessoas que as seguem.
3º parágrafo – segundo argumento. Apresentar e explicar o 
porquê das discriminações e discorrer sobre a intolerância de 
indivíduos de algumas religiões em relação a outras.
4º parágrafo – ampliação de argumentos. Contextualizar o 
problema na atualidade e apresentar dados e outras informações 
que possam ser úteis para a defesa do ponto de vista, como 
a existência da “bancada evangélica” no Congresso Nacional, 
podendo discutir, nesse sentido, a questão da laicidade 
do Estado.
5º parágrafo – conclusão. Traçar caminhos para combater a 
intolerância religiosa, assim, pode-se, nesse espaço, incluir 
uma ou mais propostas para tentar resolver esse problema. 
Embora nada impeça que essas sugestões de combate 
venham junto com a argumentação, no decorrer do texto, 
pode-se apresentá-las na conclusão.
Feito o esquema e o planejamento, deve-se partir para a 
escrita do texto. A produção a seguir é um exemplo possível 
que seguiu o planejamento detalhado anteriormente. Leia-o, 
observando os trechos destacados.
Ser intolerante é ser inflexível, é não aceitar 
determinada ação, vontade ou regra. No caso da 
religião, é a não aceitação da fé professada pelo 
outro. É claro que, para muitos, tal pensamento pode 
parecer inconcebível na atualidade, em que se fala e se 
prega tanto a liberdade em toda a sua amplitude. Porém, 
para outros tantos, é perfeitamente aceitável – e até 
compreensível – visto que o preconceito pode, muitas 
vezes, sobrepujar a indulgência e a empatia, sentimentos 
tão indispensáveis na vida em sociedade. Tal pensamento 
faz com que voltemos no período colonial brasileiro, 
no qual encontramos a raiz desse problema que ainda 
persiste, principalmente entre aqueles que receberam 
como herança as religiões de matriz africana, alvo de ódio 
e humilhação desde os tempos passados. Por essa razão, 
faz-se necessário extinguir, de uma vez por todas, 
a permanência e o desenvolvimento desse preconceito.
Desde o período da colonização brasileira, com a 
vinda dos padres jesuítas para catequizaros índios que aqui 
estavam e que mantinham crenças politeístas, iniciou-se 
o processo de aculturação no novo país. Firmes nas suas 
convicções cristãs e católicas, os portugueses, tal qual 
fizeram com os indígenas, também subjugaram e 
abominaram os negros africanos durante todo o 
processo histórico da escravidão, proibindo-os de seguir 
suas religiões, praticar seus ritos e cultuar seus deuses 
e símbolos, com a acusação de pertencerem ao demônio 
e causarem males e sofrimentos. Infelizmente, depois 
de anos de acabada a servidão, atitudes de desprezo 
e preconceito contra os praticantes da Umbanda, 
Quimbanda, Candomblé e outras religiões espíritas 
ainda existem e causam constrangimento e revolta 
a quem as segue, assim como foi no passado.
Frente A Módulo 03
4 Coleção 6V
De acordo com o filósofo prussiano Kant, os homens devem 
ser valorizados como pessoas que possuem dignidade, 
já que a dignidade é o valor de que se reveste tudo aquilo que 
não tem preço. Sendo assim, observa-se que a sociedade 
brasileira, que guarda resquícios de um passado 
escravocrata, puritano e retrógrado, ainda permanece 
coisificando e menosprezando aqueles que possuem 
crenças não tradicionais, ou mesmo aqueles que não 
professam nenhuma fé, humilhando-os nas ruas, em 
manifestações, em redes sociais, e até mesmo agredindo-os 
fisicamente, demonstrando o quão despreparados alguns 
indivíduos estão para viver em sociedade, o que implica 
viver com respeito às escolhas e às diferenças.
Apesar de todo o quadro que ainda insiste em permanecer 
na sociedade brasileira, a nossa Constituição, no seu 
Artigo 5º, garante a liberdade de crença e religião: 
“é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo 
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos”, o que 
quer dizer que todos os indivíduos são iguais perante a 
lei e que o Estado, sendo laico, tem o dever de assegurar 
a inviolabilidade desse direito a todo cidadão. Entretanto, 
o que se percebe é um descaso governamental quanto 
à observância dessa liberdade, haja vista a existência 
de uma bancada evangélica no Congresso Nacional, 
com indivíduos dispondo de seus cargos para difundir e 
legitimar conceitos e preceitos de sua religião em um lugar 
onde deveria haver respeito e equidade.
Portanto, é imprescindível que se façam intervenções para 
mudar essa realidade e minimizar a intolerância religiosa 
que separa e violenta o país. Nesse contexto, o Estado, 
em conjunto com o Ministério da Educação, poderia 
promover práticas públicas, como a inserção do 
conteúdo denominado “Religiões” nas disciplinas de 
Sociologia e Filosofia, a fim de apresentar e esclarecer 
os princípios de cada uma das religiões, debatendo 
os prós e os contras, de maneira aberta e respeitosa. 
Assim, cada aluno poderá conhecer antes de julgar e 
aprender para contestar, ao mesmo tempo que ressignifica 
conceitos preestabelecidos ao longo do tempo. Dessa forma, 
com o engajamento das instâncias superiores, poderemos 
dizer que vivemos em um país que é justo, que respeita a 
pluralidade de crenças e é efetivamente laico.
Observe agora o planejamento de um texto dissertativo- 
-argumentativo sobre o tema “O desperdício de alimentos no 
mundo”. Analisando as palavras-chave relacionadas a esse 
tema – “desperdício”, “alimentos”, “mundo” –, nota-se que 
ele é bastante amplo. O assunto “desperdício” a ser tratado 
no texto refere-se ao mundo inteiro, e não somente ao Brasil. 
O desperdício de alimentos no mundo
O que é? Quais são as causas? Quais são as consequências?
É um 
problema. 
É mundial. 
É incoerente.
Produção em 
excesso pelas 
agroindústrias. 
Manuseio, 
transporte e 
estocagem 
inadequados.
Afeta 
populações que 
sofrem com o 
problema da 
fome, enquanto 
alimentos 
ainda possíveis 
de serem 
consumidos são 
descartados.
Precisa ser 
divulgado, 
debatido e 
minimizado.
Por quê?
O que 
ou quem 
causa esse 
problema?
Qual sua 
dimensão?
Onde acontece 
com maior 
recorrência? 
Por que 
ocorre nesses 
lugares? 
E no Brasil, ele 
existe?
Quais? 
Como? 
O que esse 
problema 
acarreta?
Como? 
Por quem? 
De que 
forma?
Como são várias as informações que surgem das perguntas 
levantadas, é preciso selecioná-las, relacionando-as. Dessa 
forma, deve-se não só responder a essas perguntas, mas 
também desenvolver as respostas.
Com base nas perguntas orientadoras do quadro anterior, 
faça o planejamento do texto, inserindo as ideias que cada 
parágrafo deve conter. Tome como referência o que está 
descrito na linha “1º parágrafo”.
Planejamento do tema 
“O desperdício de alimentos no mundo”
1º parágrafo – a definição do ponto de vista. Abordar o fato 
de que existe, no mundo, uma contradição no que se refere 
às questões da alimentação: muito desperdício de alimentos 
e grande número de pessoas em situação de fome. Nesse 
parágrafo, podem ser apresentados dados que indiquem 
ser este um problema mundial, que deve ser debatido e 
combatido.
LÍ
N
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A
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TU
G
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A
5Bernoulli Sistema de Ensino
Planejamento do Texto Dissertativo-Argumentativo
2º parágrafo – 
3º parágrafo – 
4º parágrafo – 
5º parágrafo – 
A partir do seu planejamento, redija um texto sobre o 
tema “Desperdício de alimentos”. Perceba que a escrita do 
texto, baseada nesse esquema, torna-se menos complexa, 
uma vez que o roteiro a ser seguido já está pronto. Leia, 
agora, uma versão do planejamento e da redação de um 
texto que seguiu a esquematização proposta sobre o tema 
“Desperdício de alimentos no mundo”. Faça um comparativo 
entre a sua produção (esquema e texto) e o exemplo a 
seguir para verificar o que pode ser aperfeiçoado em seu 
planejamento e / ou sua redação. 
Planejamento do tema 
 “O desperdício de alimentos no mundo”
1º parágrafo – a definição do ponto de vista. Abordar o fato 
que existe, no mundo, uma contradição no que se refere 
às questões da alimentação: muito desperdício de alimentos 
e grande número de pessoas em situação de fome. Nesse 
parágrafo, podem ser apresentados dados que indiquem 
ser este um problema mundial, que deve ser debatido e 
combatido.
2º parágrafo – o primeiro argumento. Apresentar as causas 
do desperdício de alimentos, quem são os responsáveis e 
onde (em quais países) esse desperdício é maior. Contar com 
informações dos textos motivadores da proposta.
3º parágrafo – a fundamentação. Apresentar a situação 
no Brasil e explicar por que no país ainda há desperdício 
enquanto muitos indivíduos passam fome.
4º parágrafo – o segundo argumento. As consequências do 
desperdício e o que poderia ser feito com os alimentos que, 
apesar de ainda serem consumíveis, são descartados.
5º parágrafo – conclusão. Retomar o problema, os argumentos 
e sugerir uma possível intervenção dos países no sentido de 
acabar com o desperdício.
A cada ano, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos 
são desperdiçados a nível global, e essa realidade 
preocupante mostra seu impacto no problema da fome. 
Segundo a ONU, há quase 1 bilhão de famintos 
no mundo e mais de 20 mil crianças morrem de 
inanição por dia em todo planeta. Dados alarmantes, 
tendo em vista o paradoxo da situação: muita comida 
sendo jogada fora enquanto muita gente passa fome. 
Dessa forma, torna-se urgente e indispensável o debate 
sobre o combate à fome e ao desperdício de alimentos, 
assim como a criação de alternativas para minimizar ou 
superar esse problema. 
A agroindústria, responsável pelo abastecimento 
alimentício mundial, é uma das grandes responsáveis por 
parte desse cenário contraditório, pois cerca de dois terços 
da comida produzida em países em desenvolvimento 
é perdida após a colheita, por manuseio indevido, 
transporte e armazenamento inadequado. Quase 
56% do desperdício mundial é de responsabilidade 
de países desenvolvidos, que rejeitam alimentos que 
não têm a aparência esperada (cor, formato, tamanho) 
ou a qualidade desejada (sabor e consistência), mesmo 
que estejam bons para o consumo. Além disso, o prazo de 
validade dos produtos impostopelas indústrias alimentícias 
é rígido; e as multas, altas para quem desrespeita esse 
prazo e comercializa os produtos, causando, assim, o seu 
imediato descarte.
No Brasil, a situação não é diferente. Apesar de sermos 
um país com grande capacidade agropecuária, 
o desperdício é grande, especialmente no transporte, 
que é basicamente feito pela malha rodoviária, com estradas 
mal conservadas, acessos difíceis e demorados, prejudicando 
e atrasando a entrega dos produtos, que, muitas vezes, 
deterioram antes mesmo de chegar ao seu destino. 
Há também a “lei da oferta e da procura”, causando 
a diminuição do preço e desvalorização do produto, que 
acaba estragando sem ser comercializado. Além disso, 
há o consumo em excesso, as compras feitas sem 
planejamento, aproveitando as “ofertas”, em que alimentos 
ficam estocados nas casas dos consumidores, apodrecem 
ou perdem a “validade” e são descartados sem serem 
nem abertos.
Em contrapartida, em pontos do globo, inclusive no Brasil, 
onde há baixo desenvolvimento técnico, faltam alimentos 
para abastecer a população. As más condições de trabalho 
no meio agrícola, somadas à ausência de investimentos 
nos setores produtivos, transformam a fome em um dos 
principais riscos de saúde no mundo. Pessoas procuram 
no lixo aqueles produtos que não servem mais para 
uns, mas que podem ser consumidos por quem não 
tem nada. Há um descaso por parte de quem produz, 
distribui, comercializa ou consome, que prefere jogar fora a 
doar para quem precisa. Existem leis sanitárias rígidas, ao 
menos no Brasil, as quais proíbem restaurantes, lanchonetes 
ou padarias de doarem o seu excedente a quem precisa, com 
possibilidade de receberem multas altíssimas caso infrinjam 
as regras e aconteça de alguém adoecer com tal alimento.
Frente A Módulo 03
6 Coleção 6V
Diante de um problema tão sério, medidas precisam ser adotadas. Pensando em desperdício, órgãos de influência mundial 
deveriam adotar tratados que punissem financeiramente as indústrias agrícolas que desperdiçassem um contingente 
significativo de alimentos, além de prever isenções fiscais para empresas que doassem parte de seu excedente aos 
países e regiões necessitadas. Ademais, uma maior distribuição de terras férteis e investimentos governamentais 
nos setores produtivos, em áreas carentes, combateriam a forme e a miséria de forma significativa.
Outra boa maneira de planejar um texto é por meio dos mapas mentais, pois trabalham com as ideias que vão surgindo 
no momento em que se reflete sobre determinado assunto e tema e servem para registrar uma “explosão de ideias”, que 
são reflexo dos nossos conhecimentos, leituras, informações que circulam socialmente. 
Para a elaboração de um mapa mental, o primeiro passo é estabelecer o foco, ou seja, colocar o tema ou um título, 
por exemplo. No caso de um mapa para produzir uma redação, a sugestão é usar, como ponto de partida, o próprio tema 
proposto, para orientar melhor o seu mapeamento das ideias. Observe a temática: “A persistência da violência contra a 
mulher na sociedade brasileira”. Ela pode vir no topo da folha ou no centro, pois, a ela, serão associadas as ideias. Oriente-se 
por este passo a passo:
•	 Marque as palavras-chave do tema: “persistência”, “violência”, “mulher”, “sociedade brasileira”. 
•	 Escreva o que vem à sua mente ao pensar nessas palavras-chave (o ideal é também usar palavras e expressões curtas 
para o seu mapa ficar claro e objetivo).
•	 Relacione essas palavras usando setas para representar cada nova associação.
•	 Insira no seu mapa as palavras / informações importantes relacionadas ao tema: contexto histórico, influências, fatores 
de causa, consequências, entre outros.
•	 Inclua ou retire informações, caso necessário, visualizando a representação do que você vai desenvolver no texto. 
 
A PERSISTÊNCIA DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NA SOCIEDADE BRASILEIRA
Raiz histórica Abuso
Humilhação
Assédio
Agressão
Reflexão
Luta
Empoderamento
Liberdade
Legislação mais rígida:
• Lei Maria da Penha
• Lei do Feminicídio
Família (pais, maridos, 
namorados)
Mercado de trabalho
Mídia / Espaço público
Estado
Cultura do estupro
Feminicídio
Sociedade
patriarcal
Misoginia
Machismo
Discriminação
Naturalmente, ao esquematizar o tema, muitas palavras relacionadas surgem, cada uma representando uma ou várias 
ideias. Por meio dessas relações estabelecidas entre as palavras e as ideias, o mapa vai sendo criado, ramificando-se e, 
ao final, apresentando diferentes possibilidades de abordagem do tema, que serão utilizadas na construção do texto.
É importante notar que não é apenas escrevendo as palavras ligadas ao tema que o percurso argumentativo de um texto 
é traçado. Assim como nos esquemas, é preciso selecionar e relacionar as ideias e informações, uma vez que, mesmo com 
a elaboração de um mapa mental, pode-se produzir um texto pouco claro ou com informações que não se completam ou 
não estão coerentes e interligadas. Por isso, os ajustes devem ser feitos (inclusão e exclusão de palavras, ideias) à medida 
que o mapa vai sendo elaborado. 
Como exemplo de texto que trata do assunto abordado no Enem de 2015, leia o artigo “Por uma cultura de respeito às 
mulheres”, do professor e escritor José Carlos de Souza. Observe as marcações coloridas ao longo do texto: as cores identificam 
a relação entre as partes do texto e os tópicos (palavras / expressões) do mapa mental anterior. 
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7Bernoulli Sistema de Ensino
Planejamento do Texto Dissertativo-Argumentativo
Por uma cultura de respeito às mulheres 
O estupro vivido por uma adolescente, no Rio de Janeiro, 
colocou a discussão em torno desse tipo de violência na pauta 
dos recentes debates da grande mídia e das redes sociais. 
O esforço de algumas pessoas em promover uma reflexão 
responsável em torno do tema teve que rivalizar com um 
conjunto de discursos falaciosos e posições preconceituosas 
que se disseminaram com contornos que beiraram a histeria.
Em muitos desses discursos surpreende o fato de 
que um dos princípios básicos que deve marcar as 
relações entre as pessoas foi quase que completamente 
ignorado: a ideia do respeito à dignidade humana. 
Talvez, não seja demais supor que o momento de imoralidade 
política que o país experimenta contribua para a legitimação 
de discursos dessa ordem, reforçando que é possível manter 
uma posição de relativismo diante de semelhantes crimes.
Alguns dados estatísticos parecem reforçar isso. No Brasil, 
ocorrem anualmente cerca de 50 mil casos de estupros, 
mais da metade das vítimas são crianças e adolescentes. 
O constrangimento da situação e a dificuldade de se 
comprovar o crime mantêm boa parte dos agressores, 
muitas vezes pessoas próximas às vítimas, livres. Nessas 
circunstâncias, é inevitável que elas se vejam sujeitas a 
uma segunda violência, a violência da impunidade. Nossa 
sociedade machista e patriarcal institui e valoriza práticas 
sociais que desqualificam ou preterem as mulheres. Essas 
práticas contribuem para o que muitos chamam de cultura 
do estupro, um espaço em que homens são levados a crer 
que têm o direito de cometer diversos tipos de violência 
contra a mulher, inclusive sexual.
Nesse sentido, meios de comunicação, instituições públicas 
e a própria família sistematicamente vão legitimando papéis 
que meninos e meninas desde cedo são convidados a 
desempenhar. A instituição escolar não está isenta dessas 
práticas. O assédio a alunas e professoras é mais frequente 
do que se supõe, com circunstâncias que vão desde simples 
insinuações até abordagens mais agressivas, pautadas por 
ameaças ou violação da intimidade.
Os dados sobre a violência contra a mulher são absurdos 
e exigem de todos uma crescente consciência do seu 
significado e de como atuar para mudá-los. A escola como 
espaço privilegiado de formação e socialização precisa acolher 
essa discussão, ajudando os estudantes a compreender esse 
tema em toda a sua complexidade e extensão, implicando-os 
comopossíveis sujeitos transformadores. Isso pode começar 
dentro da escola com a proposição de uma vivência cotidiana 
que reflita um compromisso efetivo com o respeito a todas 
as mulheres em tudo aquilo que elas mesmas reconhecem 
como aspectos marcantes de sua identidade.
SOUZA, José Carlos de. Por uma cultura de respeito às 
mulheres. Carta Capital. Disponível em: <http://www. 
cartaeducacao.com.br/aulas/medio/por-uma-cultura-
derespeito-as-mulheres/>. Acesso em: 24 out. 2017.
O texto apresentado não é uma redação do Enem, ou seja, 
não foi feito com base na proposta desse exame. Trata-se 
de um artigo de opinião veiculado em uma revista de grande 
circulação. Mas, lendo esse artigo e o comparando com o 
mapa mental, nota-se a ocorrência de palavras e ideias em 
comum, evidenciando que o conhecimento acerca desse 
tema, amplamente divulgado e comentado pela mídia, faz 
parte do repertório sociocultural adquirido também na vida 
social e, desse modo, ele se revela em uma “explosão de 
ideias”, no mapa mental.
Agora, analise o planejamento a seguir e escreva um texto 
dissertativo-argumentativo com base nele. 
Planejamento do tema “A persistência da violência 
contra a mulher na sociedade brasileira”
1º parágrafo – introdução do tema: exemplo de um caso 
de estupro veiculado pela mídia, a repercussão do fato, 
a reação das pessoas e a apresentação do pensamento 
preconceituoso e machista de ampla parcela da sociedade 
brasileira.
2º parágrafo – ponto de vista: pessoas preocupadas em 
discutir não se importam com a dignidade humana, no caso, 
a dignidade feminina da jovem que foi violentada.
3º parágrafo – argumento: dados sobre a violência contra 
mulheres jovens e meninas, o porquê da impunidade, 
as práticas machistas e a cultura do estupro.
4º parágrafo – ampliação dos argumentos: o estereótipo dos 
papéis masculinos e femininos, o assédio e a agressão, nas 
escolas, contra meninas e professoras.
5º parágrafo – retomada do problema / reafirmação da tese 
e apresentação de uma ou mais propostas de intervenção.
O planejamento textual é importante, pois, além de 
facilitar a escrita, estimula a capacidade criadora, promove 
a intertextualidade, acrescenta informatividade (a inclusão 
de ideias que indicam a progressão dos argumentos), 
colabora para o estabelecimento da coerência do texto e 
contribui para a construção da coesão – requisitos básicos, 
como foi visto anteriormente, para a produção de um bom 
texto argumentativo.
Agora, com base nas reflexões acerca do planejamento 
textual:
1. Elabore um esquema sobre o tema “Os desafios do 
descarte de lixo eletrônico”. Faça a você mesmo as 
perguntas sobre esse assunto. Depois, dê respostas 
curtas para elas. Pesquise. Faça o planejamento, 
especificando o que será abordado em cada 
parágrafo. Em seguida, escreva um texto dissertativo- 
-argumentativo com base no que foi planejado.
2. Faça um mapa mental sobre o tema “Jovens infratores: 
ressocialização ou mais rigor penal?”, seguindo o 
modelo apresentado.
Frente A Módulo 03
8 Coleção 6V
 Utilize uma folha de papel em branco, identifique o foco 
de seu mapa (sugestão: colocar o tema); destaque as 
palavras-chave e vá ligando uma ideia a outra, sempre 
se perguntando: “Por quê?”, “Qual a causa?”, “Quem 
ou o que provoca isso?”, “O que pode ser feito?”. 
Após isso, faça o planejamento, especificando o que será 
abordado em cada parágrafo. Em seguida, pesquise 
sobre o assunto e escreva um texto dissertativo- 
-argumentativo com base no que foi planejado.
3. Leia o texto a seguir, sobre o tema “Como conter o 
bullying nas escolas”, que foi redigido por um aluno 
do Ensino Médio. Analise como ele foi planejado, 
identificando os possíveis problemas. Em seguida, 
pesquise e escreva um texto dissertativo-argumentativo 
sobre o mesmo tema. 
Sabe-se que o bullying é um tipo de agressão física e / ou 
psicológica que tem como objetivo intimidar outra pessoa 
por motivos injustificáveis, simplesmente por ser diferente. 
Tais práticas violentas vêm crescendo constantemente, 
visto que o principal local para a execução dessas práticas 
são as escolas.
A escola é um local no qual existem alunos de todas as 
classes, etnias e particularidades, portanto tal instituição tem 
o dever de manter certa igualdade entre eles, para que o 
desrespeito não se mantenha no interior escolar. A escola, 
no entanto, possui diversos obstáculos; dentre eles, o maior 
é conter o bullying.
Empurrões, humilhação, ameaças, insultos são algumas 
formas de agressões entre alunos. De acordo com pesquisas 
realizadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística) em 2015, 46,6% dos alunos entrevistados 
alegaram ter sido vítimas de bullying dentro do colégio, 
sendo que mais de 18% afirmaram ter sido agredidos devido 
a sua aparência.
Ignorar esses números é imprescindível. Todos estão 
sujeitos a tais boçalidades levando como consequência 
problemas psicológicos e sucessivamente uma queda no 
aprendizado escolar.
Visto que o bullying é um dos maiores problemas 
encontrados no ambiente escolar, os professores devem 
rever as atitudes diante de tal situação. É necessário, 
portanto, punir alunos que praticam tal banalidade e ficar 
atento a todos os alunos, sejam agressores ou vítimas. 
As famílias devem ser avisadas e, junto com a escola, tomar 
medidas cabíveis a tal comportamento.
Textos dissertativo-argumentativos 2
Nesta videoaula, vamos saber mais sobre as características 
dos textos dissertativo-argumentativos.
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01. (Unicamp-SP–2019) Alguém já escreveu que a Internet é 
um instrumento democrático. Tomada ao pé da letra, essa 
afirmação é falsa. Eu gostaria de corrigi-la, acrescentando: 
a Internet é um instrumento potencialmente democrático. 
Para fazer uma pesquisa navegando na web, precisamos 
saber como dominar os instrumentos do conhecimento: 
em outras palavras, precisamos dispor de um privilégio 
cultural que é ligado ao privilégio social.
 As escolas precisam da Internet, mas a Internet precisa 
de uma escola onde o ensino real acontece. A Internet não 
apenas faz referência aos livros, mas pressupõe livros. 
A leitura fragmentada em palavras e frases isoladas do 
contexto integral sempre foi parte da leitura de cada um, 
mas o livro é o instrumento que nos ensina a dominar a 
extraordinária velocidade da Internet – para ser capaz 
de usá-la, você precisa aprender a “ler devagar”.
 Não consigo imaginar que alguém possa aprender 
sozinho, sem modelos, a prática profundamente artificial 
da leitura lenta. Daí a Internet pressupor não apenas os 
livros, mas também aqueles que ensinam a ler livros – 
ou seja, professores em carne e osso.
CARLO Ginzburg: a Internet é um instrumento potencialmente 
democrático. Disponível em: <http://www.fronteiras.com/
artigos/carlo-ginzburg-ainternet-nao-apenas-remete-aos-
livros-como-tambem-pressupoe-livros-1427135419>. 
Acesso em: 02 set. 2018.
A) De que argumentos o autor se vale para refutar 
a afirmação de que a Internet é um instrumento 
democrático?
B) Explique por que a Internet pressupõe “professores 
em carne e osso” e livros.
02. (UFPR–2016)
NEIL DEGRASSE TYSON NOS CONTA COMO CIENTISTA QUERO QUE
TODOS TENHAM OPORTUNIDADE
DE PENSAR EM FORMAS DE
MELHORAR NOSSA
CIVILIZAÇÃO.
SE ISAAC NEWTON
TIVESSE NASCIDO
NA ÁFRICA E SE
PREOCUPASSE EM
NÃO MORRER, TALVEZ
NUNCA TERIA
CONSEGUIDO CHEGAR
AONDE CHEGOU.
TALVEZ O PRÓXIMO
EINSTEIN ESTEJA
MORRENDO DE
FOME NA 
ETIÓPIA...
...E NUNCA
SABEREMOS
UMA DAS PIORES TRAGÉDIAS
DA ATUALIDADE É QUE POUCOS
TÊM A OPORTUNIDADE DE SER
TUDO O QUE PODEM SER.
INFELIZMENTE, EM MUITOS PAÍSES,
EM DESENVOLVIMENTO, A CORRUPÇÃO
E O MAL GOVERNO TORNAM ISSO
QUASE IMPOSSÍVEL.
COMO A DESIGUALDADE
SOCIAL AFETA
A CIÊNCIA
Disponível em: <http://www.nc.ufpr.br/ 
concursos_institucionais/ufpr/ps2017/provas2fase/
compreensao-texto.pdf >. Acesso em: 15 maio 2019.
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9Bernoulli Sistema de Ensino
Planejamento do Texto Dissertativo-Argumentativo
Escrevaum texto em que você explicite e desenvolva a 
linha de raciocínio do autor. Seu texto deve:
• ter no mínimo 6 e no máximo 8 linhas;
• ser desenvolvido em dois parágrafos; 
• citar, de forma contextualizada, pelo menos um dos 
cientistas apresentados no quadro.
03. (UFPR–2019) Leia o texto a seguir: 
 A web já faz parte do cotidiano de pesquisadores, 
editoras e instituições científicas. Publicamos e lemos 
periódicos online, e utilizamos plataformas da web 
social (Twitter, Facebook, blogues, YouTube, etc.) para 
divulgar nossos trabalhos, fazer contatos, encontrar 
novos colaboradores… Nossas produções e resultados de 
pesquisa também circulam no ambiente online, recebendo 
curtidas e comentários, sinalizando um interesse que, até 
pouco tempo atrás, era muito mais difícil de acompanhar. 
O padrão ouro da avaliação dos artigos científicos até a 
década passada era a citação. Diante da possibilidade de 
se ver e monitorar todo esse diálogo da ciência em ação 
na Internet, não seria interessante considerar essa uma 
nova forma de medir os impactos da ciência?
 Quando olhamos para as citações que um artigo 
recebeu, estamos considerando um grupo relativamente 
limitado de pessoas que o usaram: aquele grupo que se 
interessou, leu e utilizou aquele texto para construir e 
publicar o seu próprio trabalho. Esse grupo com certeza é 
muito importante – afinal, é assim que se faz ciência, com 
pesquisadores usando trabalhos de outros pesquisadores 
para construir conhecimento novo. Mas a citação não é o 
único uso que um artigo científico pode ter. Estudantes 
leem artigos como parte da sua formação profissional. 
Profissionais leem artigos para ficar em dia com novas 
tendências da área e para resolver questões específicas, 
como definir um diagnóstico médico. Pacientes, gestores, 
ativistas, amadores, wikipedistas, curiosos, muita gente 
pode se interessar pela literatura científica, pelos mais 
diversos motivos.
 Hoje, nas redes sociais, encontramos traços desses 
interesses por artigos científicos e pela ciência. O biólogo 
compartilha seu artigo novo no Facebook. A astrônoma 
explica sua pesquisa em um vídeo no YouTube. A cientista 
social escreve uma sequência no Twitter mostrando 
com o que a pesquisa acadêmica pode contribuir para a 
sociedade... São atos que não necessariamente geram 
citações, mas demonstram que a utilidade da ciência não 
se resume ao que é publicado formalmente em periódicos 
consagrados. 
 As métricas dessa disseminação de trabalhos científicos 
nas redes sociais, que chamamos altmetrias (do inglês 
altmetrics, encurtamento da expressão alternative 
metrics – métricas alternativas, em português), 
vão aos poucos se incorporando ao nosso cotidiano. 
Em alguns periódicos e repositórios, encontramos, junto 
aos dados de download, informações sobre quantas vezes 
o arquivo foi compartilhado. Para alguns, as altmetrias 
podem ser indicadores do impacto social da ciência, algo 
importante para a sociedade que quer e deve acompanhar 
o que se faz com os recursos públicos investidos em 
ciência. 
 Mas quais seriam essas métricas? Podemos lançar o 
olhar para a disseminação dos conteúdos em tuítes e 
posts de divulgação, ver a interação dos usuários a partir 
desses posts (as tais curtidas e reações do Facebook e 
corações do Twitter), os downloads dos artigos e sua 
incorporação em gestores de referência como o Mendeley 
e a geração de conteúdo a partir do uso dos artigos em 
documentos como blogues, sites e Wikipedia. Podemos 
avaliar quantitativamente as diferentes reações (no caso 
do Facebook), redes de relações e compartilhamentos 
dos usuários, ler os comentários e respostas, enfim, ver 
todo esse processo que vai da divulgação científica ao 
diálogo entre pares, em um olhar sobre a ciência e sua 
disseminação e comunicação. 
 Outro ponto importante é reconhecer os diferentes 
níveis de engajamento representados por cada ato nas 
redes sociais. Um clique no botão ‘curtir’, por exemplo, 
é um tipo de engajamento superficial, que pode ser uma 
demonstração de interesse, mas demanda pouco esforço 
do usuário. Se queremos transformar os tais polegares e 
corações em indicadores, eles precisam estar refletindo 
mais do que mera repercussão viral e ir mais fundo. 
Fábio Castro Gouveia (Fundação Oswaldo Cruz) e Iara Vidal 
Pereira de Souza (UFRJ). Revista Ciência Hoje, edição 348, 
outubro de 2018. Disponível em: <http://cienciahoje.org.br/
artigo/a-ciencia-compartilhada-na-rede/> (Adaptação).
Com base nessa leitura, escreva um texto argumentativo 
sobre a relação entre ciência e redes sociais, procurando 
dar uma resposta à questão que se levanta no primeiro 
parágrafo: não seria interessante considerar a altmetria 
uma nova forma de medir os impactos da ciência? 
Seu texto deverá:
• contextualizar o tema; 
• conter um posicionamento, com as devidas justificativas, 
acerca do uso da altmetria para avaliar os impactos da 
ciência; 
• identificar e opor pontos positivos e pontos negativos do 
uso da altmetria; 
• apresentar os elementos formais e discursivos característicos 
de um texto argumentativo.
Frente A Módulo 03
10 Coleção 6V
04. (UFSC–2016) Considere os textos a seguir e escreva uma 
dissertação sobre o papel das festas populares na 
continuidade de uma memória coletiva.
 As festas podem ser examinadas do ponto de vista da 
atividade lúdica, mas também como um acontecimento 
de integração da realidade das comunidades envolvidas, 
no sentido de avaliar seu potencial como formadora da 
cidadania, da conscientização e da participação social. 
[...] Ao expor a cultura, a memória histórica e os usos dos 
povos, as festas populares podem subverter as propostas 
de turismo predatório, beneficiando as comunidades 
envolvidas em tal atividade.
FERREIRA, Maria Narareth. Comunicação, resistência e 
cidadania: as festas populares. Comunicação e informação, 
v. 9, n. 1, p. 111-117, 2006 (Adaptação).
Disponível em: <http://tokdehistoria.com.br/tag/ariano-
suassuna>. Acesso em: 01 out. 2015.
As festas populares são momentos ímpares de expressão 
e de manifestação da cultura popular, de sociabilidade, 
integrando diversas tradições, nas quais as camadas 
populares se envolvem com intensidade. As festas 
possuem um potencial para se tornarem um momento 
de manifestação popular ou mesmo de quebra de 
comportamentos padronizados.
SOUZA, João Carlos de. O caráter religioso e 
profano das festas populares: Corumbá, passagem do século 
XIX ao XX. Revista Brasileira de História, São Paulo, 
v. 24, n. 48, p. 331-351, 2004.
EXERCÍCIOS 
PROPOSTOS
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
de 01 a 04.
Lembrando e pensando a TV
	 Houve	um	tempo	em	que	a	TV	−	acreditem,	ó	jovens!	− 
ainda não existia. Ouvia-se rádio, ia-se ao cinema. Mas um 
dia chegou às casas das pessoas um aparelho com o som 
vivo do rádio acoplado a vivas imagens, diferentes das do 
cinema, imagens chegadas de algum lugar do presente, 
“ao vivo”. Logo saberíamos que todas as imagens do 
mundo, inclusive os filmes do cinema, poderiam estar ao 
nosso alcance, naquela telinha da sala. Modificaram-se os 
hábitos das famílias, seus horários, sua disponibilidade, 
seus valores. A TV chegou para reinar.
 A variedade da programação já indicava o amplo 
alcance do novo veículo: notícias, reportagens, musicais, 
desenhos animados, filmes, propagandas, seriados, 
esportes,	 programas	 humorísticos,	 peças	 de	 teatro	−	
tudo desfilava ali, diante dos nossos olhos, ainda no 
tubo comandado por grandes válvulas e com imagem 
em preto e branco. Boa parte dos primeiros aparelhos de 
TV tinham telas de 16 a 21 polegadas, acondicionadas 
numa enorme e pesada caixa de madeira. Havia uns 
três ou quatro canais, com alcance bastante limitado e 
programação restrita a cinco ou seis horas por dia. Mais 
tarde as transmissões passariam a ser via satélite e 
ocupariam as 24 horas do dia.
 Os custos da programação eram pagos pela publicidade, 
que tomava boa partedo tempo de transmissão. Vendia-se 
de tudo, de automóveis a margarina, de xaropes para 
tosse a apartamentos. Filmetes gravados e propagandas 
ao vivo sucediam-se e misturavam-se a notícias 
sobre exploração espacial, enquanto documentários 
estrangeiros falavam da revolução russa, da II Guerra, 
do nazismo e do fascismo, das convicções pacifistas de 
Gandhi, das ideias do físico Einstein sobre a criação e a 
legitimação da ONU etc. etc. Já as incursões históricas 
propiciadas pelos filmes nos levavam ao tempo de Moisés 
e do Egito Antigo, ao Império Romano e advento do 
Cristianismo, tudo entremeando-se ao humor de Chaplin, 
às caretas de Jerry Lewis e às trapalhadas das primeiras 
comédias nacionais do gênero chanchada. Houve também 
o tempo em que as famílias se agrupariam diante dos 
festivais da canção, torcendo por músicas de protesto, 
baladas românticas ou de ritmos populares “de raiz”. 
Enfim, a TV oferecia a um público extasiado um espetáculo 
variadíssimo, tudo nas poucas polegadas do aparelho, que 
não tardou a incorporar outras medidas, outros sistemas 
de funcionamento, projeção em cores e controle remoto.
 As telas de plasma, o processo digital e a interface 
com a informática foram dotando a TV de muitos outros 
recursos, até que, bem mais tarde, tivesse que enfrentar 
a concorrência de outras telas, muito menores, portáteis, 
disponíveis nos celulares, carregados de aplicativos e 
serviços. Apesar disso, nada indica que a curto prazo 
desapareçam da casa os aparelhos de TV, enriquecidos 
agora por incontáveis dispositivos.
 No plano da cultura e da educação, a televisão 
teve e tem papel importante. Os telecursos propiciam 
informação escolar específica nas áreas de Matemática, 
Física, História, Química, Língua e Literatura, 
fazendo as vezes da educação formal por meio de 
incontáveis dispositivos pedagógicos, inclusive a 
dramatização de conteúdos. Aqui e ali há entrevistas 
com artistas, políticos, pensadores e personalidades 
várias, atualizando ideias e promovendo seu debate. 
No campo da política, é relevante, às vezes decisivo, 
o papel que a TV tem na formação da opinião pública. 
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Planejamento do Texto Dissertativo-Argumentativo
A ecologia conta, também, com razoável cobertura, 
informando, por exemplo, sobre os benefícios da 
reciclagem de lixo, da cultura de produtos orgânicos e da 
energia solar.
 Seja como forma de entretenimento, veículo de 
informação, indução aos debates e repercussão atualizada 
dos grandes temas de interesse social, a TV vem garantindo 
seu espaço junto a bilhões de pessoas no mundo todo. Por 
meio dela, acompanhamos ao vivo momentos agudos 
da política internacional, a divulgação de um novo plano 
econômico do governo, a escalada da violência urbana. 
Ao toque de uma tecla do controle remoto, você pode se 
transferir, aleatoriamente, do palco de um ataque terrorista 
para o final meloso de uma comédia romântica.
 Numa espécie de espelhamento multiplicativo e 
fragmentário da nossa vida e dos poderes da nossa 
imaginação, a TV vem acompanhando os passos da vida 
moderna e ditando, mesmo, alguns deles, sem dar sinal 
de que deixará tão cedo de nos fazer companhia.
Percival de Lima e Souto, inédito.
01. (PUC-Campinas-SP–2018) É correto afirmar que o autor 
do texto,
A) dialogando com jovens que não conhecem a história 
da TV, tem como objetivo levá-los, pela narrativa de 
fatos reais, a reconhecer a boa qualidade da televisão 
no tempo da sua chegada às casas de seus avós, 
quando concentrava seu interesse em grandes temas: 
revoluções, Gandhi, Einstein, tempos históricos.
B) adotando o ponto de vista de quem não somente 
viveu a chegada da TV em sua casa, mas também o 
processo gradativo da transformação desse veículo, 
expõe essa trajetória, associando a exposição a 
comentários acerca da presença e valor da televisão.
C) comparando o tempo em que a TV ainda não existia 
e o tempo em que surgiu, busca comprovar que a 
chegada do veículo inaugurou avanço cultural; para 
isso, descreve e analisa os hábitos das pessoas nos 
distintos momentos, assim como o conteúdo veiculado 
no início das transmissões.
D) dissertando sobre a TV – seu surgimento e sua 
constante atualização –, valoriza o modo de captação 
de recursos quando a televisão ainda não conhecia 
a projeção em cores ou o controle remoto, com a 
finalidade de estabelecer comparação com o que 
ocorre na atualidade.
E) baseando-se na memória de um tempo em que a TV 
não existia, faz um levantamento do que se ganhou 
e se perdeu com a presença da televisão nas casas 
das pessoas, com o propósito de comprovar que a 
televisão já teve um papel social relevante na vida 
familiar.
02. (PUC-Campinas-SP–2018) Entende-se corretamente do 
parágrafo 1:
A) Os hábitos, em certo tempo, de ouvir-se rádio e 
ir-se ao cinema determinaram o fato de, nesse tempo, 
a TV ainda não existir.
B) A estranheza que o aparelho de TV causou nas 
pessoas que o viram pela primeira vez produziu tal 
efeito que passaram a imaginar indevidamente que 
“todas as imagens do mundo” poderiam estar ao 
alcance delas.
C) O conjunto de modificações ocorridas no interior das 
famílias constitui evidência de que “A TV chegou para 
reinar”.
D) A presença conjunta de frases sem sujeito determinado 
(“Ouvia-se rádio” / “ia-se ao cinema”) e frase com 
sujeito marcado (“nós”, em “Logo saberíamos”) 
mostra que as pessoas referidas como “nós” não 
tinham o costume de ouvir rádio e ir ao cinema.
E)	 Em	“acreditem,	ó	jovens!”,	está	expressa	uma	súplica,	
que deixa transparecer a ideia subentendida de que os 
jovens não acreditarão no autor, pois não acreditam 
naquilo que não vejam com seus próprios olhos.
03. (PUC-Campinas-SP–2018) Considere o último parágrafo 
do texto e leia as afirmações que seguem.
I. A TV reflete, em modo próprio, não somente o que 
experimentamos de fato no nosso cotidiano, como 
também o que nosso imaginário pode produzir.
II. A TV e a sociedade em que ela se insere chegam a 
espelhar-se mutuamente.
III. A vida moderna é tão repetitiva e truncada que a 
TV, por sua natureza multiplicativa e fragmentária, 
torna-se o veículo mais adequado para representar 
a contemporaneidade.
O parágrafo confirma o que está apenas em
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) I e III.
04. (PUC-Campinas-SP–2018) O segmento do texto que está 
traduzido sem que o sentido original seja prejudicado é:
A) “fazendo as vezes da educação formal” / substituindo, 
em algumas circunstâncias, o papel das escolas 
tradicionais.
B) “por meio de incontáveis dispositivos pedagógicos” / 
pela aquisição de aparelhos pedagógicos numerosos 
demais.
Frente A Módulo 03
12 Coleção 6V
C) “Aqui e ali há entrevistas” / entrevistas alcançam 
desde as áreas mais próximas até as mais longínquas.
D) “é relevante, às vezes decisivo, o papel que a TV tem 
na formação da opinião pública” / nem sempre o papel 
da TV na formação da opinião pública se sobressai ou 
se torna decisivo.
E) “A ecologia conta, também, com razoável cobertura” / 
É boa a participação de reportagens, também, no 
campo da ecologia.
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
05 e 06.
Consumidor controlado: um produto à venda
 O capitalismo contemporâneo se ergue sobre 
uma imensa capacidade de processamento digital e 
metaboliza as forças vitais e as práticas da vida cotidiana 
com voracidade inaudita, criando necessidades e 
lançando constantemente novas mercadorias, serviços 
e subjetividades. Estas últimas constituem produtos 
muito especiais, que são adquiridos e de imediato 
descartados pelos diversos tipos de consumidores aos 
quais se destinam, alimentando uma espiral de consumo 
em aceleração crescente. Assim, a ilusão de uma 
identidade fixa e estável, característica da sociedade 
moderna e industrial, vai cedendo terreno aos “kits de 
perfis-padrão” ou “identidade prêt-à-porter”, segundo 
as denominações da psicanalista brasileira Suely Rolnik. 
Trata-se de modelossubjetivos efêmeros, descartáveis, 
sempre vinculados aos voláteis interesses do mercado. 
 Atualmente, tanto as noções de massa e de povo 
quanto a própria ideia de indivíduo moderno estão 
perdendo força. No lugar dessas figuras, outras emergem. 
O papel do consumidor, por exemplo, assume relevância 
cada vez maior. Mais do que integrar uma massa ou 
um povo – como os cidadãos dos Estados-nação da era 
industrial –, ele faz parte de diversas amostras, nichos 
de mercado, segmentos de público e bancos de dados. 
 O sujeito da sociedade contemporânea detém 
cada vez mais cartões, chips e senhas de acesso – 
todos dispositivos digitais. De maneira crescente, 
a identificação do consumidor passa pelo seu perfil: uma 
série de dados sobre sua condição socioeconômica, seus 
hábitos e suas preferências de consumo. Todas essas 
informações se acumulam por meio do preenchimento 
de fichas de cadastro e formulários de pesquisa, que são 
processados digitalmente para serem armazenados em 
bancos de dados conectados em rede. Estes, por sua vez, 
serão acessados, vendidos, comprados e usados pelas 
empresas em suas estratégias de marketing. Desse modo, 
o consumidor passa a ser, ele mesmo, um produto à venda.
 Uma amostra desse processo é uma tendência bem 
atual que se verifica, sobretudo, na Internet, onde as 
empresas mais cotadas do momento oferecem uma 
variedade de serviços gratuitos a grandes quantidades de 
usuários, em troca dos quais estes devem fornecer dados 
sobre seus perfis. Tais informações são muito valiosas em 
termos de marketing, pois permitem enviar publicidade 
direcionada de acordo com cada tipo de consumidor, além 
de terem uma infinidade de outros usos, atuais e futuros. 
Assim, sem pedir dinheiro em troca, são oferecidos 
serviços cada vez mais fundamentais para os sujeitos 
contemporâneos: contas de correio eletrônico ou páginas 
nas redes sociais, espaço para armazenar ou compartilhar 
arquivos, bem como para publicar sites ou blogs, acesso 
ao conteúdo de revistas e jornais, sistemas de busca de 
informações, inclusive a própria conexão à Internet. Mas, 
em todos esses casos, o produto comprado e vendido é 
ele: o consumidor.
SIBILIA, Paula. O homem pós-orgânico: a alquimia dos corpos 
e das almas à luz das tecnologias digitais. 2. ed. 
Rio de Janeiro: Contraponto, 2015. p. 34-36 (Adaptação).
05. (UEG/UAB–2017) De acordo com a argumentação da 
autora, o sujeito social contemporâneo 
A) investe uma grande quantidade de recursos 
financeiros na aquisição de produtos tecnológicos 
e digitais como meios para alcançar a realização 
pessoal. 
B) tem sua identidade e seu valor constituídos a partir 
dos dados presentes em seus perfis digitais e dos 
papéis que ocupa na sociedade de consumo. 
C) elabora seus projetos particulares, especialmente 
aqueles relacionados à carreira profissional e ao lazer, 
tendo como base modelos culturais tradicionais. 
D) fundamenta sua trajetória social na noção de divisão 
de classes, cada vez mais enfatizada pelos modos de 
consumo da sociedade contemporânea. 
E) constrói sua imagem corporal a partir dos cuidados 
com o corpo e com a manipulação das imagens 
fotográficas exibidas no mundo digital.
06. (UEG/UAB–2017) O quarto parágrafo do texto desempenha 
a seguinte função argumentativa: 
A) desenvolve uma contra-argumentação à ideia 
defendida pela autora. 
B) expõe um quadro comparativo para contrastar duas 
ideias opostas. 
C) exemplifica a ideia apresentada no final do parágrafo 
anterior. 
D) explica, a partir de conceitos abstratos, o cenário social. 
E) apresenta uma síntese conclusiva das ideias do texto.
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Planejamento do Texto Dissertativo-Argumentativo
SEÇÃO ENEM
01. (Enem–2019) 
Emagrecer sem exercício?
Hormônio aumenta a esperança de perder gordura sem 
sair do sofá. A solução viria em cápsulas
 O sonho dos sedentários ganhou novo aliado. 
Um estudo publicado na revista científica Nature, em 
janeiro, sugere que é possível modificar a gordura corporal 
sem fazer exercício. Pesquisadores do Dana-Farber Cancer 
Institute e da Escola de Medicina de Harvard, nos EUA, 
isolaram em laboratório a irisina, hormônio naturalmente 
produzido pelas células musculares durante os exercícios 
aeróbicos, como caminhada, corrida ou pedalada. 
A substância foi aplicada em ratos e agiu como se eles 
tivessem se exercitado, inclusive com efeito protetor 
contra o diabetes.
 O segredo foi a conversão de gordura branca – aquela 
que estoca energia inerte e estraga nossa silhueta – 
em marrom. Mais comum em bebês, e praticamente 
inexistente em adultos, esse tipo de gordura serve para 
nos aquecer. E, nesse processo, gasta uma energia 
tremenda. Como efeito colateral, afinaria nossa silhueta.
 A expectativa é que, se o hormônio funcionar da 
mesma forma em humanos, surja em breve um novo 
medicamento para emagrecer. Mas ele estaria longe 
de substituir por completo os benefícios da atividade 
física. “Possivelmente, existem muitos outros hormônios 
musculares liberados durante o exercício e ainda não 
descobertos”, diz o fisiologista Paul Coen, professor 
assistente da Universidade de Pittsburgh, nos EUA. 
A irisina não fortalece os músculos, por exemplo. E para 
ficar com aquele tríceps de fazer inveja só o levantamento 
de controle remoto não daria conta.
LIMA, F. Galileu. São Paulo, n. 248, mar. 2012.
Para convencer o leitor de que exercício físico é 
importante, o autor usa a estratégia de divulgar que 
A) a falta de exercício físico não emagrece e desenvolve 
doenças. 
B) se trata de uma forma de transformar a gordura 
branca em gordura de emagrecer. 
C) a irisina é um hormônio que apenas é produzido com 
o exercício físico. 
D) o exercício é uma forma de afinar a silhueta por 
eliminar a gordura branca. 
E) se produzem outros hormônios e há outros benefícios 
com exercício.
02. (Enem–2017)
Textos e hipertextos: procurando o equilíbrio
 Há um medo por parte dos pais e de alguns professores 
de as crianças desaprenderem quando navegam, medo de 
elas viciarem, de obterem informação não confiável, de 
elas se isolarem do mundo real, como se o computador 
fosse um agente do mal, um vilão. Esse medo é reforçado 
pela mídia, que costuma apresentar o computador como 
um agente negativo na aprendizagem e na socialização 
dos usuários. Nós sabemos que ninguém corre o risco 
de desaprender quando navega, seja em ambientes 
digitais ou em materiais impressos, mas é preciso ver o 
que se está aprendendo e algumas vezes interferir nesse 
processo a fim de otimizar ou orientar a aprendizagem, 
mostrando aos usuários outros temas, outros caminhos, 
outras possibilidades diferentes daquelas que eles 
encontraram sozinhos ou daquelas que eles costumam 
usar. É preciso, algumas vezes, negociar o uso para que 
ele não seja exclusivo, uma vez que há outros meios 
de comunicação, outros meios de informação e outras 
alternativas de lazer. É uma questão de equilibrar e não 
de culpar.
COSCARELLI, C. V. Linguagem em 
(Dis)curso, n. 3, set. / dez. 2009.
A autora incentiva o uso da Internet pelos estudantes, 
ponderando sobre a necessidade de orientação a esse 
uso, pois essa tecnologia
A) está repleta de informações confiáveis que constituem 
fonte única para a aprendizagem dos alunos.
B) exige dos pais e professores que proíbam seu uso 
abusivo para evitar que se torne um vício.
C) tende a se tornar um agente negativo na aprendizagem 
e na socialização de crianças e jovens.
D) possibilita maior ampliação do conhecimento de 
mundo quando a aprendizagem é direcionada.
E) leva ao isolamento do mundo real e ao uso exclusivo 
do computador se a navegação for desmedida.
03. (Enem–2016) O livro A fórmula secreta conta a história 
de um episódio fundamental para o nascimento da 
matemática moderna e retrata uma das disputas mais 
virulentas da ciência renascentista. Fórmulas misteriosas, 
duelos públicos, traições, genialidade, ambição – e 
matemática!	Esse	é	o	 instiganteuniverso	apresentado	
no livro, que resgata a história dos italianos Tartaglia e 
Cardano e da fórmula revolucionária para resolução de 
equações de terceiro grau. A obra reconstitui um episódio 
polêmico que marca, para muitos, o início do período 
moderno da matemática.
Frente A Módulo 03
14 Coleção 6V
 Em última análise, A fórmula secreta apresenta-se 
como uma ótima opção para conhecer um pouco mais 
sobre a história da matemática e acompanhar um dos 
debates científicos mais inflamados do século XVI no 
campo. Mais do que isso, é uma obra de fácil leitura e 
uma boa mostra de que é possível abordar temas como 
álgebra de forma interessante, inteligente e acessível ao 
grande público.
GARCIA, M. Duelos, segredos e matemática. 
Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br>. 
 Acesso em: 06 out. 2015 (Adaptação).
Na construção textual, o autor realiza escolhas para 
cumprir determinados objetivos. Nesse sentido, a função 
social desse texto é
A) interpretar a obra a partir dos acontecimentos da 
narrativa.
B) apresentar o resumo do conteúdo da obra de modo 
impessoal.
C) fazer a apreciação de uma obra a partir de uma síntese 
crítica.
D) informar o leitor sobre a veracidade dos fatos descritos 
na obra.
E) classificar a obra como uma referência para estudiosos 
da matemática.
04. (Enem) Embora particularidades na produção mediada 
pela tecnologia aproximem a escrita da oralidade, isso 
não significa que as pessoas estejam escrevendo errado. 
Muitos buscam, tão somente, adaptar o uso da linguagem 
ao suporte utilizado:
 “O contexto é que define o registro da língua. Se existe 
um limite de espaço, naturalmente, o sujeito irá usar mais 
abreviaturas, como faria no papel”, afirma um professor do 
Departamento de Linguagem e Tecnologia do Cefet-MG. 
Da mesma forma, é preciso considerar a capacidade do 
destinatário de interpretar corretamente a mensagem 
emitida. No entendimento do pesquisador, a escola, 
às vezes, insiste em ensinar um registro utilizado apenas 
em contextos específicos, o que acaba por desestimular 
o aluno, que não vê sentido em empregar tal modelo 
em outras situações. Independentemente dos aparatos 
tecnológicos da atualidade, o emprego social da língua 
revela-se muito mais significativo do que seu uso escolar, 
conforme ressalta a diretora de Divulgação Científica da 
UFMG: “A dinâmica da língua oral é sempre presente. 
Não falamos ou escrevemos da mesma forma que nossos 
avós”. Some-se a isso o fato de os jovens se revelarem 
os principais usuários das novas tecnologias, por meio 
das quais conseguem se comunicar com facilidade. 
A professora ressalta, porém, que as pessoas precisam 
ter discernimento quanto às distintas situações, a fim de 
dominar outros códigos.
SILVA JR., M. G.; FONSECA, V. Revista Minas Faz Ciência, 
n. 51, set. / nov. 2012 (Adaptação).
Na esteira do desenvolvimento das tecnologias de 
informação e de comunicação, usos particulares da escrita 
foram surgindo. Diante dessa nova realidade, segundo o 
texto, cabe à escola levar o aluno a
A) interagir por meio da linguagem formal no contexto 
digital.
B) buscar alternativas para estabelecer melhores 
contatos online.
C) adotar o uso de uma mesma norma nos diferentes 
suportes tecnológicos.
D) desenvolver habilidades para compreender os textos 
postados na web.
E) perceber as especificidades das linguagens em 
diferentes ambientes digitais.
05. (Enem)
Palavras jogadas fora
 Quando criança, convivia no interior de São Paulo 
com o curioso verbo pinchar e ainda o ouço por lá 
esporadicamente. O sentido da palavra é o de “jogar fora” 
(pincha fora essa porcaria) ou “mandar embora” (pincha 
esse fulano daqui). Teria sido uma das muitas palavras 
que ouvi menos na capital do estado e, por conseguinte, 
deixei de usar. Quando indago às pessoas se conhecem 
esse verbo, comumente escuto respostas como “minha 
avó fala isso”. Aparentemente, para muitos falantes, esse 
verbo é algo do passado, que deixará de existir tão logo 
essa geração antiga morrer.
 As palavras são, em sua grande maioria, resultados 
de uma tradição: elas já estavam lá antes de nascermos. 
“Tradição”, etimologicamente, é o ato de entregar, 
de passar adiante, de transmitir (sobretudo valores 
culturais). O rompimento da tradição de uma palavra 
equivale à sua extinção. A gramática normativa muitas 
vezes colabora criando preconceitos, mas o fator mais 
forte que motiva os falantes a extinguirem uma palavra é 
associar a palavra, influenciados direta ou indiretamente 
pela visão normativa, a um grupo que julga não o ser 
o seu. O pinchar, associado ao ambiente rural, onde há 
pouca escolaridade e refinamento citadino, está fadado 
à extinção?
 É louvável que nos preocupemos com a extinção de 
ararinhas-azuis ou dos micos-leão-dourados, mas a 
extinção de uma palavra não promove nenhuma comoção, 
como não nos comovemos com a extinção de insetos, 
a não ser dos extraordinariamente belos. Pelo contrário, 
muitas vezes a extinção das palavras é incentivada.
VIARO, M. E. Língua Portuguesa, n. 77, 
mar. 2012 (Adaptação).
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15Bernoulli Sistema de Ensino
Planejamento do Texto Dissertativo-Argumentativo
A discussão empreendida sobre o (des)uso do verbo “pinchar” nos traz uma reflexão sobre a linguagem e seus usos, a partir 
da qual compreende-se que
A) as palavras esquecidas pelos falantes devem ser descartadas dos dicionários, conforme sugere o título.
B) o cuidado com espécies animais em extinção é mais urgente do que a preservação de palavras.
C) o abandono de determinados vocábulos está associado a preconceitos socioculturais.
D) as gerações têm a tradição de perpetuar o inventário de uma língua.
E) o mundo contemporâneo exige a inovação do vocabulário das línguas.
06.
Texto I
 [...] Os objetivos da educação mudaram muito e com isso mudaram também os desafios que a escola enfrenta, sendo 
estes hoje muito mais exigentes do que no passado. Hoje é necessário que todos os jovens frequentem a escola e que todos 
aprendam. Esta mudança nos objetivos da educação requer alterações profundas na configuração dos sistemas de ensino, 
nos princípios de organização das escolas, no estatuto e no papel dos professores, no trabalho pedagógico, nos recursos e 
nos instrumentos de ensino, nas exigências e responsabilidades que são colocadas aos agentes do sistema de educação. Uma 
das principais alterações é que, hoje, as escolas, os professores e os sistemas educativos são considerados tanto melhores 
quanto menor for o insucesso escolar e quanto melhores forem os resultados escolares obtidos pelos alunos.
 A tradução prática desta alteração profunda chama-se diversidade e o principal problema é de integração desta diversidade. 
Quando todos os jovens de um país estão na escola aumenta muito a heterogeneidade dos alunos no que respeita à origem 
social, às condições económicas e background escolar das famílias, aos recursos educativos em casa, às capacidades individuais 
e vocacionais, aos ritmos de aprendizagem e à diversidade dos interesses. A sociedade inteira, com todos os problemas de 
desigualdade, passa a estar no interior da escola. [...] A diversidade dos problemas requer diversidade de soluções. A desigualdade 
na escola requer medidas e ações que permitam mitigar os efeitos dessa desigualdade: requer diversidade de instrumentos, 
de meios, de estratégias, de agentes, requer uma nova geração de políticas que permitam às escolas e aos professores 
diversificar os meios de ação para, com mais autonomia profissional, acionarem as competências técnicas e profissionais, 
tomarem as decisões que se revelam necessárias à resolução dos problemas. [...]
RODRIGUES, Maria de Lourdes. © CIES – Centro de Investigação e Estudos de Sociologia. 
Os desafios da política de educação no século XXI. Disponível em: <https://journals.openedition.org/spp/904>. 
Acesso em: 08 nov. 2019. [Fragmento]
Texto II
Conheça o Brasil – População – Educação
 [...]O nível de instrução foi estimado para as pessoas de 25 anos ou mais de idade, pois pertencem a um grupo etário que 
já poderia ter concluído o seu processo regular de escolarização.
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%
3,6%
33,8%
Sem insrução
Fundamental incompleto
Nível de instrução das pessoas com 25 anos
de idade ou mais (Brasil – 2017)
Fundamental completo
Médio incompleto
Médio completo
Superior incompleto
Superior completo
IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) 2017.
Frente A Módulo 03
16 Coleção 6V
 No Brasil, a proporção de pessoas de 25 anos ou mais 
de idade que finalizaram a educação básica obrigatória, 
ou seja, concluíram, no mínimo, o ensino médio, passou 
de 45,0%, em 2016, para 46,1%, em 2017. Também em 
2017, 49,5% da população de 25 anos ou mais de idade 
estava concentrada nos níveis de instrução até o ensino 
fundamental completo ou equivalente; 26,8% tinham 
o ensino médio completo ou equivalente; e 15,7%, 
o superior completo. O acesso à Educação de qualidade é 
direito fundamental para o desenvolvimento da cidadania 
e ampliação da democracia. Os investimentos públicos 
em educação são de extrema importância para a redução 
da pobreza, criminalidade e ampliação do crescimento 
econômico, bem-estar e acesso aos direitos fundamentais 
pela população.
Disponível em: <https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-
brasil/populacao/18317-educacao.html>. 
Acesso em: 18 jan. 2019.
Texto III
Prioridade para 2019 é implementar o PNE, 
afirmam deputados ligados à educação
Na opinião de parlamentares da Comissão de 
Educação, a falta de recursos está inviabilizando a 
implementação do Plano
 Aprovado pelo Congresso Nacional em 2014 e com 
vigência de 10 anos, o Plano Nacional de Educação (PNE) é 
umas prioridades para este ano, na opinião de deputados 
que atuam na área.
 Implementado de forma desigual, o PNE já conseguiu, 
por exemplo, que cerca de 92% das crianças entre quatro 
e cinco anos tenham acesso à educação infantil. A meta 
era universalizar esse item até 2016, o que só deve 
acontecer em 2024.
 Outras metas, no entanto, estão bem distantes de 
serem cumpridas. No item que trata da formação de 
jovens e adultos integrada à educação profissional, o 
índice está muito abaixo do previsto até 2024. A meta 
é oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação 
de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, 
com cursos profissionalizantes. Em 2015, o percentual 
era de 3%, mas esse índice caiu para 1,5% em 2017.
Evasão
 Para 2019, a expectativa é que o tema continue sendo 
discutido. Afinal de contas a educação envolve 49 milhões 
de estudantes, baixos índices de aprendizagem e quase 
três milhões de crianças e jovens fora da escola. [...]
 A evasão escolar e o aprendizado deficiente têm 
maior impacto entre as famílias mais pobres, onde os 
alunos frequentam escolas sem estrutura que garanta a 
qualidade do ensino. Outro grande problema da educação 
no Brasil é o alto índice de evasão escolar entre os alunos 
de 15 a 17 anos, faixa na qual 15% deles não vão à escola.
Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/camaranoticias/
noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/570527-PRIORIDADE-
PARA-2019-E-IMPLEMENTAR-O-PNE,-AFIRMAM-DEPUTADOS-
LIGADOS-A-EDUCACAO.html>. Acesso em: 10 jan. 2019. 
[Fragmento]
Proposta de redação
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos 
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, 
redija um texto dissertativo-argumentativo em norma- 
-padrão da Língua Portuguesa sobre o tema A educação 
no Brasil do século XXI: avanços e desafios, 
apresentando proposta de ação social, que respeite os 
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de 
forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa 
de seu ponto de vista.
07. (Enem) A partir da leitura dos textos motivadores 
seguintes e com base nos conhecimentos construídos 
ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo- 
-argumentativo em norma-padrão da Língua Portuguesa 
sobre o tema Publicidade infantil em questão no 
Brasil, apresentando proposta de intervenção, que 
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e 
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos 
para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
 A aprovação, em abril de 2014, de uma resolução que 
considera abusiva a publicidade infantil, emitida pelo 
Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente 
(Conanda), deu início a um verdadeiro cabo de guerra 
envolvendo ONGs de defesa dos direitos das crianças e 
setores interessados na continuidade das propagandas 
dirigidas a esse público.
 Elogiada por pais, ativistas e entidades, a resolução 
estabelece como abusiva toda propaganda dirigida 
à criança que tem “a intenção de persuadi-la para o 
consumo de qualquer produto ou serviço” e que utilize 
aspectos como desenhos animados, bonecos, linguagem 
infantil, trilhas sonoras com temas infantis, oferta de 
prêmios, brindes ou artigos colecionáveis que tenham 
apelo às crianças. 
 Ainda há dúvidas, porém, sobre como será a aplicação 
prática da resolução. E associações de anunciantes, 
emissoras, revistas e de empresas de licenciamento e 
fabricantes de produtos infantis criticam a medida e dizem 
não reconhecer a legitimidade constitucional do Conanda 
para legislar sobre publicidade e para impor a resolução 
tanto às famílias quanto ao mercado publicitário. Além 
disso, defendem que a autorregulamentação pelo 
Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária 
(Conar) já seria uma forma de controlar e evitar abusos.
IDOETA, P. A.; BARBA, M. D. A publicidade infantil deve ser 
proibida? Disponível em: <www.bbc.co.uk>. 
Acesso em: 23 maio 2014 (Adaptação).
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17Bernoulli Sistema de Ensino
Planejamento do Texto Dissertativo-Argumentativo
Texto II
Autorregula-
mentação
Não há leis 
nacionais, 
o setor cria 
normas e faz 
acordos com 
o governo
Alerta
Mensagens 
recomendam 
consumo moderado 
e alimentação 
saudável
Proibição parcial
Comerciais são 
proibidos em 
certos horários ou 
para determinadas 
faixas etárias
Personagens
Famosos e persona-
gens de desenhos 
não podem aparecer 
em anúncios de 
alimentos infantis
Proibido
Não é permitido 
nenhum tipo de 
publicidade para 
crianças
COREIA DO SUL
BRASIL
ITÁLIA
FRANÇA
IRLANDA
NORUEGA
SUÉCIA
BÉLGICA
AUSTRÁLIA
DINAMARCA
REINO UNIDO
QUÉBEC (Canadá)
ESTADOS UNIDOS
CHILE
Texto III
 Precisamos preparar a criança, desde pequena, para receber as informações do mundo exterior, para compreender o que 
está por trás da divulgação de produtos. Só assim ela se tornará o consumidor do futuro, aquele capaz de saber o que, como 
e por que comprar, ciente de suas reais necessidades e consciente de suas responsabilidades consigo mesma e com o mundo.
SILVA, A. M. D.; VASCONCELOS, L. R. A criança e o marketing: informações essenciais para proteger as crianças 
dos apelos do marketing infantil. São Paulo: Summus, 2012 (Adaptação).
GABARITO
Aprendizagem Acertei ______ Errei ______
01. 
•	•	 A) O autor afirma que a Internet é apenas potencialmente democrática. Para ser de fato democrática, é necessário que os 
usuários dominem os instrumentos do conhecimento, o que exige a possibilidade de acesso à aprendizagem de leitura e 
escrita e, evidentemente, de acesso à Internet, possibilidades essas associadas a privilégios culturais e sociais. 
•	•	 B) A utilização da Internet pressupõe professores de “carne e osso” para o ensino de leitura. Segundo o autor, não se aprende a 
ler naturalmente; aprende-se devagar, e é preciso saber ler para navegar na Web. Além disso, embora essa leitura se faça de 
forma fragmentada e rápida, são os livros, cujo uso se aprende na escola, que ensinam a dominar a velocidade da Internet. 
•	•	 02. A questão exige a leitura e o desenvolvimento das ideias implícitas na tirinha para expor o raciocínio do cientista Neil Degrasse sobre 
a necessidade de haver um contexto socioeconômicoadequado para que os gênios surjam. Ele defende que ciência, tecnologia e 
qualidade de vida estão interligados e, somente onde há garantias do Estado, os dois primeiros se desenvolvem. Por exemplo, Albert 
Einstein, físico e cientista, considerado um dos maiores gênios do século XX, nasceu na Europa, um continente mais desenvolvido. 
E, mesmo no contexto da Segunda Guerra, em que foi perseguido pelo nazismo, a origem de Einstein garantiu-lhe 
refúgio nos EUA e condições socioeconômicas para desenvolver sua genialidade, legando-nos, por exemplo, a formulação da 
Teoria da Relatividade. 
 Em contrapartida, nos países periféricos, como aqueles pertencentes ao continente africano, não seriam oferecidas oportunidades 
de as pessoas desenvolverem plenamente seus talentos, sua capacidade cognitiva, fazendo com que os gênios possam surgir. 
Segundo Neil Degrasse, a corrupção e o mau governo causam as desigualdades sociais que, por sua vez, impedem a descoberta 
e o desenvolvimento do potencial de conhecimentos das pessoas. Nesse sentido, para ele, o próximo Einstein pode estar 
morrendo na Etiópia, pois as condições sociais, econômicas e políticas onde está inserido impossibilitam que vá além da luta pela 
sobrevivência. 
•	•	 03. A questão propõe a redação de um texto dissertativo-argumentativo respondendo à questão: não seria interessante considerar a 
altimetria uma nova forma de medir os impactos da ciência? Essa pergunta está contida no texto-base. Para respondê-la, deve-se 
seguir o roteiro da proposta, que pode servir de referência para fazer o planejamento do texto, como trabalhado no módulo. 
Meu aproveitamento
Frente A Módulo 03
18 Coleção 6V
Para isso, é preciso:
 • contextualizar o tema (Quem perguntou? Onde? Qual argumento usou?) – Nesse momento da introdução da redação, cabe 
citar o texto-base e os autores que fizeram o questionamento e, também, expor a posição deles; 
 • conter seu posicionamento, com as devidas justificativas, acerca do uso da altmetria para avaliar os impactos da ciência (Qual 
é a posição a que defenderei? Concordo com os autores? Discordo deles?) – Essa parte é a formulação da tese (ainda na 
introdução do texto), em que se afirma o posicionamento sobre o tema, de modo a responder à questão; 
 • identificar e opor pontos positivos e pontos negativos do uso da altmetria (Quais argumentos fundamentam minha posição? 
Quais argumentos são contrários a ela? Por que esses argumentos contrários não se sustentam ou são limitados?) – 
Essa etapa do planejamento é o levantamento de argumentos para desenvolver o texto, em que são pensadas as ideias, 
os fatos, as opiniões que sustentam a sua posição a partir de argumentos favoráveis a ela e, posteriormente, a refutação 
dos argumentos contrários a esse ponto de vista. Pode-se apresentar um parágrafo de desenvolvimento com os argumentos 
fundamentando a tese e outro parágrafo com os argumentos contrários, mas de modo a refutá-los ou mostrar suas limitações; 
 • reafirmar o ponto de vista (tese) – No parágrafo final, deve-se retomar a tese e reafirmá-la. 
 É importante redigir o texto de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa, organizando-o de maneira clara, coerente 
e coesa.
•	•	 04. Nessa proposta, baseando-se nos textos apresentados na coletânea, deve-se redigir uma dissertação sobre o papel das festas 
populares na continuidade de uma memória coletiva. O primeiro texto trata do potencial cidadão intrínseco às festas populares, 
que teriam o poder de minimizar o que se chama de “turismo predatório”, trazendo benefícios para as comunidades, e não 
para grandes instituições, por exemplo. O segundo texto traz a representação de uma festa popular em xilogravura, técnica 
muito utilizada nos cordéis, também uma manifestação cultural popular. Já o terceiro texto enfatiza o caráter social dessas 
manifestações, que promoveriam certo sentido de comunidade, um momento que desvincularia um grupo de pessoas específicos 
de padrões sociais generalizados. No desenvolvimento do tema, pode-se partir dos textos motivadores para apresentar exemplos 
de festas populares vivenciados e observados no cotidiano, os quais podem validar um posicionamento em relação aos benefícios 
culturais dessas festas em qualquer localidade, seja nos centros urbanos ou no interior, uma vez que elas são capazes de gerar 
identificação entre os indivíduos e o espaço. Independentemente das considerações feitas na redação, é importante que o texto 
seja organizado de maneira clara, coerente e coesa, de acordo com a norma-padrão da língua.
Propostos Acertei ______ Errei ______
•	•	 01. B
•	•	 02. C
•	•	 03. D
•	•	 04. E
•	•	 05. B
•	•	 06. D
Seção Enem Acertei ______ Errei ______
•	•	 01. E
•	•	 02. D
•	•	 03. C
•	•	 04. E
•	•	 05. C
•	•	 06. Nessa proposta, deve-se elaborar um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “Educação brasileira no século XXI: avanços e 
desafios”. É importante observar o contexto da análise que é o século XXI, ou seja, o momento atual. Outro ponto é a exigência de 
se refletir sobre os avanços da educação brasileira e não somente enfocar os seus problemas (desafios). O tema já orienta quanto 
à possível organização do texto: contextualizar a educação brasileira atual, apontar e discutir avanços e desafios para, em seguida, 
apresentar a(s) proposta(s) de ação que contribua(m) para a superação dos problemas. O texto I serve para situar o tema, ao 
expor como a atualidade exige alterações significativas nos modelos educacionais, já que as escolas apresentam uma diversidade 
de perfis sociais, o que exige também uma diversidade de estratégias didático-pedagógicas e infraestrutura para atendê-los. 
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19Bernoulli Sistema de Ensino
Planejamento do Texto Dissertativo-Argumentativo
Há, assim, o avanço de uma maior inclusão social, a partir da democratização do acesso à educação formal, mas persiste 
desafio de se atender a esse público diverso. O texto II traz dados que mapeiam o nível de instrução dos jovens maiores de 
25 anos no Brasil, ou seja, uma parcela significativa da população economicamente ativa, com idade para ter concluído, pelo 
menos, o Ensino Médio. Percebe-se um quadro desafiador, já que menos da metade dos jovens tem ensino básico, e isso tem 
impactos sociais, culturais e econômicos significativos. Por um lado, houve o avanço na conquista da educação como um direito 
de todos; por outro, esse direito não foi concretizado, o que representa mais um entrave à formação educacional do brasileiro. 
O texto III também pode servir de referência para fundamentar a sua argumentação, já que traz informações sobre o PNE 
(Programa Nacional de Educação), um documento que estabelece metas para a educação brasileira e orienta a adoção de políticas 
públicas para o setor. Novamente percebem-se avanços, como o próprio documento que define índices quantificáveis para a 
melhoria da educação do país, com prazos para isso ser cumprido; mas há os desafios, como a falta de recursos (pode-se discutir, 
nesse caso, o impacto dos cortes e retenção das verbas para educação), a evasão escolar e a própria falha no cumprimento 
das metas do PNE por parte dos governantes. Os textos fornecem, assim, informações e dados que possibilitam a abordagem 
consistente do tema. Também, a partir deles, podem-se pensar as propostas para superação dos desafios, como a adoção de 
medidas para cumprir o PNE, por exemplo, a implementação de leis que garantam a manutenção das verbas previstas para a 
educação nos orçamentos da União e dos Estados, impedindo-se que haja o corte ou o contingenciamento (retenção) desses 
investimentos por parte dos governantes. É importante planejar o texto e redigi-lo de acordo com a norma-padrão da Língua 
Portuguesa, organizando-o de maneira clara, coerente e coesa.
•	•	 07. Nessa proposta, deve-se construir uma redação de acordo com as características do texto dissertativo-argumentativo, 
problematizando a publicidade

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