Buscar

Trabalho Semiotica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Questões de Semiótica Narrativa e Discursiva 
Questão 1: 
A semiótica se preocupa, principalmente, com a forma do conteúdo. Dentro 
dela a semiótica constrói ainda mais divisões para caracterizar o percurso gerativo do sentido. 
A forma do conteúdo, então, se divide em três níveis: nível profundo, onde o sentido está em 
sua forma mais pura, em oposições e conceitos abstratos; nível narrativo, onde estão os 
objetos modais, os personagens, dentre outras coisas; e nível discursivo, onde está a 
figurativização, a temporalização e onde os personagens prototípicos ganham identidades e 
características para além de sua função na história. Este é o nível mais superficial e concreto 
do percurso. Em suma: O ser humano não consegue suportar a ideia de um não sentido para as 
coisas, portanto, a semiótica estuda os modos de construção e organização do sentido. Ela é o 
estudo dos signos, que consistem em todos os elementos que representam algum significado e 
sentido para o ser humano, abrangendo as linguagens verbais e não-verbais. 
 
Questão 2.1- 
Questão 2.2 - Primeiro trecho: “Julgamento, já. Ele mesmo, Joca Ramiro, 
como de lei, deixava para dar opinião no fim, baixar sentença. Agora, quem quisesse, podia 
referir acusação, dos crimes que houvesse, de todas as ações de Zé Bebelo, seus motivos; e 
propor condena.” 
Neste trecho é apresentada a performance do início do julgamento de Zé 
Bebelo, com Joca Ramiro assumindo o papel de uma espécie de juiz, ele é quem decretará a 
Libertar
Matar
Condenar Absolver
Torturar Prender
Não-absolver Não-Condenar
sentença. Joca possui as competências de quer-fazer e poder-fazer pois a ele foi dado 
previamente, e por todos os jagunços, poderes para tal. Era “homem acreditado pelo seu 
valor” como podemos observar no seguinte trecho: “Joca Ramiro tinha poder sobre eles. Joca 
Ramiro era quem dispunha. Bastava vozear curto e mandar”. 
 
 
Segundo trecho: “Mandaram a gente abrir muito mais a roda, para o espaço 
ficar sendo todo maior. Se fez.” 
Aqui um actante coletivo estava em desunião com seu objeto de dimensão 
prática, ou seja, seu desejo de uma roda maior, passa a estar em união com ele através da sua 
competência de poder-fazer. “Mandar” trata-se de uma manipulação intimidatória, logo a 
coletividade concedeu ao grupo mandante (também pode-se pensar, neste momento, em uma 
massa de pessoas autoregulada) a autoridade para poder-fazer. 
Questão 2.3- A manipulação foi constatada nos seguintes trechos: 
Por sedução- “Mas eu cá sei de toda consciência que tenho, a responsabilidade. 
Sei que estou como debaixo de juramento: sei porque de jurado já servi; uma vez, no júri da 
Januária…”. Titão Passos faz um auto-elogio implícito neste excerto para dar credibilidade à 
sua fala. Ao dizer que já serviu uma vez ele mostra que não é um novato no quesito 
julgamento e sabe o que está falando. Também podemos observar a espacialidade “no júri da 
Januária” que corrobora para o efeito de verdade de sua fala. 
Por provocação- “– Que tenha algum dos meus filhos com necessidade de 
palavra para defesa ou acusação, que pode depor!”. Aqui, Joca Rabelo quer literalmente 
Não-poder-não-fazer
Poder-fazer Poder-não-fazer
Não-poder-fazer
provocar a fala dos demais, dando autorização de fala para quem sentir necessidade. Há um 
desafio inerente à esta demanda, tanto é que ela causou desconcerto nos jagunços. 
Questão 2.4- Destaca-se duas sanções no texto apresentado: 
A primeira- “A modo que – Zé Bebelo – sabe o senhor então o que ele fez? Se 
levantou, jogou para um lado o tamborete, com pontapé, e a esforço se sentou no chão 
também, diante de Joca Ramiro. Foi aquele falatório geral, contente.” Houve uma sanção 
grupal, por parte dos jagunços, de caráter tímico, sobre a performance de Zé Bebelo. Eles 
expressaram a aprovação pelo fato de Zé Bebelo chutar o tamborete e sentar no chão através 
de um falatório contente. 
A segunda- “Ar que inchou o peito e o queixo levantou, valendo se valendo. 
Criatura assim sente tudo adivinhado, de relâmpago, na ponta dos olhos da gente. Eu tinha 
confiança nele.” Riobaldo profere uma sanção cognitiva sobre a performance de Zé Bebelo 
por meio da observação de suas atitudes. 
Questão 2.5- A figurativização faz o leitor compreender o narrado por meio de 
um raciocínio figurativo, por vezes pictórico, que encontra eco no mundo vivido, e também 
auxilia na persuasão do enunciatário. No primeiro excerto abaixo é perceptível como o 
enunciado se vale da comparação entre Ricardão e o boi “Zebu” além da descrição de uma 
possível atitude glutona, enumerando uma diversidade de alimentos que podem ter sido 
comidos por ele, para compor a especificidade do volume e o peso deste personagem, posto 
que a palavra “gordo” não continha o significado exato que o narrador desejava expressar. No 
segundo excerto, temos a comparação entre a atitude do jagunços com um “rodear de gado”. 
“Ele era o famoso Ricardão(…)Composto homem volumoso, de meças. Se 
gordo próprio não era, isso só por no sertão não se ver nenhum homem gordo. Mas um não 
podia deixar de se admirar do peso de tanta corpulência, a coisa de zebu guzerate. As 
carnes socadas em si – parecia que ele comesse muito mais do que todo o mundo – mais 
feijão, fubá de milho, mais arroz e farofa –, tudo imprensado, calcado, sacas e sacas.” 
“A jagunçama veio avançando, feito um rodear de gado” 
Questão 2.6- A espacialidade no texto traz um efeito de realidade e verdade. 
Em “A Fazenda Sempre-Verde era a casa enorme, viemos saindo da estrada e entrando nas 
cheganças, os currais-de-ajuntamento. Aquele mundo de gente, que fazia vulto. Parecia um 
mortório. Antes passei, afanhou a porteira, aí fomos enchendo os currais, com tantos os 
nossos cavalos. A casa de-fazenda estava fechada.”, os trechos em negrito destacam aspectos 
espaciais relativos à fazenda onde os jagunços se encontravam. A casa, os currais, a porteira, 
compõem o universo sertanejo relatado por Riobaldo. 
Questão 2.7- A aspectualidade revela o ponto de vista, a perspectiva do 
narrador do enunciado e dos atores envolvidos. Pode se fazer uma comparação com a função 
de diretor de uma obra. No trecho “Mas, de repente, Joca Ramiro, astuto natural, aceitou o 
louco oferecimento de se abancar: risonho ligeiro se sentou, no chão, defronte de Zé Bebelo. 
Os dois mesmos se olharam. Aquilo tudo tinha sido tão depressa, e correu por todos um 
arruído entusiasmado, dando aprovação.” Temos aspectos do andamento da ação narrada: “de 
repente”, “ligeiro”, “tão depressa” (aqui com um marcador de intensidade), e “correu”. O tom 
do ocorrido é dado pelos adjetivos “astuto”, que também carrega a semântica da rapidez 
temporal, “louco” e “risonho”, compondo um ambiente mais leve, menos hostil que o começo 
da narração. 
Questão 2.8- Um dos temas é a persuasão: “Porque acusação tem de ser em 
sensatas palavras “ “falar, como falava constante, com um modo manso muito proveitoso:” 
Outro, o poder se observação: “Estudei foi os chefes.” “Que até capivara se 
senta é para pensar” “Eles pensavam. Conforme vi.” “Todo o mundo concordou, pelo que vi 
de todos.” 
E ainda, a audácia: “Aquilo, sim, que sendo um atrevimento; caso não, o que, 
maluqueira só.” “Zé Bebelo repostou, com toda a ligeireza.” “brincando com a morte” 
"Sabença aprendida não adiantou para nada…” “E atrevimento, muito.” 
Questão 2.9- Abaixo, Hermógenes encontra-se em estado passional, ele foi 
afetado em sua existência modal pois sentiu-se atacado. Ele leu a performance de Zé Bebelo 
como um ataque e deseja vingança. 
“Tibes trapo, o desgraçado desse canalha, que me agravou! Me agravou, 
mesmo estando assim vencido nosso e preso... Meu direito é acabar com ele, Chefe!” 
O mesmo ocorre com Riobaldo quando ele emite sua opinião sobre Zé Bebelo, 
ele se deixou levar pelo sentimento fraternal em ralação ao amigo, um sentimento de justiça. 
Na sequência sentiu-se nervoso, e porque não, inseguropor estar no centro da atenção de 
todos os presentes. 
“Digo ao senhor: que eu mesmo notei que estava falando alto demais, mas de 
me abrandar não tinha prazo nem jeito – eu já tinha começado. Coração bruto batente, por 
debaixo de tudo. Senti outro fogo no meu rosto, o salteio de que todos a finque me olhavam.” 
Questão 2.10- Isotopia diz respeito à palavras com sentidos correlatos cuja 
finalidade é dar coesão e coerência ao texto. A isotopia de cunho erótico se observa nas 
passagens em que Diadorim é mencionado. O erótico emerge de uma sensorialidade que 
recobre todas as ações deste personagem e revela a extrema atenção que Riobaldo dá a ele: 
“Só Diadorim, que quase me abraçava” 
“Diadorim ainda experimentou de me reter, decerto assustado: – ‘Espera, 
Riobaldo…'– tive o siso da voz dele no ouvido.” 
“Diadorim no meu ouvido falou” 
“Diadorim apertou meu braço” 
“Diadorim, conseguindo caminho por entre o povo, aí chegou, se encostou em 
mim; tão junto, mesmo sem conversar, mas respirava, como era com a boca tão cheirosa.” 
É notória principalmente a isotopia figurativa, o tato muito presente no quase 
abraço, aperto no braço, em encostar; a audição, com a voz presente no ouvido, quase tão 
perto como o encostar tátil; e o olfato na percepção do cheiro da boca de Diadorim. 
Questão 3- A questão das manipulações foi o que que mais chamou a atenção e 
acredito que foi a parte da matéria que mais compreendi. É o que ressalta primeiramente em 
um enunciado, mesmo (ou ainda mais) quando estou ouvindo frases cotidianas.

Continue navegando