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Biossegurana_Impicaes_na_tcnica_de_microagulhamento1_20211202194540

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181 
 
BIOSSEGURANÇA: Implicações na Técnica de Microagulhamento 
BIOSAFETY: Implications in Thetechnique of Microneedling 
 
Ana Beatriz de Andrade - abeatrizandradee@gmail.com 
Ana Elisa Cardoso da Silva - anaelisa9815@gmail.com 
Inaiá Oliveira Martins - inaiaoliveiraa@gmail.com 
Graduandas em Estética – UniSALESIANO Lins 
Prof.ª Ma. Luciana Marcatto Fernandes Lhamas –Docente no curso de Bacharel em 
Estética – UniSALESIANO Lins – lucianamarcatto@hotmail.com 
 
 
RESUMO 
O presente trabalho teve como objetivo verificar o conhecimento dos 
profissionais da área da Estética sobre a biossegurança na técnica de 
microagulhamento. Foi utilizado questionário com questões de múltipla escolha o 
qual demonstrou que 92% das voluntárias possui conhecimento sobre as práticas 
de biossegurança; 69% utilizam todos os equipamentos de proteção individual 
(EPI’s), sendo eles: touca, jaleco, máscara, luva e sapato fechado; 84% realizam a 
higienização das mãos antes e após os procedimentos; todas as voluntárias 
afirmaram higienizar o ambiente a cada cliente, retiram quaisquer acessórios para a 
higienização das mãos, mantém as embalagens fechadas e datadas até o momento 
da utilização do roller, nenhuma delas faz a reutilização do mesmo e o que é 
imprescindível todas as profissionais afirmaram ser habilitadas para trabalharem 
com a técnica. Os resultados mostraram que os profissionais da área da Estética 
possuem o conhecimento sobre biossegurança, porém é sempre importante 
reforça-lo, colaborando assim para a prevenção de implicações com a técnica. 
Palavras-chave: Biossegurança. Microagulhamento. Profissionais. 
 
ABSTRACT 
 
The present work had the objective of verifying the knowledge of the 
professionals of the area of Aesthetics on the biosafety in the microagulation 
technique. A multiple choice questionnaire was used, which showed that 92% of 
volunteers have knowledge about biosafety practices; 69% use all personal 
protective equipment (PPE), including cap, lab coat, mask, glove and closed shoe; 
84% perform hand hygiene before and after procedures; all the volunteers affirmed 
to clean the environment to each client, remove any accessories for hand hygiene, 
keep the packages closed and dated until the time of use of the roller, none of them 
reuses the same and what is essential all professionals said be enabled to work with 
the technique. The results showed that professionals in the field of Aesthetics have 
the knowledge about biosafety, but it is always important to reinforce it, thus 
collaborating to prevent implications with the technique. 
Keyword: Biosafety. Microagulamiento. Professionals. 
 
 
 
182 
 
 
INTRODUÇÃO 
A Estética é um dos mercados que mais cresce no mundo, e com ela várias 
opções de tratamentos são oferecidas à população que se preocupa com sua beleza 
e bem-estar. 
Dentre esses tratamentos o microagulhamento é uma das opções para quem 
busca uma melhor aparência do tecido, podendo melhorar os aspectos de cicatrizes, 
manchas e rejuvenescimento. O equipamento utilizado é um dermaroller, coberto em 
média 540 agulhas, que causam micro danos no tecido com o objetivo de induzir a 
formação de novas fibras colágenas. (NEGRÃO, 2017). 
Durante o procedimento Estético, principalmente os perfuro cortantes, em que 
a contaminação por agentes contaminados se torna mais fácil, uma vez que o cliente 
possa apresentar alguma doença transmissível, o profissional pode acidentalmente 
se expor e expor outros clientes no caso da reutilização desses equipamentos, 
sendo assim fundamental a utilização das normas de biossegurança nas clínicas. 
 Diante do exposto surgiu o seguinte problema, os profissionais de Estética 
têm conhecimento sobre biossegurança na técnica de microagulhamento? Em 
resposta a esse questionamento, como hipótese, acredita-se que devido à falta de 
aprimoramento técnico científico dos profissionais da área de Estética ainda ocorram 
complicações relacionadas à técnica. 
As clinicas de Estética são consideradas estabelecimento de interesse à 
saúde, “pois podem representar um risco para seus usuários e profissionais, se as 
boas práticas de biossegurança não forem adotadas’’. (SOBRINHO et al., 2010, p. 
343). 
Neste contexto, o presente estudo assume relevância para os profissionais de 
Estética, de modo a conscientizar e disseminar a importância do conhecimento 
desses profissionais sobre a biossegurança, assim como para a saúde do 
profissional e do cliente. 
 
1 BIOSSEGURANÇA 
 
1.1 Biossegurança em Estética 
 
 
183 
 
Segundo Piatti (2013), durante a prestação de serviços, a biossegurança atua 
na proteção da saúde, como nos casos das clínicas de estética, tendo como 
principal método de proteção a utilização dos equipamentos de proteção individual 
(EPI’S). 
Em suma, refere-se a um grupamento de técnicas, métodos, ações, 
procedimentos e dispositivos aptos a inibir ou diminuir riscos às atividades de 
pesquisa, elaboração, ensinamento, evolução tecnológica e prestação de serviços, 
que comprometem a saúde do homem, dos animais, meio ambiente ou qualidade 
dos serviços prestados. (PIATTI, 2013). 
A biossegurança é uma preocupação mundial, não estando restrita apenas à 
área da saúde, pois consiste em uma mudança do padrão cultural, proporcionando 
novas medidas de comportamento no que se refere ao cumprimento da conservação 
do meio ambiente e da própria vida. Diante de problemas relativos à biossegurança 
acaba prejudicando a qualidade da função desenvolvida (PIATTI, 2013). 
 
Os serviços relacionados com esta área oferecem vários riscos ao 
profissional e aos pacientes, pois sendo uma ciência da saúde e se o 
estabelecimento não tomar as devidas precauções em relação à 
segurança, estes serviços prestados podem oferecer riscos à saúde 
pública. Existem várias medidas a serem realizadas pelos 
profissionais no setor da Estética, toda equipe existente no ambiente 
de saúde, deve ser convocada para serem feitos exames de saúde 
pré-admissão periódicos, e obter o conhecimento das formas mais 
seguras para laborar, desta forma não ocorrendo nenhuma forma de 
contaminação. (VIEIRA; ANDRADE; [s.a] p. 03). 
 
Essas “medidas de prevenção” auxiliam na minimização de riscos de 
patógenos pelo meio de fluídos corporais e sangue. Em todas as condições de 
terapias e independente do diagnóstico são adequadas para todos os pacientes. As 
prevenções ajudam os profissionais nas conduções apropriadas, por sentir a 
necessidade de proporcionar aos clientes condições biologicamente seguras; ao 
mesmo tempo em que se importam em indicar o uso dos EPI’S, garantindo 
qualidade da assessoria e redução de gastos. (PIATTI, 2013). 
 
1.2 Equipamentos de proteção individual (EPI’S) 
 
Os equipamentos de proteção individual (EPI’S) têm o objetivo de inibir os 
micro-organismos provenientes de contato com o sangue, fluídos orgânicos, 
 
184 
 
secreções e excreções de possíveis contaminações entre os profissionais. Os EPIS 
são luvas - devendo ser trocadas a cada atendimento - avental impermeável, gorro, 
óculos de proteção e máscara. (PIATTI, 2013). 
O Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), na Norma 
Regulamentadora 6 – NR6, da Portaria nº 3.214/1978, considera 
Equipamento de Proteção Individual EPI, todo dispositivo ou produto, 
de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de 
riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 
(PIATTI, 2013, p. 108). 
 
Os microrganismos contaminantes são transferidos para os profissionais e o 
principal contaminador é pelo contato das mãos. Quando os profissionais tocam as 
superfícies contaminadas, microrganismos podem ser transferidos aos instrumentos, 
como também nariz, boca, olhos, lesões de pele e mucosas. (PIATTI, 2013). 
Neste contexto, as luvas são usadas como barreira de proteção, prevenindo 
contra contaminação das mãos ao manipular materiais contaminados, reduzindo a 
probabilidadede que microrganismos presentes nas mãos sejam transmitidos 
durante procedimentos. As luvas servem como barreira mecânica para as mãos, 
sendo consideradas como uma “segunda pele”. O uso de luvas não descarta a 
precisão de lavar as mãos, visto que as luvas podem ter diminutos orifícios 
irreparáveis, ou estragar durante o uso, podendo infectar as mãos quando retiradas. 
(PIATTI, 2013). 
O termo “lavagem das mãos” foi alterado para “higienização das mãos” devido 
à maior abrangência deste procedimento. O termo compreende a higienização 
simples, a higienização antisséptica, a fricção antisséptica e a antissepsia cirúrgica 
das mãos. (PIATTI, 2013). 
Os jalecos fornecem uma barreira de proteção e é uma forma de inibir a 
transmissão de microrganismos. Já o uso do gorro, evita a queda dos cabelos (que é 
uma grande fonte de infecção, já que podem conter inúmeros microrganismos), na 
área do processo. (PIATTI, 2013). 
A máscara retrata uma enorme forma de preservação das mucosas da boca e 
do nariz, contra os microrganismos. Retrata também a medida mais importante de 
proteção das vias superiores em combate aos microrganismos presente durante a 
fala, tosse ou espirro. Devem ser utilizadas no atendimento de todos os clientes e 
são necessariamente descartáveis. (PIATTI, 2013). 
 
185 
 
Os óculos de proteção também caracterizam uma barreira de proteção 
importante de transmissão de infecções e irritações oculares. Necessitam ser 
usados para impedir que sangue, exsudatos (como pus ou secreções como saliva), 
atinjam os olhos do especialista durante o procedimento. (PIATTI, 2013). 
 
1.3 Equipamentos de proteção coletiva (EPC’s) 
 
Como o próprio nome sugere, os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC’s) 
dizem respeito ao coletivo, devendo proteger todos os trabalhadores e clientes 
expostos a determinado risco. (PEREIRA, 2010). 
A cabine de segurança biológica, é utilizada para a proteção do profissional e 
do ambiente laboratorial de substâncias que podem ser espalhadas durante a 
manipulação. As capelas de exaustão química protegem os profissionais na hora da 
manipulação de substâncias que possam liberar vapores tóxicos, que são utilizados 
em laboratórios clínicos para a descontaminação. O chuveiro de emergência é 
manuseado em casos de acidentes em que apresente projeção de grande 
abundância de sangue, substâncias químicas ou outro material biológico sobre o 
profissional. Nos laboratórios clínicos deve conter kit de primeiros socorros e kit de 
desinfecção nos casos de acidentes com materiais biológicos, devendo treinar os 
funcionários para a sua manipulação. (ALVES; PACHECO, 2015). 
 
2 MICROAGULHAMENTO 
 
2.1 A técnica e seus efeitos sobre a pele 
 
O microagulhamento é uma técnica mecânica que consiste em causar micro 
lesões no tecido a fim de aumentar a produção de colágeno, auxiliando também na 
permeação de ativos e resultando na melhora do aspecto tecidual no local. 
A técnica de microagulhamento descende da Acupuntura, que faz 
parte da Medicina Oriental Chinesa. Nos anos 1960, na França, 
surgiram os primeiros achados da técnica considerada Nappage, 
que se tratava de pequenas incisões na pele para a administração 
de fármacos, cujo objetivo era o rejuvenescimento facial. Em 1995, 
Orentreich defendeu a técnica subcision com agulhas para 
tratamento de rugas periorais. Já em 2006, Fernandes elaborou a 
técnica de indução de colágeno (TIC), que se utilizava de um rolo 
 
186 
 
com agulhas de aço visando melhorar cicatrizes e rugas finas 
(TRINDADE et al, [s.d] p. 05). 
 
O microagulhamento cria mais de 500.000 canais em 5 minutos, até a derme, 
que é a maior obstrução à penetração de ingredientes ativos, e pelo fato de a 
epiderme ficar intacta, o período de cicatrização é rápido e mais colágeno pode ser 
produzido naturalmente (MENEZES, 2017). 
Realizado através de um roller, composto em média por 540 agulhas, que 
causam micro danos no tecido com o objetivo de induzir a formação de novas fibras 
colágenas. De acordo com o tamanho da agulha os rollers da técnica de 
microagulhamento são classificados em epidérmicos (0,2-0,5mm) e dérmicos (acima 
de 0,5mm) e devem ser utilizados de acordo com a espessura da pele do cliente. O 
mecanismo do microagulhamento promove a indução do processo de reparo do 
tecido, no qual após a lesão ocorre uma sequência de fases que dão início a esse 
reparo. Essas fases são: 1) Fase Inflamatória, 2) Fase proliferativa e 3) Fase de 
Remodelamento. 
1) Fase Inflamatória: ocorre migração de inúmeros mediadores 
químicos, das células inflamatórias, os macrófagos e os 
linfócitos, além dos leucócitos polimorfonucleares (PMN), 
responsáveis pela fagocitose das bactérias. Sugere-se que os 
fatores de crescimento são os responsáveis pela migração de 
células e mediadores químicos para o local de reparo. 
2) Fase Proliferativa: é a fase responsável pelo “fechamento” da 
lesão, no qual ocorre a subfase de Reepitelização devido à 
migração dos queratinócitos não danificados das bordas da 
ferida e dos anexos epiteliais; e à subfase de Fibroplasia e 
formação da matriz, extremamente importante na formação do 
tecido de granulação, rico em fibroblastos, células inflamatórias, 
componentes renovasculares e da matriz extracelular - como a 
fibronectina, as glicosaminoglicanas e o colágeno. A formação 
do tecido de granulação depende da proliferação e diferenciação 
celular das células de fibroblasto, que longe de ser apenas 
produtor de colágeno, produz também elastina, fibronectina, 
glicosaminoglicanas e proteases, estas últimas responsáveis 
pelo desbridamento e remodelamento fisiológico. Nesta subfase 
ocorre a indução da neocolagênese (formação de colágeno) e 
anfigênese (neovascularização), que é essencial para o 
suprimento de oxigênio e nutrientes para a cicatrização. Sugere-
se que os fatores de crescimento são os responsáveis pela 
indução da proliferação e diferenciação celular (aumento das 
mitoses e hiperplasia do epitélio-epiderme). Após a fase de 
proliferação ocorre a contração da ferida que é o movimento 
centrípeto das bordas. 
 
187 
 
3) Fase Remodelamento: é a fase onde ocorre a substituição do 
colágeno III (frouxo) pelo colágeno I (denso) e estruturação das 
biomoléculas presentes na matriz extracelular. (MENEZES, 
2017, p.164-5). 
 
A técnica de microagulhamento pode ser utilizada em diversos protocolos 
envolvendo estética facial, corporal e capilar, já que viabiliza diretamente os ativos 
na pele, potencializando assim diversos tratamentos de disfunções estéticas. 
 
2.2 Equipamentos utilizados 
 
Aqui, no Brasil, todos os equipamentos para a área da saúde devem ser 
aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a fim de 
preservar a saúde tanto do profissional como do cliente. Alguns dos equipamentos 
utilizados como, por exemplo, os que contêm agulhas, são de uso único e exclusivo 
devendo ser descartados após o procedimento. 
Roller é o equipamento utilizado para a realização da técnica, possui uma 
ponta redonda contendo agulhas encravadas, geralmente feitas de aço inoxidável ou 
titânio. De acordo com a ANVISA deve ser incluído no rótulo da embalagem: a 
expressão “proibido reprocessar”, informações do fabricante, importador e o número 
de registro na ANVISA. 
De acordo com Negrão (2017), para a aplicação da técnica é sugerido que o 
profissional tenha em mãos materiais como: algodão ou gaze, soro fisiológico, luvas, 
anestésico (caso necessário), borrifador, e os cosméticos de sua preferência. 
 
2.3 O procedimento 
 
Segundo Negrão (2017) a aplicação do roller deve ser por quadrantes, 
trabalhando regiões pequenas, além de precisar ser feita detalhadamente e com 
calma. 
Ainda segundo a autora, a aplicação deverá ser feita nas regiões horizontal, 
vertical, diagonal direita e esquerda (Figura 1), devendo ser passada 10 vezes em 
cada direção com movimentosde .vai e vem, para depois trocar o sentido. 
 
188 
 
O microagulhamento é um procedimento técnico-dependente, a 
familiarização com o aparelho usado e o domínio da técnica são cruciais e 
influenciam diretamente nos resultados (NEGRÃO, 2017, p.101). 
 
 Figura 1 – Direções do microagulhamento 
 
 Fonte: NEGRÃO, 2017. 
 
2.4 Disfunções Estéticas tratadas com microagulhamento 
 
A técnica de microagulhamento é indicada para diversas disfunções, tanto 
faciais e corporais como capilares, antes da realização da mesma é necessário estar 
atento às possíveis complicações que podem surgir após o procedimento. 
De acordo com Negrão (2017) temos diversas indicações da técnica, entre 
elas: estrias, flacidez tissular ou dérmica, olheiras, hidrolipodistrofiaginoide (HLDG), 
peles desvitalizadas e desnutridas; melasmas e hipercromia; aumento na viabilidade 
de retalhos cutâneos e prevenção de processos fibróticos; melhora na qualidade da 
pele, cicatrizes atróficas e hipertróficas; alopecias não cicatriciais e rejuvenescimento 
íntimo. 
 
2.5 Contra-indicação da Técnica 
 
Existem diversas contraindicações para a realização da técnica, devendo ser 
respeitadas criteriosamente a fim de evitar acidentes e complicações para a saúde 
do paciente, que segundo Tosti; Beer; Pia; (2015) são: os pacientes que não 
realizarem um preparo da pele para receber a técnica, presença de qualquer 
 
189 
 
infecção, câncer, verrugas ou cerastoses solares; acne ativa ou herpes labial; o uso 
dos anticoagulantes Varfarina ou Heparina, ou outros coagulantes orais que podem 
causar sangramento excessivo; suspender o uso de ácido acetilsalicílico por pelo 
menos 3 dias antes do procedimento; alergia aos agentes anestésicos; pacientes em 
tratamento de quimioterapia; doses altas de corticosteroides ou radioterapia; 
diabetes melito não controlado; pacientes que realizaram cirurgia facial nos últimos 6 
meses ou cicatrizes com menos de 6 meses de surgimento; preenchimento com 
material permanente nos últimos 6 meses ou histórico de queloide grave. 
 
3 BIOSSEGURANÇA NA TÉCNICA DE MICROAGULHAMENTO 
 
3.1 Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de Saúde 
 
A apresentação pessoal e a postura do profissional são aspectos muitos 
importantes na área da beleza, pois podem relevar, ao primeiro contato, a seriedade 
e o envolvimento com que o profissional encara seu trabalho e seus clientes. O 
profissional deve apresentar-se ao trabalho: utilizando jaleco ou uniforme; com os 
cabelos presos; não usar joias, bijuterias e relógios, caso utilize que seja discreto; 
mãos sempre higienizadas; unhas curtas e limpas, preferencialmente sem esmalte; 
calças compridas e sapatos fechados; não fumar, beber ou comer algo no local de 
trabalho; sempre utilizar luvas nos atendimentos; a bancada de trabalho deve estar 
sempre limpa; o aparelho celular deve ser desligado durante o trabalho e a atenção 
e a segurança deve ser constante. (PEREIRA,2010). 
 
O espaço físico deverá contemplar ambientes com dimensões 
compatíveis com as atividades propostas. O dimensionamento dos 
espaços internos deve atender a uma lógica de organização 
espacial e fundamental de acordo com os serviços a serem 
oferecidos. (PEREIRA, 2010, p.168). 
 
Fundamentalmente, um estabelecimento de beleza deverá contemplar as 
seguintes características arquitetônicas e estruturais: 
a) o piso deverá ser liso, impermeável, lavável e resistente a saneamento, 
com o menor número de juntas; 
b) paredes devem ser revestidas de material liso, resistente, impermeável e 
 
190 
 
lavável; 
c) ser bem iluminado e ventilado, com janelas amplas em todo o 
estabelecimento; 
d) a eletricidade necessita ser planejada para suprir a demanda de 
equipamentos a serem instalados; 
e) os sanitários para clientes e funcionários deverão conter: pia, sabonete 
líquido, lixeira com tampa e pedal, toalhas descartáveis, organizado e 
limpo; 
f) em todas as salas de procedimentos é necessário conter: pia, sabonete 
líquido, lixeira com tampa e pedal, toalhas descartáveis para a 
higienização do profissional antes e após o atendimento; 
g) deve conter estufa ou autoclave para desinfecção ou esterilização; 
h) recomendável que tenha um local apropriado para produtos químicos; 
i) possuir um local específico para descarte de lixos gerados pelos setores 
do estabelecimento; 
j) conter armários para os profissionais guardarem pertences e deve conter 
áreas exclusivas para armazenamento de manuseios de materiais de 
limpeza; 
k) o estabelecimento deve conter meios de sinalização de cada setor, para 
facilitar a circulação dos clientes e profissionais e; 
l) a sinalização precisa estar também nos armários, equipamento e 
produtos. (PEREIRA, 2010). 
 
3.2 Habilitação do Profissional 
 
De acordo com os artigos 2º, 3º e 5º da lei Nº 13.643, aprovada em 3 de abril 
de 2018, o profissional Esteticista é livre por todo o território brasileiro, e são 
considerados profissionais da área os habilitados em curso técnico oferecido por 
instituições brasileiras ou estrangeiras, com revalidação do certificado, ou diploma 
brasileiro devidamente reconhecido pelo Ministério da Educação; ou também se 
comprovar a atuação na área por no mínimo 3 anos, contando desde a validação 
dessa lei, terá o direito de exercer a profissão. O profissional da área pode executar 
procedimentos faciais, corporais e capilares, utilizando cosméticos, técnicas e 
 
191 
 
aparelhos aprovados pela ANVISA, solicitando, caso necessário, outro profissional 
para complementar a anamnese, atentando-se às prescrições médicas caso o 
cliente apresente. (TEMER; JARDIM; YOMURA; 2018). 
Segundo a lei nº 595, aprovada em 2003, o esteticista é proibido de anunciar 
a cura de qualquer enfermidade, fazer o uso de títulos que não seja habilitado 
(especializado); agir de modo desleal com outros colegas de profissão ou clientes, 
prescrever qualquer medicamento ou praticar atos cirúrgicos e injetar substâncias. 
(TEMER; JARDIM; YOMURA; 2018). 
 
4 METODOLOGIA 
 
A presente pesquisa trata-se de um estudo descritivo e exploratório, realizada 
em clínicas de Estética da cidade de Lins com profissionais da área da saúde - 
sendo fisioterapeutas e esteticistas que trabalham com a técnica de 
Microagulhamento - no período de julho a setembro de 2018. O estudo recebeu 
aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Católico 
Salesiano Auxilium por meio do Parecer nº 2.686.126 (CAAE: 
88008818.0.0000.5379) em 30/05/2018. 
Contamos com a participação de 13 voluntárias, uma vez que 7 recusaram-se 
a responder o questionário, sendo que todas são do sexo feminino, com idade entre 
24 a 51 anos. O critério de inclusão foi considerado para profissionais acima de 18 
anos que trabalham em clínicas de Estética (regulamentada pela Prefeitura da 
cidade de Lins/SP), que realizam a técnica de microagulhamento e que aceitasse a 
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), como critério de 
exclusão, profissionais que não respondessem 50% do questionário. Para a coleta 
dos dados foi utilizado um questionário padronizado, composto pelas autoras, com 
23 questões de múltipla escolha, o qual foi distribuído após a assinatura do TCLE. 
Os resultados foram analisados através da análise descritiva dos questionários, 
utilizando o programa Microsoft Office Excel 2010 para estatísticas e construção dos 
gráficos. 
 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 
192 
 
Na presente pesquisa 100% das voluntárias foram do gênero feminino, com 
idades variadas entre 24 a 51 anos, sendo elas 77% esteticistas e 23% 
fisioterapeutas. Das entrevistadas, 100% responderam ter cursos específicos para 
trabalharem com a técnica, o que confirma a hipótese do trabalho, as quais 54% 
atuam de 3 a 6 anos e 46% de 1 a 3 anos.Das voluntárias, 38% afirmaram que 
atendem de 5 a 10 clientes mensais, enquanto 62% atendem de 1 a 5 clientes. 
Dentre as profissionais, 46% trabalham com carga horária diária de 10 horas, 23% 
por 8 horas, 16% por mais de 10 horas e 15% por 5 horas. 
 
Antes de iniciar o tratamento, é necessário que se faça uma boa 
avaliação, registros fotográficos de antes, durante e ao término do 
tratamento, é necessário que o paciente assine um termo de 
consentimento em duas vias, com todas as informações do 
tratamento inclusive os cuidados a serem tomados em casa 
(ALBANO; PEREIRA; ASSIS, 2018, p. 469). 
 
Neste estudo 92% das voluntárias fornecem um Termo de Consentimento 
Livre e Esclarecido (TCLE) a ser assinado pelo paciente e 8% não fornecem, assim 
sendo, podendo colaborar para que se tenham complicações com a técnica. 
 
Gráfico 1. Antes de qualquer procedimento você esclarece o Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido para a assinatura dos seus clientes? 
 
Fonte: elaborado pelos autores, 2018 
 
Todas as profissionais retiram quaisquer acessórios para higienizarem as 
mãos, mas somente 84% fazem a higienização antes e após o procedimento, 8% 
fazem somente antes e 8% somente após. Segundo a autora Piatti (2013, p.100), 
“as mãos devem ser higienizadas no início e no término de cada procedimento e 
sempre que necessário for”. 
 
Gráfico 2. Qual produto é utilizado para a higienização da pele do cliente? 
92%
8%
Sim Não
 
193 
 
 
Fonte: elaborado pelos autores, 2018 
 
Para realizar a higienização da pele do cliente 62% fazem o uso de 
Clorexidine, 23% utilizam álcool 70% e Clorexidine e 15% somente álcool 70%. 
Lembrando que a literatura recomenda: “para a antissepsia loção antissépticas, 
Gluconato de Clorexidina ou álcool 70%’’. (NEGRÃO, 2017 p. 102). 
Das profissionais entrevistadas 46% executam a técnica na área facial, 46% 
facial e corporal e 8% facial e capilar. 
Todas as entrevistadas afirmaram manter as embalagens fechadas e datadas 
até o momento de utilização do roller, a maioria das profissionais, sendo 38%, 
trabalham com a agulha de 0,5mm e o restante com agulhas diversas - entre 0,5mm 
e 1,0mm – e nenhuma delas faz a reutilização do roller. 
Segundo Albano; Pereira; Assis, (2018, p. 469): “Seu cabo é de polietileno, 
impedindo que o equipamento seja autoclavado. Após o uso, necessário que se faça 
o descarte juntamente com o material perfurocortante”. 
 
Gráfico 3. Utiliza o mesmo roller mais de uma vez? 
 
Fonte: elaborado pelos autores, 2018 
 
Das voluntárias 77% disseram que a iluminação do local a ser praticada a 
técnica é ótima e 23% disseram que é boa, 100% disseram que fazem a 
higienização do ambiente a cada cliente. 100% das voluntárias confirmam que 
62%
23%
15%
Clorexidine Álcool 70% e clorexidine Álcool 70%
0%
100%
Sim Não
 
194 
 
possuem as vacinações em dia, sendo imprescindível, conforme Pereira (2010, 
p.15) afirma: “em virtude do contato frequente com pacientes ou com material 
infectados, muitos trabalhadores da área da saúde estão expostos a riscos de 
adquirir doenças transmissíveis, mas que são imunopreníveis por meio de 
vacinação”. 
Todas as voluntárias disseram que nunca tiveram problemas com a técnica, 
sendo que 69% utilizam todos os equipamentos de proteção individual (toucas, 
jaleco, luvas, máscaras e sapato fechado) e 31% apenas não fazem a utilização do 
sapato fechado. Dias; Silva (2017, p. 1475), descrevem: “Os profissionais de estética 
não podem deixar de frisar a importância do uso da proteção coletiva e individual 
perante a este tratamento, já que profissional/paciente estão expostos a agentes 
patológicos a todo tempo”. 
 
Gráfico 4. Faz o uso de equipamentos de proteção individual? 
 
Fonte: elaborado pelos autores, 2018 
 
De acordo com Dias; Silva (2017, p. 1475) descrevem: “Sendo assim é 
imprescindível o conhecimento da biossegurança a fim de preservar e/ ou minimizar 
os riscos nas atividades desenvolvidas”. De acordo com a pesquisa, 92% afirmaram 
possuir conhecimento sobre as práticas de biossegurança e apenas 8% afirmaram 
que possuem pouco conhecimento, respondendo à pergunta problema do trabalho, 
a maioria das entrevistadas tem o conhecimento sobre as práticas de 
biossegurança. 
 
CONCLUSÃO 
Os resultados desse trabalho indicam que as profissionais da área possuem 
conhecimento sobre as boas práticas de biossegurança, sendo assim, o presente 
69%
31%
Fazem uso de todos os equipamentos de proteção individual
Não utiliza apenas sapatos fechados
 
195 
 
estudo assumiu relevância para os profissionais de Estética, de modo a 
conscientizar e disseminar a importância do conhecimento desses profissionais tanto 
sobre a biossegurança, quanto para a saúde do profissional e do cliente no dia a dia 
de trabalho, prevenindo-se das complicações com a técnica e assim evitando das 
doenças autoimunes. 
 
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