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DOS FLUIDOS Pedro José G. Ferreira Thaís Cavalheri í-2754 ESTÁTICA DOS FLUIDOS Prof. Me. Pedro José G. Ferreira Profa. Dra. Thaís Cavalherí Obra protegida por Direitos Autorais, todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial para qualquer finalidade, sem prévia e expressa autorização dos autores, por meio eletrônico ou mecânico, incluindo cópia impressa ou digital e gravação, ou por qualquer outro sistema de armazenamento e transmissão de informação existente ou que possa existir no futuro, sujeito as penas da lei de Direitos Autorais n° 9.610/98. BIOGRAFIA RESUMIDA DOS AUTORES Pedro José G. Ferreira Possui graduação em Engenharia de Controle e Automação pela Universidade Paulista (UNIP) obtida em 2004. Após a graduação, cursou durante o período de 2006 a 2007 a pós-graduação lato sensu (especialização) em Formação de Professores para o Ensino Superior pela UNIP. Em 2009 ingressou no curso de Mestrado em Engenharia da Produção no Programa de Pós- Graduação da UNIP, concluindo em 2011. No período de 2004 a 2009 atuou como Engenheiro na Companhia Ultragaz S.A. Dentro do mercado de Engarrafamento de Gás Liquefeito do Petróleo (GLP), as principais atividades desenvolvidas foram nas áreas de produção; manutenção; projetos de Engenharia; processos de pintura industrial; inspeção e manutenção de vasos de pressão; normatização, elaboração e acompanhamento de ensaios técnicos. Desde 2005 até o presente, atua como Professor Adjunto do curso de Engenharia do ICET da UNIP. Juntamente como Professor do ICET, é coordenador do curso de Engenharia Básico. Thaís Cavalheri Cursou o Bacharelado em Física Médica pela Universidade de São Paulo (USP) no período de 2001 a 2005. Em 2005 ingressou no curso de Mestrado em Ciências (Física) no Programa de Física Aplicada à Medicina e Biologia da USP, concluindo em 2007. Juntamente com o curso de Mestrado, também cursou a pós-graduação lato sensu (especialização) Master in Business Administration - MBA em Gestão de Organizações Hospitalares e Sistemas de Saúde pela Fundação Getúlio Vargas - FGV. Em 2008 ingressa no curso de Doutorado em Ciências (Física) junto ao Programa de Tecnologia Nuclear do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Comissão Nacional de Energia Nuclear (IPEN-CNEN/SP), programa este vinculado à Pós-Graduação da USP. Defende sua Tese de Doutorado em 2012. Após o final do doutorado, permanece ainda no IPEN-CNEN/SP como pesquisadora em pós-doutoramento. Em 2011 é contratada pela Universidade Paulista (UNIP) junto ao Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (ICET) com a titulação de Professor Titular. Desde agosto de 2012 até o presente é professora líder das disciplinas Tópicos de Física Geral e experimental (TFGE) e Mecânica da Partícula (MP). SUMARIO Página 1. O SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES (SI) E OUTROS SISTEMAS 1 1.1 Sistemas de Unidades Físicas , 1 1.2 Unidades Fundamentais e Derivadas 1 1.3 Tipos de Sistemas: MLT e FLT 2 1.4 O Sistema Internacional de Unidades (SI) 4 1.5 O Sistema CGS 6 1.6 O Sistema MKS , 6 1.7 O Sistema MKgfS 7 •1.8 Outros Sistemas 8 1.9 Conversão de Unidades 9 1.10 Exercícios Propostos 13 TAREFAS 17 2. DEFINIÇÃO E PROPRIEDADES DE FLUIDOS 29 2.1 Conceitos Fundamentais e Definição de Fluidos 29 2.2'Pressão Média e Tensão de Cisalhamento Média 31 2.3 Massa Específica 32 .2.4 Peso Específico 34 2.5 Relação entre Massa Específica e Peso Específico 35 2.6 Peso Específico Relativo 36 2.7 Tipos de Fluido 37 2.7.1 Fluido Ideal 37 2.7.2 Fluido Incompressível 37 2.7.3 Fluido Compressível 38 2.7.4 Fluido indilatável ;..-• 38 2.7.5 Fluido Dilatável 38 2.8 Equação de Estado dos Gases 38 2.9 Tipos de Viscosidade 41 2.9.1 Viscosidade Dinâmica ou Absoluta 41 2.9.2 Viscosidade Cinemática 45 2.10 Pressão Hidrostática 46 2.11 Exercícios Propostos 49 TAREFAS 51 3. ESCALAS TERMOMÉTRICAS E DE PRESSÃO 63 3.1 Escalas Termométricas 63 3.1.1 Escalas Celsius e Fahrenheit 63 3.1.2 Escala Kelvin , 65 3.2 Escalas de Pressão 67 3.2.1 Pressão Atmosférica (Pafm) 67 3.2.2 Presão Efetiva e Pressão Absoluta 70 3.3 Exercícios Propostos : 77 TAREFAS r 79 4. ESTÁTICA DOS FLUIDOS 87 4.1 Empuxo 87 4.1.1 Princípio de Arquimedes 88 4.1.2 Peso Real e Peso Aparente 89 4.2 Pressão Média 91 4.3 Lei de Stevin 92 4.4 Vasos Comunicantes 95 4.5 Lei de Pascal 97 4.5.1 Prensa Hidráulica 98 4.6 Exercícios Propostos 103 TAREFAS 111 5. MEDIDORES DE PRESSÃO , 121 5.1 Barómetro 121 5.2 Manómetros 123 5.2.1 Manómetro de Tubo Piezométrico, Piezômetro ou Coluna Piezoméírica 124 5.2.2 Manómetro Metálico ou de Bourdon 125 5.2.3 Manómetro de Tubo em U 127 5.3 Equação Manométrica 131 5.4 Exercícios Propostos 133 TAREFAS 139 6. COMPORTA-SUPERFÍCIE PLANA 151 6.1 Força numa Superfície Plana Submersa ' 151 6.2 Centro das Pressões 156 6.3 Momento de Inércia 160 TAREFAS 165 BIBLIOGRAFIA 171 CAPITULO 1 1. O SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES (SI) E OUTROS SISTEMAS 1.1 Sistema de Unidades Físicas Sistema de unidades físicas é o nome que se dá ao conjunto de unidades utilizadas para dimensionar todas as espécies de grandezas físicas. 1.2 Unidades Fundamentais e Derivadas Atualmente, verificou-se que as unidades de um sistema podem ser definidas em função de seis unidades, convenientemente escolhidas. Essas seis unidades são consideradas fundamentais, primárias ou também unidades base do sistema. Todas as outras unidades são definidas em função das fundamentais, sendo assim consideradas unidades derivadas ou secundárias. Portanto, grandezas 'correspondentes às unidades fundamentais são conhecidas como grandezas fundamentais do sistema, enquanto que, as demais, grandezas derivadas. -1- 1.3 Tipos de Sistemas: MLT e FLT Um sistema de unidades físicas é constituído por unidades geométricas, cinemáticas, dinâmicas, térmicas, eletromagnéticas e óticas. Esses sistemas não necessitam de seis unidades fundamentais, podendo ser compostos somente por três dessas unidades. Dentre as três unidades que definem um sistema, uma deve ser geométrica, uma cinemática e uma dinâmica. Hoje, todos os sistemas usados adotam como grandeza geométrica fundamental o comprimento (L) e como grandeza cinemática primária o tempo (T). Entretanto, quanto à grandeza dinâmica fundamental, alguns sistemas escolheram a massa (M) e, outros definiram a força (F). Sendo assim, os sistemas podem ser agrupados em dois tipos: MLT, denominados inerciais ou físicos e FLT, denominados gravitacionais ou técnicos. Qualquer outra grandeza física (conhecida como grandeza derivada) que não faz parte da base pode ser relacionada com as grandezas fundamentais por meio das equações da Mecânica e, sua unidade será definida pelo produto de potência das três unidades fundamentais escolhidas para cada tipo de sistema. Tabela 1.3.1: Tipos de sistemas e as grandezas fundamentais que os constitui. Tipo de Sistema MLT FLT Tipo de Grandeza Física Dinâmica Geométrica Cinemática Dinâmica Geométrica Cinemática Grandeza Fundamental (Base) Massa Comprimento Tempo Força Comprimento Tempo Símbolo M L T F L T . m m Para Sistemas de Unidades (os quais serão descritos a seguir) que adotam como grandezas fundamentais o terno MLT, a força é uma grandeza física derivada. A fim de definir a unidade de força, utiliza-se a 2a Lei de Newton, também conhecida como Lei da Dinâmica de Newton. Portanto, para os sistemas do tipo MLT, a unidade de força será definida por: 2a Lei de Newton: F - m • a . . _ comprimento , __?sendo, aceleração = => a = L • T tempo :. F^M-L-T'2 Da mesma forma, para Sistemas de Unidades que adotam o terno FLT como grandezas fundamentais, a massa é uma grandeza física derivada. Sendo assim: 2a Lei de Newton: F = m -a => m = — a sendo, a = L-T 2 L-T~ Exemplo: Determinar a equação dimensional da massa específica p no sistema do tipo FLT (base): A massa específica é definida por: p = — V Sendo: m = massa; V= volume. Sabendo que para o sistemado tipo FLT a massa é uma grandeza física derivada e deve ser relacionada com as grandezas fundamentais, pode-se definir pela 2a Lei de Newton: F = m-a :=> m = — a Por meio da cinemática, define-se a grandeza física aceleração: comprimento , 2 aceleração ^ => a = L - T tempo L-T Segundo a geometria, sabe-se que o volume é definido por: 3 3volume = comprimento => V = L ,-> _i • m F-L -T ._ ,_4 _2Sendo assim: p = — = ^ • => p = F-L -T V i.J 1.4 O Sistema Internacional de Unidades (SI) Quando se deseja medir uma grandeza física, é necessário selecionar uma unidade de medida. O Sistema Internacional de 4 'A Unidades (SI) consiste em unidades de medidas oficiais adotadas em todo o mundo para definir as sete grandezas físicas descritas a seguir: Tabela 1.4.1: Unidades de grandezas físicas do SI. Grandeza Física Comprimento Massa Tempo Corrente Elétrioa Temperatura Intensidade Luminosa Quantidade de Matéria Unidade metro quilograma segundo ampere kelvin candeia mol Símbolo m kg s A K cd mol Qualquer outra grandeza física pode ser medida por meio das sete unidades que fazem parte do Sistema Internacional de Unidades (SI), apresentadas anteriormente. Na Tabela 1.4.2 a seguir estão descritas grandezas físicas derivadas e suas respectivas unidades no SI que serão amplamente utilizadas no estudo da Mecânica dos Fluidos: Tabela 1.4.2: Unidades de grandezas físicas derivadas do SI. Grandeza Física Velocidade Aceleração Força Densidade Trabalho Potência Pressão Símbolo do Sistema Tipo MLT ' "" L?r1 "•" L.T* M.L.T-2 M.L-3 M.L *.T* M.L *.T -J M.L^.T^ Unidade m/s m/s* kg.m/s-1 = N* kg/m-5 N. m = J* J/s = W* N/m^ = Pa* *N = newton (unidade de força). *J = joule (unidade de energia). *W = watt (unidade de potência). *Pa = pascal (unidade de pressão). 5 1.5 O Sistema CGS O Sistema CGS é do tipo MLT e, suas unidades fundamentais estão descritas na Tabela 1.5.1 a seguir: Tabela 1.5.1: Unidades de grandezas físicas do Sistema CGS. Grandeza Física Massa Comprimento Tempo Unidade grama centímetro segundo Símbolo g cm s Na Tabela 1.5.2 a seguir estão descritas algumas grandezas físicas derivadas e suas respectivas unidades no Sistema CGS: Tabela 1.5.2: Unidades de grandezas físicas derivadas do Sistema CGS. Grandeza Física Velocidade Aceleração Força Densidade Trabalho Potência Pressão Símbolo do Sistema Tipo MLT L.T-1 L.T-* M.L.T '*• M.L'0 M.L^.T-* M.L .̂T "* M.L-\T-Z Unidade cm/s cm/s7 g.cm/s7 = dyn* g/cmd dyn.cm = erg** erg/s dyn/cm^ *dyn=dina = unidade de força. **erg = 0,1 jiJ = unidade de energia/trabalho 1.6 O Sistema MKS O Sistema MKS é do tipo MLT e atualmente é o sistema universal da Física. Suas unidades fundamentais estão descritas na Tabela 1.6.1 a seguir: 6 Tabela 1.6.1: Unidades de grandezas físicas do Sistema MKS. Grandeza Física Massa Comprimento Tempo Unidade quilograma metro segundo Símbolo kg m s 1.7 O Sistema MKgfS O Sistema MKgfS é do tipo FLT sendo muito utilizado em Engenharia, principalmente em obras e projetos técnicos. Suas unidades fundamentais estão descritas na Tabela 1.7.1 a seguir: Tabela 1.7.1: Unidades de grandezas físicas do Sistema MKgfS. Grandeza Física Unidade Símbolo Força Comprimento Tempo quilograma-força metro segundo kgf m s Na Tabela 1 .7.2 a seguir, estão descritas algumas grandezas físicas derivadas e suas respectivas unidades no Sistema MKgfS: Tabela 1.7.2: Unidades de grandezas físicas derivadas do Sistema CGS. Grandeza Física Velocidade Aceleração Massa Densidade Trabalho Potência Pressão Símbolo do Sistema Tipo FLT LT'1 L/r2 F.L^.T2 F.L-VT* F.L F.L.T -1 F.L* Unidade m/s m/s^ kgf.s2/m = utm* utm/nT5 kgf. m kgf.m/s kgf/m2 *utm = unidade técnica de massa. 7 1.8 Outros Sistemas O Sistema MTS usado na França e o Sistema Inercial Inglês e Norte Americano usado na Inglaterra e nos Estados Unidos, são sistemas do tipo MLT. Suas unidades fundamentais estão descritas na Tabela 1.8.1 a seguir: Tabela 1.8.1: Unidades de grandezas físicas dos Sistemas MTS e o Inercial Inglês e Norte Americano. Sistema MTS Grandeza Física Unidade Símbolo Massa Comprimento Tempo tonelada metro segundo t m Sistema Inercial Inglês e Norte Americano Unidade Símbolo libra pé segundo Ib Na Tabela 1.8.2 a seguir, estão descritas algumas grandezas físicas derivadas e suas respectivas unidades no Sistema Inercial Inglês e Norte Americano: Tabela 1.8.2: Unidades de grandezas físicas derivadas do Sistema Inercial Inglês e Norte Americano. Grandeza Física Velocidade Aceleração Força Densidade Trabalho Potência Pressão Símbolo do Sistema Tipo MLT LT-1 L.T-* M.L.T •" M.L'3 M.L ".T '" M.L-VT"5 M.L^.T* Unidade Ws ftfe-1 Jb.Ws" = pdl* Ib/ft3 pdl.ft pdi.ft/s pdl/ft2 *pdl - poundal (unidade técnica de força). O Sistema Gravitacional Inglês e Norte Americano usado na Inglaterra e nos Estados Unidos, são sistemas do tipo FLT. Suas unidades fundamentais estão descritas na Tabela 1.8.3 a seguir: Tabela 1.8.3: Unidades de grandezas físicas do Sistema Gravitacional Inglês e Norte Americano. Grandeza Física Força Comprimento Tempo Unidade libra-força pé segundo Símbolo Ibf L ft s Na Tabela 1.8.4 a seguir estão descritas grandezas físicas derivadas e suas respectivas unidades no Sistema Gravitacional Inglês e Norte Americano: Tabela 1.8.4: Unidades de grandezas físicas derivadas do Sistema Gravitacional e Norte Americano. Grandeza Física Velocidade Aceleração Massa Densidade Trabalho Potência Pressão Símbolo do Sistema Tipo FLT L.T-1 L.T'2 F.L-\J'2 F.L^.T^ F.L F.L.T -1 F.L* Unidade ft/s ft/s^ Ibf.s^/ft = siug* slug/ft3 Ibf.ft Ibf.ft/s Ibf/ft2 *slug = unidade de massa. 1.9 Conversão de Unidades Todas as medidas de qualquer que seja a grandeza física, possuem um módulo e uma unidade. Quando são realizadas operações matemáticas com essas grandezas, como somar, subtrair, 9 multiplicar e dividir, as unidades são tratadas' como grandezas algébricas. Atente-se para o exemplo a seguir: Exemplo: Considere que um carro está a 90 km/h. Qual é a velocidade do carro em metros por segundo (m/s) e também em milhas por hora (mi/h)? 1° - A velocidade de 90 km/h será multiplicada por uma série de fatores de conversão que transformará km/h em m/s: 90 km 1000 m • x x- 1 h 1 km 60 min 60 s 1 min -x — = 25 mis 2° - A velocidade de 90 km/h será multiplicada somente por- um fator de conversão que transformará km/h em mi/h, sabendo que 1 mi = 1,61 km: 90 km 1 mi ^H L.1,61 km =55'9 milh A seguir estão descritas tabelas com os principais fatores de conversão utilizados atualmente para diferentes grandezas físicas: Comprimento ÍÊMWIMNNÍL m 1 metro (m) 1 polegada (pol) -l pé (ft) 1 milha (mi) 1 " 2,540x1 0* 0,3048 1609,344 pol 39,37 1 12 63360 ft 3,281 8,333x1 0'2 1 5280 mi 6,2Í4xí Õ* 1 ,578x1 0'5 1,894x1 0"4 1 in = inch = polegada 1 in (ou pol) =2,54 cm 10 * m Tempo 1 segundo (s) 1 minuto (min) 1 hora (h) 1 dia (d) 1 ano 1 60 3600 8,640x1 0 4 3, 156x1 0 7 min Í ,667x1 Ô'2 1 60 1440 5,260x1 0 5 h 2,778x10 •* 1,667x1 0'2 1 24 8,766x1 0 J d 1, 157x1 0-1 6,994x1 0 "* 4, 167x10-* 1 365,242 ano 3,1 69x10 -o 1,901x10 •* 1,141x10-* 2,738x1 0"3 1 Massa kg utm slug 1 quilograma (kg) 1 1,0197x10- 6,852x10- 1 unidade técnica de massa (utm) 9,80665 1 0,67 1 slug 14,59 1,4925 *1 ton (tonelada) = 1000 kg Área 1 metro quadrado (m*) 1550 10,76 1 polegada quadrada (poP) 6,452x10" 6,944x10" 1 pé quadrado (ft2) 9,290x10" 144 1 Volume cm- põr 1 metro cúbico (m ) 1 centímetro cúbico (cm3) 10' 103 6,102x10^ 35,31 10" 10" 6,102x10- 3,531x10" 1 litro (I) 1 polegada cúbica (pol3) 10- 103 1 61,02 3,531x1 0 ̂ 5,787x1 0"4 1 pé cúbico (ft3) 1,639x10-" 2,832x10-* 16,39 2,831x104 1,639x10" 1 28,32 1728 1 Velocidade km/h ft/s mi/h 1 metro/segundo (m/s) 1 3,600 3,281 2,237 1 quilómetro/hora (km/h) 0,2778 0,9113 0,6214 1 pé/segundo (ft/s) 0,3048 1,097 0,6818 milha/hora (mi/h) 0,4470 1,609 1,467 111 1 newton (N) •1 Força o , 2 pdl 7,233 Ibf "0,2248" 1 quilograma-força (kgf) 9,8065 1 70,93 2,205 1 poundal (pdl) 0,138 1,41x10" 1 3,1x10' 13825 1 libra-força (Ibf) 4,448 0,454 32,17 1 4,448x1 Oi 1 dina 10' 0,102x10' 7,23x10" 2,248x10" 1 Potência W cal/s HP Ibf.ft/s Btu/h 77. •*,.,_...' 3,411 watt (W) 1 0,2390 1,341x1 q' 0,7376 1 caloria/segundo (cal/s) 4,184 5,611x10" 3,086 1 Horse Power (HP) 745,7 178,2 1 550 1 libra-força pé por segundo (Ibf.ft/s) 1,356 0,3240 1,818x10'3 3,928x10"41 Btu/hora (Btu/h) 0,2930 7,000x10" 0,2162 Densidade kg/m3 g/cm3 Ib/ft3 1 quilograma/metro cúbico (kg/m3) 1 grama/cm3 (kg/cm3) 1 libra/pé cúbico (lb/ftj) 1 10a 16,02 •TCP 1 1,602x1 0"2 6,243x1 0"2 62,43 1 1 pascal (N/m2 = Pa) 1 dina/cm* (dyn/cm2) 1 atmosfera (atm) 1 milímetro de Hg (mmHg = torr) 1 llbra- f orça/polegada quadrada (Ibf/pof ) 1 polegada de água 1 metro de coluna de água (mca) * Ihf/nnl2 flihra Pa 1 0,1 1,01x1 05 133,3 6895 249,1 9806,38 dina/cm2 10 1 1,01x10 6 1,33x1 03 6,89x1 0 4 2491 9.81.104 Pressão atm 9,87x1 O* 9,87x1 0 "7 1 1,32x1 0"3 0,068 2,46x1 0"3 0,1 mmHg (torr) 7,50x1 0"3 7,50x1 0"4 760 1 51,72 1,87 73,55 'Ibf/pof 1,45x1 0"4 1,45x1 0"5 14,70 1,93x1 0'2 1 3,61 x10'2 1,42 polegada de água 4,02x1 0"3 4,02x10"* 406,8 0,535 27,68 1 39,37 V mca ^F 1,02.10™^ 1,02.1o'' 10,33™ 0,01 ̂ 0,03 A 1 •A 12 1.10 Exercícios Propostos 01. Demonstre a transformação das unidades de comprimento, área e volume relacionadas a seguir para as respectivas unidades citadas: de 2,5 km 5,0 m 2,0 in 1,0 m2 100 cm2 1,0 m3 14501 2,5 m3 para m mm cm cm2 In2 1 m3 dm3 resposta 02. Demonstrar a conversão das unidades de pressão, relacionadas a seguir para as respectivas unidades citadas: de para resposta 0,8 kPa 10.000 N/m2 200 bar 200 kgf/m2 kgf/m2 kgf/m2 kgf/m2 bar 03. Escrever as fórmulas dimensionais nas bases MLT e FLT das seguintes grandezas físicas: vazão, volume e pressão. 13 04. Quando aplicamos uma força F em um corpo de massa m, é causada uma aceleração a e um deslocamento AS; e assim, definimos a grandeza física trabalho realizado por uma força. O trabalho é definido pela equação a seguir: W = m • a • AS Pensando exclusivamente no Sistema Internacional de Unidades (SI), expresse a unidade de trabalho. 05. Considerando duas grandezas de dimensões X = M e Y = LT2, sendo M a dimensão de massa, L a dimensão de comprimento e T a dimensão de tempo, determine a grandeza definida por X.Y. 06. Quando estamos dentro de uma piscina e tentamos levantar o corpo de uma pessoa, "sentimos" certa facilidade para levantar este corpo, que não é percebida quando estamos fora da água. Isso se deve a força de empuxo (E), que é dada pelo produto da massa específica (p), pela gravidade (g) e pelo volume deste corpo (V) (E - p.g. V). Defina a fórmula dimensional do empuxo na base FLT. 07. Como exemplificado na teoria do Capitulo 1, no Sistema Internacional de Unidades (SI) possuímos 7 unidades de medidas oficiais, as quais são: o metro (m), o quilograma (kg), o segundo (s), o kelvin (K), o ampere (A), a candeia (cd) e o mol (mo/). O número de 14 Reynolds (Re) é um número adimensional utilizado na Mecânica dos Fluídos, para o cálculo do regime de escoamento. Utilizando unidades no SI e a equação a seguir, demonstre que o número de Reynolds ê um número adimensional. *(̂ Sendo: p = massa específica; ^ v= velocidade média de escoamento do fluído; ;{p> D = diâmetro do conduto; £• fj - viscosidade dinâmica do fluído. 0 •m 0 m m m • •• • * * 16 TAREFA-1 Demonstrar a conversão das unidades de pressão, relacionadas a seguir, para as respectivas unidades citadas: de 1,3MPa 20.000 N/m2 135 bar 200 kgf/cm2 10 mca para kgf/m2 kgf/cm2 kgf/m2 bar Pa resposta 17 TAREFA - 2 Escrever as equações dimensionais das grandezas a seguir apresentando as justificativas adequadas: Grandeza Pressão Força Potência Velocidade angular Massa Frequência MLT FLT 20 TAREFA-3 Considerando duas grandezas X e Y, respectivamente de dimensões M.L.T"2 e L2, sendo M a dimensão de massa, L a dimensão de comprimento e T a dimensão de tempo, determine a grandeza definida por X/Y. 21 22 TAREFA-4 Segundo o site da \Jol(http://carros.hsw,uol.com.br/aerodinamica2.htm), o Volvo seda 960, no período de 1970/1980, possuía coeficiente de arrasto (crf) 0,36. Os Volvos mais recentes, mais curvilíneos, possuem coeficiente de arrasto (cd) 0,28; uma demonstração da preocupação da indústria com a eficiência energética. A tabela a seguir apresenta o coeficiente de arrasto (crf) de alguns veículos: Veículo Coeficiente de Arrasto (c<y) Saveiro Gol 0,378 0,340 Fonfe:http://autoentusiastas.blogspot.com. br/2011/07/aerodinamica-no-dia-dia.html Sabendo que o coeficiente de arrasto (cd) é expresso pela equação a seguir, verifique utilizando os dados oferecidos, se o veículo testado em túnel de vento é competitivo frente aos dados apresentados anteriormente na tabela. 0,5 • p • v2 • A Dados provenientes do ensaio em túnel de vento: massa específica ar (p) - 1,22 kg/m3; área frontal (A) = 1,35 m2; velocidade (v) - 90km/h; força de arrasto (Fd) = 320 N. 23 24 TAREFA - 5 O Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE) promove seminários para discutir aumento da eficiência energética em veículos pela redução da resistência do ar. A força de arrasto é a força que os veículos têm que vencer para se movimentar e, essa grandeza aumenta conforme a velocidade do corpo aumenta. A redução do consumo de combustível não é somente uma questão económica, mas também uma questão ambiental, pois quem efetivamente consome menos, polui menos. Utilizando unidades no Sistema Internacional (SI) e a equação a seguir, demonstre que o coeficiente de arrasto (cd) é uma grandeza física adimensional. 0,5 • p • v • A 25 26 * *e • * RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS Exercícios Propostos 01. de 2,5 km 5,0 m 2,0 in 1,0 m2 100 cm2 1,0 m3 14501 2,5 m3 para m mm cm cm2 In2 I m3 dm3 resposta 2.500 5.000 5,08 10.000 15,5 1.000 1,45 2.500 02. de para resposta 0,8 kPa 10.000 N/m2 200 bar 200 kgf/m2 kgf/m2 kgf/m2 kgf/m2 bar 81,58 1019,72 2.039.432 0,02 03. Vazão: MLT = L3.T1 e Volume: MLT = L3 e Pressão: MLT = M.L"1 .T2 e FLT = L3.T1 FLT = L3 FLT = F.L'2 04. W = N.m = J 05. A grandeza definida porX.Y é força cuja unidade, em SI, é newton (N). 06. [E] = F 27 Tarefas 01. de para resposta 1,3MPa 20.000 N/m2 135 bar 200 kgf/cm2 10 mca kgf/m2 kgf/cm2 kgf/m2 bar Pa 1.326.106 0,204 1, 38.10" 196,13 9,81.1 04 02. Grandeza MLT Pressão Força Potência Velocidade angular Massa Frequência -, -..irv.»-;-. -•.,->-..•<' ML'1r2 MLT^ MLZT3 r1 M T1 PL-2 F FLT1 T1 FL'1T2 T1 FLT 03. A grandeza definida por X/Y é pressão. 04. Não é competitivo. Cd = 0,622. 28 w CAPITULO 2 2. DEFINIÇÃO E PROPRIEDADES DE FLUIDOS 2.1 Conceitos Fundamentais e Definição de Fluidos v Fluidos são substâncias que têm a capacidade de escoar e ^ não possuem uma forma própria, tomando o formato do recipiente que os contém. Portanto, a capacidade de escoar distingue o fluido de um ^ sólido. Sendo assim, os fluidos são os líquidos e os gases. Ainda, ppr ™ meio da observação prática da Experiência das Duas Placas, ^ compara-se o comportamento entre um fluido e um sólido na ^ aplicação de uma força tangencial. ^ Na descrição da Experiência das Duas Placas, considere um ™ sólido preso entre duas placas planas, cuja placa inferior encontra-se ™ fixa e a superior está sujeita a aplicação de uma força tangencial Ft " constante. Observe a Figura 2.1.1: |-»Placa Superior F, = cte * • (a) Sólido íáS%í%3áí£í U-Placa Inferior Fixa Figura 2.1.1: (a) Sólido entre duas placas e, (b) Sólido deformado angularmente devido à aplicação de uma Ft aplicada sobre a placa superior. 29 Devido à aplicação da força tangencial pt constante sobre a placa superior nota-se umadeformação angular no sólido, o qual alcança uma nova posição de equilíbrio estático. Em um segundo momento, a mesma experiência é realizada colocando-se um fluido entre as placas: inferior fixa e a superior sujeita a uma força tangencial F( constante (Fig. 2.1.2). [-» Placa Superior F, = cte A D L4- Placa Inferior Fixa B Fluido C //////////^/////s (a /////MM. (b) Figura 2.1.2: (a) Fluido entre duas placas e, (b) Fluido deformado continuamente devido à aplicação de uma Ft aplicada sobre a placa superior. Primeiramente nota-se o princípio da aderência, o qual descreve que os pontos do fluido em contato com uma superfície sólida aderem aos pontos da mesma, com os quais se encontram em contato. Sendo assim, considerando o volume ABCD do fluido sob a ação da Ft, ele deforma-se continuamente e não alcança uma nova posição de equilíbrio estático. Portanto, analisando a Experiência das Duas Placas aplicada para um sólido e um fluido conclui-se que o sólido deforma-se limitadamente sob a ação de uma força tangencial constante, enquanto que, o fluido é uma substância que se deforma continuamente quando submetido a uma Ft constante, não atingindo uma nova configuração de equilíbrio estático. 30 2.2 Pressão Média e Tensão de Cisalhamento Média Considere uma superfície de área A submetida à ação de uma força F (Fig. 2.2.1). Decompondo essa força F em componentes tangencial (pt) e.normal (Fn): Figura 2.2.1: Superfície de área A submetida à ação de uma força F. Define-se Pressão Média (P) como sendo a razão entre o módulo da componente normal da força (pn| = Fn) (Fig.2.2.1) e a área sobre a qual está aplicada: P = 1 n A Ainda, por meio da Figura 2.2.1, define-se a Tensão de Cisalhamento Média (r) como o quociente entre o módulo da componente tangencial da força (\Ft\ Ft) (Fig.2.2.1) e a área sobre a qual está aplicada: 31 = i_L = il T~ A ~ A Portanto, sendo Pressão (P) e Tensão de Cisalhamento (•?) grandezas definidas por força sobre unidade de área, as unidades mais utilizadas para essas grandezas, de acordo com o Sistema de Unidades, estão descritas na Tabela 2.2.1 a seguir: Tabela 2.2.1: Unidades de Pressão (P) e Tensão de Cisalhamento (r) para os Sistemas de Unidades: MKgfS, CGS e MKS (SI). Sistema MKgfS CGS MKS (SI) Unidade de P e/ou T kgf/m* dina/cm11 N/m2 (Pa) * 1 N/m2 = 1 pascal (Pa) 2.3 Massa Específica A Massa Específica (p) de uma substância é a razão entre a massa (m) de uma quantidade da substância e o correspondente volume do fluido (V) ocupado por essa quantidade: w Assim, sendo Massa Específica (/?) a grandeza física definida^ por massa sobre unidade de volume, as unidades mais utilizadas essa grandeza de acordo com o Sistema de Unidades utilizado, descritas na Tabela 2.3.1 a seguir: 32 Tabela 2.3.1: Unidades de Massa Específica (p) para os Sistemas de Unidades: MKgfS, CGS e MKS (SI). Sistema MKgfS CGS MKS (SI) Unidade de/? utm/md g/cmj kg/m3 Na tabela 2.3.2 estão mostradas o valor da Massa Específica (p) para alguns fluidos: Tabela 2.3.2: Valor da Massa Específica (p) para diferentes fluidos. Fluido Agua destilada Agua do mar Álcool etílico Glicerina Mercúrio Óleo diesel Óleo lubrificante Óleo de soja Petróleo Ar(15,6°C;P = 1 atm) Metano (1 5,6 °C; P = 1 atm) Massa Específica (P) (kg/m3) 1000 1030 800 1260 13600 890 910 950 880 1,2 0,6 Exemplo: Misturam-se volumes iguais de dois líquidos de massas específicas pi = 0,50 g/cm3 e /^ = 0,90 g/cm3. Determinar a massa específica pM da mistura. Como os dois líquidos possuem volumes iguais: Vt= V2 = V, portanto, o volume da mistura é 2 V. A massa da mistura é igual à soma das massas dos dois líquidos: mM = m1 + m2. 33 Da definição de massa específica: p = —, temos que: V m M = 0,50 + 0,90 -„ , 3 PM=-—H— =* PM =0.70 g I cm* * Nota: A densidade (d) de um corpo (porção limitada da matéria) é a razão entre a massa (m) do corpo e o correspondente volume (V). A. densidade (d) (termo mais utilizado para objetos sólidos) possui as mesmas unidades da massa específica (p) (de modo geral, nomenclatura utilizada para fluídos e substâncias). 2.4 Peso Específico O Peso Específico (tf de uma substância é a razão entre a força peso (G) de uma quantidade da substância e o correspondente volume do fluido (V) ocupado por essa quantidade: 34 Desta maneira, sendo Peso Específico (y) a grandeza física definida por força peso sobre unidade de volume, as unidades mais utilizadas para essa grandeza de acordo com o Sistema de Unidades utilizado, estão descritas na Tabela 2.4.1 a seguir: Tabela 2.4.1: Unidades de Peso Específico (y) para os Sistemas de Unidades: MKgfS, CGS e MKS (SI). Sistema Unidade de MKgfS CGS MKS (SI) kgf/m-1 dina/cm3 N/mJ 2.5 Relação entre Massa Específica e Peso Específico Por meio da 2a Lei de Newton, a qual relaciona as grandezas físicas força (F), massa (m) e aceleração (a), pode-se determinar a força peso (G): sendo: g = aceleração da gravidade. Utilizando a equação que determina a força peso (G) e dividindo-a pelo volume: G m 35 Sabendo que massa específica (p) é determinada por: p = — e que ^v peso específico (y) é determinado por: y = —, é possível as grandezas físicas p e y por meio da . equação apresentad anteriormente: 2.6 Peso Específico Relativo O Peso Específico Relativo do fluido (75) é determinado razão entre o peso específico do fluido em questão (y) e o específico do fluido referência (yref). Para líquidos, o considerado como referência é a água (y^o = 1-000 kgf/m3 - 10.00^ N/m3); enquanto que o fluido referência para os gases é o ar. £ Tref É importante notar que Peso Específico Relativo (yr) é um™ grandeza adimensional, ou seja, o seu valor será o mesm™ independente do sistema de unidades adotado. ™ • Exemplo: W Considere um fluido (líquido) com massa específica p = ^P utm/m3. Determine o seu peso específico (y) e o peso específicw relativo (yr). ™ Dados: yH20 - 1 .000 kgf/m3 * g = 10 m/s2 • 36 • (.m3) - - =>/ = 800 kgflm3 (sistema MKgfS) Y Y 800 kgf/m3 -3— = -l— => j Yref YH20 1000 kgf!m* 2.7 Tipos de Fluido: 2.7.1 Fluido Ideal Um fluido é considerado ideal quando sua viscosidade é nula. Admite-se que o atrito de camadas do fluido deslizando sobre as vizinhas é a força responsável pela viscosidade. Se o fluido ideal não possui viscosidade, conclui-se que durante o seu escoamento não há nenhuma perda de energia por atrito. 2.7.2 Fluido Incompressível O fluido é considerado incompressível se o seu volume não varia ao modificar a pressão. Como consequência, se o fluido for incompressível, a sua massa específica não varia com a pressão. * Nota: De acordo com as propriedades físico-químicas da água, há um aumento no seu volume no intervalo de temperatura de O a 4 °C. Sendo assim, nesse intervalo de temperatura, a massa específica da água é menor. Portanto, a água será considerada um fluido incompressível para temperaturas superiores a 4 °C. 37 2.7.3 Fluido Compressível O fluido é considerado compressível se o seu volume varia com a alteração da pressão, ou seja, não apresenta volume .próprio, dependendo portanto da pressão que está submetido. 2.7.4 Fluido Indilatável O fluido é considerado indilatável se o seu volume não varia ao modificar a temperatura, ou seja, apresenta volume próprio. Todos os líquidos são exemplos de fluidos indilatáveis. 2.7.5 Fluido Dilatável Ao contrário da afirmação anterior, o fluido é considerado dilatável se o seu volume varia com a alteração da temperatura, não apresentando volume próprio. Os gases são exemplos de fluido dilatável. 2.8 Equação de Estado dos Gases Quando o fluido não puder ser considerado incompressíve nem indilatável, ou seja, quando houver efeitos no volume do fluido devido à variação da pressão e temperatura, será necessário determinar as variações na massa específica (p) em função da pressão (P) e da temperatura (T). O estudo a ser desenvolvido relaciona-se às três grandezas macroscópicas: a pressão(P), a temperatura (T) e a massa específico (p), que será analisada devido à variação do volume (V} . Em função 38 dessas grandezas físicas, será analisado o comportamento de um gás ideal ou perfeito. Considere a Equação de Estado: P „ -r- P— = R • T ou p p H R-T sendo: R = constante dos gases que depende do gás em estudo e, como exemplo, para o ar o valor da constante R = 287 m2/s2K. T- temperatura absoluta na escala kelvin. Considerando uma mudança de estado de um gás: P2 • sendo o estado inicial do gás representado por (1) e o estado final representado por (2). No processo do tipo isotérmico, durante a mudança de estado do gás, não há variação de temperatura, ou seja, TV = 72. Portanto: P-\—L = — = cie /»1 P2 No processo isobárico, durante a transformação de estado do gás, não há variação de pressão, ou seja, P1 - P2. Sendo assim: P\ r1 = P2 • T2 = cíe 39 No processo chamado isocórico ou isométrico, durante transformação de estado do gás, não há variação do volume, ou seja não há variação na massa específica. Desta maneira, p-j = p2. PL = PZ Tl T2 No processo do tipo adiabático, durante a mudança de_ estado do gás, não há trocas de calor entre o sistema estudado e o~ meio externo. Nesse-caso: P2 sendo: k - constante adiabática que depende do gás em estudo e como exemplo, para o ar o valor da constante k - 1,4. Exemplo: Numa tubulação escoa o gás hidrogénio. Numa secção (1), pressão P-Í = 4.105 N/m2 e a temperatura TV = 40 °C. Ao longo de tod; a tubulação, a temperatura mantem-se constante. Determine a mass; específica do gás (p2) numa secção (2), sabendo que a pressão ness; secção é P2 = 2.105 N/m2. Considere a constante dos gases para c hidrogénio: R - 4122 m2/s2K. 4122 40 Admitindo o processo do tipo isotérmico onde durante a mudança de estado do gás não há variação de temperatura, ou seja, TI - T2. Portanto: P±=PZ_ ^ .£. ' /M P2 P-\3 4.1 05 2.9 Tipos de Viscosidade: • De uma maneira simplesj pode-se definir viscosidade como sendo a propriedade que indica a maior ou menor dificuldade em o fluido escoar. No estudo da viscosidade, ela pode ser definida por dois diferentes tipos: a viscosidade dinâmica ou absoluta e a viscosidade cinemática. 2.9.1 Viscosidade Dinâmica ou Absoluta Durante a análise do Experimento das Duas Placas (item 2.1), foi considerado o Princípio da Aderência, o qual descreve que os pontos do fluido em contato com uma superfície sólida aderem aos pontos da mesma, com os quais se encontram em contato. Devido à aplicação de uma força tangencial pt constante sobre a placa superior (Fig.2.9.1), as partículas do fluído que se encontram junto a esta placa (representadas pelos pontos A e B), terão velocidade diferente de 41 zero e, as partículas do fluido que estão junto à placa inferior (representadas pelos pontos C e D), terão velocidade nula. Desta maneira, entre as partículas de cima e as debaixo existirá a força de atrito que, por se tratar de uma força tangencial, dará origem a tensões de cisalhamento, com sentido contrário ao do movimento devido à ação contrária da força de atrito (Fig.2.9.1.1), r—s-Placa Superior A B Fluido D C F, = cte - Placa Inferior Fixa (b) Figura 2.9.1.1: (a) Fluido entre duas placas e, (b) Fluido deformado continuamente devido à aplicação de uma i=t aplicada sobre a placa superior. Tensões de Cisalhamento (?) devido à força de atrito entre as partículas do fluido. Por meio da Figura 2.9.1.2 a seguir, observa-se que para um deslocamento c/y haverá uma correspondente variação dv na velocidade: i—> Placa Superior V2 V1 i-» Placa Inferior Fixa Figura 2.9.1.2: Gradiente da velocidade: variação da velocidade (c/v) de acordo com a posição dy. 42 A Lei de Newton para a viscosidade considera uma relação de proporção entre a tensão de cisalhamento (-z) e o gradiente da velocidade (dv/dy): dv_ dy sendo o coeficiente de proporcionalidade // denominado viscosidade dinâmica ou absoluta. A viscosidade dinâmica (ju) é uma grandeza que depende de cada fluido e das condições sob as quais está submetido, como pressão e temperatura. Após um determinado intervalo de tempo em que a força tangencial Ft está aplicada sobre a placa superior, esta passará a desenvolver um movimento uniforme com velocidade v0. Considerando s uma distância pequena, pode-se admitir a simplificação prática descrita na Figura 2.9.1.3 a seguir: L ,—>Placa Superior A B -- ' • — - ^ '- -'! . -1 /C ' A' ,/ dy / B' e \m l—> Placa Inferior Fixa Figura 2.9.1.3: Simplificação prática para a determinação da viscosidade dinâmica (//). Considerando a semelhança entre os triângulos da Figura 2.9.1.3: 43 A ABC&A A'B'C' :. — = ¥$- . e de forma geral: ^L = ̂ L dy s dy Ay Portanto, a Lei de Newton para viscosidade: dv Av => U. dy ' A y AV VQ - — = /í- —Ay s Por meio da análise dimensional da Lei de Newton para a viscosidade e, adotando o sistema do tipo FLT, obtém-se as unidades da viscosidade dinâmica: dv F FL_2 Área £. l dy Assim, as unidades mais utilizadas para Viscosidade Dinâmica (jJ) de acordo com o Sistema de Unidades, estão descritas na Tabela 2.9.1.1 a seguir: 44 Tabela 2.9.1.1: Unidades de Viscosidade Dinâmica (/*) para os Sistemas de Unidades: MKgfS, CGS e MKS (SI). Sistema MKgfS CGS MKS (SI) Unidade de// kgf.s/m2 dina.s/cm'1 (poise) N.s/m2 * 1 centípoise (cP) - 0,01 Poise. 2.9.2 Viscosidade Cinemática A Viscosidade Cinemática (v) é determinada pela razão entre a viscosidade dinâmica (//) e a massa específica (p) do fluido em estudo. P Por meio da análise dimensional e, adotando o sistema do tipo FLT, obtém-se as unidades da viscosidade cinemática: 45 Assim, as unidades mais utilizadas para Viscosidade Cinemática (v) de acordo com o Sistema de Unidades utilizado, estão descritas na Tabela 2.9.2.1 a seguir: Tabela 2.9.2.1: Unidades de Viscosidade Cinemática (v) para os Sistemas de Unidades: MKgfS, CGS e MKS (SI). Sistema MKgfS CGS MKS (SI) Unidade de v m2/s crn^/s (stoke_St) m2/s * 1 centistoke (cSt) = 0,01 St. O nome viscosidade cinemática se deve ao fato da grandeza em questão não envolver nenhuma força, somente comprimento e tempo, que são grandezas fundamentais da cinemática. 2.10 Pressão Hidrostática Um fluido estará ,em equilíbrio quando as forças de cisalhamento sobre ele são nulas. Em outras palavras, isso significa que qualquer superfície em contato com o fluido exerce sobre ele forças que em cada ponto são normais à superfície. Considerando a Lei da Ação e Reação, o fluido em equilíbrio também exerce sobre a superfície forças normais a ela. A Figura 2.10.1 ilustra as forcas exercidas nas paredes de um recipiente por um gás (Fig.2.10.1_a) e por um líquido (Fig.2.10.1_b) em estado de equilíbrio. 46 Figura 2.10.1: (a) Forças exercidas por um gás sobre seu recipiente, (b) Forcas exercidas por um líquido sobre seu recipiente. Assim, considera-se que a pressão de um fluido em equilíbrio em um dado ponto é a mesma em todas as direções. Esse tipo de pressão, que pode variar de acordo com o ponto estudado, mas em cada ponto é a mesma em todas as direções, é denominada de Pressão Hidrostática. Desta forma, a pressão de um fluido em equilíbrio é sempre hidrostática. 47 48 2.11 Exercícios Propostos 01, A fim de verificar a massa específica (p) de alguns líquidos, um aluno de engenharia utilizou um reservatório de vidro padrão com volume controlado de 120 ml. Ele preencheu o reservatório com cada um dos líquidos e, logo após mensurou a massa de cada um desses fluidos, obtendo a tabela a seguir: Líquido Massa (g) A B C 94,68 120,00 106,08 Determine a massa específica (p) de cada um dos líquidos em g/cm3. 02. Um reservatório com capacidade volumétrica de 2 m3 armazena uma massa de 1650 kg de óleo solúvel. Determine a massa específica (p) e o peso específico (7) desse óleo. 03. Um fluido possui viscosidade dinâmica ft= 1,03.10"3 N.s/rrf e massa específica p - 1000 kg/m3. Determine sua viscosidade cinemática(v). 04, Sabendo que a pressão (P) pode ser medida por meio da altura da coluna de um líquido, um encanador irá instalar um chuveiro e, no manual do aparelho está descrito a especificação de pressão mínima 49 (Pmin) e pressão máxima (Pmax) para o bom funcionamento do chuveiro. Sendo a pressão mínima (Pro/n) de 7 mca (metros de coluna d'agua), a pressão máxima (Pmax) de 40 mca e P = p-g-fi, verifique se a pressão de 98.000 N/m2 é apropriada para o equipamento. * Nota: Consulte o item 1.9 Conversão de Unidades do Capitulo 1. 05. Foram misturados dois fluidos homogéneos de massas iguais e massas específicas de 1 g/ml e 0,86 g /ml. Demonstre os cálculos para determinar a massa específica da mistura. 06. Uma jóia de prata maciça possui massa (m) de 200g e volume (V} 20ml. Determine a densidade (d) da prata utilizada na confecção da jóia. 07. Um objeto feito em ouro possui massa (m) de 1000 g e densidade (d) de 20 g/cm3. Determine o volume desse objeto. 50 TAREFA - 1 A densidade (d) é a grandeza física determinada pela relação entre a massa de um corpo e o seu volume. Os corpos que apresentam maior densidade são aqueles que possuem grande concentração de massa em um pequeno volume, tais como o ouro e a prata. Um ourives deseja verificar se as barras, ilustradas a seguir, são realmente compostas por ouro e prata e, para isso, ele fará um experimento simples, que comprovará a verdadeira composição de cada um dos materiais. O profissional primeiramente realizará a medição da massa de cada uma das barras com uma balança analítica de precisão. Utilizando um paquímetro, ele executará a medição das dimensões geométricas necessárias para calcular o volume de cada sólido. A partir das medições descritas anteriormente, os dados obtidos estão apresentados a seguir: Raio: 50,00 mm Altura: 100,00 mm Massa: 15.307,5 g Raio: 60,00 mm Altura: 50,00 mm Massa: 5.759,39 g Com base nas medições do ourives e, sabendo que a densidade do ouro (d0) e da prata (cfp) são respectivamente, 19,5 g/ml e 10,20 g/ml, determine qual barra é de ouro e qual barra é de prata. 51 M M M M * W'»" TAREFA - 2 Um encanador irá instalar um chuveiro e, no manual do aparelho está descrito a especificação de pressão mínima (Pm;n) e pressão máxima (Pmax) para o bom funcionamento do chuveiro. Logo a seguir está apresentada a página do manual que trata do assunto em questão. Verifique a altura . da coluna icfágua do aparelho em relação a caixa d'águaesigaas instruções abaixo. 1)Para .proteçSo do equipamento e redução do consumo de água, mantenha o. redutor Indicado quando1 a pressS» (P) for maior que 50.000 Pa. 2)'Pressão mínima (Pmjn) de funcionamento: 12 moa. 3)PressSo máxima (Pnuxl de funcionamento: 5D.mca. Sabendo que a pressão (P) no local de instalação é de 20.000 Pa e que P-p-g-h, determine se o chuveiro pode ser instalado, de acordo com as especificações do manual. Considere p a massa específica do fluido em questão, h a altura da coluna do fluido e g a aceleração da gravidade igual a 10 m/s2. 53 54 TAREFA-3 Um Engenheiro acaba de reformar uma casa e deseja substituir a caixa de água atual por uma de maior capacidade. Ele espera que o novo reservatório seja capaz de atender a demanda de água dos equipamentos que serão instalados. Após realizar alguns cálculos, o profissional verificou que o melhor locai para colocar esta caixa de água é sobre o forro do quarto, o qual suporta, com segurança, uma carga de até 3.000 kg. A caixa de água escolhida possui as dimensões indicadas na figura a seguir. Sendo assim, determine se o forro do quarto pode receber a carga proveniente do armazenamento de água, sabendo que a massa específica da água (pH2o)éde1g/ml. 55 56 TAREFA - 4 Foram misturados dois fluidos homogéneos, fluido A e fluido B, de massas iguais (mA = mB] e massas específicas respectivas pA - 0,75 g/ml e pB = 0,98 g/ml. Determine a massa específica da mistura demonstrando os cálculos. 57 58 TAREFA-5 A fim de verificar a massa específica (p) de alguns líquidos, um aluno de engenharia utilizou um reservatório de vidro padrão com volume controlado de 120 ml. Ele preencheu o reservatório com cada um dos líquidos e, logo após mensurou a massa de cada um desses fluidos, obtendo a tabela a seguir: A B C -l 00 150 80 Determine a massa específica (p) de cada um dos líquidos em g/cm3. 59 60 £• RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS fáft Exercícios Propostos •,̂ 01 . pA = 0,79 g/cm3, />s = 1 g/cm3 e /jc = 0,88 g/cm3. é A 02. /> = 825 kg/m3 e f = 8250 N/m3. * 03. y= 1,03.1 0"6 m2/s. *F 04. P = 10 mca — sim, é apropriada. é ^> 05. p^tar, = 0,925 g/ml. •Ã 06. orpnl<, = 10 g/ml. •â' ' . 07. t/ot/efo = 50cm3. Tarefas 01. Barra A: Ouro (o1,, = 19,5 g/ml) e Barra B: Prata (rfp = 10,19 g/ml). 02. Não, pois P = 2 mca. 03. Suporta, m = 1800 kg. 04. /3mfaíura = 0,850 g/ml. 05. /5A = 0,833 g/cm3, /?s = 1 ,25 g/cm3 e pc = 0,667 g/cm3. 62 CAPITULO 3 ^ 3. ESCALAS TERMOMETRICAS E DE PRESSÃO *A 3.1 Escalas Termométricas + A A necessidade de se quantificar o calor devido às sensações A de quente e frio levou a construção de termómetros e, o ^ aperfeiçoamento das medidas de temperatura deu origem às diversas ^ escalas termométricas. No século XVIII foram criadas diversas ^ escalas termométricas, dentre elas, a Fahrenheít e a Celsius, ^ conhecidas como escalas efetivas ou relativas. A escala absoluta de ^ temperatura Kelvin foi proposta em 1848. •_ 3.1.1 Escalas Celsius e Fahrenheit A fim de caracterizar cada escala termométrica dois pontos específicos são fixados: o ponto de fusão do gelo e o ponto de ebulição da água. Na escala Celsius, o valor zero foi adotado para o ponto de fusão do gelo e o valor 100 para o ponto de ebulição da água. O intervalo entre os dois pontos fixos foi dividido em 100 partes iguais, com cada parte correspondendo a uma unidade da escala denominada grau Celsius (°C). 63 Quando os pontos fixos da escala Celsius são projetados para a escala Fahrenheít, obtém-se 32 para o ponto de fusão do gelo e o valor 212 para o ponto de ebulição da água. O intervalo entre os dois pontos fixos foi dividido em 180 partes iguais, sendo que cada parte corresponde a uma unidade da escala denominada grau Fahrenheit (°F) (Rg.3.1.1.1). 100 °C 212 °F •\ f \ Tc 4 0 °C a b , TF 32 °F Escala Celsius Escala Fahrenheit Figura 3.1.1.1: Escalas Celsius e Fahrenheit com seus respectivos pontos fixos representados. A fim de realizar conversões de temperaturas entre as escalas Celsius e Fahrenheit, são feitas comparações entre os segmentos a e b representados na Figura 3.1.1.1: a _ Tc - O _ TF - 32 b~100-0~212-32 => T c =(7 F -32) 64 3.1.2 Escala Kelvin Como já dito anteriormente, a escala Kelvin é conhecida como escala absoluta de temperatura. O limite inferior de temperatura da escala Kelvin (O K) corresponde ao zero absoluto (O K = -273 °C). A variação da escala Kelvin corresponde à mesma variação da escala Celsius (Fig.3.1.2.1). 100 °C 373 K m m m o °c Escala Celslus _273_K Escala Kelvin Figura 3.1.2.1: Escalas Celsius e Kelvin com seus respectivos pontos fixos representados. A fim de realizar conversões de temperaturas entre as escalas Celsius e Kelvin, são feitas comparações entre os segmentos representados na Figura 3.1.2.1: TK=Tc+273 rc=TK-273 65 Exemplo:. Para calibrar um termómetro, um estudante coloca-o em equilíbrio térmico, primeiro com gelo fundente e, depois com água em ebulição, tudo sob condições normais de pressão. A figura a seguir representa os resultados obtidos. Quando o termómetro encontra-se em equilíbrio térmico com o ar ambiente do laboratório, a altura da coluna de mercúrio é de 24,4 cm. Sendo assim, determine a temperatura do laboratório na escala Celsius. TE= Temp. de ebulição = Temp. de fusão = Temp. ambiente T(°C) Resolução: 100 °C 40,0 cm a b TA / o°c , a f \ 24,4 cm 20,0 cm Escala Celsius Altura da Coluna de Mercúrio 66 A fim de determinara temperatura do laboratório na escala Celsius, são feitas comparações entre os segmentos a e b representados na Figura anterior: a _ TA-Q __ 24,4-20,0 ~b ~ 100-0 "40,0-20,0 " ^ 20-7^=4,4-100 => 7 A =22°C 3.2 Escalas de Pressão 3.2.1 Pressão Atmosférica (Paím) Considera-se um líquido em equilíbrio dentro de um recipiente. O ar atmosférico exerce uma pressão constante, chamada de pressão atmosférica (Patm), sobre todos os pontos livres cia superfície do líquido, tornando assim, a superfície do fluido horizontal. A pressão atmosférica é constituída por vários gases que exercem uma pressão sobre a superfície terrestre. Essa pressão atmosférica varia com a altitude e as condições climatológicas do local. Á medida que se afasta da superfície da Terra, o ar torna-se mais rarefeito, exercendo uma pressão cada vez menor; aproximadamente 85 mmHg para cada 1000 m de altitude. Afim de determinar a pressão atmosférica, Torricelli realizou um experimento demonstrado pela figura a seguir (Fig.3.2.1.1): 67 76 cm A Mercúrio Figura 3.2.1.1: Experimento de Torricelli realizado em 1643 paraP determinar a medida da pressão atmosférica (Patm). f A pressão no ponto A (PA) corresponde à pressão da coluna^ de mercúrio dentro do tubo e a pressão no ponto B (PB) corresponde.. à pressão atmosférica ao nível do mar. Sabendo que a pressão no ponto A é igual à pressão no ponto B por estarem na mesma altura^ então: PA ~ PB => pcoluna (Hg) = Patm Por meio da Figura 3.2.1.1, observa-se que 76 cm mercúrio equilibra a pressão atmosférica ao nível do mar, em palavras, 76 cm de Hg equivale à pressão atmosférica ao nível mar. No Capítulo 4 e também um pouco no item a seguir, s descrito de forma detalhada como se calcula a variação de entre dois pontos que se encontram em alturas distintas. assim, aqui só será anunciado que: 68 Considerando as grandezas a seguir no SI de unidades: pHg = 13600 kg/m3; g = 9,8 m/s2 e hHg = 0,76 m AP = Pcoluna (Hg) = Patm •'• Patm = P ' 9' h Patm= 13600 -9,8 -0,76 => Patm = 1,01x105 NI m2 Na tabela a seguir nota-se que à medida que se afasta do nível do mar, a pressão atmosférica diminui, como já dito anteriormente. Tabela 3.2.1.1: Variação da pressão atmosférica com a altitude. Altitude (m) 0 200 400 800 1200 1600 2000 3000 Pressão Atmosférica (Pato)(mmHg) 760 742 724 690 658 627 598 527 A pressão atmosférica também é chamada de pressão barométrica e varia com a altitude como mostrado na Tabela 3.2.1.1). Os barómetros são medidores de pressão atmosférica. A Figura 3.2.1.1 representa esquematicamente um barómetro. 69 3.2.2 Pressão Efetiva e Pressão Absoluta Á medida que se aprofunda no líquido, a pressão aumenta (representado pelo ponto B na Fig.3.2.2.1). O aumento da pressão do ponto A para o ponto 6, depende da massa específica (p) do líquido em questão, da aceleração da gravidade (g) e da diferença de cotas entre os dois pontos (/?). É importante lembrar que: o peso específico (y) é determinado pelo produto da massa específica (p) do fluido pela aceleração da gravidade (g) (y~ P-9) • A equação que determina a variação de pressão AP entre os pontos A e B (Fig.3.2.2.1) é chamada de pressão hidrostática, ou também de pressão efetiva, a qual representa a pressão exercida somente pela coluna de fluido de cota /?: AP = y-h = p-g-h AP = y. h = p.g.h Figura 3.2.2.1: Líquido em equilíbrio (em repouso) em um recipiente aberto para a atmosfera. Medidores de pressão, como por exemplo, os manómetros utilizam a pressão atmosférica como referência, medindo, portanto, a diferença entre a pressão do sistema e a pressão atmosférica. A pressão manométrica (pressão medida pelo manómetro) pode ser positiva ou negativa, dependendo de estar acima ou abaixo da 70 pressão atmosférica. Se for medida pressão negativa, o manómetro é chamado de manómetro de vácuo ou também vacuômetro. Manómetros e manómetros de vácuo medem somente pressões efetivas. Na Figura 3.2.2.2, por meio da ilustração de um manómetro contendo um reservatório e um tubo em U, pode-se entender como esse medidor de pressão determina a pressão manométrica do sistema (Pman) contido no reservatório: Liquido Figura 3.2.2.2: Esquema de um manómetro de tubo em U aberto. Sabendo que os pontos A e B apresentam a mesma pressão por estarem a uma mesma altura, a pressão manométrica (Pman) será determinada segundo a equação a seguir: "sistema ~ "atm + ̂ coluna ^ ^sistema ~ ̂ atm — P ' 9 ' 71 Retomando a Figura 3.2.2.1, considera-se que o ponto /T encontra-se na superfície do líquido, portanto a pressão no ponto W (PA) pode ser considerada igual à pressão atmosférica (Patm). Senda assim, calcula-se a pressão no ponto B (PB) a uma profundidade h: A pressão no ponto B (PB) representa a pressão total <m pressão absoluta em um determinado ponto a uma profundidade ii dentro de um líquido. _ De forma resumida, pode-se escrever que: _ P. Absoluta (Pressão Total) = P. Efetíva (Pressão Manométrica) + P. Atmosférica^ pabs - pman + Patm £ "sistema ~ ' atm + "coluna ^ 'sistema ~ 'atm = P " 9 ' n • •Exemplo: A figura a seguir representa um manómetro contendo gás. conectado a um tubo preenchido com mercúrio e aberto para a atmosfera. Considere que o sistema encontra-se em equilíbrio^ Determine a pressão exercida pelo gás em mmHg e também em N/m2. Dados: //Hg = 13600 kg/m3; g - 9,8 m/s2 e Patm - 760 mmHg. 72 Palm = 760 mmHg í-«B Resolução: Sabendo que os pontos A e B possuem a mesma pressão' por estarem no mesma altura: PA=PB => PA = PA ~'gás •• Pgás ~ Paím "*" "colunaHg =760 mmHg+320 mmHg ^> 1080 mmHg Em N/m2: m 0 "gás ~ Patm "*" PcoíunaHg 1.01.105 +13600-9,8-0,32 =1,44.105 N l m2 73 Logo a seguir serão feitas algumas observações para se entender melhor o diagrama esquemático que relaciona pressão efetiva com pressão absoluta (Figura 3.2.2.3). > O limite inferior de qualquer pressão é zero, ou seja, vácuo perfeito. > Um vácuo perfeito.é a pressão mais baixa possível. Sendo assim, uma pressão absoluta (Paí>s) será sempre positiva. > Uma pressão efetiva que sé encontra acima da pressão atmosférica (Paím) será positiva e medida por um manómetro \'man) • > Uma pressão efetiva que se encontra abaixo da pressão atmosférica (Patm) será negativa e medida por um manómetro de vácuo ou também conhecido por vacuômetro (Pvac). Pressão Efetiva (Pef>0) (manómetro) Pressão Atmosférica (Barómetro) Pressão Efetiva (P,f <0) (vacuômetro) Pressão Absoluta Pressão Absoluta Referência: zero absoluto (vácuo absoluto) Figura 3.2.2.3: Diagrama esquemático relacionando as pressões efetivas e absolutas. 74 ;: . As unidades de pressão e suas transformações foram l idisGUtidas no Capítulo 1. Vale ressaltar, que dentre as unidades de i-pressão mais utilizadas está a unidade atmosfera (afm), que i'corresponde a pressão responsável por elevar em 760 mm uma j -:c.oluna de mercúrio. Portanto: . 1 atm = 760 mmHg = 101.325 Pa (101,23 kPa) = 10.332 kgf/m2 (1,033 kgf/cm2) = 1,01 bar = 14,7 psi (Ibf/pol2) (pound force per square inch = ;' libra-força por polegada quadrada) = 10,33 mca (metro de coluna de l í á§ua)- 75 76 3.3 Exercícios Propostos 01. Alguns aquecedores de resistência residenciais podem atingir temperaturas de até 120 °C. Determine o valor dessa temperatura nas escalas Fahrenheit e Kelvin. 02. Uma antiga escala de temperatura, proposta por um físico, utilizava como ponto de gelo fundente o valor de 10 °D e, a temperatura da água em ebulição o valor de 80 °D. Determine a indicação nessa antiga escala D da temperatura correspondente a 40 °C? 03. Determine a pressão de 5 atm, em escala efetiva, nas unidades de pressão: N/m2; kgf/m2; bar; cmHg e mca. Considerando que a pressão atmosférica em Campinas seja de 713 mmHg, determine a pressão absoluta (em Campinas) em todas ,as unidades de pressão citadas anteriormente. 04. Na medida de uma determinada pressão, uma coluna de mercúrio (Tng= 136.000 N/m3), como a representada a seguir,apresentou altura de 300 mm. Na coluna ilustrada ao lado, utilizou-se como fluido a água (YH2o - 10.000 N/m3). Determine a altura da coluna de água que representa a mesma pressão medida pela coluna de mercúrio. 77 " T300 mm Mercúrio' V -*;" - ' -•:, ̂ 78 TAREFA-1 Em um determinado processo de fabricação de uma peça, um engenheiro deseja realizar um procedimento de têmpera (tratamento térmico) com resfriamento em água. A temperatura do' material deverá ser elevada até 780 °C em atmosfera neutra, a fim de evitar a descarbonetação, utilizando-se água ou uma solução salina para o resfriamento. Sabe-se que, nas condições descritas, é possível um endurecimento superficial de 2,5 mm e que, se aumentar a temperatura para 870 °C, pode-se obter um endurecimento superficial de aproximadamente 5 mm. No forno disponível para o tratamento térmico da peça, é possível realizar a leitura da temperatura em Fahrenheit (°F). Determine se a temperatura indicada no forno é possível a obtenção de, pelo menos, 2,5 mm de dureza superficial. Forno Tanque de Resfriamento 79 80 TAREFA-2 Termometria é o segmento da física que estuda os fenómenos referentes ao calor, às mudanças de estado físico da matéria e à temperatura. O instrumento utilizado para medir temperatura é denominado termómetro, o qual possui dois pontos fixos que servem como referência. Na escala Celsius, estão representados os pontos de fusão do gelo e de ebulição da água. Determine para uma escala arbitrária, chamada UNIP, a equação que relaciona-a temperatura nessa escala arbitrária com a temperatura na escala Celsius. Temp. Ebulição 100 °C 0°CTemp. .Fusão [_ _"_<-_ | W "UNIK 290 °UNIP 'UNIP 20 °UNIP Escala Celsius Escala UNIP 81 82 TAREFA-3 Determine a pressão de 10 atm, em escala efetiva, nas unidades de pressão: N/m2; kgf/m2 e mca. Considerando que a pressão atmosférica local seja de 740 mmHg, determine a pressão absoluta (local) em todas as unidades de pressão citadas anteriormente. 84 RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS Exercícios Propostos 01. 7> = 248°F, TK=393K. 02. 7=38°D. 03. Pef = 5 atm = 506.624,98 N/m2 = 51661 kgf/m2 = 5,07 bar = 380 cmHg 51,66 mca. P.i,s = 5,94 atm = 601.870,48 N/m2 = 61.373,71 kgf/m2 = 6,02 bar = 451,3 cmHg ; 61,38 mca. 04. fiagua = 4,08 m. Tarefas 01. T = 790 °C -^ aproximadamente 2,5 mm de dureza superficial. 02. TUNIP = 2,7.Tc + 20 03. Pel= 10 atm = 1013.249,97 N/m2 = 103.322,74 kgf/m2 = 103,33 mca. P.bs= 10,97 atm = 1.111.908,82 N/m2 = 113.383,14 kgf/m2 = 113,39 mca. 85 m CAPITULO 4 4. ESTÁTICA DOS FLUIDOS 4.1 Empuxo Quando um corpo é colocado totalmente imerso em um líquido, ele fica sujeito a duas forças: a força peso (P) e a força de empuxo (Ê) devido à interação do corpo com o líquido. Figura 4.1.1: Forcas peso (P) e empuxo (E) que atuam sobre um corpo submerso em um líquido. Como consequência da atuação dessas duas forças sobre o corpo, três diferentes situações podem ser observadas: - Se o corpo permanece parado no ponto onde foi colocado, a intensidade da força de empuxo é igual à intensidade da força peso (E = P), sendo assim, o objeto encontra-se em equilíbrio estático = 0). Para que esta situação ocorra, é necessário que a 87 densidade do corpo (d) seja igual à massa específica do liquido (Fig.4.1.2_a). - Se o corpo afunda, a intensidade da força de empuxo é menor que a intensidade da força peso (E < P), ficando sujeito a uma forç^ resultante (FR} orientada para baixo (d>p) (FR = P-£)(Fig.4.1.2_b). 4 - Se o corpo for levado à superfície, a intensidade da força de empuxo é maior que a intensidade da força peso (E> P), durante a ascensão ficando sujeito a uma força resultante (FR) orientada para cima (d < (FR = £-p)(Fig.4.1.2_c). \a 4.1.2: (a) Corpo em equilíbrio; (b) corpo afundando; (c) levado à superfície. 4.1.1 Princípio de Arquimedes Arquimedes viveu na Grécia no século III A.C. e durante dos seus banhos constatou que um corpo imerso na água "mais leve" devido a certa força, vertical para cima, exercida pe líquido sobre o corpo, a qual "alivia" o peso do corpo. Essa força qual Arquimedes se referia é denominada Empuxo (Ê). A vista o Princípio de Arquimedes enuncia: . 88 "Todo corpo mergulhado em um fluido sofre, por parte deste, uma força vertical para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo." Seja VfO volume do fluido deslocado pelo corpo. Portanto, a massa do fluido deslocado (mf) será, lembrando que pf é a massa específica do fluido: => Segundo o Princípio de Arquimedes, o empuxo é igual ao peso dessa massa de fluido deslocada: 4.1.2 Peso Real e Peso Aparente Considera-se um experimento: uma esfera de alumínio (d = 2,7 g/cm3), maciça, imersa no ar, pendurada em um dinamômetro que indica um valor P para o peso da esfera (Fig.4.1.2.1_a). Em seguida, a esfera é imersa em um líquido, por exemplo, água. Seja Pa a nova indicação do dinamômetro para o peso da esfera (Fig.4.1.2.1_b). Figura 4.1.2.1: (a) Objeto imerso no ar; (b) objeto imerso em água. O peso P quando a esfera encontra-se imersa no ar é chamado de Peso Real, enquanto que o peso Pa quando o objeto encontra-se imerso em água recebe o nome de Peso Aparente. A diferença entre o Peso Real e o Peso Aparente corresponde ao empuxo exercido pelo líquido: ) Pa ~ ̂ aparente ~ P ~ Exemplo: Um objeto de massa 10 kg e volume 0,002 m3, é imerso em água (p= 1000 kg/m3). Considere g = 10 m/s2. Determine: a) a intensidade da força de empuxo que a água exerce sobre o objeto; b) o peso real e o peso aparente do objeto; c) a aceleração do objeto, desprezando o atrito com a água. 90 Resolução: a) Como o objeto está totalmente imerso, o volume de água deslocado é igual ao volume do objeto: E = p.V0.g -> E= 1000.0,002.10 -> E =20 N b) Peso Real: P = m.g -» P =10.10 -» P = 100 N Peso Aparente: Pa = P - E -> Pa = 100-20 -» Pa = 80N c) Observando que a intensidade do peso real é maior que a intensidade do empuxo, então o objeto acelera verticalmente para baixo. FR = P - E -> FK = m.a -> m.a = P- E 10.a=100-20 -» a = 8m/s2 4.2 Pressão Média Conforme descrito no Capítulo 2, uma força aplicada sobre uma superfície pode ser decomposta em duas situações: uma tangencial, que origina tensões de cisalhamento e, outra normal, que originará as pressões. Sabendo que Fn representa a força normal que age sobre a superfície de área A, a pressão uniforme (P) sobre toda a área, ou a pressão média (P) é definida por: A 91 Ai = 20 rrf -* F2=10C N _^ Az =12 m2 p, =£ = ̂ = 5 W/m 2 =5 Pa P2 = £. = ™ = 8,33 W/m2 =8,33 Pa Figura 4.2.1: (a) Pressão Pf exercida sobre o recipiente í; (b) pressão P2 exercida sobre o recipiente 2. É importante notar que a força em ambos os recipientes é a mesma (Fi = F2) aplicadas em áreas diferentes (A-, ^A2). Portanto, a pressão exercida em cada um deles será diferente (P-t ** P2] (Rg.4.2.1). 4.3 Lei de Stevin Relembrando alguns conceitos sobre medidas de pressão, vistos no capítulo anterior: Considera-se um líquido em equilíbrio dentro de um recipiente (Fig.4.3.1). O ar atmosférico exerce uma pressão constante, chamada de pressão atmosférica (Patm)> sobre todos os pontos livres da superfície do líquido (representados pelo ponto A na Fig.4.3.1). Á medida que se aprofunda no líquido, a pressão aumenta (representado pelo ponto B na Fig.4.3.1). O aumento da pressão do ponto A para o ponto B, depende da massa específica (p) do líquido em questão, da aceleração da gravidade (g] e da diferença de cotas entre os dois. pontos (h}. É importante lembrar 92 que: o peso específico (y) é determinado pelo produto da massa específica (p) do fluido pela aceleração da gravidade (g) (y- p.g). A Lei de Stevin pode ser enunciada como: a diferença de pressão (AP) entre dois pontos de um fluido em equilíbrio (em repouso) é igual ao produto do peso específico (y) pela diferença de cotas dos dois pontos (h) (Fig.4.3.1). AP = y.h = p.g.h Figura 4.3.1: Líquido em equilíbrio(em repouso) em um recipiente aberto para a atmosfera. Diz-se que o fluido está em repouso (equilíbrio) quando a pressão em torno de um ponto for a mesma em qualquer direção. Se a pressão fosse diferente em alguma direção, haveria um desequilíbrio num ponto, fazendo com que este se deslocasse nessa direção e assim, tirando o fluido da situação de repouso. Sendo AP - PB — PA, e considerando que PA - Patm, a pressão no ponto B (PB) representa a pressão total (ou pressão absoluta) em um determinado ponto a uma profundidade h dentro de um líquido: = p-g-h => => P = +P-9- 93 A variação de pressão (AP) entre dois pontos do liquido é denominada de pressão hidrostática ou também pressão efetiva. A respeito da Lei de Stevin são necessárias algumas considerações: - Em um líquido, todos os pontos à mesma profundidade (num mesmo nível horizontal) apresentam a mesma pressão; - Na diferença de pressão entre dois pontos, não interessa a distância entre eles, mas sim a diferença de cotas; - Não importa o formato do recipiente para o cálculo da pressão em um determinado ponto; - Para os gases, o peso específico (y) é muito pequeno. Portanto, se a diferença de cota entre dois pontos (h) de interesse for pequena, a diferença de pressão entre esses pontos pode ser desprezada. Exemplo: Uma piscina com 5,0 m de profundidade está cheia com água (p - 103 kg/m3). Considere g - 10 m/s2 e Patm = 1,0.105 N/m2. Determinar: a) a pressão hidrostática (AP ou Ph) a 3,0 m de profundidade; b) a pressão total (P) no fundo da piscina; c) a diferença de pressão entre dois pontos quaisquer, dentro da piscina e, separados verticalmente por 80 cm. 94 Resolução: a) A pressão hidrostática a 3,0 m de profundidade é dada por: ph=p.g.h ^ P / J=103-10-3,0 => P/? = 3,0.104 N! m2 = 3,0.104 Pa b) A pressão total no fundo da piscina: P = Patm+p-g-h => P = 1,0.105+103-10-5,0 => Ph = 1,5.105 NI m2 (Pa) c) A diferença de pressão entre dois pontos quaisquer, dentro da piscina e, separados verticalmente por 80 cm: AP=p-g- /7 =» AP = 103-10-0,80 => Ph = 8,0.103 N/m2(Pa) 4,4 Vasos Comunicantes Admitem-se dois líquidos 1 e 2, não miscíveis, colocados em vasos comunicantes (Fig.4.4.1). Os pontos A e B encontram-se no mesmo líquido e na mesma horizontal. Assim, escreve-se: PA = PB Patm +Pl-9-hl = Paím +P2-3-I12 95 Por meio da equação anterior, tém-se que: as alturas medidas a partir do nível de separação entre os dois líquidos (hi e h2) ão inversamente proporcionais às massas específicas dos líquidossão Figura 4.4.1: Dois líquidos 1 e 2 não miscíveis colocados em vasos comunicantes. Os vasos comunicantes podem ser utilizados para estabelecer relações entre as massas específicas (p) de dois, três ou mais líquidos. Exemplo: Três líquidos não miscíveis 1, 2 e 3 estão colocados em vasos comunicantes. Sendo p-, = 0,50 g/cm3 e p2 = 2,50 g/cm3, determine a massa específica do líquido 3 (p3). 96 Resolução: Os pontos A e B encontram-se no mesmo líquido e na mesma horizontal. Assim, escreve-se: -g.h2 = Patm Pi-hi+ p2.h2 = p3-h3 0,50.7,0 + 2,50.2,0 = ps.5,0 p3 = 1,70 g/cm3 4.5 Lei de Pascal A lei de Pascal enuncia que: o acréscimo de pressão produzido num fluido em equilíbrio se transmite integralmente a todos os pontos do fluido. 97 Na Figura 4.5.1 admitem-se as pressões 0,7 atm e 0,3 atm nos pontos A e B respectivamente. Se por meio de um êmbolo comprime-se o fluido, produzindo consequentemente um acréscimo de pressão de 0,2 atm, todos os pontos do fluido em repouso sofrerão esse mesmo acréscimo de pressão. Portanto, os pontos A e B apresentarão pressões de PA = 0,9 atm e PB = 0,5 atm, resp ectivam ente. Figura 4.5.1: Acréscimo de pressão sobre o fluido sendo transmitido a todos os pontos. 4.5.1 Prensa Hidráulica Na Figura 4.5.1.1 é mostrado um esquema de uma prensa hidráulica. Empregadas com frequência para levantar objetos pesados, como automóveis, as prensas hidráulicas — sistemas multiplicadores de forças - são construídas com base no -princípio de Pascal. 98 Figura 4.5.1.1: Prensa hidráulica. Por meio do Princípio de Pascal, ao se aplicar uma força no tubo estreito, esta produz um acréscimo de pressão (AP) que será transmitindo integralmente para o tubo largo, o qual se encontra o automóvel. Assim, pode-se afirmar que o acréscimo de pressão no lado 1 (ÁP-Í) será igual ao acréscimo de pressão no lado 2 (ÁP2). Observando a relação a seguir, nota-se que a força é diretamente proporcional à área do tubo (Fig.4.5.1.1). = AP A-\o que não existam perdas de energia durante a aplicação das forças na prensa hidráulica, conclui-se que os deslocamentos do automóvel e do nível do óleo são inversamente proporcionais às áreas dos tubos (Fig.4.5.1.2). - d 2 99 F2 F, 1 RCT Ai m^ t -J > r A2 h Figura 4.5.1.2: Prensa hidráulica. Os deslocamentos di e d2 são inversamente proporcionais as intensidades das forças F-\ F2. Exemplo: Considere uma prensa hidráulica com diâmetros dos tubos 1 e 2 medindo 6 cm e 20 cm respectivamente. Seja a massa do carro igual a 1200 kg, determine: a) a intensidade da força a ser aplicada no tubo 1 para equilibrar o carro; b) o deslocamento no nível de óleo no tubo 1 considerando que o carro suba 10 cm. 100 4 j» ***íílffrr^ Ai \^/— v^-^ A2 Reso/ugão; a) Sabendo que a área do tubo é: A = Tc/?2, sendo R o raio do tubo e valendo metade do diâmetro: R^ -Zcm e R2 =10c/n A,=;r,(3)2 => ^=9.^ F-, 1200.10 •F, =1080 N b) Considerando a igualdade a seguir: 10 100«r => £/! =111,11 0^7 = 101 4.6 Exercícios Propostos 01. A seguir está representada uma prensa hidráulica. Sobre a plataforma 1, de área 1,5 m2, encontra-se uma pessoa de massa 92 kg. Considerando a aceleração da gravidade g - 10 m/s2 e A2 - 15 m2, determine: a) a força aplicada na plataforma 2; b) a altura h2 que deslocará a plataforma 2 para cima quando a plataforma 1 descer h-, = 15 cm. Mataforma 1 Plataforma 2 103 02. A partir do sistema representado na figura a seguir, determinar o peso G que pode ser suportado pelo pistão 1, desprezando os atritos. Dados: P3 = 0,1 kPa; Patm ~Q;Ai = 60 rrf; A2 = 25 rrr e A3 = 20 A2 A3 104 m m m 03'. Qual a massa que poderá ser suportada em equilíbrio no cilindro A quando uma força de 130 N está sendo aplicada na alavanca CD? Dados: RA - 15 cm; RB = 3 cm; g = 10 m/s2. • * • • • ca 15 cm 30 cm D F = 130 N m • 9 0 m 105 04. Na figura a seguir, sabendo que o fluido A é água e o fluido B mercúrio, determinara pressão P2. Dados: rHg = 136000 N/m3 YHZO = 10000 N/m3 106 05. De acordo com-o sistema ilustrado a seguir, determine o peso G, o qual é suportado pelo pistão 5. Desprezar os atritos e desconsiderar o desnível entre os cilindros. A pressão imposta PI por um compressor possui o valor de 800 kPa. Dados: A-, - 20 cm2; A2 - 5 cm2; A3 = 10 cm2; A4 = 15 cm2; A5 = 40 cm2; AH - 4 cm2; h = 3 m e pHg - 136.000 N/m3. 107 06. O sistema ilustrado a seguir encontra-se estático. Considere que pressão Pt aplicada no sistema possui o valor de 200 kPa e que a mola está comprimida de 4 cm. Sabendo-se que a constante elástica da mola vale 160 N/cm, determine o valor da cota h. Dados: A-t - 20 cm2 e A2 - 10 cmz. 108 07, Um cilindro constituído de madeira (fmat/ = 8000 N/m3) com dimensões de 40 cm de altura e 40 cm de diâmetro encontra-se imerso em um fluido de peso específico Ynuiaa = 15500 N/m3. Sendo assim, qual é a altura do cilindro (hSUB) que está submersa no fluido? 109 110 TAREFA -1 Para transportar um tanque de guerra de uma margem à outra do rio, militares ingleses utilizaram uma plataforma com dimensões indicadas na figura a seguir. Sabendo que tal plataforma é constituída de um material cuja densidade é 300 kg/m3 e, quando o tanque encontra-se sobre ela 30% do seu volume fica submerso, determine a massa do tanque (m^que] de guerra. 111 112 TAREFA-2 Um engenheiro deseja elevar uma carga de 12000 kg utilizando um elevador hidráulico, como o representadologo a seguir. A razão entre o diâmetro da plataforma (dp) e o diâmetro do pistão dp sobre o qual será aplicada a força Ff é de —— - 40. Desprezando os atritos, qual será a força F, necessária para levantar a carga? 113 114 TAREFA-3 Blaise Pascal foi um físico e matemático francês que enunciou o princípio físico que se emprega aos elevadores e aos freios hidráulicos. A seguir é representado de maneira esquemática o funcionamento do freio de um automóvel ao acionar o pedal. No momento do acionamento do pedal, é empurrado o fluido de freio, o qual preenche o cilindro 1 e é transferido para o cilindro 2, acionando o freio e atuando sobre o disco. -> Pedal f?! L2 = 40 cm RI t\ yfyfflWMtW.'/. 1 £ /•"N l V t / ^— ' l L, = 10 cm Fluído de Freio Sabendo-se que o raio 1 (Ri) e o raio 2 (/?2) valem 2 cm e 4 cm respectivamente e que, o motorista acionou o pedal aplicando uma força de 75 N, determine a força que o cilindro 2 exerce sobre a pastilha. 115 116 TAREFA - 4 No sistema ilustrado a seguir, uma força F— 50 N é aplicada com o objetivo de levantar a carga G. Sabendo que as áreas A-, - 10 cm2, A2 = 50 cm2 e o peso específico do mercúrio YHS = 136000 N/m3, determine o peso G da carga e a altura h do mercúrio. Agua . 117 118 RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS Exercícios Propostos 01. a) F2 = 91 99,95 N; b) /72 = 1 ,5 cm. 02. -G = 4800 N. *<9 03. m = 650 kg. •£ 04.P2=16,75kPa. '• '̂ 05. G = 2326 N. * ^ .06. A = 1,76 m. 0 A> 07. hsuB = 0,206 m. ^f Tarefas m '0 -01./nían,M = 12960kg. m-, . , - v ^ , 02. fi = 75 N. ^ 03. -Fpasfl/íia = Í200 W. f |0 . 0.4, G• = 625 N e h = 0,92 m. 119 120 CAPITULO 5 5. MEDIDORES DE PRESSÃO 5.1 Barómetro No capítulo 3, definiu-se que os barómetros são instrumentos que se destinam a medir a pressão atmosférica. A Figura 5.1.1 representa esquematicamente um barómetro de coluna ou barómetro de mercúrio. Considera-se um líquido em equilíbrio dentro de um recipiente. O ar atmosférico exerce uma pressão constante, chamada de pressão atmosférica (Patm), sobre todos os pontos livres da superfície do líquido, tornando assim, a superfície do fluido horizontal. A fim de determinar a pressão atmosférica, Torricelli realizou um experimento demonstrado pela figura a seguir (Fig.5.1.1). A figura 5.1.1 representa o desenho esquemático de um barómetro de mercúrio que consiste de um tubo comprido fechado em uma extremidade e que inicialmente está preenchido de mercúrio (Hg). A extremidade aberta é submersa na superfície do reservatório cheio de mercúrio até que a coluna de Hg dentro do tubo alcance o equilíbrio. Na parte superior do tubo produz-se vácuo muito próximo do vácuo perfeito contendo vapor de mercúrio. Como a pressão correspondente ao vapor de mercúrio é muito pequena em temperatura ambiente, ela é desprezada e assim, a pressão 121 atmosférica é determinada diretamente em função da altura da coluna de mercúrio. Mercúrio Figura 5.1.1: Desenho esquemático de um barómetro. Experimento de Torricelli realizado em 1643 para determinar a medida da pressão atmosférica (Patm). A pressão no ponto A (PA) corresponde à pressão da coluna de mercúrio dentro do tubo e a pressão no ponto B (PB) corresponde à pressão atmosférica ao nível do mar. Sabendo que a pressão no ponto A é igual à pressão no ponto B por estarem na mesma altura, então: ~ratm Torricelli observou que 76 cm de mercúrio, ou seja, a coluna h formada é devida à pressão atmosférica ao nível do mar, em outras palavras, 76 cm de Hg equivale à pressão atmosférica ao nível do mar 122 e tem-se: Patm =y:h. Como a pressão atmosférica padrão é muito utilizada, mais uma vez registra-se: Pafm=760 mmHg = 10.330 kgf I m2 =101,3 kPa De forma geral, o líquido utilizado é o mercúrio, uma vez que o seu peso específico é suficientemente elevado de tal maneira a formar uma pequena coluna h e, portanto, podendo ser usado tubos relativamente curtos. 5.2 Manómetros Manómetro é o instrumento utilizado para medir a pressão de fluidos contidos em recipientes fechados. Como já descrito no capítulo 3, os manómetros utilizam a pressão atmosférica como referência, medindo, portanto, a diferença entre a pressão do sistema e*a pressão atmosférica. A pressão manométrica (pressão medida pelo manómetro) pode ser positiva ou negativa, dependendo de estar acima ou abaixo da pressão atmosférica. Se for medida pressão negativa, o manómetro é chamado de manómetro de vácuo ou também vacuômetro. Manómetros e manómetros de vácuo medem somente pressões efetivas. Existem alguns tipos de manómetros, dentre os quais serão descritos: Manómetro Metálico ou de Bourdon; Manómetro de Tubo Piezométrico; e Manómetro com Tubo em U. 123 5.2.1 Manómetro de Tubo Piezométrico, Piezõmetro ou Coluna v P i ezo métrica O manómetro de -tubo piezométrico, também conhecido como piezômetro ou mesmo coluna piezométrica, é constituído de um tubo aberto na parte superior, conectado a um reservatório contendo fluido com uma pressão a ser medida (Fig.5.2.1.1). Sabendo que o tubo está aberto à atmosfera, a pressão medida é relativa. à atmosférica. Figura 5.2.1.1: Esquema de um manómetro de tubo piezométrico. O manómetro de tubo piezométrico apresenta algumas limitações: > Por se tratar de um tubo aberto, o piezômetro não pode medir pressão de gases por não conseguir conter o fluido; 124 > Na situação em que se deseja medir pressões efetivas negativas, haverá entrada de ar para o reservatório, impossibilitando esse tipo de medida; > No caso em que se deseja medir pressões elevadas ou mesmo pressões de líquidos com pequeno peso específico, o uso do piezômetro não é adequado, uma vez que a altura da coluna h será muito alta. Sendo assim, a coluna piezométrica só é indicada para medidas de pequenas pressões. 5.2.2 Manómetro Metálico ou de Bourdon O Manómetro Metálico, patenteado em 1852 e registado por E. Bourdon é largamente utilizado na indústria nas medidas de pressões ou depressões. A medida da pressão ocorre de forma indireta por meio de um tubo metálico. Um sistema possuindo uma engrenagem acoplada à extremidade fechada do tubo curvado metálico, transmite o movimento a um ponteiro, o qual se desloca sobre uma escala. Esse movimento é devido à deformação do tubo sobre o efeito da mudança de pressão pela tomada de pressão (Fig.5.2.2.1). Considerando que a parte externa do manómetro encontra- se exposta à pressão atmosférica, o mostrador indicará a leitura direta da pressão na escala efetiva. 125 Tubo curvado Metálico Articulação Ponteiro Tomada de Pressão Figura 5.2.2.1: Esquema de um manómetro de Bourdon. Considere a Figura 5.2.2.2. As regiões interna e externa do tubo metálico estão sujeitas às pressões PI e P2, respectivamente. Assim, o manómetro indicará a diferença P-t - P2'- Pressãoíndícada=Pressãotomadaí-Pressâoamb}ente Figura 5.2.2.2: Leitura da pressão por meio de um manómetro de Bourdon. 126 5.2.3 Manómetro de Tubo em U Na Figura 5.2.3.1, por meio da ilustração de um manómetro contendo um reservatório e um tubo em U, pode-se entender como esse medidor de pressão determina a pressão manométrica do sistema (Pman) contido no reservatório. A figura mostra a inclusão de um fluido manométrico que geralmente é o mercúrio (líquido hachurado). A determinação da medida da pressão do gás contido no reservatório só é possível devido à presença do fluido manométrico que impede o escape do gás. Líquido Figura 5.2.3.1: Esquema de um manómetro de tubo em U aberto. Assim como nos barómetros, na maioria das vezes, utiliza-se como fluido manométrico o mercúrio, pois devido ao seu elevado peso específico diminui-se a altura da coluna que se forma. Sabendo que os pontos A e B apresentam a mesma pressão por estarem a uma mesma altura, a pressão manométrica (Pman) será determinada segundo a equação a seguir: 127 'sistema = 'atm + 'coluna —* "sistema ~~ 'atm = Y ' " Retomando a Figura 5.2.3.1, considera-se que o ponto A encontra-se
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