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Local de Crime_Isolamento_Preservação-NoçõesBásicas (2)

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Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial1 • Módulo 1
SENASP
LOCAL DE CRIME: ISOLAMENTO
E PRESERVAÇÃO - NOÇÕES BÁSICAS
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial2 • Módulo 1
Todo o conteúdo do Curso Local de Crime: Isolamento e 
Preservação - Noções Básicas, da Secretaria Nacional de 
Segurança Pública (SENASP), Ministério da Justiça e Segurança 
Pública do Governo Federal - 2020, está licenciado sob a Licença 
Pública Creative Commons Atribuição-Não Comercial-Sem 
Derivações 4.0 Internacional.
Para visualizar uma cópia desta licença, acesse:
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR
BY NC ND
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA
Secretaria Nacional de Segurança Pública
Diretoria de Ensino e Pesquisa
Coordenação Geral de Ensino
Núcleo Pedagógico
Coordenação de Ensino a Distância
Reformuladores
André da Rocha Silva
Antonio Guaraná Mendes
Gleidison Antônio de Carvalho
Revisão Pedagógica
Ardmon dos Santos Barbosa
Eliete da Silva Ribeiro
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
labSEAD
Comitê Gestor
Eleonora Milano Falcão Vieira
Luciano Patrício Souza de Castro
Financeiro
Fernando Machado Wolf
Consultoria Técnica EaD
Giovana Schuelter
Coordenação de Produção
Francielli Schuelter
Coordenação de AVEA
Andreia Mara Fiala
Design Instrucional
Danrley Maurício Vieira
Marielly Agatha Machado
Design Gráfico
Aline Lima Ramalho
Taylizy Kamila Martim
Sonia Trois
Victor Liborio Barbosa
Linguagem e Memória
Cleusa Iracema Pereira Raimundo
Victor Rocha Freire Silva
Programação
Jonas Batista
Salésio Eduardo Assi
Thiago Assi
Audiovisual
Luiz Felipe Moreira Silva Oliveira
Rafael Poletto Dutra
Rodrigo Humaita Witte
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR
Sumário
APRESENTAÇÃO DO CURSO ..............................................................................6
MÓDULO 1 – NOÇÕES GERAIS DE LOCAIS DE CRIME E INVESTIGAÇÃO 
POLICIAL .............................................................................................................7
Apresentação ................................................................................................................8
Objetivos do módulo ............................................................................................................................. 8
Estrutura do módulo ............................................................................................................................. 9
Aula 1 – Investigação Criminal ...............................................................................10
Contextualizando... ............................................................................................................................. 10
Conceito ............................................................................................................................................... 10
Aula 2 – Conceito e Caracterização de Local de Crime .......................................16
Contextualizando... ............................................................................................................................. 16
Conceito ............................................................................................................................................... 16
Aula 3 – Conceitos Essenciais: Vestígio, Evidência e Indício ................................20
Contextualizando... ............................................................................................................................. 20
Conceito ............................................................................................................................................... 20
Aula 4 – Exame do Local de Crime: Idoneidade do Vestígio ...................................25
Contextualizando... ............................................................................................................................. 25
Aspectos conceituais ......................................................................................................................... 25
Aula 5 – Custódia da Prova ......................................................................................31
Contextualizando... ............................................................................................................................. 31
Conceito ............................................................................................................................................... 31
Central de custódia ............................................................................................................................. 40
Aula 6 – Local Idôneo e Inidôneo ..............................................................................43
Contextualizando... ............................................................................................................................ 43
O que é local idôneo e inidôneo ......................................................................................................... 43
Exercícios de Fixação ..................................................................................................46
Perguntas ............................................................................................................................................ 46
Resolução ............................................................................................................................................ 46
Referências ..................................................................................................................49
MÓDULO 2 – TAREFAS DO PRIMEIRO PROFISSIONAL DE SEGURANÇA 
PÚBLICA NO LOCAL DO CRIME ....................................................................... 52
Apresentação ..............................................................................................................53
Objetivos do módulo ........................................................................................................................... 53
Estrutura do módulo ........................................................................................................................... 53
Aula 1 – Situação Preliminar Encontrada ............................................................54
Contextualizando... ............................................................................................................................. 54
Profissional de segurança pública ..................................................................................................... 54
Situação do local de crime antes da chegada do primeiro profissional de segurança pública ... 57
Aula 2 – Segurança no Local de Crime ....................................................................60
Contextualizando... ............................................................................................................................. 60
Segurança pessoal.............................................................................................................................. 60
Procedimentos de aproximação do local de crime .......................................................................... 61
Procedimentos de entrada no local de crime ................................................................................... 63
Procedimentos de saída do local do crime ....................................................................................... 72
Aula 3 – Delimitação da Área a Ser Preservada ....................................................75
Contextualizando... ............................................................................................................................. 75
Considerações gerais para delimitação da área ............................................................................... 75
Aula 4 – Procedimentos Padronizados e Recomendações ao Primeiro 
Interventor na Cena do Crime.................................................................................80
Contextualizando... ............................................................................................................................. 80
Padronização dos procedimentos operacionais .............................................................................. 80
A preocupação da ONU com o primeiro interventor ......................................................................... 82
Exercício de Fixação ....................................................................................................87
Perguntas ............................................................................................................................................ 87
Resolução ............................................................................................................................................ 88
Referências ..................................................................................................................92
MÓDULO 3 – CASOS REAIS QUE DEMONSTRAM A IMPORTÂNCIA DO 
ISOLAMENTO E DA PRESERVAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME ............................ 95
Apresentação ..............................................................................................................96
Objetivos do módulo ........................................................................................................................... 96
Estrutura do módulo ........................................................................................................................... 96
Aula 1 – Caso Isabella Nardoni ................................................................................97
Contextualizando... ............................................................................................................................. 97
O crime................................................................................................................................................. 97
O local do crime .................................................................................................................................. 99
O trabalho da Polícia Científica ........................................................................................................102
Reflexões sobre o caso .................................................................................................................... 104
Aula 2 – Caso Josilei Gaspar ................................................................................. 105
Contextualizando... ........................................................................................................................... 105
O crime............................................................................................................................................... 105
O local do crime ................................................................................................................................ 106
O trabalho da Polícia Científica ........................................................................................................107
Reflexões sobre o caso .................................................................................................................... 109
Aula 3 – Caso Mikaely Ferraz ................................................................................ 110
Contextualizando... ........................................................................................................................... 110
O crime............................................................................................................................................... 110
O local do crime ................................................................................................................................ 111
O trabalho da Polícia Científica ........................................................................................................112
Reflexões sobre o caso .................................................................................................................... 114
Aula 4 – Caso Valcir Tenório ................................................................................. 115
Contextualizando... ........................................................................................................................... 115
O crime............................................................................................................................................... 115
O local do crime ................................................................................................................................ 116
O trabalho da Polícia Científica ........................................................................................................116
Reflexões sobre o caso .................................................................................................................... 118
Aula 5 – Caso Bruna Ferreira ................................................................................ 119
Contextualizando... ........................................................................................................................... 119
O crime............................................................................................................................................... 119
O local do crime ................................................................................................................................ 120
O trabalho da Polícia Científica ........................................................................................................121
Reflexões sobre o caso .................................................................................................................... 122
Exercícios de Fixação ............................................................................................... 123
Perguntas .......................................................................................................................................... 123
Resolução .......................................................................................................................................... 124
Referências ............................................................................................................... 125
Apresentação do Curso
Bem-vindo ao curso Local de Crime: Isolamento e Preservação 
- Noções Básicas. 
 
Neste curso, você terá acesso a conceitos básicos 
relacionados aos procedimentos e atitudes que deverão ser 
adotados pelo primeiro agente interventor do local do crime. 
Dessa forma, no decorrer das aulas, esperamos destacar 
a importância da preservação do local do crime enquanto 
principal gerador de sinais e provas da materialidade e autoria 
do fato. Afinal, é no local do crime que começa a persecução 
penal a fim de comprovar, indiscutivelmente, todos os atos que 
o autor do crime cometeu, ou o contrário. 
Considerando isso, é dever da primeira autoridade a chegar 
ao local de crime proceder os métodos específicos para 
isolar e limitar onde ocorreu o fato delituoso, utilizando-
se dos objetos próprios para isso. Nossa proposta é dar 
ênfase para a desmistificação da ideia de que a preservação 
do local de crime é uma tarefa irrelevante: uma vez que o 
trabalho de isolamento e preservação do local de crime seja 
bem executado, a identificação dos atores de um crime e a 
condenação destes torna-se possível. 
Por isso, neste curso, vamos apresentar diversas situações reais 
de investigação que podem contribuir para seu conhecimento 
prático e teórico, bem como para reflexão sobre a necessidade 
de integração entre os órgãos envolvidos no processo 
investigativo e a importância do primeiro agente interventor no 
local do crime, além de reconhecer a diferença entre vestígio, 
evidência e indício, elementos essenciais da investigação.
Desejamos-lhe umexcelente estudo!
Equipe do curso.
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial7 • Módulo 1
NOÇÕES GERAIS DE 
LOCAIS DE CRIME E 
INVESTIGAÇÃO POLICIAL
MÓDULO 1
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial8 • Módulo 1
Apresentação
Seja bem-vindo ao primeiro módulo do nosso curso.
Aqui você terá acesso às noções gerais sobre local de crime, 
como reconhecimento, isolamento e preservação do corpo de 
delito e investigação criminal. Mas antes de entrarmos nas 
noções básicas, vamos refletir sobre a importância das ações 
integradas dos vários órgãos envolvidos na preservação 
do local de crime, pois o esclarecimento de um crime não é 
possível sem a participação efetiva e o envolvimento de vários 
segmentos da segurança pública e outras instituições.
Além disso, vamos refletir sobre o conceito e a 
caracterização de um local de crime, bem como sobre os 
conceitos de corpo de delito, vestígio, indício e evidência, 
ideias importantes e que são complementares durante a 
investigação criminal. Dentro dessa ideia, vamos entender 
como o funcionamento das investigações depende da 
utilização de procedimentos corretos no momento da 
coleta das evidências, para não resultar na alteração dos 
possíveis vestígios do crime. Ou seja, neste módulo, vamos 
entender aspectos básicos da investigação criminal, desde o 
funcionamento integrado até a coleta de evidências.
OBJETIVOS DO MÓDULO
Compreender o que significa investigação e crime, assim 
como o funcionamento integrado do processo de investigação 
criminal; reconhecer a necessidade de preservar o local do 
crime para análise dos vestígios e saber diferenciar vestígio, 
evidência e indício; compreender o conceito de idoneidade, no 
contexto do local do crime, assim como entender a relação das 
etapas da custódia das provas e do procedimento do perito. 
Ainda pensando sobre a proteção do local do crime, refletir 
sobre a noção de local idôneo e inidôneo, e as consequências 
desta tese para a investigação criminal. 
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial9 • Módulo 1
ESTRUTURA DO MÓDULO
• Aula 1 – Investigação Criminal.
• Aula 2 – Conceito e Caracterização de Local de Crime.
• Aula 3 – Conceitos Essenciais: Vestígio, Evidência e Indício.
• Aula 4 – Exame do Local de Crime: Idoneidade do Vestígio.
• Aula 5 – Custódia da Prova.
• Aula 6 – Local Idôneo e Inidôneo.
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial10 • Módulo 1
Aula 1 – Investigação Criminal 
CONTEXTUALIZANDO...
Você consegue diferenciar investigação, crime e investigação 
criminal? Nesta aula, veremos o conceito de cada um desses 
termos, e refletiremos acerca do trabalho integrado de 
inúmeros órgãos públicos e privados, de segurança pública 
ou não, para a concretização do processo de investigação 
criminal. Você vai perceber que a investigação é constituída 
por três eixos principais: 
• Investigação policial.
• Exames periciais.
• Policiamento ostensivo.
Continue seus estudos e confira!
CONCEITO
Para entendermos o que é uma investigação criminal, primeiro 
precisamos entender o conceito de cada termo.
Investigação é o processo de busca de informações a 
respeito de um determinado fato que ajudem a aflorar 
a verdade. Criminal é tudo que está relacionado com 
ações ilícitas, como infrações ou delitos.
Não há, na legislação brasileira, nenhum dispositivo legal que 
defina o conceito de investigação criminal. 
A Constituição Federal e o Código de Processo Penal, embora 
façam citação à atividade de investigação criminal, não 
apresentam uma definição específica. Dessa forma, do ponto de 
vista legal, não há conceito definido de investigação criminal. 
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial11 • Módulo 1
Por outro lado, é possível entender, por meio da leitura desses 
documentos, que a investigação criminal tem como objetivo 
a apuração das infrações penais e que essa incumbência é 
atribuição da Polícia Judiciária.
Para entendermos a investigação criminal, devemos ter bem 
definidos alguns conceitos, são eles: crime, notícia-crime, 
investigação pericial e policial. Confira!
As Polícias 
Judiciárias, no 
Brasil, são a Polícia 
Civil e a Polícia 
Federal. A Polícia 
Civil é responsável 
pelos 26 estados 
brasileiros e o 
Distrito Federal, 
a Polícia Federal, 
por sua vez, é 
responsável 
no âmbito da 
federação. É uma 
polícia que atua 
com base no 
inquérito policial, 
após a ocorrência 
de um delito.
CRIME
Pensando em termos jurídicos, é 
toda conduta típica, antijurídica 
(ou ilícita) e culpável, 
praticada por um 
ser humano.
NOTÍCIA-CRIME
Notitia criminis, ou notícia-
crime, é o conhecimento de 
um fato criminoso, que se leva à 
autoridade. Ela pode se materializar 
por meio de um boletim de 
ocorrência ou de uma petição, 
entre outras formas, e pode ser 
dirigida ao delegado de polícia, ao 
Ministério Público ou ao juiz.
INVESTIGAÇÃO 
PERICIAL
A atividade pericial em si 
fundamenta-se na técnica, no 
planejamento e na precisão, e 
concretiza-se nas diversas etapas e 
nos passos que devem ser dados ao 
longo de uma investigação pericial.
INVESTIGAÇÃO POLICIAL
É o instrumento formal de 
investigações, compreendendo o 
conjunto de diligências realizadas 
por agentes policiais para apurar o 
fato criminoso e descobrir sua autoria 
ou a atipicidade ou, ainda, alguma 
causa excludente de ilicitude ou de 
culpabilidade. É a documentação 
das diligências efetuadas pela 
Polícia Judiciária, conjunto ordenado 
cronologicamente e autuado das 
peças que registram 
as investigações.
INVESTIGAÇÃO 
CRIMINAL
Figura 1: Conceitos 
da investigação 
criminal.
Fonte: labSEAD-
UFSC (2020).
A lei não impõe um rigor formal para a notícia-crime, mas 
espera-se que a comunicação da narrativa do fato tenha 
todas as nuances e a indicação (com possível qualificação) 
de quem é o provável autor do crime. Para entender a 
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial12 • Módulo 1
“
“
formalização da notícia-crime, é preciso entender também a 
noção de crime, por definição. 
“Crime é uma violação da lei penal, ou seja, é uma 
ação ou omissão que se proíbe e se procura evitar, 
ameaçando-a com pena, porque constitui ofensa 
(dano ou perigo) a um bem jurídico individual ou 
coletivo.” (VELHO; COSTA; DAMASCENO, 2013).
Uma vez que se apresenta a hipótese de crime, através da 
comunicação do fato, será responsabilidade da investigação 
pericial realizar o trabalho sistemático para buscar e 
demonstrar a verdade dos fatos investigados, através de 
um conjunto de procedimentos e firmando-se no método 
científico, com o propósito de cumprir uma meta estabelecida 
e alcançar um resultado almejado de forma a não deixar 
espaço à sorte e ao acaso.
Segundo Silva Netto e Espindula (2016), 
esclarecer um crime é algo que proporciona a 
volta do equilíbrio social, pois oferta à Justiça os 
elementos de comprovação da existência em si do 
crime, suas circunstâncias, as vítimas envolvidas 
e os respectivos acusados da autoria de ação 
delituosa, a fim de que a Justiça efetive esse 
restabelecimento do equilíbrio.
A Polícia Judiciária responsável pela investigação policial 
será denominada, legalmente, por inquérito policial e deverá 
apurar a verdade do fato, supostamente criminoso, e reunir os 
elementos necessários (provas) da prática de uma infração 
penal e sua autoria (autoria e materialidade). 
Investigação criminal 
Compreendidos os conceitos acima, avançamos para o 
conceito de investigação criminal, segundo Espindula (2009).
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial13 • Módulo 1
A investigação criminal é o conjunto de 
procedimentos e de tarefas capazes de criar as 
condições necessárias para se esclarecer um crime.
A investigação criminal é o ponto de partida da persecução 
penal. É o início da atividade de verificação de determinado 
fato, supostamente criminoso.
O ponto inicial da discussão sobre o exercício do 
sistema de persecução penal reside justamentena 
notícia-crime. A sua importância é fundamental 
para o regular desenvolvimento da investigação 
preliminar. Uma compreensão equivocada a respeito 
do seu significado pode resultar em prejuízo 
considerável ao procedimento investigativo.
Na investigação criminal, existem tarefas diversas, cada uma 
delas executada ou coordenada por determinado segmento 
dos órgãos de segurança pública.
Por conta disso, a visão que se tem é que a investigação 
criminal é um processo fragmentado, justamente pela falta de 
coordenação e integração dos vários segmentos responsáveis 
por importantes partes desse processo, tornando seu 
resultado muito longe do desejado.
Nesse sentido, apesar de serem vistos como elementos 
isolados, a investigação policial, os exames periciais e o 
policiamento ostensivo são uma coisa só:
 
Persecução penal 
é o conjunto 
de atividades 
desenvolvidas 
pelo Estado que 
possibilitam 
atribuir punição ao 
autor de um crime 
cometido. 
É, portanto, a soma 
da investigação 
criminal com o 
processo penal.
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial14 • Módulo 1
INVESTIGAÇÃO 
POLICIAL
EXAMES 
PERICIAIS
POLICIAMENTO 
OSTENSIVO
Figura 2: 
Investigação 
criminal como 
processo integrado.
Fonte: labSEAD-
UFSC (2020).
Há uma interdependência entre cada trabalho e, quando 
não há essa articulação entre as atividades, temos como 
consequência prejuízos incalculáveis que impedem a 
possibilidade de resposta satisfatória à sociedade.
Apesar da visão de que cabe apenas aos organismos policiais 
trabalhar pelo esclarecimento dos crimes, a execução das 
tarefas na investigação criminal também pode contar com 
a participação de outros órgãos públicos dentro do próprio 
sistema de segurança pública, como:
• Perícia.
• Bombeiros.
• DETRAN.
• Defesa Civil.
E ainda outros órgãos públicos fora desse contexto, como 
o Banco Central, Receita Federal, fiscalizações municipais e 
estaduais de meio ambiente, laboratórios de pesquisa etc., 
bem como instituições privadas.
Um aspecto importante diz respeito à visão simplista e 
empírica que alguns segmentos policiais têm sobre a 
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial15 • Módulo 1
investigação criminal. Disso resultam comportamentos 
distorcidos ou aquém do desejado em termos de resultado.
É preciso incentivar a cientificidade na investigação, pois 
ainda impera neste meio a concepção de que somente a 
perícia trabalha com tecnologia e pesquisa científica.
A investigação criminal não é propriedade de ninguém, 
mas unicamente norteadora do objetivo final, que é o 
esclarecimento de fatos de um crime!
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial16 • Módulo 1
Aula 2 – Conceito e Caracterização de 
Local de Crime
CONTEXTUALIZANDO...
O local do crime é imprescindível para o início de uma 
investigação criminal. É nele que a perícia poderá colher os 
elementos necessários para iniciar o processo investigativo. Por 
esse motivo, nesta aula abordaremos as medidas necessárias 
para manter o local de um crime preservado, sem que haja 
prejuízos para os elementos relacionados ao crime. Veja mais a 
seguir!
CONCEITO
O local de crime pode variar de acordo com as situações. Existem 
locais cujos elementos são simples e de fácil observação a 
olho nu, como um carro abandonado ou o corpo de uma vítima 
de morte violenta, e há locais de crime onde os elementos se 
encontram latentes, havendo a necessidade de uso de métodos 
específicos de revelação para encontrar o vestígio.
Eraldo Rabello (1996), autor do curso de criminalística, 
comenta o local do crime fazendo uma reflexão, confira! 
Local de crime constitui um livro extremamente frágil e delicado, 
cujas páginas por terem a consistência de poeira, desfazem-se, 
não raro, ao simples toque das mãos imprudentes, inábeis ou 
negligentes, perdendo-se desse modo para sempre, os dados 
preciosos que ocultavam à espera da argúcia dos peritos. 
Observando o conceito de Rabello, é possível perceber que 
o local de crime deve ser tratado com máximo cuidado, de 
forma organizada, para evitar e minimizar o prejuízo aos 
elementos relacionados ao crime.
Palavra do Especialista

Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial17 • Módulo 1
Nesta linha de pensamento, o local de crime é 
o conjunto de elementos que compõe o corpo 
de delito que precisa ser analisado científica e 
tecnicamente, visando o futuro esclarecimento dos 
fatos a ele relacionados.
Relacionado a isso, o legislador percebeu a necessidade de 
preservação do corpo de delito, através do Art. 6 do CPP. 
Dessa forma, logo que tiver conhecimento da prática da 
infração penal, a autoridade policial presente no local do 
crime deverá dirigir-se ao local e providenciar para que não se 
alterem o estado e a conservação das coisas até a chegada 
dos peritos criminais.
Quem é a autoridade no local de crime? A autoridade policial 
é sempre aquele agente de segurança pública que toma 
conhecimento do fato e inicia o processo de reconhecimento 
e isolamento. Chamaremos essa autoridade de profissional 
primeiro interventor.
O local de crime é um instituto momentâneo, de 
onde se deve extrair o máximo de informações. 
Dessa forma, o primeiro agente de segurança pública 
no local sempre deve orientar os cidadãos quanto 
à necessidade de preservação dos vestígios ali 
presentes e deve tomar as medidas imprescindíveis 
para o isolamento e a preservação do local do crime.
Assim, após as devidas comunicações, essa responsabilidade 
é transmitida do primeiro agente de campo, que normalmente 
é uma guarnição da Polícia Militar ou Guarda Civil, para a 
Polícia Judiciária, que iniciará a investigação ao comparecer 
e confirmar a necessidade de exame pericial, e acionará a 
Perícia Oficial para realização de exame em local de crime. 
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial18 • Módulo 1
Figura 3: 
Preservação do 
local do crime.
Fonte: Shutterstock 
(2019).
O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer 
dia e a qualquer hora. Por isso, é muito importante que, ao 
tomar conhecimento da situação, o agente de segurança 
pública transmita as informações sobre a necessidade de 
preservação do que foi encontrado, orientando todos, para 
proceder o isolamento e preservação da área, na medida do 
possível, até a chegada da Perícia Oficial ao local.
Cabe ressaltar que o exame de corpo de delito pode sofrer 
alterações quando realizado a posteriori, levando-se em 
consideração questões técnicas ou quando realizado sob 
determinadas condições (climáticas, iluminação e de segurança), 
que podem ocasionar prejuízos ao levantamento de elementos 
relacionados ao crime ou à vida dos envolvidos no exame.
Imagine um caso de investigação no período da noite em que será 
necessário buscar marcas de escaladas. Como você procederia?
Marcas de escalada são pouco visíveis em momentos de 
baixa luminosidade, sendo recomendado o retorno ao local 
de crime pela manhã, à luz do sol. Nesses casos, é preciso 
proceder de forma administrativa.

Na Prática
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial19 • Módulo 1
Informe ao solicitante o retorno para o local e 
a necessidade de manutenção do isolamento 
e preservação da área por mais tempo. 
Posteriormente, essas informações devem ser 
comunicadas no laudo.
Essas informações estão em conformidade com o parágrafo 
primeiro do Art. 169 do Código de Processo Penal. Assim, 
todos os peritos devem registrar no laudo as alterações do 
estado das coisas, sendo as consequências dessas alterações 
discutidas posteriormente em relatório.
Atualmente, em virtude da existência de centro integrados de 
operações e informações, onde trabalham todos agentes de 
segurança pública de forma integrada em um único lugar, a 
informação é trabalhada de forma ágil e direcionada, criando um 
caminho eficiente que busca a melhor resposta à sociedade.
Continue seus estudos e confira a seguir como identificar e 
conceituar os elementos de um localde crime: os vestígios, as 
evidências e os indícios.
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial20 • Módulo 1
Aula 3 – Conceitos Essenciais: Vestígio, 
Evidência e Indício
CONTEXTUALIZANDO...
Os elementos contidos no local de crime são peças fundamentais 
para compreender os fatos do crime. Assim, nesta aula, vamos 
identificar tanto a diferença entre vestígio, evidência e indício 
quanto a relação desses três elementos na investigação policial. 
Para isso, confira os estudos de caso que serão apresentados 
a seguir, com as informações técnicas referentes à busca 
pelos elementos essenciais para a investigação, através de 
autores da área e do que consta no Código de Processo Penal.
CONCEITO
O local de crime é uma “caixinha de surpresas”, e muitas 
vezes não é tão simples visualizar determinados elementos 
ali presentes, mas todo elemento presente no local deve fazer 
parte da investigação.
Para referendarmos as diferenças entre vestígio, evidência e 
indício, usaremos um exemplo a seguir.
Uma faca foi encontrada em um local de crime de homicídio, e 
foi considerada um importante elemento para entender o caso. 
Porém, após analisadas as lesões na vítima, identificou-se a 
incompatibilidade entre lesões perfuro-contusas, semelhantes 
às causadas por projetil de arma de fogo, e o instrumento, neste 
caso a faca, que provocaria lesões perfuro-incisas.
Dessa forma, a faca foi considerada um vestígio e irá compor 
a investigação, mas não terá um papel de compatibilidade 
quando relacionada à morte da vítima.
Estudo de Caso
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial21 • Módulo 1
Vestígio
Reforçando o exemplo apresentado anteriormente, todos os 
vestígios encontrados em um local de crime, num primeiro 
momento, são importantes e necessários para elucidar os 
fatos, ou seja, na prática, o vestígio é assim chamado para 
definir qualquer informação concreta que possa ter, ou não, 
alguma relação com o crime, segundo Espindula (2003).
Vestígio é todo material bruto constatado e/ou 
recolhido em um local de crime para análise posterior. 
De acordo com o parágrafo 3º do Art. 158-A do Código de 
Processo Penal, vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou 
latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal. 
Segundo Silva Netto e Espindula (2016), vestígio é tudo. Esse 
conceito é amplamente difundido na área da criminalística, 
mas é importante destacar que ele se aplica quando tudo é 
desconhecido pelo perito.
Retornando ao exemplo anterior, a faca encontrada na cena 
de crime não apresentava compatibilidade com as lesões 
na vítima para ser considerada o instrumento do crime 
que lesionou a vítima, portanto é apenas um vestígio sem 
conexão aparente com a morte dela. Confira a continuação 
do estudo de caso:
Ao examinar a faca em laboratório, foram coletadas amostras 
de DNA, que, posteriormente, foram comparadas com o DNA 
da vítima, cujo resultado foi negativo. Porém, o resultado 
apresentou a presença de DNA feminino, assim, depreendeu-se 
que a faca estivera em contato (posse ou propriedade) com um 
ser humano do sexo feminino.
Estudo de Caso
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial22 • Módulo 1
Percebe-se um limiar muito tênue entre vestígio e evidência, 
isso será definido pelo tratamento adequado do elemento.
Evidência
Tomando como exemplo o referido estudo de caso, uma vez 
que é possível realizar alguns exames para correlacionar 
a propriedade da faca à vítima, o vestígio passa a ser 
denominado evidência e será devidamente fixado, coletado, 
armazenado e encaminhado para exames específicos em 
laboratório. Segundo Espindula (2003), a evidência pode ser 
entendida da seguinte maneira:
Evidência é o vestígio depois de feitas as análises, 
em que se constata técnica e, cientificamente, a sua 
relação com o crime. 
Assim, a etapa final de evolução do elemento de local de 
crime se dá quando um vestígio foi analisado cientificamente 
e dele se extraem informações correlacionadas ao crime e 
importantes ao processo investigativo.
 
Figura 4: Exames de 
análise do sangue.
Fonte: Shutterstock 
(2019).
Retornando ao nosso caso, confira as próximas etapas 
da investigação.
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial23 • Módulo 1
“
“
 
 
Avançando na investigação do exemplo anterior, a autoridade 
investigou e surgiram novos fatos que levaram à possibilidade 
de uma mulher, que teve relacionamento amoroso com a 
vítima, ter ido ao encontro desta e tentado agredi-la. Assim, 
a autoridade solicitou a coleta de DNA dessa mulher e, após 
análise comparativa dos DNAs, o resultado foi positivo.
Você deve ter percebido que essa análise coloca a mulher 
no local de crime, mas não a relaciona ao uso de arma 
de fogo, o provável instrumento do homicídio, conforme 
lesões encontradas na vítima. Nesse momento, percebemos 
inúmeras indagações que precisam ser respondidas.
Indício
Vestígio e evidência, tecnicamente, são usados no âmbito 
da perícia. Quando essas informações são tratadas na fase 
processual, elas passam a ser chamadas de indício.
Considera-se indício a circunstância conhecida e 
provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por 
indução, concluir-se a existência de outra ou outras 
circunstâncias. (BRASIL, 1941).
Indício é uma expressão utilizada no meio jurídico que 
significa cada uma das informações (periciais ou não) 
relacionadas com o crime.
 
Estudo de Caso
Vestígio Evidência Indício
Processo investigativo
Processo penal
Figura 5: Processo 
evolutivo e a 
relação entre 
vestígio, evidência 
e indício.
Fonte: labSEAD-
UFSC (2020).
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial24 • Módulo 1
Após analisados, os vestígios evoluem para evidências e 
estas passam a ser denominadas indícios no meio jurídico 
(ESPINDULA, 2006). Em outras palavras: tudo que compõe 
o núcleo da investigação e é apresentado ao meio jurídico 
passa a ser denominado indício.
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial25 • Módulo 1
CONTEXTUALIZANDO...
Você já ouviu falar nos casos de investigação criminal em 
que os autores do crime deixaram vestígios para confundir 
o trabalho dos envolvidos na investigação? Um vestígio 
encontrado no local do crime pode ser um vestígio deixado ou 
produzido pelo autor do crime com propósito de confundir os 
caminhos e induzir a uma conclusão errada sobre o caso.
Nesta aula, vamos falar sobre vestígio verdadeiro, forjado 
e ilusório, e as diferenças de cada um, e entender como se 
aplica o Princípio da Transferência, de Locard (1932), no 
contexto das investigações.
ASPECTOS CONCEITUAIS
Vamos começar falando sobre idoneidade do vestígio. Esse 
termo está baseado no conceito de idôneo, ou seja, algo que 
serve perfeitamente para determinado propósito, ou, em termos 
jurídicos, algo que pode ser confiável. Neste sentido, idoneidade 
do vestígio é a legitimidade do vestígio enquanto prova.
A idoneidade do vestígio é de suma importância 
para correta persecução penal, tornando a prova 
robusta e inquestionável.
Os autores Velho, Costa e Damasceno (2013) e Silva Netto e 
Espindula (2016) reforçam a importância da idoneidade do 
vestígio, subdividindo-os em verdadeiro, forjado e ilusório:
• Vestígio verdadeiro
É definido com a depuração total dos elementos 
Aula 4 – Exame do Local de Crime: 
Idoneidade do Vestígio
Depuração é a 
ação de limpar e 
remover impurezas 
de um corpo ou 
determinado local.
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial26 • Módulo 1
encontrados no local de crime, pois somente são 
verdadeiros aqueles produzidos diretamente pelos atores 
da infração e, ainda, que sejam produto direto das ações do 
cometimento do delito em si.
• Vestígio Forjado
Entendemos que todo elemento encontrado no local 
de crime, cujo autor teve a intenção de produzi-lo com 
objetivo de modificar o conjunto dos elementos originais 
gerados pelos atores da infração.
Um vestígio forjado poderá ser produzidopor qualquer 
pessoa que tenha interesse em modificar a cena de crime, 
por razões diversas. Um dos grandes produtores desse tipo 
de vestígio são os próprios autores do delito, que o fazem na 
intenção de dificultar as investigações que as levem até eles.
• Vestígio Ilusório
Vestígio ilusório é todo elemento encontrado no local de crime 
que não esteja relacionado às ações dos atores da infração e 
cuja produção não tenha ocorrido de maneira intencional.
É bastante comum a ocorrência de locais de crime em 
ambientes abertos, nos quais há um trânsito permanente 
de pessoas, bem como aglomeração pessoas curiosas 
antes da chegada de agentes de segurança pública, 
sendo possível que ocorram alterações, supressões e 
desaparecimento dos vestígios, bem como a inserção 
de outros elementos que criem dúvida ou norteiem 
investigação para caminhos difusos.
Vestígios forjado e ilusório desperdiçam dinheiro público, 
dificultando o trabalho investigativo e criando caminhos que 
não convergem. Ambos são considerados fraude processual, 
com previsão legal no Código Penal.
Fraude processual
Segundo o Código Penal, fraude processual é “Inovar 
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial27 • Módulo 1
artificiosamente, na pendência de processo civil ou 
administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o 
fim de induzir a erro o juiz ou o perito” (BRASIL, 1940). 
A pena para este crime é detenção, de três meses a dois anos, 
e multa, e sua previsão legal pode ser encontrada no Art. 347 
do CP. O parágrafo único reitera: “Se a inovação se destina a 
produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as 
penas aplicam-se em dobro”.
Para mais informações, acesse: https://www.jusbrasil.com.br/
topicos/10595371/artigo-347-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-
dezembro-de-1940.
Esse delito é conhecido como estelionato processual e pode 
ser entendido da seguinte forma:
Inovar, que significa mudar, substituir, alterar artificiosamente, 
ou seja, alterar de forma fraudulenta no decorrer do processo 
ou, no caso criminal, ainda que ele não tenha se iniciado, com 
o intuito de induzir a erro o juiz ou o perito. É necessário que 
o processo judicial – civil ou administrativo – já tenha sido 
instaurado e não tenha sido encerrado ainda. 
Quanto ao procedimento penal, de acordo com o parágrafo 
único do Art. 347 do Código Penal, não é necessário que a 
ação penal já tenha sido proposta, basta elementos no sentido 
de que será iniciada.
Princípio da transferência de Locard
O princípio da transferência foi amplamente debatido por 
Edmond Locard, em 1932, que discorreu sobre os “princípios 
das trocas”, afirmando que o autor do crime leva com ele 
algo da vítima e/ou do local onde aconteceu o fato, podendo 
também levar instrumentos ou até mesmo objetos que foram 
utilizados, bem como deixa algo dele no local do crime.
Saiba mais

https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10595371/artigo-347-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10595371/artigo-347-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10595371/artigo-347-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial28 • Módulo 1
“
“
No contato entre dois elementos, sempre haverá uma 
permuta. (LOCARD, 1932).
A teoria de Locard embasou inúmeros estudos e fomentou a 
ampliação dos conhecimentos aplicados a ciências forenses. 
Esses estudos, inicialmente, tratavam da busca por vestígios 
latentes de impressões digitais – método ainda bastante 
utilizado – e hoje permitem até a pesquisa de DNA no suor de 
uma luva de látex.
 
Figura 6: 
Investigação pela 
perícia.
Fonte: Shutterstock 
(2019).
Segundo Paul Kirk (1953), quaisquer que sejam os passos, 
quaisquer objetos tocados pelo autor do crime, o que quer 
ele deixe, mesmo que inconscientemente, servirá como uma 
testemunha silenciosa contra ele.
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial29 • Módulo 1
Não apenas as pegadas ou dedadas do autor, mas o seu cabelo, 
as fibras das suas calças, os vidros que ele porventura quebre, 
a marca da ferramenta que ele deixe, a tinta que ele arranhe, o 
sangue ou sêmen que deixe. Tudo isso, e muito mais, carrega um 
testemunho contra ele. Essa prova não se esquece. É distinta 
da excitação do momento. Não é ausente como as testemunhas 
humanas são. Constitui-se em evidência factual. A evidência 
física não pode estar errada, não pode cometer perjúrio por 
si própria, não se pode tornar ausente. Cabe aos humanos, 
procurá-la, estudá-la e compreendê-la, somente os humanos 
podem diminuir o seu valor (KIRK,1953).
Esse princípio chama atenção para importância da 
preservação e cuidado com o vestígio, lembrando que serve 
para todos no processo, desde o primeiro a chegar no local 
de crime até o perito que irá processar determinado elemento, 
incluindo o cidadão que reconhece aquele cenário, e que por 
curiosidade possa ter alterado de alguma forma o elemento, 
o que pode resultar numa linha de investigação equivocada e 
mudar o rumo desta.
Por isso, a atitude de preservação do local deve 
ser amplamente informada aos cidadãos, logo que 
se chegue ao local de crime, conscientizando-os 
da necessidade de isolamento e preservação do 
local, bem como envolvendo-os no trabalho como 
de forma importante para elucidação dos fatos a 
ele relacionados.
Dessa forma, familiares da vítima e pessoas curiosas no local 
podem auxiliar no trabalho de isolamento e preservação.
Palavra do Especialista

Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial30 • Módulo 1
Como exemplo da importância da materialidade da prova 
pericial, a legislação reforçou e legitimou, através da Lei 
13.964/2019, um passo a passo legal do vestígio dentro da 
cadeia de custódia, o tópico que veremos em sequência.
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial31 • Módulo 1
Aula 5 – Custódia da Prova 
CONTEXTUALIZANDO...
A cadeia de custódia é um termo recorrente no processo 
investigativo. Esse termo faz referência a todos os 
procedimentos e cuidados aplicados nos vestígios coletados 
pela perícia. Nesta aula, vamos ver no que consiste cada um 
desses procedimentos. 
CONCEITO
Partindo de uma definição legal, conforme o Art. 158-A do 
Código de Processo Penal, o termo cadeia de custódia é o 
conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter 
e documentar a história cronológica do vestígio coletado em 
locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e 
manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.
O início da cadeia de custódia ocorre com a preservação do 
local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais 
nos quais seja detectada a existência de vestígio.
O agente público que reconhecer um elemento como de 
potencial interesse para a produção da prova pericial fica 
responsável por sua preservação. Desta forma, é dever de 
qualquer agente público a adoção de medidas administrativas 
referentes a qualquer elemento que esteja, possivelmente, 
ligado a infração penal.
A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio 
nas seguintes etapas.
 
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial32 • Módulo 1
CADEIA DE 
CUSTÓDIA
Reconhecimento
IsolamentoDescarte
FixaçãoArmazenamento
ColetaProcessamento
AcondicionamentoRecebimento
Transporte
Figura 7: 
Fluxograma da 
cadeia de custódia.
Fonte: labSEAD-
UFSC (2020).
Confira a seguir em que consiste cada etapa da cadeia de 
custódia dos vestígios de um crime.
Reconhecimento
Esta etapa se refere ao ato de distinguir um elemento como de 
potencial interesse para a produção da prova pericial.
A identificação de um elemento como potencial 
vestígio de local de crime é, normalmente, feita por 
cidadãos, os quais informam às autoridades 
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial33 • Módulo 1
competentes a respeito da existência do vestígio 
em questão. As autoridades, então,se dirigem ao 
local para a devida confirmação do fato e tomada de 
medidas administrativas correspondentes.
O encontro com possível corpo de delito pode variar muito, a 
depender da situação. Desde simples janela arrombada num 
sítio até um veículo abandonado em estrada vicinal com um 
corpo em seu interior com características de agressão.
Isolamento
O isolamento é o ato de evitar que se altere o estado das 
coisas, com intuito de isolar e preservar o ambiente imediato, 
mediato e relacionado aos vestígios e local de crime. 
• Local imediato
É aquele onde se encontra o corpo de delito e os vestígios 
materiais próximos; é onde ocorreu o fato em si.
• Local mediato
Área adjacente de onde ocorreu o fato criminoso; é 
espacialmente próximo ao local imediato, onde poderá 
haver vestígios.
• Local relacionado
É o local sem relação geográfica direta com o local do 
crime em si. No entanto, pode possuir vínculo com o 
respectivo local.
O isolamento é atividade inerente ao trabalho pericial e visa 
contribuir para o desenvolvimento da dinâmica dos fatos com 
relação ao corpo de delito.
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial34 • Módulo 1
O isolamento é considerado um dos pontos mais 
importantes do processo, visto que é o momento em 
que o Estado toma providências sobre o elemento 
encontrado, confirma sua possível importância para 
uma investigação criminal e inicia sua preservação 
através do isolamento.
Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a 
infração, a autoridade providenciará imediatamente medidas 
para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos 
peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias, 
desenhos ou esquemas elucidativos.
 
Figura 8: Amarração 
do vestígio 
identificado no 
corpo de delito.
Fonte: Silva, 
Mendes e Carvalho 
(2020).
Ao analisar o local imediato, o perito descreverá o estado das 
coisas, estabelecendo pontos referenciais dos objetos: corpo, 
quando for homicídio, ou um veículo, quando um acidente 
de carro, por exemplo. Assim, o perito fará uso de ponto 
de amarração georreferenciada (coordenadas de latitude e 
longitude) para correto posicionamento do vestígio. 
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial35 • Módulo 1
Ponto de amarração
Essa prática, denominada amarração do local (ponto fixo que 
servirá de referencial ao perito), permitirá que o cenário seja 
a qualquer tempo reproduzido, caso haja necessidade de 
novas diligências.
Para exemplificar, tomemos como exemplo o caso 
Isabella Nardoni. As posições e caraterísticas de 
gotas de sangue latente encontradas no corredor de 
acesso ao apartamento de Alexandre Nardoni e Ana 
Carolina Jatobá foram determinantes para concluir 
que a menina Isabela fora carregada já agredida, 
apresentando lesão com escorrimento sanguíneo 
para o interior do apartamento.
A amarração do vestígio identificado no corpo de delito 
passa a ser parte do exame pericial e posteriormente integra 
o laudo pericial.
Fixação
A fixação é a descrição detalhada do vestígio, conforme se 
encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua 
posição na área de exames.
 
Figura 9: Fixação no 
local do crime.
Fonte: Silva, 
Mendes e Carvalho 
(2020).
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial36 • Módulo 1
“
“
A fixação pode ser ilustrada por fotografias, filmagens ou 
croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial 
produzido pelo perito responsável pelo atendimento. A partir 
disso, podemos seguir para a etapa de coleta, confira!
Coleta
A etapa de coleta trata-se, especificamente, do ato de recolher 
o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando 
suas características e sua natureza.
 
Figura 10: Coleta de 
vestígios em local 
de crime.
Fonte: Shutterstock 
(2019).
A coleta deverá ser realizada preferencialmente por perito 
oficial, que dará o devido encaminhamento para a central 
de custódia, mesmo quando for necessária a realização de 
exames complementares.
É proibida a entrada em locais isolados bem como a 
remoção de quaisquer vestígios de locais de crime 
antes da liberação por parte do perito responsável, 
sendo tipificada como fraude processual a sua 
realização. (BRASIL, 1941).
Como dito anteriormente, a fraude processual é um crime 
previsto no Art. 347 do Código Penal. Consiste em modificar 
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial37 • Módulo 1
o local do crime, os objetos relacionados a ele ou mesmo o 
estado das pessoas envolvidas, com a finalidade de induzir o 
magistrado ou o perito ao erro.
Acondicionamento
Acondicionamento é o procedimento por meio do qual cada 
vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de 
acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, 
para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de 
quem realizou a coleta.
 
Figura 11: 
Invólucros para 
acondicionamento 
de vestígios.
Fonte: Silva, 
Mendes e Carvalho 
(2020).
O recipiente para acondicionamento do vestígio será 
determinado pela natureza do material e deverá individualizar 
o vestígio, preservar suas características, impedir 
contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequado 
e espaço para registro de informações sobre seu conteúdo.
Transporte
A etapa do transporte diz respeito ao ato de transferir o 
vestígio de um local para o outro, utilizando as condições 
adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), 
de modo a garantir a manutenção de suas características 
originais, bem como o controle de sua posse.
 
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial38 • Módulo 1
Figura 12: Caixa 
para transporte de 
evidências.
Fonte: Silva, 
Mendes e Carvalho 
(2020).
Considerando o Art. 158-D do Código de Processo Penal, todos 
os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração 
individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a 
idoneidade do vestígio durante o transporte.
Recebimento
O recebimento é o ato documentando de transferência da 
posse do vestígio com as seguintes informações.
• Número de procedimento.
• Unidade de Polícia Judiciária relacionada.
• Local de origem.
• Nome de quem transportou o vestígio.
• Código de rastreamento.
• Natureza do exame.
• Tipo do vestígio.
• Protocolo.
• Assinatura.
• Identificação de quem o recebeu.
Em seguida, vamos para a etapa de processamento, ou seja, 
o exame que deverá ser formalizado em laudo produzido 
por perito. 
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial39 • Módulo 1
Processamento
O processamento é o exame pericial em si, manipulação do 
vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas 
características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter 
o resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo.
Em casos em que um material irá passar por mais 
de um procedimento pericial, em que a metodologia 
do exame possa criar prejuízo para o próximo 
procedimento de análise, deve-se minimizar os riscos 
para que um procedimento não prejudique o outro.
O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à 
análise e, quando necessário, por pessoa autorizada. Após cada 
rompimento de lacre, considerando o procedimento padrão, 
deve constar na ficha de acompanhamento de vestígio, junto 
com o nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a 
finalidade, e as informações referentes ao novo lacre utilizado.
Veja a seguir o caso envolvendo dois procedimentos periciais 
para entender mais sobre a etapa de processamento.
A perícia precisa realizar um exame de coleta de impressões 
digitais em arma de fogo e um teste de eficiência e natureza.
No caso de uma requisição que solicite os dois exames, como 
no caso acima, o exame de coleta de impressões digitais deve 
ser feito antes da manipulação da arma para um teste de 
eficiência e natureza.
O lacre rompido deverá ser mantido no interior do novo 
recipiente. Após a realização da perícia, o material deverá ser 
devolvido à central de custódia.
Estudode Caso
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial40 • Módulo 1
Armazenamento
O armazenamento é o procedimento referente à guarda, em 
condições adequadas, do material a ser processado para 
realização de contraperícia, descartado ou transportado, junto 
com o número do laudo correspondente.
 
Condições 
Adequadas

Material biológico
É recomendada a 
guarda em ambiente 
refrigerado;
Armas de fogo
É recomendada a guarda 
em cofres ou estruturas 
semelhantes, com baixa 
umidade relativa do ar;
Papéis e roupas
É recomendada a guarda 
em ambiente ventilado e 
com baixa umidade.

Figura 13: 
Condições 
adequadas para 
armazenamento de 
cada material.
Fonte: labSEAD-
UFSC (2020).
Descarte
O descarte, por sua vez, é o procedimento referente à 
liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e, 
quando pertinente, mediante autorização judicial. 
Essa etapa, por sua vez, encerra as fases que compõem o 
rastreamento dos vestígios. 
Agora que chegamos ao fim de todas as etapas de cadeia 
de custódia das provas, veja a seguir como funciona e as 
características de uma central de custódia, assim como a 
sua importância para a investigação criminal. 
CENTRAL DE CUSTÓDIA
No Art. 158 do Código do Processo Penal encontramos as 
informações pertinentes à custódia e às perícias em geral. 
Segundo o documento, todos os Institutos de Criminalística 
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial41 • Módulo 1
deverão ter uma central de custódia destinada à guarda 
e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada 
diretamente ao órgão central de perícia oficial de 
natureza criminal.
 
Locais de coleta
Local de Crime
Local relacionado
Local de busa e apreensão
1
Órgãos de Perícia Centro de custódia geral2
Centro de custódia permanente4Armazenamento
Laboratório/
locais de 
exames
Centro de custódia temporária3
Devolução
Descarte (legislação vigente, 
autorização judicial)
5Destino final
Figura 14: 
Fluxograma da 
cadeia de custódia.
Fonte: labSEAD-
UFSC (2020).
Partindo do CPP, toda central de custódia deve possuir os 
serviços de protocolo. Confira cada um deles a seguir:
• Local
Local para conferência, recepção, devolução de materiais 
e documentos, possibilitando a seleção, a classificação e 
a distribuição de materiais, devendo ser um espaço seguro 
e apresentar condições ambientais que não interfiram nas 
características do vestígio.
• Entrada e saída de vestígio
A entrada e a saída deverão ser protocoladas, 
consignando-se informações sobre a ocorrência no 
inquérito que a eles se relacionam.
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial42 • Módulo 1
• Acesso ao vestígio somente para pessoas autorizadas
Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio 
armazenado deverão ser identificadas e deverão ser 
registradas a data e a hora do acesso.
• Registro das ações
Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas 
as ações deverão ser registradas, consignando-se a 
identificação do responsável pela tramitação, a destinação, 
a data e horário da ação.
Caso a central de custódia não possua espaço ou condições 
de armazenar determinado material, deverá a autoridade 
policial ou judiciária determinar as condições de depósito do 
referido material em local diverso, mediante requerimento do 
diretor do órgão central de perícia oficial de natureza criminal.
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial43 • Módulo 1
Aula 6 – Local Idôneo e Inidôneo
CONTEXTUALIZANDO... 
Você deve se lembrar das reflexões acerca da idoneidade dos 
vestígios, ou seja, das condições de preservação dos vestígios 
encontrados no local do crime. Nesta aula, vamos refletir sobre 
o conceito de idoneidade do local do crime, ou seja, se há ou 
não impossibilidade de exame pericial em locais ditos idôneos. 
Vamos entender mais sobre este assunto? Siga os estudos e 
confira!
O QUE É LOCAL IDÔNEO E INIDÔNEO
A partir da compreensão do significado de idôneo, visto 
anteriormente, é possível entender que local de crime idôneo 
seria aquele que estaria completamente intocável, com 
vestígios preservados e com as condições deixadas pelos 
agentes do delito (vítima e agressor).
Essa questão traz muitas polêmicas e interpretações 
diversas sobre o que seja um local idôneo ou inidôneo e até 
se tal fato deve ser considerado em uma primeira abordagem 
no local de crime.
Para o perito, um local inidôneo é aquele cujos 
vestígios foram perdidos e não há como depreender 
pelos elementos existentes, as dinâmicas, relações 
com a atividade delituosa e nexo causal.
Como você viu até agora no curso, o resultado sobre as 
informações que os vestígios e o próprio local de crime 
podem trazer aos peritos criminais só será possível se 
forem empregadas as técnicas criminalísticas adequadas 
de constatação, registro, identificação e análise de cada um 
desses vestígios.
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial44 • Módulo 1
Figura 15: Local 
idôneo e inidôneo.
Fonte: labSEAD-
UFSC (2020).
No entanto, a prática tem mostrado que mesmo com o 
precário isolamento e preservação dos locais de crime, ou 
seja, locais que seriam, em tese, considerados inidôneos, 
ainda assim é possível obter grandes resultados na análise 
de vestígios em um local de crime.
Portanto, em tese, será muito comum encontrar os locais já 
inidôneos, mas isso jamais deverá ser motivo para que os 
peritos criminais deixem de realizar o exame. Os doutrinadores 
da criminalística consagraram que esse tipo de classificação 
para os locais de crime traz prejuízos para o desenvolvimento 
de possíveis investigações periciais, considerando que 
qualquer avaliação preliminar sobre as condições de 
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial45 • Módulo 1
conservação de vestígios é prematura e desprovida de 
fundamentação técnica.
 
Neste sentido, reiterando as informações vistas no curso até 
o momento, somente o exame esclarecerá se o local é ou não 
idôneo. Por isso, o exame sempre deverá ser realizado.
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial46 • Módulo 1
Exercícios de Fixação
As questões a seguir servem de guia para assimilar o seu 
conhecimento sobre o conteúdo aprendido. Você pode utilizar 
seu caderno de apontamentos para construir sua reflexão e 
conferir as respostas na seção Resolução.
PERGUNTAS
1. Segundo Espindula (2009), como se define a 
investigação criminal?
2. Onde inicia a investigação criminal?
3. Qual a relevância das ações integradas das autoridades 
para a preservação do local de crime?
4. Quais sãos as diferenças entre vestígio, evidência e indício.
5. Qual é a diferença entre vestígio forjado e vestígio ilusório?
6. Qual é o fator que mais contribui para a produção de 
vestígios ilusórios?
7. Explique o que é reconhecimento?
8. O que é o isolamento de um local de crime?
9. Como deve ser a coleta dos vestígios?
RESOLUÇÃO
1. É o conjunto de procedimentos e de tarefas capazes de criar 
as condições necessárias para se esclarecer um crime.
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial47 • Módulo 1
2. A investigação criminal é o ponto de partida da persecução 
penal. É o início da atividade de verificação de determinado 
fato, supostamente criminoso. O ponto inicial da discussão 
sobre o exercício do sistema de persecução penal 
reside justamente na notícia-crime. A sua importância 
é fundamental para o regular desenvolvimento da 
investigação preliminar. Uma compreensão equivocada 
a respeito do seu significado pode redundar em prejuízo 
considerável ao procedimento investigativo.
3. Apesar de serem vistos como elementos isolados, a 
investigação policial, os exames periciais e o policiamento 
ostensivo são uma coisa só: a investigação criminal. Esses 
trabalhos são, portanto, interdependentes, ou seja, sem o 
trabalho de todos há prejuízos incalculáveis que impedem 
uma resposta satisfatória à sociedade.
4. Vestígio é qualquer elemento encontrado em local 
de crime. Evidênciaé o vestígio após realizado o 
procedimento pericial. Indício é nomenclatura jurídica de 
evidência apresentada com laudo pericial.
5. Ambos são elementos inseridos no corpo de delito e 
podem desviar a investigação, porém o forjado se dá por 
meio de ação intencional e o ilusório é quando foi inserido 
de forma descuidada.
6. Aglomerações no local de crime, entrada de curiosos no 
local de crime e isolamento inadequado.
7. Identificar um elemento que possa estar relacionado a um 
crime, é a etapa mais vulnerável, visto que, normalmente, é 
feita por cidadãos e, posteriormente, pelo primeiro agente 
de segurança pública que chegar ao local de crime.
8. É o ato de evitar que se altere o estado das coisas, 
devendo-se isolar e preservar o ambiente imediato, 
mediato e relacionado aos vestígios e local de crime. É a 
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial48 • Módulo 1
etapa posterior ao reconhecimento, em que o agente de 
segurança pública toma as primeiras providências para 
preservação do local de crime.
9. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente 
por perito oficial, que dará o encaminhamento necessário 
para a central de custódia, mesmo quando for necessária a 
realização de exames complementares.
Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial49 • Módulo 1
Referências
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13964.htm
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Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial50 • Módulo 1
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Noções Gerais de Locais de Crime e Investigação Policial51 • Módulo 1
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https://jus.com.br/artigos/56384
http://lab.sead.ufsc.br/
Tarefas do Primeiro Profissional de Segurança Pública no Local do Crime52 • Módulo 2
TAREFAS DO PRIMEIRO 
PROFISSIONAL DE 
SEGURANÇA PÚBLICA NO 
LOCAL DO CRIME
MÓDULO 2
Tarefas do Primeiro Profissional de Segurança Pública no Local do Crime53 • Módulo 2
Apresentação
Olá, cursista! Vamos seguir com nossos estudos!
Neste módulo, você estudará os procedimentos preliminares e 
tarefas que devem ser realizadas por qualquer profissional da 
segurança pública interventor em um local de crime. Mesmo 
focado na necessidade de preservação de vidas e aplicação 
da lei, o profissional deverá garantir o correto isolamento 
e preservação do local de crime, a fim de que os trabalhos 
do ciclo de persecução criminal decorrentes da primeira 
intervenção possam ocorrer como previsto. 
OBJETIVOS DO MÓDULO
A intenção é que, ao final deste módulo, você seja capaz de 
listar as providências preliminares a serem realizadas no 
local de crime e enumerar a sequência de procedimentos 
necessários para os locais. Além disso, conhecerá 
procedimentos operacionais padronizados pelas instituições 
e, por fim, saberá identificar os procedimentos corretos e 
auxiliadores da investigação.
ESTRUTURA DO MÓDULO
• Aula 1 – Situação Preliminar Encontrada.
• Aula 2 – Segurança do Local de Crime.
• Aula 3 – Delimitação da Área a Ser Preservada.
• Aula 4 – Procedimentos Padronizados e Recomendações 
ao Primeiro Interventor na Cena do Crime.
Tarefas do Primeiro Profissional de Segurança Pública no Local do Crime54 • Módulo 2
Aula 1 – Situação Preliminar Encontrada 
CONTEXTUALIZANDO...
Nestaaula, vamos estudar sobre a importância dos cuidados 
que o profissional de segurança pública deve ter com a situação 
inicial encontrada na cena do crime. Para isso, vamos pontuar a 
necessidade de preservação do local e demonstrar como esses 
procedimentos podem ajudar os agentes a desvendarem e 
comprovarem a sucessão de fatos ocorridos.
PROFISSIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA
Seguindo com os estudos, você lembra do ciclo de persecução 
criminal? Como vimos anteriormente, chamamos de 
persecução penal o conjunto de atividades desenvolvidas pelo 
Estado que possibilitam atribuir punição ao autor de um crime 
cometido. É, portanto, a soma da investigação criminal com o 
processo penal. Nesse sentido, a persecução será completa se 
todas as fases de seu ciclo estiverem completas.
Dentro das fases que compõem o ciclo, temos a 
situação preliminar encontrada pelo profissional de 
segurança pública; ou seja, o primeiro contato com a 
cena do crime!
Por mais que pareça fácil de ser compreendido, o termo 
profissional de segurança pública envolve diversos 
profissionais, elencados no Art. 144 da Constituição Federal, e 
outros que, direta ou indiretamente, fazem parte da segurança 
pública. Quanto aos profissionais de segurança pública 
previstos na Constituição Federal, temos:
Tarefas do Primeiro Profissional de Segurança Pública no Local do Crime55 • Módulo 2
PF
CBM GCM
Polícias 
penais
Guarda 
portuária
Médicos 
legistas
Agentes de 
trânsitos
PFFPRF
FNSP
Peritos 
criminais
SAMUTécnicos de necropsia
Papilos-
copistas
PC
PM
Figura 1: 
Profissionais de 
segurança pública.
Fonte: labSEAD-
UFSC (2020).
““
Como forma de ampliar seu entendimento sobre esse assunto, 
a recente criação do Sistema Único de Segurança Pública 
(SUSP), a partir da Lei 13.675, de 2018, apresentou com mais 
clareza os órgãos responsáveis pela segurança pública nas 
três esferas: federal, estadual e municipal.
Profissionais que exerçam algum cargo efetivo ou contratado, 
com nomenclaturas diferentes das acima citadas, mas com 
as mesmas atribuições e responsabilidades, que integrem 
os órgãos de segurança pública e defesa social podem atuar 
como primeiro agente na situação preliminar, preservando e 
isolando o local do crime para fins de persecução criminal. 
Segundo Camilo et al. (2017, p. 1),
As primeiras pessoas que chegam ao local de crime 
desempenham papel fundamental no processo de 
perícia. Em circunstâncias aonde profissionais de 
saúde chegam antes da polícia técnica-científica ou 
judiciária, os procedimentos de registro do local, dos 
vestígios e de todas as atividades ocorridas durante o 
atendimento, devem ser realizados por eles.
Tarefas do Primeiro Profissional de Segurança Pública no Local do Crime56 • Módulo 2
Um exemplo importante acerca do primeiro interventor no local 
de crime é o caso de profissionais de emergência, em especial 
do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Em boa 
parte das cidades brasileiras, o atendimento é presente e tem 
grande importância na integração entre os órgãos.
Legitimidade e representatividade do profissional 
de segurança pública
A atuação do profissional de segurança pública, independente 
de qual for a instituição, é a personificação do Estado nas ruas, 
certo? Conforme previsão penal, em sua atividade legal, os 
atos de um servidor público não são mais do cidadão.
Toda atividade desempenhada pelo profissional 
de segurança pública será em nome do Estado, por 
isso, muitas dúvidas surgem quando o profissional 
de folga intervém em situação de crime. Nesse 
caso, é preciso saber que, ao adotar a postura de 
intervir, o cidadão deixa de lado sua folga e passa a 
exercer a função pública.
Assim que o agente incorporar a natureza pública da 
função, ele estará sob risco de não somente ser processado 
criminalmente por adulterar cenas de crimes como também 
causar repercussão negativa da instituição da qual faça parte.
Você conhece algum caso em que o profissional adotou postura 
diversa da prevista legalmente? 
Segundo Espindola (2009), se você está efetuando o primeiro 
atendimento em um local de crime, não importa a sua 
categoria funcional ou atribuições primárias que executa no 
órgão em que atua, você deve compreender e valorizar cada 

Na Prática
Tarefas do Primeiro Profissional de Segurança Pública no Local do Crime57 • Módulo 2
circunstância e ato que possa praticar enquanto ali estiver, 
pois estará acumulando informações valiosíssimas para o 
esclarecimento do crime.
SITUAÇÃO DO LOCAL DE CRIME 
ANTES DA CHEGADA DO PRIMEIRO 
PROFISSIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA 
É evidente que qualquer crime, por mais simples que seja, gera 
a comoção social e, não raras vezes, aglomeração de pessoas 
curiosas. Nesse contexto, o local de crime começa a sofrer as 
interferências que podem torná-lo inidôneo antes da chegada 
do profissional de segurança pública.
Aliado a isso, o primeiro agente no local de crime, 
se não estiver capacitado quanto a sua atribuição e 
responsabilidades, poderá interferir negativamente no cenário, 
fazendo com que o crime, antes passível de investigação 
através do serviço pericial, jamais seja desvendado. 
A preocupação com a formação dos profissionais 
de segurança pública no Brasil ganhou diversos 
reforços nos últimos anos. A temática de preservação 
e valorização da prova é obrigatoriedade nas 
formações profissionais e está contida na Matriz 
Curricular Nacional para Ações Afirmativas dos 
Profissionais da Área de Segurança Pública.
Entretanto, as práticas cotidianas, ainda que sejam 
consideradas as formações e capacitações nas três esferas, 
quando errôneas, acabam refletindo negativamente nos 
demais casos de sucesso.
Tarefas do Primeiro Profissional de Segurança Pública no Local do Crime58 • Módulo 2
Outra necessidade urgente é a de sensibilizar 
o cidadão para a preservação do local de crime. 
Infelizmente a exposição nas redes sociais de crimes, 
por parte do cidadão, leva-o a descaracterizar o local 
de crime para obter “a melhor cena”.
A situação não somente é reprovável como também 
caracteriza-se como crime de vilipêndio a cadáver, previsto no 
Art. 212 do Código Penal Brasileiro. 
 
Figura 2: 
Curiosidade no 
local do crime.
Fonte: labSEAD-
UFSC (2020).
Os locais de crimes, quando não sofridas as primeiras 
intervenções pelos profissionais da segurança pública, são, não 
raras vezes, descaracterizados por diversos fatores, entre eles:
 
Tarefas do Primeiro Profissional de Segurança Pública no Local do Crime59 • Módulo 2
Pessoas aleatórias, 
curiosas ou 
correlacionados 
ao fato.
Familiares e 
parentes próximos.
Membros da 
imprensa e 
mídia geral.
Profissionais da 
segurança pública 
não imbuídos 
da missão de 
preservação.
Figura 3: 
Curiosidade no 
local do crime 
pode atrapalhar as 
investigações.
Fonte: labSEAD-
UFSC (2020).
Dos possíveis cidadãos citados acima, os mais comuns de 
se encontrar nos ambientes são os curiosos. Entretanto, 
essa situação deve receber o mesmo trato com relação à 
intervenção: a ordem legal de afastamento e preservação 
do local de crime, considerando que todos os elementos 
encontrados na cena são considerados vestígios.
Levando em consideração o conceito de vestígio, então, é 
necessário que o primeiro profissional a intervir no local de 
crime não descarte nada, não faça juízo preliminar de valor, 
sob risco de comprometer todo o isolamento e preservação 
daquele local.
Tarefas do Primeiro Profissional de Segurança Pública no Local do Crime60 • Módulo 2
Aula 2 – Segurança no Local de Crime
CONTEXTUALIZANDO...
Quando falamos de segurança no local de crime, falamos 
também da segurança do próprio profissional, pois, além de 
elucidar o crime e dar a resposta que a sociedade espera, o 
profissional precisa voltar vivo para seu lar, após cumprida sua 
missão constitucional. 
Para isso, ele deverá atentar-se, principalmente, para sua 
segurança e a de terceiros. Como veremos mais adiante, 
nos procedimentos padronizados pelos estados

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