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01 - Introdução a Ciência Política

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� UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL
 Curso de Direito – 1ª Série - Unidade de Naviraí
� Material de Aula: Ciência Política
Capítulo 01 - Introdução a Ciência Política
1. Introdução
A ciência política é uma ciência social que estuda o exercício, a distribuição e a organização do poder na sociedade.
Como ciência social, procura estudar os fatos políticos, que envolvem tanto acontecimentos e processos políticos, como o comportamento político que se expressa concretamente na interação social.
Dentre outros, estuda os seguintes temas:
Processos eleitorais;
A resposta da população às decisões políticas tomadas pelas autoridades;
A constituição e a dinâmica dos partidos políticos e dos grupos de pressão;
Os impactos das mudanças políticas e suas consequências;
A organização das diferentes formas de governo;
As funções exercidas pelas autoridades no interior do Estado;
O processo político da tomada de decisões que afetam a sociedade global;
As diferentes relações de poder entre indivíduos diversos;
A ação dos grupos de influência;
A evolução do pensamento político.
1.1. O significado da política
O conceito de política foi legada pelos antigos gregos através da obra de Aristóteles Política.
O conceito de política é derivado do adjetivo originado de polis, que significa tudo que se refere à cidade e, consequentemente, o que é urbano, civil, público e até mesmo sociável e social.
O conceito de política é habitualmente empregado para indicar a atividade ou conjunto de atividades que têm de algum modo, como termo de referência, a polis, isto é, o Estado.
Aristóteles considera o homem um zoon politikon (animal político).
O conceito de política está intimamente relacionado com a noção de poder. Isto é, quem faz política busca ou exerce o poder – o homem exercendo poder sobre outro homem, ou sobre determinado grupo social – com o objetivo de obter alguma vantagem pessoal ou coletiva.
“Todo homem, que se entrega a política, aspira ao poder – seja porque o considere como instrumento a serviço da consecução de outros fins, ideais ou egoístas, seja porque deseje o poder ‘pelo poder’, para gozar do sentimento de prestigio que ele confere.” (Weber, 1970).
A política pode, também ser definida “como a atividade através da qual são conciliados os diferentes interesses, dentro de uma determinada unidade de governo, dando a cada um deles uma participação no poder, proporcional à sua importância para o bem-estar e a sobrevivência de toda a comunidade.”
Política é uma forma de governar nas sociedades divididas, sem o uso indevido da violência. 
Em outros termos, Max Weber explica que por política entende o conjunto de esforços feitos com vistas a participar do poder ou influenciar a divisão do poder, seja entre Estados, seja no interior de um único Estado.
Nesse contexto, designa todo o complexo de atividades que se realizam na prática para alcançar, exercer ou manter o poder estatal. A política, como atividade, é o conjunto de operações realizadas por indivíduos, grupos ou órgãos do Estado com o objetivo de obtenção do bem público.
A política, assim, inclui diferentes significados, mas todos de algum modo relacionados com posse, manutenção ou distribuição do poder.
Ao longo do século XX, com o aumento da complexidade das sociedades, e o aumento da capacidade de intervenção do homem possibilitado pelo formidável avanço das novas tecnologias, a política se torna ainda mais importante, necessitando da ampla participação nos processos de decisão que ocorrem nos diferentes ambitos de poder, em particular no Estado.
Foram decisões políticas que provocaram os grandes eventos marcantes do século XX, como as guerras mundiais, a decisão de lançar a bomba atômica, as grandes guerras da Coréia, do Vietnã entre inúmeras outras, além das decisões tomadas em relação à vida e à manutenção desta no planeta. Os grandes problemas colocados na agenda mundial hoje são problemas que passam necessariamente pela intervenção política.
Neste século XXI a política se insere em todos os aspectos da vida humana. O terrorismo, o aquecimento global, a diminuição da biodiversidade, a inserção social de imigrantes, a melhoria da qualidade de vida dos idosos, o aumento da inclusão social, entre tantos outros problemas, antes de serem ambientais, sociais ou culturais são essencialmente políticos, pois dependem de decisões tomadas no âmbito dos Estados, ou em fóruns internacionais em que estes continuam a ter total relevância e influência.
Enfim, mais do que nunca torna-se necessário que a política seja compreendida pelo homem comum, não existindo o chamado “analfabeto político”.
É nesse sentido que a política merece ser altamente louvada. Pois ela deve constituir a preocupação do homem livre, e sua existência é a verificação da liberdade.
2. Histórico
A política, como área do pensamento, é de remota tradição, se com o termo englobarmos os filósofos da política, os pensadores políticos, outros estudiosos da área das Ciências Sociais que iniciaram um estudo sistemático do fenômeno político, a exemplo de Aristóteles, Platão, Santo Agostinho, Maquiavel, Hobbes e tantos outros. Todavia, com a específica denominação de Ciência Política, no geral, quer-se referir a uma área do conhecimento que se institucionalizou no âmbito acadêmico anglo-saxão, particularmente nos Estados Unidos, com desdobramentos nos países desenvolvidos da então Europa Ocidental, chegando, em seguida, aos países do chamado Terceiro Mundo.
O estímulo ao desenvolvimento da Ciência Política dar-se-ia já à época da Primeira Guerra Mundial e, principalmente, ao final da Segunda Guerra Mundial. Nesse período, os EUA assumiram a posição de nova potência hegemônica mundial e, nos organismos internacionais, no âmbito das Nações Unidas, passaram a irradiar sua influencia. As missões de manutenção da paz e a preservação ou construção da democracia, em nome da qual o país participara da guerra, eram elementos que contribuíam para aumentar a demanda de especialistas na área da Política, o que fez proliferar cursos da disciplina de Ciência Política em universidades norte-americanas.
3. Objeto
O objeto da ciência política são os fatos ou fenômenos políticos, que são conceituados como: fato, ato ou situação concernente à formação, estrutura e atividade do poder do Estado. (Darcy Azambuja)
Os primeiros autores que se preocuparam com a política, dos quais temos registros históricos, foram os gregos, com destaque para Platão (427-347 a.C) e Aristóteles (384-322 a.C), que desenvolveram estudos sobre o governo da comunidade. A eles podem-se somar inúmeros outros considerados clássicos em ciência política, como Nicolau Maquiavel (1469-1527), Thomas Hobbes (1588-1679), John Locke (1632-1704), Alexis de Tocqueville (1805-1859) e Karl Marx (1818-1883), entre outros.
Todos esses autores escreveram obras de referencia que são utilizadas ate hoje, com contribuições que não podem ser ignoradas em nenhum estudo científico no campo da ciência política. No entanto cabe destacar o florentino Nicolau Maquiavel, pelo papel que desempenhou na construção de um novo modo de pensar o poder liberando o pensamento das amarras da teologia e da metafísica.
Independentemente das circunstâncias históricas, políticas e particulares que permitiram que Maquiavel escrevesse sua obra mais conhecida, O Príncipe, este livro teve um papel fundamental na teoria política. Esta, desde os tempos da Grécia antiga ate o renascimento, via o político em relação com a teologia, a ética e metafísica, constituindo uma forma de vida que implicava numa visão determinada do homem e da sociedade, um modelo de valores a partir do qual se pode adotar uma visão critica das políticas concretas.
Com O Príncipe, deixa-se de pensar o político a partir desse horizonte metafísico, moral ou teológico, partindo-se do pressuposto de que possui certa autonomia e cujo eixo são as relaçõesde poder e sua conservação; a política passa a ser entendida como um conjunto de técnicas, táticas e estratégias em função do poder. Desse modo se inicia o realismo político, premissa para a construção da ciência política.
Outra importante contribuição a teoria política veio de Karl Marx (1818-1883), cujas ideias influenciaram decisivamente o século XX. A principal contribuição de Marx e a sua visão materialista da história, que da primazia ao econômico na explicação das mudanças que ocorreram em outras esferas, como a da cultura e a da política.
Para Marx, as relações de produção determinam o modo pelo qual a sociedade se organiza para utilizar as forças produtivas, e ao mesmo tempo são criadas diferentes estruturas políticas baseadas em classes sociais, que servirão de instrumento de dominação de uma pela outra. As mudanças sociais e históricas ocorrem, principalmente, pelo desenvolvimento da infraestrutura econômica, e não tanto devido a superestrutura política e ideológica.
Procurando uma definição para Ciência Política, Maurice Duverger remete ao poder, que para ele é constituído “pelo conjunto de instituições referentes a autoridade, isto é, ao domínio de certos homens sobre os outros”. E sendo assim, a ciência política se define “como ciência das instituições relacionadas com a autoridade”.
A Ciência Política como ciência do poder é mais abrangente que considerá-la como ciência do Estado, e, nesse sentido, hoje predomina o entendimento de que é o poder seu objeto central de estudo. E, nesse sentido, engloba o estudo do Estado como importante manifestação do Poder Político.
4. Conceito
Ciência Política é o estudo da política, dos sistemas políticos, das organizações políticas e dos processos políticos. Envolve o estudo da estrutura (e das mudanças de estrutura) e dos processos de governo, ou qualquer sistema equivalente de organização humana que tente assegurar segurança, justiça e direitos civis. 
Os cientistas políticos podem estudar instituições como corporações (ou empresas, no Brasil), uniões (ou sindicatos, no Brasil), igrejas, ou outras organizações cujas estruturas e processos de ação se aproximem de um governo, em complexidade e interconexão.
Disciplina que dedica-se ao estudo dos fenômenos políticos.
 Avançando sobre esta definição básica, podemos associar a ciência política ao campo de estudos sobre governo, em todos os níveis, suas instituições e atores (políticos). 
De fato, é no contexto do aparato estatal que a política se torna mais visível. Porém, a atividade política é geral, ocorrendo em todas as organizações, sejam elas empresas, sindicatos, igrejas, etc.
Para Mário Lúcio Quintão Soares a Ciência Política é concebida como conhecimento ordenado, racional, objetivo e metódico de uma realidade política, a ser recepcionado pela Teoria do Estado, permitindo-se se saber se é possível, e de que modo, o Estado deve atuar em um mundo globalizado como uma estrutura real e histórica. 
5. Objetivo
A Ciência Política preenche uma função essencial, que é a de ajudar os cidadãos a adquirir melhor compreensão dos fenômenos políticos e, assim, exercer maior influência sobre sua comunidade e sobre a sociedade como um todo. 
Quanto ao estudioso, a ciência política reserva uma valiosa gama de referenciais teóricos, pois não há produção científica sem teoria, e o pensamento político clássico e contemporâneo, fornece ferramentas importantes para entender e explicar o complexo mundo social. 
Para Darcy Azambuja, o objetivo mor da Ciência Política é a procura da verdade.
6. Dimensões/Prismas da Ciência Política
6.1. Prisma filosófico:
Desde a mais alta Antiguidade clássica, principalmente desde Sócrates, Platão e Aristóteles, os assuntos políticos impressionam o gênero humano, sequioso de conhecê-los e aprofundá-los.
Discute as origens, a ideologia, a justificação do Estado. Estuda o Estado como fenômeno político-cultural.
A realidade estatal, como o Direito, é uma síntese, ou integração do “ser” e do “dever ser”, é fato e é norma, pois o FATO integrado na NORMA exigida pelo VALOR a realizar.
Tem-se a filosofia como o estudo que se caracteriza pela intenção de ampliar incessantemente a compreensão da realidade, no sentido de apreendê-la na sua totalidade, quer pela busca da realidade, quer pela definição do instrumento capaz de apreender a realidade. 
A Ciência Política inserida neste contexto apresenta-se, em sentido lato, tendo por objeto o estudo dos acontecimentos, das instituições e das ideias políticas, tanto em sentido teórico (doutrina) como em sentido prático (arte), referido ao passado, ao presente e às possibilidades futuras.
Tanto os fatos como as instituições e as ideias, matérias desse conhecimento, podem ser tomadas como foram ou deveriam ter sido (consideração do passado), como são ou devem ser (compreensão do presente) e como serão ou deverão ser (horizontes do futuro).
Aristóteles conclui na Grécia um ciclo de estudos políticos conscientemente especulativos.
Platão, seu predecessor, evoluiu passando do Estado ideal e hipotético ao Estado real e histórico, com considerações de índole sociológica, antecipações que deixam de ser puramente filosóficas.
Já na Europa medieval a filosofia se enlaça com a teologia ao ocupar-se de temas políticos.
A Filosofia conduz para os livros de Ciência Política a discussão de proposições respeitantes à origem, à essência, à justificação e aos fins do Estado, como das demais instituições sociais geradoras do fenômeno do poder, visto que nem todos aceitam circunscrevê-lo apenas à célula mater, embriogênica, que no caso seria naturalmente o Estado, acrescentando-lhe os partidos, os sindicatos, a igreja, as associações internacionais, os grupos econômicos, etc.
6.2. Prisma sociológico:
Uma dimensão importantíssima que toma a Ciência Política é a de caráter sociológico. 
O fenômeno político é um fato social por excelência, segundo a definição durkheimiana. Desta forma, o fato político vai ser o núcleo de uma sociologia especial, a Sociologia Política. A aplicação de critérios rigorosamente sociológicos para a análise dos fenômenos que se prendem à realidade política fez surgir uma disciplina chamada Sociologia Política. Há uma esfera comum de estudo e pesquisa entre a Ciência Política e a Sociologia Política: grupos, classes sociais, instituições, opinião pública, os regimes políticos, as ideologias, as utopias etc.
 Além disso, o estudo do Estado e do fenômeno político constitui um dos pontos altos e culminantes da obra de Max Weber. Em Weber encontramos estudos sobre as bases sociais em que o poder repousa, investiga-se o regime político e a organização dos partidos, a essência dos partidos, sua organização, sua técnica de combate e proselitismo, sua liderança, seus programas; interrogam-se as formas legítimas de autoridade, como autoridade legal, tradicional e carismática; indaga-se da administração pública, como nela influem os atos legislativos, ou como a força dos parlamentos, sob a égide de grupos sócio-​econômicos poderosíssimos, empresta à democracia algumas de suas peculiaridades mais flagrantes.
6.3. Prisma jurídico:
Por outro lado, em uma tendência de cunho exclusivamente jurídico, Hans Kelsen constrói uma Teoria Geral do Estado, fundando em bases de feições jurídicas uma teoria que assimilou o Estado ao Direito. 
Para Kelsen (pai do positivismo) o Estado e Direito dão a mesma coisa, sem valor. O Direito é igual à lei, a lei diz o que é ou deixa de ser o Estado. Quando encara o Estado como um órgão central de positivação do Direito.
Tem sido também a Ciência Política objeto de estudo que a reduz ao Direito Político, a simples corpo de normas.
O Estado, segundo Kelsen, pertencendo ao mundo do dever ser, do sollen, se explica pela unidade das normas de direito de determinado sistema, do qual ele é apenas nome ou sinônimo.
Quem elucidar o direito como norma elucidará o Estado. A força coercitiva deste nada mais significaque o grau de eficácia da regra de direito, ou seja, da norma jurídica.
O Estado, organização de poder, para Kelsen, se esvazia de toda a substantividade. Os elementos materiais que o compõem – território e população – se convertem, respectivamente, na típica e revolucionária linguagem do antigo professor vienense, em âmbito espacial e âmbito pessoal de validade do ordenamento jurídico.
A doutrina de Kelsen tem sua originalidade em banir do Estado todas as implicações de ordem moral, ética, histórica, sociológica, criando o Estado como puro conceito, agigantando-lhe o aspecto formal, restritamente jurídico, escurecendo a realidade estatal com seus elementos constitutivos e materiais. 
7. Tendências contemporâneas para o tridimensionalismo
Sob uma perspectiva não reducionista, podemos falar de uma tríplice análise do Estado: o Estado como ideia (prisma filosófico), como fato social (prisma sociológico) e fenômeno jurídico (prisma jurídico).
A orientação que toma na Ciência Política a Filosofia, a Sociologia e o Direito com predominância ou exclusividade vêm cedendo lugar ao emprego da análise tridimensional, que abrange a teoria social jurídica e a teoria filosófica dos fatos, das instituições e das ideias, expostas em ordem enciclopédica, de modo a dar inteira e unificada visão daquilo que é objeto desta disciplina.
Fez o publicista alemão Hans Nawiasky, da Baviera, o esforço mais competente e idôneo que se conhece por ultrapassar o unilateralismo e bilateralismo dos cientistas políticos que o antecederam, dando à sua Teoria Geral do Estado tratamento tridimensional, ao estudar o Estado como ideia, como fato social e como fenômeno jurídico.
Juristas da envergadura de Duverger, Vedel, Marcel de La Bigne de Villeneuve, acompanham a tendência de adotar o estudo da Ciência Política sob o aspecto tridimensional, abrangendo, por conseguinte a consideração jurídica, sociológica e filosófica.
8. Diferenciação entre Ciência Política e Teoria Geral do Estado
Devido as diversas posições adotadas pelos escritores políticos quanto ao âmbito de atuação da Teoria Geral do Estado e da Ciência Política, podemos perceber que, uns tendem a adotá-las como disciplinas idênticas uma vez que há equivalência de áreas e de objeto, tratando-se portanto da mesma matéria.
Observa-se, entretanto, o professor Dalmo de Abreu Dallari que há uma distinção existente entre as matérias. Enquanto a Ciência Política faz o estudo da organização política e dos comportamentos políticos sem levar em conta os elementos jurídicos, a Teoria Geral do Estado volta-se ao estudo do Estado sob todos os aspectos, inclusive o jurídico. 
A Ciência Política faz o estudo da organização política e dos comportamentos políticos, tratando dessa temática à luz da Teoria Política, sem levar em conta os elementos jurídicos. Tal enfoque é de evidente utilidade para complementar os estudos de Teoria do Estado, mas, obviamente, é insuficiente para a compreensão dos direitos, das obrigações e das implicações jurídicas que se contêm no fato político ou decorrem dele. (Dallari, Dalmo de Abreu. Elementos da teoria geral do Estado - 32. ed. Saraiva, 2013)
Outro fato importante a ser observado é que os objetos das disciplinas são distintos, enquanto a Ciência Política cuida dos fenômenos políticos (já estudados), a Teoria Geral do Estado cuida do estudo do Estado sob todos os aspectos, incluindo a origem, a organização, o funcionamento e as finalidades, compreendendo-se no seu âmbito tudo o que se considere existindo no Estado e influindo sobre ele. 
9. O sistema político
De modo geral, “o sistema político é associado ao uso da forca física legitima nas sociedades” e “só as autoridades políticas tem certo direito, geralmente aceito, de usar forca e exigir obediência com base nela”.
Sistema político é a forma de organização das instituições políticas em um Estado.
Quando se fala em sistema político, incluem-se “todas as interações que afetam ou ameaçam o uso da forca física e legítima. Os sistemas políticos incluem não somente organizações governamentais como os legislativos, cortes de justiça e órgãos administrativos, mas todas as estruturas, inclusive grupos familiares e sociais, em seus aspectos políticos”.
O fato é noção de sistema político da conta de uma realidade política diversificada. Desde o advento do Estado moderno ate os dias atuais, apareceram novos atores políticos, sindicatos, movimentos sociais e outros grupos de pressão.
Um sistema político moderno pode ser “caracterizado pelo mecanismo dos partidos combinado com o sistema de representação política e com a competição entre grupos sociais organizados, apresentando-se como o resultado da formação do Estado nacional representativo baseado na soberania popular e nas liberdades políticas e civis.
9.1. A concepção de sistema político de Robert Dahl�
Um sistema político é definido por Robert Dahl, como qualquer padrão permanente de relações humanas que implique de maneira significativa, em poder, governo ou autoridade. Este sistema tem as seguintes características: 
a) Controle desigual dos recursos políticos - Recurso político é meio pelo qual uma pessoa consegue influenciar o comportamento de outras pessoas. Em geral os recursos políticos - representados por dinheiro, informação, alimento, empregos, amizade, posição social, direito de elaborar leis ou votos - são distribuídos de maneira desigual.
b) Busca de influência política - A busca da influência política acontece quando um membro do sistema procura adquirir controle sobre as diretrizes, regras e decisões determinadas pelo governo.
c) Distribuição desigual da influência política - A distribuição desigual da influência política, em geral, está relacionada com o controle desigual ou o uso eficiente dos recursos políticos.
d) Objetivos conflituosos - Conflito e consenso são aspectos presentes e importantes de qualquer sistema político, pois os membros do sistema nem sempre tem os mesmo pensamentos.
e) Aquisição de legitimidade - A legitimidade é o meio pelo qual os líderes de um sistema político procuram transformar sua influência em autoridade. A legitimidade pode ser conseguida por meio da força, mas também por meio da convicção.
f) Desenvolvimento de uma ideologia - Ideologia é um conjunto de doutrinas (princípios). Nos sistemas políticos, normalmente os líderes procuram desenvolver ou adotar uma ideologia para legitimar sua liderança. 
g) Impacto de outros sistemas políticos - O comportamento de um sistema político é, em geral, influenciado pela existência de outros sistemas políticos.
h) Influência da mudança - O comportamento de um sistema político é, em geral, influenciado pela existência de outros sistemas políticos.
 �
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 17. ed. São Paulo: Malheiros, 2010.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos da teoria geral do Estado - 32. ed. Saraiva, 2013)
DIAS, Reinaldo. Ciência Política. São Paulo: Atlas, 2012.
�Robert Alan Dahl foi um professor emérito de �HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_pol%C3%ADtica" \o "Ciência política"�ciência política� na �HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Yale" \o "Universidade Yale"�Universidade Yale�, �HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos" \o "Estados Unidos"�Estados Unidos�. É um dos mais destacados �HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Cientista_pol%C3%ADtico" \o "Cientista político"�cientistas políticos� em atividade e um dos maiores expoentes da reflexão sobre as condições e processos da �HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica" \o "Política"�política� �HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Democracia" \o "Democracia"�democrática� contemporânea.
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