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Ética Profissional Responsabilidade Social: Meio Ambiente e Sustentabilidade objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • conhecer a responsabilidade social; • entender aspectos do meio ambiente e da sustentabilidade. Meio Ambiente, como já vimos nas aulas anteriores, consiste num conjunto de bens disponibilizados pela natureza, como a vegetação, a água, os animais, microrganismos, solo, rochas, atmosfera e fenômenos naturais, responsáveis pela sobrevivência do homem no planeta. Bons estudos! 8º aula 55 1 – A Responsabilidade Social 2 – A Responsabilidade Social e a Ordem Jurídica seções de estudo 1 - A Responsabilidade Social Do ecossistema, formado por organismos vivos, o homem retira tudo que precisa para atender as suas necessidades e de forma cada vez mais intensa, consumindo as riquezas naturais. O meio ambiente é, portanto, uma fonte esgotável de riquezas necessárias para a permanência do homem no Planeta Terra. O consumo inadequado e inconsequente desses bens pode acarretar consequências desastrosas e até a extinção da vida na terra. Todavia, é necessário produzir, construir, criar, alimentar, enfim, desenvolver a terra e, para isso, é preciso extrair do Meio Ambiente, os elementos necessários para atender toda a demanda populacional e suas necessidades e o consumo cada vez mais intenso. Para compreender a quantidade de consumo e as necessidades, assistam a um vídeo muito interessante: “A história das coisas” Mas como adequar as necessidades e o consumo do sistema econômico à preservação ambiental de forma sustentável? A preocupação sobre a depredação e a insustentabilidade ambiental surgiu no início da década de 1960, com os movimentos ecológicos que já visualizavam as ameaças sobre o planeta. Nesse período, deu-se início às manifestações e discussões de Movimentos Ambientalistas que se estenderam por vários países, mesmo que tardiamente, mas fortemente engajadas em conter as ameaças ambientais. Em meados de 1970, os movimentos se intensificaram e, em 1972 aconteceu a Conferência de Estocolmo, o primeiro grande debate mundial sobre os temas ambientais promovido pela ONU, na Suécia. Algumas potências mundiais, países representantes do grupo dos desenvolvidos, deixaram de participar, pois nesse período, o mundo vivia a “Guerra Fria”, ficando de fora a União Soviética e a Alemanha Oriental, os países socialistas da época. Por sua vez, os países em desenvolvimento também deixaram de comparecer, justificados pela necessidade de manter o crescimento industrial e econômico que se instalava. Como primeiro passo em proteção à sustentabilidade ambiental, o Encontro de Estocolmo não logrou o êxito almejado e teve como resultado a apresentação de uma Carta de Princípios que previa o apoio dos países desenvolvidos em transferir tecnologia e dar apoio financeiro aos países dispostos a adotar medidas ambientais corretas. A segunda tentativa se deu em 1983, quando a ONU criou a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Na ocasião foi apresentada uma ampla avaliação dos problemas ambientais relacionados ao desenvolvimento econômico, que resultou em um extenso relatório intitulado "Nosso Futuro Comum", publicado em 1987 (Relatório Brundtland). Esse Relatório trouxe o conceito de desenvolvimento sustentável sustentado por políticas públicas capazes de promover a exploração ambiental de forma adequada, visando o respeito às gerações futuras. A partir daí, a sustentabilidade passou a ter uma visão ética de desenvolvimento que foi disseminada por todo o planeta. Outros eventos foram realizados com o mesmo propósito: Convenção sobre as Mudanças Climáticas: 1992 na cidade do Rio de Janeiro, denominada de ECO-92. Na ECO-92, a partir do consentimento de 191 países, a redução do índice da população sem acesso à água potável, além disso, os países desenvolvidos deveriam destinar 0,7% do PIB para as nações pobres que se comprometeram a preservar a natureza e a biodiversidade como um todo. Até o ano de 2005 as metas de redução não foram cumpridas pelos países industrializados. Posteriormente no Protocolo de Kyoto, em 1997, foram realizadas várias alterações em relação às metas propostas no Rio, como por exemplo, a de que o conjunto dos países mais industrializados deveria diminuir a emissão de gases de dióxido de carbono. Neste evento foi elaborado o Protocolo de Kyoto com um objetivo básico de reduzir a emissão de gases, e automaticamente diminuir o efeito estufa, nessa conferência ficou definido que os países de maior industrialização estariam obrigados a subtrair o volume de gases, no mínimo 5% se comparados com a década de 90, entre os anos de 2008 e 2012. Agenda 21: centraliza-se na ideia do desenvolvimento sustentável, essas devem ser colocadas em prática durante esse século, o objetivo da Agenda 21 é implantar medidas sociais, principalmente para os excluídos (índios, ribeirinhos), além de questões como a mulher no contexto social, os jovens, e uma preocupação com a preservação da atmosfera e oceanos. Em 2002, em Johannesburgo, através do Plano de Implementação a Agenda 21 tornou-se mais sólida, no Rio+10 foram assinados e aprovados a Declaração Política da Cúpula Mundial de Desenvolvimento Sustentável, essa tem como principal objetivo pedir anistia das dívidas adquiridas pelos países pobres, pois muitas vezes as desigualdades são provenientes dos esforços em pagar os débitos, dessa forma impossibilita a implantação efetiva de um desenvolvimento sustentável. Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/tratados- internacionais-sobre-meioambiente.htm. disponível em: 31 out. 2017. Fonte: http://estudarfast.blogspot.com.br/2013/04/eco-92-rio-20-e-rio-40-frases- zuando.html. Acesso em: 30 out. 2017 56Ética Profissional Após essa breve introdução sobre a preocupação mundial com o Meio Ambiente, e, diante de evidências dos impactos ambientais e a degradação que se instalava, o mundo começou a ter consciência da consistência qualitativa ambiental que ele vive. Responsabilidade Social diz respeito ao cumprimento dos deveres e obrigações dos indivíduos e empresas para com a sociedade em geral. O primeiro teórico a escrever sobre Responsabilidade Social foi Howard Bowen, 1953, cuja obra Social Responsabilities of the Businessman estimulou outros estudiosos e instituições internacionais ao aprofundamento sobre o tema. A responsabilidade social é um conceito amplo, relativo a empresas que, além de manterem o seu negócio, se preocupam com o desenvolvimento social de todas as pessoas ou coisas envolvidas em sua cadeia de produção como comunidade, consumidores, meio ambiente, governo, etc. Esse conceito, disseminado a partir da década de 1990, no decorrer dos tempos tem sido distorcido em benefício de pequenos grupos para ganharem vantagem competitiva. Fonte: http://terceiro-setor.info/responsabilidade-social.html. Acesso em: 30 out. 2017. Na década de 60 vários trabalhos de autores como Keith Davis (1967) e J. McGuire (1963) são publicados e as discussões em torno do conceito de responsabilidade social começam a se alastrar. Nesta fase predomina a visão de que a responsabilidade das empresas vai além da responsabilidade de maximizar lucros e incorporam-se a esta a necessidade de uma postura pública perante os recursos econômicos e humanos da sociedade e a vontade de ver esses recursos utilizados para fins sociais mais amplos e não simplesmente para os interesses privados dos indivíduos. Nos anos 70, a Responsabilidade Social das empresas passou a fazer parte do debate público dos problemas sociais como a pobreza, desemprego, diversidade, desenvolvimento, crescimento econômico, distribuição de renda, poluição, entre outros. Em consequência disso, houve nova mudança no contrato social entre os negócios e a sociedade, o que gerou o envolvimento das organizações com os movimentos ambientais, preocupação com a segurançado trabalho e regulamentação governamental. Bertoncello, Chang Júnior. A importância da Responsabilidade Social Corporativa como fator de diferenciação. FACOM - nº 17 - 1º semestre de 2007. Refletir sobre Responsabilidade Social nos leva a pensar em ajudas advindas de instituições e organismos, semelhantes ao assistencialismo, à situação de carência social. Todavia, Responsabilidade Social consiste no desenvolvimento de projetos baseados em princípios éticos e transparentes capazes de despertar valores e criar estratégias de mudança de pensamento em relação ao Meio Ambiente. A Responsabilidade Social deve se dar de forma contínua, com intenção de mudança de comportamento e não de forma fragmentada e periódica, como acontece em certas campanhas de doações promovidas certas instituições, a exemplo da campanha do agasalho no inverno. Isso é explicado ao se constatar maior conscientização do consumidor, o qual procura por produtos e práticas que gerem melhoria para o meio ambiente e a comunidade. Além disso, o crescimento econômico só será possível se estiver alicerçado em bases sólidas e, portanto, deve haver um desenvolvimento de estratégias empresariais competitivas que passem por soluções ambientalmente sustentáveis, socialmente corretas e economicamente viáveis (LEWIS, 2003, p. 356). Segundo a ideia de Responsabilidade Social, uma empresa não estará sendo ética ou responsável em suas atividades se, mesmo produzindo produtos de qualidade e de interesse de seus clientes, provocar, pela sua atuação, poluição e depredação ambiental. Assim como não estará respeitando a transparência e princípios quando sonega impostos, pois o fim desses recursos devem ser à sociedade ou, se ela sonega, por exemplo, uma informação importante sobre seus produtos e serviços, poderá ser responsabilizada, mais tarde, por omissão. Por isso, nos dias atuais, é obrigação das empresas disponibilizar o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) em seus produtos; o prazo da validade, os produtos utilizados na sua fabricação que podem causar dano à saúde ou ainda, os valores nutricionais. Fonte: blogdodejad.blogspot.com. Fonte: 31 out. 2017. A Responsabilidade Social envolve, ainda, outras formas de sustentabilidade, a promoção do indivíduo, como é possível observar nas políticas públicas de inclusão social, a exemplo da inserção de pessoas com necessidades especiais no mercado de trabalho. Conforme consta em Gil (2002), as empresas Fleury, Gelre, Gimba, Laffriolée Sobremesas, Medley, Natura Cosméticos, Prodam, Serasa e White Martins são apontadas pelo Instituto Ethos para exemplificar casos de inclusão de pessoas com deficiência e, assim, inspirar novas experiências. No que diz respeito às ferramentas de comunicação, encontra- se, por exemplo, o “Fórum de empregabilidade da pessoa com deficiência”, que teve sua criação defendida em um evento realizado na sede da Serasa Experian, em São Paulo. A proposta de criação do Fórum foi uma iniciativa da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, da Serasa Experian e do Instituto Ethos. 57 O que se pretende compreender é a nova fase, em que o trabalho represente um campo de segmentação social. Se, na “fase da exclusão”, o mercado de trabalho era composto, de um lado, pelos capitalistas e, de outro lado, pelos trabalhadores (sejam eles deficientes ou não deficientes), na atual fase da inclusão, o mundo do trabalho tende a não ter dois lados. Agora, os protagonistas, em geral, parecem querer enfrentar juntos o desafio da produtividade e competitividade. A ideia que começou a vingar timidamente é a de que não haverá mais batalhas e muito menos vencedores e vencidos. Surge, então, no panorama do mercado de trabalho a figura da empresa inclusiva (SASSAKI, 1999, p. 65). A Constituição Federal do Brasil/1988, sobre os princípios da ordem econômica, estabelece que: DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I - soberania nacional; II - propriedade privada; III - função social da propriedade; IV - livre concorrência; V - defesa do consumidor; VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; VII - redução das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. Em consequência da previsão de nossa Lei Maior, bem como das legislações ordinárias esparsas que vêm sendo editadas, as empresas passam a ser motivadas e em alguns casos, obrigadas a adotar determinadas atitudes consideradas socioeconômica e ambientalmente responsáveis. Diante disso, autoriza-se dizer que a Responsabilidade Social é, sobretudo, uma orientação legal. Conclusão que se coaduna, a propósito, com o espírito dirigente da Constituição Federal de 1988 de concretizar uma sociedade livre, justa e solidária. Podemos perceber que as atividades econômicas de bens e serviços recebem a preocupação do legislador não só quanto à questão do crescimento econômico, e da organização fiscal administrativa de uma empresa, mas se estende em função dos consumidores, da sociedade. Segundo Guedes (2008), a preocupação da instalação da empresa com o nível de vida digno e satisfatório da população aos seus arredores, além do cumprimento da legislação vigente e o exercício da função social do empreendedor, pode pressupor um aumento de consumo e ampliação de mercado. http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_ leitura&artigo_id=8757. VALE A PENA REFLETIR SOBRE O TEXTO: EDUCAÇÃO PARA A GESTÃO AMBIENTAL: A CIDADANIA NO ENFRENTAMENTO POLÍTICO DOS CONFLITOS SÓCIOAMBIENTAIS, DE Philippe Pomier Layrargues[...] Backer (1991) ressalta que a sociedade conta com uma multiplicidade de formas coletivas de participação, entre elas, há o direito de ser consultado antes de uma decisão do Poder Público, a negociação e mediação, a participação na decisão propriamente dita; transcendendo- se, assim, a perspectiva puramente individualista de participação como uma contribuição em pequenas questões cotidianas, como por exemplo, participar reduzindo o consumo conspícuo, eliminando o desperdício, reciclando o lixo, mantendo o veículo bem regulado, consumindo verde, etc. Mas para que este seja um projeto frutífero, determinados requisitos devem ser preenchidos. Um deles, talvez o mais importante, é o caráter coletivo da formação do espaço público, entendido como a arena do processo de participação democrática. Sugestivamente, Pádua (1992) constata que a questão ambiental evidencia, no final do século XX, a necessidade do redescobrimento do sentido e destino da coisa pública, o que nos induz a refletir sobre a árdua tarefa que a educação ambiental tem pela frente, sobretudo quando lembramos um importante mas pouco valorizado trecho da obra do Clube de Roma, “Os Limites do Crescimento”, na qual os autores salientam que: “Embora as perspectivas dos seres humanos variem no espaço e no tempo, todo interesse humano se localiza em algum ponto no gráfico do espaço-tempo. A maioria da população mundial preocupa- se com questões que afetam somente a família ou os amigos, em períodos curtos de tempo. Outros, olham mais à frente, ou tem visão mais ampla – uma cidade ou nação. Apenas muito poucas pessoas têm uma perspectiva global que se projeta em um futuro distante.” (Meadows et al, 1978: 16). O gráfico extraído e adaptado do livro ilustra a distribuição dos interesses humanos ao longo da escala espaço-temporal. Note-se a grande concentração de pontos localizada na lacuna referente aoespaço familiar e ao prazo temporal da próxima semana e a ausência de interesses pelo mundo e pelas gerações futuras, ou seja, pelo interesse coletivo: 2 - A Responsabilidade Social e a Ordem Jurídica: 58Ética Profissional Assim, a tendência mundial de valorização dos conceitos de desenvolvimento sustentável tem sido observada também nos mercados financeiros. A procura por investimentos socialmente responsáveis (Social Responsible Investment - SRI), por parte dos investidores, tem determinado a criação de índices de ações, para identificar as empresas que incorporam esses conceitos em diversos países. Para atender essa demanda crescente no Brasil, a Bovespa, em conjunto com outras instituições, criou o ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial. O retorno do ISE representa o retorno de uma carteira composta por empresas socialmente responsáveis com objetivos básicos de atender a investidores que desejam privilegiar empresas comprometidas com conceitos mais éticos em sua administração de negócios; e evidenciar o desempenho no mercado financeiro dessas empresas, como modo de promover essas práticas no meio empresarial (LUZ; SILVA; COELHO, 2008). Algumas entidades são criadas para promover a criação e organização de empresas voltadas para a responsabilidade social. No Brasil, o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O Sebrae apoia os negócios de impacto social porque contribuem para o desenvolvimento sustentável e fortalecem as pequenas empresas. Exemplos de Projetos de Responsabilidade social: • No Brasil, a Nestlé implantou, na década de 80, o Programa Nestlé de Energia Alternativa, com base nas unidades de reflorestamento instaladas em Ribas do Rio Pardo (MS) e Mirabela (MG). Elas são responsáveis por abastecer sete fábricas com uma fonte de energia renovável e não poluente. • Além disso, algumas fábricas utilizam resíduos do processo produtivo (como cascas de cacau e borra de café) para suprir cerca de 35% de suas necessidades de energia. • A Maior multinacional brasileira de cosméticos, e pioneira em produção sustentável, Natura, é uma das vencedoras do prêmio da Organização das Nações Unidas (ONU) Campeões da Terra 2015, na categoria Visão Empresarial. Alguns Projetos: Formação Consciência Coletiva, em todos os envolvidos desde os colaboradores até os clientes por meio de programas de mobilização, orientação e educação. Publicidade, Comunicação periódica (trimestral e anual) dos resultados e indicadores alcançados de forma a fomentar a transparência das políticas e projetos da empresa. Esse processo ainda conta com auditoria independente e segue os padrões do “Global Reporting Iniative(GRI)’’: Redução De Co2: uso de etanol e biomassa nas caldeiras, cartão combustível limitado ao uso de biocombustível. • Acordos comerciais para fornecimento de matéria- prima: pequenas comunidades e cooperativas. Incentiva o desenvolvimento econômico e social local. Inclusão Social: Suporte a projetos sociais, como Movimento Natura e Programa Acolher. • Projeto Aqui Natura: Divulgação e esclarecimento através da TV aberta (semanalmente na Record), o programa visa demonstrar temas relacionados ao bem-estar, cultura, beleza e atividades socioambientais desenvolvidos pela Natura. Apoio e Incentivo à Pesquisa: Projetos na UFAM e de exploração da palma de dendê. Eventos De Engajamento: promoção de eventos com as comunidades e órgãos governamentais para busca de soluções e melhorias no processo produtivo da empresa de forma a atender os requisitos socioambientais e de sustentabilidade. As empresas têm uma função social, a qual transcende os interesses dos sócios ou acionistas, englobando, os interesses da coletividade, e nada impede que as empresas colaborem com o Estado na promoção da justiça social, “pois o papel que essa instituição desempenha hoje na sociedade é extremamente importante para eximi-la de toda e qualquer obrigação diversa da meramente lucrativa” (TOMASEVICIUS, 2003, p. 42). O conceito de desenvolvimento sustentável, apoiado numa visão ética indiscutível, comprometida em preservar a natureza para as gerações futuras, tornou-se consensual em quase todo o mundo. No entanto, a sua viabilidade prática ainda precisa ser aperfeiçoada e integralizada na consciência coletiva e individual, passando a fazer parte das práticas sociais diárias. retomando a aula Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar nossa aula, vamos recordar: 1 – A Responsabilidade Social Aprendemos que Responsabilidade Social diz respeito Com essa assertiva, os autores do relatório do Clube de Roma, evidenciando que a maioria da população possui uma preocupação determinada pelo interesse individual, implicitamente reconhecem que o interesse individual não tem sido benéfico para a coletividade. Não por acaso Herculano (1995) ressalta que o cotidiano nos educa para a indiferença, para o individualismo, e o mote educar para a cidadania procura reverter essa lógica perversa, pois se a terra é considerada como um espaço de ninguém, o sentido de responsabilidade coletiva fica submerso, e esse espaço comum acaba sendo sujo, poluído, destruído, explorado. Segundo a autora, “uma pessoa educada para ser cidadã (...) é a que pensa, reflete, recebe e transmite informações e aprende a se pôr em ação juntamente com os outros e com eles organiza-se para alcançar o bem comum.” 59 ao cumprimento dos deveres e obrigações dos indivíduos e empresas para com a sociedade em geral. 2 – A Responsabilidade Social e a Ordem Jurídica Nesta seção, percebemos que a Responsabilidade Social é, sobretudo, uma orientação legal, prevista na Constituição Federal e em legislações esparsas de modo que a sociedade e as empresas passam a ser motivadas e, em alguns casos, obrigadas a adotar determinadas atitudes consideradas socioeconômica e ambientalmente responsáveis. Além disso, foi possível conhecer abordagens teóricas e conceituais que podem ser utilizadas para a compreensão da responsabilidade socioambiental e das práticas associadas a essa discussão. Vale a pena PEREIRA, Adriana Camargo; SILVA, Gibson Zucca da; CARBONARI, Maria Elisa Ehrhardt. 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