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■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ O autor deste livro e a editora empenharam seus melhores esforços para assegurar que as informações e os procedimentos apresentados no texto estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram atualizados pelo autor até a data de fechamento do livro. Entretanto, tendo em conta a evolução das ciências, as atualizações legislativas, as mudanças regulamentares governamentais e o constante fluxo de novas informações sobre os temas que constam do livro, recomendamos enfaticamente que os leitores consultem sempre outras fontes fidedignas, de modo a se certificarem de que as informações contidas no texto estão corretas e de que não houve alterações nas recomendações ou na legislação regulamentadora. Data do fechamento do livro: 16/04/2021 O autor e a editora se empenharam para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro, dispondose a possíveis acertos posteriores caso, inadvertida e involuntariamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida. Atendimento ao cliente: (11) 50800751 | faleconosco@grupogen.com.br Direitos exclusivos para a língua portuguesa Copyright © 2021 by LTC | Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda. Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional Travessa do Ouvidor, 11 Rio de Janeiro – RJ – 20040040 www.grupogen.com.br Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, em quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição pela Internet ou outros), sem permissão, por escrito, da LTC | Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda. Capa: Leônidas Leite Imagem de capa: Acervo do autor Ficha catalográfica CIPBRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ M23ls Mamede Filho, João Subestações de alta tensão / João Mamede Filho. 1 ed. Rio de Janeiro : LTC, 2021. p. Inclui bibliografia e índice ISBN 9788521637547 1. Engenharia elétrica. 2. Subestações elétricas. 3. Alta voltagen. I. Título. 2169593 CDD: 621.3191 CDU: 621.3.027.3 Meri Gleice Rodrigues de Souza – Bibliotecária – CRB7/6439 Este trabalho é dedicado à memória de meu pai, João Mamede de Souza, à memória de minha mãe, Maria Nair Cysne Mamede, à minha esposa, Maria Elizabeth Ribeiro Mamede, à minha filha Aline Ribeiro Mamede (graduada em administração de empresas e mestrado em direito constitucional), ao meu filho Daniel Ribeiro Mamede (engenheiro eletricista e diretor presidente da CPE – Estudos e Projetos Elétricos), aos meus queridos netos Heitor Mamede Costa (8 anos), Lucas Mamede Costa (5 anos) e, finalmente, Davi Holanda Mamede (3 anos). Prefácio O objetivo deste livro é levar aos estudantes de Engenharia Elétrica e professores, bem como aos profissionais da área que atuam nesse segmento, os conhecimentos necessários ao desenvolvimento de projetos executivos de subestações de alta tensão, um assunto ainda pouco explorado no mercado editorial brasileiro. Para desenvolver este trabalho, de uma forma muito objetiva e prática, nos valemos da experiência da empresa CPE – Estudos e Projetos Elétricos na elaboração de projetos de subestações nas tensões de 13,80 kV a 230 kV. Assim, foi um desafio converter alguns dos projetos executivos de subestações que elaboramos em capítulos deste livro, fazendo as alterações necessárias para adequálos à estrutura de uma obra didática. No entanto, ressaltese que sempre buscamos manter, o mais próximo possível, a originalidade desses projetos. A título de informação, um projeto executivo de uma subestação de 230 kV/34,5 kV, de médio porte, por exemplo, pode consumir cerca de 1200 páginas destinadas somente à elaboração das especificações técnicas, memoriais de cálculos e memoriais descritivos diversos. Já nos desenhos desse mesmo projeto, seriam consumidas cerca de 5 plantas em tamanho A0, adicionadas aproximadamente a 20 plantas em tamanho A1, mais 80 plantas em tamanho A2 e, finalmente, cerca de 60 plantas em tamanho A3. Todo esse volume de documentos diz respeito somente ao desenvolvimento dos projetos elétrico, eletromecânico e civil. Outros documentos deveriam ser incorporados ao projeto, tais como o sistema de comunicação de dados e voz, o sistema de automação e os estudos de proteção, coordenação e controle. O livro Proteção de Sistemas Elétricos de Potência, de autoria compartilhada com o engenheiro Daniel Ribeiro Mamede, pode auxiliar o leitor nessa tarefa. Este livro possui oito capítulos. Os quatro primeiros são dedicados a conceitos, cálculos e especificações técnicas. Os capítulos subsequentes apresentam o desenvolvimento dos projetos executivos das subestações para as tensões de 13,80 kV, 69 kV, 138 kV e 230 kV. Cada projeto está acompanhado de um breve memorial descritivo das especificações técnicas dos equipamentos utilizados e, por fim, das plantas detalhadas e ordenadas na sequência usual. Dado o grande volume de folhas que demandariam as especificações técnicas, se fossem todas elas integralmente reproduzidas no livro, optamos por apresentar somente o texto referente às características técnicas fundamentais de cada equipamento especificado, omitindo as condições comerciais, prazos, validades, realização dos ensaios elétricos e mecânicos, aprovação dos desenhos do fabricante antes de iniciar a fabricação do equipamento e multas por descumprimento do prazo de entrega etc. No entanto, algumas especificações técnicas de menor volume de material foram reproduzidas integralmente, visando familiarizar o leitor com essas questões não propriamente técnicas, mas que devem fazer parte da aquisição do equipamento para garantir ao comprador um produto de alta qualidade técnica adequado às necessidades do projeto. João Mamede Filho • • • • • Agradecimentos Para que este trabalho fosse possível, contamos com a colaboração de parte da equipe de profissionais que trabalham na CPE – Estudos e Projetos Elétricos, que, com suas capacidades e esforços individuais, muito nos ajudaram a atingir os resultados esperados. Os projetos das subestações de alta tensão aqui desenvolvidos têm origem em projetos executivos reais e em operação, com as devidas adequações ao contexto de um livro didático, cujo objetivo é fornecer os necessários conhecimentos aos alunos, professores e profissionais que se dedicam a esse segmento da Engenharia Elétrica. Portanto, é nosso dever agradecer a esses profissionais pela colaboração prestada: Sandro Magalhães: estudante de Engenharia Civil, eletrotécnico e cadista, que elaborou grande parte dos desenhos dos projetos eletromecânicos originais das subestações, os quais foram, posteriormente, adequados para uso neste livro. Eládio dos Santos Filho: cadista responsável pela elaboração de todos os desenhos inseridos nos textos e parte dos desenhos dos projetos das subestações. Valéria Linduína: secretária responsável pela digitação de alguns capítulos e muitas tabelas. Isabele Araujo: engenheira graduada e mestre em telecomunicação, colaborou na formatação inicial dos originais e na conferência dos cálculos dos exemplos de aplicação. José Amilton de Souza Silva Filho: engenheiro civil responsável por todos os projetos de construção civil das subestações e linhas de distribuição/transmissão da CPE, incluindo os projetos de drenagem, hidrossanitário e de incêndio. Várias plantas desses projetos foram adequadas à composição deste livro. ■ ■ Material Suplementar Este livro conta com os seguintes materiais suplementares: Para todos os leitores: Plantas de Projeto dos Capítulos 6, 7 e 8 com o ícone : disponibilizadas em formato (.pdf) para serem visualizadas de forma ampliada. Todas as plantas foram feitas originalmente em papel A1 e A0 e reduzidas a nível de uma página de livro (requer PIN). Para docentes: Ilustraçõesda obra em formato de apresentação em (.pdf) (restrito a docentes cadastrados). Os professores terão acesso a todos os materiais relacionados acima (para leitores e restritos a docentes). Basta estarem cadastrados no GEN. O acesso ao material suplementar é gratuito. Basta que o leitor se cadastre e faça seu login em nosso site (www.grupogen.com.br), clique no menu superior do lado direito e, após, em GENIO. Em seguida, clique no menu retrátil e insira o código (PIN) de acesso localizado na orelha deste livro. O acesso ao material suplementar online fica disponível até seis meses após a edição do livro ser retirada do mercado. Caso haja alguma mudança no sistema ou dificuldade de acesso, entre em contato conosco (gendigital@grupogen.com.br). 1 1.1 1.2 1.2.1 1.3 1.3.1 1.3.2 1.3.3 1.3.4 1.3.5 1.3.6 1.3.7 2 2.1 2.2 2.2.1 2.2.2 2.2.3 2.2.4 2.2.5 2.2.6 2.2.7 2.2.8 2.2.9 2.2.10 2.2.11 2.2.12 2.3 2.3.1 2.3.2 2.3.3 2.3.4 2.4 3 3.1 3.1.1 3.1.2 4 4.1 4.2 4.2.1 4.2.2 4.3 4.4 4.4.1 4.4.2 4.4.3 4.4.4 4.4.5 4.5 4.5.1 4.5.2 4.5.3 4.5.4 4.5.5 4.5.6 4.5.7 Sumário CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE PROJETO INTRODUÇÃO COMPOSIÇÃO DE UM SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA Sistema de distribuição CARACTERÍSTICAS GERAIS Nível de tensão Categoria de utilização Forma de operação Funções das subestações Tipos construtivos Material das estruturas Meios de isolação DIMENSIONAMENTO DE BARRAMENTOS INTRODUÇÃO TIPOS DE ARRANJO DE BARRAMENTO Barramento simples no secundário e/ou no primário Barramento principal e de transferência Barramento simples seccionado Barramento simples com geração auxiliar Barramento duplo, 1 disjuntor a 2 chaves Barramento duplo, 1 disjuntor a 4 chaves Barramento duplo, 1 disjuntor a 5 chaves Barramento duplo, 2 disjuntores a 4 chaves Barramento duplo e disjuntor e meio Barramento em anel seccionado Barramento em anel contínuo Barramento em anel modificado DIMENSIONAMENTO DE BARRAMENTO DE SUBESTAÇÕES Barramentos flexíveis Barramentos rígidos nus Barramentos rígidos isolados Dimensionamento dos barramentos ESPAÇAMENTOS ELÉTRICOS SERVIÇOS AUXILIARES INTRODUÇÃO Subestações simples de média tensão Subestações de alta tensão ELEMENTOS DE PROJETO DE SUBESTAÇÃO INTRODUÇÃO PLANEJAMENTO Planejamento de subestações de empreendimentos industriais Planejamento de subestações para empreendimentos de geração TIPOS DE SUBESTAÇÕES CLASSIFICAÇÃO DAS SUBESTAÇÕES – ARRANJO/CAPACIDADE Subestação de média tensão i Subestação de média tensão ii Subestação de média tensão iii Subestação de alta tensão i Subestação de alta tensão ii LEVANTAMENTO DE DADOS – PROJETO DE SUBESTAÇÃO DE ALTA TENSÃO Levantamentos preliminares Projeto eletromecânico Projeto de arquitetura e de obras civis Projeto elétrico e eletromecânico Projeto de proteção Estudos elétricos de conexão Sistema de controle digital (sCd) da subestação 5 5.1 5.2 5.3 5.3.1 5.3.2 5.3.3 5.4 5.4.1 5.5 5.6 5.6.1 5.6.2 5.7 5.8 5.8.1 5.8.2 5.8.3 5.8.4 5.8.5 6 6.1 6.2 6.2.1 6.2.2 6.2.3 6.3 6.3.1 6.3.2 6.3.3 6.3.4 6.3.5 7 7.1 7.2 7.2.1 7.2.2 7.2.3 7.3 7.3.1 7.3.2 7.3.3 7.3.4 7.3.5 8 8.1 8.2 8.3 8.3.1 8.3.2 8.3.3 8.3.4 8.3.5 PROJETO DE SUBESTAÇÃO DE MÉDIA TENSÃO (13,80 kV) INTRODUÇÃO CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DE UMA SUBESTAÇÃO SUBESTAÇÃO DE INSTALAÇÃO ABRIGADA Cabine de medição primária Cabine de proteção primária Cabine de transformação SUBESTAÇÃO DE INSTALAÇÃO EXTERIOR Classificação SUBESTAÇÃO E GERAÇÃO ASSOCIADA DIMENSIONAMENTO FÍSICO DAS SUBESTAÇÕES Subestações abrigadas Subestações de instalação ao tempo DIMENSIONAMENTO DOS BARRAMENTOS PRIMáRIOS PROJETO DE SUBESTAÇÃO DE MÉDIA TENSÃO (13,8 kV) Projeto elétrico Projeto eletromecânico Projeto civil Especificações técnicas Plantas PROJETO DE SUBESTAÇÃO DE ALTA TENSÃO (69 kV) INTRODUÇÃO COMPOSIÇÃO DE UMA SUBESTAÇÃO DE 69 kV Setor de alta tensão Setor de média tensão Casa de comando e controle DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DE SUBESTAÇÃO DE 69 kV Projeto elétrico Projeto eletromecânico Projeto civil Especificações técnicas Plantas PROJETO DE SUBESTAÇÃO DE ALTA TENSÃO (138 kV) INTRODUÇÃO COMPOSIÇÃO DE UMA SUBESTAÇÃO DE 138 kV Setor de alta tensão Setor de média tensão Casa de comando e controle DESENVOLVIMENTO DE UMA SUBESTAÇÃO DE 138 kV Diagramas: unifilares de proteção, serviços auxiliares, funcionais e interligação Projeto eletromecânico Projeto civil Especificações técnicas Plantas PROJETO DE SUBESTAÇÃO DE ALTA TENSÃO (230 kV) INTRODUÇÃO COMPOSIÇÃO DE UMA SUBESTAÇÃO DE 230 kV DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DE SUBESTAÇÃO DE 230 kV Projeto elétrico Projeto eletromecânico Projeto civil Especificações técnicas Plantas REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1.1 1.2 1.2.1 1.2.1.1 1.2.1.2 INTRODUÇÃO Todo sistema de potência é constituído de três diferentes segmentos: geração, transmissão e distribuição. Para que a energia gerada no primeiro segmento chegue ao seu destino final, que é o consumidor que está ligado no sistema de distribuição, é necessário também que exista em cada um desses segmentos uma subestação que possa elevar e reduzir a tensão em diferentes níveis. Assim, as usinas elétricas, sejam elas hidráulicas, térmicas, eólicas ou fotovoltaicas, geram energia em baixos níveis de tensão. As usinas hidráulicas e térmicas normalmente geram em tensões que variam entre 6 kV e 25 kV. Já as usinas eólicas geram em tensões que variam entre 600 V e 800 V, para turbinas de pequeno e médio portes, e 12 kV para turbinas de grande porte, enquanto nas usinas fotovoltaicas o nível de tensão de geração é da ordem de 320 V a 1000 V. É fácil compreender que um grande bloco de energia gerada em tensões tão baixas não pode ser transportado por dezenas a várias centenas de quilômetros aos pontos de consumo. Logo, a energia gerada nesses níveis de tensão alimenta inicialmente um transformador que tem a função de elevar a tensão de geração para níveis compatíveis com o valor do bloco de energia gerada e com a distância a ser percorrida através de um sistema de transmissão. Como os equipamentos de consumo são fabricados, por motivos econômicos e de segurança, com baixos níveis de tensão, agora é necessário que a tensão do bloco de carga transportada seja reduzida a níveis compatíveis com os equipamentos consumidores, normalmente, variando entre 220 V e 440 V, entre fases. A elevação da tensão na geração reduz a corrente elétrica que circula nas linhas de transmissão que transportarão os blocos de potência gerada, reduzindo dessa forma, as perdas elétricas que fazem parte de qualquer sistema de transporte da energia. A Figura 1.1 mostra simplificadamente o que acabamos de descrever. Sistemas mais complexos de energia sofrem duas ou mais elevações de tensão no ponto onde a energia é gerada, como por exemplo, a energia eólica e a energia solar, depois de transportadas para perto dos centros de consumo, sofrem reduções de tensão em dois ou mais níveis até o consumidor final. Nos sistemas eólicos em que a tensão de geração é cerca de 700 V é necessário que se eleve essa tensão para 13,80 kV (pequenos parques eólicos) e para 34,5 kV (médios e grandes empreendimentos). Para que a potência gerada seja injetada na rede de distribuição ou na Rede Básica, novamente a tensão é elevada para 69 kV (pequenos parques eólicos) ou para 138 kV (para parques eólicos de médio e de grande porte) ou ainda para 230 kV (para parques eólicos de grande porte). Já próximo à carga consumidora, essa tensão é reduzida sucessivamente nos terminais das cargas consumidoras para níveis de 220 V ou 380 V trifásicos, a depender da região do Brasil. Sempre que necessitamos elevar ou reduzir a tensão de um sistema de potência fazse necessária a utilização do que denominamos subestação elevadora ou subestação abaixadora. Já as tensões normalmente utilizadas em redes de distribuição variam entre 13,2 V e 34,5 kV. COMPOSIÇÃO DE UM SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA Podemos conceituar um sistema elétrico de potência classificandoo da seguinte forma comoé usualmente feito. Sistema de distribuição Pode ser dividido em dois segmentos: Sistema secundário ou de baixa tensão É aquele no qual estão conectados os consumidores com cargas normalmente iguais ou inferiores a 50 kW. Esse sistema atende a residências, pequeno comércio, iluminação pública etc. Em geral o transformador é considerado no sistema secundário, apesar de ser um elemento do sistema elétrico intermediário entre os sistemas secundário e primário. Sistema primário ou de média tensão É aquele que interliga, em geral, o sistema secundário ao sistema de subtransmissão através dos transformadores de distribuição. Os sistemas entre 1 kV e 69 kV são considerados sistemas de média tensão. No entanto, as concessionárias que possuem redes elétricas em 69 kV costumam considerálo sistema de subtransmissão, conceito este que iremos adotar neste trabalho. São conectadas a esse sistema (13.800 V a 25.000 V) cargas comerciais de médio porte e cargas industriais de pequeno porte. Figura 1.1 1.2.1.3 1.2.1.4 1.2.1.5 1.3 1.3.1 Sistema de geração, transmissão e distribuição de energia. Sistema de subtransmissão É aquele que interliga os sistemas primários aos sistemas de transmissão através das subestações de potência. Esse sistema opera em tensões de 69 kV, 88 kV e 138 kV. São conectadas a esse sistema cargas comerciais de grande porte e cargas industriais de médio porte. Sistema de transmissão É aquele que interliga os sistemas de subtransmissão aos sistemas de geração através de subestações denominadas elevadoras, podendo também se interligar ao sistema de extraalta tensão. São conectadas a esse sistema cargas industriais de grande porte. As tensões usuais no Brasil em corrente alternada para os sistemas de transmissão variam entre 230 kV e 765 kV, ou seja: 230 kV, 345 kV, 440 kV, 500 kV e 765 kV. Essas tensões fazem parte da Rede Básica do Sistema Interligado Nacional, operado pelo ONS – Operador Nacional do Sistema. É comum considerar também sistemas de extraalta tensão aqueles em que as tensões são iguais e superiores a 500 kV. Sistema de transmissão em corrente contínua Atualmente no Brasil somente estão em operação dois sistemas de corrente contínua nas tensões de ±600 kV e ±800 kV para atender respectivamente à necessidade de aproveitamento dos hidrogeradores da usina hidroelétrica de Itaipu localizados no lado paraguaio, cuja frequência daquele país é de 50 Hz, e ao aproveitamento da energia gerada pela hidroelétrica de Belo Monte com extensão de 2087 km interceptando os estados do Pará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais. As linhas de transmissão em corrente contínua têm custos inferiores aos das linhas de corrente alternada. Porém devido ao elevado custo das estações conversoras, uma no ponto de conversão de corrente alternada para contínua, localizada normalmente na geração ou muito próxima dela, e uma ou mais estações conversoras de corrente contínua para alternada nos pontos de conexão com os sistemas de transmissão em corrente alternada tornam a solução dos sistemas de corrente contínua desvantajosa e apenas utilizada em empreendimentos específicos como no caso das usinas hidroelétricas de Itaipu e de Belo Monte. Os sistemas de corrente contínua apresentam menores perdas elétricas sendo competitivos com os sistemas de corrente alternada para longas distâncias. CARACTERÍSTICAS GERAIS A seguir faremos uma abordagem geral sobre as principais características das subestações, procurando classificálas de diferentes formas em função do nível de tensão, sua função no sistema, tipos construtivos etc. Nível de tensão O tipo mais frequente de subestação é aquela que eleva ou reduz o nível de tensão aplicada no barramento de entrada do fluxo de potência. Para determinar o nível de tensão que deve ser indicado para uma subestação podese simplificadamente utilizar a Equação (1.1). Vse – tensão nominal do sistema, em kV; Pc – potência da carga, em MW. Assim, uma indústria com carga instalada de 12,6 MW deve ser suprida por um sistema de tensão igual a Como a tensão mais próxima normalmente encontrada nas concessionárias é de 69 kV, será considerado esse nível de tensão para esse montante de carga. No entanto, é necessário que exista um sistema de distribuição com esse nível de tensão na área de localização da subestação do empreendimento. No caso em que exista rede de distribuição com diferentes níveis de tensão, a concessionária local pode estabelecer para aquela subestação a tensão de seu sistema distribuidor que está em condições operacionais adequadas com um mínimo de investimento para atendimento à carga solicitada pela indústria. Já para as usinas de geração termelétrica, eólica e fotovoltaica o nível de tensão normalmente é estabelecido tanto pela tensão do sistema mais próximo, mas que seja tecnicamente possível a conexão, quanto pelo custo do uso do sistema de distribuição/subtransmissão (13,80 kV – 69 kV – 138 kV) ou de transmissão (230 kV) a que esses geradores irão se 1.3.1.1 1.3.1.2 1.3.1.3 1.3.1.4 conectar e cujo custo do uso desses sistemas é estabelecido pelos parâmetros fornecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Muitas vezes, o custo para transportar a energia gerada pelo sistema define a tensão desses geradores. Dependendo da sua importância e confiabilidade requerida, as subestações podem ser concebidas de diferentes arranjos físicos, com diferentes níveis de tensão de operação. Dessa forma, podemos classificar as subestações, no que se refere a sua tensão de transformação, em diferentes níveis, sendo essa classificação meramente didática. Subestação de média tensão nível I É aquela cujo nível de tensão está compreendido entre 2,3 kV e 25 kV, sendo as de maior predominância as subestações na tensão de 13,8 kV utilizadas na maioria das regiões do Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil e as subestações de 13,2 kV utilizadas em algumas áreas das regiões do Nordeste do Brasil e também em poucos locais das regiões Sul, Sudeste e CentroOeste. Essas subestações, notadamente as de 13,2 kV e 13,8 kV, são utilizadas nas indústrias de pequeno e médio portes. Também são utilizadas em condomínios residenciais de grande porte e em estabelecimentos comerciais de consumo elevado. Nas instalações industriais de pequeno porte, as potências variam entre 300 kVA e 5000 kVA. Pela legislação, Resolução Normativa 414/2010 da ANEEL, atualizada pela Resolução Normativa 725/2016, a concessionária se obriga a atender a unidade consumidora até a potência demandada ou contratada de 2500 kW. Acima desse valor cabe à concessionária a decisão de atender ao empreendimento industrial através do seu sistema de distribuição local, em 13,20 kV ou 13,80 kV, ou através do seu sistema de subtransmissão nas tensões de 69 kV, 88 kV ou 138 kV. Esse mesmo procedimento é aplicado em edificações comerciais e em residências. A Figura 1.2 mostra a vista frontal de uma subestação industrial de 13,80 kV, muito comum nos empreendimentos industriais brasileiros. Subestação de média tensão nível II É aquela cujo nível de tensão está compreendido entre 34,5 kV e 46 kV, sendo as de maior predominância as subestações na tensão de 34,5 kV, utilizadas com muita frequência nas redes coletoras aéreas ou subterrâneas de parques eólicos e fotovoltaicos. Como esses níveis de tensão não são normalmente disponíveis nos sistema de distribuição das concessionárias brasileiras, as subestações de média tensão nível II são encontradas também em empreendimentos industriais de grande porte na função de subestações secundárias atendendo a determinados tipos específicos de carga. Subestação de alta tensão nível III São subestações utilizadas praticamente por todas as companhias distribuidoras de energia elétrica do Brasil. Seunível de tensão está compreendido entre 69 kV e 145 kV. As subestações de 69 kV são predominantes nessa faixa de tensão. Já as subestações de 138 kV têm seu uso restrito a poucos estados da Federação. No Nordeste, por exemplo, são empregadas pela Eletrobras Companhia Energética do Piauí (CEPISA), Companhia Energética de Pernambuco (CELPE) e Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (COELBA). Na região Sudeste existe o sistema de 88 kV, no qual um grande número de indústrias está conectado. As indústrias brasileiras de médio porte possuem subestações próprias, em sua grande maioria, na tensão de 69 kV. A Figura 1.3 mostra uma subestação de 69 kV, com arranjo simples típico utilizado tanto nas instalações industriais como em parques eólicos de pequeno e médio portes na função de subestação elevadora. Subestação de alta tensão nível IV São subestações utilizadas predominantemente na Rede Básica do Sistema Interligado Nacional (SIN). Seu nível de tensão está compreendido entre 230 kV e 440 kV. As subestações de 230 kV são utilizadas praticamente em todas as áreas das concessionárias do Brasil. As subestações industriais de 230 kV são operadas normalmente pelas equipes técnicas do próprio empreendimento, porém o arranjo de barramento de 230 kV deve obedecer aos Procedimentos de Rede do Operador Nacional do Sistema (ONS), responsável pela operação da Rede Básica. Já as subestações de 345 kV pertencem em sua grande maioria a FURNAS Centrais Elétricas e a algumas concessionárias que operam no estado de São Paulo. A tensão de 230 kV é o menor nível de tensão do Sistema Interligado Nacional, operado pelo ONS. Figura 1.2 1.3.1.5 Vista frontal da subestação. As grandes indústrias brasileiras, principalmente as de eletrointensivas, possuem subestações próprias de 230 kV. A Figura 1.4 mostra uma subestação de 230 kV, com arranjo de barramento duplo, 1 disjuntor a 4 chaves e cuja funcionalidade será discutida no Capítulo 2. Subestação de alta tensão nível V Classificadas como de ExtraAlta Tensão, são subestações utilizadas predominantemente na Rede Básica do Sistema Interligado Nacional (SIN). Seu nível de tensão está compreendido entre 500 kVca e ±800 kVcc. No Brasil a tensão máxima das subestações existentes em corrente alternada é de 765 kV (Furnas). No Norte e Nordeste predominam as subestações de 230 kV nos sistemas elétricos da Eletrobras Companhia Hidroelétrica do São Francisco S/A (CHESF) e da Eletrobras Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A (ELETRONORTE), sendo de 550 kV a tensão mais elevada dos sistemas elétricos das mencionadas geradoras. A Figura 1.5 mostra uma subestação de 500 kV. Figura 1.3 Subestação em estrutura de concreto armado – vista lateral. Figura 1.4 1.3.2 1.3.2.1 1.3.2.2 1.3.2.3 Subestação de 230 kV. Categoria de utilização As subestações podem ser planejadas e projetadas para exercer diferentes funções no sistema no qual irão operar. Subestação elevadora É aquela que eleva o nível de tensão gerado por uma fonte de energia elétrica e distribui a potência associada para as linhas de transmissão com tensão mais elevada do que a de origem. Assim, são as subestações de usinas hidráulicas, térmicas, eólicas, fotovoltaicas etc. Subestação abaixadora É aquela que reduz o nível de tensão gerado por uma fonte de energia elétrica e distribui a potência associada para as redes de distribuição aéreas e subterrâneas alimentando subestações com menor nível de tensão. É normalmente instalada na periferia dos centros urbanos com a finalidade de evitar que as linhas de transmissão de tensões elevadas sejam construídas no espaço urbano levando transtornos à população e limitando o uso do solo. Normalmente, essas subestações são alimentadas por linhas de transmissão de 230 kV e 550 kV as quais estão conectadas às redes de subtransmissão ou simplesmente de distribuição, denominação oficial dos Procedimentos de Rede, com tensões entre 69 kV e 138 kV. Subestação de distribuição É aquela destinada a reduzir o nível de tensão de forma a atender às necessidades das áreas de concessão de determinada região ou estado da Federação. Essas subestações normalmente pertencem às empresas de distribuição de energia elétrica e aos consumidores de médio porte. Normalmente, são subestações do tipo aérea instaladas em poste de concreto armado ou de ferro e são conectadas às redes de distribuição aéreas, ou do tipo padmounted, ou ainda do tipo subterrâneo, quando conectadas a redes subterrâneas. As tensões frequentes são 13,2 kV e 13,8 kV. Figura 1.5 1.3.2.4 1.3.2.5 1.3.2.6 1.3.2.7 Subestação de extraalta tensão de 500 kV. Subestação de manobra É aquela que se destina ao chaveamento de linhas de transmissão de 230 kV a 750 kV. Em geral, são subestações pertencentes à Rede Básica. Também existem subestações de manobra que operam em sistemas de tensões de 138 kV, 88 kV ou 69 kV. Subestação conversora É uma subestação normalmente pertencente ao sistema de corrente contínua e que pode ser retificadora ou inversora. Subestação industrial É aquela que é suprida por um ou mais alimentadores de uma rede de distribuição pública ou por uma ou mais linhas de subtransmissão ou transmissão, reduzindo a tensão de alimentação a valores compatíveis com as tensões de utilização da indústria. Subestação móvel É aquela montada sobre um veículo motorizado ou não e tem por objetivo atender a situações emergenciais. Na sua grande maioria utiliza equipamentos compactos e é composta pelos seguintes elementos: (i) chave seccionadora tripolar do lado primário; (ii) disjuntor no lado primário; (iii) transformador de potência com capacidade nominal definida pela empresa utilizadora para atender a maior demanda que o sistema vai requerer em situação emergencial; (iv) disjuntor no lado secundário; (v) chave seccionadora do lado secundário; (vi) painel de relés de proteção; (vii) chave seccionadora do transformador de serviços auxiliares; e (viii) transformador de serviços auxiliares. Outros equipamentos podem ser utilizados em função das necessidades de uso da subestação móvel. Em geral, esse tipo de subestação é adquirido pelas empresas concessionárias de energia elétrica para usar em suas subestações fixas quando da perda do transformador de potência. Pode ser utilizada também em eventos realizados em locais onde não há centros de transformação com capacidade necessária para atender à demanda esperada. Existem subestações móveis em média e alta tensão, ou seja, (i) 13.800/380220 V; (ii) 69/13,8 kV e (iii) 230/69 kV. Essas subestações são quase sempre alimentadas pelo sistema de distribuição ou transmissão presente no local de utilização. Raramente, são alimentadas por geradores móveis. Existem também empresas privadas que adquirem esse tipo de subestação para prestação de serviços tanto às concessionárias de serviço público como ao setor industrial. As subestações móveis podem ser fabricadas do tipo aberto ou do tipo fechado (enclausurado). Esse último tipo de subestação, em geral, é transportado até o local de utilização e instalado em uma base fixa de forma temporária. 1.3.3 1.3.3.1 1.3.3.2 1.3.4 1.3.4.1 1.3.4.2 1.3.4.3 1.3.4.4 • • • • Figura 1.6 a) • • • • Forma de operação Há três formas distintas de operação de uma subestação. Subestações com operação presencial São aquelas que exigem a presença constante de um operador, em geral, com revezamento por turno. Para pequenas subestações com tensões iguais ou superiores a 69 kV é necessário apenas 1 (um) operador por turno. Para subestações mais complexas há exigência de 2 (dois) ou mais operadores. Esse tipo de subestação está aos poucos migrando para sistemas com tecnologias mais avançadas e são denominadas subestações de operação assistida ou supervisionadas. Subestações supervisionadas São aquelas dotadas de um sistema supervisório digital que permite que se controle e supervisione a partirde locais remotos todos os pontos de importância operacional da subestação. Para operar essas subestações não há necessidade da presença de um operador. Essas subestações possuem um sistema digital capaz de acionar equipamentos, registrar as informações de corrente, tensão, potência etc., em tempo real, enviando essas informações ao Centro de Operação do Sistema que comanda, controla e supervisiona toda a subestação. Além disso, as subestações possuem um sistema de câmeras com visão noturna instalado em pontos estratégicos (entradas, barramentos, casa do comando e controle) que estão integradas ao sistema supervisório. São utilizados também sensores de presença do tipo térmico que enviam sinal de alarme de intrusão para o Centro de Operação do Sistema. Funções das subestações Em termos gerais, as subestações podem ser classificadas como a seguir. Subestação central de transmissão É aquela normalmente construída ao lado das usinas produtoras de energia elétrica, cuja finalidade é elevar os níveis de tensão fornecidos pelos geradores para transmitir a potência gerada aos grandes centros de consumo. Subestação receptora de transmissão É aquela construída próxima aos grandes blocos de carga e que está conectada, através de linhas de transmissão, à subestação central de transmissão ou a outra subestação receptora intermediária. Subestação de subtransmissão É aquela construída, em geral, no centro de um grande bloco de carga, alimentada pela subestação receptora e de onde se originam os alimentadores de distribuição primários, suprindo diretamente os transformadores de distribuição e/ou as subestações de consumidor. Subestação de consumidor É aquela construída em propriedade particular suprida através de alimentadores de distribuição primários, originados das subestações de subtransmissão e que suprem os pontos finais de consumo. As subestações de consumidor podem ser do tipo industrial, quando implantada dentro de uma instalação industrial, comercial, quando implantada em empreendimentos comerciais, tais como shopping center, edifícios para escritórios etc., e residencial, quando instaladas em edificações para uso de moradia. A Figura 1.6 mostra, esquematicamente, a posição de cada tipo de subestação dentro do contexto de um sistema de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. As concessionárias de serviço público de energia elétrica geralmente possuem normas próprias que disciplinam a construção das subestações de consumidor, estabelecendo critérios, condições gerais de projeto, proteção, aterramento etc. Todas as companhias concessionárias de distribuição de energia elétrica disponibilizam aos interessados as normas de fornecimento em tensões primária e secundária que, no seu todo, está compatível com as normas brasileiras, notadamente as normas Instalações Elétricas de Baixa Tensão (NBR 5410) e Instalações Elétricas de Alta Tensão (NBR 14039). A escolha do número de subestações dentro de uma planta industrial depende da localização e concentração das cargas, bem como do fator econômico que envolve essa decisão, cujas linhas de orientação são: Quanto menor a capacidade da subestação, maior o custo por kVA. Quanto maior o número de subestações unitárias, maior será o emprego de cabos de média tensão. Desde que convenientemente localizadas, quanto maior o número de subestações unitárias, menor será o emprego de cabos de baixa tensão. Quanto menor o número de subestações unitárias de capacidade elevada, menor será o emprego de cabos de média tensão e maior o uso de cabos de baixa tensão. Funções das subestações inseridas em um sistema elétrico. Como se pode observar, o projetista deve assumir um compromisso técnicoeconômico que melhor favoreça tanto a qualidade da instalação como o custo resultante. É comum o projetista receber do interessado a planta baixa com o arranjo físico das máquinas e com o espaço reservado para a subestação. Um projeto de subestação deve conter os seguintes elementos: Memorial descritivo Visa a fornecer aos interessados (inclusive à concessionária que aprovará o projeto) os seguintes dados: Finalidade do projeto. Local onde vai ser construída a subestação. Carga prevista e tipo de subestação (abrigada, ao tempo, blindada etc.). Memorial de cálculo da demanda prevista. • • 1.3.5 1.3.5.1 Descrição sumária de todos os elementos de proteção utilizados, baseada no fluxo de carga e no cálculo do curtocircuito. Características completas de todos os equipamentos utilizados. No caso de empreendimentos fabris, o valor das cargas elétricas de uma indústria define a capacidade nominal da subestação que será adotada. Essa subestação pode ser localizada em um único ponto da indústria ou ser distribuída em vários pontos normalmente próximos aos centros de carga. Como já comentamos, a legislação estabelece que a concessionária de serviço público de eletricidade se obriga a suprir os seus consumidores em média tensão até uma demanda máxima contratada de 2500 kW. A partir desse valor, o suprimento deve ser em alta tensão, ou seja, nas tensões de 69 kV, 88 kV, 138 kV ou 230 kV, de acordo com o sistema disponível no local do empreendimento, considerando ainda: (i) o valor da carga a ser suprida e o cálculo econômico; (ii) o custo da rede de alimentação externa; (iii) o custo da subestação; e (iv) o valor da tarifa média da energia a ser consumida em cada uma das opções mencionadas. No entanto, a concessionária poderá, a seu critério, suprir o consumidor em média tensão com demanda superior a 2500 kW, em função da disponibilidade do seu sistema de distribuição. As subestações de média tensão (15 kV) constituem a grande maioria das aplicações industriais. No entanto, com a utilização crescente de cargas que demandam grande consumo de energia elétrica é necessário que sejam utilizadas subestações com maior capacidade nominal, sendo as de maior aplicação as subestações na tensão de 69 kV (utilizadas genericamente na maioria das regiões brasileiras), na tensão de 88 kV (utilizadas em parte da região Sudeste) e na tensão de 230 kV (utilizadas genericamente em todas as regiões brasileiras). Tipos construtivos Os principais tipos construtivos das subestações são os seguintes. Instalação abrigada São aquelas cujos equipamentos são instalados no interior de uma edificação normalmente feita com estrutura de concreto armado. Tem seu aspecto construtivo visto na Figura 1.7. Esse galpão contém uma subestação abrigada de 2 × 15 MVA – 69/13,8 kV construído em uma zona com elevada poluição salina. Nesse tipo de subestação todos os equipamentos de alta tensão são instalados no interior de uma construção que pode ser totalmente fechada com ventilação ou parcialmente fechada. Em subestações sujeitas a altos índices de poluição, seja por concentração de contaminantes salinos (muito próximas ao litoral) ou contaminantes industriais, são normalmente instaladas abrigadas. Apresentam um custo mais elevado. Não são raras subestações abrigadas em 69 kV ou 88 kV. Somente em casos muitos especiais são construídas subestações abrigadas em 230 kV. Nesse nível de tensão, em geral, quando se faz necessária a instalação de uma subestação abrigada utilizase o tipo de subestação compacta Gas Insulation Switchgear (GIS), em que todos os equipamentos de alta tensão, TCs, TPs, disjuntores e chaves seccionadoras, são instalados no interior de robustos cilindros metálicos, cheios do gás SF6, sob pressão. Figura 1.7 1.3.5.2 1.3.5.3 Subestação de 69/13,8 kV abrigada para dois transformadores e uma LT. Instalação ao tempo em barramentos nus e instalação convencional São aquelas cujos equipamentos devem ser próprios para instalação ao tempo, sujeitos à chuva e a outras intempéries. Seu aspecto construtivo é visto na Figura 1.8. É o tipo mais comum e de menor custo. Nesse caso, são utilizados equipamentos convencionais de alta tensão, TCs, TPs, pararaios, disjuntores e chaves seccionadorasfabricadas para operação ao tempo, sujeitos a intempéries. A grande maioria dos projetos de subestações de alta tensão, iguais e superiores a 69 kV, são de construção ao tempo. Instalação ao tempo em barramentos isolados compactos São aquelas construídas ao tempo utilizando equipamentos convencionais e equipamentos compactos, porém com os barramentos cobertos com material isolante sem blindagem eletrostática. Dessa forma, podemse arranjar os barramentos com distâncias inferiores aos valores necessários quando se trata de subestações constituídas de barramentos rígidos. Esse tipo de subestação permite ser construído em uma área com dimensões inferiores às dimensões necessárias à construção de subestações convencionais ao tempo. Em áreas urbanas, em que o preço do terreno é muito elevado, pode ser conveniente optar por essa solução. Figura 1.8 1.3.5.4 1.3.6 1.3.6.1 1.3.6.2 1.3.7 1.3.7.1 Instalação ao tempo em barramentos nus e instalação convencional. Instalação blindada São as subestações cujos equipamentos de potência convencionais estão instalados no interior de cubículos metálicos. Dependendo do grau de proteção do cubículo, podem ser instaladas ao tempo ou somente em ambientes abrigados. Têm seu aspecto construtivo visto na Figura 1.9. Esse tipo de subestação é normalmente empregado em locais onde há restrição de área, ou para alimentação de uma carga elevada junto à qual se instala essa subestação. Nesse caso, devese adotar o grau de proteção contra penetração de objetos sólidos, partículas ou penetração de água quando se tratar de subestação de instalação ao tempo. Normalmente, as subestações blindadas são construídas para sistemas de média tensão até 34,5 kV. Material das estruturas As subestações de instalação ao tempo podem ser construídas utilizando diferentes tipos de estruturas. Estrutura de concreto armado A estrutura de concreto armado é utilizada normalmente nos projetos de subestações de construção ao tempo, em tensão igual ou superior a 13,8 kV, em que são utilizados postes duplo T ou postes de concreto armado de seção retangular, normalmente construídos para aquela subestação em particular. É pouco o número de subestações construídas na faixa de tensão entre 6,6 kV e 46 kV, ou seja, subestações de níveis de tensões I e II, utilizando estruturas de concreto armado. Normalmente, essas subestações são de instalação abrigada em construções de alvenaria ou blindadas. A Figura 1.10 mostra uma subestação de 230 kV de construção em estrutura de concreto armado. Estrutura metálica É utilizada em geral nos projetos de subestações de construção ao tempo, em tensão igual ou superior a 69 kV. Esse tipo de subestação normalmente tem seu custo superior ao custo das subestações construídas com estruturas de concreto armado. A vantagem das subestações de estruturas metálicas é quanto à facilidade de deslocamento das mesmas para o local da obra. Essas estruturas são montadas em pequenas seções quando comparadas com as estruturas de concreto armado, o que facilita o seu transporte para subestações em locais de difícil acesso. A Figura 1.11 mostra uma subestação de 230 kV de construção em estrutura metálica. Meios de isolação As subestações podem ser isoladas por diferentes meios isolantes. Isolação a ar São as subestações de maior uso devido ao seu baixo custo quando comparadas com outros tipos de subestações isoladas por outros meios isolantes. Essas subestações normalmente ocupam espaços maiores do que os demais tipos de subestação. A Figura 1.11 mostra uma subestação de 230 kV com isolação a ar utilizando estruturas metálicas. Figura 1.9 Figura 1.10 Subestação blindada – vista frontal externa e interna. Subestação em estrutura de concreto armado – vista lateral. Figura 1.11 1.3.7.2 1.3.7.3 Figura 1.12 1.3.7.4 Subestação em estrutura metálica (230 kV). Conjunto de componentes compactos a SF6 Também denominado Compact Air Insulated Switchgear (CAIS), esse é o tipo de subestação muito compacta. A tecnologia é de domínio de somente alguns fabricantes. São utilizadas apenas em locais onde há séria restrição de área, tal como ocorre em centros comerciais urbanos muito densos, em que o custo do terreno é muito elevado, ou a carga necessita de elevado grau de confiabilidade e continuidade do serviço. A área ocupada por esse tipo de subestação é de aproximadamente 50 % da área ocupada por uma subestação do tipo convencional, instalação ao tempo. A Figura 1.12 mostra um conjunto compacto onde estão integrados três transformadores de corrente, três transformadores de potencial, um disjuntor de potência e duas chaves seccionadoras. Isolação total a SF6 Também denominada Gas Insulation Switchgear (GIS), esse é o tipo de subestação mais compacta que atualmente é fabricada. A tecnologia é de domínio de poucos fabricantes. É utilizada somente em locais onde o espaço para construção é muito restrito, tal como ocorre em centros comerciais de alta concentração de carga, em que o custo do terreno é extremamente elevado, ou a carga necessita de elevadíssimo grau de confiabilidade e continuidade do serviço. A área ocupada por esse tipo de subestação é de aproximadamente 15 % da área ocupada por uma subestação do tipo convencional, instalação ao tempo, e ocupa um volume de apenas 20 %. Conjunto compacto isolado a SF6 (TCsTPschavedisjuntor). Nesse tipo de subestação todos os componentes de potência, incluindo os barramentos, estão instalados nos cilindros e compartimentos metálicos cheios do gás SF6, sob pressão, constituindose um bloco metálico muito compacto. Essas subestações são normalmente instaladas abrigadas. Isolação híbrida É o tipo de subestação que agrega a tecnologia das subestações de isolação a ar e a tecnologia das subestações isoladas a SF6. A tecnologia relativa à seção de SF6 é de domínio de poucos fabricantes. Já a tecnologia da seção de isolação a ar é de conhecimento geral. É utilizada somente em locais onde há alguma restrição de espaço, ou a carga necessita de um razoável grau de confiabilidade e continuidade do serviço. A área ocupada por esse tipo de subestação é de aproximadamente 65 % da área ocupada por uma subestação do tipo convencional, instalação ao tempo. 2.1 2.2 • – – • 2.2.1 • – – • – – – – – • 2.2.2 INTRODUÇÃO As subestações são dotadas de barramentos nos quais são conectados tanto os circuitos alimentadores como os circuitos de distribuição, incluindose os transformadores de potência, banco de capacitores etc. A configuração do barramento de uma subestação influi significativamente no custo do empreendimento, na flexibilidade de recursos operacionais, na perda de carga durante a manutenção da subestação etc. As concessionárias de serviços públicos de eletricidade normalmente adotam padrões de estruturas, denominados bays ou vãos, que podem ser definidos como a parte da subestação, correspondente a uma entrada (vão de entrada de linha) ou à saída de linha (vão de saída de linha), a um transformador (vão de transformador) ou a um equipamento qualquer utilizado na subestação, como, por exemplo, banco de capacitores, banco de reguladores etc. TIPOS DE ARRANJO DE BARRAMENTO Existem vários tipos de arranjo de barramentos primários e secundários como a seguir analisados. Cada um desses arranjos deverá ser selecionado em função das características da carga, do nível de confiabilidade e continuidade desejado, do nível de flexibilidade de manobra e recomposição da subestação. De forma geral, os barramentos podem ser classificados como: Barramentos de condutores nus Condutores flexíveis: devido às oscilações decorrentes do vento e dos esforços eletromecânicos associados, necessitam de distâncias maiores entre fases e entrefase e terra. Condutores rígidos: não oferecem os inconvenientes técnicos dos condutores flexíveis. Barramentos de condutores isolados Normalmente são fabricados com condutores rígidos. Seu uso é restrito, em virtude de seu custo ser mais elevado. A seguir será feita uma análise dos vários arranjos de barramento que podem ser utilizados em projeto de subestações. Barramento simples no secundário e/ou no primário Esse tipo de barramento é empregado praticamente em todas as subestações de níveis de tensões I e II, ou seja, de 2,3 a 46 kV. Pode também ser aplicado tanto no barramento de tensão superior como no barramento de tensão inferior. Quando utilizado no barramento de tensão inferior com mais de um transformador de potência permite colocar em operação em paralelo esses transformadores. Nesse caso, é preciso atentar para o fato de que a corrente de curtocircuito deve aumentar consideravelmente a cada transformador que é posto em paralelo, podendo inviabilizar o projeto por não ser possível encontrar no mercado os equipamentos com capacidade de interrupção adequada ao nível de curtocircuito resultante. Essa configuração, barramento simples, está mostrada na Figura 2.1. Vantagens Baixo nível de investimento. Operação extremamente simples. Desvantagens Defeito no barramento ou no disjuntor geral obriga o desligamento da subestação. Defeito em qualquer disjuntor dos circuitos secundários desliga a carga correspondente. Trabalhos de manutenção e ampliação no barramento implicam o desligamento da subestação. Trabalhos de manutenção no disjuntor geral ou chave seccionadora implicam o desligamento da subestação. Trabalhos em qualquer disjuntor ou chave seccionadora dos circuitos secundários implicam o desligamento das cargas correspondentes. Aplicação Alimentação de cargas que podem sofrer interrupções de tensão demoradas, sem custos sociais e financeiros relevantes. Barramento principal e de transferência Esse tipo de arranjo pode ser aplicado tanto no barramento de tensão inferior [Figura 2.2(a)] como no barramento de tensão superior [Figura 2.2(b)]. Figura 2.1 • – – • – – • – – • – – – – – • – • – 2.2.3 Barramento simples. Quando utilizado no nível de tensão inferior se ganha muito com a flexibilidade operativa da carga, de acordo com a Figura 2.2(a), podendose ter, entre outras, as seguintes configurações: Posição normal de operação Chaves abertas: (C), (C1), (F)... (F4). Chaves fechadas: (A), (A1), (B), (B1), (D)... (D4), (E)... (E4). Perda do transformador (1) Admitese que o transformador (2) suportará toda a carga. Chaves abertas: (A), (B), (C), (F)... (F4). Chaves fechadas: (A1), (B1), (D1)... (D4), (E1)... (E4). Manutenção ou defeito no disjuntor associado uma das chaves (D) e (E) Chaves abertas: (D), (E), (C), (C1). Chaves fechadas: (G), (H), (F), (D1)... (D4), (E1)... (E4). Observar que o disjuntor de transferência substitui o disjuntor associado às chaves (D) e (E) que estão abertas. Vantagens Aumento da continuidade do fornecimento. Médio nível de investimento. Facilidade operacional de manobra no circuito secundário. Defeito em qualquer disjuntor dos circuitos secundários interrompe apenas momentaneamente a carga associada. Qualquer equipamento pode ser retirado e substituído sem interrupção do fornecimento. Desvantagens Defeito no barramento principal obriga o desligamento da subestação. Aplicação Alimentação de indústrias de médio e grande portes. Deixase para o leitor descobrir as configurações possíveis do barramento de tensão superior. Barramento simples seccionado Esse sistema é indicado para a condição de não se desejar a operação contínua em paralelo de dois ou mais transformadores e quando também não for desejável por em paralelo os alimentadores de alta tensão, conforme mostramos na Figura 2.3. Poderemos ter, entre outros, as seguintes configurações: • – – • – – • – – • – – – – – – – – • – Operação normal Chaves abertas: (E), (F). Chaves fechadas: todas as demais. Operação com a perda do alimentador (1) Supõese que o alimentador e o transformador (2) possam atender a toda carga. Chaves abertas: (A), (B), (C), (D). Chaves fechadas: (A1), (B1), (C1), (D1) e as demais chaves, excluídas as chaves definidas como abertas. Operação em paralelo dos transformadores Chaves abertas: nenhuma. Chaves fechadas: todas. Vantagens Continuidade do fornecimento regular. Baixo nível de investimento. Facilidade operacional de manobra no circuito secundário ou de média tensão. Defeito em qualquer disjuntor dos circuitos secundários interrompe somente a carga associada. Capacidade de transferência da carga de uma barra para outra com a perda de uma das fontes de tensão, desde que cada fonte tenha capacidade para suprimento de toda a carga. Alternativa de operar ou não com os dois transformadores em paralelo. Qualquer equipamento pode ser retirado e substituído com interrupção do fornecimento somente da carga associada. A perda de um barramento afeta somente as cargas a ele conectadas. Desvantagens Perda da metade da carga da subestação quando ocorrer um defeito em qualquer um dos barramentos. Figura 2.2 (a) Barramento principal e de transferência: somente no secundário. Figura 2.2 (b) Barramento principal e de transferência: no primário e no secundário. Figura 2.3 • – 2.2.4 Barramento simples seccionado. Aplicação Alimentação de cargas cujos transformadores não devam ser postos a operar em paralelo e quando não se deseja também colocar em paralelo os alimentadores de alta tensão, através dos secundários dos transformadores de potência. Barramento simples com geração auxiliar Esse sistema é indicado quando se necessita operar uma usina de geração termelétrica para funcionamento em emergência, na ponta de carga ou no controle da demanda por injeção de geração. Esse arranjo está mostrado na Figura 2.4. Figura 2.4 • – – • – – • – – • – – – – – Duplo barramento simples com geração auxiliar. Podemos ter, entre outras, as seguintes configurações: Operação normal Chaves abertas: (C), (D), (G), (H). Chaves fechadas: (A), (B), (E), (F) e demais chaves. Operação em emergência ou na ponta de carga Chaves abertas: (E), (F). Chaves fechadas: (A), (B), (C), (D), (G), (H) e demais chaves, excluídas as chaves anteriores. Operação em paralelo entre o sistema principal e gerador auxiliar Pode ser utilizada para cortar os picos de demanda e evitar acréscimo na fatura mensal. Chaves abertas: nenhuma. Chaves fechadas: todas. Vantagens Continuidade do fornecimento aumentada. Custo de investimento baixo, excluindo a aquisição da central de geração. Facilidade operacional de manobra no circuito secundário. Defeito em qualquer disjuntor dos circuitos secundários interrompe somente a carga associada. Capacidade de transferência da carga de uma barra para outra com a perda de uma das fontes de energia, desde que a fonte de geração auxiliar tenha capacidade para suprimento de toda a carga. – – • – – • – 2.2.5 • – – • – – • – – • – – – – – – • – – • – 2.2.6 • – – • – – • – – Alternativa de operar na ponta, em situação de emergência com a perda da fonte principal ou ainda poder controlar a demanda máxima para fins tarifários, injetando a geração auxiliar. A perda de um barramento afeta somente as cargas a ele conectadas. Desvantagens Perda da carga da subestação associada ao barramento em que ocorrer um defeito. Qualquer equipamento conectado ao barramento ao ser retirado e substituído forçará a interrupção do fornecimento somente das cargas associadas ao barramento que deve ser desligado. Aplicação Nas indústrias e grandes consumidores comerciais que necessitam de geração auxiliar, como garantia de continuidade de fornecimento de energia elétrica. Barramento duplo, 1 disjuntor a 2 chaves É um arranjo que envolve poucos disjuntores e muitas chaves seccionadoras e possibilita vários arranjos quando da perda de disjuntores de carga. Podemos ter, entre outras, as seguintes configurações, de conformidadecom a Figura 2.5: Operação normal Chaves abertas: (C), (D), (H), (J), (L). Chaves fechadas: (A), (B), (E), (I), (K), (M) e as chaves associadas aos disjuntores de carga. Operação com a perda do barramento (1) Chaves abertas: (C), (D), (H), (J), (L), (F), (G). Chaves fechadas: (A), (B), (E), (I), (K), (M) mantendo fechadas as chaves dos disjuntores de carga. Operação com perda do disjuntor de média tensão, associado às chaves (A) e (B) Neste caso, o disjuntor de transferência substitui o disjuntor geral de média tensão associado às chaves (A) e (B). Chaves abertas: (A), (B), (H), (J), (L). Chaves fechadas: (C), (D), (G), (F), (I), (K), (M) mantendo fechadas as chaves dos disjuntores de carga. Vantagens Boa continuidade de fornecimento. Investimento moderadamente baixo. Facilidade operacional de transferência de circuitos de um barramento para o outro. Qualquer um dos barramentos pode ser retirado de operação para manutenção, sem afetar a carga. A perda de um barramento não afeta a carga a ele conectada, já que pode ser transferida para o outro barramento. O disjuntor de transferência pode substituir o disjuntor geral de média tensão. Desvantagens Defeito em qualquer disjuntor dos circuitos secundários interrompe a carga associada. Elevada exposição a falhas no barramento, em função da grande quantidade de chaves. Aplicação Nas indústrias que necessitam de um bom grau de continuidade e confiabilidade de fornecimento em média tensão. Barramento duplo, 1 disjuntor a 4 chaves Esse arranjo é um dos mais utilizados em subestações de 230 kV, notadamente naquelas que são conectadas à Rede Básica. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estabelece, para qualquer consumidor, ou gerador de 230 kV, que seja adotado esse arranjo na configuração final do projeto, flexibilizando, na sua implantação, a ausência de alguns equipamentos, tais como chaves e disjuntores. Podemos ter, entre outras, as seguintes situações, conforme Figura 2.6: Operação normal Chaves abertas: (E), (F), (C), (D), (G), (I) e as chaves numericamente correspondentes. Chaves fechadas: (A), (B), (H), (J) e as chaves numericamente correspondentes. Operação com a perda do barramento (1) Chaves abertas: (B), (B1), (C), (C1), (E), (F), (H), (I) e as chaves numericamente correspondentes. Chaves fechadas: (A), (D), (G), (J) e as chaves numericamente correspondentes. Perda do disjuntor de alta tensão da linha de transmissão (1) Chaves abertas: (A), (B), (D), (G), (I) e as chaves numericamente correspondentes. Chaves fechadas: (C), (F), (E), (H), (J) e as chaves numericamente correspondentes. Figura 2.5 Barramento duplo, 1 disjuntor a 2 chaves. Figura 2.6 • – – • – – – – – • – – • – Barramento duplo, 1 disjuntor a 4 chaves. Perda do disjuntor associado a uma das chaves (H), (J) Chaves abertas: (C), (D), (G), (H), (J) e as demais chaves permanecem na posição normal. Chaves fechadas: (A), (B), (E), (F), (I) e as demais chaves permanecem na posição normal. Vantagens Continuidade do fornecimento aumentada. Facilidade operacional de transferência de circuitos de um barramento para o outro. Defeito em qualquer disjuntor dos circuitos secundários interrompe temporariamente a carga associada. Qualquer equipamento pode ser retirado e substituído, sem a interrupção do fornecimento da carga associada. A perda de um barramento não afeta as cargas a ele conectadas, já que podem ser transferidas para o outro barramento. Desvantagens Maior exposição a falhas devido à grande quantidade de chaves e conexões. Investimento elevado. Aplicação Nas indústrias e nas unidades de geração de grande porte que necessitam de alto grau de continuidade e confiabilidade de fornecimento. 2.2.7 • – – • – – • – – • – – – – – – – – • – – • – 2.2.8 • – – • – – • – – – – • – • – 2.2.9 Barramento duplo, 1 disjuntor a 5 chaves O arranjo do barramento duplo, 1 disjuntor a 5 chaves pode ser aplicado tanto para o lado de alta tensão como para o lado de média tensão. Esse é um dos arranjos de maior confiabilidade e continuidade e é utilizado em subestações de grande porte em tensão igual ou superior a 230 kV. Podemos ter, entre outras, as seguintes configurações, conforme está indicado na Figura 2.7: Operação normal Chaves abertas: todas as chaves excluindose aquelas que se seguem. Chaves fechadas: (A), (B), (D), (G), (H), (I) e as chaves numericamente correspondentes. Perda do disjuntor de média tensão do transformador (1) Chaves abertas: (A), (B), (E), (G), (J), (C1), (D1), (G1), (J1) e as chaves numericamente correspondentes. Chaves fechadas: (C), (D), (M), (N), (F), (H), (I), (A1), (B1), (E1), (F1), (H1), (I1) e as chaves numericamente correspondentes. Neste caso o disjuntor associado às chaves (M), (N) substituirá o disjuntor de média tensão do transformador (1). Perda do barramento (1) Chaves abertas: (C), (D), (M), (N), (G), (J), e as chaves numericamente correspondentes. Chaves fechadas: (A), (B), (E), (F), (H), (I) e as chaves numericamente correspondentes. Vantagens Continuidade do fornecimento muito elevada. A seleção do barramento pode ser feita sob condição de carga. Defeito em qualquer disjuntor dos circuitos secundários interrompe temporariamente a carga associada. A perda do barramento (1) não afeta o fornecimento à carga. A perda do barramento (2) não afeta o fornecimento à carga. Qualquer barramento pode ser utilizado como barramento de transferência. Qualquer equipamento pode ser retirado e substituído, sem a interrupção do fornecimento da carga associada. A perda de um barramento não afeta as cargas a ele conectadas, já que podem ser transferidas para o outro barramento. Desvantagens Maior exposição a falhas em razão da grande quantidade de chaves e conexões. Investimento muito elevado. Aplicação Nos sistemas de suprimento altamente interconectados. Barramento duplo, 2 disjuntores a 4 chaves O arranjo do barramento duplo, 2 disjuntores a 4 chaves, mostrado na Figura 2.8, pode ser aplicado também para o lado de alta tensão. Esse é um arranjo de grande confiabilidade e continuidade e é utilizado em subestações em tensão de 69 a 230 kV. Podemos ter, entre outras, as seguintes configurações: Operação normal Chaves abertas: todas as chaves excluindose aquelas que se seguem. Chaves fechadas: (A), (B), (D), (E) e as chaves numericamente correspondentes. Perda do disjuntor de média tensão do transformador Chaves abertas: (A), (B), (D), (E) e as chaves numericamente sequenciadas. Chaves fechadas: (H), (I), (G), (F) e as chaves numericamente sequenciadas. Vantagens Continuidade do fornecimento aumentada. Facilidade operacional de transferência de circuitos de um barramento para o outro. Qualquer equipamento pode ser retirado e substituído, sem interrupção do fornecimento. A perda de um barramento não afeta as cargas a ele conectadas, já que podem ser transferidas para o outro barramento. Desvantagens Investimento elevado. Aplicação Nas indústrias e unidades de geração de grande porte e na alimentação de subestações de centros urbanos de grande importância. Barramento duplo e disjuntor e meio O arranjo de barramento duplo e disjuntor e meio, mostrado na Figura 2.9, pode ser aplicado tanto para o lado de alta tensão como para o lado de média tensão. Esse é um dos arranjos de maior confiabilidade, continuidade e flexibilidade e é utilizado em subestações de grande porte em tensão superior a 230 kV. Figura 2.7 • – – • – – • – – – – – – – • – – • – Barramento duplo, 1 disjuntor a 5 chaves. Podemos ter, entre outras, as seguintes situações: Operação normal Chaves abertas: (G) e (H), e as chaves numericamente correspondentes. Chaves fechadas: (A), (B), (C), (D), (E), (F) e as chaves numericamente correspondentes. Perda do disjuntor de média tensão do transformador (1) Supõese, neste caso, que o transformador (2) possa atender a todas as cargas (1a opção). Chaves abertas: (A) e (B). Chaves fechadas: (A1), (B1), (C3), (D3), (E3), (F3) e as chaves numericamente sequenciadas. VantagensContinuidade e confiabilidade do fornecimento muito elevadas. Facilidade operacional de transferência de circuitos de um barramento para o outro. Curto tempo de recomposição do sistema após uma falha. Defeito em qualquer disjuntor ou chave dos circuitos secundários interrompe temporariamente a carga associada. Qualquer equipamento pode ser retirado e substituído, sem interrupção do fornecimento. Qualquer barramento pode ser retirado de serviço para manutenção, sem interrupção da carga. A perda de um barramento não afeta as cargas a ele conectadas, já que podem ser transferidas para o outro barramento. Desvantagens Investimento muitíssimo elevado. Complexidade operacional no esquema de proteção. Aplicação Nas subestações de grande porte alimentando cargas de alta relevância. Figura 2.8 2.2.10 • – – • – Barramento duplo, 2 disjuntores a 4 chaves. Barramento em anel seccionado Esse arranjo está mostrado na Figura 2.10. Podemos ter, entre outras, as seguintes situações: Operação normal Chaves abertas: (B), (B1). Chaves fechadas: todas as demais chaves estão fechadas. Perda do disjuntor de tensão inferior do transformador (1) Chaves abertas: (A) e (C). Figura 2.9 Barramento duplo disjuntor e meio. Figura 2.10 – • – – • – – – – – • – – • – 2.2.11 Barramento em anel seccionado. Chaves fechadas: (B) e todas as demais, excluindose as chaves abertas anteriormente; o disjuntor de tensão inferior do transformador (1) será substituído pelo disjuntor associado às chaves (D), (E). Perda do transformador (1) Chaves abertas: (A) e (C). Chaves fechadas: todas as demais chaves estarão fechadas, excluindose as chaves abertas anteriormente. Supõese, neste caso, que o transformador (2) tenha capacidade suficiente para atender a carga. Vantagens Médio nível de investimento. Cada circuito secundário é alimentado mediante dois disjuntores. Facilidade de manutenção dos disjuntores. Defeito em qualquer disjuntor ou chave do anel não interrompe o fornecimento. Qualquer equipamento pode ser retirado e substituído, com interrupção do fornecimento somente da carga associada ao referido equipamento. Desvantagens A falha em qualquer disjuntor instalado no anel transforma o mesmo em barramento simples seccionado. Complexidade operacional no esquema de proteção. Aplicação Nas usinas de geração de energia de grande porte. Barramento em anel contínuo Esse arranjo está mostrado na Figura 2.11. Figura 2.11 • – – • – – • – – • – – – • – 2.2.12 • – – • Barramento em anel contínuo. Podemos ter, entre outras, as seguintes configurações: Operação normal Chaves abertas: (B), (B1), (D), (D1), (D2). Chaves fechadas: (A), (A1), (C), (C1), (E), (F) e as demais chaves numericamente correspondentes. Perda do transformador (1) Chaves abertas: (A), (B), (B1), (C), (D), (D1), (D2). Chaves fechadas: (A1), (C1) e todas as demais, exceto as citadas anteriormente. Vantagens Médiobaixo investimento. Qualquer equipamento pode ser retirado e substituído, sem interrupção do fornecimento, exceto os disjuntores e chaves dos circuitos secundários. Desvantagens Cada circuito secundário é alimentado através de somente um disjuntor, sem alternativa de alimentação por outro disjuntor. A falha em qualquer ponto do barramento interrompe todas as cargas conectadas. Simplicidade operacional no esquema de proteção. Aplicação Nas instalações industriais e de geração de médio porte. Barramento em anel modificado Esse arranjo está mostrado na Figura 2.12. Podemos ter, entre outras, as seguintes configurações: Operação normal Chaves abertas: (B), (B1), (E4), (D4). Chaves fechadas: todas as demais chaves estão fechadas. Perda do transformador (1) – – • – – • – – • – – – – • – – – – • – 2.3 2.3.1 2.3.2 Neste caso, supõese que o transformador (2) tenha capacidade nominal para atender à totalidade da carga. Chaves abertas: (A), (B), (C), (B1), (E4) e (D4) Chaves fechadas: todas as demais chaves estão fechadas. Perda do barramento entre as chaves (D1), (D3) Chaves abertas: (E1), (D1), (E2), (D2), (E3), (D3), (B), (B1). Chaves fechadas: todas as demais chaves estão fechadas. Perda do disjuntor de tensão inferior do transformador (1) Chaves abertas: (A), (C), (E), (D), (E1), (D1). Chaves fechadas: (B), (E4), (D4), cujo disjuntor associado substitui o disjuntor de tensão inferior do transformador; todas as demais chaves estão fechadas. Vantagens Cada circuito secundário é alimentado por dois disjuntores. Facilidade de manutenção dos disjuntores, exceto dos disjuntores dos circuitos secundários. Defeito em qualquer disjuntor ou chave do anel não interrompe o fornecimento. Qualquer equipamento pode ser retirado e substituído, sem interrupção do fornecimento, exceto os disjuntores de carga. Desvantagens Alto nível de investimento. A falha em qualquer disjuntor do anel transforma o mesmo em barramento simples seccionado. Complexidade operacional no esquema de proteção. Dependendo da posição da falha, é necessário manobrar até três disjuntores para ilhar o ponto de defeito. Aplicação Nas usinas de geração de energia de grande porte. DIMENSIONAMENTO DE BARRAMENTO DE SUBESTAÇÕES Entendese por barramento de uma subestação um conjunto de condutores de cobre ou alumínio ao qual se conectam tanto os circuitos de entrada injetando potência na subestação como os circuitos que escoam essa potência no sentido da carga, de conformidade com o que vimos na Seção 2.2. Os barramentos podem ser classificados como a seguir. Barramentos flexíveis São constituídos de cabos, normalmente de alumínio, com capacidade definida pela corrente nominal do circuito, pela transferência de calor, pelos esforços mecânicos de tração etc. Os barramentos flexíveis são normalmente utilizados em sistema de potência, subestações com tensão igual ou inferior a 230 kV, e são constituídos de cabo de alumínioliga (CAL) e cabos de alumínio sem alma de aço, ou seja, CA. O cabo CA tem a vantagem de possuir maior capacidade de corrente e são menos pesados do que o equivalente em capacidade de corrente ao cabo CAA (cabo de alumínio com alma de aço, normalmente utilizado em linhas de transmissão). Podem ser utilizados também cabos de cobre ou ainda o cabo de alumínio liga. Barramentos rígidos nus São constituídos de barras retangulares de cobre, normalmente utilizadas em cubículos de baixa e média tensões, de barras circulares de cobre, normalmente utilizadas em barramento de subestações de média tensão, e de tubos de alumínio, normalmente utilizados em subestações de alta tensão. A capacidade de corrente dos barramentos rígidos depende se os mesmos são pintados ou nus. Quando pintados, os barramentos são capazes de conduzir corrente superior à do mesmo barramento sem pintura. Os barramentos são pintados quando operam em áreas cobertas. Quando instalados ao tempo os barramentos são instalados sem pintura. Isso se deve ao fato de que os barramentos pintados instalados ao tempo vão perdendo a sua capacidade de corrente em razão da ação do tempo que os torna mais escuros; portanto, armazenam mais energia calorífica decorrente dos raios solares incidentes. Figura 2.12 2.3.3 2.3.4 2.3.4.1 Barramento em anel modificado. Barramentos rígidos isolados Os barramentos rígidos isolados são constituídos de barras circulares, normalmente de cobre, com nível de isolação adequado às necessidades do projeto, o qual, para atender a várias situações a serem solucionadas por barramentos convencionais ou pela utilização de cabos isolados, seria extremamente complicado e oneroso. Vejamos a aplicação de barramentos rígidos isolados na sala de comando da Figura 2.13, em que houve necessidade de interligação entre os barramentos dos quadros de comando instalados frente a frente em lados opostos do ambiente. Outra aplicação desse tipo de barramento pode ser visto na Figura 2.14, no qual é conduzida uma elevada corrente de carga entre dois diferentes pontos de uma subestação de construção ao tempo, de forma a não interferirna mesma. Uma das principais funções dos barramentos rígidos isolados é permitir a redução das distâncias entre fases. Também podem ser utilizados em ambientes fechados e abertos pelos quais podem circular somente pessoas autorizadas. Esse tipo de barramento é aplicado em situações especiais ou quando a sua utilização simplifica o projeto de forma a tornálo econômico. Dimensionamento dos barramentos Antes de iniciarmos os cálculos para determinação da seção dos barramentos devemos conhecer seus principais tipos, suas características mecânicas bem como a natureza dos materiais de que são constituídos. Tipos de barramentos e suas seções transversais Podem ser caracterizados inicialmente pelo formato de suas seções transversais. Independentemente do formato, esses barramentos podem ser fabricados tanto em cobre como em alumínio, sendo este último o mais empregado nas subestações iguais e superiores a 69 kV. Para subestações ditas de distribuição empregadas em indústrias, grandes unidades comerciais e até residenciais é mais comum o uso de barramentos em cobre. Figura 2.13 2.3.4.1.1 2.3.4.1.2 Figura 2.14 2.3.4.1.3 Barramento isolado: instalação interna. Seção transversal de um perfil circular maciço e de cabos condutores Também conhecida como barras circulares, a seção transversal em mm2 pode ser dada pela Equação (2.1). Sb – seção do barramento, em mm2; Db – diâmetro do perfil circular, em mm. Seção de um perfil retangular maciço Também conhecida como barras chatas, a seção transversal em mm2 pode ser dada pela Equação (2.2). Sb– seção do barramento, em mm2; B – base da barra chata, em mm; H – altura da barra chata, em mm. Barramento isolado: instalação ao tempo. Seção de um perfil tubular Tratandose de um barramento em perfil tubular de cobre ou alumínio, a seção em mm2 pode ser dada pela Equação (2.3). Deb – diâmetro externo do condutor do barramento, em mm; Dib – diâmetro interno do condutor do barramento, em mm. Para outros perfis, o leitor deve procurar literatura específica para determinar a seção transversal do barramento. Para facilitar o dimensionamento dos barramentos apresentamos as tabelas de capacidade de corrente e outros dados complementares de cabos, barras e tubos circulares. A Tabela 2.1 mostra as características das barras tubulares de cobre, empregadas principalmente em subestações construídas em áreas extremamente poluentes, como determinados distritos industriais, ou próximas à orla marítima. Já a Tabela 2.2 mostra as características das barras retangulares de alumínio que são as mais utilizadas em barramentos de subestações de potência de grande porte em tensões iguais ou superiores a 69 kV. Nos projetos de subestação abrigada é comum a aplicação das barras de seção tubular de alumínio, cujas características são mostradas na Tabela 2.3. Já nas subestações de construção ao tempo nas tensões 69 a 230 kV é mais comum o uso do cabo alumínioliga (Norma ASTM B399M), denominado cabo CAL, cujas características técnicas podem ser Tabela 2.1 conhecidas na Tabela 2.7. Minoritariamente, os cabos de alumínio CA e CAA (cabos de alumínio com alma de aço) são utilizados nas subestações construídas ao tempo e localizadas longe de áreas poluentes. Suas características técnicas podem ser tomadas, respectivamente, nas Tabelas 2.4 e 2.5. Os cabos de cobre têm aplicação residual como barramentos de subestações ao tempo e somente são aplicados em áreas de elevada poluição. Suas características técnicas estão mostradas na Tabela 2.6. Capacidade de corrente para barras tubulares de cobre Barras tubulares de cobre Diâmetro externo Espessura da parede Seção Peso Resistência Reatância Capacidade decorrente permanente mm mm mm2 kg/m mOhm/m mOhm/m Barra pintada Barra nua A A 20 2 113 1,01 0,1933 0,2267 384 329 3 160 1,43 0,1365 0,2136 457 392 4 201 1,79 0,1086 0,2050 512 438 5 236 2,10 0,9257 0,1990 554 475 6 264 2,35 0,0827 0,1947 591 506 32 2 188 1,68 0,1162 0,2075 602 508 3 273 2,44 0,0800 0,1935 725 611 4 352 3,14 0,0620 0,1839 821 693 5 424 3,78 0,0515 0,1769 900 760 6 490 4,37 0,0455 0,1714 973 821 40 2 239 2,13 0,0914 0,1985 744 624 3 349 3,11 0,0625 0,1842 899 753 4 452 4,04 0,0483 0,1745 1020 857 5 550 4,90 0,0397 0,1671 1130 944 6 641 5,72 0,0340 0,1613 1220 1020 50 3 443 3,95 0,0493 0,1752 1120 928 4 578 5,16 0,0377 0,1652 1270 1060 5 707 6,31 0,0309 0,1576 1410 1170 6 829 7,40 0,0263 0,1516 1530 1270 8 1060 9,42 0,0206 0,1423 1700 1420 63 3 565 5,04 0,0386 0,1661 1390 1150 4 741 6,61 0,0294 0,1558 1590 1320 5 911 8,13 0,0239 0,1480 1760 1460 6 1070 9,58 0,0204 0,1420 1920 1590 8 1380 12,30 0,0158 0,1324 2150 1780 80 3 726 6,47 0,0300 0,1566 1750 1440 4 955 8,52 0,0280 0,1463 2010 1650 5 1180 10,50 0,0185 0,1383 2230 1820 6 1400 12,40 0,0156 0,1318 2430 1990 8 1810 16,10 0,0120 0,1222 2730 2240 100 3 914 8,15 0,0239 0,1479 2170 1770 4 1210 10,80 0,0180 0,1373 2490 2030 5 1490 13,30 0,0146 0,1295 2760 2250 Tabela 2.2 6 1770 15,80 0,0123 0,1230 3020 2460 8 2310 20,60 0,0094 0,1130 3410 2780 120 4 1460 13,00 0,0149 0,1303 2970 2400 5 1810 16,10 0,0120 0,1222 3300 2670 6 2150 19,20 0,0101 0,1157 3610 2930 8 2820 25,10 0,0077 0,1054 4070 3300 10 3460 30,80 0,0063 0,0977 4400 3560 160 4 1960 17,50 0,0011 0,1192 3910 3510 5 2440 21,70 0,0089 0,1109 4350 3500 6 2900 25,90 0,0075 0,1044 4770 3840 8 3820 34,10 0,0057 0,0940 5400 4340 10 4710 42,00 0,0046 0,0861 5830 4690 200 5 3060 27,30 0,0071 0,1024 5440 4350 6 3660 32,60 0,0059 0,0956 5920 4730 8 4830 43,00 0,0045 0,0852 6700 5360 10 5970 53,20 0,0036 0,0772 7250 5800 12 7090 63,20 0,0030 0,0707 7610 6080 250 5 3850 34,30 0,0056 0,0937 6740 5360 6 4600 41,00 0,0047 0,0870 7350 5830 8 6080 54,30 0,0035 0,0765 8330 6610 10 7540 67,30 0,0028 0,0684 9010 7160 12 8970 80,00 0,0024 0,0618 9470 7520 Condições de instalação: Temperatura da barra: 65 °C Temperatura ambiente: 35 °C Distâncias entre as barras: 7,5 cm Distâncias entre os centros de fases: igual ou superior a 2,5 vezes o diâmetro externo. Capacidade de corrente para barras retangulares de alumínio Barras retangulares de alumínio no interior de painéis Largura Espessura Seção Peso Resistência Reatância Capacidade de corrente permanente (A) mm mm mm2 kg/m mOhm/m mOhm/m Barra pintada Barra nua Número de barras por fase 1 2 3 1 2 3 12 2 23,5 0,0633 1,4777 0,2859 97 160 178 84 142 168 15 2 29,5 0,0795 1,1771 0,2774 118 190 204 100 166 193 3 44,5 0,1200 0,7803 0,2619 148 252 300 126 222 283 20 2 39,5 0,1070 0,8791 0,2664 150 240 245 127 206 232 3 59,5 0,1610 0,5836 0,2509 188 312 357 159 272 337 5 99,1 0,2680 0,3504 0,2317 254 446 570 214 392 537 10 199,0 0,5380 0,1745 0,2054 393 730 1060 331 643 942 Tabela 2.3 25 3 74,5 0,2010 0,4661 0,2424 228 372 412 190 322 390 5 124,0 0,3350 0,2800 0,2232 305 526 656 255 460 619 30 3 89,5 0,2420 0,3880 0,2355 267 432 465 222 372 441 5 149,0 0,4030 0,2331 0,2163 356 606 739 295 526 699 10 299,0 0,8080 0,1161 0,1900 536 956 1340 445 832 1200 40 3 119,0 0,3230 0,2918 0,2248 346 550 569 285 470 540 5 199,0 0,5380 0,1745 0,2054 456 762 898 376 658 851 10 399,0 1,0800 0,0870 0,1792 677 1180 1650 557 1030 1460 50 5 249,0 0,6730 0,1395 0,1969 566 916 1050 455 786 995 10 499,0 1,3500 0,0696 0,1707 815 1400 1940 667 1210 1710 60 5 299,0 0,8080 0,1161 0,1900 655 1070 1190 533 910 1130 10 599,0 1,6200 0,0580 0,1639 951 1610 2200 774 1390 1940 80 5 399,0 1,0800 0,0870 0,1792 851 1360 1460 688 1150 1400 10 799,0 2,1600 0,0435 0,1530 1220 2000 2660 983 1720 2380 100 5 499,0 1,3500 0,0696 0,1707 1050 1650 1730 846 1390 1660 10 999,0 2,700 0,0348 0,1446 1480 2390 3110 1190 2050 2790 15 1500,0 4,0400 0,0232 0,1292 1800 2910 3730 1450 2500 3220 120 10 1200,0 3,2400 0,0289 0,1377 1730 2750 3540 1390 2360 3200 15 1800,0 4,8600 0,0193 0,1224 2090 3320 4240 1680 2850 3650 160 10 1600,0 4,3200 0,0217 0,1268 2220 3470 4390 17802960 4000 15 2400,0 6,4700 0,0145 0,1115 2670 4140 5230 2130 3540 4510 200 10 2000,0 5,4000 0,0174 0,1184 2710 4180 5230 2160 3560 4790 15 3000,0 8,0900 0,0116 0,1031 3230 4950 6240 2580 4230 5370 Condições de instalação: Temperatura da barra: 65 oC Temperatura ambiente: 35 oC Afastamento entre as barras paralelas: igual à espessura Afastamento entre os centros das barras: 7,5 cm Posição das barras: vertical Capacidade de corrente para barras tubulares de alumínio Barras tubulares de alumínio Diâmetro externo Espessura da parede Seção Peso Resistência Reatância Capacidade de corrente permanente mm mm mm2 kg/m mOhm/m mOhm/m Barra pintada Barra nua Barra pintada Barra nua Uso interno Uso externo A A A A 20 2 110 0,3050 0,3157 0,2277 305 257 365 354 3 160 0,4330 0,2170 0,2136 363 305 435 421 4 201 0,5440 0,1728 0,2050 407 342 487 472 5 236 0,6360 0,1471 0,1990 440 370 527 511 6 264 0,7130 0,1315 0,1947 465 392 558 540 32 2 188 0,5090 0,1847 0,2075 478 395 539 519 3 273 0,7390 0,1272 0,1935 575 476 649 624 4 352 0,9500 0,0987 0,1839 653 539 737 708 5 424 1,1500 0,0819 0,1769 716 592 808 777 6 490 1,3200 0,0709 0,1714 769 636 868 835 40 2 239 0,6450 0,1453 0,1985 591 485 648 621 3 349 0,0420 0,0995 0,1842 714 595 783 750 4 452 1,2200 0,0768 0,1745 813 667 892 854 5 550 1,4800 0,0631 0,1671 896 734 982 941 6 641 1,7300 0,0542 0,1613 966 792 1060 1020 50 3 443 1,200 0,0784 0,1752 886 720 944 900 4 578 1,5600 0,0601 0,1652 1010 882 1080 1030 5 707 1,9100 0,0491 0,1576 1120 909 1190 1140 6 829 2,2400 0,0419 0,1516 1210 983 1290 1230 8 1060 2,8500 0,0328 0,1423 1370 1110 1460 1390 10 1260 3,3900 0,0276 0,1358 1490 1210 1580 1510 63 3 565 1,5300 0,0615 0,1661 1110 892 1140 1090 4 741 2,0000 0,0469 0,1558 1270 1020 1310 1240 5 911 2,4600 0,0381 0,1480 1400 1130 1450 1380 6 1070 2,9000 0,0325 0,1420 1520 1230 1570 1490 8 1380 3,73000 0,0252 0,1324 1730 1390 1790 1700 80 3 726 1,9600 0,0478 0,1566 1390 1110 1400 1320 4 955 2,5800 0,0364 0,1463 1600 1280 1600 1510 5 1180 3,1800 0,0294 0,1383 1770 1420 1780 1680 6 1400 3,7700 0,0248 0,1318 1920 1540 1930 1820 8 1810 4,8900 0,0192 0,1222 2200 1760 2200 2080 10 2200 5,9400 0,0158 0,1148 2410 1920 2420 2280 100 3 914 2,4700 0,0380 0,1479 1720 1370 1680 1580 4 1210 3,2600 0,0287 0,1373 1980 1570 1930 1820 5 1490 4,0300 0,0233 0,1295 2200 1750 2150 2020 6 1770 4,7800 0,0196 0,1230 2390 1900 2340 2200 8 2310 6,2400 0,0150 0,1130 2740 2170 2670 2510 120 4 1460 3,9400 0,0238 0,1303 2360 1860 2250 2100 5 1810 4,8800 0,0192 0,1222 2620 2070 2500 2340 6 2150 5,8000 0,0162 0,1157 2860 2250 2730 2550 8 2820 7,6000 0,0123 0,1054 3270 2580 3120 2920 10 3460 9,3300 0,0100 0,0977 3590 2830 3420 3200 4 1960 5,2900 0,0177 0,1192 3110 2430 2910 2710 Tabela 2.4 Tabela 2.5 160 5 2440 6,5700 0,0142 0,1109 3460 2710 3240 3010 6 2900 7,8400 0,0120 0,1044 3780 2950 3530 3290 8 3820 10,3000 0,0091 0,0940 4340 3390 4060 3780 10 4710 12,7000 0,0074 0,0861 4760 3720 4460 4140 200 5 3060 8,2700 0,0113 0,1024 4290 3330 3960 3670 6 3660 9,8700 0,0095 0,0956 4690 3640 4320 4000 8 4830 13,0000 0,0072 0,0852 5390 4180 4970 4600 10 5970 16,1000 0,0058 0,0772 5920 4600 5460 5060 12 7090 19,1000 0,0049 0,0707 6330 4910 5830 5400 260 5 3850 10,4000 0,0090 0,0937 5330 4100 4840 4460 6 4600 12,4000 0,0075 0,0870 5810 4480 5280 4870 8 6080 16,4000 0,0057 0,0765 6690 5160 6080 5610 10 7540 20,4000 0,0046 0,0684 7360 5680 6690 6170 12 8970 24,2000 0,0039 0,0618 7870 6070 7150 6600 Condições de instalação: Temperatura da barra: 65 °C Temperatura ambiente: 35 °C (com duas ou mais barras por fase) Distância entre as barras: 10 cm Características dos condutores de alumínio (CA) Características dos condutores de alumínio (CAA) Código Seção Seção Formação Peso Corrente nominal Carga de ruptura Resistência c.c. a 20 °C Reatância indutiva Reatância capacitiva AWG/MCM mm2 mm2 Al Aço Al Aço kg/km A Ohm/km Ohm/km MOhm ꞏ km Swan 4,0 21,1 3,53 6 1 85,4 140 830 1,35400 0,4995 0,08421 Sparrow 2,0 33,6 5,6 6 1 135,9 180 1265 0,85070 0,3990 0,00793 Ravem 1/0 53,4 8,92 6 1 216,6 230 1940 0,53510 0,4077 0,07557 Tabela 2.6 Tabela 2.7 2.3.4.2 • • • • • 2.3.4.2.1 Quail 2/0 67,4 11,2 6 1 272,6 270 2425 0,42450 0,3983 0,07346 Pigeon 3/0 85 14,2 6 1 343,6 300 3030 0,33670 0,3959 0,07128 Penguin 4/0 107 17,9 6 1 433,3 340 3820 0,26710 0,3610 0,06917 Partridge 266,8 135 22 26 7 546,3 460 5100 0,21370 0,2989 0,06675 Ostrich 300,0 152 24,7 26 7 614,8 490 5730 0,19000 0,2846 0,06569 Linnet 336,6 171 27,8 26 7 689,2 530 6357 0,16940 0,2802 0,06457 Ibis 397,5 201 32,7 26 7 814,3 590 7340 0,14340 0,2740 0,06308 Hawk 477,0 242 39,2 26 7 978,0 670 8820 0,11950 0,2672 0,0614 Dove 556,5 282 45,9 26 7 1140,0 730 1019 0,10250 0,2610 0,05997 Grosbeak 636,0 322 52,5 26 7 1299,0 789 1104 0,08969 0,2270 0,05789 Drake 795,0 403 65,4 26 7 1629,0 900 1417 0,07170 0,2479 0,05668 Nota: os valores das reatâncias indutiva e capacitiva estão referidos a 304 mm de espaçamento entre condutores. Características dos condutores de cobre Seção Diâmetro Resistência c.c. a 20 °C Reatância indutiva Reatância capacitiva Número de fios Corrente nominal Carga de ruptura Peso mm2 mm Ohm/km Ohm/km MOhm ꞏ km – A kg kg/km 25 5,87 0,862 0,37228 0,08576 7 180 852 188 35 6,95 0,547 0,35674 0,08129 7 230 1381 299 50 8,27 0,344 0,33934 0,07706 7 310 2155 475 70 9,75 0,272 0,33064 0,07489 7 360 2688 599 95 11,4 0,173 0,30888 0,07035 19 480 4362 953 120 12,8 0,147 0,30267 0,06886 19 540 5152 1149 150 14,4 0,121 0,29583 0,06712 19 610 6128 1378 185 16 0,104 0,28962 0,06575 19 670 7071 1609 240 18,2 0,075 0,27657 0,06239 19 840 10.210 2297 Nota: os valores das reatâncias indutiva e capacitiva estão referidos a 304 mm de espaçamento. Características dos condutores de alumínioliga (CAL) Código Seção Diâmetro Formação Peso Corrente Carga de ruptura Resistência c.c. a 20 °C AWG/MCM mm2 mm – kg/km A kg Ohm/km Butte 312,8 159,6 16,30 19 × 3,26 435 516 4675 0,2112 Flint 740,8 374,5 25,13 37 × 3,59 1027 884 1080 0,0894 Greeley 927,2 469,6 28,14 37 × 4,02 1288 1016 1354 0,0713 Critérios para o dimensionamento dos barramentos O dimensionamento de barramentos de uma subestação está fundamentado em cinco diferentes critérios, ou seja: Critério elétrico: capacidade de corrente do condutor em regime permanente. Critério eletromecânico: capacidade de suportabilidade mecânica em razão das correntes de curtocircuito. Critério térmico: capacidade de suportabilidade aos efeitos térmicos em função das correntes de curtocircuito. Dimensionamento sob o efeito corona. Critério da ressonância: vibração do condutor durante a condição de defeito. Para determinar a capacidade eletromecânica de um barramento é necessário conhecer a sua geometria bem como a sua seção transversal, conforme pode ser observado na Figura 2.15. Critério elétrico – capacidade de condução de corrente do condutor Figura 2.15 2.3.4.2.1.1 2.3.4.2.1.2 a) Esse critério visa determinar a capacidade do condutor quando o sistema está operando em regime permanente em condições nominais. Consideramse na aplicação desse critério os parâmetros elétricos do metal de que é constituído o condutor, bem como as características térmicas desse metal. Tipos de barramentos rígidos. Aplicaremos os fundamentos da metodologia do IEEE 7382006 que estão baseados no balanço energético (perdas e ganhos) do condutor, associado à sua resistência elétrica, e poderemos determinar a sua capacidade de condução de corrente que deve ser comparada com o máximo fluxo de carga a percorrer o barramento, considerando que o mesmo atingiu a sua capacidade final de projeto. A capacidade de condução de corrente de um condutor nu é denominada também ampacidade, que é definida pela máxima corrente que é capaz de transportar esse condutor a uma determinada temperatura que não resulte em alterações das características físicoquímicas do metal de que é constituído. Assim, os materiaisempregados nos barramentos de subestação, normalmente o cobre e o alumínio, não devem operar sob elevados níveis de temperatura, sob o risco de ocorrer oxidação, como é, por exemplo, o caso do condutor de cobre quando opera a temperaturas superiores a 80 ºC. A ampacidade de um barramento é obtida quando se consegue equilibrar a quantidade de calor decorrente das perdas elétricas, devido ao fluxo de corrente, associada à absorção de calor do ambiente pelo condutor e o calor dissipado pelo mesmo. Capacidade de corrente em contingência A primeira abordagem que deve ser feita para a determinação da capacidade de corrente do condutor do barramento de uma subestação é determinar o fluxo de corrente na condição normal de operação da subestação e na condição de contingência caracterizada pela perda de um dos alimentadores que injeta corrente nesse barramento. Inicialmente devemse calcular os fluxos de corrente que entram e saem do barramento na condição de maior demanda projetada para aquela subestação, incluindose, se for o caso, possíveis ampliações da mesma. Em seguida, simulase a perda de um dos alimentadores, mantendose a demanda de carga inalterada. Nesse caso, os alimentadores sobejantes devem assumir toda a potência imposta pela carga. Essa situação é muito comum nos projetos de subestação de médio e grande portes e é denominada contingência N1. A seção do barramento que conduzir o maior fluxo de carga deve ser dimensionada pela corrente resultante. A seção dimensionada por essa corrente deve ser aplicada para todas as demais seções do barramento. Balanço térmico O balanço térmico é caracterizado pelo equilíbrio existente entre a quantidade de calor que o vento retira da superfície do cabo, a quantidade de calor causada pela radiação solar incidente, a quantidade de calor cedido ao cabo decorrente da temperatura local e a resistência do condutor que gera calor em razão da corrente que flui no barramento. Esse critério pode ser aplicado tanto para barramentos flexíveis como para barramentos rígidos. Existem duas diferentes situações para o desenvolvimento do balanço térmico: Condição de equilíbrio entre a velocidade do vento, a radiação solar, a temperatura e a corrente elétrica circulante no barramento. Para essas condições podemos empregar a Equação (2.4). Qc – quantidade de calor transferida para o meio ambiente por convecção na superfície do condutor, W/m; Qr – quantidade de calor transferida por radiação, em W/m; QS – quantidade de calor recebida pelo condutor através dos raios solares e pela atmosfera, em W/m; Rc – resistência elétrica do material condutor, normalmente alumínio ou cobre, em Ω/m; IC – corrente de carga máxima que pode fluir no barramento, em A. Esse processo deve ser aplicado quando o barramento está submetido a uma condição de regime permanente. A partir da Equação (2.4) podemos explicitar o valor da corrente circulante e determinar o seu módulo através da Equação (2.5). A corrente IC deve ser calculada considerando as condições de maior demanda ou de maior geração, de conformidade com o tipo de subestação. Mediante o valor encontrado para essa corrente podemos definir a seção do condutor do barramento. b) 2.3.4.2.1.3 • • Figura 2.16 Condição de desequilíbrio entre a velocidade do vento, a radiação solar, a temperatura e a corrente elétrica circulante. Em regime transitório de carga podese desprezar a resistência térmica interna do condutor, por ser muito inferior à resistência térmica que existe entre a superfície do condutor e o ar que está presente em seu entorno. Para essa condição devemos acrescentar outra variável de acordo com a Equação (2.6). Mcp – capacidade de calor do condutor; ; variação da temperatura do condutor (Tc) em relação ao tempo. Calor dissipado por convecção (Qc) O calor decorrente do fluxo de corrente através do condutor do barramento aquece o metal tendo como resultado um fluxo de ar de baixo para cima retirando calor da superfície desse condutor. A temperatura máxima admitida pelos condutores nus varia na faixa de 75 ºC a 150 ºC, enquanto a velocidade média dos ventos nos meses de novembro a abril, período de ventos de baixas velocidades, isto é, de condições mais desfavoráveis, varia entre 2 e 4 km/h, ou, aproximadamente, 0,2 a 0,5 m/s, enquanto a temperatura nessa mesma época varia entre 30 e 45 ºC, esta última em certas regiões do Brasil. É preciso, no entanto, buscar junto aos órgãos competentes da região do projeto as reais temperaturas históricas, máximas e mínimas, bem como as variações das velocidades dos ventos, nas condições mais desfavoráveis. EXEMPLO DE APLICAÇÃO (2.1) A Figura 2.16 mostra o diagrama unifilar simplificado de uma subestação abaixadora de 230/69 kV, na sua condição de regime normal de operação. Determinar a seção nominal do barramento nu para a condição da perda de alimentação do circuito C2, sabendose que o projeto do sistema de transmissão foi elaborado para a contingência N1, isto é, nessa condição não haverá restrição no suprimento da carga, já que os dois alimentadores sãos terão capacidade de suprir toda a potência demandada. O barramento é do tipo tubular de alumínio. A Figura 2.17 mostra o diagrama unifilar com a redistribuição das correntes nos alimentadores remanescentes após a ocorrência da perda do circuito C2. Podemos observar que a seção EF do barramento é a de maior carregamento na condição de contingência N1. O mesmo processo deve ser repetido considerando as perdas dos circuitos C1 e C2 separadamente para verificar qual a seção do barramento ficou submetida à maior carga de demanda. A partir do valor da corrente de 900 A que circula na seção EF, da Figura 2.17, podemos obter na Tabela 2.3 as dimensões do barramento tubular de alumínio nu, ou seja: Diâmetro externo: 50 mm. Espessura da parede do tubo de alumínio: 6 mm. Como já foi comentado anteriormente, o valor da seção inicial do barramento (829 m2) deve ser adotado para todas as seções, independentemente da corrente de baixo valor que possa fluir em outras seções. Depois de determinado o valor inicial da seção do barramento, devemse realizar os estudos eletrotérmicos e eletromecânicos a seguir. Operação em regime normal. Figura 2.17 2.3.4.2.1.3.1 • • • • • • • • • • • • • • • • • a) b) Operação em regime de contingência (N1). Convecção natural Considerase convecção natural para transmissão de calor de um barramento de subestação quando a velocidade dos ventos é nula. A convecção natural é numericamente semelhante à convecção forçada quando a velocidade do vento é de 0,9 m/s e o ângulo entre a direção do vento e o eixo do condutor for nulo. Para obter o valor da perda térmica por convecção natural, Qcn, no barramento podese aplicar a Equação (2.7). Para determinar a quantidade de calor transferida para o meio ambiente pelo barramento de comprimento Lb basta multiplicar o valor de Qcn por Lb, obtendose o resultado em watts. ρf – densidade do ar (valor a ser obtido da Tabela 2.8); Dc – diâmetro do condutor, em mm; Tc – temperatura da superfície do barramento, em ºC; Ta – temperatura média do ambiente, em ºC, onde está localizada a subestação; Lb – comprimento do barramento, em m. Inicialmente, iremos desenvolver os Exemplos de Aplicação para cada módulo estudado utilizando preferencialmente os valores de tabela. EXEMPLO DE APLICAÇÃO (2.2) Determinar a perda por convecção natural do condutor de código Magnólia de 954 MCM – ACSR (CAA) utilizado no barramento de uma subestação de 300 MVA –230/34,5 kV. As condições locais e demais dados do projeto da subestação são: Velocidade dos ventos: nula. Temperatura média do ambiente: 35 ºC. Emissividade do material condutor: ε = 0,50 (valor médio normalmente adotado). Coeficiente de absorção da energia solar: α = 0,50 (valor médio normalmente adotado). Natureza da atmosfera: industrial. Temperatura máxima permitida ao condutor: Tc = 75 ºC. Resistência do condutora 20 ºC: R20 = 0,05960 mΩ/m. Seção do condutor: 483,74 mm2 (veja a Tabela 2.4). Diâmetro do cabo: 28,56 mm (veja a Tabela 2.4). Distância entre as fases do barramento: 4000 mm (distância utilizada entre barras nas subestações de 230 kV). Capacidade nominal de corrente do condutor: 982 A (veja a Tabela 2.4). Latitude do local do empreendimento: γ ≅ –3º S (a latitude oficial da cidade de Fortaleza é de –3º 43’ 02”). Longitude do local do empreendimento: –38º 32' 35" W. Azimute de linha do empreendimento: ≈ 95º. Altitude do local da subestação: 21 m (altitude oficial da cidade de Fortaleza). Altitude solarimétrica: considerar no cálculo o horário das 11 horas do dia 4 do mês de janeiro que é supostamente um dos dias mais quentes da cidade de Fortaleza. Direção do vento: perpendicular ao alinhamento do barramento. Determinação da corrente de carga Determinação da perda de calor por convecção natural • • 2.3.4.2.1.3.2 • Tabela 2.8 Determinação da densidade do ar Pela Tabela 2.8 e para a temperatura média de 55 ºC, temos: ρf = 1,0765 kg/m3 (valor interpolado entre 50 ºC e 60 ºC). Perda por convecção natural. Pela Equação (2.7), temos: Convecção forçada A quantidade de calor dissipada por convecção forçada pode ser dada pela Equação (2.8). Deve ser aplicada para velocidades de vento igual ou superior a 0,5 m/s (1,8 km/h), perpendicularmente ao condutor. Para vento com velocidades superiores a 0,5 m/s devese aplicar a Equação (2.9). No entanto, de qualquer forma devemos considerar o maior valor entre os resultados dados pelas Equações (2.8) e (2.9). Vv – velocidade do vento, em m/s; Tc – temperatura de operação do cabo, em ºC; μf – viscosidade absoluta do ar: veja a Tabela 2.8; Kf – condutividade térmica do ar na temperatura Tf : veja a Tabela 2.8; Tf – valor dado na Equação (2.11); Kφ – fator de direção do vento. Para determinar a quantidade de calor transferida para o meio ambiente pelo barramento de comprimento Lb, basta multiplicar o valor de Qc fb ou Qc fe por Lb, obtendose o resultado em watts. Como alternativa à consulta à tabela anteriormente indicada, para obtermos os resultados das Equações (2.8) e (2.9) é necessário que algumas das variáveis anteriormente explicitadas sejam conhecidas, ou seja: Determinação da condutividade térmica do ar (Kf) O valor da condutividade térmica do ar pode ser obtida pela Equação (2.10). Densidade, condutividade térmica e viscosidade dinâmica do ar Temperatura Viscosidade dinâmica Densidade do ar Condutividade térmica do ar Tfi lm μr ρf (kg/m3) Kf °C (Pa ꞏ s) 0 m 1000 m 2000 m 4000 m W/(m ꞏ °C) 10 0,0000176 1,247 1,106 0,978 0,757 0,025 20 0,0000181 1,205 1,068 0,944 0,731 0,0257 30 0,0000176 1,165 1,033 0,913 0,707 0,0265 40 0,0000191 1,127 1,000 0,884 0,685 0,0275 50 0,0000195 1,093 0,969 0,856 0,663 0,0283 60 0,0000200 1,060 0,940 0,831 0,643 0,0287 70 0,0000204 1,029 0,912 0,806 0,625 0,0295 80 0,0000209 1,000 0,887 0,783 0,607 0,0302 90 0,0000213 0,972 0,862 0,762 0,590 0,0309 100 0,0000217 0,946 0,839 0,741 0,574 0,0317 • • • • • • • A variável Tf pode ser obtida pela Equação (2.11). Ta – temperatura média do ambiente, em ºC; Tc – temperatura da superfície do condutor, em ºC. Determinação da viscosidade do ar (μf) O valor da viscosidade do ar pode ser obtido pela Equação (2.12). Determinação do fator de direção do vento para ângulo φ entre a direção do vento e o barramento O valor do fator de direção do vento pode ser obtido pela Equação (2.13). Determinação da densidade do ar (ρf) O valor da densidade do ar pode ser obtido pela Equação (2.14). He – elevação do terreno da subestação em relação ao nível do mar, em m. A Tabela 2.8 pode fornecer algumas das variáveis anteriormente calculadas em seus valores típicos. Esses valores podem servir de comparação com valores calculados para a condição de projeto. EXEMPLO DE APLICAÇÃO (2.3) Determinar a perda por convecção forçada do condutor de código Magnólia de 954 MCM – ACSR (CAA) utilizado no barramento de uma subestação de 300 MVA – 230/34,5 kV. As condições locais da subestação são as mesmas do Exemplo de Aplicação (2.2). A velocidade dos ventos é de 0,70 m/s. A direção do vento é perpendicular ao barramento da subestação. Determinação do valor da condutividade térmica do ar (Kf) Pela Tabela 2.8, utilizando a temperatura média de 55 ºC, interpolando Kf entre as temperaturas de 50 ºC e 60 ºC, obtemos o valor de Determinação da viscosidade absoluta do ar. Por meio da Tabela 2.8, utilizando uma temperatura média de 55 ºC, e interpolando μf entre as temperaturas de 50 ºC e 60 ºC, podemos encontrar o valor de Determinação do fator de direção do vento Da Equação (2.13), temos: φ = 90º (ventos perpendiculares ao barramento) Determinação da perda por convecção forçada Inicialmente, iremos utilizar a Equação (2.8); nesse caso teremos: Utilizando a Equação (2.9), temos: 2.3.4.2.1.4 • • 2.3.4.2.1.5 • Nesse caso, devemos adotar o maior valor, ou seja: Qcfb = 59,6 W/m. Calor dissipado por radiação (Qr) As perdas térmicas dissipadas por radiação na superfície do barramento podem ser determinadas pela Equação (2.15). εc – emissividade do condutor: alumínio recéminstalado: εc = 0,2; alumínio envelhecido pelo tempo ou pelo excesso de poluição: εc = 0,90; o valor médio, normalmente utilizado, é de εc = 0,50. Para determinar a quantidade de calor transferida para o meio ambiente pelo barramento de comprimento Lb, basta multiplicar o valor de Qr por Lb, obtendose o resultado em watts. EXEMPLO DE APLICAÇÃO (2.4) Determinar o calor dissipado por radiação do condutor de código Magnólia de 954 MCM – ACSR (CAA) utilizado no barramento de uma subestação de 300 MVA230/34,5 kV. As condições locais da subestação são as mesmas do Exemplo de Aplicação (2.2). A velocidade dos ventos é de 0,70 m/s. A direção do vento é perpendicular ao barramento da subestação. Determinação da emissividade do condutor Iremos utilizar o valor médio que é de εc = 0,50. Determinação do calor dissipado por radiação solar Quantidade de calor recebida pelo condutor através dos raios solares (QS) A energia solar absorvida pelo condutor do barramento de uma subestação está diretamente associada à sua cor superficial. Normalmente quando o barramento é instalado na obra a superfície do alumínio é reflexiva, o que resulta em baixa absorção de calor devido à incidência dos raios solares. Assim, grande parte da energia incidente é refletida para o ambiente. Ao contrário, quando o condutor do barramento está em operação por um longo período de tempo ou está submetido a um ambiente poluído, a superfície desse condutor escurecido absorve uma elevada quantidade de energia da luz solar incidente que se associa às demais perdas do referido condutor. No Nordeste do Brasil esse fenômeno é expressivo por causa dos altos índices solarimétricos. A energia absorvida pelo condutor através da radiação solar que reduz a capacidade de condução de corrente do condutor do barramento pode ser calculada pela Equação (2.16). Qse – quantidade do fluxo de calor irradiado pelo sol, em W/cm2; seu valor pode ser obtido na Equação (2.24); α – coeficiente de absorção da energia solar. Seu valor está compreendido entre 0,23 e 0,95 de acordo com a cor da película formada na superfície do condutor. Seu valor médio usualmente praticado é de 0,55; θ – ângulo dos raios incidentes sobre a superfície do condutor do barramento, em graus; Spc – área projetada do condutor por unidade de comprimento, em m2/m; pode ser obtida pela Equação (2.17). Dc – diâmetro do condutor, em mm. Para determinar a quantidade de calor absorvida Qs pelo barramento comprimento Lb, basta multiplicar o valor de Qs por Lb, obtendose o resultado em watts. Determinação do ângulo de incidência dos raios solares sobre a superfície docondutor O ângulo de incidência dos raios solares sobre o condutor pode ser obtido pela Equação (2.18). • • Tabela 2.9 Zc – azimute do sol, em graus; podese obter pela Tabela 2.9, ou pela Equação (2.19); Zl – azimute de linha, em graus; [veja as Figuras 2.18(d) e 2.18(e)]; Hc – altitude do sol, em graus; pode ser obtida pela Tabela 2.9. Determinação do azimute do sol Pode ser obtido pela Equação (2.19). C – constante de azimute solar. Seu valor depende do ângulo da hora do dia, dado pela variável ω e do valor do azimute variável, σ. Determinação do azimute solar variável Pode ser obtido pela Equação (2.20). γ – ângulo da latitude do sol, em graus. A latitude e a longitude são coordenadas geográficas de determinado local da Terra. A latitude é definida como o ângulo entre o plano da Linha do Equador à superfície de referência. Medese a latitude para norte e para sul do Equador, entre 90º Sul, no Polo Sul, e 90º Norte, no Polo Norte. Ou ainda, a latitude é a distância ao Equador medida ao longo do meridiano de Greenwich. Essa distância é explicitada em graus, podendo variar entre 0º (no Equador) e 90º para Norte ou para Sul de acordo com o que se observa na Figura 2.18(a). Como exemplo, a latitude da cidade de Fortaleza é de –3º 43’ 02” S, isto é, abaixo do Equador. Já a longitude é medida ao longo do Equador, representando a distância entre determinado ponto e o meridiano de Greenwich. Seu valor é dado em graus variando de 0º a 180º para Leste ou para Oeste, de acordo com o que se observa na Figura 2.18(b). A Figura 2.18(c) esclarece os conceitos de latitude e longitude. O azimute é uma medida de direção horizontal, definida em graus. No azimute, a direção corresponde ao norte, e aumenta de acordo com o lado direito dos ponteiros do relógio. Há três diferentes tipos de azimute. O azimute magnético, que é indicado pela bússola e é empregado na navegação e em astronomia, e representa uma das coordenadas horizontais. O azimute geográfico, que é medido em direção do Polo Norte. Finalmente temos o azimute cartográfico. As medidas de azimute podem variar de 0º a 360º e são feitas em quadrantes, em sentido horário. Ou ainda, o azimute é a medida do ângulo entre a direção Norte e outra determinada direção. O azimute 0º aponta para o sentido Norte, 90º para o Leste, 180º para o Sul e 270º para o Oeste. O Norte Geográfico é a forma mais natural para entendermos o conceito. Representa a direção que aponta para o Polo Norte, e este se situa no eixo de rotação da Terra. Na medida do azimute o ângulo é sempre contado a partir do Norte, conforme mostram as Figuras 2.18(d) e 2.18(e). Valores do azimute e da altitude do sol Latitude Graus – Norte Posição do sol (°) 10 horas 12 horas 14 horas Hc Zc Hc Zc Hc Zc N –80 32 33 33 180 32 327 350 –70 40 37 43 180 40 323 350 –60 48 43 53 180 48 317 350 –50 55 52 63 180 55 308 350 –40 60 66 73 180 60 294 350 –30 62 83 83 180 62 277 350 –20 62 96 90 180 62 264 20 –10 61 97 88 180 61 263 50 0 60 91 90 180 60 269 80 10 61 85 89 180 61 275 110 20 62 85 90 180 62 275 140 30 62 97 83 180 62 263 170 40 60 114 73 180 60 245 170 50 55 128 63 180 55 232 170 60 48 137 53 180 48 223 170 70 40 143 43 180 40 217 170 80 32 147 33 180 32 213 170 Figura 2.18 • Medição da latitude, longitude e do azimute. ω – ângulo da hora do dia, em graus. Considerando o dia normal de 12 horas podese obter o valor ω de forma aproximada aplicando a Equação (2.21). Hdia – hora do dia. Para determinar o valor de ω às 9 horas e às 16 horas obtemos, respectivamente, os valores de ω = (9 – 12) × 15º = –45º e ω = (16 – 12) × 15º = 60º. Logicamente, para o sol a pino o valor de ω = 0º. Quando o valor de ω variar entre (–180º ≥ ω < 0º, o valor da constante de azimute solar, C, será igual a 0º, se σ ≥ 0º. Se ω variar entre 0º ≤ ω < 180º, o valor de C será igual a 180º, se σ ≥ 0º. Determinação do ângulo da inclinação solar O ângulo da inclinação solar pode ser obtido pela Equação (2.22). Varia entre 0º e 90º. D0a – significa o dia do ano que varia de 1 (um) para o primeiro dia do ano a 365 para o último dia do ano, em graus. • • Tabela 2.10 2.3.4.2.1.6 Determinação da altitude do sol O ângulo da altitude do sol pode ser obtido pela Equação (2.23) e pode ser conhecido também pela Tabela 2.9. Determinação da quantidade de energia solar recebida por uma superfície ao nível do mar (Qse) A quantidade de energia solar recebida por uma superfície ao nível do mar depende do ângulo da altitude do sol e da claridade da atmosfera e pode ser obtida pela Equação (2.24). Os coeficientes alfabéticos representados na Equação (2.24) podem ser conhecidos pela Tabela 2.10. Coeficientes da Equação (2.24) Variáveis Atmosfera limpa Atmosfera industrial A –42,2391 53,1821 B 63,8044 14,211 C –1,922 6,6138 × 10–1 D 3,46921 × 10–2 –3,1658 × 10–2 E –3,61118 × 10–4 5,4654 × 10–4 F 1,94318 × 10–6 –4,3446 × 10–6 G –4,07608 × 10–9 1,3236 × 10–8 Quantidade de calor gerada devida à resistência elétrica do condutor A resistência de sequência positiva é a própria resistência do condutor à corrente alternada e depende do material utilizado, da temperatura de operação, da temperatura do ambiente, do tipo de construção do condutor e do próprio cabo. É dada pela Equação (2.25). Rc – resistência à corrente alternada, em mΩ/m; –Req – resistência equivalente do condutor a T2 ºC, em mΩ/m. Seu valor pode ser obtido pela Equação (2.26). R20 – resistência do condutor referida a 20 ºC, em mΩ/m; αt – coeficiente de temperatura do alumínio referida a 20 ºC. Seu valor é de αt = 0,00403 ºC–1; para o cobre αt = 0,00381 ºC–1; T1 – temperatura inicial do condutor; normalmente T1 = 20 ºC; T2 – temperatura final, em ºC; Yp – componente que corrige o efeito de proximidade entre os cabos, devido à não uniformidade da densidade de corrente, em virtude do campo magnético criado pelos condutores vizinhos; Ys – componente que corrige o efeito pelicular da distribuição de corrente na seção do condutor, em virtude do campo magnético criado pela própria corrente de carga. Normalmente, Ys tem valor significativo para seções superiores a 185 mm2. O componente para corrigir o efeito pelicular pode ser dado pela Equação (2.27). Para 60 Hz o valor de Fs é dado pela Equação (2.28): O componente para corrigir o efeito de proximidade entre os cabos pode ser conhecido pela Equação (2.29). Yp – apresenta valores mais significativos quanto menor for o afastamento entre os cabos do barramento. Para cabos agrupados muito afastados, o valor de Yp é extremamente pequeno; Dc – diâmetro do condutor, em mm; Dbb – distância média entre as fases do barramento, em mm. Para determinar a quantidade de calor gerada em forma de perda pelo condutor do barramento basta aplicar a Equação (2.30). Considerar somente uma barra. • • • • Tabela 2.11 Nc – número de condutores/fase. EXEMPLO DE APLICAÇÃO (2.5) Determinar a perda por absorção do calor solar pelo condutor de código Magnólia de 954 MCM – ACSR (CAA) utilizado no barramento de uma subestação de 300 MVA – 230/34,5 kV. As condições locais da subestação são as mesmas do Exemplo de Aplicação (2.2). Determinação dos valores do azimute e da altitude do sol Pela Tabela 2.9 podemos inicialmente determinar o valor da altitude solar utilizando a latitude do local da subestação e as horas de posição do sol. Assim, para o horário das 11 horas como já foi estabelecido anteriormente, iremos interpolar o valor de Zc entre as 10 horas e 12 horas, colunas e linhas, sabendo que o local da subestação está na latitude γ ≅ –3º, ou seja: Considerando o horário das 11 horas e intercalando horizontalmente (10 horas e 24 horas) os valores da Tabela 2.9, temos: Pela mesma Tabela 2.9 e do mesmo procedimento anterior, podemos calcular o valor da altitude do sol Hc . Considerando o horário das 11 horas e intercalando horizontalmente os valores na Tabela 2.9, temos: Determinaçãodo fluxo de calor acumulado na superfície do condutor instalado ao nível do mar Pela Tabela 2.11 podemos determinar a quantidade de calor recebida pela superfície do condutor por interpolação para o valor da altitude do sol Hc = 74 e atmosfera industrial como foi definido anteriormente no Exemplo de Aplicação (2.2). Hc = 74º → Qse = 820 W/m2 Determinação do ângulo de incidência dos raios solares sobre o condutor Da Equação (2.18), temos: Determinação da quantidade de calor absorvido do sol pelo condutor – Determinação da área projetada pelo cabo; Da Equação (2.17), temos: Quantidade de calor acumulada no condutor do barramento Hc em graus Qse (W/m2) Atmosfera limpa Atmosfera industrial 5 234 136 10 433 240 15 583 328 20 693 422 25 770 502 30 829 571 35 877 619 • • 2.3.4.2.1.7 40 913 662 45 941 694 50 969 727 60 1000 771 70 1020 809 80 1030 833 90 1040 849 Da Equação (2.16), temos: α = 0,50 (valor considerado) Determinação da resistência do condutor; Da Equação (2.26), temos: Da Equação (2.29), temos: Determinação da resistência do condutor do barramento Logo, da Equação (2.25), temos: Rc = Req × (1 + Ys + Yp) mΩ/m Rc = 0,07281 × (1 + 0,021721 + 0,0000045) Rc = 0,07442 mΩ/m = 0,07472 × 10–3 Ω/m Determinação da corrente permitida para o condutor Da Equação (2.5), temos: Qc = Qcfb = 59,6 W/m (utilizar o valor para convecção forçada) Como a corrente de carga é de 753 A e a corrente do cabo que estaria submetido às condições ambientais e de projeto vale 917 A, podemos afirmar que o cabo de 954 MCM – código Magnólia, cuja corrente nominal é de 982 A, satisfaz às condições do projeto. Determinação da quantidade de calor recebida por superfícies acima do nível do mar A energia solar recebida por uma superfície acima do nível do mar é superior à quantidade de energia recebida por uma superfície no nível do mar que foi calculada através da Equação (2.24). Se uma subestação, por exemplo, está localizada em um terreno acima do nível do mar devese aplicar um fator de correção sobre o valor de Qse considerado. Esse fator de correção pode ser dado pela Equação (2.31). Ksol – fator de correção da quantidade de calor recebida por uma superfície com altitude acima do nível do mar quando submetida à radiação solar. • • • • • • • • • • • • • • • a) b) • • J = 1 M = 1,48 × 10–4 N = 1,108 × 10–8 He = elevação acima do nível do mar, da área da subestação, em m. Os fatores de correção de transferência de calor para condutores instalados em subestações localizadas em algumas altitudes valem: Logo, a quantidade de energia solar recebida por uma superfície acima do nível do mar pode ser determinada pela Equação (2.32). A Tabela 2.11 permite determinar a quantidade de energia calorífica recebida por uma superfície em função da altitude do sol e das condições de claridade da atmosfera. A seguir iremos desenvolver o Exemplo de Aplicação (2.6) considerando agora a utilização de todas as equações indicadas para a determinação da corrente do condutor do barramento. EXEMPLO DE APLICAÇÃO (2.6) Determinar a capacidade máxima de corrente do condutor Grosbeak – 636 MCM – CAA empregado no barramento de uma subestação elevadora de 2 × 150 MVA – 230/69 kV, instalada em uma localidade que apresenta as seguintes características climáticas. Velocidade média anual dos ventos: 2,5 m/s (9 km/h) Temperatura ambiente máxima média da cidade de São Paulo: 25 ºC Emissividade do material condutor: ε = 0,55 Coeficiente de absorção da energia solar: α = 0,50 Natureza da atmosfera: industrial Temperatura máxima permitida ao condutor: Tc = 75 ºC Resistência do condutor a 20 ºC: R20 = 0,08969 mΩ/m (Tabelas 2.5) Seção do condutor: 374,5 mm2 (Tabelas 2.5) Distância entre as fases do barramento: 4000 mm Comprimento do barramento: 100 m Capacidade nominal de corrente do condutor: 789 A (Tabelas 2.5) Latitude: γ = –23º 32’ 51” ≈ 23º (posição da subestação) Longitude: –43º 38’ 10” (posição da subestação) Altitude da subestação: 760 m Altitude solarimétrica: considerar no cálculo o horário das 11 horas do dia 15 do mês de fevereiro Determinação da corrente de carga Determinação da inclinação solar Da Equação (2.21), temos: Da Equação (2.22), temos: Determinação do azimute solar Da Equação (2.20), temos: Cálculo da densidade do ar He = 760 + 5 = 765 m (altura do nível do mar: a cidade de São Paulo está a 760 m acima do nível do mar a que se deve somar 5 metros que é a altura do barramento) Da Equação (2.14), temos: • c) d) e) f) g) Cálculo da viscosidade do ar Da Equação (2.12), temos: Determinação do fator de direção do vento Da Equação (2.13), temos: φ = 90º (ângulo entre a direção do vento e o eixo do condutor; foi adotado o ângulo φ = 90º que define o maior valor para Kφ, que é a condição mais crítica) Determinação da condutividade térmica do ar Da Equação (2.10), temos: Determinação da quantidade de calor dissipada para o meio ambiente pelo condutor à velocidade média do vento local (convecção forçada) Vv = 2,5 m/s Da Equação (2.8), temos: Tc = 75 ºC (temperatura máxima admissível no condutor) De acordo com a Equação (2.9), temos: Devemos escolher o maior valor entre Qcfb e Qcfe, ou seja, Qcf = 120,8 W/m. Como o barramento tem 100 m de comprimento, a dissipação total vale: Qcb = Lb × Qcf = 100 m × 120,8 W/m = 12.080 W = 12,0 kW Determinação da quantidade de calor dissipada para o meio ambiente pelo condutor por convecção natural Iremos simular, para efeito de comparação, a quantidade de calor dissipada pela superfície do cabo quando os ventos são muito fracos ou nulos. Da Equação (2.7), temos: Como o barramento tem 100 m de comprimento, o valor de Qcb final é: Qct = 100 m × 27,4 W/m = 2740 W = 2,74 kW Determinação da quantidade de calor perdida por radiação De acordo com a Equação (2.15), temos: h) i) j) k) l) m) n) o) Como o comprimento do barramento vale 100 m, o valor final de Qr é: Qr = 100 m × 13,1 W/m = 1310 W = 1,31 kW Determinação da altitude do sol De acordo com a Equação (2.23), temos: Como ω = –15º e –180º ≥ ω < 0º o valor de C é de 180º, já que σ > 0º C = 0º Determinação do azimute do sol Da Equação (2.19), temos: Zl = 145° (azimute de linha da posição da subestação) Determinação do ângulo de incidência dos raios solares sobre a superfície do condutor Da Equação (2,18), temos: Determinação do fluxo total de calor recebido pela superfície do condutor do barramento Os valores das variáveis alfabéticas podem ser obtidos na Tabela 2.10. Como a subestação fica situada a 760 m acima do nível do mar, há necessidade de aplicar o fator de correção Ksol sobre o valor de Qse. Determinação do fator de correção de altitude De acordo com a Equação (2.31), temos: Determinação do valor de Qse corrigido Da Equação (2.32), temos: Determinação da quantidade de calor devido ao aquecimento solar sobre o barramento Da Equação (2.17), temos: (área projetada do condutor por metro) Da Equação (2.16), temos: Como o barramento tem 100 m de comprimento, o valor de Qs vale: Qst = 100 m × 10,6 W/m = 1,060 W Determinação das perdas devido à corrente nominal Da Equação (2.27), temos: p) q) r) 2.3.4.2.2 – – – – Da Equação (2.29), temos: Determinação da resistência do condutor do barramento Logo, da Equação (2.25), temos: Cálculo das perdas elétricas devido à resistência do condutor por barra Da Equação (2.30), temos: Determinação da corrente de carga máxima (corrente térmica) do cabo em regime permanente Da Equação (2.5), temos: Logo, a corrente térmica do cabo de 1054 A está adequada à corrente de carga que é de 753 A, nas condições do ambiente em que opera o barramento e da corrente nominal do cabo que vale 789 A. Critério eletrotérmico – capacidade de condução de corrente em regime de curtocircuito Tem como objetivo determinar a capacidade do condutor do barramento da subestação quando o mesmo está submetido a determinada corrente de curtocircuito. Vale ressaltarque a temperatura do barramento de uma subestação está constantemente sendo alterada de valor em função das condições climáticas locais, bem como em função da curva de carga. Porém, quando ocorre um curtocircuito a corrente resultante faz elevar a temperatura do barramento devido ao calor armazenado no mesmo que não é dissipado para o meio ambiente devido ao curto tempo de duração que corresponde à atuação da proteção de sobrecorrente. Apesar de os relés normalmente serem ajustados para tempos muito pequenos, décimos de segundos, aconselhase considerar, para efeito de cálculo um tempo mínimo de 1,0 s a favor da segurança. A determinação da seção do cabo de cobre ou de alumínio nus através da capacidade térmica, empregando a corrente de curtocircuito trifásica, simétrica, valor eficaz, é dada pela Equação (2.33). Não foram consideradas as amortizações das correntes ao longo do tempo de defeito. Sté r – seção do cabo, em mm2 T – tempo de operação da proteção, em s Icc – corrente de curtocircuito trifásica simétrica, valor eficaz, em kA E – calor específico Para cobre: 0,0925 cal ꞏ g–1 ºC Para alumínio: 0,217 cal ꞏ g–1 ºC ρd – densidade do material Para cobre: 8,9 g ꞏ cm–3 Para alumínio: 2,7 g ꞏ cm–3 ρ – resistividade em Ω ꞏ mm2/m à temperatura θ – – – – 2.3.4.2.3 a) • • • • ρd – resistividade em Ω ꞏ mm2/m à temperatura θ1 ρ20 – resistividade a 20 ºC Para cobre: 0,0178 Ω ꞏ mm2/m Para alumínio: 0,0286 Ω ꞏ mm2/m ϕi – temperatura inicial antes do defeito, ºC Tmáx – temperatura máxima admitida pelo cabo de cobre, em ºC; normalmente esse valor é de 200 ºC α20 – coeficiente de variação da resistência do material Para o cobre: 0,00381 Ω ꞏ mm2/m Para o cobre: 0,00393 Ω ꞏ mm2/m Critério mecânico – dimensionamento para suportar os esforços eletromecânicos e as vibrações Inicialmente apresentaremos as principais características mecânicas dos barramentos mostrados na Figura 2.15. Módulo de resistência dos barramentos (Wr b) Também denominado módulo de flexão ou, ainda, momento resistente, é aquele que se opõe à flexão da barra quando lhe é aplicada uma força; seu valor depende de sua geometria e dimensões. EXEMPLO DE APLICAÇÃO (2.7) Determinar a seção do condutor do barramento de uma subestação de 230 kV de uma usina termelétrica de 180 MVA, em cabo de alumínio com alma de aço (ACSR ou CAA). Sabese que a corrente de curtocircuito na barra da subestação é de 18 kA. A temperatura de operação do condutor é de 50 °C. A temperatura máxima admitida em regime de curtocircuito é de 200 °C. Determinação da seção do condutor pela corrente de carga Pela Tabela 2.5 selecionamos o cabo de alumínio CAA de seção 266,6 MCM (código Partridge) cuja capacidade nominal de corrente é de 460 A. Determinação da seção do condutor pela capacidade térmica Para as condições iniciais de projeto a seção mínima do condutor será de: Ti = 50 °C – temperatura do condutor antes do defeito Tmáx = 200 °C – temperatura máxima do condutor após o defeito Icc = 18 kA – corrente de curtocircuito α20 = 0,00393/°C – coeficiente de variação da resistência do alumínio ρ20 = 0,0286 Ω ꞏ mm2/m – resistividade do alumínio a 20 °C E = 0,217 cal ꞏ g1 °C – calor específico do alumínio ρd = 2,7 g ꞏ cm1 – densidade do alumínio T = 1,0 s De acordo com a Equação (2.33), temos: Logo, a seção mínima do cabo de alumínio do barramento aéreo deve ser de 397,5 MCM (código Ibis), ou seja, 201 mm2, considerando o tempo de disparo da proteção de 1 s. Barramento de seção tubular maciça O momento resistente ou módulo de flexão da barra tubular maciça ou barra circular pode ser calculado pela Equação (2.34). As Tabelas 2.1 e 2.3 fornecem os valores elétricos e dimensionais das barras tubulares de cobre e alumínio, respectivamente. Db – diâmetro da barra tubular maciça, em cm. Barramento de seção tubular O momento resistente da barra tubular oca pode ser calculado utilizando a Equação (2.35). • • b) • • • • c) • Deb – diâmetro externo do barramento tubular, em cm; Dib – diâmetro interno do barramento tubular, em cm. Barramento retangular O momento resistente da barra retangular pode ser calculado pela Equação (2.36). A Tabela 2.2 fornece os valores elétricos e dimensionais das barras retangulares de alumínio. B – espessura da barra tomada como base de referência, em cm; H – altura da barra, em cm. Barramento de perfil em U O momento resistente da barra com perfil em U pode ser calculado pela Equação (2.37). As variáveis podem ser identificadas na Figura 2.15, em que H = E2. Módulo de inércia dos barramentos (Jb) Módulo de inércia ou momento de inércia é a grandeza que representa a distribuição da massa de determinado corpo em torno do seu eixo de rotação, associada à tendência desse corpo em manter o movimento que lhe é próprio. Essas características dependem somente do material, das dimensões e da geometria do perfil selecionado para o barramento. Para obter os valores do momento de inércia devemse aplicar as Equações (2.38) a (2.41) identificando inicialmente os valores dimensionais na Figura 2.15. Barramento de seção circular maciço ou vergalhão O momento de inércia da barra maciça pode ser calculado pela Equação (2.38). Db – diâmetro da barra, em cm. Barramento de seção tubular O momento de inércia da barra tubular pode ser calculado pela Equação (2.39). Deb – diâmetro externo do barramento tubular, em cm; Dib – diâmetro interno do barramento tubular, em cm. Barramento retangular O momento de inércia do barramento retangular pode ser obtido pela Equação (2.40). A e B na Equação (2.40) são as dimensões de largura e espessura da barra. As posições de A e B dependem da aplicação da força. Barramento de perfil em U O momento de inércia de uma barra em perfil em U pode ser calculado pela Equação (2.41). Os valores dimensionais presentes na Equação (2.41) podem ser identificados na Figura 2.15. Momento fletor (Wf) Barramento tubular O momento fletor ou momento à flexão do barramento tubular maciço pode ser determinado pela Equação (2.44). Wfb – momento fletor, em kgf ꞏ cm; Fb – força exercida no barramento tubular devido à corrente de curtocircuito no seu valor de pico, em A; • d) e) 2.3.4.2.3.1 • Lb – comprimento do barramento, em cm, ou seja, a distância entre dois apoios consecutivos. Barramento retangular Já o momento fletor de uma barra retangular pode ser calculado pela Equação (2.45). Seu maior campo de aplicação é em cubículos metálicos com isolação a ar. Também, com alguma frequência, é utilizada em subestações abrigadas de média tensão. Wb – momento resistente da barra, em cm3; Mf – tensão à flexão, em kgf/cm2; H – altura da seção transversal, em mm; B – altura da barra tomada como base da seção transversal, em mm. Força de atração ou repulsão exercida sobre barramentos (Fb) Considerandose duas barras paralelas e biapoiadas nas extremidades, percorridas por correntes de forma de onda complexa, a determinação das solicitações mecânicas pode ser obtida resolvendose a Equação (2.46). A aplicação dessa equação deve ser feita para barramentos de subestações abrigadas, onde não existe vento e, portanto, não se faz presente a sua influência. Fb – força de atração ou repulsão exercida sobre as barras condutoras, em kgf; Dbb – distância entre as barras, em cm; Lb – comprimento da barra, isto é, distância entre dois apoios sucessivos, em cm; Ic im – corrente de curtocircuito, tomada no seu valor de crista, em kA. A seção transversal das barras deve ser suficientemente dimensionada para suportar a força Fb, sem deformarse. As barras podem ser dispostas com as faces de maior dimensão paralelas ou com as faces de menor dimensão paralelas. No primeiro caso, a tensão à flexão Mf assume um valor inferior ao valor encontrado para o segundo caso. Sendo o cobre o material mais comumente utilizado nos conjuntos de manobra industriais, os esforços atuantes nas barras ou vergalhões de cobre não devem ultrapassara Mfc u ≤ 2000 kgf/cm2 (20 kgf/mm2), que corresponde ao limite à flexão. Para o alumínio, o limite é Mfal ≤ 900 kgf/cm2 (9 kgf/mm2). O dimensionamento dos barramentos requer especial atenção quanto às suas estruturas de apoio, principalmente o limite dos esforços permissíveis nos isoladores de suporte. Cálculo do peso linear: (Pb) Peso linear é o peso do perfil por unidade de comprimento dependendo somente do material, das dimensões e da geometria do perfil selecionado para o barramento. Para barramentos tubulares, o peso linear pode ser dado pela Equação (2.47). Pb – peso linear da barra; MV – massa volumétrica do material do perfil do barramento, cujos valores são: (i) cobre: MV = 8,9 kg/dm3; (ii) alumínio: MV = 2,7 kg/dm3 = 2,7 × 10–4kg/cm3. Cobre: Deb – diâmetro externo da barra tubular, em mm; Cobre: Dib – diâmetro interno da barra tubular, em mm. A massa volumétrica, MV, de determinado material é a grandeza que mede a massa desse material por unidade de volume. Critério da ressonância de barramentos rígidos Esse critério visa determinar se durante um curtocircuito as forças eletromecânicas envolvidas no evento irão provocar oscilações nos barramentos com frequência igual ou muito próxima da frequência natural que os barramentos possuem em função da distância entre dois apoios consecutivos e da geometria da seção reta do referido barramento. Para determinar a frequência de ressonância devemos conhecer algumas características do material empregado no barramento, ou seja: Módulo de elasticidade: Eb Também conhecido como Módulo de Young, representa a rigidez de um material sólido. No caso dos barramentos, temos os seguintes valores: Cobre: Eb = 11 × 105 kgf/m2 Alumínio: 6,5 × 105 kgf/cm2 EXEMPLO DE APLICAÇÃO (2.8) Considerar uma subestação de média tensão cujos barramentos de seção retangular de cobre estão afastados de 100 cm, com comprimento de 8 m (800 cm). A seção da barra é de 80 × 10 mm. Determinar a força de solicitação nas barras para o curtocircuito trifásico de 12 kA e verificar a sua integridade física em relação aos esforços eletromecânicos. Ic im = 12,0 kA Aplicandose a Equação (2.46), temos: • Portanto, a resistência mecânica das barras deve ser superior ao valor do esforço produzido por Fb. Também, os isoladores e suportes devem ter resistências compatíveis com o mesmo esforço de solicitação. O valor da resistência mecânica das barras dispostas com as faces de maior dimensão paralelas é: B = 80 mm H = 10 mm Lb = 8 m = 800 cm Considerar que as barras estão montadas com as faces de maior dimensão em paralelo. O momento resistente da barra vale: A tensão à flexão vale: Comparando o valor de Mf com o máximo permissível que é de 2000 kgf/cm2 para o cobre, observase que a barra suporta os esforços resultantes, isto é: Mf < Mf cu. Frequência de ressonância As condições físicas de instalação do barramento e suas características mecânicas permitem determinar sua frequência natural que não deve se igualar à frequência da rede, normalmente igual a 50 Hz ou 60 Hz. Pela Equação (2.48) determinase a frequência natural do barramento, ou frequência de ressonância, comparandose essa frequência com a frequência do sistema. Frb – frequência natural do barramento ou frequência de ressonância, em Hz; Jb – momento de inércia do barramento, em cm4; Eb – módulo de elasticidade do barramento ou Módulo de Young, em kg/cm2; Pb – peso linear do barramento, em kg/cm; Lb – comprimento do barramento, em cm. O valor de Frb deve diferenciarse do valor da frequência elétrica e seus múltiplos de cerca de 10 %. Assim, o valor de Frb devese situar fora dos intervalos das seguintes expressões: sendo Frede a frequência industrial da rede (50 Hz ou 60 Hz). Para a frequência da rede de 60 Hz, temos o seguinte intervalo fora do qual deve estar o valor de Frb. Se o valor da frequência de ressonância Frb ficar inscrito nos intervalos anteriormente mencionados, é necessário alterar a geometria do perfil ou mesmo a seção da barra de cobre ou alumínio, ou ainda alterar a distância entre os apoios consecutivos, parâmetros esses que mudam a frequência natural do referido barramento, já que teremos outro valor para Lb, uma nova seção Sb etc. É prudente que se resolva a questão com somente a alteração do perfil ou seção da barra, já que a alteração das distâncias entre os apoios consecutivos implicará a mudança do arranjo da estrutura da subestação e o recálculo das vigas de suporte em concreto armado ou treliça quando o padrão de estrutura for metálico. No caso de se optar pela alteração das distâncias entre os apoios consecutivos, ou seja, alterar as dimensões dos vãos, podese determinar antecipadamente esse vão explicitando na Equação (2.48) o valor de Lb, substituindo o valor de Frb e obtendose pelas Equações (2.49) e (2.50) os valores permitidos para Lb, ou seja: Os intervalos dos comprimentos de Lb que não devem ser permitidos para evitar a frequência de ressonância podem ser conhecidos pelo conjunto de equações definido pela Equação (2.51), ou seja: • • • 2.3.4.2.3.2 EXEMPLO DE APLICAÇÃO (2.9) Determinar o comprimento de um barramento tubular de uma subestação de 230 kV/60 Hz, sabendo que o mesmo é de alumínio, com diâmetro externo e interno de 50 mm × 10 mm, de forma a evitar a frequência de ressonância no momento de um curtocircuito. Cálculo do peso linear da barra tubular De acordo com a Equação (2.47), temos: Deb = 50 mm = 5 cm (Tabelas 2.3) Eba = 10 mm = 1 cm (Tabelas 2.3) MV = 2,7 × 104 kg/cm3 (para barras de alumínio) Este mesmo valor pode ser obtido diretamente da Tabela 2.3. Cálculo do momento de inércia De acordo com a Equação (2.39), temos: Determinação dos intervalos de comprimentos inadequados para o comprimento do barramento De acordo com o conjunto de Equações (2.50) e (2.51), temos: Eb = 65.000 N/mm2 = 65 × 105 kgf/cm2 Logo, o comprimento do barramento, isto é, a distância entre dois apoios consecutivos, deve ser diferente dos intervalos numéricos calculados anteriormente. Critério eletromecânico para barramentos de instalação ao tempo Consiste em determinar a resistência aos reforços eletromecânicos dos barramentos quando da ocorrência de curtocircuito trifásico. Nesse caso, é tomado o valor de pico da corrente trifásica de curtocircuito. O cálculo dessa corrente nos sistemas de potência, envolvendo a Rede Básica ou os sistemas elétricos das concessionárias, pode ser obtido através do software utilizado pelo ONS denominado ANAFAS. O valor da força exercida entre os barramentos pode ser dado pela Equação (2.52), que é formado por duas componentes: os esforços eletromecânicos devidos às correntes de curtocircuito e os esforços devidos ao vento, ou seja, Icm – corrente de curtocircuito máxima no barramento da subestação, tomada no valor de pico, em kA; Dbb – distância entre fases, em cm; Lb – comprimento do barramento, ou seja, a distância entre dois apoios consecutivos, em cm; Sbv – área da barra exposta ao vento, em m2; • • • • • • Vv – velocidade do vento, em km/h. Esse critério pode ser aplicado tanto para barramentos flexíveis como rígidos. EXEMPLO DE APLICAÇÃO (2.10) Determinar a seção do barramento tubular de alumínio não pintado de uma subestação industrial de 230/69 kV, 200 MVA, instalação ao tempo. A corrente máxima de curto circuito trifásico no barramento de 230 kV vale 5020 A, valor eficaz. O valor do fator de assimetria da corrente é de 1,24 e a velocidade máxima do vento é de 100 km/h. O espaçamento entre os barramentos é de 5,0 m e a distância máxima entre os apoios é de 10,0 m. Cálculo da seção do tubo de alumínio As dimensões do tubo devem ser de 32 × 3 mm, ou seja, 32 mm de diâmetro externo e 3 mm de espessura da parede (valor obtido da Tabela 2.3, cuja capacidade decorrente é de 624 A). Cálculo da capacidade térmica A capacidade térmica de suportabilidade do tubo de alumínio é dada pela Equação (2.33). Foi considerado um tempo de eliminação de defeito igual a 1,0 s. A área do tubo 32 × 3 mm pode ser conhecida pela Equação (2.3): Deb = 32 mm (Tabelas 2.3) Logo, a área do tubo na qual circula corrente, Sb, é superior à área necessária para suportar a corrente térmica de curtocircuito, St ér. Logo, prevalece o valor de Sb = 273,3 mm2. Cálculo do esforço eletromecânico A força que será exercida sobre o barramento tubular de cada fase no momento do defeito, considerando o efeito do vento, vale: A área externa total do tubo sobre a qual incide o vento pode ser calculada aproximadamente por: Da Equação (2.52), temos: Cálculo do momento de inércia do barramento O momento de inércia de um tubo é dado pela Equação (2.39). Cálculo do momento fletor do barramento O momento fletor pode ser determinado pela Equação (2.44). Cálculo do momento resistente Pode ser determinado pela Equação (2.35). • 2.3.4.2.4 Tabela 2.12 Cálculo da frequência de ressonância O valor do peso linear, Pb, pode ser calculado pela Equação (2.47). Logo, a frequência de ressonância pode ser dada pela Equação (2.49). A frequência de ressonância do barramento é de 1,8 Hz, valor distante da frequência do sistema de 60 Hz. Critério do efeito corona Quando os condutores aéreos estão submetidos a um gradiente de potencial superior ao gradiente crítico de tensão disruptiva do ar que circunda os referidos condutores, iniciase um processo de descargas elétricas no entorno desse volume de ar. Esse fenômeno se forma em decorrência de o campo elétrico, formado na circunvizinhança dos condutores, acelerar os elétrons livres existentes no ar. A colisão desses elétrons com os átomos existentes nesse meio faz liberar novos elétrons, normalmente presentes nas últimas camadas dos átomos. Esse fenômeno é comum nas linhas de transmissão e barramento de subestações operando em altas tensões, normalmente iguais e superiores a 138 kV, quando o seu efeito deve ser considerado no dimensionamento desses barramentos. Os barramentos de seção tubular possuem melhor desempenho ao efeito corona, em função de sua forma arredondada e superfície lisa que permitem que o mesmo possa operar muito próximo ao gradiente de tensão limite na superfície do condutor. A presença de umidade elevada no ar e a pressão atmosférica contribuem para a formação das descargas elétricas e consequentemente do efeito corona. A influência maior do efeito corona nas linhas de transmissão e barramentos de subestação é nos equipamentos de comunicação próximos aos condutores de alta tensão, em decorrência da radiointerferência degradando a qualidade do sinal de alta frequência. O efeito corona é um fenômeno visível quando essas pequenas descargas elétricas produzem uma coroa luminosa no entorno do condutor, notada principalmente no período noturno em áreas escuras, e é acompanhado por ruído audível. Além desses fenômenos anteriormente mencionados, o efeito corona provoca reações químicas na forma de ozônio que é uma substância corrosiva e óxido de nitrogênio, vibrações nos condutores e perda de energia. Para inibir a vibração nos barramentos devese utilizar um cabo do mesmo material condutor do barramento no interior do tubo para seções entre 80 mm e 120 mm de diâmetro externo. Para diâmetros superiores devemse utilizar dois cabos, cada um soldado em uma das extremidades do tubo. O comprimento do cabo deve ser igual a 2/3 do comprimento do tubo. Já o peso do cabo deve corresponder entre 10 % e 30 % do peso da seção do barramento que se quer proteger contra vibração. O efeito corona está presente na superfície dos condutores dos barramentos, ferragens e isoladores. Mesmo que não percebido visualmente ou por meio auditivo, o efeito corona poderá existir. A tensão disruptiva do ar que provoca descargas elétricas, chamada de tensão crítica, pode ser dada pela Equação (2.53). M0 – fator de irregularidade que varia entre 0 e 1; quanto menor for esse valor, mais crítico será o aparecimento do fenômeno. Seu valor pode ser conhecido na Tabela 2.12. Dc – diâmetro do condutor do barramento, em mm; Dbb – distância entre os condutores (barramentos), em mm; θ – fator de densidade do ar. Seu valor pode ser obtido pela Equação (2.54). Par – pressão atmosférica, cmHg; ao nível do mar a pressão vale 101,325 kP = 76 cmHg; Ta – temperatura ambiente, em ºC. Para que a tensão nominal do barramento não supere à tensão crítica de disrupção devese ter a seguinte condição, dada na Equação (2.55). Vf f – tensão nominal entre fases, em kV. Fator de irregularidade Fator de irregularidade M0 = 1 Condição do condutor 0,93 ≤ M0 < 0,98 Cilíndrico e envelhecido 0,87 ≤ M0 < 0,90 Condutor com mais de 7 fios e envelhecido 0,80 ≤ M0 < 0,87 Condutor com menos de 7 fios e envelhecido • • • • 2.4 Tabela 2.13 O efeito corona proporciona perdas elétricas que fazem reduzir a capacidade do condutor do barramento. Essas perdas podem ser computadas pela Equação (2.56). Fs – frequência nominal do sistema, em Hz; Vn – tensão nominal entre fases, em kV; Vc rí – tensão crítica, em kV. Logo, a perda total será obtida considerando o comprimento total do barramento por fase, conforme a Equação (2.57). EXEMPLO DE APLICAÇÃO (2.11) Determinar a tensão crítica de um barramento de uma subestação abaixadora industrial de 224 MVA – 230/69 kV, localizada em Fortaleza (CE), sabendose que a temperatura média local é de 26,5 ºC. O barramento será construído em cabo 477 MCM – CA, código Cosmo. O comprimento do barramento é de 60 m/fase e a distância entre as barras é de 4000 mm. Fator de irregularidade Determinação da tensão crítica M0 = 0,88 (valor adotado: veja a Tabela 2.12 – para condutores envelhecidos com mais de 7 fios) Dc = 20,10 mm – Tabela 2.4 O valor da tensão crítica é: Condição de disrupção (efeito corona) (condição não satisfeita: o barramento estará sujeito ao efeito corona) Perda por efeito corona Da Equação (2.56), temos: Logo, a perda total no barramento por fase é: Pcort = Lb × Pcor = 60 × 0,00584 = 0,31 kW ESPAÇAMENTOS ELÉTRICOS Os barramentos devem ser projetados com distâncias entre fases e entre fases e terra de forma a atender aos espaçamentos mínimos da tensão nominal e da tensão suportável de impulso, bem como às alturas recomendáveis por norma. A Tabela 2.13 fornece os espaçamentos entre fases e entre fases e terra e as respectivas alturas para nível de tensão entre 13,8 kV a 230 kV. A Tabela 2.14 fornece os espaçamentos entre fases e entre fases de terra quando da abertura das chaves seccionadoras com abertura vertical e abertura lateral tanto para barramentos rígidos como para barramentos flexíveis considerando as chaves seccionadoras das classes de tensão de 15 kV e 72,5 kV. A Tabela 2.15 fornece as distâncias e alturas de segurança do setor de 69 kV. De forma geral, os leitores poderão obter todas as distâncias e alturas de segurança dos barramentos principal e de transferência, analisando os desenhos dos projetos executivos das subestações de 13,8, 69, 138 e 230 kV, que se encontram nos Capítulos 5, 6, 7 e 8. Espaçamentos elétricos Espaçamento em metro Altura recomendada Tabela 2.14 Tabela 2.15 Tensão nominal (kV) Tensão máxima do equipamento (kV) Tensão suportável nominal de impulso atmosférico (kV crista) Altura mínima barramento horizontal sobre o solo (m) sobre estradas (m)Faseterra (mínimo) Fasefase (mínimo) Eixo a eixo de fases com equipamentos Secundárias De serviços Barramentosrígidos Barramentos flexíveis Circuito diferente 13,8 15 110 0,20 0,30 3,00 6,00 34,5 38 200 0,38 0,48 3,00 6,00 69 72,5 350 0,69 0,79 1,25 3,00 3,00 4,55 6,00 138 145 550 1,10 1,25 2,50 4,00 3,60 4,55 7,50 138 145 850 1,30 1,45 2,50 5,00 3,60 4,55 7,50 230 242 850 1,60 1,90 4,00 8,00 4,50 5,60 8,50 230 242 950 1,70 2,104,00 8,00 4,50 5,60 8,50 230 242 1050 1,90 2,30 4,00 8,00 4,50 5,60 8,50 Espaçamentos de seccionadores e barramentos, em mm Tensão nominal (kV) TSI Abertura vertical Abertura lateral Chifres/fusíveis Barramento rígido Barramento flexível FF FT FF FT FF FT FF FT FF FT 15 110 610 360 760 450 920,0 540,0 310,0 180,0 800,0 540,0 72,5 350 1520 930 1830 1120 2130 1300 790 640 1830 – 2130 10701300 Distâncias e alturas de segurança do setor de 69 kV (veja o Capítulo 6) Descrição Espaçamento (m) Distância vertical mínima ao nível das bases (sem consideração de flechas) Sobre passagem de pedestre 3,40 Sobre estrada de serviço 6,80 Altura dos barramentos do setor de 69 kV TSI 350 kV Altura do barramento superior da subestação 10,00 Altura do barramento inferior da subestação 3,40 Altura da barra principal da subestação 6,65 Altura da barra de transferência da subestação Depende do arranjo Altura da barra principal/barra de transferência da subestação Depende do arranjo 3.1 3.1.1 3.1.2 3.1.2.1 3.1.2.1.1 • • • • • • • • • INTRODUÇÃO As subestações de alta tensão devem ser providas de serviços auxiliares necessários ao seu funcionamento em condições normais de operação e permitir, em condições de defeito interno ou externo às instalações, manter determinados serviços básicos, de forma a possibilitar os trabalhos das equipes de manutenção para sua reinserção no sistema, ou mesmo, com a perda total das linhas de transmissão de alimentação da subestação, permitir às equipes de operação realizar os serviços necessários à sua reenergização quando do retorno da tensão no barramento de alta tensão. Subestações simples de média tensão Entendemse aqui por subestações simples aquelas dotadas de uma entrada de energia e um disjuntor geral de proteção acionado por um relé digital de sobrecorrente alimentado por um sistema de “trip capacitivo”. Quando não é utilizado o “trip capacitivo” e for instalado um relé digital como proteção geral, fazse necessária uma fonte de corrente contínua ou alternada para alimentar o relé, podendo também alimentar outros relés, no caso de uma derivação primária depois do disjuntor geral de proteção. Nesse caso, é econômico instalar um nobreak externo ou internamente ao painel de proteção com capacidade para alimentar todas as cargas em corrente alternada. Em geral, utilizase um nobreak de 1,5 kVA. Normalmente, nesse nível de tensão, como as subestações são, em geral, de pequena capacidade e nenhuma complexidade, não é necessário sistema auxiliar em corrente contínua. Subestações de alta tensão Dependendo do nível de importância da subestação, podem ser empregados determinados tipos de serviços denominados serviços auxiliares. Serviço auxiliar em corrente alternada É aquele que deve fornecer tensão alternada nos terminais de certo número de cargas que operam nesse tipo de sistema, tais como iluminação e tomadas da casa de comando e controle, iluminação de pátio de manobra, motores para operação de chaves e disjuntores, motores para bombeamento de água em subestações distantes dos centros urbanos etc. Os serviços auxiliares em corrente alternada são alimentados por um transformador do tipo distribuição denominado TSA – transformador de serviço auxiliar, com tensão primária igual à tensão secundária do transformador de força (34,5 kV; 25 kV; 13,8 kV e 6,6 kV) e baixa tensão, em geral de acordo com a tensão da região (220/127 V ou 380/220 V). O dimensionamento do TSA é função da carga que será alimentada, como por exemplo, circuitos de iluminação, circuitos de aquecimento etc. Dimensionamento do QSACA O TSA alimenta o quadro de serviço auxiliar em corrente alternada, denominado QSACA, a partir do qual derivam todos os circuitos monofásicos e trifásicos de alimentação das cargas de utilidade da subestação. As cargas normalmente ligadas ao QSACA são: Circuitos de iluminação do pátio de manobra. Circuitos de iluminação dos acessos à subestação. Circuitos de iluminação e climatização da casa de comando e controle. Circuitos dos resistores de desumidificação dos quadros de comando e controle dos equipamentos, tais como os transformadores de força, chaves seccionadoras etc. Circuito de alimentação do retificadorcarregador do banco de baterias. Circuitos de alimentação do sistema de acionamento dos disjuntores e chaves seccionadoras. Normalmente a alimentação do QSACA é fornecida pelas seguintes fontes: Transformador de distribuição (TSA) alimentado pelo transformador de força da subestação. Grupo motor gerador a óleo diesel (GMG). Rede de distribuição da concessionária de serviço público (RD). A Figura 3.1 mostra as partes externa e interna de um QSACA, construção típica e de larga utilização nos projetos de subestações de alta tensão (69 kV a 230 kV). Figura 3.1 3.1.2.1.2 Vistas frontal externa e interna de um QSACA. Já a Figura 3.2 mostra um diagrama trifilar de um QSACA, observandose a separação das cargas de corrente alternada em dois diferentes grupos, ou seja, cargas prioritárias e cargas não prioritárias. A seleção das cargas prioritárias e cargas não prioritárias deve ser uma decisão de projeto. Dimensionamento do transformador de serviço auxiliar (TSA) Algumas subestações somente possuem como serviço auxiliar um transformador de média tensão com capacidade entre 75 kVA e 225 kVA, denominado transformador de serviço auxiliar. Em outras subestações, além do TSA, utilizase um grupo motor gerador como fonte de emergência na falta da alimentação do TSA. E finalmente, nas subestações de grande porte, principalmente aquelas que fazem parte da Rede Básica, são utilizadas três formas de suprimento, ou seja, além do TSA e da fonte de geração de emergência, os serviços auxiliares de corrente alternada podem ser ligados à rede de distribuição de energia elétrica. É importante informar que as subestações pertencentes a centrais geradoras termelétricas devem utilizar as três formas de serviço auxiliar. Quando despachadas pelo ONS podem consumir tanto a energia gerada internamente, como a energia da concessionária local. Quando está fora de operação utiliza somente a rede da concessionária, pois não é econômico manter um transformador de potência energizado para suprir o TSA. Finalmente, quando ocorre um defeito na rede da concessionária, estando a usina fora de operação fazse necessário o uso do GMG (Grupo Motor Gerador). Normalmente, a preferência para suprimento dos serviços auxiliares em corrente alternada recai sobre a energia fornecida pela concessionária que é, sem dúvida, a de menor custo para o empreendedor. Figura 3.2 a) • • • b) • • • c) • • • • • • d) Diagrama trifilar de um quadro de serviço auxiliar QSACA. O dimensionamento do TSA deve ser precedido do levantamento de todas as cargas em corrente alternada. Essas cargas devem ser cuidadosamente selecionadas e podem ser agrupadas, a critério do projetista, nos seguintes conjuntos. Como exemplos temos: Cargas essenciais permanentes (P) São aquelas imprescindíveis ao funcionamento da subestação e que operam continuamente. Retificadorcarregador dos serviços auxiliares. Casa de comando e controle: iluminação e climatização da sala dos painéis. Casa do grupo motor gerador (GMG): retificadorcarregador do banco de baterias. Cargas essenciais intermitentes (I) São aquelas acionadas em intervalos aperiódicos de tempo. Transformador de potência: ventilação forçada, principalmente o primeiro estágio. Iluminação do pátio: tem como valor admissível de 0,30 VA/m2 Sistema de preaquecimento do óleo do GMG. Cargas essenciais eventuais (E) São aquelas consideradas essenciais ao funcionamento da subestação e que são acionadas eventualmente. Chaves seccionadoras: bobina de fechamento e motor de carregamento da mola quando alimentadas em CA. Disjuntores: bobina de fechamento e motor decarregamento da mola quando alimentados em CA. Transformador de potência: iluminação e tomada do armário. Pátio de manobra: tomadas. Casa de comando e controle: tomadas. Copa, banheiro e vestuário da casa de comando e controle. Cargas não essenciais permanentes e) Tabela 3.1 São aquelas consideradas não essenciais ao funcionamento da subestação, mas quando utilizadas operam continuamente, tais como CFTV (Circuito Fechado de Televisão) e tomadas para geladeira e similares. Cargas não essenciais eventuais São aquelas consideradas não essenciais ao funcionamento da subestação, mas quando utilizadas operam eventualmente. Por exemplo, a tomada de pátio para alimentação do filtro de óleo do transformador. Como exemplo do agrupamento das cargas, observar as colunas (4), (5), (6) e (7) da Tabela 3.1 que faz parte do Exemplo de Aplicação (3.1), bem como as Tabelas 3.2 a 3.12. As considerações sobre as cargas simultâneas essenciais e não essenciais devem ser definidas pelo projetista. Planilha de cálculo das cargas P – I – E da subestação em CA Potência das cargas em CA Equipamentos instalados Quant. Carga instalada Tipo Essenciais Não essenciais Simultâneas Essenciais Não essenciais kVA kVA kVA kVA kVA (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Trafo 230/34,5 kV 120 MVA – Acionamento/Ventilação 1 13,20 P 0,50 0,50 I 10,40 10,40 E 2,30 Disjuntor 230 kV – Acionamento/painel 1 2,80 P 0,50 0,50 I E 2,30 2,30 Seccionadora 230 kV s/lâmina de terra – Acionamento/painel 1 2,80 P 0,50 0,50 I E 2,30 2,30 Cubículos – 34,5 kV 7 3,95 P 1,05 1,05 I E 2,90 2,90 Painel de medição de faturamento 1 0,83 P 0,63 0,63 I E 0,20 0,20 Painel de serviços auxiliares – CA/CC 2 3,42 P 1,02 1,02 I E 2,40 2,40 Painéis de proteção e controle 3 3,55 P 0,60 0,45 1,05 I E 2,50 2,50 Painel do GMG 1 8,10 P 5,80 0,45 6,25 I E 2,30 2,30 Casa de comando/controle – iluminação e tomadas 1 4,00 P 4,00 4,00 I E 4,05 4,05 P 5,80 5,80 Tabela 3.2 Casa do GMG – iluminação e tomadas – 8,10 I E 2,30 2,30 Pátio 230 kV – iluminação – 10,20 P I 10,20 10,20 E Pátio 230 kV – tomadas – 9,92 P I E 9,92 9,92 Pátio 230 kV – tomada do filtro óleo 1,00 60,00 P I E 60(*) Retificadorcarregador – sistema CC 2,00 9,80 P 9,80 10,45 I E Bomba do poço artesiano 1,00 1,20 P I 1,20 1,22 E Arcondicionado – casa com controle – 33,99 P 17,34 17,34 I 6,67 6,67 E 10,00 10,00 Retificadorcarregador – Telecom 1,00 2,00 P 2,00 2,00 I E Totalização P – – 44,24 6,85 I – – 20,60 7,89 E – – 4,05 37,12 P – carga que está permanentemente em operação I – carga que entra em operação de forma intermitente por determinados períodos de tempo E – carga que entra em operação de forma eventual (*) É opcional; não considerar essa carga. Quantitativos dos principais equipamentos da subestação Principais equipamentos utilizados na subestação Equipamentos Descrição Quantidade Obs. Transformador 120 MVA230/34,5 kV Acionamento/armário 1 – Disjuntor 245 kV Acionamento/armário 1 – Chave seccion. 230 kV s/lâmina de terra Acionamento/armário 1 – Cubículos 34,5 kV Cubículos 6 + R R – RESERVA Grupo motor gerador Motor/gerador/armário 1 – Painéis de proteção Proteção de AT/MT 3 – Cubículos dos serviços auxiliares Corrente alternada e contínua 2 – a) Tabela 3.3 Tabela 3.4 Painéis de medição Medição de faturamento 1 – A planilha de cálculo da Tabela 3.1 fornece as cargas demandadas em corrente alternada em diferentes condições de operação da subestação, classificadas por tipo: P – cargas permanentemente em operação; I – cargas que entram em operação de forma intermitente; E – cargas que entram em operação eventualmente. A partir dos resultados da referida planilha determinase a potência nominal do transformador de serviço auxiliar utilizandose a Equação (3.1) para definir a potência nominal do TSA. Os dados da planilha de cálculo da Tabela 3.1 são obtidos a partir das Tabelas 3.2 a 3.12 que são facilmente preenchidas, desde que sejam disponíveis os dados dos equipamentos e as áreas dos diversos ambientes da subestação, tais como a casa de comando e controle, casa do gerador, sala de baterias, pátio de manobra, área de circulação etc. Pnt – potência nominal mínima do transformador de serviço auxiliar; – somatório das cargas permanentes simultâneas, essenciais e não essenciais; – somatório das cargas intermitentes, simultâneas, essenciais e não essenciais; – somatório das cargas eventuais, simultâneas, essenciais e não essenciais; Fse – fator de segurança: Fse = 1,1 a 1,3. Para a determinação da potência nominal do transformador de serviço auxiliar, as cargas devem ser classificadas também em dois diferentes tipos, conforme a Tabela 3.1, ou seja: Cargas simultâneas essenciais São aquelas classificadas como essenciais e operam de forma simultânea. São assim consideradas as cargas dos retificadorescarregadores do banco de baterias, iluminação da sala de painéis da casa de comando e controle etc. Quantitativo e carga de outros equipamentos da subestação Outros equipamentos instalados na subestação Equipamentos Quantidade Descrição Potência (kVA) Retificadorcarregador 50 A/125 Vcc (*) 2 Carga unitária instalada 9800 Permanente essencial 9800 Bomba da caixad’água ½ cv 1 Carga unitária instalada 444 Intermitente não essencial 444 IHM 1 Carga unitária instalada 1000 Permanente essencial 1000 Retificadorcarregador – Telecom 1 Carga unitária instalada 2000 Permanente essencial 2000 (*) Os dois retificadorescarregadores irão operar em paralelo com 50 % de carga. Carga dos ambientes fechados da subestação Iluminação e tomadas Casa de comando e controle Ambientes Essenciais Não essenciais m2 VA/m2 VA P I E VA/m2 VA P I E Iluminação, tomadas e arcondicionado nos ambientes Sala cubículos/painéis 100 40,00 4000 4,00 – – – – – – – Copa 4,3 70,00 301 – – 0,31 – – – – – WC masculino 4,5 50,00 225 – – 0,23 – – – – – Vestiário 5,6 20,00 112 – – 0,11 – – – – – Sala de reunião 40 40,00 1600 – – 1,60 – – – – – Almoxarifado 120 15,00 1800 – – 1,80 – – – – – TOTAL 274,4 – 8038 4,00 – 4,05 – – – – – Iluminação, tomadas e arcondicionado nos ambientes Casa de comando e controle Tabela 3.5 Tabela 3.6 Ambientes Essenciais Não essenciais m2 VA/m2 VA P I E VA/m2 VA P I E Arcondicionado Ambientes BTU (1) W (1) VA VA I E VA/m2 VA P I E Sala cubículos/painéis 40.000 12.000 13.333 13,34 – – – – – – – Copa 10.000 3000 3333 – – – – – – 3,33 – WC masculino – – – – – – – – – – – Vestiário 10.000 3000 3333 – – – – – – 3,33 – Sala de reunião 30.000 9000 10.000 – – – – – – – 10,00 Almoxarifado 12.000 3600 4000 4,00 – 5 – – – – – TOTAL 102.000 30.600 39.999 17,34 – – – – – 6,67 10,00 Casa do GMG Carga m2 VA/m2 VA P I E VA/m2 VA P I E Casa do GMG – iluminação 20 38,00 760 – – – – – – – 760 Tomadas 20 50,00 1000 – – – – – – – 1000 Painel do gerador – – 500 – – – – – – – 500 TOTAL – – 2260 – – – – – – – 2260 1 BTU ≈ 0,30 W – – – (1) As áreas dos diversos ambientes devem ser determinadas a partir da planta baixa da casa de comando. (2) Os valores de VA/m2 e BTU/m2 são aproximados, mas válidos para esse propósito. (3) Serão instalados quatro aparelhos, porém somente dois aparelhos funcionam simultaneamente. Os demais são reservas. Carga das áreas externas da subestação (pátio de manobra) Iluminação e tomada no pátio (*) Setor Área Iluminação e tomadas Carga instalada Essenciais Não essenciais – – P I E P I E m2 VA/m2 VA kVA VA/m2 VA VA Iluminação no pátio de 230 kV 3306 0,8 2644,8 – 2,64 – – – – – 9,91 Tomadas no pátio de 230 kV 3306 3,0 9918,0 – – – – – – – 60(*) Tomada do filtro de óleo – – 60.000,0 – –– – – – – Área de circulação 755,0 10,0 7550,0 – 7,55 – – – – – – TOTAL – – 80.113 – 10,19 – – – – – 9,91 (*) Os valores de VA/m2 são aproximados, mas válidos para esse propósito. As áreas do pátio e de circulação podem ser obtidas na planta baixa da subestação. Quantitativo e cargas resistivas e tomadas do disjuntor de alta tensão (230 kV) Cargas resistivas e tomadas Setor Quant. Instaladas Essenciais Não essenciais – Total P I E P I E kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA b) 3.1.2.1.3 Tabela 3.7 Tabela 3.8 Disjuntor 230 kV Motor em CC 1 – – – – – – – – Resistor de desumidificação 1 1 0,25 0,25 0,25 – – – – – Resistor de desumidificação 2 1 0,25 0,25 0,25 – – – – – Lâmpada 1 0,10 0,10 – – – – – 0,10 Tomada 2P+T–500 V 1 2,20 2,20 – – – – – 2,20 TOTAL – – 2,80 0,50 – – – – 2,30 Cargas simultâneas essenciais e não essenciais São aquelas classificadas como essenciais e não essenciais que operam de forma simultânea. São assim considerados o sistema de climatização da casa de comando e controle, retificadorcarregador das baterias etc. Dimensionamento do grupo motor gerador (GMG) de serviço auxiliar As subestações iguais ou superiores a 69 kV, normalmente dispõem de fonte de geração auxiliar. Algumas indústrias necessitam de uma geração de backup para alimentar determinados setores que não podem sofrer falta de energia, sob pena da perda de qualidade do produto ou mesmo perda total. É o caso de indústrias de cerveja, por exemplo, que possuem grandes tanques frios para armazenamento do produto em uma fase intermediária da produção. Com a falta de energia, a temperatura sobe a um valor acima do recomendado, podendo perder milhares de litros do produto. Assim, não confundir essa geração de emergência, dedicada à produção, com a geração de emergência da subestação que deve alimentar os retificadores carregadores dos bancos de baterias, a iluminação de emergência em corrente alternada e outras cargas posteriormente definidas. A potência nominal do grupo motor gerador Png deverá ser calculada conforme a Equação (3.2). Png – potência nominal mínima do GMG; Fse – varia, em geral, de 1 a 1,2; – somatório das cargas permanentes, simultâneas, essenciais e não essenciais; – somatório das cargas intermitentes, simultâneas, essenciais e não essenciais. Quantitativo e cargas da chave seccionadora (230 kV) Potência das cargas Setor Quant. Instaladas Essenciais Não essenciais – Total P I E P I E kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA Chave seccionadora 230 kV Motor em CC 1 – – – – – – – – Resistor de desumidificação (R1) 1 0,25 0,25 – – – 0,25 – – Resistor de desumidificação (R2) 1 0,25 0,25 – – – 0,25 – – Lâmpada incandescente 1 0,10 0,10 – – – – – 0,10 Tomada 2P+T–500 V 1 2,20 2,20 – – – – – 2,20 TOTAL – – 2,80 – – – 0,50 – 2,30 Quantitativo e cargas do transformador – ventilação forçada Potência das cargas Setor Quant. Instaladas Essenciais Não essenciais – Total P I E P I E kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA Transformador de potência 120 MVA/230 V Ventilação/armário Motor 3F/380 V 400 VA 8 1,30 10,40 – 10,40 – – – – Resistor desumidificador (R1) 1 0,25 0,25 0,25 – – – – – Tabela 3.9 Tabela 3.10 Tabela 3.11 Resistor desumidificador (R2) 1 0,25 0,25 0,25 – – – – – Lâmpada 1 0,10 0,10 – – – – – 0,10 Tomada 2P+T–500 V 1 2,20 2,20 – – – – – 2,20 TOTAL – 13,20 0,50 10,40 – – – 2,30 Quantitativo e cargas dos cubículos de média tensão (34,5 kV) Potência das cargas Setor Quant. Instaladas Essenciais Não essenciais – Total P I E P I E kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA Cubículos 34,5 kV Motores CC 7 – – – – – – – – Resistor de desumidificação (R1) 7 0,15 1,05 1,05 – – – – – Lâmpada 7 0,10 0,70 – – – – – 0,70 Tomada 2P+T–500 V (*) 1 2,20 2,20 – – – – 2,20 TOTAL 3,95 1,05 – – – – 2,90 (*) Será considerada somente uma tomada utilizada de cada vez. Quantitativo e cargas do painel de GMG Potência das cargas Setor Quant. Instaladas Essenciais Não essenciais – Total P I E P I E kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA Painel do GMG Resistor de aquecimento do alternador 1 0,15 0,15 0,15 – – – – – Resistor de aquecimento do óleo 1 1,50 1,50 1,50 – – – – – Resistores de preaquecimento água motor 1 2,00 2,00 2,00 – – – – – Resistor aquecimento alternador 2 0,90 1,80 1,80 – – – – – Resistor aquecimento do painel 1 0,15 0,15 0,15 – – – – – Retificador da bateria 1 0,20 0,20 0,20 – – – – – Lâmpada 1 0,10 0,10 – – – – – 0,10 Tomada 2P+T–500 V 1 2,20 2,20 – – – – – 2,20 TOTAL 8,10 5,80 – – – – 2,30 Quantitativo e cargas dos painéis de proteção e controle Potência das cargas Setor Quant. Instaladas Essenciais Não essenciais – Total P I E P I E kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA Painéis de proteção e controle Resistor de desumidificação (R1) 3 0,15 0,45 – – – 0,45 – – Lâmpada 3 0,10 0,30 – – – – – 0,30 Tabela 3.12 Tabela 3.13 Lâmpada de sinalização 3 0,08 0,24 0,24 Tomada 2P+T–500 V (*) 1 2,20 2,20 – – – – – 2,20 Relés 3 0,12 0,36 0,36 – – – – – TOTAL – – 3,55 0,60 – – 0,45 – 2,50 (*) Será considerada a operação de apenas 1 tomada. Quantitativo e cargas dos painéis de serviços auxiliares Potência das cargas Setor Quant. Instaladas Essenciais Não essenciais – Total P I E P I E kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA Painéis de serviços auxiliares CA e CC Resistor de desumidificação (R1) 2 0,15 0,30 0,30 – – – – – Lâmpada 2 0,10 0,20 – – – – – 0,20 Lâmpada de sinalização 9 0,08 0,72 0,72 – – – – – Tomada 2P+T–500 V 1 2,20 2,20 – – – – – 2,20 TOTAL 3,42 1,02 – – – – 2,40 Quantitativo e cargas do painel de medição de faturamento Potência das cargas Setor Quant. Instaladas Essenciais Não essenciais – Total P I E P I E kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA Painel de medição de faturamento Resistor de desumidificação (R1) 1 0,15 0,15 0,15 Lâmpadas 2 0,10 0,20 0,20 Lâmpadas de sinalização 6 0,08 0,48 0,48 Medidores 2 0,15 0,15 0,15 TOTAL – – 0,98 0,63 0,20 EXEMPLO DE APLICAÇÃO (3.1) Considerar uma subestação de 120 MVA230/34,5 kV, cujas cargas em corrente alternada estão indicadas nas Tabelas 3.2 a 3.13. Determinar a potência nominal do transformador de serviço auxiliar e a capacidade nominal do grupo motor gerador. Esses valores foram obtidos de equipamentos utilizados normalmente no mercado nacional empregados nas subestações industriais e de geração. A Tabela 3.1 é o resultado das Tabelas 3.2 a 3.13. Pelo diagrama unifilar da Figura 3.3 podese contar o número dos equipamentos que serão utilizados no projeto, cujas cargas determinam a capacidade nominal do transformador e do gerador. Para reduzir o grau de complexidade da questão, foram desconsiderados os painéis de alguns equipamentos, tais como filtros harmônicos, banco de capacitores etc. As áreas dos ambientes da casa de comando e controle estão indicadas nas Tabelas 3.4. As áreas externas à subestação estão indicadas na Tabela 3.5. A quantidade dos equipamentos, painéis e cubículos do conjunto de manobra está indicada nas Tabelas 3.2 e 3.3. Figura 3.3 a) b) Diagrama unifilar – 230/34,5 kV. Determinação da potência nominal do transformador de serviço auxiliar A partir das cargas dos equipamentos, motores, iluminação e tomadas obtêmse, nas linhas de totalização da Tabela 3.1, os seguintes valores: Logo, a potência nominal do transformador de serviço auxiliar é de 150 kVA / 380220 V que é a potência comercial mais próxima a 147,74 kVA. Considerando que a tomada de 60 kVA venha a ser utilizada no tratamento do óleo do único transformador da subestação, a capacidade do TSA teria o seguinte valor: Pnt ≥ Pt om + 145,74 kVA Pt om = 60 kVA (capacidade nominal da tomada). Pnt = 60 + 1145,74 = 205,74 kVA Logo, a capacidade nominal do TSA seria de 225 kVA. Determinação da potência nominal do grupo motor gerador 3.1.2.2 • • • • • 3.1.2.2.1 • • • • • Devese aplicar a Equação (3.2). Logo, será dimensionado um GMG com as seguintes características: Potência nominal para regimeintermitente: 75 kVA ou 60 kW. Tensão nominal de geração: 380/220 V. Fator de potência: 0,80. Combustível: óleo diesel. Quadro de serviço auxiliar em corrente contínua Muitos equipamentos, tais como bobinas de abertura e fechamento de disjuntores, motores de acionamento de disjuntores, bobinas de acionamento de chaves seccionadoras etc., necessitam de uma fonte de corrente contínua para operar. Além disso, quando as fontes de corrente alternada falharem por defeito na própria subestação [rede pública da concessionária e a(s) linha(s) de transmissão que alimenta(m) a subestação em questão] será necessário existir uma fonte independente que forneça energia ao ambiente de modo que se possa trabalhar na recuperação do sistema. Neste caso, devese utilizar também o grupo motor gerador para garantir os trabalhos de reparo e recuperação do sistema. Os serviços auxiliares em corrente contínua são constituídos dos seguintes elementos: Quadro dos serviços auxiliares em corrente contínua (QSACC) Banco de baterias Retificadorcarregador As cargas dos serviços auxiliares em corrente contínua podem ser classificadas em dois diferentes tipos: Cargas permanentes São aquelas que consomem permanentemente energia durante todo o ciclo de emergência, tais como relés auxiliares, dispositivos eletrônicos inteligentes chamados de IED (Intelligent Electronic Device), ou simplesmente relés de proteção digitais. Cargas temporárias São aquelas que consomem energia apenas temporariamente durante o ciclo de emergência, tais como as bobinas dos disjuntores de potência, bobinas de chaves seccionadoras automáticas etc. Dimensionamento do QSACC É constituído de um painel dotado de disjuntores bipolares alimentados por um banco de baterias que por sua vez é alimentado pelo retificadorcarregador, anteriormente mencionado. A Figura 3.4 mostra as vistas frontal e interna de um QSACC. A Figura 3.5 mostra o diagrama bifilar de um quadro de serviço auxiliar em corrente contínua. O dimensionamento dos disjuntores é função da carga que será alimentada, como por exemplo, circuitos de iluminação, circuitos de aquecimento etc. As cargas normalmente ligadas ao QSACC são: Circuitos de iluminação de emergência do pátio de manobra. Circuitos de iluminação de emergência da casa de comando e controle. Circuitos de alimentação dos relés digitais. Circuitos de alimentação das bobinas de abertura e fechamento dos disjuntores de alta e média tensões. Circuitos de alimentação dos motores de carregamento da mola de fechamento dos disjuntores. Figura 3.4 3.1.2.2.2 • • • • • • 3.1.2.2.3 QSACC – vistas frontal e interna de um QSACC. Dimensionamento de bancos de baterias para subestações O banco de baterias deverá ser constituído por determinado número de elementos que possa suprir a carga em regime de emergência durante determinado tempo, em geral durante o período de três horas ou cinco horas como ocorre nas subestações conectadas à Rede Básica. Normalmente o banco de baterias para aplicação em subestações de potência de médio e grande portes apresenta as seguintes características técnicas básicas: Tipo: bateria regulada por válvula ou, simplesmente, bateria selada. Tensão nominal: 127 Vcc. Tensão máxima: 137,50 Vcc. Tensão mínima: 106,25 Vcc. Tensão de flutuação por elemento: 2,20 Vcc. Tensão final de descarga por elemento: 1,75 Vcc. Cálculo do número de elementos de um banco de baterias O número de elementos de um banco de baterias é calculado com base na variação da tensão permitida pelo equipamento consumidor e cujo valor pode ser determinado por três diferentes processos, adotandose a solução que conduza ao melhor aproveitamento da bateria, ou seja: Figura 3.5 • Diagrama bifilar de um quadro de serviço auxiliar QSACC. Regime de carga Aplicar a Equação (3.3). Vmáx – tensão máxima do equipamento consumidor, em V; Vc – tensão de carga por elemento, em V. • • a) • • • b) • – – – – • • 3.1.2.2.4 Regime de descarga Aplicar a Equação (3.4). Vmín – tensão mínima do equipamento consumidor, em V; Vfn – tensão final de descarga do elemento, em V. Regime de flutuação Aplicar a Equação (3.5). Vn – tensão nominal do equipamento consumidor, em V; Vfe – tensão de flutuação por elemento, em V. Se os resultados das três equações forem iguais obtémse o acumulador com o máximo rendimento operacional. EXEMPLO DE APLICAÇÃO (3.2) Determinar o número de elementos de um banco de baterias cujas especificações técnicas exigem as seguintes características: (i) tensão de flutuação por elemento: 2,18 V; (ii) tensão final de descarga do elemento: 1,73 V; (iii) tensão de carga por elemento: 2,30 V. O equipamento consumidor precisa operar com as seguintes tensões: (i) tensão nominal: 126 V; (ii) tensão máxima: 138 V; e (iii) tensão mínima: 108 V. Determinação do número de elementos do banco de baterias Em regime de carga, Em regime de descarga Em regime de flutuação Análise para seleção do banco de baterias Tensões para o banco de baterias de 60 elementos Tensão total de flutuação Tensão final de descarga por elemento para 60 elementos Tensão total de carga Tensão final de carga por elemento para 60 elementos Tensão final de descarga por elemento para 58 elementos Este valor é relativamente alto com pouco aproveitamento da bateria. Tensão final de carga por elemento para 62 elementos Este valor é baixo para o carregamento do banco de baterias. Logo, 60 elementos é o número ideal para a capacidade do banco de baterias, pois a tensão de carga para 60 elementos, igual a 2,3 V, coincide com a tensão de carga especificada para a bateria; já a tensão de descarga para 60 elementos, igual a 1,80 V, está mais próxima de 1,73 V do que a tensão final de descarga especificada para a bateria de 58 elementos, cujo valor é de 1,86 V. E assim, analisando os demais itens, concluise que 60 elementos é a melhor configuração. Cálculo da capacidade nominal de um banco de baterias Figura 3.6 3.1.2.2.4.1 Tabela 3.14 A capacidade nominal de uma bateria é a quantidade de energia elétrica que a mesma consegue liberar durante um período de tempo antes que sua tensão se reduza a um valor previamente definido. É expressa em Ah. Para atender aos requisitos normativos, a capacidade nominal de uma bateria é especificada para 10 horas de operação ininterrupta. Assim, uma bateria de 10 Ah deve fornecer energia elétrica a uma carga que consome 1,0 A durante o período de 10 horas. Devese alertar que essa relação não é linear. A Figura 3.6 mostra a curva de tensão com a variação da corrente de descarga aproximada de uma bateria estacionária chumboácida. A associação de um grupo de baterias ligadas em série forma um banco de baterias que, no caso de subestações, alimenta as cargas já anteriormente estudadas. A determinação da capacidade do banco de baterias pode ser realizada por diferentes processos. Aqui estudaremos dois processos de uso corrente, sendo um mais simplificado e outro mais detalhado. Descarga de uma bateria – bateria chumboácida. Processo simplificado Neste caso devese aplicar a Equação (3.6). C10 – capacidade nominal do banco de baterias, em Ah, para uma descarga em 10 horas; Ie – corrente das cargas dos circuitos de emergência, em A; Nd – número de disjuntores que simultaneamente devam ser operados; Imd – corrente dos motores de carregamento das molas de fechamento dos disjuntores, em A; esse valor pode ser obtido a partir da Tabela 3.14 para alguns tipos de disjuntores. Consumo típico de bobinas e motores de disjuntores Consumo de 1 mecanismo Tensão de utilização Número de mecanismos Bobina de abertura Bobina de fechamento Motor de carregamentoda mola kV – W A (a 112 V) W A (a 112 V) W A (a 112 V) 13,8 1,00 160 1,40 160 1,40 2000 17,80 34,5 1,00 250 2,20 250 2,20 2000 17,80 69,0 1,00 250 2,20 300 2,70 2000 17,80 138,0 1,00250 2,20 250 2,20 5000 44,60 3,00 250 2,20 360 3,40 5000 44,60 Uma vez que a temperatura exerce influência sobre a capacidade das baterias chumboácidas, é necessário corrigir o valor C10 para um valor superior, em regiões de clima frio, e para um valor inferior para regiões de clima quente, como por exemplo, o Nordeste brasileiro. O coeficiente de correção vale: Ccorr – capacidade do banco de baterias corrigida, em Ah, para uma descarga de 10 horas; Ψ – coeficiente de correção dada na Tabela 3.15. Se o banco de baterias está em local com temperatura superior a 25 ºC o valor de C10, deve ser dividido por Ψ para fornecer a capacidade máxima do banco de baterias; caso contrário, o valor de C10 deve ser multiplicado por Ψ. • Tabela 3.15 • • • • • • 3.1.2.2.4.2 • – – As baterias de níquelcádmio não apresentam variações de capacidade nominal para temperaturas compreendidas entre 0 e 40 ºC. Algumas considerações devem ser observadas quando se calcula a capacidade de um banco de baterias. Para determinação da demanda máxima momentânea durante a operação de disjuntores, normalmente é considerado que apenas uma unidade deva ser manobrada de cada vez. Isso não é verdade quando se usa a proteção 50 BF (falha de disjuntor). Coeficiente de correção de temperatura: baterias chumboácidas Temperatura em graus Celsius Fator de correção 0,0 0,72 5,0 0,80 10,0 0,86 15,0 0,91 20,0 0,96 25,0 1,00 30,0 1,02 35,0 1,04 40,0 1,07 A carga requerida do banco de baterias necessária para realizar o desligamento de um disjuntor é normalmente inferior à carga necessária para realizar seu fechamento. Considerar que a carga momentânea requerida do banco de baterias tem duração de 1 (um) minuto. No entanto, sabese que o tempo de operação de um disjuntor não vai além de alguns décimos de segundos. Considerar que o tempo mínimo de emergência seja de 1 (uma) hora. Considerar que o transformador de serviço auxiliar esteja desenergizado para a determinação da capacidade do banco de baterias. O tempo do ciclo de descarga deve ser considerado de 10 horas, valor normativo; isso representa o regime de descarga correspondente à capacidade nominal da bateria. Na composição da carga dos disjuntores considerar um defeito na zona da proteção diferencial, ocasião em que os disjuntores de tensões superior e inferior operam simultaneamente. Processo das cargas permanentes e temporárias Esse processo é utilizado em grande escala pelas concessionárias de energia elétrica, e fornece os valores bastante seguros no dimensionamento dos bancos de baterias para subestações de potência. A determinação da capacidade da bateria pode ser feita a partir da seguinte Equação (3.8). Os valores de K1, K2 e K3 são determinados a partir da curva do fabricante das baterias. Para baterias de determinado fabricante – bateria chumboácida regulada por válvula, a curva da bateria é vista na Figura 3.7. Para o tempo de duração da emergência de cinco horas (300 minutos) exigido pelo Submódulo 2.3 dos Procedimentos de Rede, obtêmse os seguintes valores de K pela Figura 3.7 (curva 1,75 V), ou seja: K1 = 5,4 – para o tempo de 300 minutos; K2 = 5,3 – para o tempo de 289 minutos; K3 = 1,0 – para o tempo de 10 minutos; Fenv = 1,1 – fator de envelhecimento (para compensar o envelhecimento das baterias no final da sua vida útil); I1 – corrente de carga correspondente ao primeiro período de ocorrência da emergência com duração de 1 (um) minuto; I2 – corrente de carga correspondente ao segundo período de ocorrência da emergência com duração de 60, 180 ou 300 minutos, a depender da decisão do projetista. Para pequenas subestações utilizase o valor de 60 minutos. Para médias e grandes subestações não pertencentes à Rede Básica utilizase o valor de três horas (180 minutos). Se a subestação for conectada à Rede Básica deverá ser utilizado o valor de 300 minutos; EXEMPLO DE APLICAÇÃO (3.3) Determinar a capacidade do banco de baterias e elaborar a sua especificação para alimentar o sistema de corrente contínua de uma subestação de uma usina termelétrica com potência nominal de 224 MVA69/13,80 kV, com quatro transformadores de 56 MVA, contendo 12 disjuntores de 69 kV, seis disjuntores de 15 kV e o circuito de iluminação de emergência constante de 16 lâmpadas de 60 W. Estão instalados 18 relés digitais cuja carga unitária vale 3 VA, um painel de integração com 820 VA, sistema de telecomunicação com 650 VA e o painel de IHM com 750 VA. A tensão nominal do sistema de corrente contínua é de 125 V. Considerar de 1 (uma) hora o tempo de emergência e que simultaneamente podem operar os oito disjuntores (quatro disjuntores de 69 kV e quatro disjuntores de 13,8 kV) que fazem parte do sistema de proteção dos lados de alta e média tensões dos quatro transformadores de potência. A temperatura no interior da sala de baterias é de 35 ºC. Determinação da carga, em A: Cargas permanentes: Carga da bobina de abertura de um disjuntor de 13,80 kV: 160 W (Tabelas 3.14) ou 1,28 A, em 125 V. – – – – • • • • • • • Figura 3.7 Carga da bobina de abertura de um disjuntor de 69 kV: 250 W (Tabelas 3.14) ou 2,0 A em 125 V. Motor de carregamento da mola do disjuntor de 13,80 kV: 2000 W (Tabelas 3.14) ou 16,0 A em 125 V. Motor de carregamento da mola do disjuntor de 69 kV: 2000 W (Tabelas 3.14) ou 16,0 A em 125 V. Circuito de emergência: 16 × 60 = 960 W, ou Determinação da capacidade do banco de baterias A capacidade do banco de baterias vale: Logo, será selecionado um banco de baterias comercial com capacidade nominal de 100 Ah. Como a temperatura na sala de baterias é de 35 ºC, a capacidade final da bateria deve ser inferior para compensar a diferença de temperatura, ou seja: (valor este superior a C10, anteriormente calculado). O banco de baterias deverá ser fornecido com as seguintes características: Tipo: bateria de acumulador chumboácida estacionária regulada por válvula. Capacidade nominal da bateria para descarga em 10 horas até a tensão final de descarga por elemento de 1,75 V: 100 Ah. Número de elementos: 60. Tensão convencional de 1 elemento: 2 V. Tensão final de descarga por elemento: 1,75 V. Tensão de flutuação por elemento a 25 ºC: 2,17 a 2,23 V. Curva dos valores médios de K para determinadas baterias. I3 – corrente de carga correspondente ao terceiro período de ocorrência da emergência e tem duração de 10 minutos. Consideramos agora que o banco de baterias seja utilizado para um ciclo de emergência de 180 minutos em ambiente cuja temperatura é controlada e igual a 25 ºC, ou seja: K1 = 3,6 – para o tempo de 180 minutos; K2 = 3,5 – para o tempo de 169 minutos; K3 = 0,90 – para o tempo de 10 minutos; 3.1.2.2.5 • • • – – • • • • • Fenv = 1,1 – fator de envelhecimento (para compensar o envelhecimento das baterias no final da sua vida útil). Assim, neste presente caso, os valores de K1, K2 e K3 são determinados a partir da curva das baterias – bateria chumboácida regulada por válvula, conforme a Figura 3.7. Dimensionamento do retificadorcarregador do banco de baterias O carregador deve ter capacidade suficiente para alimentar simultaneamente a carga permanente em corrente contínua e a carga do banco de baterias em regime de flutuação. Para manter uma bateria ou banco de baterias carregado é necessário utilizar uma fonte de energia elétrica retificada, cuja tensão seja superior à tensão da bateria em circuito aberto. É conhecido que a tensão de uma bateria se eleva durante o processo de carregamento, já que esta oferece uma resistência maior ao fluxo de corrente com o progresso da carga aplicada. O retificadorcarregador possui um circuito ultrarrápido de limitação de corrente, impedindo que a corrente de alimentação da bateria alcance valores que possam comprometer a integridade de seus componentes mediante sobreaquecimento. Para especificar um retificadorcarregador são necessários os seguintes dados: Tipo do carregador Deveser selecionado pelo usuário em função de sua aplicação. Tensão de alimentação do retificadorcarregador Se a capacidade selecionada do carregadorretificador é inferior a 25 A, podese especificar uma tensão de alimentação monofásica de 110 V ou 220 V. Para capacidades iguais ou superiores a 25 A, é aconselhável especificar um retificadorcarregador de tensão trifásica de 220 V ou 380 V. Capacidade nominal do retificadorcarregador Deve ser determinada de acordo com a Equação (3.9). Irc – capacidade nominal do retificadorcarregador, em A; Ip – capacidade da carga conectada em regime permanente, em A; Icb – valor necessário da corrente para carregar a bateria, em A; seu valor deve ser igual ou superior a 0,10 × Cn. O valor de Icb pode ser determinado pela Equação (3.10). Cn – capacidade nominal das baterias, em Ah; K – constante cujo valor depende do tipo de bateria, ou seja: Para baterias chumboácidas: K = 1,10 Para baterias níquelcádmio: K = 1,40 Tr – é o tempo selecionado para processar o carregamento da bateria; o valor normalmente empregado é de 10 horas. Determinação da potência de saída O valor da potência de saída Psrc pode ser dado a partir da Equação (3.11). N – número de elementos das baterias; Vre – tensão de carga de equalização. Determinação da potência de entrada A potência de entrada Psrc pode ser obtida a partir da Equação (3.12). η – rendimento do retificadorcarregador; φ – ângulo do fator de potência do retificadorcarregador. Devem ser adotadas as seguintes características dos retificadorescarregadores: Regulação estática da tensão Em geral é de +/– 1 % para a variação máxima da tensão de entrada do retificador de +/– 15 %, e variação da carga de 10 % a 100 % da corrente nominal. Na condição de funcionamento de 5 % da corrente nominal, a tensão não deve ultrapassar a 2 % do valor ajustado da tensão de saída. Regulação estática da corrente em limitação A corrente limitada não deve variar em mais de 10 % do valor da corrente de saída ajustado, considerando a tensão de saída variando desde o início da limitação até uma tensão correspondente a pelo menos o final de descarga da bateria. Na variação permissível de 10 %, não são admissíveis valores inferiores ao correspondente ao início de limitação. Regulação dinâmica da corrente em limitação Deve ser de trezentos milissegundos o tempo em que o desvio da tensão de saída não apresenta mais valores que ultrapassem a +/– 2 % do valor correspondente à tensão estática considerando: degrau crescente de 50 % para 100 % de corrente nominal, ou decrescente de 100 % para 50 % da corrente nominal, ou degrau na tensão de entrada de 5 % (crescente ou decrescente). Em ambos os casos com emprego de carga resistiva sem bateria em paralelo com o retificador. O pico da tensão transitória não deve ultrapassar a 20 % da tensão estática, a qual deve atingir no máximo 50 ms após o início do transitório. • – – – – • – – – – • • • • • • a) • • • b) • Tabela 3.16 A seguir são fornecidos alguns dados técnicos importantes para avaliação do leitor relativamente a um retificadorcarregador: Características de entrada Tensão nominal trifásica: 380 V ou 220 V. Fator de potência indutivo medido com os valores nominais de tensão e frequência de alimentação e potência nominal de saída: ≥ 0,85. Fator de potência capacitivo medido com os valores nominais de tensão e frequência de alimentação para consumo mínimo de 20 % do valor da potência nominal de saída: ≥ 0,75. Rendimento: ≥ 0,90 %. Características de saída Tensão nominal: 125 V. Corrente nominal: 50 A. Tensão de flutuação: 132 V (119 a 145) V. Tensão de equalização: 144 V (129 a 158) V. EXEMPLO DA APLICAÇÃO (3.4) Determinar a capacidade do banco de baterias de 60 elementos para uma subestação de 75 MVA138/34,5 kV de uma indústria siderúrgica, cujas características técnicas das baterias a serem utilizadas são: Tipo: bateria regulada por válvula. Tensão nominal: Vnb = 125 V. Tensão máxima de operação: Vmo = 137,5 V. Tensão mínima de operação: Vmi = 105 V. Tensão de flutuação por elemento: Vf l = 2,2 V (valor especificado no projeto). Tensão de descarga por elemento: Vde = 1,75 V (valor especificado no projeto). Determinar, também, a capacidade nominal do retificadorcarregador As cargas em operação permanente em corrente contínua fornecidas pelos fabricantes dos equipamentos estão definidas na Tabela 3.16. Já as cargas em operação temporária em corrente contínua, que correspondem às cargas impostas pelas bobinas de fechamento e abertura dos disjuntores de média e alta tensões, estão definidas na Tabela 3.17. O rendimento e o fator de potência do retificadorcarregador valem respectivamente 0,90 e 0,85. Determinação do número de elementos Tensão de flutuação Tensão final de descarga Tensão média Determinação das cargas impostas Cargas permanentes A potência a ser consumida continuamente pelo banco de baterias vale: Equipamentos e cargas permanentes em CC dos equipamentos Cargas permanentes impostas às baterias Equipamento Carga Quantidade Total (W) – (W) Disjuntores de potência 138 kV 25 1 25 Disjuntores de potência 34,5 kV 30 9 270 Chave seccionadora 138 kV 15 1 15 Chave seccionadora 34,5 kV 20 0 0 Iluminação de emergência 440 1 440 Painel de telecomunicação 45 1 45 Painéis de serviços auxiliares CA 100 1 100 Painéis de serviços auxiliares CC 50 1 50 Carregadorretificador 75 2 150 Painel de medição de faturamento 75 1 75 Tabela 3.17 • c) • – – • – Central telefônica 80 1 80 Unidade autônoma do transformador – 138 kV 250 1 250 Unidade autônoma da entrada de linha 138 kV 300 1 300 Unidade autônoma do disjuntor transferência 0 0 0 Previsão de carga 0 0 0 TOTAL 1800 Dispositivos e cargas temporárias em CC dos equipamentos Cargas temporárias impostas às baterias Dispositivo Carga Quantidade Total (W) – (W) Fechamento disjuntor de potência 138 kV 1450 1 1450 Abertura disjuntor de potência 138 kV 2800 1 2800 Fechamento disjuntores de potência 34,5 kV 1280 9 11.520 Abertura disjuntores de potência 34,5 kV 1830 9 16.470 Motor de carregamento da mola do disjuntor 138 kV 4200 1 4200 Motor de carregamento da mola do disjuntor 34,5 kV 2200 9 19.800 A corrente de carga permanente correspondente vale: (corrente consumida pelas cargas permanentemente ligadas). Cargas temporárias Correspondem às cargas impostas pelas bobinas de fechamento e abertura dos disjuntores de média e alta tensões. A situação mais crítica para o banco de baterias é a solicitação simultânea das bobinas de abertura dos disjuntores de média tensão, em um total de 9 (nove) unidades, quando ocorrer um defeito em um disjuntor de 34,5 kV fazendo atuar a função de falha de disjuntor, 50 BF; neste caso, será contabilizada uma potência de carga no valor de: (corrente de abertura simultânea dos disjuntores de média tensão, 34,5 kV). A operação mais crítica de fechamento é a do disjuntor de 138 kV, quando ocorre a operação do motor de carregamento da mola, e que é superior à carga da bobina de fechamento ou de abertura. Observar também que o carregamento da mola dos disjuntores de média tensão ocorre em tempos diferentes, mesmo que próximos e, portanto, não será considerado como a carga mais crítica. (corrente de fechamento do disjuntor de 138 kV – maior carga individual entre os disjuntores de média e alta tensões). Ciclo de carga de emergência Foram consideradas 3 (três) diferentes etapas no ciclo de emergência. Foi considerado também que o ciclo de emergência das etapas 1 e 2 teriam duração de 180 minutos (3 horas). Para atendimento aos Procedimentos de Rede é exigido um tempo de 5 (cinco) horas. Isso só ocorre quando a subestação está conectada à Rede Básica, o que não é o nosso caso, já que as subestações de 138 kV não fazem parte da mesma. 1a Etapa Período da ocorrência da emergência Consideramos que essa etapa tenha duração de 1 (um) minuto, iniciandose pela atuação das proteções que acarretarem interrupçãodo fornecimento de corrente alternada aos retificadorescarregadores. Durante esse período foram consideradas as seguintes cargas: Cargas permanentes do sistema de 125 Vcc: Icp Cargas correspondentes à atuação simultânea dos disjuntores de 34,5 kV, por se tratar da situação mais crítica: IadMT Logo, a corrente de carga nessa condição vale: 2a Etapa Período da ocorrência da emergência intermediária Consideramos que essa etapa tenha duração de 169 minutos e se desenvolve depois da ocorrência da emergência (após 1 minuto) até instantes anteriores ao restabelecimento dos serviços auxiliares. Durante esse período (169 minutos) foram consideradas as seguintes cargas: Cargas permanentes do sistema de 125 Vcc: Icp Logo, a corrente de carga nessa condição vale: • – – d) Figura 3.8 I2 = Icp = 15,2 A 3a Etapa Período do restabelecimento Consideramos que essa etapa tenha duração de 10 (dez) minutos, compreendida entre a emergência intermediária e o restabelecimento total dos serviços auxiliares. Durante esse período foram consideradas as seguintes cargas: Cargas permanentes do sistema de 125 Vcc: Icp Cargas correspondentes ao fechamento simultâneo dos disjuntores de 138 kV (neste caso somente 1) (corrente de acionamento do motor de carregamento da mola de fechamento do disjuntor de 138 kV). Logo, a corrente de carga nessa condição vale: Determinação da capacidade do banco de baterias Inicialmente, o cálculo do banco de baterias será dimensionado opcionalmente para atender aos critérios dos Procedimentos de Rede do ONS. A determinação da capacidade da bateria pode ser calculada a partir da Equação (3.8). Os valores de K1, K2 e K3 são determinados a partir da curva das baterias que serão utilizadas no projeto – bateria chumboácida regulada por válvula, mostrada na Figura 3.7, curva 1,75 V. Para o tempo de duração da emergência de 5 (cinco) horas exigido pelo Submódulo 2.3 dos Procedimentos de Rede, obtêmse os valores de K, definidos na Seção 3.1.2.2.4.2, ou seja: K1 = 5,4 – para o tempo de 300 minutos (Figura 3.7). K2 = 5,3 – para o tempo de 289 minutos (Figura 3.7). K3 = 1,0 – para o tempo de 10 minutos (Figura 3.7). Fenv = 1,1 Foi considerado que o banco de baterias esteja instalado em ambiente cuja temperatura seja controlada e igual a 25 ºC. Logo, a determinação da capacidade do banco de baterias, de acordo com a Equação (3.8), vale: O banco de baterias padrão que atende à condição de carga anteriormente dimensionada é de 150 Ah. A Figura 3.8 mostra o ciclo de carga de emergência para 5 (cinco) horas (300 minutos). Adotando o critério menos severo para subestações que não fazem parte da Rede Básica, temos novas condições para o tempo definido de 3 (três) horas de suportabilidade da carga, e obtemos os valores de K, definidos na Seção 3.1.2.2.4.2, ou seja: K1 = 3,6 – para o tempo de 180 minutos (Figura 3.7). K2 = 3,5 – para o tempo de 169 minutos (Figura 3.7). K3 = 0,90 – para o tempo de 10 minutos (Figura 3.7). Fenv = 1,1 – fator de envelhecimento (para compensar o envelhecimento das baterias no final da sua vida útil). Logo, a determinação da capacidade do banco de baterias vale: O banco de baterias comercial que atende à condição de carga anteriormente dimensionada é de 100 Ah. A Figura 3.9 mostra o ciclo de carga de emergência de 3 (três) horas. Ciclo de carga de emergência para cinco horas. Figura 3.9 e) f) g) Ciclo de carga de emergência para três horas. Determinação da capacidade dos retificadorescarregadores A capacidade de corrente de cada retificadorcarregador pode ser obtida a partir da Equação (3.9). Irc = Icp + Icb O valor de Icb pode ser determinado pela Equação (3.10). K = 1,1 – constante para as baterias chumboácidas Logo, o valor da corrente do retificadorcarregador é: Irc = Icp + Icb = 15,2 + 11 = 26,2 A Assim, o valor do retificadorcarregador deverá ser de 50 A (valor comercial). Determinação da potência de saída O valor da potência de saída pode ser dado a partir da Equação (3.11). Logo, a potência de saída vale: Determinação da potência de entrada A potência de entrada pode ser obtida a partir da Equação (3.12), a seguir. 4.1 4.2 4.2.1 4.2.1.1 4.2.1.2 4.2.2 4.2.2.1 4.2.2.2 4.2.2.3 4.2.2.4 INTRODUÇÃO Neste capítulo descreveremos os principais critérios que podem ser utilizados para elaborar os projetos eletromecânicos, elétricos, de arquitetura e civil de subestações de potência das classes de 15 kV a 230 kV. O planejamento dos projetos das subestações de média tensão normalmente é mais simples e realizado em poucas etapas, comparativamente aos projetos de subestações de alta tensão. PLANEJAMENTO O planejamento de um projeto de subestação de média e alta tensões deve ser orientado em função da sua complexidade e das atividades do empreendimento no curto, médio e longo prazos, sejam elas subestações para atendimentos a empreendimentos industriais e de geração de energia elétrica para parques eólicos, térmicos, solares ou hidrelétricos. As ações desenvolvidas no planejamento de curto prazo visam estabelecer os critérios para o desenvolvimento do projeto básico, na primeira fase e na segunda fase, do projeto executivo. Antes de iniciar o projeto devem ser obtidas as informações a seguir. Planejamento de subestações de empreendimentos industriais De forma geral, o planejamento das subestações para empreendimentos industriais deve ser dividido, em pelo menos, nas seguintes etapas. Levantamento da carga A carga deve ser levantada para as três fases do planejamento do empreendimento: (i) carga inicial no curto prazo; (ii) carga prevista para a primeira expansão do empreendimento; e (iii) carga para a capacidade máxima da instalação. Definição do arranjo e estrutura da subestação no curto, médio e longo prazos A partir do levantamento de carga podese estabelecer o nível de confiabilidade e continuidade que se quer estabelecer no projeto. Com esse elemento podese definir a configuração do barramento de alta e de média tensões da subestação, o número de transformadores de potência, layout ou simplesmente arranjo físico do pátio de manobra etc. A potência nominal do(s) transformador(es) de potência deve ser definida pela demanda calculada deixando uma potência de reserva para atender à segunda fase do projeto, se esta está prevista para ocorrer em um tempo razoavelmente curto, de dois a cinco anos. Para previsão de carga no médio prazo, acima de cinco e inferior a dez anos, é preferível deixar preparado um bay, também denominado vão de transformação, mas sem equipamentos instalados, tais como transformadores de medida, disjuntores, chaves etc. Esse bay deve ser dotado apenas das estruturas suportes dos barramentos, do próprio barramento e dos suportes dos equipamentos anteriormente mencionados, incluindose a base de um novo transformador de potência. Para previsão de longo prazo, igual e superior a dez anos, devese deixar somente o pátio preparado com as instalações subterrâneas, tais como drenagem, malha de aterramento e a locação definida, mas sem construção, das bases dos equipamentos já mencionados. Na maioria das subestações industriais o planejamento do sistema é feito para atender à demanda no curto, médio e longo prazos, ou pelo menos no curto e médio prazos. Planejamento de subestações para empreendimentos de geração O planejamento para subestações que atenda a empreendimentos de geração segue uma linha básica comum, mas diferenciandose em alguns pontos em função do tipo de geração: hidrelétricas, termelétricas, eólica e solar. Subestações para empreendimentos de geração hidrelétrica Para subestações de empreendimentos hidrelétricos devese planejar a subestação para atender plenamente ao escoamento da geração na sua capacidade máxima. O nível de complexidade da subestação vai depender da sua capacidade nominal, indo desde empreendimentos do tipo pequenas centrais hidrelétricas(PCH) até grandes centrais de geração. Subestações para empreendimentos de geração termelétrica Os grandes empreendimentos termelétricos para atendimento ao Sistema Interligado Nacional, por exemplo, são contratados em leilões realizados pela ANEEL para determinado bloco específico de geração. Se o empreendedor não sinalizar com a expectativa de crescimento da geração para o médio e longo prazos o planejamento da subestação deverá ser encerrado no curto prazo e, portanto, o desenvolvimento do projeto deve ocorrer para a capacidade instalada da geração contratada. Subestações para empreendimentos de geração eólica O Brasil já conta com grandes empreendimentos de usinas de geração eólica em pelo menos dez Estados da Federação, notadamente nos Estados do Nordeste, sendo os mais importantes a Bahia, o Rio Grande do Norte e o Ceará. A tendência é de crescimento e a grande maioria é viabilizada por meio de leilões promovidos pela ANEEL. Alguns empreendimentos visam ao mercado livre. Subestações para empreendimentos de geração fotovoltaica Está em pleno desenvolvimento no Brasil a implantação de grandes empreendimentos de usinas de geração fotovoltaicas, resultado de leilões realizados pela ANEEL. Também existem empreendimentos voltados para o mercado livre. Porém, está em pleno crescimento em todo o território nacional a implantação de micro e minigerações de usinas fotovoltaicas na modalidade de geração distribuída (GD) regulamentada pela Resolução Normativa 482/2012 – ANEEL e posteriormente atualizada pela Resolução 687, de 2015. O estímulo à geração distribuída é justificado pelos benefícios que pode proporcionar ao sistema elétrico. Como esse tipo de geração é normalmente implantado junto à carga ou próximo a ela, evita que essa demanda seja gerada pelas usinas do sistema elétrico implantadas longe dos pontos de consumo solicitando toda a cadeia: geração, transmissão e distribuição, permitindo também o adiamento dos investimentos na expansão desses sistemas, além de diversificar a matriz energética nacional. 4.3 • • • 4.4 4.4.1 • • • • 4.4.2 • • • • • 4.4.3 • • • • • 4.4.4 • • • • • Até o momento esse tipo de geração no Brasil está fortemente voltado para instalação de micro e minigerações para empreendimentos destinados, respectivamente, ao uso domiciliar (chamados também de prossumidor) e de pequenos investimentos para suprimento de instalações elétricas comerciais e industriais (máxima geração de 5000 kW). No entanto, já existem empreendimentos em operação de médio e grande portes bancados pela iniciativa privada e outros em andamento resultantes dos leilões promovidos pela ANEEL, desde dezembro de 2014. O governo tem acenado aos investidores sua intenção de ampliar no Brasil esse tipo de geração incluindoo definitivamente na matriz energética nacional. Com a preocupação crescente sobre o clima, afetado pelas ações do homem sobre o meio ambiente, vários países, principalmente os europeus, vêm adotando políticas de incentivo à geração de energia limpa por meio de empreendimentos eólicos e fotovoltaicos. TIPOS DE SUBESTAÇÕES Há diferentes formas de denominar uma subestação. Pode ser um conjunto de equipamentos, dispositivos e condutores elétricos que têm por objetivo alterar as características da energia elétrica (tensão, corrente e frequência), permitindo a sua distribuição aos pontos de consumo em níveis adequados de utilização. Também pode ser descrita como parte de um sistema de potência, associado aos terminais de uma ou mais linhas de transmissão e de um ou mais alimentadores de distribuição, sejam eles industriais, urbanos ou rurais, contendo equipamentos de transformação (ou não) e de manobra e de dispositivos de controle e proteção, incluindo estruturas de suporte metálicas ou de concreto, podendo ser ainda utilizados equipamentos conversores de frequência (subestações conversoras). As subestações são partes de um sistema elétrico que produzem diferentes modificações nesse sistema. De forma geral, podem ser assim definidas: Subestação transformadora É aquela que produz a redução ou elevação da tensão de alimentação, denominada, respectivamente, subestações abaixadoras e subestações elevadoras. As subestações abaixadoras são utilizadas em unidades industriais, bem como nos sistemas de potência da rede pública, próximas aos centros de carga. Já as subestações elevadoras são utilizadas predominantemente nos pontos de geração de energia elétrica, seja esta hidráulica, térmica, eólica ou fotovoltaica. Subestação de manobra É aquela que distribui o fluxo de potência para diferentes caminhos formados por alimentadores, multiplicando os circuitos, mas mantendo o mesmo nível de tensão. Subestação de compensação É aquela dotada de equipamentos que injetam no sistema elétrico energia reativa indutiva e/ou capacitiva. Em todos os tipos de subestação anteriormente mencionados são utilizados equipamentos de medição operacional para a obtenção dos valores de tensão, corrente, frequência, fator de potência etc., e, em muitos casos, os valores de energia para fins de faturamento, ou seja, kW, kWh e kVArh. CLASSIFICAÇÃO DAS SUBESTAÇÕES – ARRANJO/CAPACIDADE Dependendo da capacidade de transformação e das características de utilização, devese projetar uma subestação segundo uma das concepções típicas a seguir conceituadas somente para fins didáticos. Subestação de média tensão I É aquela cuja potência final do projeto não seja superior a 5 MVA. Deve ser projetada, de forma geral, com as seguintes características: Tensão nominal: 13,80 kV, 25 kV e 34,5 kV. Tipos de barramento primário: barramento simples ou barramento simples seccionado. Número de transformadores de potência: 1 a 3 transformadores de potência. Área desejável para subestação ao tempo: 150 m2 (sugestão: 10 × 15 m). Subestação de média tensão II É aquela cuja potência final do projeto não supera o valor de 70 MVA. Deve ser projetada, de forma geral, com as seguintes características: Tensão nominal: 69 kV e 88 kV. Tipos de barramento primário: barramento duplo com barra principal e de transferência; barramento duplo, 1 disjuntor a 2 chaves; barramento duplo, 1 disjuntor a 4 chaves. Número de transformadores de potência: 1 a 3. Potências nominais projetadas típicas dos transformadores de potência: (i) 5/6,25 MVA; (ii) 7,5/10 MVA; (iii) 12,5/15 MVA; (iv) 20/26,6 MVA; e (v) 26,6/33,2 MVA. Área desejável: a depender do número de transformadores de potência e do tipo de barramento para 1 (um) transformador de potência e barramento simples: 600 m2 (sugestão: 20 × 30 m); para 2 (dois) transformadores e barramento duplo: 1750 m2 (35 × 50 m), incluindo a casa de comando e controle. Subestação de média tensão III É aquela cuja potência final do projeto não supera o valor de 150 MVA. Deve ser projetada, de forma geral, com as seguintes características: Tensão nominal: 138 kV. Tipos de barramento primário: barramento simples, barramento duplo com barra principal e de transferência e barramento duplo, 1 disjuntor a 4 chaves. Número de transformadores de potência: 1 a 3. Potências nominais mais projetadas dos transformadores de potência: (i) 40/50 MVA; (ii) 55/70 MVA; (iii) 80/100 MVA; e (iv) 120/150 MVA. Área desejável para SE de 138 kV: a depender do número de transformadores de potência e do tipo de barramento para 1 transformador de potência e barramento simples: 2000 m2 (sugestão: 40 × 50 m); para 2 transformadores e barramento duplo, 1 disjuntor a 4 chaves: 4200 m2 (60 × 70 m), incluindo a casa de comando e controle. Subestação de alta tensão I É aquela cuja potência não supera o valor de 500 MVA. Deve ser projetada, de forma geral, com as seguintes características: Tensão nominal: 230 kV. Tipos de barramento primário: barramento duplo com barra principal e de transferência; barramento duplo, 1 disjuntor a 4chaves; barramento duplo, 1 disjuntor a 5 chaves e barramento em anel. Número de transformadores de potência: 1 a 4. Potências nominais mais projetadas dos transformadores de potência: (i) 120/150 MVA; (ii) 160/200 MVA; e (iii) 320/400 MVA. Área desejável: a depender do número de transformadores de potência e do tipo de barramento para 1 transformador de potência e barramento duplo, 1 disjuntor a 4 chaves: 5000 m2 (sugestão: 50 × 100 m); para 2 transformadores e barramento duplo, 1 disjuntor a 4 chaves: 7000 m2 (70 × 100 m). A maioria das empresas concessionárias das regiões Sul, Sudeste e CentroOeste utiliza subestações de 345 kV e 430 kV, principalmente o Estado de São Paulo. 4.4.5 • • • • • 4.5 4.5.1 4.5.1.1 4.5.1.2 4.5.1.3 4.5.1.4 4.5.2 4.5.2.1 4.5.2.1.1 • • • • • Subestação de alta tensão II É aquela cuja potência final é igual ou superior a 500 MVA. Deve ser projetada, de forma geral, com as seguintes características: Tensão nominal: 500 kV. Tipo de barramento primário: os Procedimentos de Rede determinam que o arranjo seja em barramento duplo, 1 disjuntor e meio. Número de unidades transformadoras ou conjunto de autotransformadores de potência: 1 a 4. Potências nominais projetadas dos transformadores de potência: normalmente utilizados transformadores trifásicos de 300 MVA a 500 MVA ou autotransformadores monofásicos de 600 MVA por cada fase, considerando ainda um autotransformador como reserva. Área desejável: a depender do número de transformadores trifásicos de potência e do tipo de barramento para 1 conjunto trifásico de autotransformadores monofásicos e barramento duplo, 1 disjuntor e meio: 11.200 m2 (sugestão: 70 × 160 m); para 2 conjuntos de autotransformadores monofásicos e barramento duplo, 1 disjuntor e meio: 15.600 m2 (120 × 160 m). LEVANTAMENTO DE DADOS – PROJETO DE SUBESTAÇÃO DE ALTA TENSÃO Em função da capacidade nominal da subestação podemos estabelecer o seu tipo e desenvolver o projeto de acordo com as etapas a seguir. Levantamentos preliminares Antes de iniciar o projeto propriamente dito são necessárias algumas ações que darão suporte ao desenvolvimento das diversas atividades de projeto. Seleção do terreno Normalmente, o terreno da subestação fica localizado dentro dos limites do empreendimento, sejam eles industriais ou de geração, e sempre afastado das edificações administrativas. Para subestações de atendimento ao serviço público de energia, sua localização deve ser o mais próximo possível do centro de carga dos aglomerados urbanos. Levantamento topográfico A topografia tem por objetivo definir o contorno, a dimensão, a posição do terreno em relação às edificações do empreendimento, a altimetria e as coordenadas UTM. Em geral, o terreno é plano ou será planificado para dar lugar à subestação. O levantamento topográfico é constituído de duas partes: (i) levantamento planimétrico: são representados, em um plano horizontal, os limites da superfície do terreno, os ângulos, as vias de acesso, cercas, e quaisquer pontos considerados significantes para o projeto; e (ii) levantamento planaltimétrico: nele são representadas as curvas de nível que possibilitam a determinação da quantidade de terra que deve ser removida e inserida para tornar plano o terreno da subestação. Esse levantamento deve ultrapassar os limites do terreno em aproximadamente 20 m, em todas as direções. A RN (referência de nível) e as quatro ou mais extremidades anguladas do terreno devem ser indicadas no local por meio de marcos de concreto, com identificação em baixo relevo. Sondagem geotécnica A fim de fornecer dados para o cálculo estrutural das fundações da casa de comando e controle, base do transformador, suportes verticais e estruturas dos barramentos, devese realizar a sondagem geotécnica do solo notadamente nos seguintes pontos: (i) local da casa de comando e controle (1 furo), base do(s) transformador(es) de potência (1 ou 2 furos), base do(s) disjuntor(es) (normalmente 1 furo). Os furos devem atingir até a camada do solo dita impenetrável. Levantamento da resistividade do solo Para fornecer os dados para o cálculo da malha de aterramento e o posterior projeto da mesma é necessário realizar o levantamento da resistividade elétrica do solo aplicando o método de Wenner. A forma de realizar esse levantamento pode ser estudada no livro do presente autor Instalações Elétricas Industriais (LTC, 2017). Projeto eletromecânico O projeto eletromecânico é composto por um conjunto de atividades como a seguir. Definição do arranjo físico Entendese por arranjo físico, também denominado layout, o posicionamento de todas as estruturas no terreno, tais como as estruturas do barramento primário, dos equipamentos (disjuntores, chaves seccionadoras, transformadores etc.), da casa de comando e controle, da parede cortafogo, caixa separadora água e óleo, da fossasumidouro (se for necessário) etc. O arranjo físico deve ser a primeira decisão a ser tomada para a definição do projeto. Qualquer alteração posterior que se queira realizar implicará um grande retrabalho. Barramentos de alta tensão Os barramentos podem ser constituídos de quatro diferentes formas, sendo a seção condutora determinada de acordo com a potência nominal da subestação, com os níveis de curto circuito que determinam os esforços eletromecânicos, velocidade dos ventos, aquecimento solar, peso e as trações horizontais (somente para barramentos flexíveis). Podem ser empregados os seguintes tipos de condutores para o projeto dos barramentos primários: Condutores de cobre nu Empregados em subestações localizadas em área de alto nível de poluição. Dependendo da potência nominal da subestação, podem ser utilizados 1 (um) ou 2 (dois) condutores por fase. Condutores de alumínioliga Também empregados em subestações localizadas em área de moderado nível de poluição. Dependendo da potência nominal da subestação, podem ser utilizados de 1 a 4 condutores por fase. Em razão de o preço do alumínioliga ser inferior ao do cobre, tem sido dada preferência a esse tipo de condutor quando em condições adequadas de poluição. Condutores de alumínio CA Empregados em subestações localizadas em áreas não poluídas ou com baixíssimo grau de poluição. Tubos circulares Empregados como alternativa às soluções anteriores. Normalmente são utilizados tubos de alumínio. Em áreas de alto nível de poluição são empregados tubos de cobre (muito raramente). Vergalhões de cobre nu Empregados em subestações de média tensão abrigadas. 4.5.2.1.2 4.5.2.1.3 4.5.2.1.4 4.5.2.1.5 • • • – – – – – – – – • • • • Barramentos de média tensão Em geral, nas subestações de alta tensão o setor de média tensão é constituído de um conjunto de manobra blindado alimentado pelos transformadores de potência através de cabos de alumínio ou de cobre isolados. No caso de parques eólicos e fotovoltaicos são utilizados frequentemente cabos de alumínio, até porque normalmente esses empreendimentos utilizam nas suas redes coletoras cabos de alumínio nus ou isolados (redes subterrâneas). Quando o setor de média tensão é constituído de estruturas metálicas ou de concreto, os barramentos normalmente são constituídos de cabo de cobre nu, dada a sua elevada capacidade de condução de corrente. Não é comum a construção de barramentos aéreos de média tensão em subestações industriais e nas modernas subestações de concessionárias ou de geração, sejam elas hidrelétricas, térmicas, eólicas e fotovoltaicas. A prática de construção de barramentos aéreos em média tensão foi muito utilizada anos atrás. Atualmente ainda são utilizadas, mas em pequena escala. A preferência tem recaído sobre a utilização de conjuntos de manobra e painéis de proteção e controle instalados na casa de comando e controle. Estruturas dos barramentos Ainda existe muita controvérsia sobre a escolha entre estruturas de concreto armado ou estruturas metálicas. Asestruturas metálicas, mesmo mais caras, levam vantagem nas subestações de 500 kV devido à altura dos suportes. Dada à facilidade no transporte dessas estruturas, tornase mais adequada sua utilização, principalmente em locais com acesso mais restrito, em razão da topografia íngreme. Sua desvantagem cresce em áreas onde o nível de poluição salina é muito elevado. Em subestações de 69 kV a 230 kV são utilizadas tanto estruturas metálicas quanto estruturas de concreto armado, sendo a escolha, em boa parte dos casos, uma preferência do projetista. As estruturas de concreto têm a preferência de grande parte das concessionárias do Nordeste. Podem ser utilizados tanto postes padronizados para linhas de transmissão como estruturas dedicadas fornecidas para aquela subestação em particular. A fundação das bases dessas estruturas deve ser calculada em função da natureza do solo. O cálculo do engastamento dos postes pode ser determinado pela Equação (4.1). E – engastamento do poste, em m; L – comprimento total do poste, em m. Vigas, anéis, suportes capitel e jabaquara Devem ser calculados no projeto estrutural de acordo com os esforços verticais e horizontais dos barramentos. As dimensões das vigas são em função do nível de tensão da subestação. As distâncias entre fases e entre fases e terra para diferentes tensões são dadas no Capítulo 2. Malha de terra Memorial de cálculo da malha de aterramento No cálculo da malha de aterramento devem ser considerados os seguintes itens: (i) a área definida para a instalação da malha de aterramento; (ii) os valores de resistividade elétrica do solo baseados nas medições de campo; e (iii) o valor da corrente de curtocircuito faseterra é calculado a partir da configuração do sistema da concessionária e/ou Operador Nacional de Sistema (ONS) para um horizonte de 10 anos. Considerando os dados anteriormente definidos procedese ao cálculo do condutor da malha de aterramento, tomando como limites: (i) a resistência da malha de aterramento no valor de 5 Ω para as subestações de 69 kV a 230 kV; (ii) a tensão de passo; (iii) e a tensão de toque nos valores máximos admitidos no decorrer do cálculo que pode ser elaborado por softwares comerciais ou por processos manuais, o que requer bastante mão de obra. O Capítulo 11 do livro do presente autor, Instalações Elétricas Industriais, trata do assunto. Os condutores normalmente utilizados no cálculo da malha de aterramento são: (i) cabo de cobre nu, 70 mm2, têmpera meio dura, 19 fios; (ii) cabo de cobre nu, 95 mm2, têmpera meio dura, 19 fios; e (iii) cabo de cobre nu, 120 mm2, têmpera meio dura, 37 fios. No caso das concessionárias, cada empresa estabelece a seção mínima do condutor utilizado em seus projetos. Condutor de aterramento das estruturas e equipamentos. Os condutores normalmente utilizados para aterramento das estruturas, equipamentos, portões e demais partes metálicas são o cabo de cobre nu, 70 mm2, têmpera meio dura, 19 fios, para subestações de 69 kV e de 95 mm2, ou de 120 mm2 para subestações de 138 kV e 230 kV. Hastes de aterramento No projeto da malha de aterramento da subestação devem ser utilizadas hastes de aterramento de aço cobreado, 3000 mm de comprimento, 19 mm de diâmetro (3/4”), camada de cobre, 0,254 mm. As hastes de aterramento devem ser distribuídas da seguinte forma: 1 (uma) haste para o aterramento do neutro do transformador de potência; 2 (duas) hastes para o aterramento da carcaça do transformador de potência, localizadas em dois pontos diferentes do transformador; 1 (uma) haste para aterramento do ponto neutro do transformador de serviços auxiliares; 1 (uma) haste para aterramento do ponto neutro do resistor de aterramento; 1 (uma) haste para aterramento do ponto neutro do transformador de aterramento; 1 (uma) haste para aterramento de cada conjunto de três pararaios; 3 (três) a 4 (quatro) hastes nos ângulos agudos nos limites da área da malha de aterramento; 1 (uma) haste em cada canto da casa de comando e controle. A localização das hastes de aterramento, além das que foram anteriormente mencionadas, deve ser definida no cálculo das tensões de toque e de passo. Para evitar que haja grande concentração de potencial nos cantos da malha, deve ser dado um formato aproximadamente elíptico ou arredondado à malha de aterramento. Devese evitar que haja transferência de potenciais perigosos da malha para outros elementos externos à área da subestação, como trilhos, eletrodutos metálicos de energia ou telefonia, tubulações metálicas de água ou esgoto etc. Profundidade de malha de aterramento É necessário que a malha de aterramento seja enterrada a uma profundidade de 0,50 m a 0,55 m, considerando o nível do solo (não contar com altura da brita). Conexões Todas as conexões entre cabos da malha de aterramento devem ser com solda exotérmica. Já as conexões entre a malha de aterramento e o ponto de terra dos equipamentos devem ser realizadas com conectores aparafusados. Caixa de inspeção Devem ser projetadas caixas de inspeção, para medição da resistência da malha de aterramento, localizadas na casa de comando e controle e no pátio de manobra da subestação e nas proximidades dos transformadores de potência. Aterramento das cercas e portões – – – 4.5.2.2 4.5.2.2.1 4.5.2.2.1.1 4.5.2.2.1.1.1 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • – – – 4.5.2.2.1.1.2 • • • • • • • • • • • • • • • • • • Os portões e cercas das subestações devem ser aterrados e atender aos seguintes requisitos: Portões de acesso de veículos e/ou portões de acesso a pessoas. O aterramento dos portões deve ser realizado nos dois lados do mesmo, de acordo com os desenhos dos projetos, vistos nos Capítulos 5 a 8. As cercas metálicas que são construídas em torno da subestação devem ser aterradas na malha de terra da subestação. As cercas que passam transversalmente sob a linha de transmissão devem ser seccionadas e aterradas nas extremidades. Os métodos de cálculo anteriormente mencionados estão desenvolvidos no livro do presente autor Instalações Elétricas Industriais. Especificações técnicas As especificações técnicas dos equipamentos serão fornecidas para subestações de média tensão, 13,80 kV, e de alta tensão, 69 kV, 138 kV e 230 kV, que são as de maior utilização nas indústrias e empreendimentos de geração de médio e grande portes e nas subestações das concessionárias do serviço público de eletricidade. Para a apresentação das especificações técnicas, iniciaremos com a indicação das principais normas nacionais e internacionais a que devem estar submetidos a fabricação, o controle de qualidade, os ensaios de recebimento e transporte dos equipamentos até o local indicado pelo cliente. Em seguida, indicaremos as principais características elétricas do equipamento que devem ser exigidas do fabricante ou fornecedor, de sorte a se receber um produto da melhor qualidade. É fato que as características elétricas aqui descritas não cobrem todos os aspectos do fornecimento de um equipamento que muitas empresas compradoras exigem. Uma especificação técnica completa levaria a muitos detalhes técnicos e comerciais e consequentemente a uma vasta quantidade de material impresso, incompatível com o espaço restrito de um livro didático. No entanto, as informações aqui fornecidas agregadas às normas que regem o equipamento citado permitem ao projetista uma base consistente para adquirir o produto. Finalmente, descreveremos de forma sumária o equipamento que se quer adquirir, normalmente parte da lista de material do projeto. Essa descrição utiliza as características dos equipamentos comercialmente empregados nas subestações de média e alta tensão. Vale salientar que as especificações técnicas citadas para cada equipamento podem ser acrescentadas de outras especificações técnicas correlacionadas. Por exemplo, muitos itens das especificações técnicas de chaves seccionadoras de alta tensão são comunsàs especificações técnicas de chaves seccionadoras de média tensão, logicamente alterandose os valores dos dados técnicos. Equipamentos das subestações de 13,80 kV Transformador de potência a óleo mineral Normas específicas NOTA IMPORTANTE: Na especificação técnica de qualquer equipamento é necessário que o projetista indique as normas técnicas brasileiras envolvidas na fabricação daquele equipamento. Ao longo das especificações sumárias dos equipamentos que iremos formular neste livro estão citadas as principais normas brasileiras e internacionais que estavam vigendo na época do preparo do texto. Muito provavelmente algumas dessas normas já foram alteradas com a mesma numeração ou simplesmente canceladas ou substituídas. Porém, é aconselhável, antes de indicar nas suas especificações as normas aqui citadas, consultar o catálogo da ABNT, utilizando o Google ou outro buscador. NBR 5034 – Buchas para tensões alternadas superiores a 1 kV. NBR 53561 – Transformadores de potência, Parte 1: Generalidades. NBR 53562 – Transformadores de potência, Parte 2: Aquecimento. NBR 53563 – Transformadores de potência, Parte 3: Níveis de isolamento, ensaios dielétricos e espaçamentos externos em ar. NBR 53564 – Transformadores de potência, Parte 4: Guia para ensaio de impulso atmosférico e de manobra para transformadores e reatores. NBR 53565 – Transformadores de potência, Parte 5: Capacidade de resistir a curtoscircuitos. NBR 5426 – Planos de amostragem e procedimentos na inspeção por atributos. NBR 6323 – Galvanização por imersão a quente de produtos de aço e ferro fundido – Especificação. NBR 6937 – Técnicas de ensaios elétricos de alta tensão – Dispositivos de medição. NBR 6940 – Técnicas de ensaios elétricos de alta tensão – Medição de descargas parciais. NBR 7277 – Transformadores e reatores – Determinação do nível de ruído. NBR 7398 – Produto de aço ou ferro fundido – Galvanização por imersão a quente – Verificação da aderência do revestimento – Método de ensaio. NBR 7399 – Produto de aço ou ferro fundido – Galvanização por imersão a quente – Verificação da espessura do revestimento por processo não destrutivo – Método de ensaio. NBR 7876 – Linhas e equipamentos de alta tensão – Medição de radiointerferência na faixa de 0,15 MHz a 30 MHz. NBR 11003 – Tintas – Determinação da aderência. NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. ASTM D1535 – Standard practice for specifying color by the Munsell system. IEC 600761 – Power transformers – Part 1: General. As siglas acima se referem à ASTM – American Society for Testing and Materials. IEC – International Electrotechnical Commission. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Características técnicas exigíveis Meio isolante (a óleo mineral e a seco). Potência nominal. Tensão nominal primária. Tensão máxima de operação. Tensão suportável de impulso atmosférico – pleno. Tensão suportável de impulso atmosférico onda cortada. Tensão suportável nominal à frequência industrial durante 1 minuto – valor eficaz. Tensão nominal secundária. Tensão máxima secundária (valor eficaz). Tensão suportável nominal de impulso atmosférico pleno (crista) no enrolamento secundário. Tensão suportável nominal à frequência industrial durante 1 minuto (valor eficaz). Derivação secundária. Derivações primárias. Frequência nominal. Polaridade. Nível médio de ruído. Ligação primária/secundária. Grupo de ligação. • • • • 4.5.2.2.1.1.3 4.5.2.2.1.2 4.5.2.2.1.2.1 • • • • 4.5.2.2.1.2.2 4.5.2.2.1.2.3 4.5.2.2.1.3 4.5.2.2.1.3.1 • • • 4.5.2.2.1.3.2 • • • • • • • • • 4.5.2.2.1.3.3 4.5.2.2.1.4 4.5.2.2.1.4.1 • • • • • • • • • • • 4.5.2.2.1.4.2 • • • • • • • Número de fases. Tensão nominal da bucha secundária. Tensão suportável nominal de impulso atmosférico pleno (crista) da bucha secundária. Tensão suportável nominal à frequência industrial a seco e sob chuva, durante 1 minuto (eficaz). Especificação sumária Transformador trifásico a óleo mineral, potência nominal de 500 kVA, tensão nominal primária 13,80 kV, derivações primárias 13.800 V, 13.200 V e 12.600 V, tensão nominal secundária 380/220 V, impedância 4,5 %, ligação primária em delta e secundária em estrela com ponto neutro acessível. Transformador de potência a seco Normas específicas São as mesmas dos transformadores a óleo, naquilo que for pertinente, acrescidas das seguintes especificações técnicas: NBR 5405 – Materiais isolantes sólidos – Determinação da rigidez dielétrica sob frequência industrial. IEC 6007611 – Power transformers – Pat 11: Drytype transformers. NBR 10295 – Transformadores de potência secos. NBR IEC 60529 – Graus de proteção para invólucros de equipamentos elétricos (código IP). Características técnicas São as mesmas definidas no item 4.5.2.2.1.1.2. Especificação sumária Transformador trifásico a seco, potência nominal de 500 kVA, tensão nominal primária 13,80 kV, derivações primárias 13.800 V, 13.200 V e 12.600 V, tensão nominal secundária 380/220 V, impedância 6 %, ligação primária em delta e secundária em estrela com ponto neutro acessível, tipo construtivo aberto (IP00). Transformador de potencial de média tensão Normas específicas NBR IEC 60529 – Invólucros de equipamentos elétricos – Proteção. NBR 6820 – Transformadores de potencial indutivo. NBR 6323 – Galvanização por imersão a quente de produtos de aço e ferro fundido – Especificação. Características elétricas exigíveis Tipo de serviço (medição ou proteção ou ainda medição e proteção) Tensão primária. Tensão secundária. Classe de exatidão para os enrolamentos secundários para a relação de transformação. Potência térmica nominal. Grupo de ligação. Tensão suportável nominal à frequência industrial (60 Hz) durante 60 segundos. Tensão suportável nominal de impulso atmosférico. Uso: externo. Especificação sumária Transformador de potencial a seco, uso interno, para serviço em medição, grupo de ligação 1, 13,80 kV, TSI 95 kV, relação de transformação 13.8002 × 115 V, dois núcleos, classe de exatidão 0,6P12,5 e 0,6P100, potência térmica nominal 400 VA. Transformador de corrente de média tensão Normas específicas NBR 5034 – Buchas para tensões alternadas superiores a 1 kV – Especificação. NBR 5370 – Conectores empregados em ligações de condutores elétricos em sistema de potência. NBR 5405 – Materiais isolantes sólidos – Determinação da rigidez dielétrica sob frequência industrial – Método de ensaio. NBR 5906 – Bobinas e chapas laminadas a quente de açocarbono para estampagem – Especificação. NBR 5915 – Chapas finas a frio de açocarbono para estampagem – Especificação. IEC60044 – Parte 1: Transformadores de corrente. IEC60815 – Guia para a seleção de isoladores para uso em condições de poluição. IEC60296 – Especificação do óleo mineral isolante novo para equipamentos elétricos (somente para TCs a óleo). IEC 60233 – Provas em isoladores para uso em equipamento elétrico. ASTM 3487 – Requisitos do óleo mineral isolante usado em aparelhos elétricos (somente para TCs a óleo). ASTM A123 – Especificação para galvanização a quente de produtos de ferro e aço. Características técnicas exigíveis Tipo de serviço (medição ou proteção ou ainda medição e proteção). Relações de transformação. Classe de exatidão. Tensão primária nominal. Frequência. Quantidade de núcleos. Quantidade de enrolamentos secundários. • • • • 4.5.2.2.1.4.3 4.5.2.2.1.5 4.5.2.2.1.5.1 • • • • • • • • • 4.5.2.2.1.5.2 • • • • • • • • • • • • • • • • 4.5.2.2.1.5.3 a) b) 4.5.2.2.1.6 4.5.2.2.1.6.1 • • • • • • • • • • • • • • 4.5.2.2.1.6.2 Fator térmico nominal. Corrente suportável nominal de curta duração durante 1 s. Valor de crista nominal da corrente suportável. Uso (interno ou externo). Especificação sumária Transformador de corrente a seco para serviço de medição, uso interno, 15 kV, TSI 95 kV, relação de transformação 1005 A, classe de exatidão 0,3C12,5, fator térmico nominal 1,2. Pararaios de média tensão Normas específicasNBR 5309 – Pararaios de resistor não linear para sistemas de potência – Método de ensaio. NBR 5426 – Planos de amostragem e procedimentos na inspeção por atributos – Procedimentos. NBR 5470 – Eletrotécnica e eletrônica – pararaios – Terminologia. NBR 6323 – Galvanização por imersão a quente de produtos de aço e ferro fundido – Especificação. NBR 6939 – Coordenação de isolamento – Procedimento. NBR 8841 – Coordenação de isolamento fasefase. NBR 7398 – Produto de aço ou ferro fundido galvanizado por imersão a quente – Verificação da aderência do revestimento – Método de ensaio. NBR 7399 – Produto de aço ou ferro fundido – Verificação do revestimento de zinco – Verificação da espessura do revestimento por processo não destrutivo – Método de ensaio. IEC 994/1991 – Surge arresters. Características técnicas exigíveis Classe. Tensão suportável de isolamento. Tensão nominal. Corrente de descarga nominal. Tensão disruptiva à frequência industrial. Corrente de descarga nominal. Máxima tensão de operação contínua (MCOV – Maximum Continuous Operating Voltage). Sobretensão temporária (TOV – Transient Overvoltage). Tensão máxima residual 8/20 μs a 10 kA. Tensão máxima residual 1 μs a 10 kA. Tensão máxima residual 30/60 μs a 1 kA. Capacidade de alívio de pressão. Capacidade suportável 4/10 μs. Distância de escoamento. Classe de descarga (Norma IEC 600994). Energia dissipada mínima. Especificação sumária Pararaios para sistema de 15 kV Pararaios a óxido de zinco, tipo polimérico, tensão nominal 12 kV, corrente de descarga nominal de 10 kA valor de pico, tensão suportável de impulso 110 kV, distância de escoamento 415 mm, máxima tensão de operação contínua (MCOV) 10,2 kV eficaz, sobretensão temporária (TOV) 15 kV, tensão residual de descarga para onda de 8/20 µs com corrente de 10 kA valor de crista, não superior a 35 kV, frequência nominal 60 Hz, classe de descarga igual ou superior a 2, energia dissipada mínima 2 kJ/kV. Pararaios para sistema de 34,5 kV Pararaios a óxido de zinco, tipo polimérico, tensão nominal 36 kV, tensão disruptiva à frequência nominal, 60 kV, corrente de descarga nominal de 10 kA, valor de pico, máxima tensão de operação contínua (MCOV) superior a 32 kV, tensão máxima residual 8/20 μs a 10 kA – 102 kV, tensão máxima residual 1/20 μs a 10 kA – crista 110 kV, tensão máxima residual 30/60 μs a 1 kA – crista 84 kV, distância de escoamento mínima 963 mm, isolamento externo 1,2/50 μs – 310 kVpico, alívio de pressão 50 kA simétrico, classe de descarga (Norma IEC 600994), igual ou superior a 2, energia dissipada igual ou superior a 5 kJ/kV. Disjuntores de média tensão Normas específicas NBR 5034 – Buchas para tensões alternadas superiores a 1 kV – Especificação. NBR 5906 – Bobinas e chapas laminadas a quente, de açocarbono para estampagem – Especificação. NBR 6323 – Galvanização por imersão a quente de produtos de aço e ferro fundido – Especificação. NBR 6937 – Técnicas de ensaios elétricos de alta tensão – Dispositivos de medição – Procedimento. NBR 7876 – Linhas e equipamentos de alta tensão – Medição de radiointerferência na faixa de 0,15 a 30 MHz. NBR 11003 – Tinta – determinação da aderência – Método de ensaio. NBR 11902 – Hexafluoreto de enxofre para equipamentos elétricos – Especificação. NBR 12160 – Hexafluoreto de enxofre para equipamentos elétricos – Verificação das propriedades. NBR 12318 – Hexafluoreto de enxofre – Procedimento. IEC 85 – Recommendations for the classification of material for the insulation of electrical machinery and apparatus in relation to their thermal stability in service. IEC 376 – Specification and acceptance for new sulfur hexafluoride including IEC 376A and 376B. IEC 480 – Guide to the checking of sulfur hexafluoride (SF6) taken from electrical equipment. IEC 1233 – Highvoltage alternating current circuitbreakers rated on a symmetrical. ANSI 3709 – Test procedure for AC highvoltage circuitbreakers rated on a symmetrical current basis Características técnicas exigíveis • • • • • • • • • • • • 4.5.2.2.1.6.3 4.5.2.2.1.7 4.5.2.2.1.7.1 • • • • • • • • 4.5.2.2.1.7.2 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 4.5.2.2.1.7.3 4.5.2.2.2 4.5.2.2.2.1 4.5.2.2.2.1.1 4.5.2.2.2.1.2 • • Uso (abrigado ou externo). Tipo (aberto ou extraível). Tensão nominal (eficaz). Corrente nominal mínima (eficaz). Corrente simétrica de interrupção (eficaz). Fator de assimetria. Corrente de curta duração (3 segundos) (eficaz). Sequência de operações. Tempo máximo de interrupção. Acionamento (manual com mola précarregada, ou motorizado). Tensão da bobina de abertura. Tensão da bobina de fechamento. Especificação sumária Disjuntor tripolar, 15 kV, isolação a SF6 ou vácuo, corrente nominal 630 A, capacidade de interrupção 16 kA, tensão suportável de impulso (TSI) 95 kV, com TCs de proteção associados, sem relé, com comando tripolar, fornecido com duas bobinas de abertura independentes, com atuação simultânea, com os circuitos de comando (abertura e fechamento), sinalização e motor para carregamento da mola independentes, com tensão nominal de 125 Vcc. Seccionadores tripolares de média tensão Normas específicas NBR 5032 – Isoladores de porcelana ou vidro para linhas aéreas com tensões acima de 1000 V para sistemas de corrente alternada. NBR 5370 – Conectores de cobre para condutores elétricos em sistema de potência – Especificação. NBR 5426 – Planos de amostragem e procedimento na inspeção por atributos – Procedimento. NBR 6323 – Galvanização por imersão a quente ou produtos de aço e ferro fundido – Especificação. NBR 6941 – Peças de ligas de cobre fundidas em conquilhas – Requisitos e método de ensaio. IEC 600.601 – Técnicas de ensaios elétricos de alta tensão – Definições gerais e técnicas de ensaio. NBR 7398 – Produto de aço ou ferro fundido por imersão a quente – Verificação da aderência do revestimento – Método de ensaio. NBR 7571 – Seccionadores – Características técnicas e dimensionais – Padronização. Características técnicas exigíveis Uso (interno ou externo). Isolação. Número de polos. Forma de acionamento (manual ou motorizado). Capacidade de abertura. Tipo de comando (manual ou motorizado). Tensão de operação. Contatos auxiliares de sinalização (quantidade de contatos NA e NF). Contatos auxiliares de impulso (quantidade de contatos NA e NF). Tensão nominal (eficaz). Tensão máxima de operação. Corrente nominal (eficaz). Corrente térmica de curtocircuito, valor eficaz, 1 s. Corrente dinâmica de curtocircuito. Corrente de fechamento. Frequência. Tensão suportável de impulso atmosférico. Tensão da bobina de abertura. Tensão da bobina de fechamento. Tensão do circuito do motor universal. Tensão do solenoide de travamento. Especificação sumária Seccionador tripolar, 15 kV, uso interno, capacidade nominal de corrente de 630 A, tensão suportável de impulso (TSI) 110 kV, tensão suportável de impulso normalizado entre contatos abertos 125 kV, tensão suportável nominal a seco 1 min/60 Hz à terra entre polos 34 kV e entre contatos abertos 38 kV, corrente térmica de curtocircuito 12,5 kA, valor eficaz, corrente dinâmica de curtocircuito 31 kA, montagem vertical, comando motorizado, tensão nominal do motor 125 Vcc. Equipamentos das subestações de 69 kV Transformador de potência É o equipamento da maior importância de uma subestação, seja ela de qualquer nível de tensão. Sua capacidade nominal é em função da carga a ser suprida, acrescida de uma capacidade suplementar no caso de expansão do empreendimento. Normas específicas São as normas características do item 4.5.2.2.1.1.1. Características elétricas exigíveis Tensão nominal primária. Tensão nominal secundária. • • • 4.5.2.2.2.1.3 • • 4.5.2.2.2.1.4 • • 4.5.2.2.2.1.5 • • 4.5.2.2.2.1.6 • • 4.5.2.2.2.1.7 • • 4.5.2.2.2.1.8 • • 4.5.2.2.2.1.9 4.5.2.2.2.2 4.5.2.2.2.2.1 4.5.2.2.2.2.2 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 4.5.2.2.2.2.3 Derivações de tensão no primário(comutador de derivação sem carga e sem tensão, se necessário). Tensão inferior fixa. Impedância de sequência positiva na base da potência nominal (potência base) e tensão nominal a 75 ºC. Enrolamento de 69 kV Isolamento. Tensões suportáveis nos terminais de linha: (i) impulso atmosférico, onda plena (1,2 × 50 μs); (ii) impulso atmosférico, onda cortada; e (iii) aplicada à frequência de 60 Hz durante 1 (um) minuto. Enrolamento de média tensão Tipo de isolamento. Tensões suportáveis nos terminais de linha: (i) impulso atmosférico, onda plena (1,2 × 50 μs); (ii) impulso atmosférico, onda cortada; e (iii) aplicada à frequência de 60 Hz, durante 1 (um) minuto. Neutro Tipo de isolamento. Tensões suportáveis nos terminais de linha: (i) impulso atmosférico, onda plena (1,2 × 50 μs); (ii) impulso atmosférico, onda cortada; e (iii) aplicada à frequência de 60 Hz, durante 1 (um) minuto. Buchas do enrolamento de 69 kV Tipo de isolamento. Tensões suportáveis: (i) impulso atmosférico, onda plena (1,2 × 50 μs); (ii) impulso atmosférico, onda cortada; e (iii) tensão aplicada à frequência de 60 Hz, durante 1 (um) minuto. Buchas do enrolamento de média tensão Tensão nominal Tensões suportáveis: (i) impulso atmosférico, onda plena (1,2 × 50 μs); (ii) impulso atmosférico, onda cortada; e (iii) tensão aplicada à frequência de 60 Hz durante 1 (um) minuto. Buchas do neutro Tensão nominal. Tensões suportáveis: (i) impulso atmosférico, onda plena (1,2 × 50 μs); (ii) impulso atmosférico, onda cortada; (iii) tensão aplicada à frequência de 60 Hz durante 1 (um) minuto. Especificação sumária Transformador de potência, tensão nominal 69,3–13,8 kV, capacidade nominal 5/6,25/7,5 MVA, comutador de derivação em carga (71.775 / 70.950 / 70.125 / 69.300 / 68.475 / 67.650 / 66.825 / 66.000 / 65.175 / 64.350 / 63.525 / 62.700 / 61.875 / 61.050 / 60.225 / 59.400 / 58.575 V), impedância percentual 7,5 % referidos a 5 MVA e 68,475 kV com TCs de bucha AT e MT e relação de transformação respectivamente iguais a 100/200/3005 A e 200/400/600/8005 A, classes de exatidão 10B100 e 10B200, imerso em óleo isolante. Disjuntor de potência de alta tensão É um equipamento de proteção quando associado ao relé. Deve ser instalado obrigatoriamente na entrada de linha. Quando houver mais de um transformador é prudente instalar um disjuntor para cada transformador devido à possibilidade de retirada de somente um transformador durante um evento de curtocircuito naquele equipamento ou na parte do sistema associado. Para pequenas subestações, inferiores ou iguais a 2 × 10 MVA, podemse instalar chaves seccionadoras para cada transformador e um disjuntor geral. Isso leva a um nível de confiabilidade menor. Normas específicas São as mesmas normas empregadas nos disjuntores de média tensão, item 4.5.2.2.1.6.1. Características técnicas exigíveis Tensão nominal (eficaz). Corrente nominal (eficaz). Corrente simétrica de interrupção (eficaz). Corrente de curta duração (1 segundo) (eficaz). Sequência de operação. Tempo de interrupção. Frequência. Capacidade de estabelecimento nominal em curtocircuito. Tempo morto nominal. Atraso permissível na abertura (γ). Tolerância máxima admissível na segunda abertura do ciclo O0,3sCO. Diferença máxima do tempo entre polos (fechamento tripolar). Diferença máxima do tempo entre polos (abertura tripolar). Fator de primeiro polo. Espaçamento entre polos. Tensão faseterra de início e término do corona visual (maior que). Tensão de radiointerferência máxima à tensão de 46 kV (eficaz), faseterra com contatos fechados. Tensão de radiointerferência máxima à tensão de 46 kV (eficaz), faseterra com contatos abertos. Tensão suportável de impulso atmosférico (1,2 × 50 μs) à terra entre polos e entre contatos abertos. Tensão suportável nominal à frequência industrial (60 Hz) a seco e sob chuva durante 1 minuto, à terra entre polos e entre contatos abertos. Fator de assimetria. Especificação sumária 4.5.2.2.2.3 4.5.2.2.2.3.1 • • • • • • • • • • • • • • 4.5.2.2.2.3.2 • • • • • • • • • • • • • • 4.5.2.2.2.3.3 4.5.2.2.2.4 4.5.2.2.2.4.1 4.5.2.2.2.4.2 4.5.2.2.2.4.3 4.5.2.2.2.5 4.5.2.2.2.5.1 4.5.2.2.2.5.2 4.5.2.2.2.5.3 Disjuntor tripolar, 72,5 kV, 1600 A, 31,5 kA, TSI 350 kV, com o comando tripolar, devendo ser fornecido com duas bobinas de abertura independentes, com atuação simultânea e com os circuitos de comando (abertura e fechamento), sinalização independentes, com tensão nominal de 125 Vcc. Seccionadores tripolares de alta tensão São equipamentos normalmente instalados antes e depois de um disjuntor por exigência operacional e de segurança, já que não se pode realizar manutenção no trecho do sistema a jusante do disjuntor simplesmente acreditando na separação segura dos contatos internos desse equipamento. Também são utilizados na configuração dos barramentos para possibilitar diversos recursos operacionais, normalmente associados aos respectivos disjuntores. Normas específicas NBR 5370 – Conectores de cobre para condutores elétricos em sistema de potência – Especificação. NBR 6941 – Peças de ligas de cobre fundidas em conquilhas – Requisitos e método de ensaio. NBR 7571 – Seccionadores – Características técnicas e dimensionais – Padronização. NBR 5032 – Isoladores de porcelana ou vidro para linhas aéreas com tensões acima de 1000 V para sistemas de corrente alternada. NBR 5426 – Planos de amostragem e procedimento na inspeção por atributos – Procedimento. NBR 5459 – Eletrotécnica e eletrônica – Manobra, proteção e regulagem de circuitos – Terminologia. NBR 6323 – Galvanização por imersão a quente ou produtos de aço e ferro fundido – Especificação. IEC 600.601 – Técnicas de ensaios elétricos de alta tensão – Definições gerais e técnicas de ensaio. NBR 7398 – Produto de aço ou ferro fundido por imersão a quente – Verificação da aderência do revestimento – Método de ensaio. NBR 7571 – Seccionadores – Características técnicas e dimensionais – Padronização. IEC 62271102 – Desconectores de alta tensão em corrente alternada com lâmina de terra. ASTM A123 – Especificação para galvanização a quente de produtos de ferro e aço. ASTM B545 – Specification for electrodeposited coating of tin. ASTM D1535 – Specifying color by the Munsell system. Características técnicas Tensão nominal. Tensão máxima de operação. Corrente nominal. Corrente de curta duração. Corrente dinâmica de curtocircuito. Tensão suportável nominal de impulso atmosférico (1,2 × 50 μs) entre terminais com chave aberta. Tensão suportável nominal de impulso atmosférico (1,2 × 50 μs) entre terminais e terra. Tensão suportável nominal a seco e sob chuva, entre os terminais com chave aberta durante 60 segundos em 60 Hz. Frequência nominal. Uso (abrigado ou ao tempo). Números de polos. Abertura (lateral ou vertical). Distância entre fases. Distância de escoamento. Especificação sumária Chave seccionadora tripolar, operação manual, com restritor de arco, tensão nominal 72,5 kV, corrente nominal 1250 A, corrente suportável de curta duração 25 kA, TSI 350 kV, abertura lateral, montagem horizontal. Transformador de corrente de alta tensão Há dois tipos de transformador de corrente: TCs para medição e TCs para proteção. Os TCs de proteção têm como função fornecer ao medidor ou relé a corrente no ponto em que está instalado. Essa corrente pode ser a corrente de carga nominal, a corrente de sobrecarga ou a corrente de curtocircuito. Os TCs não devem operar na condição de saturação para não enviar ao relé informações incorretas. Normas específicas São as mesmas normas empregadas nos TCs de média tensão, item 4.5.2.2.1.4.1. Características técnicas exigíveis São as mesmas características empregadas nos TCs de média tensão, item 4.5.2.2.1.4.2. Especificação sumária Transformador de corrente, uso externo, 72,5 kV, TSI 350 kV, relação de transformação 200/400/600 × 400/800/120055 A, dois núcleos, classe de exatidão 10B100.Transformador de potencial de alta tensão É o equipamento destinado a fornecer aos elementos medição e/ou de proteção uma tensão muito baixa compatível com o nível de isolamento. Normalmente, as tensões fornecidas são: e 115 V. Normas específicas São as mesmas normas empregadas nos TPs de média tensão, item 4.5.2.2.1.3.1. Características técnicas São as mesmas características empregadas nos TPs de média tensão, item 4.5.2.2.1.3.2, naquilo que for pertinente. Especificação sumária 4.5.2.2.2.6 a) • • • • b) c) • • • a) Transformador de potencial, uso interno, para serviço em medição, 72,5 kV, TSI 350 kV, relação de transformação , dois núcleos, classe de exatidão 0,6P12,5 a 0,6P100, potência térmica nominal 400 VA. Pararaios de alta tensão É aquele responsável pela proteção dos equipamentos da subestação quando uma onda de sobrecorrente de descarga atmosférica penetra na subestação através das linhas de transmissão de entrada ou de saída dos barramentos. Para especificar o pararaios é necessário conhecer as características elétricas do sistema e aplicar as seguintes condições válidas para pararaios sem centelhadores que são os dispositivos empregados em sistemas de alta tensão. A parte ativa desses pararaios é fabricada com óxido de zinco, ZnO. O cálculo para a determinação dos parâmetros de um pararaios pode ser conhecido a seguir. Cálculo da sobretensão temporária do sistema (TOVsis) O fator de aterramento, ou fator de sobretensão, dos sistemas elétricos está contido nos valores típicos a seguir mencionados (NBR 6855), a partir dos quais se podem determinar os valores das sobretensões obtidas em função do tipo de aterramento. Sistema multiaterrado: K = 1,30 Sistema eficazmente aterrado: K = 1,40 Sistema não eficazmente aterrado: K = 1,73 Sistema isolado: K = 1,73 Em geral, se considera o tempo de atuação do disjuntor de proteção de um sistema elétrico igual a 1,0 s. O valor da sobretensão temporária do sistema, TOVsis, pode ser determinado pela Equação (4.2). Vmáx . sis – tensão máxima de operação do sistema, em kV. Para determinar o TOVpr do pararaios devemos ter: Cálculo da máxima tensão de operação contínua do pararaios (MCOVpr) O valor da máxima tensão de operação contínua, (MCOVpr), vezes um fator Ks deve ser igual ou superior à máxima tensão operativa do sistema (Vmáx . sis). Ks – fator de segurança: valor adotado pelo projetista; pode variar de 5 % a 15 %; essa margem de segurança tem o objetivo de compensar os efeitos de não uniformidade da distribuição da tensão ao longo da parte ativa do pararaios que pode provocar a sua degradação. ou seja: Cálculo da suportabilidade dos pararaios quanto às sobretensões temporárias Devemos atender ao seguinte critério: Ou ainda: Vnpr – tensão nominal do pararaios. Logo, acessando o gráfico da Figura 4.1 e utilizando o valor de obtémse a duração da sobretensão temporária, Tmáxde f , que o pararaios pode suportar para uma sobretensão temporária de valor igual a TOVsis. EXEMPLO DE APLICAÇÃO (4.1) Determinar a tensão nominal de um pararaios a óxido de zinco que protege uma subestação de 69 kV, na entrada da linha de transmissão. O sistema é considerado não eficazmente aterrado. As características técnicas do sistema em que serão instalados os pararaios são: Tensão nominal do sistema: Vnom.s is = 69 kV. Tensão máxima de operação do sistema: Vmáx.s is = 72,5 kV. Máxima duração considerada para corrente de defeito: Tf alt a = 1,0 s. Cálculo da sobretensão temporária do sistema (TOVs is) Adotaremos o valor de K = 1,73 em razão do sistema ser não eficazmente aterrado. Condição: TOVpr ≥ TOVs is Logo, será selecionado um pararaios com capacidade de sobretensão temporária para 1 s, no valor de TOVpr = 76,5 kV (valor de TOVpr mais baixo do pararaios comercial de determinado modelo e fabricante, considerando um sistema com máxima tensão de operação, Vmáx.s is = 72,5 kV). Figura 4.1 b) c) • • • Tabela 4.1 Tempo de suportabilidade do pararaios. Cálculo da máxima tensão de operação contínua do pararaios (MCOVpr) Ks – fator de segurança: valor adotado pelo projetista; adotaremos 5 %. Logo, devese selecionar um pararaios com a máxima tensão de operação contínua igual ou superior a 44 kV, ou seja: MCOVpr = 53 kV (valor comercial para determinado modelo e fabricante de pararaios). Inicialmente, será escolhido o pararaios com tensão nominal de Vnpr = 66 kV que é a menor tensão nominal do pararaios de determinado modelo e fabricante para um sistema com máxima tensão de operação, Vmáx.s is = 72,5 kV e MCOVpr = 53 kV. Logo, qualquer tensão com valor eficaz superior a 66 kV será considerado uma sobretensão para o pararaios. Suportabilidade dos pararaios quanto às sobretensões temporárias Como a condição está satisfeita. Ou ainda: Como a condição está satisfeita. Logo, acessando o gráfico da Figura 4.1, de um pararaios comercial, e utilizando o valor de obtémse a duração máxima da sobretensão temporária de Tmáxdef = 4 s, ou seja, a capacidade de sobretensão do pararaios anteriormente selecionado; portanto, essa capacidade é superior ao tempo máximo de atuação da proteção que é de 1,0 s. Assim, o pararaios deve ter as seguintes características: Tensão nominal: 66 kV. Sobretensão temporária: TOVpr = 76,5 kV. Máxima tensão de operação contínua: MCOVpr = 53 kV. Para indicar ao projetista a localização dos pararaios no arranjo da subestação, relativamente aos transformadores de potência e disjuntores, exibiremos as Tabelas 4.1 e 4.2, segundo a NBR 5424. Distâncias máximas entre pararaios e transformadores em sistema de alta tensão – NBR 5424 Tensão nominal do sistema Tensão nominal do pararaios TSNIAa Distância (m) kV kV kV 500 kV/µs 1000 kV/µs 69 60 325 39 10 66 29 7 Tabela 4.2 72 21 4 88 72 450 94 28 84 62 19 90 50 16 138 120 650 101 36 550 45 15 132 650 78 28 550 35 10 144 650 61 22 550 23 7 230 180 950 134 53 850 79 31 750 41 14 192 950 110 44 850 65 26 750 29 10 210 950 80 32 850 43 15 750 17 6 240 950 43 16 850 19 7 750 9 3 a TSNIA: Tensão suportável nominal de impulso atmosférico do transformador. Nota: Os valores desta tabela são para orientação. Distâncias máximas entre pararaios e disjuntores em sistema de alta tensão – NBR 5424 Tensão nominal do sistema Tensão nominal do pararaios TSNIAa Distância (m) kV kV kV 500 kV/µs 1000 kV/µs 69 60 325 55 22 66 50 20 72 45 17 88 72 450 87 38 84 79 34 90 74 32 138 120 650 118 54 550 84 37 132 650 110 50 550 76 33 144 650 102 46 550 68 29 4.5.2.2.2.6.1 4.5.2.2.2.6.2 4.5.2.2.2.6.3 4.5.2.2.2.7 4.5.2.2.2.7.1 4.5.2.2.2.7.2 • • • • • • • • • • 4.5.2.2.2.7.3 4.5.2.2.2.8 230 180 950 171 80 850 136 63 750 102 46 192 950 162 75 850 127 58 750 93 41 210 950 146 67 850 111 50 750 76 33 240 950 120 54 850 85 37 750 51 20 a TSNIA: Tensão suportável nominal de impulso atmosférico do disjuntor. Nota: Os valores desta tabela são para orientação. Normas específicas São as mesmas normas empregadas nos pararaios de média tensão, item 4.5.2.2.1.5.1. Características técnicas exigíveis São as mesmas características empregadas nos pararaios de média tensão, item 4.5.2.2.1.5.2. Especificação sumária Pararaios de óxido de zinco, uso externo, tensão nominal 72 kV, corrente nominal de descarga 10 kA, máxima tensão de operação contínua (MCOVpr) 53 kV, sobretensão temporária do sistema (TOVpr) igual a 76,6 kV, capacidade mínima de absorção de energia de 7 kJ/kV, classe de descarga 3. Resistor de aterramento Esse equipamento somente é utilizado em subestações em que o nível de curtocircuito monopolar é muito elevado para os materiais a serem utilizados. É bastante útil em sistemas cujo secundário é constituído de cabos isolados e cuja seção da blindagem metálica deve suportar a corrente de curtocircuitofase e terra. Deve haver um compromisso entre a resistência do resistor de aterramento e a seção da blindagem metálica do cabo. Isto é, resistências muito elevadas conduzem a uma seção de blindagem metálica muito pequena (nunca inferior a 6 mm2), o que é um fator econômico elogiável. No entanto, isso pode ocasionar sobretensões elevadas nos eventos de curtocircuito monopolar na rede onde estão instalados os pararaios que devem ser dimensionados para suportar essa condição. Por outro lado, resistências de neutro muito baixas conduzem a seções de blindagem metálica muito elevadas podendo, em certos casos, essas seções ser próximas à do condutor das fases, o que não é sensato. Norma específica ANSI/IEEE std 32 – 1972 reafirmado em 1990 – Resistor de aterramento – Ensaios. Características técnicas exigíveis Resistência nominal a 25 ºC. Tensão nominal do sistema. Máxima tensão de operação contínua. Tensão nominal faseneutro. Frequência nominal. Corrente nominal inicial mínima. Tempo permissível para a circulação da corrente nominal. Elemento resistivo (AISI 304). Tensão suportável impulso (TSI). Grau de proteção mínimo. Especificação sumária Resistor de aterramento trifásico, tensão nominal do sistema, 13,80 kV, resistência nominal de 24 Ω, máxima tensão contínua 14,4 kV, corrente nominal de 800 A, tempo permissível para circulação de corrente, 10 s, tensão suportável de isolamento, 105 kV, frequência nominal de 60 Hz, grau de proteção mínimo IP 55, elemento resistivo, aço inox, ou ferro fundido. Transformador de serviço auxiliar (TSA) É aquele utilizado para suprir as cargas de iluminação e serviços diversos da subestação. O transformador de serviço auxiliar em geral, uma única unidade, é alimentado pelo secundário do transformador de potência da subestação. Seu secundário está conectado ao barramento do Quadro de Serviços Auxiliares de Corrente Alternada (QSACA) que por sua vez alimenta todas as cargas em tensão alternada e o(s) retificador(es)carregador(es) do banco de baterias. Sua capacidade nominal é calculada considerando todas as cargas de corrente contínua, alimentadas através do retificadorcarregador, e as cargas em corrente alternada da subestação. 4.5.2.2.2.8.1 4.5.2.2.2.8.2 4.5.2.2.2.8.3 4.5.2.2.2.9 4.5.2.2.2.9.1 • • • • • • • • • • • • • • • 4.5.2.2.2.9.2 • • • • • • • 4.5.2.2.2.9.3 4.5.2.2.2.10 4.5.2.2.2.10.1 4.5.2.2.2.10.2 • • • • • • 4.5.2.2.2.10.3 Podemse empregar tanto os transformadores a óleo mineral quanto os transformadores a seco. Normas específicas São as mesmas dos transformadores de distribuição, item 4.5.2.2.1.1.1. Características técnicas exigíveis Adotar as características elétricas do transformador que for utilizado (a óleo mineral ou a seco), no item 4.5.2.2.1.1.2. Especificação sumária Transformador de distribuição com potência nominal de 112,5 kVA, impedância nominal de 3,5 %, tensões nominais primárias 12.600/13.200/13.800 V, tensão nominal secundária 380/220 V, isolamento a seco, grau de proteção IP 44 (instalação interna em conjunto metálico). Quadro de serviço auxiliar em corrente alternada (QSACA) É aquele alimentado pelo transformador de serviço auxiliar e supre todas as cargas em CA e CC, tais como: (i) iluminação e tomadas das edificações e do pátio de manobra; (ii) climatização da casa de comando e controle; e (iii) bombad’água (quando não houver fornecimento da companhia concessionária de água), retificadorcarregador etc. Normas específicas ANSI C37.2 – Manual and automatic station control supervisory, and associated telemetering equipments. ANSI C37.13 – Low voltage AC power circuit breakers used in enclosures. ANSI C37.14 – Low voltage direct current power circuit breakers and anode circuit breakers. ANSI C37.16 – Preferred ratings, related requirements, and application recommendations for low voltage power circuit breakers and AC power circuit protectors. ANSI C37.20 – Switchgear assemblies, including metal enclosed bus. ANSI C37.90 – Relays and relay systems associated with electric power apparatus. ANSI C39.1 – Requirements for electrical indicating instruments. ASTM A123 – Specification for zinc (hotgalvanized) coatings on products fabricated form rolled, pressed and forged shapes, plates, bars and strips. ASTM A153 – Specification for zinc coating (hotdip) or iron and steel hardware. AWS – Standard Qualification Procedure for Welding. NEMA SG5 – Power Switchgear Assemblies. NBR 7829 – Cabos de controle com isolação sólida extrudada com polietileno (PE) ou cloreto de polivinila (PVC) para tensões até 1 kV. NBR 6323 – Galvanização por imersão a quente de produtos de aço e ferro fundido – Especificação. NBR 7348 – Preparação de superfície de aço com jato abrasivo e hidrojateamento. NBR 15239 – Tratamento de superfície de aço com ferramentas manuais e mecânicas. Características técnicas exigíveis Tensão nominal em CA. Tensão mínima de operação, em CA. Tensão máxima de operação, em CA. Grau de proteção. Elevação de temperatura. Fiação e bornes. Especificação das chapas. Especificação sumária Quadro de serviços auxiliares em corrente alternada, tensão nominal 380/220 V, com estrutura e base em chapa de aço 12 USG (2,78 mm), porta externa em chapa de aço 14 USG (1,98 mm) com visor de acrílico, porta interna parte superior em chapa de aço 14 USG (1,98 mm), barreira isolante em material transparente de alta resistência mecânica (policarbonato) com espessura de 3 mm, fechamentos em chapa de aço 16 USG (1,59 mm), placa de montagem em chapa de aço 12 USG (2,78 mm) e fundo em chapa de aço 14 USG (1,98 mm), tratamento e pintura das chapas conforme normas NBR 6323, NBR 15239. Os disjuntores, fusíveis e demais dispositivos estão definidos no diagrama trifilar (apresentar o diagrama trifilar de conformidade com o desenho apresentado nos Capítulos 6, 7 e 8). Quadro de serviço auxiliar em corrente contínua (QSACC) É aquele alimentado pelo retificadorcarregador e supre todas as cargas em corrente contínua, ou seja: (i) iluminação de emergência da casa de comando e controle; (ii) alimentação dos relés digitais instalados nos painéis de controle; (iii) alimentação da bobina dos disjuntores; (iv) alimentação do motor de carregamento da mola dos disjuntores, chaves etc. Normas específicas São as mesmas normas do item 4.5.2.2.2.9.1. Características técnicas exigíveis Tensão nominal em corrente contínua. Tensão máxima de operação em corrente contínua. Grau de proteção. Elevação de temperatura. Fiação e bornes. Especificação das chapas. Especificação sumária Quadro de serviços auxiliares em corrente contínua, tensão nominal 125 Vcc, tensão mínima de operação 106 Vcc, máxima tensão de operação 138 Vcc, com estrutura e base em chapa de aço 12 USG (2,78 mm), porta externa em chapa de aço 14 USG (1,98 mm) com visor de acrílico, porta interna parte superior em chapa de aço 14 USG (1,98 mm), barreira isolante em material transparente de alta resistência mecânica (policarbonato) com espessura de 3 mm, fechamentos em chapa de aço 16 USG (1,59 mm), placa de montagem em aço 12 USG (2,78 mm) e fundo em chapa de aço 14 USG (2,98 mm), tratamento e pintura das chapas conforme normas NBR 6323 e NBR 15239. Os disjuntores, fusíveis e demais dispositivos estão definidos no diagrama bifilar (apresentar o diagrama bifilar de conformidade com os desenhos apresentados nos Capítulos 6, 7 e 8). 4.5.2.2.2.11 4.5.2.2.2.11.1 • • • • • • • • • 4.5.2.2.2.11.2 • • • • • • • • • • • • • • • • 4.5.2.2.2.11.3 4.5.2.2.2.12 4.5.2.2.2.12.1 • • • • • • • • • 4.5.2.2.2.12.2 • • • • 4.5.2.2.2.12.3 • • • 4.5.2.2.2.12.4 • • • • • • Retificadorcarregador É o equipamento que é alimentado pelo quadro de serviços auxiliares em corrente alternada e supre o banco de baterias. Em geral, devem ser utilizados dois retificadorescarregadores, operando em paralelo ou não. Sua capacidade deve ser suficiente para alimentar todas as cargas em correntecontínua, tais como iluminação e relés. Normas específicas NBR IEC 60529 – Graus de proteção providos por invólucros (Código IP). NBR 6323 – Aço ou ferro fundido – Revestimento de zinco por imersão a quente – Especificação. NBR 6651 – Chapas e bobinas finas a frio, de açocarbono, para esmaltagem vítrea – Especificação. NBR 7034 – Materiais isolantes elétricos – Classificação térmica – Classificação. NBR 7398 – Revestimento de zinco – Verificação da aderência – Método de ensaio. NBR 7399 – Verificação do revestimento de zinco – Verificação da espessura do revestimento por processo não destrutivo – Método de ensaio. NBR 7400 – Produto de aço ou ferro fundido – Verificação do revestimento do zinco – Verificação da uniformidade do revestimento – Método de ensaio. NBR 8755 – Sistema de revestimentos protetores para painéis elétricos. NBR 9070 – Equipamento retificador de silício para subestação de eletrificação ferroviária. Características técnicas exigíveis Tensão nominal. Tensão mínima de operação em corrente alternada. Tensão máxima de operação em corrente alternada. Tensão nominal em corrente contínua. Tensão mínima de operação em corrente contínua. Tensão máxima de operação em corrente contínua. Classe de isolamento. Frequência nominal. Fator de potência indutivo medido com os valores nominais de tensão e frequência de alimentação e potência nominal de saída. Fator de potência capacitivo medido com os valores nominais de tensão e frequência de alimentação para consumo mínimo de 20 % do valor da potência nominal de saída. Rendimento. Tensão nominal de saída (em Vcc). Corrente nominal em Vcc. Tensão de flutuação em Vcc. Tensão de equalização em Vcc. Tensão nominal em Vcc. Especificação sumária Retificadorcarregador para banco de baterias, corrente nominal 50 A, tensão em corrente alternada de alimentação, 380 V, tensão nominal em corrente contínua de alimentação da bateria, 125 V, tensão de flutuação 132 V. Banco de baterias Normas específicas NBR 14204 – Acumulador chumboácido estacionário regulado por válvula – Especificação. NBR 14205 – Acumulador chumboácido estacionário regulado por válvula – Ensaios. NBR 14206 – Acumulador chumboácido estacionário regulado por válvula – Terminologia. NBR 5350 – Acumuladores elétricos – Especificação. NBR 6651 – Chapas e bobinas finas a frio, de açocarbono, para esmaltagem vítrea – Especificação. NBR 7398 – Revestimento de zinco – Verificação da aderência – Método de ensaio. IEEE – Recommended Practice for Maintenance, Testing, and Replacement of Vented Lead – Acid Batteries for Stationary Applications. IEEE – Recommended Practice for Installation Design and Installation of Vented Lead – Acid Batteries for Stationary Applications. IEC 8962 – Stationary leadacid batteries: general requirements and methods of test – Part 2: Valve regulated types. Características principais do sistema de alimentação do banco de baterias Tensão nominal de alimentação. Corrente nominal. Tensão de flutuação. Tensão de equalização. Características principais do sistema de alimentação das cargas Tensão nominal. Tensão de flutuação. Tensão de equalização. Características elétricas dos acumuladores Tipo: bateria de acumulador chumboácido estacionário regulado por válvula. Capacidade nominal da bateria para descarga em 10 horas até a tensão final de descarga por elemento. Número de elementos. Tensão convencional de 1 elemento. Tensão final de descarga por elemento. Tensão de flutuação por elemento a 25 ºC. 4.5.2.2.2.12.5 4.5.2.2.3 4.5.2.2.4 4.5.2.2.4.1 4.5.2.2.4.1.1 4.5.2.2.4.1.2 a) • • • – – – • • – • b) • • • – – • • c) • – – – • – – • • d) • – – • – – • • 4.5.2.2.4.1.3 4.5.2.2.4.2 Especificação sumária Banco de baterias, capacidade nominal 100 Ah, 60 elementos, tensão convencional de 1 elemento de 2 V, tensão final de descarga por elemento de 1,75 V e tensão de flutuação por elemento a 25 ºC de 2,17 a 2,23 V. Equipamentos de subestações de 138 kV A especificação técnica dos equipamentos de uma subestação de 138 kV é estruturalmente semelhante à especificação técnica dos equipamentos de uma subestação de 69 kV. Portanto, omitiremos a descrição das características técnicas dos equipamentos da subestação de 138 kV, indicando para o leitor consultar diretamente o Capítulo 7 – Projeto de subestação de 138 kV, onde são fornecidas as especificações técnicas dos equipamentos empregados naquele projeto. Com isso o leitor terá as informações necessárias para especificar os equipamentos utilizados em outros projetos com o mesmo nível de tensão. Equipamentos de subestações de 230 kV Como já comentamos anteriormente, as especificações técnicas dos equipamentos é uma tarefa que leva grande quantidade de material impresso, incompatível com a estrutura de um livro didático. No entanto, vamos apresentar as características básicas dos equipamentos a serem utilizados nas subestações de 230 kV. Mesmo assim, a quantidade de informação ainda é muito grande. Os comentários que fizemos para os equipamentos de 69 kV e 138 kV são adequados para os equipamentos de 230 kV. Portanto, só descreveremos as especificações técnicas sumárias dos equipamentos de 230 kV. Transformador de potência Normas específicas São as mesmas especificações do item 4.5.2.2.1.1.1, naquilo que for pertinente. Características técnicas Enrolamento primário (AT) Tipo de ligação das bobinas (estrela, triângulo ou ziguezague). Isolamento. Tensões suportáveis nos terminais de linha: Impulso atmosférico, onda plena (1,2/50 μs). Impulso atmosférico, onda cortada (3 μs). Impulso de manobra (100/1000 μs). Tensão induzida (7200 ciclos) entre terminais de linha e neutro. Tensões suportáveis nos terminais de neutro: Impulso atmosférico, onda plena (1,2/50 μs). Aplicada à frequência nominal (1 minuto). Enrolamento secundário (MT) Tipo de ligação (delta ou estrela): no Nordeste do Brasil em razão da característica do sistema elétrico de 230 kV, ou seja, estrela aterrada no primário, é necessário ligar o secundário em delta forçando, assim, a utilização de um transformador de aterramento para permitir um ponto de acesso à terra. Isolamento. Tensões suportáveis nos terminais de linha: Impulso atmosférico, onda plena (1,2/50 μs). Impulso atmosférico, onda cortada (3 μs). Tensão aplicada à frequência nominal (1 minuto). Comprimento da linha de fuga. Isolamento das buchas do enrolamento de 230 kV – terminal de linha Tensões suportáveis: Impulso atmosférico, onda plena (1,2/50 μs). Impulso atmosférico, onda cortada (3 μs). Impulso de manobra (250/2500 μs). Tensão aplicada à frequência nominal: A seco (1 minuto). Sob chuva (1 minuto). Tensão de início e extinção do corona visual (faseterra). Comprimento mínimo da linha de fuga. Isolamento da bucha do enrolamento de 230 kV – terminal de neutro Tensões suportáveis: Impulso atmosférico, onda plena (1,2/50 μs). Impulso atmosférico, onda cortada (3 μs). Tensão aplicada à frequência nominal: A seco (1 minuto). Sob chuva (1 minuto). Tensão de início e extinção do corona visual (faseterra). Comprimento mínimo da linha de fuga. Especificação sumária Transformador de potência trifásico, 60 Hz, tensão primária nominal 230 kV, ligação primária em estrela aterrada, tensão secundária nominal 34,5 kV, ligação em delta, comutador para operação em carga e tensão, TSI 950 kV (primário) onda plena e 170 kV (secundário) onda plena, potência nominal 45/56/70 MVA, impedância de 12 % na base de 45 MVA, refrigeração ONAM/ONAF1/ONAF2. Disjuntor de potência de alta tensão 4.5.2.2.4.2.1 • • • • • • • • • • • • • • • 4.5.2.2.4.2.2 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 4.5.2.2.4.2.3 • • • • • • • • • • 4.5.2.2.4.2.4 • • • • • • Normas específicas NBR 7118 – Disjuntores de alta tensão. NBR 11003 – Tinta – Determinação da aderência – Método de ensaio. NBR 11902 – Hexafluoreto de enxofre – Especificação.NBR 12160 – Hexafluoreto de enxofre – Verificação das propriedades – Método de ensaio. NBR 12318 – Hexafluoreto de enxofre – Procedimento. IEC 85 – Recommendations for the classification of material for the insulation of electrical machinery and apparatus in relation to their thermal stability in service. IEC 376 – Specification and acceptance for new sulfur hexafluoride including IEC 376A and 376B. IEC 480 – Guide to the checking of sulfur hexafluoride (SF6) taken from electrical equipment. IEC 1233 – Highvoltage alternating current circuitbreakers rated on a symmetrical. ANSI 3709 – Test procedure for AC highvoltage circuitbreakers rated on a symmetrical current basis. IEC 561 – Highvoltage AC circuitbreakers – General and definitions. IEC 562 – Highvoltage AC circuitbreakers – Rating. IEC 563 – Highvoltage AC circuitbreakers – Design and construction. IEC 564 – Highvoltage AC circuitbreakers – Type and routine tests. IEC 565 – Highvoltage AC circuitbreakers – Rules for the selection of circuitbreakers for service. Características técnicas exigíveis Tensão nominal. Tensão máxima de operação. Frequência nominal. Corrente nominal. Capacidade de interrupção nominal em curtocircuito; (i) componente alternada; e (ii) componente contínua. Capacidade de estabelecimento nominal em curtocircuito (corrente de fechamento e travamento). Corrente suportável nominal de curta duração (1 s). Valor de pico da corrente suportável (10 ciclos). Tempo de interrupção (base 60 Hz). Tempo de interrupção garantido para qualquer abertura, com correntes de 10 % a 100 % da capacidade de interrupção nominal em curtocircuito: (i) tempo morto nominal; e (ii) atraso permissível na abertura (Y). Tolerância máxima admissível na segunda abertura do ciclo de religamento rápido O0,3sCO. Diferença máxima de tempo entre polos no fechamento tripolar. Idem, entre câmaras do mesmo polo. Diferença máxima de tempo entre polos na abertura tripolar. Diferença máxima de tempo entre câmaras do mesmo polo. Diferença máxima de tempo entre câmaras auxiliares dos resistores de préinserção, no fechamento e na abertura. Ciclo de operação nominal. Fator de primeiro polo. Comprimento mínimo da linha de fuga. Espaçamento entre polos. Tensão, faseterra, de início e extinção do corona visual. Tensão de radiointerferência, máxima à tensão de 154 kV eficaz, faseterra, com contatos fechados. Tensão suportável nominal de impulso atmosférico, (1,2 × 50 μs) à terra, entre polos e entre contatos abertos. Tensão suportável nominal à frequência industrial (60 Hz), a seco e sob chuva, durante 1 minuto, à terra, entre polos e entre contatos abertos. Fornecimento Os mecanismos de acionamento, os sistemas de controle, todos os relés, pressostatos, manômetros e demais acessórios, necessários ao correto funcionamento e supervisão, bem como sinalização e bloqueio em caso de anomalia. Os armários dos mecanismos de acionamento e do sistema de comando e controle. O gás para o primeiro enchimento. As estruturas de suporte. Os conectores de aterramento. As ferramentas especiais, os materiais, instrumentos e dispositivos especiais, necessários à instalação, manutenção e ensaios de campo. As peças sobressalentes. Os ensaios de protótipo e os de rotina (apresentação dos ensaios realizados por laboratórios credenciados). As embalagens para transporte marítimo e terrestre. O gás do primeiro enchimento deverá acompanhar obrigatoriamente o disjuntor, em embalagens exclusivas e adequadamente identificadas. Características gerais Os disjuntores deverão ser do tipo a gás SF6 (hexafluoreto de enxofre) de pressão única, com abertura livre (trip free), tanto elétrica quanto mecânica, e com dispositivo antibombeamento. Deverá ser prevista a operação com religamento tripolar. Deverá ser previsto também o bloqueio do religamento. Os disjuntores deverão ser do tipo modular estanque e de baixa pressão de SF6, providos de dispositivos adequados para indicação visual de pressão, para um operador ao nível do solo, alarme e bloqueio em caso de quedas de pressão acentuadas, válvulas para reenchimento de gás com o fim de restabelecer as condições normais, assim como um sistema adequado de segurança, para evitar qualquer risco de explosão em caso de sobrepressões excessivas. O gás do primeiro enchimento deverá estar de acordo com as Normas IEC 60376 e IEC 60480, em suas últimas revisões. O disjuntor deverá ter, obrigatoriamente, as câmaras de extinção ao nível do barramento (livetank circuit breaker). Em caso de despressurização acidental, os disjuntores deverão suportar, no mínimo, a tensão nominal faseterra, entre contatos abertos de cada polo, estando a pressão de SF6, no interior das câmaras, igual à pressão atmosférica. • • • 4.5.2.2.4.2.5 4.5.2.2.4.3 4.5.2.2.4.3.1 • • • • • • • • • • • 4.5.2.2.4.3.2 • • • • • • • • • • • • 4.5.2.2.4.3.3 4.5.2.2.4.4 4.5.2.2.4.4.1 4.5.2.2.4.4.2 • • • 4.5.2.2.4.4.3 4.5.2.2.4.5 4.5.2.2.4.5.1 Estando o disjuntor aberto, deverá ser prevista, se necessária, a abertura automática das chaves isoladoras do mesmo, em caso de queda acentuada (vazamento) na pressão de SF6 ou óleo (do sistema de acionamento). Estando fechado, o disjuntor deverá permanecer fechado. O fabricante deverá prever, se julgar necessário, o fechamento automático do disjuntor, após ser atingida determinada pressão mínima de segurança do meio de extinção (SF6), ou do meio de acionamento (óleo). A distância do solo ao início das partes vivas (primeira saia inferior do isolador suporte) deverá ser no mínimo de 2300 mm. Especificação sumária Disjuntor tripolar, uso externo, do tipo a gás SF6 (hexafluoreto de enxofre), de pressão única, com abertura livre (tripfree), tanto elétrica quanto mecânica, dispositivo de antibombeamento e mecanismo de operação à mola, completo com os armários dos mecanismos de acionamento e do sistema de comando e controle, estruturas suportes, com a primeira carga de gás para enchimento, tensão máxima de operação 242 kV, corrente nominal de 1250 A, corrente de interrupção simétrica de 40 kA. Seccionadores tripolares de alta tensão Esta especificação estabelece as condições a que deve satisfazer o fornecimento de chave seccionadora tripolar de 230 kV, sem lâmina de terra ou com lâmina de terra, instalação horizontal ou semipantográfica. Normas específicas NBR 5032 – Isoladores de porcelana ou vidro para linhas aéreas e subestações – Especificação. NBR 6323 – Produto de aço ou ferro fundido – Revestimento de zinco por imersão a quente – Especificação. NBR 6882 – Isolador tipo pedestal – Padronização. NBR IEC62271102 – Seccionador, chaves de terra e aterramento rápido – Especificação. NBR 10443 – Tintas – Determinação da espessura de película seca. NBR IEC 60694 – Especificações comuns para normas de equipamentos de manobra de alta tensão e mecanismos de comando. NBR IEC 62271 – Equipamentos de alta tensão – Seccionadores e chaves de aterramento. NBR 11003 – Tintas – Determinação da aderência – Método de ensaio. NBR 11388 – Sistemas de pintura para equipamentos e instalações de subestações elétricas. IEC 129 – Alternating current disconnectors (isolators) and earthing switches. IEC 265 – Highvoltage switches. Características técnicas exigíveis Tensão nominal. Tensão máxima de operação. Frequência nominal. Corrente nominal. Corrente suportável nominal de curta duração (1 s) para as lâminas principais e de terra. Valor de crista nominal da corrente suportável para as lâminas principal e de terra. Nível de isolamento nominal: (i) tensão suportável nominal de impulso atmosférico onda 1,2 × 50 µs; (ii) tensão suportável nominal à frequência industrial 1 minuto, faseterra; e (iii) entre distância de seccionamento. Tensão suportável nominal à frequência industrial, durante 1 minuto, a seco, nos circuitos auxiliares e de comando. Nível de radiointerferência: (i) tensão mínima faseterrapara os ensaios de radiointerferência; e (ii) nível de radiointerferência a 110 % da tensão faseterra referido a 300 Ω. Distância de escoamento. Esforços mecânicos momentâneos nos terminais: (i) esforço longitudinal; e (ii) esforço transversal; e (iii) esforço vertical. Limites de elevação de temperatura. Especificação sumária Seccionador tripolar, 245 kV, 1250 A, 31,5 kA, 60 Hz, TSI 950 kV, com mecanismo de acionamento motorizado de ação simultânea nos três polos para as lâminas principais, com sistema de acionamento manual de emergência, montagem horizontal sobre suportes de concreto. Seccionadores tripolares de alta tensão com lâminas de terra Normas específicas Podese adotar a mesma especificação anterior. Características técnicas exigíveis Devem ser adotadas as mesmas características anteriores, acrescentando apenas as seguintes: Corrente nominal da lâmina de terra. Acoplamento eletromecânico: (i) corrente nominal de acoplamento indutivo; e (ii) tensão de restabelecimento. Acoplamento eletrostático: (i) corrente nominal de acoplamento capacitivo; e (ii) tensão de restabelecimento. Especificação sumária Seccionador tripolar, 245 kV, 1250 A, 31,5 kA, 60 Hz, TSI 950 kV, com mecanismo de acionamento motorizado de ação simultânea nos três polos para as lâminas principais, com lâminas de aterramento e sistema de acionamento manual de emergência para as lâminas principais de aterramento, montagem horizontal sobre suportes de concreto. Transformador de corrente de alta tensão Os transformadores de corrente para medição de faturamento e proteção deverão ser fornecidos com 2 (duas) caixas de ligação dos terminais secundários, ou seja: (i) 1 (uma) caixa de ligação destinada aos terminais dos enrolamentos de medição de faturamento; e (ii) 1 (uma) caixa de ligação destinada aos terminais dos enrolamentos de proteção. Os transformadores de corrente para medição operacional e proteção poderão ser fornecidos com 1 (uma) única caixa de ligação dos terminais secundários devidamente identificados, sendo 1 (um) terminal para o serviço de medição operacional e 1 (um) terminal para o serviço de proteção. Normas específicas 4.5.2.2.4.5.2 • • • • • • • • • • • • • • • • • • 4.5.2.2.4.5.3 4.5.2.2.4.6 4.5.2.2.4.6.1 • • • • • • 4.5.2.2.4.6.2 • • • • • • • • • • • • • • • • • 4.5.2.2.4.6.3 4.5.2.2.4.7 4.5.2.2.4.7.1 São as mesmas empregadas no item 4.5.2.2.1.4.1 naquilo que for pertinente. Características técnicas exigíveis Tensão nominal. Tensão máxima de operação. Corrente. Frequência. Tensão de impulso atmosférico: (i) onda plena (1,2 × 50 μs); e (ii) onda cortada (3 μs). Tensão de isolamento à frequência industrial: (i) a seco e sob chuva (1 minuto); e (ii) a seco (1 minuto) nos enrolamentos secundários. Tensão de radiointerferência faseterra Tensão de descargas parciais faseterra. Distância de escoamento (linha de fuga). Corrente térmica (1 s) relativa à maior relação de transformação. Corrente dinâmica (2 ciclos) relativa a maior relação de transformação. Fator térmico. Relações de transformação. Número de núcleos: (i) para medição operacional; e (ii) para proteção. Exatidão para todas as relações de transformação; (i) erro; e (ii) carga. Tensão secundária normalizada (TC de proteção): (i) erro; e (ii) carga. Sobrelevação de temperatura à temperatura ambiente de 40 ºC. Máxima tensão de radiointerferência a 110 % da máxima tensão faseterra de operação, referida a 300 Ω. Especificação sumária Transformador de corrente para serviços de medição operacional e proteção, 230/ kV, monofásico, uso externo, completo com todos os acessórios, terminais de alta tensão, dispositivos de içamento, parafusos para fixação do TC ao suporte de concreto, indicador de nível de óleo, válvula para drenagem e enchimento, corrente primária 1200 A, corrente térmica de curtocircuito 20 kA e corrente dinâmica 50 kA na maior RTC, TSI 950 kV onda plena, fator térmico 1,2, relação de transformação 300/600 × 600/1200555 A, 1 (um) núcleo para medição operacional com exatidão 0,6C50 e 2 (dois) núcleos para proteção com exatidão 10B100. Transformador de potencial de alta tensão Os transformadores de potencial para medição de faturamento e proteção deverão ser fornecidos com 2 (duas) caixas de ligação dos terminais secundários, ou seja: (i) 1 (uma) caixa de ligação destinada aos terminais dos enrolamentos de medição de faturamento; e (ii) 1 (uma) caixa de ligação destinada aos terminais dos enrolamentos de proteção. Os transformadores de potencial para medição operacional e proteção poderão ser fornecidos com 1 (uma) única caixa de ligação dos terminais secundários devidamente identificados, sendo 1 (um) terminal para o serviço de medição operacional e 1 (um) terminal para o serviço de proteção. Normas específicas NBR 6855 – Transformador de potencial – Especificação. NBR 6546 – Transformadores para instrumentos – Terminologia. NBR 6820 – Transformador de potencial – Método de ensaio. IEC 186 – Voltage transformers. ANSI C5713 – Requirements for instrument transformers. ANSI C93.2 – Requirements for powerline coupling capacitor voltage transformers. Características técnicas exigíveis Tensão nominal. Tensão máxima operativa. Tensões secundárias. Frequência. Nível de impulso atmosférico, onda plena (1,2 × 50 μs). Nível de impulso atmosférico, onda cortada (3 μs). Nível de isolamento à frequência industrial: (i) a seco e sob chuva (1 minuto); (ii) a seco (1 minuto) nos secundários. Nível de tensão de radiointerferência a 154 kVe f icaz, fase e terra. Nível de descargas parciais a 168 kVe f icaz, fase e terra. Distância de escoamento (linha de fuga). Fatores de tensão: (i) em regime permanente; (ii) durante 30 s. Potência térmica mínima. Grupo de ligação. Classe de exatidão e cargas nominais secundárias. Sobrelevação de temperatura à temperatura ambiente de 40 ºC. Relação de transformação nominal. Número de enrolamentos secundários. Especificação sumária Transformador de potencial indutivo (TPI) para serviços de medição indicativa e proteção, 230/ kV, monofásico, uso externo, completo com todos os acessórios, terminal de alta tensão, dispositivos para içamento, parafusos para fixação do TPI a suporte de concreto, indicador de nível de óleo, válvula para drenagem e enchimento, relação de transformação 2000:1, total de 4 (quatro) enrolamentos secundários, sendo, 2 (dois) para medição indicativa, exatidão 0,6P100 e 2 (dois) para proteção, exatidão 1,2P100, potência térmica mínima de 800 VA. Pararaios de alta tensão Normas específicas • • • • • • • 4.5.2.2.4.7.2 • • • • • • • • • • • • 4.5.2.2.4.7.3 4.5.2.2.4.8 4.5.2.2.4.8.1 4.5.2.2.4.8.2 • • • • • • • • • • • • • • 4.5.2.2.4.8.3 • • • 4.5.2.2.4.8.4 • • • • • Inicialmente o leitor deve acessar o item 4.5.2.2.2.6 para determinar os valores da tensão temporária do sistema (TOV) e da máxima tensão de operação contínua do pararaios (MCOVpr). NBR 5424 – Guia de aplicação de pararaios de resistor não linear em sistemas de potência. IEC 600991 – Surge arresters – Part 1: Nonlinear resistor type gapped surge arresters for AC systems. IEC 600993 – Surge arresters – Part 3: Metaloxide surge arresters for AC systems. IEC 600994 – Surge arresters – Part 4: Metaloxide surge arresters without gaps for AC systems. IEC 600995 – Surge arresters – Part 5: Selection and application. ANSI C62.11 – IEEE Standard for metaloxide surge arresters for AC power circuits. ANSI C62.22 – IEEE Guide for application of metaloxide surge arresters for AC systems. As normas aqui citadas devem ser complementadas com as normas indicadas no item 4.5.2.2.1.5.1. Características técnicas Tensão nominal. Máxima tensão de operação contínua (MCOV). Sobretensão temporária (TOV). Frequência nominal. Corrente nominal de descarga com onda 8/20 μs. Alta corrente de curta duração com onda de 4/10 μs. Corrente de alívio de pressão: (i) alta corrente, duração mínima0,2 s; e (ii) baixa corrente. Comprimento mínimo da linha de fuga (faseterra). Capacidade mínima de absorção de energia. Tensões residuais máximas para onda de corrente de descarga 8/20 μs e valores de pico. Tensão residual máxima para onda de corrente de descarga 1/20 μs. Descargas parciais, no pararaios completo, à tensão 154 kV (faseterra) na frequência industrial de 60 Hz. Especificação sumária Pararaios de óxido de zinco, uso externo, tensão nominal 192 kV, máxima tensão de operação contínua (MCOV) de 154 kV, sobretensão temporária (TOV) de 170 kV, capacidade mínima de absorção de energia de 7 kJ/kV de tensão nominal, coluna simples, corrente nominal de descarga 10 kA, corrente de alívio de pressão 50 kA em 0,2 s, distância de escoamento 6125 mm. Transformador de aterramento Normas específicas São praticamente as mesmas normas adotadas para os transformadores de potência. O transformador de aterramento é normalmente utilizado para fornecer aos sistemas isolados um ponto à terra. Assim, em alguns sistemas de 230 kV, os enrolamentos primários são ligados em estrela com o ponto neutro aterrado e os enrolamentos secundários em triângulo. Para obter uma ligação à terra no secundário do transformador de potência podese conectar nesses terminais um transformador de aterramento, em geral com enrolamentos conectados em ziguezague. Se for preciso reduzir a corrente de curtocircuito no sistema secundário, basta especificar o transformador de aterramento com uma impedância adequada ao nível de corrente de defeito desejável. Alternativamente, podese inserir no ponto de aterramento do ziguezague do transformador de aterramento um resistor de aterramento, visando reduzir a corrente de curtocircuito monopolar. Características técnicas exigíveis Potência nominal de regime. Tensão máxima de operação. Frequência nominal. Tensão nominal do enrolamento. Tensão suportável de impulso atmosférico – pleno. Tensão suportável de impulso atmosférico onda cortada. Tensão suportável nominal à frequência industrial durante 1 minuto. Nível médio de ruído. Ligação (ziguezague). Número de fases. Perdas máximas. Corrente de excitação máxima. Corrente de neutro. Impedância nominal. Buchas do neutro Tensão nominal. Tensões suportáveis: (i) impulso atmosférico, onda plena (1,2 × 50 μs); (ii) impulso atmosférico, onda cortada; e (iii) tensão aplicada, à frequência de 60 Hz durante 1 (um) minuto. Transformador de corrente no ponto neutro: (i) relações de transformações; e (ii) classe. Proteções intrínsecas mínimas Relé de gás. Relé de sobrepressão (válvula). Detector de nível de óleo. Temperatura do óleo. Relé térmico do enrolamento. 4.5.2.2.4.8.5 4.5.3 4.5.3.1 4.5.3.1.1 4.5.3.1.1.1 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 4.5.3.1.1.2 • 4.5.3.1.2 • • • Especificação sumária Transformador de aterramento trifásico, tensão primária nominal 69 kV, 60 Hz, capacidade nominal de 2,0 MVAr, ligação em ziguezague, uso externo, impedância nominal de 20 ohms por fase, isolação em óleo mineral. Projeto de arquitetura e de obras civis Fazem parte do conjunto de projetos de arquitetura e obras civis os seguintes: (i) projeto de arquitetura das edificações (casa de comando e controle, casa do gerador, pequeno almoxarifado e outras); (ii) projeto de arquitetura das bases dos transformadores de potência, disjuntores etc.; (iii) projeto das instalações de utilidades (instalações elétricas da casa de comando e controle, instalações hidrossanitárias); (iv) sistema de combate a incêndio; (v) sistema de drenagem; e (vi) projeto estrutural de todas as edificações e bases. Projeto estrutural e mecânico O projeto de obras civis deve ser realizado em duas diferentes etapas. Incialmente deve ser desenvolvido o projeto de arquitetura com todas as dimensões das edificações, bases e caixas. Após essa etapa, desenvolvese o projeto estrutural, em que são calculadas as vigas, colunas, bases, lajes etc., a partir das cargas mecânicas impostas. Nesse projeto ficam definidas as seções dos ferros, dimensões e formas. Esse projeto deve ser elaborado por um profissional da Engenharia Civil devidamente familiarizado com as particularidades funcionais de uma subestação, devendo ser orientado por um profissional de engenharia elétrica que é o responsável pelo arranjo dos espaços internos da casa de comando e controle, pelo cálculo dos esforços devidos ao vento sobre as estruturas, suporte, cabos/barramentos e equipamentos, pela arquitetura básica dos equipamentos etc. Edificações Casa de comando e controle Para determinar o arranjo (layout) e as dimensões da casa de comando e controle é necessário que o projetista tenha as seguintes informações: Dimensões e peso dos painéis de proteção e controle (comprimento, largura e altura) que compreendem: (i) painel do(s) relé(s) de proteção de entrada de linha; (ii) painel de proteção do(s) transformador(es), incluindo o relé diferencial; (iii) painéis dos relés de proteção do secundário do transformador; (iv) painéis dos relés dos alimentadores de média tensão; e (v) dimensões e peso do transformador de serviço auxiliar quando instalado no interior da casa de comando e controle. Dimensões e peso do conjunto de manobra (cubículos) que compreendem: (i) os cubículos dos disjuntores de proteção do transformador de potência e dos alimentadores; (ii) quadro do serviço auxiliar em corrente alternada; (iii) quadro de serviço auxiliar em corrente contínua; (iv) banco de baterias, que pode ser fornecido em cubículos metálicos ou de instalação em celas de alvenaria; e (v) retificadorcarregador do banco de baterias podendose utilizar dois equipamentos. Definição da existência ou não de (i) banheiro; (ii) sala de reuniões; (iii) pequeno almoxarifado; (iv) sala de baterias, se for o caso; e (v) copa. A partir dessas definições, elaborar a arquitetura da casa de comando e controle, separando os ambientes para instalação dos painéis de proteção e controle, da sala para instalação do conjunto de manobra (cubículos). Devese observar que é necessário deixar espaços suficientes para a entrada dos cubículos e painéis, de forma que a saída de qualquer um desses módulos se dê sem afetar a posição dos demais. Concluída a fase de projeto de arquitetura devese, em seguida, realizar o cálculo estrutural da casa de comando e controle, tomando como base o peso dos cubículos e painéis para cálculo das canaletas internas. A cobertura da edificação deve ser projetada com telhas de fibrocimento do tipo canalete 49, fixadas em estruturas de madeira ou metálica (esta apresenta maior segurança devido à natureza do material que não é combustível). O projeto deve atender a todos os requisitos técnicos da Engenharia Civil. O projeto de instalações elétricas da casa de comando e controle deve ser elaborado de acordo com os procedimentos normativos da NBR 5410 e da NBR ISO/CIE 89951:2013, respectivamente, denominadas Instalações Elétricas de Baixa Tensão e Iluminação de Interiores. O projeto deve ser desenvolvido utilizando as instalações do tipo embutido, exceto para a sala de baterias em que devem ser usados componentes à prova de explosão. Na sala de baterias deve ser projetado um sistema de exaustão, próximo da laje, alimentado por circuito elétrico específico em corrente alternada. Em climas quentes é conveniente a utilização de aparelhos de climatização com o objetivo de evitar a perda precoce de vida útil das baterias. A abertura do exaustor deve ser com aba de proteção e com tela de proteção interna e externa. Deve ser projetado um sistema de climatização para a sala de controle a fim de manter os equipamentos digitais, como relés e medidores digitais, em uma temperatura entre 20 ºC e 25 ºC. Esse sistema deve ser composto de, no mínimo, duas unidades de refrigeração,considerando o uso de apenas uma unidade por vez e revezandose a cada intervalo de tempo, conforme ajustado no relé de tempo que faz esse controle. Na sala de comando não há necessidade de instalação de um sistema de climatização. Devem ser instalados exaustores para retirada do calor gerado pelos equipamentos, barramentos, conexões etc. O projeto das instalações hidráulicas e sanitárias deve ser executado considerando a ligação das instalações da subestação com a rede pública de abastecimento de água e esgoto atendendo as exigências da concessionária local. Na ausência da rede pública de água e de esgotamento sanitário deve ser projetado um sistema de abastecimento de água e esgoto local, convenientemente dimensionado para atender às necessidades dos operadores da subestação. Para atender ao consumo de água devese perfurar um poço artesiano ou profundo que, através de uma motobomba, abastece se uma caixad’água localizada na parte superior da casa de comando e controle, sobre a laje de cobertura. O esgotamento sanitário poderá ser resolvido construindose um sistema de fossasumidouro, distante pelo menos 30 metros do local do poço artesiano para evitar contaminação da água. É obrigatório realizar a análise química e bacteriológica da água para confirmar sua potabilidade. Devem ser deixadas todas as facilidades para uma futura interligação à rede de abastecimento local. Quando exigido pela concessionária de energia elétrica, deve ser projetado um sistema de telecomunicação e a instalação de um poste de concreto armado de 23 m × 1500 kg, ou outro tipo de estrutura com altura, a depender do alcance do sinal. Prever no projeto a instalação de linha telefônica na sala de controle, nos padrões exigidos pela concessionária de telecomunicação local. Deve ser prevista a instalação de pontos para sensores de fumaça e de presença no interior da casa de comando e controle e um ponto de GPS acima da cobertura. Essas instalações devem ser derivadas da canaleta em eletrodutos de ¾”, individuais. Casa do gerador de emergência Para o projeto de arquitetura da casa do gerador é necessário conhecer as dimensões do conjunto motor gerador normalmente tendo o óleo diesel como combustível. A casa do gerador deverá ter dimensão de, no mínimo, seis vezes a área projetada do GMG. A descarga do motor diesel deverá ter o sentido predominante dos ventos e evitar que os gases de queima saiam no sentido do pátio de manobra. Bases e fundações para postes As bases e fundações para postes devem ser projetadas de conformidade com as cargas horizontais, devido à tração dos cabos do barramento, e verticais, devido aos esforços dos cabos e isoladores nessa direção, bem como o peso dos equipamentos ali instalados. As bases de equipamentos devem ficar 10 cm acima do nível da brita. A elaboração do projeto das caixas de passagem e canaletas do pátio deve satisfazer às necessidades da instalação dos cabos de força, luz e comunicação (fibra ótica ou cabo blindado). O nível superior das tampas, das caixas de passagem e canaletas, deve ficar 10 cm acima do nível da brita. • 4.5.3.1.3 4.5.3.1.4 4.5.3.1.4.1 4.5.3.1.4.1.1 a) • • As caixas e canaletas devem ser drenadas e interligadas à rede de drenagem principal. Base do transformador Para realizar o projeto de arquitetura da base do(s) transformador(es) é necessário conhecer as seguintes informações: (i) dimensões do transformador; (ii) dimensões e desenho detalhado da base do transformador; e (iii) peso bruto do transformador, isto é, com o equipamento cheio de óleo. A base do transformador deve ser composta das estruturas de suporte do equipamento e de uma bacia de contenção de óleo que se conectará com a caixa separadora de água e óleo. As dimensões da bacia de contenção devem ser ao longo do seu perímetro 50 cm superior à projeção do transformador. Já o volume útil da bacia de contenção deve ser igual ou superior a 110 % do volume de óleo contido no transformador. A camada de 10 cm de brita colocada sobre a bacia de contenção tem a função de evitar a formação de fogo durante um vazamento de óleo do transformador. Vigas e estruturas verticais As vigas devem ser calculadas de acordo com o peso e os esforços dos barramentos sobre elas. O cálculo dos esforços sobre as vigas pode ser feito da forma a seguir. Cálculo dos esforços dos barramentos sobre as vigas – peso próprio e esforço do vento De acordo com o tipo de barramento devese proceder a uma forma de cálculo. Barramentos flexíveis A tensão mecânica exercida pelos condutores pode ser dada pela Equação (4.8). T0 – tensão mecânica a que ficará submetido o condutor do barramento, em kgf/fase; Lv – comprimento do maior vão, em m; Ff le cha – flecha do cabo, em m; normalmente se considera no valor de 1 % a 2 % do comprimento do vão. A componente resultante dos esforços do vento e do peso do cabo é dada pela Equação (4.9). Pc – peso do cabo, em kgf/m; Pv – componente horizontal do esforço do vento sobre o cabo, em kgf/m; seu valor pode ser dado pela Equação (4.10). Vv – velocidade do vento em km/h; Sbv – área do cabo, em m2, exposta à força do vento, que corresponde ao comprimento do vão multiplicado pelo diâmetro do cabo, ou seja, é o diâmetro multiplicado por 1 m de cabo; logo, a área do cabo exposta ao vento para 1 m de cabo vale: Dc – diâmetro do cabo, em mm; Lv – comprimento do maior vão do barramento, em m; normalmente, esse valor é considerado para 1 m de cabo. EXEMPLO DE APLICAÇÃO (4.2) Determinar o esforço exercido pelo cabo de alumínioliga de 315 mm2, diâmetro de 23,03 mm, massa nominal de 868,5 kg/km, tensão de ruptura (RMC) 90,20 kN. Na mesma estrutura representada no diagrama isométrico da Figura 4.1 estão fixados os cabos pararaios em aço galvanizado tipo HS 5/16”, peso 0,305 kg/m, tensão de ruptura igual a 3600 kgf e diâmetro de 7,94 mm. Tratase de uma subestação de 69 kV em que a linha de transmissão de alimentação é em cabo de alumínioliga de 315 mm2, o mesmo cabo utilizado no barramento da referida subestação. Esforço dos cabos de alumínioliga V = 110 km/h (valor utilizado para linhas de transmissão); Lv = 80 m (comprimento do último vão da linha de transmissão que se conecta ao barramento da subestação); Ff lecha = 2 % × Lv = 0,02 × 80 = 1,6 m Pc = 868,5 kgf/km = 0,868 kgf/km → Pc = 0,868 × 80 = 69,44 kgf Componente horizontal do esforço do vento sobre o cabo A área do cabo exposta ao vento por unidade de comprimento (1 m) vale A componente horizontal do vento sobre o cabo pode ser calculada pela Equação (4.10). Pv = 0,0045 × Sbv × V2 = 0,0045 × 0,02303 × 1102 = 1,25 kgf/m Resultante dos esforços Pt sobre o cabo devido ao esforço do vento na horizontal e peso do cabo Logo, de acordo com a Equação (4.8), temos o esforço resultante sobre o cabo: b) • • Esforço dos cabos de guarda HS 5/16” Vv = 110 km/h (valor utilizado para linhas de transmissão); Lv = 16 m (comprimento do vão da subestação – veja diagrama isométrico da Figura 4.2; a linha de transmissão de 69 kV não possui cabos de guarda). O peso do cabo pararaios vale Ff lecha = 2 % × Lv = 0,02 × 16 = 0,32 m Pc = 305 kg/km = 0,305 kg/m → Pc = 0,305 × 16 = 4,9 kgf Componente horizontal do esforço do vento sobre o cabo A área do cabo exposta ao vento por unidade de comprimento (1 m) vale A componente horizontal do vento sobre o cabo de guarda pode ser calculada pela Equação (4.10). Resultante dos esforços Pt sobre o cabo pararaios da subestação devido ao esforço do vento na horizontal e peso do cabo Logo, de acordo com a Equação (4.8), temos o esforço resultante sobre o cabo. Esse valor, juntamente com os outros esforços, deve ser levado ao diagrama isométrico da Figura 4.2. Figura 4.2 4.5.3.1.4.1.2 4.5.3.1.4.2 Diagrama isométrico das estruturas da subestação. Barramentos rígidos Adotar o mesmo procedimento de cálculo empregado para barramentos flexíveis, fazendoseas adequações necessárias. Não existe, por exemplo, a força de tração T0. Somente devem se considerar o peso próprio do barramento e o esforço do vento sobre o mesmo. Cálculo dos esforços dos ventos sobre as estruturas verticais O cálculo da força sobre as estruturas verticais (postes de concreto armado) pode ser realizado de acordo com a Equação (4.12). Fv – esforço do vento sobre o poste, em kgf; Q – taxa do esforço do vento sobre a estrutura vertical, em N/m2 ou kgf/m2; Ca – coeficiente de pressão; para estruturas planas como a face de um poste tem valor igual a 1. A – área da superfície da estrutura vertical, em m2. O valor de Q pode ser dado pela Equação (4.13). H1 = H3 – FV = H4 = V1 = V2 = V3 = V4 = V5 = V6 = V7 = Vv – velocidade do vento, em m/s; normalmente, para essa situação considerase o vento com velocidade média de 130 km/h. EXEMPLO DA APLICAÇÃO (4.3) Determinar o esforço sobre a estrutura de uma subestação de 69 kV, concreto armado, formado por postes de seção retangular, esforço inicial de 1000/12B1,5. A face de maior dimensão no topo do poste vale 182 mm. A face de maior dimensão ao nível do solo vale 518 mm. A velocidade do vento vale 130 km/h. De acordo com a Equação (4.12), devemos determinar os seguintes parâmetros: Ca – coeficiente de pressão; para estruturas planas como o poste de concreto de seção retangular tem valor igual a 1. Vv = 130 km/h (velocidade do vento) Transformando o valor de Vv em m/s, temos: De acordo com a Equação (4.13), podemos determinar a taxa do esforço do vento sobre as estruturas verticais. A área do poste forma um trapézio e tem o seguinte valor: B = 518 mm = 0,518 m (face do poste, logo acima da camada de brita); b = 182 mm = 0,182 m (face no topo do poste); H = 10 m (altura útil do poste); (área do trapézio) Logo, a força exercida pelo vento sobre o poste é dada pela Equação (4.12). FV = Ca × Q × A = 1,0 × 79,88 × 3,5 = 279 kgf Para melhor entendimento do diagrama isométrico da Figura 4.2, utilizaremos os resultados dos Exemplos de Aplicação (4.2) e (4.3). A Figura 4.3 mostra um corte lateral da subestação para melhor compreensão do diagrama isométrico. As resultantes dos esforços e peso dos equipamentos estão mostradas no diagrama isométrico. A composição dessas resultantes pode ser determinada como a seguir. Observar que H representa os esforços horizontais sobre os barramentos e estruturas e V representa os esforços verticais sobre as mesmas estruturas. 760 kgf/fase (tensão mecânica do cabo da linha de transmissão sobre a viga de concreto, último vão que é de 80 m em cabo liga de alumínio 315 mm2); em kgf [tensão mecânica do cabo pararaios do vão seguinte ao vão para o qual se calculou o valor de H4 ; deixase para o leitor o desenvolvimento do cálculo dos esforços mecânicos; utilizar o mesmo procedimento do Exemplo de Aplicação (4.2)]. 52,90 kgf [tensão mecânica do cabo pararaios da subestação – veja o Exemplo de Aplicação (4.2)]; 279 kgf [esforço do vento sobre o poste de concreto armado, conforme o Exemplo de Aplicação (4.3)]; 38 kgf – peso do pararaios de sobretensão de 69 kV; 240 kgf – peso do transformador de potencial indutivo; 20 kgf – peso do isolador de apoio; 150 kgf/pórtico – peso da chave seccionadora; 240 kgf – peso do transformador de potencial indutivo; 350 kgf – peso do transformador de corrente; 1200 kgf – peso total do disjuntor. Figura 4.3 4.5.3.2 4.5.3.2.1 • • • 4.5.3.2.2 4.5.3.2.3 4.5.3.2.4 Vista do corte: (a) barramento da subestação; (b) SPDA da subestação. Construções diversas Caixa separadora de água e óleo Tem como objetivo acumular o óleo que, porventura, escape dos radiadores e tanque do transformador em consequência de algum dano nesse equipamento. Sua capacidade deve corresponder ao volume de óleo do maior transformador da subestação, acrescido de 5 % a 10 %. A caixa separadora de água e óleo deverá satisfazer às seguintes condições, de acordo com a NBR 13231: Permitir com facilidade a retirada do óleo acumulado em seu interior. Permitir facilidade de inspeção nas suas partes internas. Permitir que se faça com facilidade a drenagem da água. A caixa separadora de água e óleo funciona da seguinte forma (veja desenho dos projetos nos Capítulos 6, 7 e 8): inicialmente deve estar completamente cheia de água e assim deve operar continuamente. Quando ocorre um derramamento de óleo isolante do transformador, o mesmo é contido na bacia de contenção construída abaixo do transformador de potência, e, através de uma tubulação de ferro fundido ou galvanizado, ou ainda de concreto armado que suporte altas temperaturas, é conduzido à caixa separadora de água e óleo. Como o óleo tem menor densidade do que a água, à medida que penetra na cuba principal da caixa separadora o óleo transborda para a cuba de acumulação que deve ter a capacidade volumétrica anteriormente mencionada. Dessa forma, o óleo é separado da água evitando que o mesmo seja despejado na natureza. Casa do GMG – grupo motor gerador Normalmente é construída nas proximidades da casa de comando e controle. Ocupa um pequeno espaço, da ordem de 25 m2. Pequeno almoxarifado Em subestações de grandes usinas eólicas e fotovoltaicas, que normalmente ficam distantes dos centros urbanos, costumase construir um pequeno almoxarifado para armazenamento de uma pequena quantidade de material para manutenção. Administração 4.5.3.3 4.5.3.3.1 a) b) c) 4.5.3.3.2 4.5.3.3.3 • • • • • • • • • 4.5.3.3.4 Tabela 4.3 Nas condições anteriormente mencionadas, muitas vezes constróise um ambiente administrativo. Sistema de combate a incêndio Detecção, alarme e combate a incêndio em ambientes fechados É o conjunto de dispositivos que tem a função de detectar e alarmar o princípio de incêndio. Esses dispositivos devem ser instalados em pontos estratégicos dos ambientes, de forma a serem obtidas indicações visuais e sonoras no momento em que ocorrer um princípio de incêndio e ao mesmo tempo colocando em ação os diversos meios disponíveis de combate a incêndio. Existem dois tipos de subestações providas de sistema de combate a incêndio: (i) subestações providas de meios de combate a incêndio automático; e (ii) subestações providas de combate a incêndio manual. São três os dispositivos utilizados na detecção de incêndio. Detectores de temperatura São dispositivos que se sensibilizam com a elevação de temperatura acima do valor preestabelecido. Funcionam quando há presença de rápida elevação de temperatura (8 ºC em 1 minuto) ou no limite de 65 ºC. Ao detectar a elevação de temperatura, o dispositivo envia um sinal para a central de monitoramento que, logo em seguida, dispara o alarme e/ou faz atuar o sistema de combate a incêndio. São normalmente utilizados nas edificações, tais como a casa de comando e controle, prédio administrativo etc. Detectores de fumaça São dispositivos que se sensibilizam com a presença de fumaça no recinto por eles monitorado. Funcionam a partir de fotocélulas que geram uma corrente variável segundo o fluxo luminoso que recebem do recinto monitorado. O fluxo luminoso que incide sobre o detector é em função da fumaça que precede e acompanha o incêndio. Detectores de chama São dispositivos que se sensibilizam com a presença de radiação infravermelha emitida por uma chama nos recintos por eles monitorados. São apropriados para aplicações de ambientes interiores que requeiram o mais alto nível de rejeição de alarme falso e segurança de detecção de fogo. São fabricados em alumínio ou aço inox para instalação nos mais severos ambientes. São constituídos de um microprocessador que opera de forma contínua. Esses três dispositivos de detecção de incêndio são aplicados em ambientes fechados, tais como a casa de comando e controle e outras edificações que fazem parte da subestação. Nesses ambientes, complementarmente são instalados extintores de incêndio de dióxido de carbono,também conhecido como gás carbônico (CO2). Combate a incêndio no pátio de manobra Em subestações convencionais são normalmente utilizados extintores de incêndio a dióxido de carbono, instalados sobre rodas em pontos determinados do pátio de manobra da subestação, considerando a localização dos equipamentos e acesso aos mesmos. Em subestações de grande importância estratégica e elevada potência nominal é utilizado sistema automático contra incêndio empregando água nebulizada nos transformadores, transformadores de aterramento e reatores de potência. Devemse adotar as prescrições das NBR 8222/83, NBR 8674/84 e NBR 12232/87. Tipos de extintores de incêndio e suas aplicações A NBR 12693 estabelece os requisitos que devem ser aplicados em projetos, seleção e instalação de extintores de incêndio portáveis e sobre rodas, ambos aplicados amplamente em diversos tipos de edificações, notadamente em pátio de subestações de média e alta tensão. Os extintores de incêndio são selecionados pela sua capacidade extintora que é a medida do poder de extinção de fogo de um extintor de incêndio obtido em ensaio prático normalizado. Assim, a capacidade extintora mínima de cada tipo de extintor de incêndio portátil, para que seja considerado como uma unidade extintora, deve ser classificada da forma como a seguir. Carga d’água: extintor com capacidade extintora de no mínimo 2A. Carga de espuma mecânica: extintor com capacidade extintora de no mínimo 2A: 2B. Carga de dióxido de carbono (CO2): extintor com capacidade extintora de no mínimo 5B:C. Carga de pó BC: extintor com capacidade extintora de no mínimo 20B:C. Carga de pó ABC: extintor com capacidade extintora de no mínimo 2A:20B:C. Carga de halogenados: extintor com capacidade extintora de no mínimo 5B:C. Para que se entenda a codificação anterior é necessário definir as classes de incêndio, segundo a NBR 12693. Classe de incêndio A: destinada ao combate ao fogo em materiais combustíveis sólidos, que queimam em superfície e profundidade por meio do processo de pirólise (decomposição que ocorre pela ação de altas temperaturas, na qual ocorre uma ruptura da estrutura molecular do material pela ação do calor em um ambiente com pouco ou nenhum oxigênio), deixando resíduos. Classe de incêndio B: destinada ao combate ao fogo em combustíveis sólidos que se liquefazem por ação do calor, como graxas, substâncias líquidas que evaporam e gases inflamáveis, que queimam somente em superfície, podendo ou não deixar resíduos. Classe de incêndio C: destinada ao combate ao fogo em materiais, equipamentos e instalações elétricas energizadas. Esse tipo de incêndio exige que o agente extintor não conduza corrente elétrica. Como exemplo, os extintores de pó da classe ABC são conhecidos por sua versatilidade na área de equipamentos contra incêndio. São usados para a extinção de todas as classes de incêndio, A, B e C. Utilizam como agente extintor o monofosfato de amônia siliconizado que, em contato com o material incendiado, cria uma camada que adere a esse material eliminando a combustão. Podem ser empregados em comércio, indústria e residência, tais como líquidos inflamáveis, componentes elétricos e materiais, como madeira, papel, borracha etc. Distribuição dos extintores para risco de incêndio da classe C Devem ser distribuídos com base na proteção do risco principal da edificação ou área de risco. Devem acompanhar a mesma distribuição dos riscos das classes A ou B. Sempre que possível, esses extintores devem ser instalados próximos a áreas de riscos especiais, como casa de máquinas, galeria de cabos de energia, subestações e riscos semelhantes, mantendo se uma distância segura para o operador e auxiliares. Para o risco classe C a distribuição dos extintores, definida pela máxima distância percorrida, é realizada da mesma forma como se procede para os riscos classes A e B. Para o risco classe B a distribuição dos extintores está contida na Tabela 4.3 – Classe de risco B. Distribuição dos extintores no ambiente a ser protegido Classe de risco Capacidade extintora mínima Distância máxima a ser percorrida (m) Baixo 20B 15 Médio 40B 15 4.5.3.3.5 a) • – – • b) • • – – – – – – • – – – – – Tabela 4.4 Alto 80B 15 Denominase capacidade extintora a medida do poder de extinção de fogo de um extintor, obtida em ensaio prático normalizado. Para entender o significado de capacidade extintora citamos o exemplo de um extintor classificado de 4A:80B:C. O código 4A é o tamanho do fogo classe A; 80B é o tamanho do fogo classe de risco B; C é adequado para apagar o fogo classe C. Critérios gerais do sistema de combate a incêndio As subestações que não possuem combate automático de incêndio podem utilizar outros meios reconhecidos denominados combate de incêndio manual. Os critérios de combate a incêndio manual em subestações são definidos na ABNT NBR 13231 – Proteção contra incêndio em subestações elétricas de geração, transmissão e distribuição. Ambientes edificados Casa de comando e controle Os quadros de comando e controle dos sistemas fixos de proteção contra incêndio da subestação devem estar localizados na sala de controle ou em área de supervisão contínua. A sinalização luminosa e sonora de funcionamento dos quadros de comando e controle anteriormente mencionados deve ser diferenciada de outras sinalizações existentes no local. Demais edificações As demais edificações (casa do GMG, guaritas etc.) da subestação devem ser protegidas, preferencialmente, por extintores portáteis de gás carbônico (CO2) e pó químico seco, atendendo às especificações e distanciamentos da NT 21 – Sistema de proteção por extintores de incêndio. Pátio de manobra Os transformadores de potência, transformadores de aterramento e os reatores de potência devem ser protegidos por extintores de pó extintor, tipo sobre rodas, com capacidade extintora de 80B:C. Os extintores de pó devem ser instalados em locais de fácil acesso, sinalizados, abrigados contra intempéries, e identificados. Barreiras de proteção do tipo cortafogo. As barreiras de proteção contra fogo, ou simplesmente parede cortafogo, devem ser especificadas e construídas de acordo com os desenhos de projeto dados nos Capítulos 6, 7 e 8. A altura da parede cortafogo para transformadores de potência deve ser de 60 cm acima do topo do tanque conservador de óleo que normalmente é o ponto mais elevado desse equipamento. A parede cortafogo deve ter o comprimento do equipamento protegido acrescido de 60 cm. A distância que separa a parede cortafogo do equipamento protegido deve ser de 50 cm. Quando a distância entre a casa de comando e controle ou edificações da subestação e os equipamentos de pátio for igual ou superior a 15 m, não há necessidade de construir parede cortafogo. Quando a distância entre a casa de comando e controle ou edificações da subestação e os equipamentos de pátio for menor do que 8 m, considerar as seguintes premissas: (i) a parede cortafogo não deve permitir a passagem de calor e as chamas para áreas circunvizinhas; (ii) garantir que a parede cortafogo não venha a cair parcialmente ou não sobre os equipamentos de pátio ou sobre os ambientes edificados e nem sobre as vias de acesso interno da subestação. A NBR 13231 disciplina o afastamento dos transformadores de potência das edificações e dos equipamentos. Esses afastamentos são conhecidos nas Tabelas 4.4 e 4.5. Se não for possível manter as distâncias estabelecidas como anteriormente mencionadas, será necessária a construção de uma parede cortafogo, que tem como objetivo evitar que o óleo quente e os fragmentos resultantes da explosão do transformador atinjam a casa de comando e controle, ocasionando danos físicos e perigo de acidente com os operadores que ali trabalham. Bacia de contenção, drenagem de óleo isolante e caixa separadora. O óleo isolante que escapardos transformadores e reatores deve ser drenado para o sistema de coleta específico e direcionado para a caixa separadora de água e óleo que deve ser dotada das seguintes características: (i) estar situada em local específico, separado de outras instalações e equipamentos; (ii) ter capacidade mínima correspondente à vazão do óleo vertido do equipamento sinistrado; (iii) possuir um sistema de drenagem dos efluentes; (iv) permitir fácil retirada do óleo isolante drenado; (v) ser resistente à corrosão pela água e pelo óleo isolante; e (vi) ser dotada de meios com proteção que possibilitem a inspeção interna. Os requisitos para a construção de uma bacia de contenção e drenagem do óleo isolante até a caixa separadora são: Os transformadores de potência, transformadores de aterramento e reatores de potência devem ser instalados sobre bacias de contenção. A bacia de contenção e drenagem de óleo deve ser preenchida com pedra britada no 3 (19 a 38 mm). A bacia deve ter dimensões que excedam em 0,50 m à projeção do equipamento. O volume útil da bacia deve ser igual ou superior a 10 % do volume do óleo contido no respectivo equipamento. No ponto mais baixo a bacia deve ter uma caixa de captação. Distâncias mínimas de separação entre transformadores e edificações Tipo do líquido isolante do transformador Volume do líquido isolante (L) Distância horizontal (m) Distância (m)Edificações resistentes ao fogo por 2 horas (m) Edificações não combustíveis (m) Edificações combustíveis (m) Óleo mineral < 2000 1,5 4,6 7,6 7,6 > 2000 4,6 7,6 15,2 15,2 < 20.000 > 20.000 7,6 15,2 30,5 30,5 Fluido de alto ponto de combustão < 38.000 1,5 1,5 7,6 15,2 > 38.000 4,6 4,6 15,2 1,5 Tabela 4.5 4.5.3.3.6 • – – – – – • – – – – – – • – – – – – – – – – 4.5.3.4 • • 4.5.3.5 4.5.3.5.1 4.5.3.5.2 • • • 4.5.3.5.3 Distâncias mínimas de separação entre transformadores e equipamentos adjacentes Tipo do líquido isolante do transformador Volume do líquido isolante (L) Distância (m) Óleo mineral < 2000 1,5 20.000 e ≥ 20.000 7,6 > 20.000 15,2 Fluido resistente ao fogo – transformador sem proteção aprimorada < 38.000 1,5 > 38.000 7,6 Requisitos mínimos adotados para combate a incêndio Para atender à regulamentação do Corpo de Bombeiros e permitir o melhor atendimento aos indivíduos afetados por um sinistro na subestação, cada tipo de subestação deve atender aos seguintes requisitos: Subestação convencional Possuir via de acesso para veículos de emergência. Possuir parede cortafogo em transformadores de potência, transformadores de aterramento, reatores de potência e reguladores de tensão. Possuir bacia de captação com drenagem e coleta de óleo isolante. Possuir extintores portáteis e sobre rodas. Possuir sinalização de incêndio. Subestações de uso múltiplo Possuir via de acesso a veículos de emergência. Possuir parede cortafogo em transformadores, reatores de potência e reguladores de tensão. Existir uma separação de, no mínimo, 15,2 m entre os transformadores de força, transformadores de aterramento, reatores de potência e reguladores de tensão, em relação a outros equipamentos e edificações. Possuir extintores portáteis e sobre rodas. Possuir bacia de contenção com drenagem e coleta de óleo isolante. Possuir sinalização de incêndio. Subestação compacta abrigada e subterrânea Possuir vias de acesso para veículos de emergência. Possuir paredes cortafogo entre transformadores de potência, transformadores de aterramento, reatores de potência ou reguladores de tensão. Possuir bacia de captação com drenagem de coleta de óleo isolante. Possuir extintores portáteis e sobre rodas. Possuir sistema fixo de CO2 nas proximidades dos transformadores de potência, transformadores de média tensão, reatores de potência e reguladores de tensão, conforme a NBR 12232. Possuir iluminação de emergência. Possuir sistema de alarme de incêndio. Possuir saídas de emergência. Possuir sinalização de incêndio. Blindagem contra descargas atmosféricas A blindagem contra descargas atmosféricas deve ser realizada de três diferentes formas: Com hastes fixadas no topo das estruturas metálicas e de concreto, de forma a que o volume formado pela geratriz do cone de proteção cubra todos os pontos metálicos no interior desse volume: método de Franklin. Com hastes fixadas no topo das estruturas metálicas ou de concreto e os cabos de guarda fixados no topo das estruturas, obedecendo ao método eletrogeométrico, também denominado método da esfera rolante. Movimentação de terra Limpeza e raspagem do terreno O projeto deverá indicar a área de limpeza e raspagem do terreno. Terraplenagem O projeto deve conter, entre outras informações: (i) planta baixa; (ii) cortes; (iii) projetos de estruturas de arrimo; (iv) indicação de volumes geométricos de corte e aterro etc. No caso de aterro, o projeto deve indicar: (i) a espessura; (ii) o número das camadas; (iii) o método de compactação; e (iv) a caracterização do material a ser empregado, e conter as seguintes informações: (i) granulometria; (ii) limite de liquidez; (iii) limite de plasticidade; (iv) grau de compactação determinado; (v) índice de suporte califórnia (CBR) que é a relação percentual entre a pressão exercida por um pistão de diâmetro padronizado necessária à penetração no solo até determinado ponto e a pressão necessária para que o mesmo pistão penetre a mesma quantidade em solopadrão de brita graduada; (vi) densidade; (vii) umidade; e (viii) locação da jazida de empréstimo. As cotas do platô (pátio de manobra) devem ser definidas de modo a garantir simultaneamente: (i) escoamento de águas pluviais; para tanto, é necessário ser investigado o nível máximo da pluviometria ocorrida no local; (ii) drenagem das bases dos transformadores de força e demais elementos contidos no pátio da subestação; e (iii) estabilidade dos taludes. Escavação e reaterro O projeto deve indicar as dimensões das cavas e valas de modo a permitir uma execução segura das escavações. Indicar também se as escavações devem ser de forma manual ou mecânica e qual o tipo de material a ser utilizado nos reaterros. Caso haja necessidade, deve ser apresentado o projeto de escoramento de águas pluviais com o objetivo de atender aos requisitos de segurança. 4.5.3.5.4 • • • • 4.5.4 4.5.4.1 4.5.4.1.1 4.5.4.1.1.1 4.5.4.1.1.2 4.5.4.1.1.3 4.5.4.1.1.4 4.5.4.1.1.5 • • • • • • • • 4.5.4.2 4.5.4.2.1 4.5.4.2.2 Drenagem e pavimentação Deve ser projetado um sistema de drenagem eficiente, abrangendo toda a área do terreno da subestação, de modo a dar um completo escoamento das águas pluviais e do lençol freático, evitando modificações na capacidade de suporte do solo. Sempre que possível a drenagem deve ser superficial. O projeto de drenagem deve atender às características do local onde será implantada a subestação, observando também os índices pluviométricos da região e os terrenos circunvizinhos, evitando o escoamento de água para os mesmos. O projetista deve verificar com os órgãos públicos o destino das águas captadas, apresentando soluções, de acordo com as exigências dos mesmos. O projeto da pavimentação deve ser elaborado considerando um tratamento superficial das pistas de rolamento, evitando erosão ou abatimento quando submetido à carga, viabilizando a circulação de veículos de transporte de carga e descarga e a manutenção de equipamentos. Projeto elétrico e eletromecânico O projeto elétrico é composto por vários documentos em forma de relatórios técnicos, diagrama unifilar, diagramas trifilares, diagramas bifilares (corrente contínua), diagramas funcionais, diagramas de interligação e diagramas lógicos. O projeto eletromecânico é composto por um conjunto de plantas com a posição dos equipamentos, das estruturas de suporte dos barramentos e das conexões elétricas entre os equipamentos e os barramentos. Relatórios técnicosConsistem em um conjunto de documentos técnicos referentes à parte elétrica do projeto. Memoriais técnicos Constituemse dos seguintes documentos. Memorial de cálculo Fazem parte: (i) descrição detalhada do projeto; (ii) relação de cargas elétricas associadas ao projeto ou das unidades de geração; (iii) cálculo das impedâncias do sistema de suprimento à subestação; (iv) determinação dos eletrodutos etc. Memorial de cálculo dos esforços sobre o barramento e estruturas Consiste: (i) no cálculo do vento sobre os condutores dos barramentos; e (ii) no cálculo sobre as estruturas de suporte devido ao vento e peso dos equipamentos nelas instalados. Memorial de cálculo do sistema de corrente alternada Deve constar neste documento o dimensionamento: (i) da potência nominal do transformador de serviço auxiliar; e (ii) do grupo motor gerador a óleo diesel para geração de emergência. Memorial de cálculo do sistema de corrente contínua Deve constar nesse documento o dimensionamento: (i) da capacidade do banco de baterias; e (ii) do retificadorcarregador. Outros memoriais de cálculo Fazem parte os seguintes documentos: Memorial de cálculo do projeto: potência nominal do transformador, barramentos, cabos etc. Memorial de cálculo dos ajustes de proteção. Memorial de cálculo de iluminação. Memorial de cálculo das cargas: bobinas de atuação em corrente contínua e corrente alternada, cabos, banco de baterias, retificadores etc. Memorial de cálculo da malha de aterramento. Memorial de cálculo do sistema de proteção contra descargas atmosféricas. Memorial de cálculo da malha de aterramento. Memorial de cálculo estrutural: bases dos pórticos, base dos transformadores, caixa separadora de água e óleo, caixas, canaleta etc. Diagramas Diagrama unifilar simplificado Devem constar nesse diagrama somente os equipamentos de potência, tanto os da alta tensão como os de média tensão e os relés de proteção, todos devidamente numerados com as funções ANSI. Uma rápida análise nesse documento possibilita reconhecer conceitualmente o projeto, identificando o tipo de barramento, número de entradas de linha, número de transformadores, número de alimentadores secundários etc. A Figura 4.4 mostra o diagrama unifilar simplificado de uma subestação abaixadora de 75 MVA – 138/34,5 kV pertencente a uma indústria siderúrgica de médio porte. Também, no diagrama unifilar podem ser identificados os cubículos com os respectivos disjuntores de 34,5 kV e o cubículo dos transformadores de potencial. Diagrama unifilar detalhado ou de proteção Devem constar nesse diagrama, além dos equipamentos de potência, os equipamentos de alta tensão, como os de média tensão, os relés de proteção, devidamente numerados com as funções ANSI, as interligações entre os relés e os equipamentos de potência (TCs, TPs, disjuntores, chaves seccionadoras, transformadores de potência, transformadores de aterramento, resistores de aterramento, intertravamentos entre chaves e disjuntores e/ou entre disjuntores, painéis de comando e controle, medição operacional e de faturamento). O diagrama unifilar é o principal documento do projeto elétrico. A partir dele podem ser construídos os diagramas lógicos e implementar a lógica dos intertravamentos necessários à correta operação da subestação. Também é conhecido como diagrama unifilar de proteção e controle, pois nele estão identificados todos os relés de proteção com suas respectivas funções de proteção, cada um associado a um segmento da subestação. Como exemplo de diagrama unifilar de proteção e controle, visto de forma parcial na Figura 4.5, a mesma indústria representada no diagrama unifilar simplificado da Figura 4.4, podemos identificar o relé diferencial MICOM 632 (função 87T/87N) com suas funções de sobrecorrente 50/51N e as funções de proteção do transformador principal atuando sobre o relé de bloqueio (função 86) que por sua vez envia um comando de desligamento para o disjuntor D de AT e para o disjuntor de MT (não mostrado). Podem ser observadas também as diversas funções de outros relés atuando sobre os disjuntores e exercendo as ações de intertravamento, tais como o MICOM 443 com suas funções de proteção direcional de corrente de fase e de neutro (67/67N), de sobrecorrente temporizada de fase e de neutro (50/5150/51N) e de sub e sobretensão de fase (27/59). Finalmente, os dois relés MICOM 142, sendo um deles designado para a proteção de entrada de linha e o outro como proteção do transformador de potência. Para identificar a atuação desses relés basta seguir as linhas tracejadas com as respectivas setas. Figura 4.4 Diagrama unifilar simplificado de uma subestação de 75 MVA/138 kV. Figura 4.5 4.5.4.2.3 4.5.4.2.4 4.5.4.2.4.1 Diagrama unifilar de proteção e controle: entrada de linha/bay do transformador (SE 138 kV). Diagramas trifilares Neles estão representados os transformadores de potência, disjuntores, chaves e todos os demais equipamentos de medida (TCs e TPs) que foram representados no diagrama unifilar. Em geral, os diagramas trifilares são elaborados juntamente com os diagramas funcionais e neles incorporados. Diagramas funcionais Consiste em um conjunto de plantas relacionadas com os circuitos dos painéis de proteção e controle, onde está implantada toda a funcionalidade dos relés, medidores e dispositivos auxiliares. Cada painel é fabricado tomando como base o seu respectivo diagrama funcional. Para isso é necessário que o projetista conheça detalhadamente os desenhos dos fabricantes dos relés, medidores e dispositivos que serão incorporados ao respectivo painel de proteção e controle. Dessa forma, os relés recebem as informações analógicas das tensões e correntes do sistema elétrico oriundas dos TPs e TCs, processam essas informações na forma digital e enviam a ordem de atuação aos disjuntores. O diagrama funcional termina nas borneiras de entrada e saída do painel de proteção e controle. Na elaboração de um diagrama funcional devem ser destacados três diferentes tipos de circuitos que entram e saem do painel. Circuito de alimentação Os circuitos de alimentação são destinados ao suprimento do painel tanto em corrente alternada como em corrente contínua. Assim, os relés e os medidores instalados no interior do painel são alimentados diretamente da fonte de corrente contínua, representada pelo banco de baterias, ou pelas fontes de corrente alternada representadas pelo transformador de serviço 4.5.4.2.4.2 • • • • • Figura 4.6 Figura 4.7 Figura 4.8 auxiliar, geradores de emergência ou ainda diretamente da rede da concessionária local. Esses circuitos são reconhecidos através de seus bornes com as letras XE ou outra simbologia apropriada. Circuito de controle Os circuitos de controle são destinados a transportar as informações dos equipamentos de potência para que sejam analisadas pelos relés e dispositivos de medida que as interpretam e, movidos pela lógica implementada nos seus circuitos internos, tomam a decisão de enviar as ordens de abertura ou fechamento para os equipamentos de proteção. Assim, quando um transformador de potência entra em sobrecarga, o transformador de corrente associado a esse equipamento leva a informação dessa sobrecarga até o relé digital que, comparandoa com os valores máximos ajustados, envia uma mensagem de abertura do disjuntor correspondente. Na mesma condição estão os transformadores de potencial que recebem as informações de tensão do barramento e as enviam através dos circuitos de controle para os relés de sobretensão correspondentes. São reconhecidos através de seus bornes com as letras XD ou outra simbologia apropriada. Exibiremos somente cinco folhas do caderno dos diagramas funcionais, em razão do grande volume de desenhos. Esses diagramas são fundamentais para a construção dos painéis elétricos de proteção e controle. Os diagramas funcionais apresentados a seguir têm por objetivo orientarresumidamente o leitor comum sobre a sequência de desenhos que fazem parte do projeto elétrico de qualquer subestação de média e alta tensões. Para conhecimento do leitor, uma subestação de pequeno porte, 69 kV, com dois transformadores, banco de capacitores e barramento simples, pode ser necessário o desenvolvimento de cerca de 100 diagramas, compreendendo os diagramas funcionais, interligação e lógica, tornando impraticável a inclusão desses documentos em um livro didático. Figura 4.6: Funcional: capa. Figura 4.7: Funcional: índice. Figura 4.8: Funcional: simbologia. Figura 4.9: Funcional: diagrama unifilar (faz parte do caderno dos diagramas funcionais). Figura 4.10: Funcional: caixa dos terminais do transformador de potência. Diagrama funcional – capa. Diagrama funcional – índice. Diagrama funcional – simbologia. Figura 4.9 Figura 4.10 4.5.4.2.5 • • • Diagrama unifilar funcional. Diagrama funcional – transformador de potência. Diagramas de interligação Esses diagramas têm como objetivo interligar os terminais dos painéis de proteção e controle aos diversos equipamentos instalados na casa de comando e controle ou no pátio, tais como disjuntores, transformadores de potência, TCs, TPs, chaves seccionadoras etc. Figura 4.11: Interligação: capa. Figura 4.12: Interligação: índice dos desenhos elaborados. Figura 4.13: Interligação: simbologia. • 4.5.4.2.6 • • • • 4.5.4.2.7 Figura 4.11 Figura 4.12 Figura 4.14: Interligação: painel PPC – TF. Diagramas de lógica Os relés digitais podem ser programados para realizar grande quantidade de operações que resultam em comando e controle de diversos equipamentos e dispositivos instalados na subestação. Assim, por meio dos diagramas de lógica, são representadas as formas de como são executadas essas operações, utilizando as informações que chegam à entrada do painel. Para isso, são utilizadas portas lógicas digitais representadas pelas funções principais “OR”, “AND”, mostradas na Figura 4.18. Exibiremos para fins de orientação somente três folhas do caderno dos diagramas de lógica de uma subestação de 69 kV. Figura 4.15: Lógica: capa. Figura 4.16: Lógica: índice dos desenhos. Figura 4.17: Lógica: simbologia. Figura 4.18: Lógica: diagrama de lógica – seccionador/disjuntor. Diagramas trifilares dos serviços auxiliares de corrente alternada Consistem em um conjunto de plantas relacionadas com os circuitos de baixa tensão que irão alimentar as diversas cargas da subestação em corrente alternada, tais como motores de acionamento dos disjuntores (quando for o caso), bobinas de abertura e fechamento dos disjuntores (quando for o caso), iluminação do pátio de manobra, iluminação das edificações, climatização das edificações, motores do poço artesanal (quando existir), retificadorescarregadores etc. A Figura 4.19 mostra o exemplo de um diagrama trifilar de serviço auxiliar em corrente alternada. Diagrama de interligação – capa. Diagrama de interligação – índice. Figura 4.13 Figura 4.14 Diagrama de interligação – simbologia. Diagrama de interligação – Painel PPC – TF. Figura 4.15 Figura 4.16 4.5.4.2.8 4.5.4.2.9 Diagrama de lógica – capa. Diagrama de lógica – índice dos desenhos. Diagramas bifilares dos serviços auxiliares de corrente contínua Consistem em um conjunto de plantas relacionadas com os circuitos de corrente contínua que irão alimentar as diversas cargas da subestação, tais como motores de acionamento dos disjuntores (quando for o caso), bobinas de abertura e fechamento dos disjuntores (quando for o caso), iluminação de emergência do pátio de manobra e iluminação emergência das edificações etc. A Figura 4.20 mostra o exemplo de um diagrama bifilar de serviço auxiliar em corrente contínua. Desenhos construtivos São os desenhos de arquitetura dos painéis de proteção e controle. Normalmente, os fabricantes adotam certa padronização das dimensões dos painéis. Já os arranjos dos dispositivos que serão utilizados no seu interior são realizados de forma individual para cada projeto. Figura 4.17 Figura 4.18 Diagrama de lógica – simbologia dos desenhos. Diagrama de lógica – seccionador/disjuntor. Figura 4.19 Diagrama trifilar de serviço auxiliar em corrente alternada. Figura 4.20 4.5.4.2.10 Diagrama bifilar de serviço auxiliar em corrente contínua. A partir do painel padronizado, o projetista distribui os dispositivos no interior do mesmo, de forma criteriosa, e prepara a lista desses dispositivos constantes do diagrama trifilar e funcional. A Figura 4.21 mostra a vista superior de um painel de proteção e controle com os dispositivos organizados nos seus espaços. Assim, na parte móvel do painel são fixados os relés digitais e as chaves de teste. Já na parte posterior do painel são instaladas as réguas de borne. Os demais detalhes estão mostrados na mesma figura. Para maior compreensão, observar também as Figuras 4.22(a) e (b). Lista de cabos Lista de cabos é um documento gerado com base nos diagramas de interligação, no qual são listados todos os cabos que foram utilizados nesses diagramas, sendo definidos seu ponto de origem e destino, a função de cada cabo mencionado, seus comprimentos e o tipo de cabo empregado. Essa lista também é utilizada para a aquisição dos referidos cabos, além de ser Figura 4.21 essencial para o lançamento dos mesmos nas canaletas e tubulações que vão até os equipamentos e dispositivos. A Tabela 4.6 mostra um exemplo de formação da lista de cabos. Vista superior de um painel de proteção e controle. Figura 4.22 4.5.5 4.5.5.1 Tabela 4.6 Vistas frontal e traseira de um painel de proteção e controle. Projeto de proteção Requisitos gerais Os relés de proteção funcionam realizando as medidas das grandezas operacionais do sistema elétrico que são a tensão e a corrente. Os equipamentos que inicialmente tomam essas medidas do sistema elétrico são denominados transformadores de medida, ou seja, os transformadores de corrente e os transformadores de potencial. Os transformadores de corrente reproduzem no seu secundário as correntes que passam pelo primário, fornecendo essa grandeza analógica aos relés de proteção e aos dispositivos de medida, em valores muito pequenos de corrente, normalmente 1 A ou 5 A. O mesmo ocorre com os TPs que reproduzem no seu secundário as tensões primárias fornecendo aos relés de proteção os sinais analógicos em valores normalmente muito pequenos entre 66 V e 115 V. Os sinais analógicos fornecidos pelos transformadores de medidas aos relés são processados digitalmente e comparados com valores ajustados nos relés. Se essas grandezas medidas alcançarem os valores predefinidos nos relés e o tempo previsto para atuação, o relé envia para o disjuntor associado um sinal de abertura seccionando o trecho do sistema afetado. Exemplo da lista de cabos Relação de materialCabos de controle da SE MassapêCód. cliente: – Central de geração eólica Terra NovaCód. projetista: – CGT.CA.LM.001.00 Subestação delta do Parnaíba Rev. – 0D Cabos de controle Tag Formação (mm2) Origem Destino Blindagem Comprimento (m) 3A1.01 4 × 4 Cx. TP1/R1 QPCL1 / X2 X 45 • • • • • • 4.5.5.2 • • • • 4.5.5.3 • – – – • • • • • • – – 3A1.02 4 × 4 Cx. TP1/R1 QPCL1 / X2 X 45 3A1.03 4 × 2,5 Cx. TP1/R1 QPCL1 / X5 X 45 3A1.04 4 × 4 TP83B1/TPA CX. TP1/R2 X 2 3A1.05 4 × 4 TP83B1/TPB CX. TP1/R2 X 8 3A1.06 4 × 4 TP83B1/TPC CX. TP1/R2 X 8 3A1.07 4 × 4 TP83B1/TPA CX. TP1/R1 X 2 Algumas condições devem ser observadas na montagem de um projeto de proteção, ou seja: Os relés de proteções de média e alta tensão em geral registram em tempo real as seguintes grandezas: (i) tensão; (ii) corrente; (iii) potência ativa; (iv) potência reativa; (v) energia ativa; (vi) energia reativa; (vii) fator de potência; e (viii) oscilografia. Os relés devem registrar cronologicamente os eventos em ordem decrescente de tempo. Os últimos três eventos devem ser armazenados.A função de neutro sensível (50/51NS) deve operar independentemente da função de neutro normal (50/51). Nos projetos em que o disjuntor de transferência não possua sistema de proteção próprio, a função de atuação dos relés de proteção dos diversos bays ou vãos é transferida para o disjuntor de transferência quando este está substituindo a função de qualquer disjuntor na manutenção da subestação. Essa transferência é feita através da função de transferência da proteção (função 43). A função de transferência da proteção pode assumir um dos seguintes estados: (i) normal (N); (ii) em transferência (ET); e (iii) transferida (T). Se o comando de abertura enviado pelo relé encontra a função 43 no estado N, o relé atua diretamente sobre o disjuntor principal. Caso a função 43 esteja na posição ET, o sinal de abertura é enviado para o disjuntor principal e para o disjuntor de transferência, e quando a função 43 está na posição T, o sinal enviado comanda a abertura somente do disjuntor de transferência. As proteções devem indicar a indisponibilidade do relé. Para isso, devem ser providas continuamente de autossupervisão e de autodiagnóstico, detectando anomalias de lógica, defeitos elétricos e ausência de tensão auxiliar. Quando houver falha de qualquer disjuntor de média tensão para um defeito no alimentador associado, o disjuntor de retaguarda deverá atuar através da função de proteção 50BF (62BF). Prescrições de proteção de entrada de linha Os relés de proteção de entrada de linha devem ser dotados, no mínimo, das seguintes funções: (i) função de sobrecorrente temporizada (51); (ii) função de sobrecorrente instantânea (50); (iii) função de sobrecorrente temporizada de neutro (51N); (iv) função de sobretensão (59); (v) função de subtensão (27); (vi) função de falha no disjuntor (50BF/62BF); (vii) função de corrente diferencial de linha (87L), quando no outro terminal estiver instalado um relé de mesmo modelo e fabricante; (viii) função direcional de fase (67), quando há duas ou mais linhas operando em paralelo ou duas ou mais fontes em paralelo; (ix) função direcional de neutro (67N), quando há duas ou mais linhas operando em paralelo ou duas fontes em paralelo; e (x) função de distância (21) quando a linha apresentar um comprimento pelo menos igual ou superior a 5 km, sendo essa a função principal para defeitos entre fases, enquanto a função (67) é proteção de retaguarda. Se existir um gerador térmico no empreendimento para fins de suprimento na hora de ponta e a subestação for alimentada somente por 1 (uma) linha de transmissão, será necessário acrescentar no relé as seguintes funções: (i) função de sobrecorrente direcional de fase (67) e (ii) função de sobrecorrente direcional de neutro (67N). Se existir um gerador térmico no empreendimento para fins de comercialização no mercado livre, acrescentar no relé a função direcional de potência (32). Antes de definir as funções do relé multifunção é necessário conhecer a legislação sobre esse tipo de atendimento, bem como a norma de fornecimento de energia elétrica da concessionária local e incluir, além das funções já mencionadas, aquelas exigidas no documento normativo. Prescrições de proteção do transformador de potência A principal proteção do transformador está fundamentada na função diferencial (87T) que recebe os sinais de corrente dos transformadores de medida localizados nas seguintes posições: Nas buchas primárias e secundárias do transformador de potência. Nesse caso, a proteção fica limitada somente a defeitos internos ao transformador de potência. Nas buchas primárias do transformador de potência e após os seus terminais secundários pode existir um conjunto de transformadores de corrente, normalmente situado no interior do conjunto de manobra de média tensão instalado na casa de comando e controle. Nesse caso, a proteção ficará compreendida entre os terminais primários do transformador de potência e os TCs internos ao conjunto de manobra. Isso ocorre quando o transformador de potência não possui os TCs de bucha no secundário. Nesse caso, tanto o transformador de potência quanto o cabo estão na região de proteção do relé. Antes dos terminais primários do transformador de potência e no conjunto de manobra de média tensão instalado na casa de comando e controle, a proteção pode ficar compreendida entre os TCs primários instalados no barramento de alta tensão da subestação e os TCs secundários instalados nos conjuntos de manobra. Isso ocorre quando o transformador de potência não possui os TCs de bucha no primário e no secundário. O relé diferencial do transformador (função 87T) deve atuar de forma simultânea sobre o disjuntor geral de média tensão e sobre os disjuntores principal ou de transferência de alta tensão. O relé de bloqueio (função 86), quando é ativado por um sinal transmitido pelo relé diferencial, envia um comando diretamente para o circuito de fechamento e bloqueio dos disjuntores de alta tensão e para o circuito de fechamento do disjuntor geral de média tensão. Quando utilizado o relé auxiliar de alta velocidade (função 94), ligado em paralelo com o relé de bloqueio, esse tem a função apenas de comandar a abertura dos disjuntores associados de forma mais rápida. A função falha de disjuntor (50BF), parte integrante do relé de proteção diferencial do transformador, deve transmitir um sinal de atuação para o(s) disjuntor(es) de entrada de linha e/ou para o disjuntor de transferência utilizando as funções de transferência de proteção associadas à entrada de linha. Normalmente, os transformadores de potência, tanto os de 69 kV e 138 kV como os de 230 kV, e raramente os transformadores de média tensão, possuem um conjunto de proteções denominadas “proteções intrínsecas” que incorporam as seguintes funções: (i) função de temperatura do óleo (26); (ii) função de temperatura do enrolamento (49); (iii) função de presença de gás (63); (iv) função de alívio de pressão (63A); (v) função de nível de óleo (71); (vi) função de sobrepressão do CDC – comutador de derivação em carga (80), quando o transformador for dotado desse equipamento; e (vii) função de regulação de tensão, quando o transformador for dotado de um CDC. A função de nível de óleo do transformador (71) deve somente gerar alarme que pode ser sonoro e/ou ótico. As proteções térmicas do transformador são realizadas por um relé microprocessado que tem a função de monitorar a temperatura do transformador de potência e que incorpora as funções de temperatura do enrolamento (função 49) e o relé de temperatura do óleo (função 26). O relé de monitoração deve conter, no mínimo, os seguintes contatos para cada função anteriormente mencionada: A função de temperatura do óleo deve estar associada, no mínimo, a duas saídas digitais configuradas da seguinte forma: (i) uma saída digital deve gerar um primeiro alarme quando a temperatura do óleo atingir 80 ºC e (ii) a outra saída digital deve gerar alarme quando a temperatura do óleo atingir 95 ºC. A função de temperatura do enrolamento deve estar associada a quatro saídas digitais configuradas da seguinte forma: uma saída digital deve comandar a entrada em funcionamento do conjunto de ventiladores quando a temperatura do enrolamento atingir 70 ºC e as demais saídas digitais devem gerar alarmes (função 30), cujo operador da subestação deve averiguar o evento e tomar a decisão de como proceder sem levar risco à integridade do transformador de potência. Essas saídas digitais devem estar configuradas para gerar alarmes quando o enrolamento atingir as temperaturas de 85 ºC, de 95 ºC e de 105 ºC. • • • • • 4.5.5.4 • • 4.5.6 • • • • 4.5.7 4.5.7.1 • • • • • • • • • • • • • 4.5.7.2 • Algumas funções de proteçãoque incluem as proteções intrínsecas podem comprometer a integridade do transformador de potência e/ou expor ao risco o indivíduo que o opera, se apresentarem falhas. Assim, essas proteções devem atuar diretamente sobre o relé de bloqueio (função 86). As funções intrínsecas são: (i) função (63); (ii) função (63A); e (iii) função (80), entre outras já citadas anteriormente. O relé de bloqueio deve receber o sinal de atuação das funções anteriormente mencionadas e transmitir um sinal de comando para os disjuntores de alta tensão e de média tensão, realizando o bloqueio desses disjuntores, impedindo sua religação, até que o defeito seja reconhecido e eliminado, e somente o operador com a senha (para relés de bloqueio digitais) ou chave (para relés eletromecânicos) pode liberar a atuação dos disjuntores associados à proteção dos transformadores de potência. O relé multifunção de proteção do lado primário do transformador de potência deverá possuir, no mínimo, as seguintes funções: (i) função de sobrecorrente temporizada (50); (ii) função de sobrecorrente instantânea (51); (iii) função de sobrecorrente temporizada de neutro (50N); (iv) função de sobretensão (59); (v) função de subtensão (27); (vi) função de falha no disjuntor (50BF/62BF); e (vii) função de sobrecorrente de terra (51G). A função de sobrecorrente de terra (51G) desse relé deve atuar diretamente sobre o disjuntor principal ou de transferência da alta tensão, quando em operação, e sobre o disjuntor geral de média tensão. As funções de proteção do relé multifunção devem atuar diretamente sobre os disjuntores de entrada de linha ou do disjuntor de transferência de alta tensão, quando em operação. Proteção do barramento de média tensão de 15 kV a 34,5 kV Funções: (i) sobrecorrente instantânea (50) e temporizada (51) de fase; (ii) funções instantânea (50N) e temporizada (51N) de neutro. Podem ser habilitadas outras funções de acordo com as necessidades de proteção que devem ser decididas pelo projetista. As funções de proteção desse relé devem atuar diretamente sobre o disjuntor geral de média tensão. Estudos elétricos de conexão Durante a elaboração do projeto de uma subestação de alta tensão de 69 kV a 230 kV é necessário realizar vários estudos elétricos que devem ser analisados pela concessionária à qual pertence a subestação de conexão que irá fornecer a energia ao empreendimento. As exigências dos diversos estudos que podem ser realizados dependem de cada concessionária de energia elétrica e da aplicação da subestação: carga ou geração. De forma geral pode ser necessário o desenvolvimento dos estudos elétricos, a seguir mencionados. Estudo do fluxo de carga Esse estudo permite determinar os fluxos de potência ativa e reativa que fluirão no sistema elétrico da concessionária e/ou da rede básica, definindo o grau de carregamento dos alimentadores de alta tensão e a necessidade de implementação de alguns serviços e/ou obras que devem ser feitas nas partes críticas do sistema observadas com a entrada em operação do empreendimento. Estudo de curtocircuito Permite determinar o nível das correntes de curtocircuito nos lados de alta e de baixa na subestação do empreendimento e nas diversas subestações à qual haja conexão. Por meio das correntes de curtocircuito podemse fazer os ajustes das proteções desde o ponto de conexão do empreendimento com o sistema da concessionária local até os centros de controle de motores instalados nos diversos ambientes industriais, ou até os terminais dos cubículos de comando dos aerogeradores, no caso de usinas de energia eólica. Estudo de regime dinâmico Se existir um grande motor ou gerador que opere em paralelo com o sistema da concessionária, é necessário determinar se esses equipamentos estarão vulneráveis durante um defeito trifásico ou fase e terra. Entre outros estudos são determinadas assim as torções no eixo dessas máquinas. Os estudos dinâmicos são também aplicados nos projetos de geração de energia eólica em função das condições específicas dos aerogeradores e implicações no próprio sistema conectado. No caso de geração fotovoltaica de grande porte fazse necessário o estudo de regime dinâmico para averiguar o impacto sobre o sistema conectado, em razão das constantes alterações dos níveis de geração do empreendimento. Estudo de qualidade de energia Permite determinar os impactos sobre a rede elétrica da concessionária e/ou da Rede Básica com a entrada em operação de empreendimentos industriais de grande porte ou de geração de energia, seja ela térmica, eólica e solar, de médio e grande portes. Esses impactos podem ser motivados pela operação de grandes cargas/geradores (motores, fornos a arco, retificadores geradores térmicos, geradores eólicos e fotovoltaicos) que prejudiquem a qualidade da energia recebida pelos consumidores desse sistema elétrico e do próprio empreendimento. Outros estudos poderão ser desenvolvidos a critério da concessionária de distribuição ou de transmissão; neste último caso, esses estudos serão analisados pelo ONS. Sistema de controle digital (SCD) da subestação Dependendo do tipo de subestação e principalmente da sua carga e da importância para a indústria ou geração de energia, poderá ser implantado um sistema digital para automação da subestação central do empreendimento. Requisitos gerais A importância de um sistema de controle digital pode ser avaliada pela facilidade de obtenção de dados para a funcionalidade operacional da subestação. Um sistema de controle digital apresenta vantagens que podem ser assim resumidas: O sistema permite integrar informações com a aquisição de dados e tratar essas informações para permitir ações operacionais e de manutenção. O sistema é implantado de forma escalonada para permitir a sua expansão de acordo com a evolução do empreendimento. O sistema é do tipo aberto a qualquer fabricante de dispositivos de proteção e medição. O sistema deve coletar os dados por meio dos dispositivos denominados Intelligent Electronic Device, ou simplesmente IED. O sistema é concebido com sobredimensionamento na capacidade de processamento, para permitir um crescimento funcional e de hardware sem degradação do seu comportamento. Todas as atividades do sistema são sincronizadas por meio de GPS (Global Positioning System). São utilizados como meio de comunicação os cabos de fibra ótica ou os cabos de rede blindados. O sistema incorpora o registrador cronológico de eventos no próprio sistema de controle digital. Alguns relés de proteção possuem oscilografia para facilitar os estudos de eventos. As funções de proteção e controle são totalmente independentes. O sistema possui capacidade e permissibilidade de implementar alterações, mantendose em operação plena. O sistema é concebido de forma que os operadores da subestação possam operar com certo conhecimento apropriado de informática. O sistema armazena seus dados e funções, mesmo que haja indisponibilidade ocasional de energia. Arquitetura funcional O sistema de controle digital deve possuir os seguintes níveis hierárquicos: Nível hierárquico 0: nível de equipamento de pátio e da casa de comando e controle • • – – – – • • • • Todas as operações dos equipamentos devem ocorrer localmente, cujos dispositivos de comando estão instalados nos conjuntos de manobra dos respectivos equipamentos, tais como transformadores de potência, disjuntores, seccionadores etc. No nível 0 também se encontram instalados os dispositivos de comutação, os quais podem transferir a operação dos equipamentos do modo local para o modo remoto, ou viceversa. Para as subestações que não possuem um sistema de controle digital, dizse que operam no nível hierárquico 0. Nível hierárquico 1: nível de posição (bay ou vão) Deve ser previsto nesse nível o uso de dispositivos IED que têm como fundamento o processamento em tempo real das atividades operacionais da subestação, ou seja,o comando de abertura e fechamento de equipamentos, intertravamento entre, por exemplo, disjuntor e chave seccionadora. Ainda nesse nível devem ocorrer a aquisição de dados e a seleção mecânica de operação entre o modo IED e o modo sistema. Nível hierárquico 2: nível de subestação Tem como função o controle e o monitoramento dos equipamentos da subestação comunicandose localmente com nível hierárquico 1 e de forma remota com o nível hierárquico 3. Para realizar o controle no modo local a subestação deve ser dotada de IHM. Para realizar as suas atividades devem possuir os seguintes dispositivos: Unidade de controle da subestação (UCS). GPS. Microcomputador com teclado que se constitui na interface homemmáquina (IHM) e monitor de 32 polegadas ou superior. Rede local em fibra ótica ou cabo blindado. O IHM é o meio de realizar o controle na forma local, desde que o sistema de controle digital (SCD) esteja no modo Subestação. Nessa condição de operação o seletor de cada equipamento deve estar posicionado em Remoto, enquanto o seletor das IDEs deve estar posicionado em Sistema. Nível hierárquico 3: nível de SCADA do centro de controle do sistema (CCS). Somente as subestações de empreendimentos de médio e grande portes possuem um centro de controle do sistema fora dos limites da subestação, ou seja, com sala equipada nas dependências operacionais ou administrativas do empreendimento. O SCD permite três formas de funcionamento. Modo de observação (MOB) A operação no modo observação deve ser feita por senha de acesso para se poder abrir os programas de comunicação com as proteções. Também, podemse visualizar o diagrama unifilar, as medidas de tensão, corrente, fator de potência etc., o estado operativo dos equipamentos e alarmes. Modo de operação (MOP) Neste modo o operador pode realizar todas as operações do sistema, tais como: (i) comando dos equipamentos de pátio de manobra; (ii) visualização e recuperação de registro; (iii) visualização de medidas; (iv) reconhecimentos de alarmes; e (v) impressão de relatórios etc. Modo de administração (MAD) Como o próprio nome indica, o modo de administração tem sua função dedicada à área administrativa responsável por preparar relatórios por meio da construção de telas gráficas e manutenção do sistema SCD. Também podem ser desenvolvidas novas aplicações de automação, programas de aplicação, criação de símbolos e tipos de relatórios. 5.1 • • • • • 5.2 • • • • – – • INTRODUÇÃO As subestações de média tensão são aquelas que se aplicam a pequenos e médios empreendimentos industriais, comerciais e residenciais cuja demanda máxima contratada não supere o valor exigido pela legislação, cujo limite é de 2500 kW, ficando a critério da concessionária o atendimento a consumidores com demanda acima desse limite quando a mesma entender que seu sistema de distribuição atende à carga sem prejuízo para os demais consumidores. Existe grande quantidade de tipos construtivos de subestações de média tensão, sendo as de maior uso as seguintes. Subestação abrigada em alvenaria. Subestações de instalação ao tempo. Subestações blindadas. A escolha do tipo da subestação a ser adotada depende de muitos fatores, entre eles: Disponibilidade de espaço na área do empreendimento. Grandeza da carga a ser suprida pela subestação. Neste livro somente iremos abordar as subestações abrigadas em alvenaria. Os demais tipos de subestação são tratados no livro Instalações Elétricas Industriais (LTC, 2017), do autor. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DE UMA SUBESTAÇÃO O projeto de uma subestação deve ser realizado seguindo algumas premissas que descreveremos sucintamente. Essas premissas estão direcionadas para as subestações abrigadas em alvenaria, podendo também ser utilizadas para subestação ao tempo, naquilo que for compatível. As subestações abrigadas devem ser construídas com a utilização de materiais incombustíveis, independentemente da sua localização. No caso de subestações abrigadas, o teto deve ser construído com laje de concreto armado contendo material impermeabilizante. A laje impermeabilizada pode ser coberta com telhado do tipo caletão, conforme Figura 5.1, preferencialmente apoiada em estrutura metálica. Já as paredes devem ser de alvenaria com reboco. A Figura 5.2 mostra a planta baixa da subestação vista na Figura 5.1 indicando todos os ambientes e equipamentos utilizados. As subestações devem possuir dois ou mais ambientes, denominados cabines ou cubículos, separados por parede de alvenaria. O primeiro ambiente deve ser exclusivamente ocupado pelos transformadores de medida para faturamento (transformadores de corrente e de potencial) fornecidos e instalados pela companhia concessionária, que irá fornecer energia ao estabelecimento em questão. O acesso às cabines deve ser por porta construída em chapa metálica, com dimensões mínimas para permitir o acesso aos transformadores de medida. A segunda cabine deve ser ocupada pelo conjunto de manobra (chave seccionadora) e pelo disjuntor de proteção geral associado aos transformadores de medida destinados à proteção (transformadores de corrente e/ou de potencial). O acesso a essa cabine deve conter um anteparo constituído de grade metálica de proteção mecânica que limita a parte frontal do disjuntor com o ambiente interno da subestação, conforme visto na Figura 5.1. As outras cabines estão dedicadas à instalação dos transformadores de potência e/ou instalação de chaves e/ou disjuntores de comando e proteção de uma derivação em média tensão. A parede divisória entre as cabines de medição e de proteção deve ser de alvenaria elevada até o teto. Já as paredes que separam as cabines dos transformadores da(s) cabines(s) de derivação em média tensão, em geral, têm alturas variáveis, a depender da altura dos equipamentos nelas instalados. A instalação de equipamentos que contenham líquido isolante inflamável com volume superior a 100 litros deve satisfazer os seguintes requisitos: Construir barreiras incombustíveis entre os equipamentos a fim de evitar a propagação de incêndio. Construir um sistema de tanques de coleta e contenção de óleo. Quando a subestação de transformação for parte integrante da edificação industrial, somente será permitido o emprego de transformadores de líquidos isolantes não inflamáveis ou transformadores a seco e disjuntores a vácuo ou SF6. Figura 5.1 • • Vista frontal de uma subestação abrigada. Quando o empreendimento é servido por mais de um ponto de transformação, deve ser construída uma ou mais cabines para ocupação por disjuntores ou chaves seccionadoras tripolares, abertura em carga associada a fusíveis de alta capacidade de interrupção (fusíveis HH) para proteção dos circuitos de média tensão que irão conectar esses pontos de transformação. Essas cabines deverão ser construídas logo após a cabine do disjuntor de proteção geral. O uso de transformadores de serviços auxiliares só faz sentido em subestação de média tensão muito grande que emprega vários disjuntores com bobinas de abertura e fechamento e motor de acionamento da mola de fechamento e outras cargas correlacionadas, como relé, medidores etc. Para a grande maioria das subestações aplicase somente um nobreak com potência nominal de 1,5 kVA para alimentação do relé de proteção geral e outros, caso existam. Figura 5.2 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Vista superior da subestação abrigada mostrada na Figura 5.1. Após a cabine de proteção geral ou das cabines de derivação para outros pontos de consumo, são construídas as cabines dos transformadores abaixadores para atendimento às cargas de baixa tensão que se situam próximas à referida subestação. Quando necessário devese prever uma cabine de transformação de reserva. Para se ter o acesso a todas as cabines anteriormente mencionadas devemser previsto um corredor contínuo com largura adequada para permitir a entrada e a retirada dos equipamentos nelas instalados bem como a manobra segura das chaves e disjuntores. As áreas destinadas aos equipamentos devem ser suficientemente grandes para sua instalação e eventual remoção, bem como para livre circulação dos operadores e execução de manobras. A área para circulação de operadores precisa possuir largura mínima de 1200 mm e a área para operação de manobras largura mínima de 1500 mm. A altura livre interna da subestação, também conhecida como pédireito, deve permitir a instalação segura dos equipamentos, considerando suas alturas e as distâncias mínimas de segurança, conforme deve ser visto no decorrer do dimensionamento da subestação. As portas de acesso à subestação devem ter sentido de abertura para fora, possuir dimensões suficientes para entrada e saída de qualquer equipamento. Suas dimensões mínimas devem ser de 1200 × 2100 mm. A porta de entrada da subestação deve ser de chapa metálica, devidamente aterrada, provida de trinco e cadeado, e ter, afixada, uma placa contendo a inscrição: “Perigo de morte – alta tensão”, e o símbolo indicativo que caracteriza esse perigo. O acesso às cabines dos transformadores e disjuntores pode ser feito por grades metálicas com tela de arame de 13 mm de abertura. Se for projetada uma porta de acesso aos equipamentos, esta deve ser fabricada de chapa metálica, estar devidamente aterrada, possuir trincos do lado interno ou externo dependendo da posição da subestação, ser utilizada somente para movimentação do equipamento, ter, afixada, uma placa contendo a inscrição “Perigo de morte – alta tensão” e o símbolo indicativo que caracteriza esse perigo. A porta de acesso à cabine de medição da concessionária deve abrir para fora, ser de tela metálica com malha máxima de 13 mm, com resistência mecânica adequada ao seu uso, possuir dobradiças internas e invioláveis, dois dispositivos para selagem, e trinco com cadeado. As grades das cabines dos transformadores e disjuntores devem ter altura mínima de 1800 mm, em relação ao piso, e a sua parte inferior deve ficar no máximo a 20 mm desse piso. A subestação deve possuir duas janelas de ventilação natural permanente em cada cabine, sendo uma localizada a no máximo 300 mm do piso interno e outra a no máximo 200 mm do teto. A abertura das janelas inferiores de ventilação natural das cabines de medição, de manobra e de disjunção deve ter dimensões mínimas de 500 mm (largura) × 400 mm (altura). A abertura das janelas inferiores de ventilação natural das cabines de transformação deve ter dimensões mínimas definidas pela capacidade nominal do transformador, sendo dimensionadas para uma área de 0,30 m2 para cada 100 kVA de capacidade nominal de transformação. A abertura das janelas superiores de ventilação natural, que são destinadas tanto para permitir a saída de ar quente gerado no interior da subestação quanto à penetração da luz natural externa, deve ter sua área cerca de 10 % superior à área de ventilação das janelas inferiores. Mesmo provida de iluminação externa natural, é necessário projetar um sistema de iluminação interna artificial com nível de iluminamento adequado à operação e manutenção dos equipamentos, o que se pode conseguir seguindo as recomendações da NBR ISO/CIE 8995. Não deve ser projetada nenhuma luminária sobre as cabines de medição, disjunção e transformação, pois a troca de uma única lâmpada queimada implicaria o desligamento da subestação. Em adição ao sistema de iluminação artificial devese prever um sistema de iluminação de emergência, com autonomia mínima de duas horas, alimentado por um banco de baterias permanentemente carregado pela própria fonte de alimentação da subestação. As janelas inferiores de ventilação natural devem ser providas de venezianas fixas fabricadas em chapa de aço ou alumínio, dobradas em forma de V invertido a um ângulo de 60°. Todas as janelas devem ser protegidas externamente por grades de tela metálica com malha máxima de 13 mm e resistência adequada para evitar a penetração de répteis. A diferença de temperatura entre o interior e o exterior de uma subestação abrigada não deve ser superior a 15 °C. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • – – – • • • • • • 5.3 As portas normais e de emergência devem abrir sempre para fora e possuir barras antipânico. Nas subestações onde são utilizados transformadores e disjuntores isolados a óleo mineral não se devem instalar janelas de ventilação natural em paredes que façam divisa com recintos internos a áreas por onde haja grande movimentação de pessoas. Esse impedimento não deve ser aplicado quando os equipamentos instalados na subestação não operam com óleo mineral, como no caso de transformadores a seco, disjuntores a vácuo ou SF6. Nas subestações onde não é possível obter um sistema de ventilação natural permanente capaz de assegurar a temperatura adequada aos equipamentos lá instalados, será necessária a utilização de um sistema de ventilação forçada, através de exaustores, que possa fazer circular uma massa de ar refrigerante com saída para o meio exterior, ou ainda um sistema de ar refrigerado que somente deve ser empregado em casos em que outra solução mais econômica não possa ser implementada. Adotar na parte superior da subestação um sistema de calha lateral de coleta da água pluvial dirigindo a mesma para o solo através de tubos de PVC. No local de construção da subestação não é permitida a passagem de tubulações de outras utilidades, tais como as de gás, de água, de telefone, de esgotamento sanitário etc. Quando a subestação for construída em outro nível acima do solo e, para ter acesso à mesma, for necessário construir uma escada ou rampa, sua localização deve ser pelo lado externo da subestação e o material utilizado deve ser incombustível. Quando o ramal de entrada for do tipo subterrâneo devemse utilizar cabos com isolação a seco com seção não inferior a 25 mm2; o condutor deve ser de cobre. De preferência os cabos devem ser do tipo unipolar. É conveniente utilizar um cabo reserva de mesma seção e natureza dos cabos de fase. O cabo reserva deve ter a sua extremidade externa conectada, através de muflas, à rede de distribuição da concessionária ficando a outra extremidade isolada no interior da cabine de medição. No percurso enterrado entre o ponto de conexão com a rede de distribuição pública e a subestação devese usar eletroduto de PVC, podendo ser utilizados três cabos no mesmo eletroduto ou 1 (um) cabo por eletroduto. Alternativamente, pode ser utilizado eletroduto de ferro galvanizado. Nunca utilizar 1 (um) cabo isolado por eletroduto de ferro galvanizado. O diâmetro mínimo do eletroduto do ramal de entrada deve ser de 4” ou 100 mm. Para evitar que o cabo do ramal de entrada seja danificado por escavações inadvertidas devese envelopar o eletroduto em concreto magro como proteção mecânica a uma profundidade de 900 mm. Tratandose de eletroduto de ferro galvanizado não é necessária nenhuma proteção mecânica. A extremidade do eletroduto de ferro galvanizado deve ser aterrada na malha de aterramento da subestação. A malha de aterramento da subestação deve ser construída abaixo do piso, a 55 cm de profundidade, utilizandose cabo de cobre nu com seção não inferior a 50 mm2 e hastes de aço cobreado por eletrodeposição. A resistência da malha de aterramento da subestação deve ser, no máximo, de 10 Ω. As distâncias de instalação entre os eletrodos verticais de aterramento devem ser iguais ou superiores ao comprimento dos mesmos, observado o mínimo de 3 m de distância entre as hastes de terra de comprimento igual ou inferior a este valor. Todas as massas metálicas, tais como carcaça dos equipamentos (transformadores de força, transformadores de medidas, disjuntores, quadros de comando e controle), ferragens, grades e portasdevem ser aterradas por meio de cabos de cobre com seção mínima de 25 mm2. As conexões entre condutores e entre condutores e haste de aterramento devem ser em solda exotérmica ou conexões aparafusadas. O neutro do transformador de força deve ser aterrado na malha de aterramento. A blindagem metálica dos cabos isolados deve ser aterrada na malha de aterramento da subestação em único ponto. O ponto de terra dos pararaios deve ser conectado na malha de terra da subestação, juntamente com os demais aterramentos da instalação. Os barramentos devem ser de cobre, na forma de vergalhão ou barra retangular, com seção mínima de 50 mm2, firmemente fixados sobre isoladores tipo pedestal. Para identificação das fases devemse convencionar as seguintes cores: Fase A – vermelha Fase B – branca Fase C – marrom Os equipamentos de medição constituídos pelos transformadores de potencial, de corrente e medidor são dimensionados e fornecidos pela concessionária de energia local e sua instalação deve ser feita em um ambiente selado da subestação. A proteção geral das instalações deve ser provida de relés digitais atuando sobre a bobina de abertura do disjuntor geral de proteção durante a ocorrência de defeitos trifásicos ou monofásicos, sobrecarga, subtensão e sobretensão, falta de fase e inversão de fase. Os relés digitais devem possuir circuito de autossupervisão e fonte de alimentação própria, exclusiva em corrente contínua ou alternada. Devem ser instalados em painel localizado próximo à cabine do disjuntor geral ou diretamente no corpo do disjuntor de proteção geral, de conformidade com a Figura 5.3. Os relés devem ser alimentados por transformadores de corrente exclusivos, podendo ser instalados no corpo do disjuntor geral ou logo abaixo dos terminais de carga da chave seccionadora que precede o disjuntor geral. Quando for necessário utilizar um banco de baterias, o mesmo deve ser instalado em cabine de alvenaria bem ventilada construída no interior da subestação ou em cabine metálica. Devem ser utilizadas baterias chumboácidas, tipo estacionário, regulado por válvula. Se forem utilizadas baterias automotivas devem ser instaladas fora da área da subestação em cabine de alvenaria dotada de ventilação permanente. A tensão do banco de baterias normalmente utilizada nas subestações de média tensão é de 48 V, podendo ser empregados outros níveis de tensão como a de 125 V e raramente de 220 V. SUBESTAÇÃO DE INSTALAÇÃO ABRIGADA É aquela em que os equipamentos e aparelhos são instalados em dependências abrigadas das intempéries. As subestações abrigadas normalmente são construídas em alvenaria com estrutura em concreto armado. É o tipo mais comum de subestação utilizada em empreendimentos industriais, comerciais e residenciais. A subestação abrigada apresenta custo reduzido e é de fácil montagem e manutenção. Requer, no entanto, uma área construída relativamente grande, quando comparada com as subestações metálicas compactas, cuja aplicação é mais notável em instalações industriais, que têm espaços disponíveis próximos aos centros de carga. Figura 5.3 Figura 5.4 5.3.1 • • • 5.3.2 Vista frontal de um disjuntor associado ao relé de proteção. Vista frontal de uma subestação de média tensão. As subestações em alvenaria são divididas em compartimentos denominados postos ou cabines, cada um desempenhando uma função bem definida, como já foi estudado anteriormente. A Figura 5.4 mostra a parte frontal interior de uma subestação em alvenaria de média tensão (13.800380/220 V) identificando as cabines do disjuntor geral e dos transformadores. Já a Figura 5.5 mostra a vista superior das cabines já mencionadas relativas à subestação da Figura 5.4. Cabine de medição primária É aquela destinada à localização dos equipamentos auxiliares da medição, tais como os transformadores de corrente e potencial. Essa cabine é de uso exclusivo da concessionária, sendo o seu acesso devidamente lacrado, de modo a não permitir a entrada de pessoas estranhas à concessionária. As Figuras 5.1 e 5.2 mostram a cabine de medição abrigada de uma subestação em alvenaria. Já a Figura 5.6 mostra a cabine de proteção de uma subestação cuja medição de faturamento é feita mediante um conjunto polimérico contendo os transformadores de medida, e o medidor é instalado a cerca de 1,60 m acima do nível do solo. Esse padrão é seguido por um reduzido número de concessionárias de distribuição de energia elétrica. A cabine de medição é obrigatória nos seguintes casos: Quando a potência de transformação for superior a 225 kVA. Quando existir mais de um transformador na subestação. Quando a tensão secundária do transformador for diferente da tensão padronizada pela concessionária. Devese alertar que nem todas as concessionárias adotam em suas normas as condições anteriormente estabelecidas, sendo, no entanto, empregadas pela maioria delas. Quando a capacidade de transformação for igual ou inferior a 225 kVA, caso de pequenas indústrias, a medição, em geral, é feita em tensão secundária sendo dispensada a construção da cabine de medição. Se há, porém, perspectiva de crescimento da carga, é conveniente prever um local reservado à cabine de medição, evitando futuros transtornos. A maneira de instalar os equipamentos auxiliares da medição varia para cada concessionária, que se obriga apenas a fornecer os transformadores de corrente, de potencial e medidores. As normas de fornecimento dessas concessionárias, geralmente, estabelecem os padrões dos suportes necessários à fixação desses equipamentos. Cabine de proteção primária É destinada à instalação de chaves seccionadoras, fusíveis ou disjuntores responsáveis pela proteção geral e seccionamento da instalação. A NBR 14039 estabelece que, para subestações com capacidade de transformação trifásica superior a 300 kVA, a proteção geral na média tensão deve ser realizada por meio de um disjuntor acionado através de relés secundários com as funções 50 e 51, proteções de fase e de neutro. A Figura 5.6 mostra a cabine de disjunção e proteção com medição de faturamento ao tempo. Nesse caso, as cabines de transformação são construídas mais próximas às cargas. Já a Figura 5.7 mostra a vista lateral da Figura 5.6, excetuando o poste com o centro de medição de faturamento identificandose os transformadores de potencial e de correntes que são partes do sistema de proteção da subestação. Figura 5.5 • • Vista superior de cabine de média tensão – 13,80 kV. Os relés de proteção contra sobrecorrente são sensibilizados pelos transformadores de corrente dimensionados para a corrente de carga e para o valor da corrente de curtocircuito, de forma a não saturar durante os eventos de defeito. É necessário que os transformadores de corrente sejam localizados depois da chave seccionadora interna que sucede os equipamentos de medição. Quanto à forma de energização da bobina do disjuntor geral da subestação, são utilizados dois diferentes tipos de solução. Dispositivo de disparo capacitivo Neste caso, os disjuntores já incorporam na sua estrutura os relés de sobrecorrente e o dispositivo de disparo capacitivo que é constituído de um capacitor cuja energia armazenada é aplicada sobre os terminais da bobina de abertura do disjuntor geral quando os relés são sensibilizados pelo valor da corrente do circuito. Essa solução é aplicada raramente em subestações de pequeno porte. Sistema de corrente contínua Normalmente é utilizado um banco de baterias alimentado por um retificadorcarregador, nas tensões de 48 V a 125 V. Após o acionamento do relé, a bobina de abertura do disjuntor é acionada pela aplicação de tensão contínua entre os seus terminais. Esse sistema é aplicado em subestações de maior porte. Alternativamente às soluções anteriores, pode ser instaladono interior do painel que abriga os relés secundários um nobreak geralmente empregado na alimentação de computadores de uso pessoal com tensão de saída adequada ao relé de proteção. Normalmente é alimentado pelo QL da subestação ou por um transformador de potencial, conforme mostrado na Figura 5.7. Figura 5.6 5.3.3 • • • • • Conjunto de medição aérea e cabine de proteção – vista frontal. Cabine de transformação É aquela destinada à instalação dos transformadores de força, podendo conter ou não os equipamentos de proteção individual. A NBR 14039 estabelece que nas instalações de transformadores de 500 kVA ou maiores, em líquido isolante inflamável, devem ser observadas as seguintes precauções: Construção de barreiras incombustíveis entre os transformadores e demais aparelhos. Construção de um sistema adequado para drenar e conter o líquido proveniente de um eventual rompimento do tanque. Esse sistema pode ser construído de diferentes formas, porém todas elas têm como objetivo fundamental a limitação da quantidade de óleo a ser queimado, no caso de incêndio eventual. Após a descarga do líquido do transformador e a coleta do mesmo através de uma um recipiente de concreto, o óleo pode ser reaproveitado após tratamento. A Figura 5.8 mostra as principais partes componentes de um sistema coletor de óleo com barreiras cortachamas, ou seja: Sistema de coleta de óleo. Sifão cortachamas. Tanque acumulador. O sistema de coleta de óleo pode ser construído com uma área plana ligeiramente superior à seção transversal do transformador, incluindo os radiadores. Também pode ser construído com a área plana de dimensões reduzidas, prevendose, no entanto, um declive mínimo do piso de 10 % no sentido do recipiente, a fim de coletar o óleo que, porventura, vaze pelos radiadores. O sistema cortachamas funciona como barreira de proteção impedindo que as chamas, no caso de incêndio, atinjam o tanque acumulador. Deve ser construído com material incombustível e resistente a temperaturas elevadas. Os dutos de escoamento devem ter diâmetros de 75 mm, em ferro fundido ou galvanizado. Figura 5.7 Conjunto de medição aérea e cabine de proteção – vista lateral. Figura 5.8 5.3.3.1 5.3.3.1.1 5.3.3.1.2 5.4 5.4.1 Base do transformador com a bacia de contenção de óleo e o tanque coletor. O tanque acumulador deve ter capacidade de armazenar todo o volume de óleo contido no transformador. Esta capacidade útil de armazenamento está referida ao nível da extremidade do tubo de descarga no tanque. Para a potência nominal igual ou superior a 1500 kVA e inferior a 3000 kVA, a capacidade útil mínima do tanque acumulador é de 2 m3. Quando existem vários transformadores, podese construir apenas um tanque acumulador ligado através de sistemas cortachamas aos recipientes de coleta de óleo. Neste caso, a capacidade útil, mínima, do tanque acumulador deve ser igual à capacidade volumétrica do maior transformador do conjunto considerado. Classificação As subestações em alvenaria podem ainda ser classificadas quanto ao tipo do ramal de entrada. Subestação alimentada por ramal de entrada subterrâneo Quando montadas no nível do solo, as subestações alimentadas por ramal de entrada subterrâneo são construídas, normalmente, com altura mínima definida pela distância entre partes vivas e entre partes vivas e terra, pela altura dos equipamentos e pela altura de instalação de chaves, barramento, isoladores etc. A Figura 5.9 mostra, em corte, a vista frontal e superior de uma subestação, detalhando todas as dimensões fundamentais à sua construção e que serão analisadas posteriormente. As paredes externas e as divisões interiores são singelas, isto é, apresentam uma largura de 150 mm. Subestação alimentada por ramal de entrada aéreo Quando montadas no nível do solo, as subestações alimentadas por ramal de entrada aéreo são construídas normalmente com altura mínima de 6 m. Na Figura 5.10 é mostrada, em corte, a vista lateral de uma subestação com pédireito igual a 6 m, detalhando todas as dimensões fundamentais à sua construção, que serão analisadas posteriormente. As subestações com pédireito igual a 6 m, ou superior, apresentam paredes externas com largura mínima de 300 mm e as paredes das divisões internas com largura de 150 mm construídas, geralmente, em alvenaria. A preferência de construção recai, em geral, nas subestações alimentadas por ramal de entrada subterrâneo, por serem mais compactas. No entanto, quando a instalação já dispõe de galpão com altura elevada, aproveitase a construção existente e se projeta a subestação com o ramal de entrada aéreo, isto é, com um mínimo de 6 m. Quanto ao custo, basta comparar o adicional de construção civil somado à descida dos barramentos e demais acessórios, no caso de subestações alimentadas por ramal de entrada aéreo, com o custo de instalação do cabo isolado para a tensão primária de distribuição. Porém, para grandes ramais de entrada, sem dúvida, as subestações alimentadas por ramal de entrada subterrâneo apresentam custo superior devido ao alto preço das instalações dos cabos isolados. Podese, no entanto, adotar o ramal de entrada misto, isto é, parte aérea e parte subterrânea. O ramal de entrada das subestações alimentadas por ramal de entrada aéreo pode ser fixado na parte frontal ou na parte lateral das mesmas, conforme mostra a Figura 5.10. Independente do tipo de subestação, a sua cobertura deverá ser construída em placa de concreto armado, resistente à infiltração de água e coberta por caletão. SUBESTAÇÃO DE INSTALAÇÃO EXTERIOR É aquela em que os equipamentos são instalados ao tempo e, normalmente, os aparelhos de proteção e medição abrigados. Classificação As subestações de instalação exterior podem ser classificadas, segundo a montagem dos equipamentos, em dois tipos: Figura 5.9 5.4.1.1 • • Subestação abrigada em alvenaria com entrada subterrânea. Subestação aérea em plano elevado São assim consideradas as subestações cujo transformador está fixado em torre ou plataforma, geralmente fabricada em concreto armado, aço ou madeira. Todas as partes vivas não protegidas devem estar situadas, no mínimo, a 5 m acima do piso. Quando não for possível observar a altura mínima de 5 m para as partes vivas, pode ser tolerado o limite de 3,5 m, desde que o local seja provido de um sistema de proteção de tela metálica ou equivalente, devidamente ligado à terra, com as seguintes características: Afastamento mínimo de 30 cm das partes vivas. Malha de 50 mm de abertura, no máximo, fabricada com fios de aço zincado ou material equivalente, de 3 mm de diâmetro, no mínimo. Figura 5.10 • • • 5.4.1.2 Subestação abrigada com entrada aérea. Os equipamentos podem ser instalados da seguinte forma: Em postes ou torres de aço, concreto ou madeira adequada. Em plataformas elevadas sobre estrutura de concreto, aço ou madeira adequada. Em áreas sobre cobertura de edifícios, inacessíveis a pessoas não qualificadas ou providas do necessário sistema de proteção externa. Em nenhum equipamento, neste caso, pode ser empregado líquido isolante inflamável. As normas de algumas concessionárias limitam a potência do transformador instalado em um só poste, em 150 kVA, ficando a instalação em dois postes para transformadores de potência igual ou superior a 225 kVA. As Figuras 5.11 e 5.12 mostram uma subestação em torre com a unidade de transformação montada em um único poste e um conjunto polimérico de medição incorporado. Esse tipo de subestação compacta, concentrado em uma única estrutura, é adotado pela Enel Distribuição Ceará. Subestação de instalação no nível do solo É aquela em que os equipamentos, tais como disjuntores e transformadores, são instalados em bases de concreto construídas no nível do solo, e os demais equipamentos, tais como pararaios, chaves fusíveis e seccionadoras, são montados em estrutura aérea, conformeexemplifica a Figura 5.13, em que se mostram a vista lateral e a vista superior. Esse tipo de subestação, em local urbano, normalmente é de custo muito elevado, em virtude de os equipamentos serem apropriados para instalação ao tempo e principalmente devido ao preço do próprio terreno. Em áreas periféricas aos grandes centros urbanos ou em áreas rurais, porém, esse tipo de subestação apresenta vantagens econômicas. Na tensão de 15 kV temse mostrado pequena a utilização desse tipo de subestação, devido principalmente à manutenção que deve ser mais rotineira e cuidadosa do que as subestações do tipo abrigada. O fosso coletor de óleo do transformador de força é geralmente construído sob o equipamento e deve conter, pelo menos, 1,25 vez a capacidade de óleo contido no mesmo. A fundação dos transformadores contendo líquidos isolantes inflamáveis deve ser dotada de revestimento do tipo autoextintor de incêndio, tais como pedra britada, ou um sistema de drenagem adequado. O sistema mostrase inadequado devido à possibilidade de o fosso coletor receber a água da chuva que banha o transformador e laterais. Neste caso, devese retirar a água do fosso coletor para evitar que, nessa condição, em havendo um derramamento de óleo do transformador, o referido óleo, por ser mais leve, transbordaria do fosso para fora, o que não é permitido pelas leis ambientais. Essa questão é resolvida com a construção de uma caixa de separação entre o óleo que porventura vaze pelo radiador ou do próprio tanque do transformador e a água da chuva. Sua localização está normalmente nas proximidades da base do transformador. O desenho dimensional pode ser visto na Figura 5.14. O volume do tanque é função da quantidade de óleo contida no transformador. O fundo do fosso do coletor do óleo do transformador deve ser recoberto por 20 cm de brita e possuir dispositivo do tipo autoextintor de incêndio, tal como pedra britada ou um sistema de drenagem adequada. A subestação deve ser protegida externamente com tela metálica, arame liso ou mureta de alvenaria, a fim de evitar a aproximação de pessoas ou animais. Quando usada tela de proteção externa, esta deve ter malha de abertura máxima de 50 mm e ser constituída de aço zincado de diâmetro 3 mm, no mínimo, ou material com resistência mecânica equivalente. Quando for usado arame liso, o espaçamento entre os fios não deve exceder 15 cm. Devese fixar pelo menos um aviso indicando “Perigo de morte – alta tensão”, com os símbolos indicativos que caracterizam o perigo que a instalação possa causar. Esse aviso deve ser colocado em local visível e externamente à subestação. Quando não houver mureta de base em alvenaria, a parte inferior da tela não deve ficar a mais de 10 cm acima do nível do solo. Figura 5.11 Subestação aérea – vista lateral 1. Figura 5.12 Subestação aérea – vista lateral 2. Figura 5.13 Subestação ao tempo – vistas lateral e superior. O acesso a pessoas qualificadas deve ser feito através de portão, abrindo para fora, com dimensões mínimas de 0,80 × 2,10 m. O portão deve ser adequado também à entrada de materiais no interior da subestação. Devese prever a construção de um sistema adequado de drenagem das águas pluviais. Os suportes podem ser construídos de vigas e postes de concreto armado ou de perfis de aço galvanizado. Figura 5.14 5.5 Caixa separadora águaóleo. Os aparelhos são, geralmente, instalados em cubículos metálicos abrigados em construção de alvenaria. Também podem ser instalados em cubículos metálicos apropriados para operação ao tempo com grau de proteção IP 65. SUBESTAÇÃO E GERAÇÃO ASSOCIADA Com a crise do setor elétrico em 2001/2002 que resultou em severo racionamento de energia elétrica no país, muitos estabelecimentos industriais e comerciais agregaram às suas subestações um grupo motor gerador (GMG) temendo novas crises energéticas. Essas subestações são empregadas mais comumente em instalações industriais, comerciais de grande porte (shopping centers), hospitalares e hotelaria de alto nível e outros empreendimentos cuja falta de energia de fornecimento da concessionária local poderá ocasionar prejuízos ou transtornos inaceitáveis. O projeto apresentado na Figura 5.15 é relativa a uma subestação associada à planta de geração dotada de dois geradores de 500 kVA gerando em baixa tensão, 380/220 V, e injetando a potência gerada no barramento do quadro geral de força (QGF) em que faz o paralelo com o sistema elétrico da concessionária ou apenas a transferência de carga. Já na Figura 5.16 encontrase a vista frontal da mesma subestação, destacandose a posição dos geradores e tanque de combustível. Devese alertar que se o tanque de combustível for superior a 100 litros de óleo será necessário construir uma bacia de contenção de óleo logo abaixo de sua instalação, com capacidade para armazenar todo volume de óleo do tanque. Para obter a licença de operação, o projeto da usina de geração deve ser apresentado para aprovação do Corpo de Bombeiro local, bem como para aprovação do órgão ambiental do município onde está sendo implantado o empreendimento. O Capítulo 16 do livro Instalações Elétricas Industriais (LTC, 2017), do presente autor, trata do assunto e nele são desenvolvidos exemplos de aplicação para o dimensionamento de uma usina de geração a óleo diesel e a gás natural. O arranjo desse tipo de projeto quando dimensionado para consumo interno do empreendimento pode atender a duas possibilidades de operação. A primeira permite a operação do sistema gerador em caráter de emergência, isto é, quando da ausência da tensão no barramento do QGF o sistema gerador é acionado imediatamente, fazendo a instalação retornar às condições normais de operação. Algumas vezes, o projeto segrega a carga em dois tipos: (i) cargas essenciais e (ii) cargas não essenciais. Assim, quando o sistema gerador é acionado, o disjuntor correspondente às cargas não essenciais é automaticamente desligado, sendo energizadas apenas as cargas essenciais. Com o retorno da fonte principal de alimentação o sistema volta à normalidade operacional. Figura 5.15 Figura 5.16 Planta baixa de uma subestação associada a uma geração. Planta baixa de uma subestação associada a uma geração. No caso do projeto mostrado na Figura 5.15 percebese a instalação de dois transformadores de potência que operam em paralelo. A geração, nesse caso, é composta por dois grupos motor gerador, movidos a óleo diesel destinados à operação em emergência. Somente quando da falta de tensão no barramento do QGF são acionados os dois grupos motor gerador que logo em seguida são postos em paralelo para, finalmente, alimentar a carga através do fechamento do disjuntor de baixa tensão. Devese tomar cuidado para não permitir que a central de geração opere com o banco de capacitores ligado, caso tenha sido instalado esse equipamento no barramento do QGF para corrigir o fator de potência da instalação. Também, podese observar a existência de tanque de óleo diesel para suprimento do GMG. A capacidade do tanque é função do tempo máximo esperado para que o sistema de emergência venha a ser solicitado. Esse tipo de empreendimento é mais empregado quando o país está na iminência de sofrer restrição na oferta de demanda, por escassez de chuvas nas principais bacias hidrelétricas. Porém, em tempos de normalidade de oferta de energia o seu custo de produção é muito elevado, pois normalmente usase como insumo o óleo diesel e mais raramente o gás natural que somente é viabilizado quando há rede de gasoduto no local ou muito próximo ao local do empreendimento. 5.6 5.6.1 5.6.1.1 5.6.1.1.1 Figura 5.17 Figura 5.18 5.6.1.1.1.1 5.6.1.1.2 Para o dimensionamento físico de uma subestação é necessário conhecer as dimensões de todos os equipamentos