Influência da Religião nas Decisões Clínicas

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INFLUÊNCIA DA RELIGIÃO
SOBRE AS DECISÕES
CLÍNICAS
APRESENTAÇÃO
Olá!
A experiência de fé e a religiosidade dos pacientes e de seus familiares podem se cons�tuir
como um ponto relevante em algumas decisões clínicas. Muitos pacientes dão uma
importância considerável às suas crenças espirituais durante o próprio tratamento. Em
alguns casos, o consen�mento do paciente em vista de um tratamento clínico dependerá
exclusivamente de preceitos de sua própria religião.
Por outro lado, muitos estudos reconhecem que a espiritualidade é um fator que pode
contribuir com a recuperação e o restabelecimento da saúde de vários pacientes. Além disso,
vários grupos religiosos prestam um serviço digno de humanização e reconforto para
enfermos e seus acompanhantes.
Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos, de acordo com o ponto de vista da bioé�ca,
esses aspectos envolvendo as religiões e sua influência dentro do contexto hospitalar. 
Bons estudos.
Ao �nal desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Iden�ficar os principais aspectos sobre a influência das religiões nas decisões clínicas.
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Estabelecer possibilidades e limites para as prá�cas de espiritualidade dentro do contexto
hospitalar.
Contextualizar a influência da religião sobre as prá�cas clínicas no âmbito brasileiro.
INFOGRÁFICO
Veja no esquema a seguir o caminho que perpassa a influência da religião sobre as decisões
clínicas.
CONTEÚDO DO LIVRO
A religião e a espiritualidade são temas que vem sendo abordados cien�ficamente desde o
início da década de 80, sendo assim bastante novo. Desde então, cada vez mais tem sido
publicados ar�gos sobre o assunto, sendo inclusive tópico especial de revistas de alto fator
de impacto, o que aumenta a sua viabilidade. Considerando o Brasil um país de dimensões
con�nentais, há muita diversidade religiosa. A religião tem bastante influência para a
população e por isso, é um tema que deve ser considerado no processo saúde-doença e no
ambiente de trabalho. Cabe aos profissionais abordarem os pacientes e seus familiares
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sobre a par�cipação da religião e da espiritualidade para então orientar um tratamento
espiritual ou não, conforme desejo da família. 
Aprofunde seu conhecimento no capítulo Influência da Religião Sobre as Decisões Clínicas
da obra Bioé�ca, onde você verá mais do que sabe-se da promoção de beneficios que a
espiritualidade promove na qualidade de vida e bem-estar dos doentes e no contexto
familiar. Logo, é um tema que deve ser explorado pelos profissionais da área da saúde.
Boa leitura. 
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DICA DO PROFESSOR
Nesta Dica do professor vamos abordar as relações entre a Bioé�ca e as religiões no contexto
das decisões clínicas.
Confira a seguir:
Conteúdo disponível na plataforma virtual de ensino. Con�ra!
EXERCÍCIOS
1) Outrora, no Brasil, a influência de algumas religiões na vida da sociedade era tão
marcante que seria impensável negligenciar alguns aspectos ligados aos costumes
religiosos nas a�vidades da prá�ca clínica. 
Na atualidade, ainda que a organização social aconteça na forma de um Estado Laico, as
religiões ainda exercem influência sobre algumas decisões clínicas porque:
a) A medicina entende que existem doenças que somente são tratáveis pela religião.
b) Médicos e enfermeiros são, em sua maioria, pessoas com alguma espiritualidade.
c) A espiritualidade e a religiosidade trazem alívio e conforto para os pacientes que
têm fé.
d) Os hospitais e demais ins�tuições não promoveram uma limpeza de certos
comportamentos religiosos.
e) As igrejas se infiltram nas ins�tuições médicas por meio das visitas sem que seus
membros se iden�fiquem como religiosos.
2) A medicina ocidental há muito tempo tem man�do distância da religião devido ao
ce�cismo cien�fico sobre a fé́, não obstante a permissão em muitos casos de que
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pacientes recebam algum �po de assistência espiritual da religião que professam, desde
que esta prá�ca não represente riscos ao tratamento clínico. Um problema é�co complexo
nestes caso é que certas religiões podem demandar ou proibir determinadas intervenções
clínicas. 
Se uma família se nega, por exemplo, a permi�r que seu filho receba um tratamento
específico devido à própria crença religiosa, é preciso:
a) Sempre respeitar a decisão da família.
b) Nunca respeitar a decisão da família.
c) Solicitar que a família se transfira para uma ins�tuição mais religiosa.
d) Analisar, a princípio, toda a situação junto à família, deixando-a a par dos riscos
que pesam sobre o paciente.
e) Recorrer à jus�ça, que sempre se decidirá em favor do hospital.
3) Dr. Hamiltoné um médico eficiente, mas todos em sua equipe sabem de suas
dificuldades com famílias muito religiosas. Dia desses, o Dr. Hamilton reclamou com o
chefe da equipe que tem sido frequentemente "assediado" em um dos quartos no qual faz
as visitas ro�neiras para pacientes que se recuperam de cirurgias delicadas. Um dia foi o
filho do paciente que veio mostrar-lhe ar�gos cien�ficos sobre os efeitos da oração na
recuperação de pacientes (Dr. Hamilton já conhecia estudos desse �po, mas eles nunca
impactaram sua postura de cé�co). Agora, a mulher do paciente o obrigou a par�cipar de
um momento de oração durante a visita. 
Uma a�tude que o chefe da equipe do Dr. Hamilton pode tomar, sem ferir algum princípio
é�co é:
a) Afastar o Dr Hamilton da família, trocando os turnos de visita com um médico
mais aberto a este �po de abordagem.
b) Diminuir a frequência das visitas do Dr. Hamilton para o mínimo tolerável.
c) Solicitar que o Dr. Hamilton mude sua postura e par�cipe dos momentos de
espiritualidade quando solicitado pela família.
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d) Solicitar à família que pare de importunar a equipe médica com suas crenças.
e) Explicar para a família que o Dr. Hamilton não tem fé e que talvez não aprecie as
abordagens que lhe são direcionadas pela família.
4) A presença de líderes religiosos, missionários e de outros representantes de alguma
religião junto aos pacientes pode ser algo bastante benéfico tanto para o paciente quanto
para o hospital que se empenha eu sua recuperação. Por isso, o serviço religioso aos
pacientes é aceito em várias ins�tuições, sobretudo quando é solicitado pelo próprio
paciente que deseja manter contato com sua comunidade de fé e algumas de suas prá�cas
de oração. 
Assinale a alterna�va cujo exemplo apresenta uma prá�ca que não pode ser tolerada pelas
ins�tuições, mesmo aquelas que têm uma abertura para a presença religiosa junto aos
pacientes e familiares:
a) Um padre católico aceita o pedido de atender ao paciente em confissão.
b) Um grupo de meditação oriental resolve juntar-se a uma família de
acompanhantes para uma leitura espiritual no espaço ecumênico do hospital.
c) Um missionário cristão é psicólogo e um ó�mo conselheiro. Ele se coloca à
disposição de pacientes e familiares que queiram desabafar.
d) Um xamã possui habilidades como curandeiro e ministra a um parente internado
uma poção que acredita possuir poder cura�vo.
e) Um rabino decide deixar com a família de uma paciente que visitou uma caixinha
de som com mp3 de hinos de oração e de meditação.
5) A Bioé�ca e a matriz religiosa judaico-cristã, que compreende o judaísmo, o catolicismo,
os cristãos-evangélicos e as várias igrejas cristãs orientais, possuem uma agenda temá�ca
bastante complexa. Em alguns pontos os interesses defendidos por ambos os grupos é
bastante similar. Em outros porém as divergências são bastante acentuadas. 
Assinale uma temá�ca de interesses que pode ser considerada um ponto de convergência
entre a Bioé�ca e a religião de fundamentação judaico-cristã:
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a) Questões envolvendo o direito da mulher em dispor sobre o próprio corpo nos
casos de gravidez indesejada.
b) A propriedade moral do uso da vida humana em seus primeiros momentos.
c) Um posicionamento claro a respeito da autonomia sobre a vida e sobre a morte.
d) A garan�a dos princípios de equidade e o da não maleficência em relação aos
pacientes.
e) A noção de que o tratamento dado à religiões no contexto clínico deva ser
imparcial e igualitário.
NA PRÁTICA
A dra. Sara recebe em seu consultório a família de uma criança que está sobre seus
cuidados. Ela explica à família qual o diagnós�co do pequeno paciente e quais são as
diversas possibilidades de tratamento.
Em seguida, antes de solicitar o consen�mento informado da família, Sara considera junto a
eles que, dentre os tratamentos possíveis, uma transfusão de sangue seguida de outros
procedimentos poderia apresentar uma melhora significa�va no estado de saúde da criança.
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Entretanto, outros procedimentos clínicos poderiam sur�r efeitos com iguais chances de
recuperação na criança. Ele alerta à colega médica sobre o conflito de interesses instaurado
entre ela e os familiares da criança.
A dra. Sara, então, admite que por não concordar com aquela decisão da família possa ter
sido desrespeitosa para com a crença deles. Ela revê sua postura frente ao desejo dos pais da
criança e começa um novo tratamento, consen�do pelos pais e bastante promissor para
diagnós�cos iguais ao que seu paciente apresenta.
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Bioé�ca, religião, espiritualidade e a arte do cuidar na relação médico-paciente:
Conteúdo disponível na plataforma virtual de ensino. Con�ra!
 
Religião, psicopatologia e saúde mental:
Conteúdo disponível na plataforma virtual de ensino. Con�ra!
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