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Contabilidade Publica

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Prévia do material em texto

2011
Contabilidade PúbliCa
Prof.ª Cátia Maria Fraguas Veiga
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Prof.ª Cátia Maria Fraguas Veiga
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 657.61
 V426c Veiga, Cátia Maria Fraguas.
 Contabilidade pública/ Cátia Maria Fraguas Veiga. 1ª Ed. 
Indaial : Uniasselvi, 2011.
251 p. il.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-433-1
 1. Contabilidade pública.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
 II. Núcleo de Ensino a Distância
 
Impresso por:
III
aPresentação
Caro(a) acadêmico(a)!
A Contabilidade Pública tem como função principal evidenciar e con-
trolar o patrimônio das entidades públicas e suas variações. Porém, a sua 
busca é realizada através do emprego de várias técnicas e procedimentos 
contábeis, o que a torna numa ramificação da Ciência Contábil muito inte-
ressante.
Este ramo da contabilidade exige, ao mesmo tempo, que sejam aten-
didos os aspectos legais que norteiam as Finanças Públicas e a Gestão Fiscal 
dessas, bem como os aspectos normativos da Ciência Contábil. 
É esta particularidade que torna a Contabilidade Púbica interessante, 
já que além de atender aos registros de variação patrimonial aplicados de for-
ma geral pela Ciência Contábil, também deve registrar os atos praticados pelos 
administradores que possam a vir afetar o patrimônio da entidade pública.
Neste Caderno de Estudos, abordaremos algumas das principais ati-
vidades executadas pelos administradores que podem vir a afetar o patri-
mônio da entidade, sendo necessário, primeiramente, conhecer o ambiente 
que está relacionado ao setor público. Por isso, a seguir apresentamos como 
este estudo será desenvolvido para que você possa compreender melhor este 
ambiente e suas transações. 
Na Unidade 1, veremos o ambiente em que está inserida a Contabili-
dade Pública, já que são vários os tipos de entidades públicas encontradas no 
setor público; bem como conhecer como o Brasil está organizado em relação 
à questão administrativa.
Na Unidade 2, estudaremos o Planejamento Governamental, o por-
quê este deve ser elaborado e qual sua composição, enfatizando neste estudo 
a elaboração e composição do orçamento público; bem como, será apresenta-
do o procedimento administrativo denominado Licitação, procedimento de 
utilização obrigatória na Administração Pública para garantir a livre concor-
rência nas atividades econômicas.
Na Unidade 3, conheceremos as normas que orientam o trabalho do 
contador público quanto à sua aplicação, objeto, princípios, escrituração, re-
gime contábil, além de conhecer as principais transações e seus respectivos 
registros, bem como as principais demonstrações contábeis.
Portanto, este Caderno de Estudos servirá de rumo para você começar 
a construir e organizar seus conhecimentos ao longo desse período de estudo.
Tenha bons estudos!
Profa. Cátia Maria Fraguas Veiga
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AO SETOR PÚBLICO ............................................................... 1
TÓPICO 1 – SERVIÇO PÚBLICO .................................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 3
2 CONCEITO ........................................................................................................................................ 3
3 CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................................................. 4
3.1 SERVIÇOS PÚBLICOS ............................................................................................................... 4
3.2 SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA ................................................................................... 5
3.3 PRÓPRIOS E IMPRÓPRIOS ....................................................................................................... 6
3.4 SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E INDUSTRIAIS ................................................................ 7
3.5 SERVIÇOS UTI UNIVERSI OU UTI SINGULI ......................................................................... 7
4 TITULARIDADE, COMPETÊNCIA PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ............................. 8
RESUMO DO TÓPICO 1.................................................................................................................... 14
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 15
TÓPICO 2 – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................................................................................. 17
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 17
2 ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA BRASILEIRA ........................................ 18
2.1 ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................................. 20
2.1.1 Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário ................................................ 22
2.1.2 Administração Direta e Indireta ....................................................................................... 26
3 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ..................................................................... 32
3.1 LEGALIDADE .............................................................................................................................. 33
3.2 IMPESSOALIDADE .................................................................................................................... 33
3.3 MORALIDADE ............................................................................................................................ 35
3.4 PUBLICIDADE ............................................................................................................................. 36
3.5 EFICIÊNCIA ................................................................................................................................. 37
RESUMO DO TÓPICO 2.................................................................................................................... 39
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................40
TÓPICO 3 – LEGISLAÇÕES APLICADAS À CONTABILIDADE PÚBLICA......................... 41
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 41
2 PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES RELACIONADAS À CONTABILIDADE PÚBLICA .......... 46
RESUMO DO TÓPICO 3.................................................................................................................... 51
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 52
TÓPICO 4 – FUNDOS ESPECIAIS .................................................................................................. 53
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 53
2 CRIAÇÃO DOS FUNDOS ESPECIAIS ........................................................................................ 53
3 ESTRUTURA DOS FUNDOS ESPECIAIS .................................................................................. 57
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 59
RESUMO DO TÓPICO 4.................................................................................................................... 66
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 67
sumário
VIII
UNIDADE 2 – ORÇAMENTO PÚBLICO ....................................................................................... 69
TÓPICO 1 – RECEITA PÚBLICA ..................................................................................................... 71
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 71
2 RECEITA PÚBLICA .......................................................................................................................... 71
2.1 RECEITA ORÇAMENTÁRIA .................................................................................................... 74
2.1.1 Conceito................................................................................................................................ 74
2.1.2 Classificação da receita orçamentária quanto à sua natureza ...................................... 76
2.1.3 Estágios da receita orçamentária ...................................................................................... 82
2.1.4 Deduções da receita orçamentária ................................................................................... 86
2.2 INGRESSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS ................................................................................ 87
RESUMO DO TÓPICO 1.................................................................................................................... 88
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 89
TÓPICO 2 – DESPESA PÚBLICA..................................................................................................... 91
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 91
2 DESPESA PÚBLICA ......................................................................................................................... 91
2.1 DESPESA ORÇAMENTÁRIA .................................................................................................... 92
2.1.1 Conceito................................................................................................................................ 92
2.1.2 Classificação da despesa orçamentária ........................................................................... 93
 2.1.2.1Classificação da despesa orçamentária quanto ao
 seu impacto na situação líquida patrimonial ....................................................... 93
 2.1.2.2 Classificação da despesa orçamentária quanto à sua natureza ...................... 94
 2.1.2.3 Classificação da despesa orçamentária quanto à
 classificação institucional ....................................................................................... 108
 2.1.2.3.1 Classificação quanto à sua classificação funcional .............................. 110
 2.1.3 Estrutura programática da despesa orçamentária ................................................ 114
 2.1.4 Fases da despesa orçamentária ................................................................................ 119
2.2 DISPÊNDIOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS (DESPESAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS) .... 124
RESUMO DO TÓPICO 2.................................................................................................................... 127
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 128
TÓPICO 3 – PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL ................................................................ 131
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 131
2 PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL .................................................................................... 131
2.1 PLANO PLURIANUAL .............................................................................................................. 131
2.2 LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS .............................................................................. 137
2.3 LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL ............................................................................................ 140
2.3.1 Princípios orçamentários ................................................................................................... 141
2.3.2 Créditos adicionais ............................................................................................................. 146
RESUMO DO TÓPICO 3.................................................................................................................... 149
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 150
TÓPICO 4 – PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 151
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 151
2 LICITAÇÕES...................................................................................................................................... 151
3 RESTOS A PAGAR ........................................................................................................................... 155
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 156
RESUMO DO TÓPICO 4.................................................................................................................... 160
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 161
IX
UNIDADE 3 – INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE APLICADA
 AO SETOR PÚBLICO .............................................................................................. 163
TÓPICO 1 – ASPECTOS GERAIS DA CONTABILIDADE APLICADA
 AO SETOR PÚBLICO .................................................................................................. 165
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 165
2 ASPECTOS GERAIS TRATADOS PELA CONTABILIDADE
 APLICADA AO SETOR PÚBLICO ...............................................................................................166
2.1 CONCEITO DE CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO ........................... 166
2.2 OBJETIVO E OBJETO DA CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO .......... 167
2.3 CONCEITO DE PATRIMÔNIO PÚBLICO .............................................................................. 167
2.4 CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE APLICADA
 AO SETOR PÚBLICO .................................................................................................................. 168
3 PRINCÍPIOS DA CONTABILIDADE SOB A PERSPECTIVA DO
 SETOR PÚBLICO ............................................................................................................................ 170
3.1 PRINCÍPIO DA ENTIDADE ...................................................................................................... 171
3.2 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE ........................................................................................... 171
3.3 PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE .......................................................................................... 172
3.4 PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL ........................................................ 173
3.5 PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA ............................................................................................. 175
3.6 PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA ................................................................................................... 176
4 REGIME CONTÁBIL APLICADO NO SETOR PÚBLICO ...................................................... 177
5 REGISTRO CONTÁBIL ................................................................................................................. 179
5.1 FORMALIDADES DO REGISTRO CONTÁBIL ...................................................................... 179
5.2 CARACTERÍSTICAS DO REGISTRO CONTÁBIL ................................................................. 179
6 TEMAS RELACIONADOS AO SETOR PÚBLICO ................................................................... 183
6.1 DÍVIDA PÚBLICA ....................................................................................................................... 183
6.2 INVENTÁRIO .............................................................................................................................. 184
7 PRESTAÇÃO DE CONTAS ............................................................................................................ 186
RESUMO DO TÓPICO 1.................................................................................................................... 191
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 192
TÓPICO 2 – INTRODUÇÃO AO PCASP (PLANO DE CONTAS
 APLICADO AO SETOR PÚBLICO) .......................................................................... 195
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 195
2 DIRETRIZES DO PCASP ................................................................................................................ 195
3 CONCEITO DE PLANO DE CONTAS ....................................................................................... 197
4 OBJETIVO DO PLANO DE CONTAS ........................................................................................ 197
5 TEORIA PATRIMONIALISTA ADOTADA PELO PCASP ...................................................... 198
6 ESTRUTURA DA PLANIFICAÇÃO DO PCASP ....................................................................... 199
7 SISTEMA CONTÁBIL APLICADO NO PCASP ........................................................................ 200
8 NATUREZA DAS INFORMAÇÕES DAS CONTAS DO PCASP ........................................... 202
9 LÓGICA DO REGISTRO CONTÁBIL APLICADO AO PCASP ............................................ 204
RESUMO DO TÓPICO 2.................................................................................................................... 206
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 207
TÓPICO 3 – LANÇAMENTOS TÍPICOS APLICADOS NO SETOR PÚBLICO .................... 209
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 209
2 LANÇAMENTOS TÍPICOS ............................................................................................................ 209
X
2.1 ABERTURA DE EXERCÍCIO ..................................................................................................... 210
2.2 APROVAÇÃO DO ORÇAMENTO ........................................................................................... 210
2.3 LANÇAMENTOS TÍPICOS DA EXECUÇÃO DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA ............ 211
2.3.1 Créditos adicionais ............................................................................................................. 211
2.3.2 Reserva de dotação ............................................................................................................. 212
2.3.3 Emissão de empenho.......................................................................................................... 213
2.3.4 Liquidação de empenho .................................................................................................... 213
2.3.5 Pagamento de empenho .................................................................................................... 214
2.4 LANÇAMENTOS TÍPICOS DA EXECUÇÃO DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA ............. 215
2.4.1 Lançamento da receita orçamentária ............................................................................... 215
2.4.2 Arrecadação de tributos após o reconhecimento do fato gerador ............................... 215
2.4.3 Arrecadação de receita para formação do FUNDEB ..................................................... 216
2.5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO MENSAL DE DESEMBOLSO ....................................... 217
RESUMO DO TÓPICO 3.................................................................................................................... 222
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 223
TÓPICO 4 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .......................................................................... 225
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 225
2 BALANÇO ORÇAMENTÁRIO ..................................................................................................... 226
3 BALANÇO FINANCEIRO .............................................................................................................. 231
4 BALANÇO PATRIMONIAL ........................................................................................................... 234
5 DEMONSTRAÇÃO DA VARIAÇÃO PATRIMONIAL ............................................................ 239
6 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA .............................................................................. 241
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 245
RESUMO DO TÓPICO 4.................................................................................................................... 247
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 248
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 249
1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AO SETOR 
PÚBLICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade você será capaz de:
• compreender o que são serviços públicos,algumas de suas características 
e a quem compete executá-los;
• compreender como o Brasil está estruturado para executar estes serviços 
públicos;
• evidenciar a legislação que norteia o trabalho do contador público;
• apresentar o tema fundos especiais tratado no ambiente do setor público.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No primeiro tópico você será 
apresentado ao ambiente do setor público através da caracterização de seus 
serviços. No segundo tópico verificaremos como o Brasil está organizado 
política e administrativamente para executar estes serviços. No terceiro 
tópico revisaremos as principais legislações que se aplicam à contabilidade 
no setor público. No quarto tópico abordaremos o tema “fundos especiais”. 
Em cada tópico você encontrará atividades que o(a) ajudarão a compreender 
os conteúdos apresentados.
TÓPICO 1 – SERVIÇO PÚBLICO 
TÓPICO 2 – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
TÓPICO 3 – LEGISLAÇÕES APLICADAS À CONTABILIDADE PÚBLICA 
TÓPICO 4 – FUNDOS ESPECIAIS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
SERVIÇO PÚBLICO
1 INTRODUÇÃO
A Contabilidade Pública é a ciência que permite acompanhar a evolução 
do patrimônio das entidades do setor público, através do fornecimento de 
informações que visam auxiliar a tomada de decisão por parte dos gestores e 
demais usuários desta. 
Antes de adentrarmos nas normas contábeis aplicadas ao setor público 
ou mesmo buscarmos conhecer a legislação pertinente à Contabilidade Pública, 
é necessário identificarmos primeiramente este ambiente que envolve o setor 
público. 
Para começarmos a identificar este ambiente, nesse tópico será apresentado 
o conceito de serviço público, a sua classificação e a quem compete realizar os 
mesmos.
2 CONCEITO
Este tema “serviço público” é um dos objetos de estudo do Direito 
Administrativo e, ao buscarmos sua conceituação, vamos nos deparar com uma 
gama de doutrinadores que buscam defender seu ponto de vista.
Para este estudo vamos apresentar o conceito definido por Meirelles (2007, 
p. 330): 
serviço público: é todo aquele prestado pela administração ou por seus 
delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades 
essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do 
Estado. Fora dessa generalidade não se pode, em doutrina, indicar as 
atividades que constituem serviço público, porque variam segundo as 
exigências de cada povo e de cada época. Nem se pode dizer que são 
as atividades coletivas vitais que caracterizam os serviços públicos, 
porque ao lado destas existem outras, sabidamente dispensáveis pela 
comunidade, que são realizadas pelo Estado como serviço público.
Através deste conceito apresentado por Meirelles (2007), percebe-se que 
não por que identificar as atividades que constituem serviço público de uma 
forma rígida, até porque estas, dependendo da época e do povo, podem ser ou 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO SETOR PÚBLICO
4
não tipificadas como um serviço público. O importante é saber que, uma vez 
tipificada como um serviço público, será realizada pelo Estado de forma direta 
ou indireta, como veremos mais adiante, mas não necessariamente será privativa 
(exclusiva) do Estado, como ocorre com a educação, saúde, entre outras prestações 
de serviço que encontramos disponíveis no mercado. 
Também encontramos como serviço público aquelas atividades que não 
são essenciais ou mesmo necessárias para a coletividade. Elas são dispensáveis, 
mas o Estado entende que pode realizá-las como serviço público, como, por 
exemplo, a Loteria Federal e a Loteria Esportiva.
3 CLASSIFICAÇÃO
“Os serviços públicos podem ser classificados em públicos e de utilidade 
pública; próprios e impróprios do Estado; administrativos e industriais; “uti 
universi” e “uti singuli”, conforme Meirelles (2007, p. 331).
3.1 SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
São os prestados diretamente pela administração à comunidade, 
não cabe delegação destes a terceiros. Isto porque são tidos como essenciais 
e necessários para a existência do grupo social e do Estado. Geralmente estes 
serviços exigem atos de império (são aqueles em que a Administração Pública 
tem supremacia sobre o particular, como, por exemplo, os de defesa nacional, os 
de polícia, a desapropriação, entre outros) e medidas compulsórias em relação 
aos administrados.
Como mencionamos na introdução deste tópico, o tema “serviço público” é um 
dos objetos de estudo do Direito Administrativo e, pela razão já descrita acima, sugerimos 
que se faça a leitura de outros conceitos, já que na própria doutrina não existe unanimidade 
por parte dos autores.
NOTA
TÓPICO 1 | SERVIÇO PÚBLICO
5
FIGURA 1 – FORÇAS ARMADAS
FONTE: Disponível em: <http://www.fundacaosagittarius.com/pgdefesanacional.
htm>. Acesso em: 15 mar. 2011.
3.2 SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA 
Estes serviços podem ser realizados diretamente pela administração, 
como podem ser prestados por terceiros, através da concessão, permissão ou 
autorização, devidamente regulamentados e sob o controle da administração.
Estes podem ser realizados desta forma, pois não são serviços públicos 
essenciais e necessários para a subsistência da sociedade. São exemplos deste 
serviço público: o transporte coletivo, gás, energia elétrica, telefone, entre outros.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO SETOR PÚBLICO
6
FIGURA 2 - EXEMPLOS DE SERVIÇOS PÚBLICOS
FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_ZBjfKvsvIb4/TTMyWm3NMEI/AAAAAAAAAAc/
wZ9eeoMj1ew/s1600/energia_eletrica1.jpg>. Acesso em: 18 mar. 2011. 
3.3 PRÓPRIOS E IMPRÓPRIOS
Os serviços públicos próprios do Estado são os que estão diretamente 
relacionados com as atribuições do poder público, como a segurança, polícia, 
saúde pública, entre outros. Para a realização destes a Administração se utiliza de 
sua superioridade para determinar as políticas públicas necessárias para atender 
aos interesses da coletividade. Por esta razão, estes não podem ser realizados por 
particulares, nem mesmo sob a forma de delegação. Estes devem ser prestados 
por órgãos ou entidades públicas. 
Já os serviços públicos impróprios do Estado são denominados assim 
para identificar os que não precisam ser prestados obrigatoriamente pelo 
Estado, podendo ser prestados através das entidades da administração indireta 
(autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista) ou 
através da concessão, permissão ou autorização a terceiros para realizarem os 
mesmos.
TÓPICO 1 | SERVIÇO PÚBLICO
7
Enquanto os serviços próprios são considerados essenciais, os impróprios 
não o são, e por esta razão geralmente os serviços próprios são gratuitos ou de 
baixa remuneração (para que a sociedade como um todo tenha acesso ao mesmo) 
e os impróprios podem ser rentáveis.
3.4 SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E INDUSTRIAIS
 
Os serviços administrativos são aqueles executados pela administração 
a fim de viabilizar o exercício, execução de sua função. São serviços internos 
necessários para a existência da máquina administrativa.
Já os serviços industriais são serviços diretamente relacionados com 
a exploração da atividade econômica, e conforme o art. 173 da CF, estes só 
podem ser realizados pelo Estado quando forem considerados “imperativos 
da segurança nacional ou de relevante interesse coletivo”. Por esta razão são 
considerados impróprios, mas que, atendida a condição da norma constitucional, 
o Estado poderá realizar esta atividade, bem como poderá delegar a terceiros, sob 
a forma de concessão, permissão ou autorização. 
Ainda sobre os serviços industriais, é importante atentar para o fato de 
que estes, mesmo sendo prestados por terceiros, estão vinculados a uma tarifa ou 
preço público, que é fixada(o) pelo poder público.
3.5 SERVIÇOS UTI UNIVERSI OU UTI SINGULI
Para Meirelles (2007, p. 333), “estes dois tipos de serviço também podem 
ser denominados, respectivamente, de serviços gerais e serviços individuais”.
Os serviços gerais são aqueles direcionados a atender à coletividade. 
Não existe o benefício específico para um seleto grupo de usuários, como osde 
iluminação pública, calçamento, entre outros. Neste momento, se pensarmos na 
nossa rua pavimentada e iluminada, constataremos que não somos os únicos 
a sermos beneficiados por sua condição, todos os transeuntes que a utilizam 
No próximo tópico, sobre Administração Pública, caracterizaremos a 
Administração Indireta citada acima. 
ESTUDOS FU
TUROS
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO SETOR PÚBLICO
8
também o são. Por esta razão, estes serviços são considerados indivisíveis no 
seu utilizar, justamente por não termos como medir o quanto cada usuário está 
utilizando aquele benefício e assim determinar uma tarifa por sua utilização. É 
fato que estes precisam ser mantidos, porém a tarifa ou preço público não é a mais 
adequada para este tipo de serviço, e sim a mensuração deste através de imposto. 
Já em relação aos serviços individuais, estes podem ser mantidos 
através de tarifa ou preço público determinado pelo poder público, justamente 
por haver condições de mensuração individual. Enquadram-se neste tipo de 
serviço o fornecimento de energia elétrica, de telefone e água. Desta forma, os 
serviços públicos individuais são aqueles que são utilizados de forma particular, 
individual, facultativa e mensurável.
4 TITULARIDADE, COMPETÊNCIA PARA 
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
De quem é a competência para a prestação de serviço público ou de 
utilidade pública? A competência é tanto da União como dos Estados, Distrito 
Federal e dos Municípios, respeitados os poderes reservados a cada uma das 
esferas, em conformidade com a Constituição Federal de 1988.
Antes de adentrarmos às referidas competências é importante 
compreendermos que a Constituição Federal de 1988, segundo Meirelles (2007), 
preservou a mesma linha básica de repartição de competências advinda das 
constituições anteriores: poderes reservados ou enumerados da União (Artigos. 
21 e 22), poderes remanescentes para os Estados (Art. 25 § 1º) e poderes indicativos 
para os Municípios (Art. 30); bem como procurou distinguir a competência 
executiva da competência legislativa.
A competência executiva é a que se refere a quem realiza a execução dos 
serviços, que, conforme consta na Constituição em seus Art. 21 e 23, podem ser 
executados privativamente ou em comum, respectivamente.
Vejamos o que os referidos artigos mencionam em seu caput: 
Art. 21 Compete à União: e Art. 23 É competência comum da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios. Caro(a) acadêmico(a)! Recomendo que leia os Artigos 
21 e 23 na íntegra, que tratam, respectivamente, do que compete à União, aos Estados, 
Distrito Federal e aos Municípios. 
ATENCAO
TÓPICO 1 | SERVIÇO PÚBLICO
9
Já a competência legislativa se refere a quem tem a capacidade de editar 
leis, podendo ser estas privativas, concorrentes e suplementares. Para melhor 
esclarecer estas competências, vamos às palavras de Meirelles (2007, p. 339) sobre 
esta questão:
No âmbito da competência legislativa concorrente, a Constituição 
reservou-a apenas à União, aos Estados e ao Distrito Federal (art. 24). 
E nos parágrafos desse artigo procurou sistematizar a concorrência 
legislativa, que sempre foi campo fértil de discussões judiciais. Assim, 
nessa área, a competência da União limita-se a estabelecer normas 
gerais (§ 1º); estas, porém, não excluem a legislação complementar 
dos Estados (§ 2º); inexistindo lei federal sobre normas gerais, os 
Estados exercerão competência legislativa plena, para atender às suas 
peculiaridades (§ 3º); mas a superveniência de lei federal sobre normas 
gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário (§ 
4º). A competência legislativa suplementar foi deferida aos Estados (art. 
24, § 2º), mas estendida também aos Municípios, aos quais compete 
suplementar a legislação federal e estadual no que couber (art. 30, II).
Entendidas as competências executivas e legislativas quanto aos serviços 
públicos, abaixo elencaremos algumas dessas competências materiais (executivas) 
definidas pela Constituição Federal às esferas da União, do Estado, do Distrito 
Federal e Municípios.
 COMPETÊNCIA DA UNIÃO
É no art. 21 que encontraremos as competências executivas privativas 
da União, através dos 25 incisos que tratam dessas, as quais apresentaremos 
algumas a seguir: 
I – manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações 
internacionais; 
[...]
III – assegurar a defesa nacional; 
[...]
VII emitir moeda; 
VIII – administrar as reservas cambiais do país e fiscalizar as operações 
de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e 
capitalização, bem como as de seguro e de previdência privada;
[...]
 X – manter o serviço postal e o Correio Aéreo Nacional;
 XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, 
os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre 
a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros 
aspectos institucionais; 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO SETOR PÚBLICO
10
XII – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou 
permissão; 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético 
dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os 
potenciais hidroenergéticos; 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária; 
d) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de 
passageiros;
XIII – organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a 
Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;
[...]
XVIII – planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades 
públicas, especialmente as secas e as inundações;
[...]
XXIII – explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza 
e exercer o monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o 
enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio 
de minérios nucleares e seus derivados;
XXIV – organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
XXV – estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de 
garimpagem, em forma associativa.
FONTE: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.
htm>. Acesso em: 15 jan. 2015.
Apesar de esses serviços públicos serem privativos à União, a Constituição 
Federal definiu aqueles que deverão ser executados diretamente pela União, e 
os que poderão ser executados indiretamente através da delegação a pessoas 
jurídicas tanto de direito público como de direito privado, além de pessoa físicas.
Dando continuidade às competências executivas, encontraremos no Art. 
23 da Constituição Federal os serviços públicos comuns da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, em 12 incisos. 
Alguns deles são: 
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas 
e conservar o patrimônio público; cuidar da saúde e assistência pública, 
da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
[...]
TÓPICO 1 | SERVIÇO PÚBLICO
11
 IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e 
de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
 V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; 
VI e VII – proteger o meio ambiente, combater a poluição, preservar as 
florestas, a fauna e a flora; 
[...]
IX – promover programas de construção de moradias e a melhoria das 
condições habitacionais e de saneamento básico; 
X – combater as causas da pobreza e os fatores da marginalização, 
promovendo a integração social dos setores desfavorecidos, entre 
outros serviços públicos.
FONTE: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.
htm>. Acesso em: 15 jan. 2015.
É importante destacar que caberá às leis complementares fixar normas 
de cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
para garantir o equilíbrio, em âmbito nacional, do desenvolvimento e bem-
estarda população em conformidade ao que determina o parágrafo único do 
Art. 23. Cabe lembrar aqui que para a saúde já existe regulamentação sobre 
este serviço público, onde ficou determinado que este será realizado mediante 
um sistema único envolvendo todos os entes, hoje conhecido como SUS – 
Sistema Único de Saúde.
COMPETÊNCIA DO ESTADO
As competências executivas dos Estados não são elencadas na Constituição, 
como fora realizado para a União, já que para estas existem as variáveis que devem 
ser consideradas como os interesses da população de cada região, pois nem tudo 
o que é prioritário para um Estado será para o outro; e a própria condição do 
Estado em oferecer os serviços públicos.
Foi pensando nestas variáveis que o constituinte foi prudente em fazer 
constar na Constituição que competem ao Estado todas as competências que lhe 
não são vetadas (Art. 25, § 1º). Desta forma, as competências que não foram 
atribuídas à União podem ser realizadas pelos Estados, desde que estes serviços 
não sejam de interesse local, pois assim sendo, se caracterizam como competência 
dos Municípios. 
Já os serviços públicos de interesse geral, de categorias específicas 
disseminadas pelo território estadual, ou aqueles que ultrapassam as divisas de 
um município e são de interesse regional, cabe ao Estado realizá-los, mas não se 
descuidando da predominância do interesse local sobre o estadual. 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO SETOR PÚBLICO
12
COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO
Diferente do que ocorre com o Estado, encontramos na Constituição 
Federal a menção das competências executivas do Município. É no art. 30 que 
estas foram citadas, como, por exemplo, organizar e prestar, diretamente ou 
sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, 
incluído o transporte coletivo, que tem caráter essencial (Inciso V); manter, com 
a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação 
infantil e de Ensino Fundamental, bem como de serviços de atendimento à saúde 
da população (incisos VI e VII), entre outros.
No entendimento de Meirelles (2007, p. 341). “a indicação expressa de 
tais serviços pelo texto constitucional torna-os prioritários em relação aos demais, 
constituindo sua falta grave omissão dos governantes municipais (prefeito e 
vereadores)”.
Assim como ocorre com o Estado, não cabe aqui tentarmos enumerar 
exaustivamente todos os serviços públicos que competem aos Municípios, 
até porque não podemos esquecer que estes estão totalmente vinculados 
à predominância do interesse local, com exceção daqueles citados no 
texto constitucional. O importante é saber que competem ao Município 
determinados serviços públicos, e estes devem ser oferecidos à população, 
para melhor atendê-la. 
COMPETÊNCIA DO DISTRITO FEDERAL
 
Os serviços comuns citados no art. 23 também são inerentes ao Distrito 
Federal, portanto compete a este executá-los em conformidade com o texto 
constitucional. 
Como caracterizar que um serviço público é de interesse local? “O que 
caracteriza o interesse local é a predominância desse interesse para o Município em 
relação ao eventual interesse estadual ou federal acerca do mesmo assunto” (MEIRELLES, 
2007, p. 340). Por isso essa aferição deve ser realizada para cada serviço público que está 
se pretendendo oferecer para determinar a sua predominância. Uma vez determinada a 
predominância do interesse local, este será realizado pelo Município, caso contrário tanto o 
Estado como a União poderão fazê-lo.
NOTA
TÓPICO 1 | SERVIÇO PÚBLICO
13
Em se tratando de competência legislativa, encontraremos no art. 32, § 1º 
que: “Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas 
aos Estados e Municípios”.
Desta forma, cabe ao Distrito Federal todo o serviço público que não for 
vetado pela Constituição Federal. 
Para conhecer as formas como o serviço público pode ser executado. Exemplo: 
Centralizado, Descentralizado e Desconcentrado (Desconcentrado é uma forma de executar 
o serviço público e sua escrita se dá desta forma que ora é apresentada), sugerimos a leitura 
de livros sobre Direito Administrativo. 
 MEIRELLES, Lopes Hely. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 
2006. Disponível na biblioteca da Uniasselvi-Indaial.
NOTA
14
RESUMO DO TÓPICO 1
O Serviço Público, estudado pelo Direito Administrativo, não é um 
tema pacífico de entendimento, muitos são os doutrinadores a defender seus 
pontos de vista. Para este estudo foi apresentado o conceito de Meirelles (2007, 
p. 330): “serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por 
seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades 
essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado”.
Através da caracterização dos serviços públicos em: serviços públicos 
de utilidade pública; serviços próprios e impróprios do Estado; serviços 
administrativos e industriais; serviços gerais e individuais é que encontramos 
sentido nas palavras de Meirelles (2007), pois diante desta caracterização é 
possível compreender quando um serviço pode ser considerado essencial ou 
secundário; quando este atende a uma conveniência do Estado; quando este 
deve ser executado privativamente pelo Estado sem poder transferir esta 
execução a outras pessoas jurídicas ou mesmo pessoas físicas, e que sempre 
está regido por normas e controles estatais.
Também apresentamos a quem compete a realização dos serviços, que 
ora podem ou devem ser executados pela União, pelos estados, pelo Distrito 
Federal e pelos municípios. Essas competências estão todas definidas na 
Constituição Federal, seja a definição realizada de forma direta ou através da 
inexistência de veto.
15
AUTOATIVIDADE
Vamos relembrar alguns assuntos estudados!
1 Serviço público: é todo aquele prestado pela Administração ou por seus 
delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades 
essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado 
(MEIRELLES, 2007).
Por que os doutrinadores evitam indicar na conceituação de serviço público 
as atividades que constituem serviço público?
2 Qual é o serviço público oferecido no Brasil que não é considerado essencial 
e nem secundário para a coletividade, porém é considerado como serviço 
público por conveniência do Estado em realizá-lo. Assinale a alternativa 
CORRETA:
a) ( ) Serviços relacionados à saúde.
b) ( ) Serviços relacionados ao transporte.
c) ( ) Serviços relacionados à educação.
d) ( ) Serviços relacionados à loteria federal.
3 Os serviços públicos podem ser classificados em públicos, de utilidade 
pública, próprios e impróprios; administrativos e industriais; gerais e 
individuais. Assinale as alternativas que descrevem as características dos 
serviços classificados como “público”:
a) ( ) Os serviços, classificados como público, não podem ser delegados a 
terceiros, ou seja, só podem ser executados pelo Estado.
c) ( ) Os serviços, classificados como público, podem ser realizados pelo 
Estado como por terceiros.
d) ( ) Nos serviços públicos a administração pública tem supremacia sobre 
o particular.
e) ( ) Os serviços públicos são aqueles considerados como essenciais e 
necessários para a existência do grupo social e do Estado.
4 Alguns dos serviços públicos podem ser executados tanto pela administração 
pública como por terceiros, desde que devidamente regulamentados através 
de permissão, concessão ou autorização. Assinale a seguir, os serviços públicos 
que podem ser executados por terceiros:
a) ( ) Transporte coletivo.
b) ( ) Desapropriação de terrenos.
c) ( ) Telefone.
d) ( ) Forças armadas.
e) ( ) Polícia militar.
f) ( ) Energia elétrica.
16
5 Os serviços públicos podem ser classificados também em próprios e 
impróprios; gerais e individuais. Classifique V para as sentenças verdadeiras 
e F para as falsas:
( ) São considerados serviços gerais, os serviços indivisíveis justamente por 
não ser possível mensurar o quantocada usuário está utilizando aquele 
benefício. Por esta razão, não é possível estabelecer uma tarifa por sua 
utilização.
( ) Os serviços industriais são considerados impróprios, pois estes se 
relacionam diretamente com a atividade econômica. Eles não deixam de 
ser industriais quando atendida a norma constitucional que dá permissão 
ao Estado executar esse. 
( ) Os serviços próprios não são executados por terceiros, apenas pelo 
Estado, em razão de sua superioridade para determinar as políticas 
públicas necessárias para atender aos interesses da coletividade.
( ) São entidades da administração indireta: as autarquias, as fundações, 
empresas públicas e sociedades de economia mistas. Estas não podem 
executar serviços públicos próprios.
17
TÓPICO 2
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior verificamos o que são e quais são os serviços públicos. 
Neste tópico veremos como o Brasil está estruturado para organizar e executar 
esses serviços públicos, pois, segundo Jezé (1926 apud KOHAMA, 2006, p. 9): “O 
fim do Estado é organizar e fazer funcionar os serviços públicos”.
Ao buscarmos o entendimento de como estes serviços públicos são 
executados, verificaremos a existência de uma linha tênue entre a Administração 
Pública e o serviço público, pois a execução do serviço público é feita privativamente 
pela Administração Pública, seja ela executada diretamente ou por delegação. A 
execução desse serviço público ocorre em razão da necessidade de se atender à 
coletividade, ou seja, cabe à Administração Pública cumprir com a sua finalidade, 
que é a de organizar, atender, zelar e desenvolver estes serviços públicos, para o 
bem da população (coletividade), observadas as respectivas áreas de atuação de 
cada poder.
A Administração Pública existe para atender única e exclusivamente ao 
interesse coletivo e não ao particular. Em atendendo apenas ao particular, deixa 
de cumprir com sua finalidade pública. É por esta razão que existe a grande 
distinção entre a administração pública e a particular. 
Na busca de atender ao interesse coletivo, o Estado se organiza de tal 
forma que possa cumprir com suas principais funções, que são: a Legislativa, a 
Judiciária e a Executiva.
Na unidade sobre a Introdução à Administração Pública, aprofundaremos o 
entendimento sobre as funções do Estado.
ESTUDOS FU
TUROS
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO SETOR PÚBLICO
18
Ainda sobre o interesse público, Celso Antonio Bandeira de Mello 
(1981 apud KOHAMA, 2006, p. 9) descreve que: “O interesse público que à 
Administração incumbe zelar encontra-se acima de quaisquer outros, e para 
ela tem o sentido de dever, de obrigação. É obrigada a desenvolver atividade 
contínua, compelida a perseguir suas finalidades públicas.”
Desta forma, veremos, neste tópico, como o Estado brasileiro está 
organizado para exercer seus poderes e cumprir com suas finalidades e funções, 
verificando primeiramente sua estrutura político-administrativa para depois 
conhecermos quais são estes poderes e como está estruturado o aparelhamento 
administrativo para o atendimento das necessidades do serviço público.
2 ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-
ADMINISTRATIVA BRASILEIRA
O Brasil, de acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil 
de 1988, em seu primeiro artigo, define que: 
A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania; 
III – a dignidade da pessoa humana; 
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político. 
Parágrafo Único: todo o poder emana do povo, que o exerce por meio 
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
FONTE: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.
htm>. Acesso em: 15 jan. 2015.
Esta forma de exercer o poder caracteriza o Brasil como um Estado 
Federal democrático. Segundo Heilio Kohama (2006, p. 11): “A forma com a 
qual se exerce o poder político em função do território pode ser de Unidade, 
em que se configuraria o Estado Unitário, ou, como no caso em que se divide 
por organizações governamentais regionais, em que estaríamos diante do Estado 
Federal.” Logo, o Brasil é um Estado Federal, reconhecido como a República 
Federativa do Brasil. 
Neste contexto, verificamos que o Brasil é formado pela união indissolúvel 
dos seguintes níveis de governo: pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal 
TÓPICO 2 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
19
Em relação a estes níveis de governo que formam o governo brasileiro, 
atentamos para as particularidades do Distrito Federal e dos Territórios. 
Em relação ao Distrito Federal é importante atentarmos para o fato de 
que este, mesmo sendo administrado por um governador, não pode ser dividido 
em Municípios, conforme definido no art. 32 da CF: O Distrito Federal, vedada 
sua divisão em municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos 
com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara 
Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta 
Constituição.
Já no caso dos Territórios, estes são administrados por um governador, 
nomeado pelo Presidente da República, e podem ser divididos em Municípios onde 
seus prefeitos são nomeados pelo governador. Estas particularidades correspondentes 
aos Territórios estão definidas na Constituição Federal, em seu art. 33.
Para entendermos esta particularidade do governo dos Territórios, 
recorremos ao que Hely Lopes Meirelles (2007 apud KOHAMA, 2006, p. 11) 
comenta:
Não dispondo os Territórios Federais de poder ou órgão legislativo, nem 
desfrutando de autonomia político-administrativa, portanto os seus 
governadores são agentes executivos da União, apresentam-se como 
verdadeiras autarquias territoriais, bem diferenciadas dos municípios 
e do Distrito Federal, que são entidades político-administrativas com 
autonomia governamental e poder normativo próprio.
Hoje o Brasil não tem nenhum território federal instituído, porém os 
territórios mais recentes que se transformaram em Estados foram Acre, Amapá, 
Rondônia, entre outros. 
 
Como complementação de seus estudos sobre as competências que cada nível 
de governo possui, sugerimos a leitura da Constituição Federal, em seu TÍTULO III - Da 
Organização do Estado, Capítulos I, II, III, IV e V. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 15 jan. 2015.
NOTA
e pelos Municípios. Cabe aqui lembrar que todos eles são entidades de direito 
público, dotados de autonomia conforme previsto no art. 18 da Constituição 
Federal. Apesar da autonomia conferida, através da Constituição, para estas 
organizações governamentais cabe somente à União a missão da soberania do 
Brasil, entre outras competências privativas.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO SETOR PÚBLICO
20
Desta forma, verifi camos que a organização político-administrativa 
estruturada hoje no Brasil é decorrente de sermos um Estado Federal formado pela 
união indissolúvel da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
níveis de governos autônomos de direito público, bem como pelos Territórios, 
unidades operacionais subordinadas à União.
FIGURA 3 – UNIDADES DA FEDERAÇÃO
FONTE: IBGE: Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/estadosat/>. Acesso em: 14 mar. 2011.
2.1 ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Neste tópico apresentamos como o Brasil está estruturado para cumprir 
com suas fi nalidades e funções de Estado Federal que o é. 
Segundo Meirelles (2007, p. 59): “O estudo da Administração Pública em 
geral, compreendendo a sua estrutura e as suas atividades, deve partir do conceito 
de Estado, sobre o qual repousa toda a concepção moderna de organização e 
funcionamento dos serviços públicos a serem prestados aos administradores.”
Caro(a) acadêmico(a), para aprofundar o seu conhecimento sobre a organizaçãoadministrativa brasileira, sugerimos a leitura do capítulo XII - Organização Administrativa 
Brasileira, do livro: Meirelles, Hely Lopes – Direito Administrativo Brasileiro. 33. ed. São 
Paulo: Malheiros Editores Ltda, 2007, p. 831. 
NOTA
TÓPICO 2 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
21
“O Brasil, por ser um Estado Federal, democrático, exerce a sua 
vontade estatal através dos Poderes de Estado. Estes Poderes de 
Estado são: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, independentes e 
harmônicos entre si e com suas funções reciprocamente indelegáveis; 
tripartição clássica de Montesquieu adotada até hoje nos Estados de 
Direito” (MEIRELLES, 2007, p. 60). 
Se existe no Brasil esta tripartição é porque ela é base em todos os 
Estados de Direito, e os constituintes, ao elaborarem a Constituição de 1988, 
buscaram deixar claro que estado é o Brasil. É por isso que em seus artigos 1º e 
2º encontramos a definição de que o Brasil é um Estado Federal Democrático de 
Direito, justificando assim a existência dos três poderes na nossa nação.
É necessário aprofundar os conhecimentos sobre Estado. Esta busca pode ser 
realizada através de livros que tratam sobre o Direito Administrativo. 
Caro(a) Acadêmico(a),você encontrará este conteúdo no artigo que trata dos “500 anos 
de Direito Administrativo Brasileiro”. Disponível em: <http://www.direitodoestado.com.br/
artigo/maria-sylvia-zanella-di-pietro/500-anos-de-direito-administrativo-brasileiro>.
NOTA
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se 
em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania; 
II – a cidadania; 
III – a dignidade da pessoa humana; 
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V – o pluralismo político. 
Parágrafo Único: todo o poder emana do povo, que o exerce por meio 
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, 
o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
FONTE: Disponível em: <www.escabinos.blogspot.com/.../estado-democrtico-de-direito-e-seus.
html>. Acesso em: 30 maio 2011.
É importante atentarmos que esses poderes são imanentes e estruturais 
do Estado, fazem parte deste, a sua existência é pré-condição para um Estado 
de Direito. Esta colocação se faz necessária para diferenciarmos estes Poderes 
de Estado dos poderes administrativos, como o poder vinculado, discricionário, 
hierárquico, entre outros.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO SETOR PÚBLICO
22
Caro(a) acadêmico(a), então, agora que compreendemos porque o Brasil 
exerce sua função estatal através dos três poderes, vamos conhecer um pouco 
mais sobre estes três poderes.
2.1.1 Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário
 A cada um destes Poderes é atribuída uma função precípua. Ao Poder 
Legislativo é atribuída a função normativa de elaboração da lei; ao Poder Executivo 
é atribuída a função administrativa de aplicar a lei e zelar pelo cumprimento da 
mesma; ao Poder Judiciário é atribuída a função judicial que é a aplicação coativa 
da lei aos litigantes. 
Estes Poderes estão estruturados nos estados-membros da seguinte forma: 
I – Poder Legislativo
a) Na União: é exercido pelo Congresso Nacional, que é composto pela Câmara 
dos Deputados e pelo Senado Federal (CF – Art. 44).
FIGURA 4 - IMAGEM DO CONGRESSO NACIONAL ONDE FUNCIONAM A CÂMARA DE 
DEPUTADOS E O SENADO FEDERAL
FONTE: Disponível em: <http://lh6.ggpht.com/_fgZ2tgXYN0/S_251fKfC2I/AAAAAAAAAyI/
qoC7ReVgzGQ/congresso3.jpg>. Acesso em: 31 maio 2011.
b) No Estado: é exercido pela Assembleia Legislativa (CF – Art. 27).
TÓPICO 2 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
23
FIGURA 5 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SANTA CATARINA
FONTE: Disponível em: < http://www.alesc.sc.gov.br/fotonoticia/fotos/2011/Foto_00058_2011_M.
jpg>. Acesso em: 31 maio 2011.
a) No Município: é exercida pela Câmara Municipal, mais conhecida como 
Câmara de Vereadores (CF – Art. 29, IV).
FIGURA 6 - FACHADA DA CÂMARA DE VEREADORES DE INDAIAL
FONTE: Disponível em:<http://www.camaraindaial.sc.gov.br/>. Acesso em: 14 mar. 2011.
d) No Distrito Federal: é exercida pela Câmara Legislativa, mais conhecida como 
Câmara Distrital. É o único que absorve as funções de Estado e de município, por 
isso o nome ser diferenciado dos demais governos regionais. (CF – art. 32, § 1º).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO SETOR PÚBLICO
24
FIGURA 7 - CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
FONTE: Disponível em: <http://comunidade.maiscomunidade.com>. Acesso em: 14 mar. 2011.
II – Poder Executivo (exercido pelo Chefe do Executivo)
a) Na União: é exercido pelo Presidente da República e o Vice-Presidente; com 
auxílio dos Ministros de Estado (CF – art. 76).
b) No Estado: é exercido pelo Governador e Vice-Governador; com auxílio dos 
Secretários Estaduais (CF – art. 235, III).
c) No Município: é exercido pelo Prefeito e Vice-Prefeito; com auxílio dos 
Secretários Municipais.
d) No Distrito Federal: é exercido pelo Governador e Vice-Governador; com 
auxílio dos Secretários Estaduais.
FIGURA 8 – PREFEITURA MUNICIPAL DE INDAIAL
FONTE: Disponível em: <http://www.panoramio.com/photo/20290591, por emmerich51>. 
Acesso em: 14 mar. 2011.
TÓPICO 2 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
25
III – Poder Judiciário
No Poder Judiciário não existe uma subdivisão rígida de órgãos específicos 
para a União, Estado, Distrito Federal, Municípios e Territórios. Existe uma 
hierarquização que deve respeitar as competências previstas na Constituição, 
como, por exemplo, as questões constitucionais sempre serão tratadas pelo 
Poder Judiciário Federal, e assim outras competências previstas na Constituição 
serão remetidas ora para o Poder Judiciário Federal, ora para o Poder Judiciário 
Estadual, pois compete apenas à União e aos Estados a função judiciária. 
 
A inexistência da função judiciária para os Municípios não significa dizer 
que este está relegado à não aplicação das leis, ocorre apenas que não cabe ao 
Município exercer a função judiciária. A presença do Poder Judiciário no Município 
é garantida através dos órgãos estaduais e federais que são disponibilizados por 
comarca, região, dentre outras formas previstas na Constituição. 
São órgãos do Poder Judiciário:
a) I - o Supremo Tribunal Federal;
b) I- o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, 
de 2004)
c) II - o Superior Tribunal de Justiça;
d) III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
e) IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
f) V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
g) VI - os Tribunais e Juízes Militares;
h) VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
FIGURA 9 - FACHADA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
FONTE: Disponível em: < http://sapatariadf.files.wordpress.com/2008/09/stf.jpg>. Acesso em: 
14 mar. 2011.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO SETOR PÚBLICO
26
2.1.2 Administração Direta e Indireta
A forma de administrar, executar as atividades inerentes ao serviço público 
foi estabelecida através do Decreto-Lei n° 200/67 e atualizações posteriores, entre 
elas a Lei n° 8.490/92. Neste decreto foi estabelecido que a Administração Federal, 
em relação às suas atividades, o fará de forma direta ou indireta.
 
Ficam a cargo da Administração Direta todas aquelas atividades, serviços 
públicos integrados à estrutura do Chefe do Poder Executivo (Presidente + 
Ministérios; Governador + Secretários Estaduais; Prefeitos + Secretários Municipais).
Já em relação à Administração Indireta, são todas as entidades que 
possuem personalidade jurídica própria, que foram criadas pelo poder público 
com vistas a auxiliar as atividades dos órgãos do Chefe do Poder Executivo, e 
estas são vinculadas à respectiva área de competência do órgão auxiliar, por se 
enquadrarem na principal atividade daquele órgão. Estas entidades gozam de 
autonomia administrativa e financeira (Decreto-Lei 200/67; art. 4º, II, e § 1º, e art. 5º, 
I a III – Lei. nº 8.490/92.Para uma melhor compreensão sobre Administração Direta e Indireta, 
destacamos a visão de Meirelles sobre esta questão:
Observamos que a Administração Pública não é propriamente constituída 
de serviços, mas, sim, de órgãos a serviço do Estado, na gestão de bens 
e interesses qualificados da comunidade, o que nos permite concluir, 
com mais precisão, que, no âmbito federal, a Administração direta é o 
conjunto dos órgãos integrados na estrutura administrativa da União e 
a Administração Indireta é o conjunto dos entes (personalizados) que, 
vinculados a um Ministério, prestam serviços públicos ou de interesse 
Verificamos que o Brasil é um Estado Federal, que exerce sua função de Estado 
através dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Agora veremos que estes Poderes, 
ao executarem suas funções, podem fazê-lo de forma direta ou indiretamente.
ESTUDOS FU
TUROS
O decreto está disponível no site: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del0200.htm>. Através do decreto, que menciona a referida Lei, existe o link que direciona 
para a mesma. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8490.htm#art1>.
DICAS
TÓPICO 2 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
27
Como vimos no comentário de Meirelles acima, o serviço público 
executado através de entidades com personalidade jurídica (pública ou privada) 
necessariamente precisa estar vinculado a um órgão do Chefe do Poder Executivo, 
para serem consideradas entidades da Administração Indireta. É por isso que 
estas entidades são criadas pelo próprio poder público, através de lei, atribuindo 
a esta a execução e a titularidade de determinado serviço público.
Esta forma de executar o serviço público é a maneira pela qual o poder 
público pode descentralizar estes serviços.
Estas entidades criadas pelo poder público podem ser categorizadas em 
autarquias, fundações governamentais, sociedades de economia mista e empresas 
públicas, além dos consórcios públicos que foram criados através da Lei n° 11.107, 
de 06/04/2005. 
ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
● AUTARQUIAS
Seu conceito, segundo o Decreto 200/67, art. 5º, I: “o serviço autônomo, 
criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para 
executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu 
melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada”.
Por força do mandamento constitucional (artigos 18, 25 e 29), as administrações 
estaduais e municipais seguem, de forma geral, a da federal. 
Para conhecer a diferença entre centralização, descentralização e 
desconcentração dos serviços públicos e a distinção entre a execução direta e indireta, 
indicamos a leitura de livros que tratam sobre Direito Administrativo. 
NOTA
NOTA
público. Sob o aspecto funcional ou operacional, Administração Pública 
direta é a efetivada imediatamente pela União, através de seus órgãos 
próprios, e indireta é a realizada mediatamente por meio dos entes a ela 
vinculados (MEIRELLES, 2007, p. 739).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO SETOR PÚBLICO
28
Desta forma é verificada a obrigatoriedade da autarquia ser criada por 
Lei, e quem determina a necessidade ou não de sua criação é o Chefe do Poder 
Executivo. Esta obrigatoriedade é reforçada através da CF, art. 37, XIX: “somente 
por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de 
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei 
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”. 
Sendo assim, podemos ter as seguintes características para as autarquias 
(vamos a elas, conforme a leitura de sua definição): 
● criação por lei;
● personalidade jurídica pública;
● executa atividades específicas (especialização da atividade);
● autonomia administrativa e financeira (não tem direito de criar/modificar 
atividade diferente para a qual foi criada, por isso a autonomia é específica 
para questões administrativas e financeiras);
● fica sujeita ao controle administrativo do Poder que a criou (garantir que esta 
não desvie de seus fins institucionais).
São exemplos de autarquias no Governo Federal: INSS (Instituto Nacional 
da Seguridade Social); IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis), entre tantas outras que poderão ser encontradas 
na esfera federal, bem como nas estaduais e municipais. 
● FUNDAÇÕES
Assim como a autarquia, a caracterização da fundação também está sendo 
tratada pelo Decreto 200/67, art. 5º, IV, onde define que:
Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de 
direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização 
legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam 
execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia 
administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos 
de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de 
outras fontes (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987). 
Em relação à caracterização realizada pelo Decreto n° 200/67, é necessário 
esclarecer que, apesar de estar literalmente escrito que as fundações públicas 
são dotadas de personalidade jurídica de direito privado, é necessário saber que 
não existe consenso entre os doutrinadores sobre a sua natureza jurídica das 
fundações públicas. Isto é fácil de ser constatado, ao se buscar aprofundamento 
sobre este assunto em qualquer livro de Direito Administrativo.
Como o nosso estudo está voltado a identificar quem são as entidades da 
administração indireta que devem aplicar as normas da Contabilidade Pública, 
não entraremos nesta discussão que, com certeza, beira há décadas. É necessário 
TÓPICO 2 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
29
compreender que as fundações podem fazer parte da Administração Indireta e 
para tanto é necessário conhecer a sua caracterização.
Sendo assim, vamos à caracterização das fundações públicas de acordo 
com a aceitação existente hoje por parte do Direito Administrativo:
 
● autorização de sua criação por lei;
● personalidade jurídica de direito privado ou público (é verificada através da 
lei que a instituiu);
● entidade sem fins lucrativos;
● integrante do Orçamento do Ente (Ente = União, Estado, Distrito Federal e 
Município);
● finalidade social; 
● fica sujeita ao controle administrativo do Poder que a criou;
● autonomia administrativa e financeira (não tem direito de criar/modificar 
atividade diferente para a qual foi criada, por isso a autonomia é específica 
para questões administrativas e financeiras).
● SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
A Sociedade de Economia Mista é assim definida pelo Decreto nº 200/67, 
em seu art. 5º, III:
Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade 
jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade 
econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a 
voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração 
Indireta (redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969). 
Alguns doutrinadores do Direito Administrativo entendem que o estudo 
sobre sociedade de economia mista e empresas públicas deve ser realizado em 
conjunto, pois possuem mais pontos em comuns do que diferenças. No nosso 
estudo, caracterizaremos separadamente estas duas personalidades jurídicas, 
para depois comentar as diferenças entre elas. 
 
São características da Sociedade de Economia Mista:
● criadas por autorização legal;
● personalidade jurídica de direito privado sob a forma de sociedade anônima;
● controle acionário deve pertencer na sua maioria ao poder público;
● permite a participação de particulares na formação do capital;
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO SETOR PÚBLICO
30
● finalidade é a exploração de atividades de caráter econômico, às vezes para 
prestação de serviços;
● patrimônio próprio e o mesmo não se caracteriza como bens públicos (CF, art. 98).
No Governo Federal encontramos como exemplo de sociedade de 
economia mista o Banco do Brasil SA; a PETROBRAS, entre tantasoutras.
● EMPRESAS PÚBLICAS
Estas estão previstas na CF, art. 5º:
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de 
direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização 
legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam 
execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia 
administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos 
de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de 
outras fontes (incluído pela Lei nº 7.596, de 1987).
Em relação às empresas públicas, encontramos a seguinte caracterização:
● criadas por autorização legal;
● personalidade jurídica de direito privado sob qualquer forma jurídica;
● não permite a participação de particulares na formação do capital, apenas de 
entidades de direito público interno que pertençam à Administração Indireta 
de qualquer Ente da federação;
● finalidade é a exploração de atividades de caráter econômico, às vezes para 
prestação de serviços;
● o patrimônio constituído é considerado bem Público. 
É necessário destacarmos aqui a questão do patrimônio das entidades 
caracterizadas como sociedades de economia mista. O patrimônio destas entidades não 
pode ser considerado como bens públicos, por isso é importante a leitura da CF em seu 
art. 98, bem como a leitura do livro de José dos Santos Carvalho Filho: “Manual de Direito 
Administrativo”, 15. ed. Livraria e Editora Lumen Justis Ltda, capítulo IX – Administração 
Direta e Indireta, Tópico V - Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista, título 9 – 
Patrimônio.
NOTA
TÓPICO 2 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
31
Como exemplo de empresa pública, podemos citar a Empresa Brasileira 
de Correios e Telégrafos, o SERPRO (Serviço Federal de Processamento de 
Dados), o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), 
entre outras tantas que poderão ser encontradas tanto na esfera federal como na 
estadual e municipal.
Verificada a caracterização das sociedades de economia mista e das 
empresas públicas, citamos duas diferenças existentes entre estas duas entidades. 
Uma está relacionada à constituição de seu capital e a outra em relação à 
constituição de seu patrimônio. Estas diferenças podem ser constatadas na 
releitura dos pontos destacados em suas caracterizações.
Ao se buscar o aprofundamento sobre as entidades que formam 
o setor público, verificaremos que não existem apenas as quatro citadas 
anteriormente. Encontraremos as agências executoras; agências reguladoras; 
os serviços autônomos, entre outros. Porém, estes, de uma maneira ou de 
outra, se enquadram nos anteriores estudados, e por esta razão é importante 
citarmos que existem e precisam ser conhecidos através de leituras que levem 
ao aprofundamento desta matéria. 
Caro(a) acadêmico(a), o conhecimento discutido até este momento sobre 
Administração Pública é básico para apresentá-lo(a) ao mundo do setor público. Porém, 
este assunto deve ser aprofundado através da leitura de livros que tratam o Direito 
Administrativo. 
NOTA
O Direito Administrativo, por se tratar de assunto de extrema relevância 
para a elucidação da organização administrativa do nosso país, nos oferece uma gama 
relevante de livros que tratam do referido assunto. Por esta razão, citamos os autores que 
entendemos possam oferecer uma linguagem de fácil compreensão para o leitor, além 
de terem sido utilizados na elaboração deste tópico. São eles: Maria Sylvia Zanella Di 
Pietro; José dos Santos Carvalho Filho e Hely Lopes Meirelles. O título do livro é “Direito 
Administrativo Brasileiro”.
DICAS
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO SETOR PÚBLICO
32
3 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Não podemos falar em Administração Pública sem mencionar os 
princípios que norteiam esta atividade. 
Alguns dos princípios foram expressamente citados na Constituição 
Federal e são conhecidos através da sigla LIMPE, que identifica os cinco 
princípios citado no texto legal. São eles: legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência.
 Apresentamos o caput do referido artigo, pois o mesmo é acompanhado 
de 22 incisos, desdobrados ou não em parágrafos: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência (redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 19, de 1998).
Além destes princípios, outros são utilizados pela doutrina e jurisprudência, 
demonstrando assim a aceitação desses por parte dos que devem adotar as regras 
da Administração Pública. Estes são denominados por alguns doutrinadores 
como princípios reconhecidos, são eles: da supremacia do interesse público; 
da continuidade dos serviços públicos; da indisponibilidade; da autotutela; da 
razoabilidade; da segurança jurídica e da proporcionalidade.
Neste estudo, vamos discorrer sobre os cincos princípios expressamente 
citados na Constituição Federal, porém os demais também devem ser objeto de 
estudo, através de leituras adicionais.
Toda pessoa que lida com administração pública deveria conhecer pelo 
menos os cinco princípios que estão expressos na Constituição Federal, através 
do conhecido termo LIMPE. Vamos a eles.
Para aprofundar os estudos sobre os princípios da Administração Pública, 
recomendamos a leitura do livro “Manual de Direito Administrativo”, de José dos Santos 
Carvalho Filho, em seu capítulo de Direito Administrativo e Administração Pública, Tópico: 
Princípios Administrativos.
DICAS
TÓPICO 2 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
33
3.1 LEGALIDADE
Este princípio é essencial ao lidar com a coisa pública, pois é lícito fazer 
o que a lei autoriza, deve ser feito assim, não tem a vontade pessoal. Já para 
o particular é lícito fazer o que a lei não o proíbe, posso fazer assim, existe a 
liberdade pessoal.
Desta forma, “entende-se que toda e qualquer atividade administrativa 
deve estar autorizada por lei, sendo este princípio a diretriz básica da conduta 
dos agentes da Administração” (CARVALHO FILHO, p. 16).
FIGURA 10 – LEGALIDADE
FONTE: Disponível em: <http://images04.olx.com.br/ui/8/72/04/1280334596_107256804_
2-Fotos-de--homossexuais-legalidade-1280334596.jpg>. Acesso em: 6 jun. 2011. 
3.2 IMPESSOALIDADE
Neste princípio encontramos a referência do mesmo para a finalidade em 
que está calcada a Administração Pública, que é a de atender ao interesse público. 
E por uma questão de lógica, ao se buscar atender ao interesse do particular não 
há como atender ao interesse público. Por isso, o administrador, ao se desviar 
deste princípio, está se desviando de sua finalidade.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO SETOR PÚBLICO
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FIGURA 11 - O PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
FONTE: Disponível em: <http://www.jota7.com/img/noticias/nepotismo.
jpg>. Acesso em: 6 jun. 2011.
Para a administração ser impessoal é não buscar atender a qualquer indivíduo 
de forma especial. Não se pode confundir quando existe a necessidade desta administração 
diferenciar o atendimento, como, por exemplo, aos idosos, gestantes e deficientes físicos. 
Esta diferenciação em nada prejudica o outro que não se enquadra nestas especificidades. 
O que deve ser observado pela administração é que toda e qualquer ação/ato realizada por 
esta não esteja prejudicando alguns indivíduos em favorecimento de outros.
ATENCAO
TÓPICO 2 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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3.3 MORALIDADE
A moralidade administrativa, segundo Maurice Hauriou (apud DI 
PIETRO 2010, p. 76), “é o conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina 
interior da Administração”. 
Segundo Di Pietro (2010), implica saber distinguir não só o bem e o mal, o 
legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, mas também 
entre o honesto e o desonesto; há uma moral institucional, contida na lei, imposta 
pelo Poder Legislativo, e há a moral administrativa, que é imposta de dentro e 
vigora no próprio ambiente institucional e condiciona a utilização de qualquer 
poder jurídico,

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