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Livro 3 - Mediação e Avaliação na Educação Pro�ssional Site: Ambiente Virtual de Aprendizagem do Ifes Curso: Didática Profissional (envio material UAB) Livro: Livro 3 - Mediação e Avaliação na Educação Profissional Impresso por: Acesso Materiais UAB Data: terça, 18 Mai 2021, 23:32 https://ava.cefor.ifes.edu.br/ Sumário Introdução 1. Mediação docente 1.1 Guiar a aprendizagem 1.2 Mobilizar, motivar para aprender 1.3 Comunicar(-se) 1.4 Gestuário 2. Avaliação na Educação Profissional 2.1 As funções da avaliação 2.1.1 Avaliação Diagnóstica 2.1.2 Avaliação Formativa 2.1.3 Avaliação Somativa 3. Diferentes Formas de Avaliar 4. Métodos, instrumentos e critérios de avaliação 4.1 Elementos para produção de instrumentos avaliativos e critérios pedagógicos 4.2. Avaliação escrita: alguns exemplos Considerações finais Referências Ficha Técnica Introdução Como age um docente em "sala de aula" (num laboratório, numa oficina, numa aula on-line)? Como ajuda os estudantes a aprenderem? Como se comunica com eles? Outra questão importante: o que é avaliação? Quando indagamos sobre a concepção ou conceito de avaliação que gestores, docentes e alunos possuem, a maioria afirma que são notas, testes, provas, exames, aprovação, reprovação, dependência, entre outras concepções e conceitos que estão presentes cotidianamente. O objetivo deste capítulo é refletir sobre tudo isso e buscar respostas às diversas indagações que realizamos a respeito da mediação docente e da avaliação, especialmente na Educação Profissional. Vamos lá? Aluna do curso técnico em Enfermagem em atividade de imersão. Fonte: www.ifsc.edu.br 1. Mediação docente Falamos muito em planejamento, escolha dos objetivos, das estratégias de ensino, da organização da aula, etc. Mas não podemos esquecer da ação de mediação dos professores, que constitui parte importante também de sua profissão. Então, concretamente, em situação de ensino, o que faz um/a professor/a? Há diferentes classes de situações e tipos de atividades em que o/a docente irá realizar o que chamamos aqui de "mediação", porque o docente cria meios de aprendizagem - dos fazeres-saberes, das situações e contextos de ensino, da atividade profissional, etc. - estabelece relações entre estudantes, entre linguagens, conceitos, contextos... Alguns autores utilizam a expressão "pilotar", no sentido de que o/a docente pilota uma turma, guia a aprendizagem. Isso acontece em nível "micro", por meio de gestos profissionais, alguns rotineiros, formas de comunicação, posturas, etc. Em nível "meso", também, com ações de gestão da sala de aula, organização da atividade dos estudantes, improvisos, reorganização... E também em nível "macro", com o desenvolvimento de concepções e valores (Pastré, 2007). Nem sempre estas ações, gestos ou valores são explícitos ou conscientes para os estudantes e para os docentes, conforme colocamos com a noção de contrato didático, no Livro 1. Vamos apresentar algumas destas situações e tipos de atividades. Alunos do curso técnico em Construção Civil (Fábrica Social, Brasília) em projeto de revitalização das rampas de acessibilidade no Hospital Regional de Sobradinho. [ampliar imagem] Fotos: Dênio Simões, 2018. Fonte: Agência Senado (www.flickr.com/photos/agenciasenado). 1.1 Guiar a aprendizagem O professor põe em cena a aprendizagem: cria um cenário, situações, contextos. Durante a atividade de "sala de aula" – mas poderíamos dizer, também, de laboratório, oficina, ambiente virtual, simulador e até de atividade laboral em contexto real – guiar a aprendizagem também pode significar: colocar os aprendizes em situações diversas em que irão empregar técnicas, conceitos, esquemas de ação, de modo a apropriarem-se dos mesmos, de generalizar (ou não) seu uso, testar novas hipóteses, etc.; pedir que estudantes expliquem para os outros o objetivo da situação posta, os caminhos para resolver o problema colocado, que explique uma técnica ou um conceito (lembrando, como dizia Feynman, que uma boa maneira de aprender é ensinando aos outros); intervir durante uma atividade do estudante ou explicação, questionando sobre o porquê daquela ação, daquele comportamento, daquele fenômeno; realizar "retroanálise" após uma simulação, após uma encenação, após uma atividade - com um ou com o grupo de estudantes, buscando fazer com que estudantes explicitem aspectos importantes da atividade, questões críticas, riscos, que criem relações com outros fazeres/saberes... Mais alguma contribuição nesta lista (não exaustiva)? Convidamos você a contribuir com esta lista, respondendo a questão: O que signi�ca, para você, guiar a aprendizagem? https://ava.cefor.ifes.edu.br/pluginfile.php/1521434/mod_book/chapter/44295/Aprendizagem_obra.jpg?time=1595277333138 Aula do curso técnico de Gastronomia, Instituto Federal Brasília. Foto: Pillar Pedreira. Fonte: Agência Senado (www.flickr.com/photos/agenciasenado) 1.2 Mobilizar, motivar para aprender Queremos estudantes motivados e engajados na aprendizagem, certo? Embora haja fatores extrínsecos e intrínsecos da motivação (um lavando às vezes ao outro), a ação docente neste sentido é muito importante. Mas, o que pode motivar ou mobilizar a/o estudante na ação docente? Indicamos no Livro 2 a importância dos momentos iniciais de uma aula, que podem configurar oportunidade de motivar os estudantes. Estas ações podem ocorrer não apenas nos momentos iniciais, mas em todo o processo. Incluem: chamar sua atenção, atrair o interesse, ao mostrar, por exemplo, a relação do que será ensinado/trabalhado com sua formação profissional, com práticas sociais, com os conhecimentos anteriormente aprendidos no curso ou em outras unidade curriculares; "problematizar" os fazeres-saberes ao lançar questões do tipo: como resolver determinado problema relacionado à profissão e a sua intervenção na sociedade? como produzir determinado produto? como realizar tal processo? como se relacionar com o público em determinadas situações? como se preservar de riscos à saúde? etc; mas também: estabelecer relações com os conhecimentos prévios dos estudantes, inclusive aproveitando a experiência profissional de um ou mais que a tenham. Isso é muito valorizador e mobilizador de aprendizagem; valorizar os progressos, as aprendizagens dos estudantes, ainda que parciais, sempre que possível, de modo a reconhecerem sua evolução e capacidade de aprendizagem. Dentre os outros diversos aspectos motivacionais relacionados à ação docente, destacaremos ainda: evidenciar a relação do que se está fazendo ou querendo ensinar com a ampliação do campo de atuação profissional do estudante, algo que tem grande potencial de interesse do estudante no curso; estimular e orientar trocas e interação entre estudantes, com os quais podem também tirar dúvidas, compartilhar experiências, significados - também vale entre estudantes/docentes de diversas unidades curriculares ou cursos; estimular trocas diretas ou indiretas entre estudantes e profissionais, promovendo possibilidades de identificação, de sensação de pertencimento, de reconhecimento do valor do que está sendo aprendido... Você tem contribuições a fazer aqui também? Como você mobiliza e motiva seus alunos a aprender? O que nos motiva a aprender? Em termos gerais, temos motivos internos e/ou motivos externos para aprender. A motivação interna (intrínseca) é uma disposição durável que temos para fazer e saber. Ela está presente quando a própria atividade e o próprio aprender justificam todos os esforços investidos para tanto. Por exemplo, as desafiadoras atividades que escolhemos fazer nos momentos de lazer. Outro exemplo pode estar naquilo que nos leva a escolher determinada área profissional. Mas há atividades que, apesar de fazermos e nos comprometermos, pouco nos envolvem. Nestes casos, é comum utilizar alguma estratégia de motivação externa (extrínseca, formas de reforço), para que os esforços investidos na atividade possam valer a pena. Por exemplo, ganhar recompensas (como uma boa nota) ou evitar situações desagradáveis(como ver-se diminuído perante os colegas). Tradicionalmente, algumas abordagens da psicologia da educação enfocaram o uso da motivação intrínseca, como a Humanista; outras exploraram o uso do “reforço”, das estratégias de motivação extrínseca, como a Comportamental. Recentemente, contribuições de diferentes abordagens são consideradas, apontando que diferentes estratégias de motivação podem ser utilizadas de forma articulada, inclusive para desenvolver a motivação intrínseca e a autoestima dos estudantes. Entende-se que é importante haver um equilíbrio entre esforços investidos pelo estudante numa atividade e o valor atribuído àquela experiência de aprendizagem (VIOTTO FILHO, et al., 2009). Assim, os docentes devem estar atentos ao modo como fornecem devolutivas (feedbacks). Por exemplo, além de aferir nota, apontar os erros ou proferir elogios, é importante oferecer um comentário individual e detalhado o suficiente para que o aluno reconheça as qualidades do que produziu, destacando em quais aspectos e como pode melhorar. O desenvolvimento da motivação intrínseca está ligada à autoestima do estudante. Alunos com boa motivação intrínseca costumam apresentar maior autoconfiança e pouca ansiedade negativa no processo de estudo – não têm medo do fracasso, pouco se frustram com os erros, encaram estes como desafios, conseguem se concentrar melhor na tarefa e têm mais persistência. Já os alunos com pouca motivação intrínseca são o oposto disso, sendo que esta autoavaliação negativa e a baixa autoestima dificultam seu processo de aprendizagem e, até mesmo, de engajamento nas atividades (VIOTTO FILHO, et al., 2009). Portanto, o desenvolvimento da motivação intrínseca para aprender está ligada a sua autoestima como estudante, sendo que ambas dependem das experiências vividas pelo estudante em seu percurso escolar e de formação profissional. Na Educação Profissional é importante explorar a motivação intrínseca que o aluno/a costuma trazer: intenções e planos que elabora, por vezes desde a infância, como retrato de um perfil profissional visado. Mesmo que este retrato seja idealizado e pouco coerente com o profissional atual, será a base a partir da qual o estudante construirá sua identidade como profissional. Portanto, isso pode ser explorado como elemento motivacional pelo docente. Por fim, vale destacar: O uso demasiado da motivação extrínseca pode subvalorizar a motivação intrínseca, além de alimentar uma certa “mentalidade interesseira” no estudante. É necessário proporcionar metas desafiadoras, porém atingíveis aos alunos, pois atividades fáceis ou excessivamente difíceis não costumam ser motivadoras. Ao avaliar atividades e outras formas de participação do estudante, é fundamental oferecer devolutivas que deixem claro que os erros não se devem à incapacidade inerentes a ele/a, são capacidades que ele/a poderá desenvolver. Considerar que a importância de haver uma relação de cumplicidade ou respeito entre professor e estudante, pois o espaço educativo deve caracterizar-se por um espaço de confiança e aprendizagem mútua. 1.3 Comunicar(-se) A forma como colocamos uma pergunta, a estratégia comunicativa (gerar uma dúvida, criar um suspense, trazer um elemento divertido), o modo como intonamos nossa voz, o silêncio que deixamos para reflexão dos estudantes, o modo como nosso corpo, nossa voz e nossos olhos se manifestam podem gerar diferentes efeitos junto aos aprendizes. Não se trata de ser prescritivo ou moralista aqui. Cada um de nós tem uma personalidade, identificação com alguns modelos de docência, ou busca o melhorar sua atuação ou criar novas formas de agir. Mas é importante entender na comunicação e no "gestuário" docente os potenciais e riscos para despertar a curiosidade, para estimular participação, para demonstrar nossa paixão por um assunto, para indicar cuidados ou riscos. Novamente, vale dizer que há uma grande variedade de situações e formas de comunicação na ação docente, ainda mais na diversidade formativa da Educação Profissional. Apresentaremos algumas questões aqui, sabendo que as nuances e a sua aprendizagem podem se desenvolver ao longo da vida docente, e nas situações de atividade... Comunicação Evitar rispidez, incentivar participação dos estudantes para buscar entender o que estão elaborando, proporcionar um ambiente acolhedor, atento às dúvidas, não se colocar no papel daquele que sempre precisa saber tudo, evitar constranger estudantes, respeitar diferenças. Cada docente tem uma personalidade e potencial para criar ambiente acolhedor ou divertido ou respeitoso a seu modo, explore-o! Dialogar. Em algum momento da fala do docente, é importante que lance uma pergunta, implique o estudante na construção da discussão, que expresse exemplos, situações, exceções, contraposições... Sempre que possível, formular questões que não sejam apenas aquelas para as quais os estudantes já têm respostas prontas e sim deslocando-os para que pensem melhor; Em Educação a Distância, Ensino Híbrido ou nas atividades não presenciais (ANPs), há muita interação escrita, por mensagem, e-mail, fórum. Alguns princípios são importantes: o tempo de resposta aos estudantes deve ser o mínimo possível, para evitar a distância emocional; ser empático e buscar linguagem que o/a aproxime dos estudantes e crie um ambiente (virtual) acolhedor; evitar utilizar palavras em caixa alta (pode dar a impressão de que se está gritando); manter um ritmo de mensagem e diálogo ao menos semanal, atualizando sobre atividades em curso, tarefas, lembrando de webconferências ou "lives", motivando para estas, entre outros; A impostação da voz do professor é em geral de grande importância: falar alto demais pode cansar muito, rápido ou lenta demais... bom, já podem imaginar... se for uma voz monótona, então... A dica é: gravar sua voz ou filmar-se para observar a própria voz e corrigir importações. Por outro lado, nem sempre cuidamos de nossa voz: se for falar por muito tempo, busque fazer uma pausa, tomar uma água, respirar um pouco; Trazer a cultura profissional. O docente é, às vezes, o primeiro profissional com o qual o estudante vai se comunicar. Assim, o vocabulário técnico, ou seja, o "jargão" da profissão, será experimentado pelo estudante nesta relação. A comunicação não se dá apenas de forma oral, escrita, visoespacial. O docente também comunica modos de fazer, de saber e de ser pro�ssional através de seus gestos e atitudes em sala de aula. 1.4 Gestuário Há uma grande variedade de gestos que carregam significados na ação docente, em especial na Educação Profissional. Postura e gestos na EP Falar e escrever no quadro por muito tempo, de costas para os estudantes, é um arquétipo da má postura do/a professor/a. Mas há muitos outros gestos que podem indicar a falta de atenção para com os estudantes, ou, pelo contrário, escuta, atenção, endereçamento a eles. Algumas delas são: Ao falar com a turma, olhar para todos os estudantes, não se fixar em poucos ou naqueles que estão à sua frente; Expressar corporalmente abertura para que estudantes se expressem (movimento de cabeça, do olhar), indicando que está atento, disposto; Deslocar-se pelo ambiente – sala de aula ou ambiente da atividade – para ver o que os estudantes estão fazendo e para ajudá-los, eventualmente; Organizar a sala de forma a propiciar uma melhor interação de acordo com a atividade – carteiras em "u", em círculo – , ou organizar a oficina e o laboratório para que estudantes se posicionem e possam circular no ambiente da maneira mais adequada aos objetivos; O docente pode demonstrar "gestos técnicos", assim como formas inapropriadas de agir e que devem ser evitadas pelos estudantes. É importante realizar procedimentos ou técnicas a serem aprendidas da melhor forma possível em termos estéticos, éticos, indicando particularidades dos "gestos técnicos" e sua importância. O "gesto técnico" a ser ensinado deve fazer parte dos gestos docentes. 2. Avaliação na Educação Pro�ssional Legenda: Em oficina de costura Fonte: https://pxhere.com/pt/photo/730143Ao pensar no tema deste capítulo, provavelmente você se faz alguns destes questionamentos: Como avaliar na Educação Profissional, especialmente quando pensamos que a educação por competência possibilita a formação do indivíduo para o mundo do trabalho? Que procedimentos avaliativos podem ser adotados para verificar se realmente ocorreu a aprendizagem de conhecimentos, habilidades, atitudes ou valores? Que tipo de avaliação pode ser utilizada para verificar o nível de proficiência do aluno em uma ou mais competências? É possível realizar uma avaliação contextualizada, fazendo com que o aluno estabeleça relações entre conhecimentos e a prática profissional? Os critérios para correção podem colaborar para verificar se o perfil profissional está em desenvolvimento? Quando, onde e como realizar a avaliação para verificar a aquisição de valores ou atitudes? Leitura complementar Recomendamos a leitura desta síntese sobre Avaliação de Competências a partir da Didática Profissional, disponível em: Ler o Texto https://ava.cefor.ifes.edu.br/pluginfile.php/1521434/mod_book/chapter/44292/EP%20por%20compet%C3%AAncias.pdf 2.1 As funções da avaliação A avaliação apresenta, basicamente, segundo Haydt (2008), três funções: diagnosticar, controlar e classificar. Relacionadas a essas três funções, existem três modalidades de avaliação: diagnóstica, formativa e somativa. Polak (2009, p. 153) declara que “convém enfatizar que o modelo de avaliação adotado deve ter estreita relação com a concepção filosófica do curso e com o modelo de gestão adotado pela instituição”. Romão (2001, p. 64) também destaca que "as funções da avaliação são pertinentes, dependendo das finalidades e do momento em que estamos desenvolvendo o processo de ensino e aprendizagem”. Sobre os tipos de avaliação que podem ser selecionados, Rodrigues e Borges (2012) afirmam que o tipo de avaliação será escolhido de acordo com os objetivos do curso, seu conteúdo, proposta pedagógica, referencial teórico e grau de dificuldade, além disso, analisam-se, também, os diferentes níveis de conhecimento, as experiências já vivenciadas, a capacidade de compreensão, articulação e análise entre tantos outros aspectos (p. 30). A seguir, temos uma representação de como ocorre o processo de avaliação durante o percurso formativo: Fonte: Equipe de Materiais Didáticos/ CERFEAD-IFSC Cada uma dessas funções será abordada a seguir. 2.1.1 Avaliação Diagnóstica A avaliação diagnóstica tem por objetivo obter informações sobre os conhecimentos prévios dos alunos, seus gostos, interesses, atitudes. Geralmente é usada no início de um conteúdo novo, de um período letivo ou de um projeto. Sobre a avaliação diagnóstica, Sanmartí (2009) declara que tem como objetivo fundamental analisar a situação de cada aluno antes de iniciar um determinado processo de ensino-aprendizagem, para tomar consciência (professores e alunos) dos pontos de partida, e assim poder adaptar tal processo às necessidades detectadas. Em conseqüência, as atividades iniciais de todo processo de ensino deveriam ter, entre outras coisas, um componente de avaliação inicial (p. 31). Em outras palavras, a avaliação diagnóstica é aquela realizada no início de uma série ou conteúdo, para verificar os conhecimentos de cada aluno e se ele possui ou não conhecimentos e habilidades imprescindíveis para as novas aprendizagens. Ela subsidia o (re)planejamento e a organização de sequências didáticas e de ações e permite estabelecer o nível de necessidades iniciais para a realização de um planejamento adequado, que deverá ser discutido e constantemente analisado. Com isso, queremos dizer que a primeira coisa a ser feita, para que a avaliação sirva para a democratização de ensino, é modificar a sua utilização de classificatória para diagnóstica. Ou seja, avaliação deverá ser assumida como instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem do aluno, tento em vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que ele possa avançar no seu processo de aprendizagem. Desse modo avaliação não seria somente um instrumento para a aprovação ou reprovação do aluno mais sim um instrumento de diagnóstico de sua situação, tendo em vista a definição de encaminhamentos adequados para sua aprendizagem. (LUCKESI, 2005, p. 52). Uma das formas de realizar a avaliação diagnóstica pode ser por meio de questionários disponibilizados durante o processo de matrícula na unidade curricular ou no curso, pois é importante conhecer os alunos que estão interessados em participar daquela oferta e adaptá-la a suas realidades, suas experiências e conhecimentos (Kenski, 2006). Nessa perspectiva, tais questionários têm os seguintes objetivos: obter informações sobre as necessidades e possibilidades de aprendizagem dos alunos sobre o conteúdo; obter informações sobre as características individuais dos alunos; verificar as suas expectativas sobre o curso; conhecer as razões para se matricular no curso; verificar as experiências e os conhecimentos prévios adquiridos nos assuntos que serão tratados no curso; obter os dados sobre as características sociodemográficas dos alunos; obter informações sobre o nível de escolaridade ou acadêmico dos alunos, entre outras. Outra forma de utilizar a avaliação diagnóstica é solicitar que os alunos produzam um mapa conceitual sobre conteúdos trabalhados. O mapa é um diagrama que indica a relação entre conceitos ministrados, especialmente a relação hierárquica entre eles. Anastasiou e Alves (2005) relatam que a construção de mapas conceituais pode ser feita ao longo de todo um semestre ou apenas em uma unidade de estudo, tema ou conteúdo. Veja, a seguir, um exemplo de mapa conceitual: Na sequência, citamos alguns critérios que podem ser utilizados para a correção dos mapas conceituais realizados pelos alunos. Lembre-se que, ao solicitar a atividade, é importante comunicar aos alunos quais são esses critérios para que saibam de que forma serão avaliados. Sequência hierárquica dos conteúdos apresentados. Criatividade na produção do diagrama. Objetividade e síntese dos conteúdos apresentados. Relação justificada. Representação dos conteúdos trabalhados. A avaliação diagnóstica também pode ser motivada através de um vídeo, uma reportagem de jornal ou mesmo um texto do livro didático, pelos quais o professor poderá verificar, por meio da oralidade ou registro escrito, o que os alunos sabem ou aprenderam. Partindo desse conhecimento prévio, o professor terá condições de organizar ações de modo a retomar incompreensões, imprecisões ou ideias equivocadas referente ao conteúdo em questão. 2.1.2 Avaliação Formativa A avaliação formativa tem como principal objetivo acompanhar o processo de ensino e aprendizagem. Através dela, o professor enfatiza os resultados da aprendizagem e estabelece um comparativo entre os diferentes resultados obtidos pelo mesmo aluno. Sanmartí (2009) afirma que a avaliação mais importante para os resultados de aprendizagem é a realizada ao longo do processo de aprendizagem. A qualidade de um processo de ensino depende, em boa parte, de se conseguir ajudar aos alunos a superarem os obstáculos em espaços de tempo pequenos no momento em que são detectados. Além disso, o fundamental para aprender é que o próprio aluno seja capaz de detectar suas dificuldades, compreendê-las e autorregulá- las (p. 33). Nesse sentido, a avaliação formativa é realizada no decorrer do ano letivo, com intuito de verificar se os alunos estão atingindo os objetivos de aprendizagem previstos. Esse tipo de avaliação é basicamente orientadora, pois encaminha tanto o estudo do aluno quanto os procedimentos do professor. Além disso, fornece dados para criar condições de melhoria do ensino, visando à aprendizagem, pois possibilita acompanhamento e análise do aprendizado do aluno, mediando o seu percurso formativo em busca do conhecimento. Esse tipo de avaliação pode ser classificada de diversas formas, pois utiliza diferentes instrumentos, tais como avaliação participativa, autoavaliativa, avaliativainterpares, motivadora, processual, entre outros. A avaliação formativa possui, entre outras, as seguintes características: Tem como objetivo permitir ao professor compreender como o aluno elabora e constrói seu próprio conhecimento. Pode ser feita com base em vários instrumentos, conforme os fazeres e saberes abordados. Os registros não devem ser exclusivamente quantitativos, com notas ou mesmo conceitos, mas em forma de relatório e anotações, que definirão estratégias posteriores e serão socializadas nas reuniões do corpo docente. Não tem como objetivo principal a definição de um conceito ou nota, mas o desenvolvimento do aluno verificado durante o processo. Prevê que os alunos têm ritmos e processos de aprendizagem diferentes, logo a progressão da aprendizagem deve ser planejada a partir das necessidades e possibilidades de cada aluno. Levanta a necessidade de investigação do conhecimento prévio do estudante, para o (re)planejamento do trabalho didático. Permite a diversificação de formas de agrupamento dos alunos, para atender aos diferentes objetivos de aprendizagem. A avaliação formativa é, então, “uma importante fonte de informações para o atendimento às diferenças culturais, sociais, psicológicas dos educandos, o que se torna grande conquista na luta contra as desigualdades e o fracasso escolar” (PERRENOUD, 1999, p. 28). E mais, quando agimos reflexiva e razoavelmente partindo de princípios morais, transformamos aquela atividade espontânea, natural, em atividade formativa. Pelo fato de que obtemos conhecimento a partir da avaliação, podemos intervir inteligentemente de um modo justo, equânime, equitativo para aumentar o conhecimento de quem aprende e de quem ensina. O que não é racional, e menos razoavelmente sustentável, é que sejam exames os que definam o conhecimento, isso é a própria perversão do conhecimento. Trivializam-no e empobrecem-no, reduzindo-o a um produto de consumo imediato para o êxito fugaz da prova, da qual se torna e é tratado como mercadoria. É a perversão também do que é aprender e do que é avaliar, considerando como evidente a pobreza intelectual de quem ensina com esse espírito (MENDEZ, 2002, p. 85). Os mecanismos de avaliação devem ser aliados ao processo de ensino e aprendizagem de modo a auxiliar a ação do professor na adequação de conteúdos e na identificação de dificuldades. Nessa perspectiva, a avaliação formativa está ligada ao mecanismo de feedback, à medida que também permite ao professor detectar e identificar deficiências na forma de ensinar, possibilitando reformulações no seu trabalho didático, visando aperfeiçoá-lo. A seguir, apresentamos um exemplo de feedback, que expressa o acompanhamento contínuo do processo de aprendizagem do aluno e representa uma forma de avaliação formativa: Lígia, tudo bem! O registro de sua atividade expressa o quanto você compreendeu sobre as especificidades da oferta de cursos da modalidade EaD. Parabéns! Abaixo registro algumas considerações: Destaca a importância de verificar a legislação educacional vigente e legislação específica em EAD. Excelente! Destaca os modelos de educação a distância. Aqui é importante frisar que videoconferência é forma de comunicação síncrona. Somente gostaria de lembrá-la que em um projeto EaD também precisamos pensar: no número de vagas, período de oferta, polo e especificar as atividades serão assíncronas e síncronas. Abraços, Professora Gislene. A prática formativa na avaliação tem como objetivo fazer com que todos adquiram saberes e apropriem-se dele de maneira reflexiva e construtiva. No entanto, não significa que aqueles que não atingirem esse objetivo serão eliminados, afinal a avaliação formativa acompanha o processo de ensino e aprendizagem, com o intuito de verificar se os objetivos iniciais de um trabalho estão sendo atingidos. Ao longo do processo de avaliação formativa, para os alunos que não atingiram índices satisfatórios, devemos sempre pensar em rever saberes e estabelecer outros instrumentos, ampliando nossa avaliação para outras habilidades do estudante em lidar com os saberes. Há sempre outras formas de aprender e de demonstrar aprendizagem! 2.1.3 Avaliação Somativa A avaliação somativa tem por objetivo realizar um diagnóstico do aluno no final de um período, seja no final de uma unidade curricular, de um bimestre ou de um ano letivo. O principal aspecto enfatizado nesse tipo de avaliação é o resultado da aprendizagem baseada em competências ou objetivos de aprendizagem. Ela consiste em classificar os alunos de acordo com o nível de aproveitamento previamente estabelecido, geralmente tendo em vista sua promoção. Geralmente são realizados por meio de exercícios, questionários, estudos dirigidos, experimentos, projetos, relatórios, provas, testes etc. Como utilizar a avaliação somativa na educação, não focando exclusivamente em sua função classificatória e de mensuração, buscando utilizá-la para desenvolver habilidades cognitivas mais complexas nos alunos? Luckesi (2005) enfatiza que, para ressignificar a avaliação, é necessário realizar três procedimentos: saber o nível atual de desenvolvimento do aluno (etapa também conhecida como diagnóstico); comparar essa informação com aquilo que está planejado para ensinar no processo educativo (qualificação); tomar decisões que possibilitem atingir os resultados esperados (planejar atividades, sequências didáticas ou projetos de ensino, com os respectivos instrumentos avaliativos para cada etapa). Nessa perspectiva, para (re)significar a utilização da avaliação, é preciso que o professor considere a avaliação no seu verdadeiro sentido, ou seja, de fazer parte do processo de ensino e aprendizagem, pois não podemos propiciar a aprendizagem se não estivermos constantemente avaliando as condições de interação com os alunos e a concepção de ensinar e aprender que permeia a organização da prática pedagógica, especialmente o nível de saberes que o aluno apresenta naquele momento. Assim, concebendo a avaliação como parte integrante do processo de ensinar e aprender, a avaliação deixa de ser um momento final para se tornar uma busca que visa à compreensão do educando e oportuniza a construção do conhecimento, levando-o a desenvolver estruturas cognitivas mais complexas durante o seu percurso formativo. Essas estruturas serão desenvolvidas com a intervenção do professor, que, através da mediação, estimula e propicia condições para que o aluno elabore ou aperfeiçoe seu conhecimento. Nesse sentido, a avaliação pode ser feita de diversas formas e com instrumentos variados, mas “compete ao professor organizar de forma eficiente o processo da avaliação da aprendizagem” (MORETTO, 2002, p. 101). Segundo Masetto (2006), essa forma de conceber o processo de ensinar e aprender e, consequentemente de avaliar, exige do professor: atenção nas manifestações dos alunos (orais e escritas, inclusive as subjetivas); competência para organizar atividades de ensino e encaminhamentos pedagógicos diferenciados que possibilitem a aprendizagem de todos; percepção em relação à compreensão do assunto trabalhado por parte dos alunos; reflexão sobre o motivo que levou à não aprendizagem; verificação sobre o que os alunos fizeram de diferente ou de interessante nas atividades propostas; observação de como o aluno pensou para chegar naquele resultado e de onde partiu; elaboração de instrumentos condizentes com a atividade educativa; análise sobre o grau de interesse e motivação dos alunos; 3. Diferentes Formas de Avaliar Atualmente existem diversas formas que possibilitam avaliar o processo de ensino e aprendizagem. Convém ressaltar que "para avaliar pode-se utilizar uma grande variedade de atividades, instrumentos e técnicas mas muitas vezes os instrumentos convertem-se em protagonistas, quando de fato são somente meios para alcançar diferentes atividades, isto sim, meios que podem facilitar a tarefa" (SANMARTÍ, 2009, p. 97). Um mesmo tipo de instrumento pode ser utilizado em diferentes momentos de aprendizagem e para diferentes propósitos,dependendo dos objetivos que se possui ao utilizá-lo e do tipo de conteúdo que será avaliado. Sanmartí (2009, p. 98) prossegue esclarecendo que “como os objetivos de aprendizagem são de diferentes tipos (analisar, aplicar, relacionar, deduzir, sintetizar, argumentar, resolver, responder), os instrumentos selecionados deverão permitir que os alunos realizem tais operações”. Dessa forma, concebe-se que a avaliação pode ser feita de diversas formas e com instrumentos variados, mas “compete ao professor organizar de forma eficiente o processo da avaliação da aprendizagem” (MORETTO, 2002, p. 101). Enquanto professores, precisamos propor reflexões que nos conduzam à melhor escolha do tipo de avaliação que será aplicada. A preocupação não se restringe somente em escolher o instrumento avaliativo, afinal "não adianta exigir que um grupo não orientado sobre a apresentação de seminários se saia bem nesse modelo. E é inviável exigir que a garotada realize uma pesquisa (na biblioteca ou na internet) se você não mostrar como fazer" (LUCKESI, 2005). Portanto, a escolha do instrumento avaliativo também implica em saber como utilizá-lo, considerando o sujeito da aprendizagem, o aluno. Para que a avaliação sirva à aprendizagem, é essencial conhecer cada aluno e suas necessidades. No lugar de apenas dar provas, o professor deve utilizar a observação diária e multidimensional, além de instrumentos variados, escolhidos de acordo com cada objetivo. Nesse sentido, uma avaliação significativa somente se processa quando o conteúdo ministrado é significativo para o aluno. Sem mudar a forma de trabalhar em sala de aula, especialmente a concepção de ensinar e aprender, dificilmente o professor mudará sua prática de avaliação formal, decorativa, destituída de sentido. Segundo Antunes (2004, p. 52), “mudar é preciso, ainda que permanecer seja sempre mais fácil, avaliar plenamente é imprescindível, ainda que medir seja extremamente confortável”. 4. Métodos, instrumentos e critérios de avaliação Há várias maneiras de nomear os processos avaliativos. Escolhemos apresentar aqui três delas: métodos, instrumentos e critérios avaliativos. Para resumir cada termo propomos a seguinte definição: Métodos de avaliação: formas de buscar evidências de aprendizagem. Instrumentos de avaliação: por meio deles materializa-se o método, explicita-se os critérios e a parametrização da avaliação. Critérios de avaliação: parâmetros de julgamento da aprendizagem e das evidências de aprendizagem. 1. Métodos Pensando mais especificamente na avaliação da aprendizagem em Educação Profissional, cujas estratégias podem ser bem diferentes das tradicionais das salas de aula, apresentamos abaixo uma tipologia de métodos avaliativos, retirada de orientações educacionais australianas (DTWD, 2019) (adaptamos um pouco ao traduzir). Assim, quando precisamos avaliar se o estudante aprendeu a realizar uma soldagem, a elaborar a projeção de um edifício, a realizar uma modelagem, uma punção venosa, etc. podemos usar métodos como estes abaixo (escolha qual será o mais pertinente!): Métodos Exemplos Observação direta Atividades laborais reais no ambiente de trabalho Atividades laborais em ambiente de trabalho simulado Atividades de Avaliação Estruturadas Atividades de Simulação/Dramatização Projetos Apresentações Folhas de atividades Perguntas Perguntas escritas Entrevistas Auto-avaliação Perguntas orais Questionários Provas orais ou escritas Evidências compiladas pelo estudante Portfólios Coleção de amostras Produtos com documentação de apoio Evidência histórica Jornais/fanzine/blog/vlog... Informações sobre a experiência de vida Revisão/análise de produtos Produto resultante de um projeto Amostras ou produtos Feedback de terceiros Depoimentos/relatórios de empregadores ou supervisores Consulta à comunidade Avaliação por pares Evidência de formação Realizações anteriores certificadas Entrevistas com empregadores, supervisores ou pares 2. Instrumentos Os Instrumentos de avaliação, que materializam e detalham tanto para o professor quanto para o estudante, o método avaliativo e a intencionalidade da avaliação (forneceremos alguns exemplos), incluem os seguintes elementos: o contexto e as condições de avaliação a tarefa a ser desenvolvida pelo estudante o que se espera do estudante (evidências de aprendizagem) o critério de avaliação da evidência utilizado para julgar a qualidade do desempenho as normas de avaliação pertinentes à instituição Evidentemente, às vezes o/a professor/a materializará o método de avaliação sem ajuda de um instrumento escrito, por exemplo, mas ele/a sempre deve deixar claros os elementos acima! Vamos mostrar dois exemplos de instrumentos de avaliação que apresentam parcial ou totalmente os elementos apresentados. No capítulo seguinte, vamos explorar um pouco mais a construção e parametrização de instrumentos avaliativos para atividades mais voltadas para a escrita ou a leitura. Mas o rigor e a coerência poderá ser aplicada para qualquer tipo de atividade! Exemplo de instrumento de avaliação (adaptado de DTWD, Austrália, 2013) para uma atividade de aprendizagem em situação real de trabalho (prestação de serviço): Reparem, na parte com destaque amarelo, como o instrumento deixa explícito o que se espera do estudante! Outro exemplo de instrumento avaliativo é o roteiro de atividade abaixo (somente apresentamos os dois primeiros itens do roteiro), acompanhado por uma rubrica de avaliação: RUBRICA: A rubrica é um instrumento utilizado na educação a distância, mas também é e pode ser usado em atividades presenciais de qualquer natureza! 3. Critérios Critérios devem buscar trazer à tona evidências e níveis de aprendizagem. Vejam um exemplo de critério de avaliação para, por exemplo, uma atividade de um técnico em zootecnia, no caso, quando este está aprendendo a ordenhar vacas: Ordenha com segurança, eficiência e de acordo com os processos estabelecidos na fazenda. Mas, para entender melhor como avaliar criteriosamente e de forma parametrizada, vamos aprofundar agora a questão da produção de instrumentos avaliativos... 4.1 Elementos para produção de instrumentos avaliativos e critérios pedagógicos Uma pesquisa realizada por Raymundo (2013), a partir de diversos instrumentos avaliativos utilizados em cursos ofertados na modalidade a distância e presencial (com base nos elementos: parâmetros e critérios pedagógicos anunciados na obra “Prova Operatória”, de autoria de Ronca & Terzi (1991)), indica que idealmente atividades avaliativas devem apresentar as seguintes características: Contextualização do conteúdo O contexto poder ser elaborado por meio de estudo de casos; situações-problemas; procedimentos e/ou conceitos estudados nas aulas; citações retiradas de leituras complementares ou mesmo do material didático; esquemas; tabelas; gráficos; histórias em quadrinhos; charges; manchetes de jornais; entrevistas e reportagens de periódicos de circulação semanal (jornais e revistas); poesias e músicas; entre outros. O olhar lançado sobre esse pressuposto pedagógico não é tarefa fácil e requer do professor comprometimento e tempo, afinal avaliações contextualizadas referem-se a problemas complexos e situações reais que exigem que os alunos utilizem o conhecimento adquirido para resolvê-las. Instruções, enunciado e habilidades operatórias Após produzir o contexto da atividade avaliativa, o professor deve produzir instruções ou enunciados com clareza de qual habilidade operatória está envolvida, isto é, citando qual recurso cognitivo que deve ser utilizado pelo aluno para realizar a atividade ou responder a questão. São exemplos de habilidades operatórias: manejar, confeccionar, utilizar, construir, recolher, aplicar, representar, observar, experimentar, provar, elaborar, demonstrar, produzir, reproduzir, interpretar, identificar, resolver, entre outras. Essas habilidades devem ser definidas a partir do conteúdo trabalhado em aula. A instrução, o enunciado, juntamente com a habilidade operatória, apresentaum desafio e deve estar, portanto, intrinsecamente ligado ao contexto e ao objetivo de aprendizagem. Para que você compreenda um pouco mais as habilidades operatórias, você precisa conhecer a Taxonomia de Bloom. Normalmente, quando se fala na Taxonomia de Bloom, refere-se ao trabalho intitulado "Taxonomia e Objetivos no Domínio Cognitivo", que foi o primeiro a ser publicado, em 1956. Bloom (1956) classifica os objetivos no domínio cognitivo em seis níveis, que, usualmente, são apresentados numa sequência que vai do mais simples (conhecimento) ao mais complexo (avaliação). Cada nível utiliza as capacidades adquiridas nos níveis anteriores. As capacidades e conhecimentos adquiridos através de um processo de aprendizagem são descritas por verbos. Assim, as competências ou os objetivos de aprendizagem de um curso, por exemplo, podem ser definidos com o auxílio dos quadros abaixo: Quando trabalhamos atividades de estudos ou instrumentos avaliativos no nível de conhecimento: Níveis Cognitivos Niveis Objetivos Habilidades Competências Conhecimento Lembrar e conhecer informações sobre fatos, datas, palavras, teorias, métodos, classificações, lugares, regras, critérios, procedimentos, etc. Definir, descrever, distinguir, identificar, citar, listar, ordenar, reconhecer, reproduzir, enumerar, nomear, classificar, calcular, sublinhar, medir, relatar, exemplificar, etc. Desenvolve no aluno a capacidade de memorização e identificação. Quando trabalhamos atividades de estudos ou instrumentos avaliativos no nível de compreensão: Níveis Cognitivos Níveis Objetivos Habilidades Competências Compreensão Entender a informação ou o fato, captar seu significado, utilizá-la em contextos diferentes. Entender o material estudado sem necessariamente relacioná-lo com outro. Ilustrar, descrever, discutir, explicar, resumir, identificar, inferir, interpretar, reconhecer, selecionar, relatar, narrar, concluir, etc. Desenvolve no aluno a capacidade de memorização e identificação. Quando trabalhamos atividades de estudos ou instrumentos avaliativos no nível de aplicação: Níveis Cognitivos Níveis Objetivos Habilidades Competências Aplicação Aplicar o conhecimento em situações novas e específicas. Aplicar, construir, demonstrar, empregar, esboçar, escolher, escrever, ilustrar, operar, praticar, preparar, programar, resolver, usar, etc. Desenvolve no aluno a capacidade de resolução de problemas e de aplicar uma informação. Quando trabalhamos atividades de estudos ou instrumentos avaliativos no nível de análise: Níveis Níveis Objetivos Habilidades Competências Análise Analisar as situações e identificar as partes e suas inter-relações. Analisar, calcular, comparar, discriminar, distinguir, examinar, experimentar, testar, debater, questionar, planejar, etc. Desenvolve no aluno a capacidade de identificar e separar o todo em partes. Quando trabalhamos atividades de estudos ou instrumentos avaliativos no nível de síntese: Níveis Níveis Objetivos Habilidades Competências Síntese Combinar partes não organizadas para formar um todo. Compor, construir, criar, desenvolver, estruturar, formular, modificar, montar, organizar, planejar, projetar, elaborar, diagnosticar, criar, sintetizar, etc. Desenvolve no aluno a capacidade de produzir um trabalho original. Quando trabalhamos atividades de estudos ou instrumentos avaliativos no nível de avaliação: Níveis Níveis Objetivos Habilidades Competências Avaliação Julgar o valor do conhecimento, ou seja, avaliar uma informação, uma teoria, um produto ou outra situação do contexto. Avaliar, criticar, comparar, defender, detectar, escolher, estimar, explicar, julgar, selecionar, apreciar, etc. Desenvolve no aluno a capacidade de tomada de decisões e construção de conclusão. Utilização de parametrização para correção A parametrização é a indicação clara e precisa dos critérios de correção, bem como do valor correspondente de cada parte da atividade ou questão da prova, que deve estar relacionado à complexidade do conteúdo abordado e da habilidade operatória solicitada na atividade ou questão. Exploração da capacidade de leitura e de escrita do acadêmico em avaliações escritas No momento da avaliação não são proporcionados momentos de leitura e de escrita. As perguntas são diretas e as respostas certamente serão na mesma linha. O contexto deve favorecer a leitura e as perguntas devem provocar argumentações, descrições, etc. A prova operatória (Ronca & Terzi, 1991) apresenta como característica a colocação de textos que conduzam à leitura, mesmo curta, para provocar uma resposta, também de forma escrita e com argumentação, com o intuito de levar o acadêmico a escrever, exercitando-se na lógica e na correção do texto. Além desses pressupostos pedagógicos apresentados, é muito importante que, independentemente do modelo adotado, ocorra previamente o anúncio dos critérios de correção da avaliação, desmitificando assim o poder da avaliação, tornando-a inerente ao processo de ensino e aprendizagem. Veja, a seguir, exemplos de como estabelecer os critérios de correção para os alunos, deixando explícita a forma como serão avaliados em diferentes momentos do processo de ensino e aprendizagem. Critérios de avaliação quando o professor solicita a realização de uma atividade prática no laboratório de habilidades básicas em cozinha Critérios de avaliação quando o professor solicita uma atividade de experimentação Critérios de avaliação quando o professor solicita um experimento em Eletrônica Geral Critérios de avaliação quando o professor solicita a resolução de um estudo de caso Critérios de avaliação quando o professor solicita a produção de um mapa conceitual Critérios de avaliação quando o professor solicita a produção de um portfólio Critérios de avaliação quando o professor solicita a produção de um trabalho dissertativo Critérios de avaliação quando o professor solicita a exposição do conteúdo na forma de seminário Leitura complementar O artigo Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais tem como objetivo apresentar a Taxonomia de Bloom e as modificações ocorridas nos últimos anos, assim como esclarecer a forma como ela pode ser utilizada dentro do contexto de ensino de engenharia. Com a leitura desse artigo, você terá oportunidade de ampliar os seus conhecimentos sobre esse tema. Taxionomia de Bloom Zela pela higiene e limpeza da cozinha, observando normas sanitárias, de saúde e de segurança no trabalho. Apresenta domínio de técnicas e terminologias gastronômicas. Executa corretamente o pré-preparo, preparo e finalização dos alimentos. Utiliza adequadamente os utensílios e equipamentos. Armazena de forma adequada os alimentos. Aplica, durante a preparação dos alimentos, práticas que minimizam os impactos sobre o meio ambiente. Organiza adequadamente o ambiente de trabalho. Compreende as receitas e as traduz para o ambiente profissional. Observa criticamente o resultado do seu experimento. Compara o seu experimento com o de outros colegas. Apresenta autonomia e conhecimento para tomar decisões durante o experimento. Realiza discussões, levantando hipóteses sobre o experimento. Promove discussões com os colegas, recorrendo ao professor apenas para comentários sobre alternativas colocadas pelos próprios alunos. Aplica os conceitos e habilidades básicas durante a experimentação. Domina a norma padrão da Língua Portuguesa para expor suas ideias e argumentos. Observa o resultado do seu experimento a partir das variáveis em análise. Compara o seu experimento com o de outros colegas, equiparando resultados. Apresenta autonomia no uso dos equipamentos de medição e desenvoltura na correção de procedimentos. Realiza discussões, levantando hipóteses sobre o experimento e explicações sobre os resultados. Promove discussões com os colegas, recorrendo ao professor como mediador nas discussões. Aplica os conceitos de eletrônica e habilidades básicas sobre equipamentos e componentesdurante o experimento. Domina a norma padrão da Língua Portuguesa para expor suas ideias e argumentos, especialmente nos relatórios escritos. http://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/a15v17n2.pdf http://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/a15v17n2.pdf 4.2. Avaliação escrita: alguns exemplos Veja, a seguir, alguns exemplos de questões em avaliações escritas que consideram os critérios pedagógicos citados anteriormente: contextualização, habilidades operatórias e enunciados, parametrização e capacidade de leitura e escrita. Exemplo de questão dissertativa a partir do material didático Contextualização: avalia a capacidade de leitura e compreensão Nas aulas de Ciências, discutimos que, no Brasil, ainda temos sérios problemas de saneamento básico e de hábitos de higiene não saudáveis. Entre os problemas discutidos, levantamos os casos de DENGUE. A partir dessas discussões: Enunciado: avalia a habilidade de operar com conceitos ou conteúdos avaliados a. Cite alguns outros problemas de saúde pública que afligem os brasileiros. (valor: 0,5) b. Escreva que medidas você pode tomar em sua própria casa para evitar tal contaminação. (valor:1,0 ponto) Parametrização: indica o valor de cada questão Nível: Conhecimento - Cite - valor: 0,5 Nível: Compreensão - Escreva - valor: 1,0 Exemplo de questão dissertativa a partir de uma aula prática Contextualização: avalia a capacidade de leitura e compreensão Na primeira parte da aula prática, viu-se a importância da escolha correta de disco e anel para a regulagem da plantadeira, conforme demonstrado na esteira (simulador) com sementes de milho. Considerando tais conhecimentos: Enunciado: avalia a habilidade de operar com conceitos ou conteúdos avaliados a. Explique o que acontece com o plantio quando os discos e anéis da plantadeira não estão ajustados de maneira correta. (valor 1 ponto) Parametrização: indica o valor de cada questão Nível: Análise - Explicar - valor: 1,5 Exemplo de questão objetiva a partir de um cartum Contextualização: avalia a capacidade de leitura e compreensão Leia o cartum abaixo e assinale a alternativa correta: Enunciado: avalia a habilidade de operar com conceitos ou conteúdos avaliados O cartum evidencia um desafio que o tema da inclusão social impõe às democracias contemporâneas. Esse desafio exige a combinação entre a. Participação política e formação profissional diferenciada. b. Exercício da cidadania e políticas de transferência de rendas. c. Modernização das leis e ampliação do mercado de trabalho. d. Universalização dos direitos e reconhecimento das diferenças. e. Crescimento econômico e flexibilização dos processos seletivos. Parametrização: indica o valor de cada questão Nível: Compreensão - Ler - valor: 1,0 Exemplo de questão objetiva a partir da intertextualidade* * texto informativo e texto não verbal Contextualização: avalia a capacidade de leitura e compreensão TEXTO I Os problemas ambientais são consequências direta da intervenção humana nos diferentes ecossistemas da Terra, que causa desequilíbrios no meio ambiente e compromete a qualidade de vida. TEXTO II Enunciado: avalia a habilidade de operar com conceitos ou conteúdos avaliados A partir da leitura do texto I e da análise das imagens, que representam as geleiras da Groenlândia, você pode perceber que elas sofreram e sofrem impactos resultantes de a. ilha de calor. b. chuva ácida. c. erosão eólica. d. inversão térmica. e. aquecimento global. Nível: Análise - Ler e Analisar - valor: 1,5 Exemplo de questão dissertativa a partir de uma charge Contextualização: avalia a capacidade de leitura e compreensão Leia a charge abaixo: Enunciado: avalia a habilidade de operar com conceitos ou conteúdos avaliados Considerando o conceito de juízo moral discutido na aula de Filosofia, apresente dois argumentos a favor ou contra a opinião expressada por Mafalda. Nível: Avaliação - Argumentar - valor: 1,5 Exemplo de questão dissertativa a partir de uma música Contextualização: avalia a capacidade de leitura e compreensão Quase tudo que aprendi, amanhã já esqueci Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi Quase tudo que aprendi, amanhã já esqueci Decoreba: esse é o método de ensino Eles me tratam como ameba e assim eu num raciocino Estudo Errado - Gabriel O PensadorEstudo Errado - Gabriel O Pensador https://www.youtube.com/watch?v=BD4MMZJWpYU Enunciado: avalia a habilidade de operar com conceitos ou conteúdos avaliados A partir da reflexão causada pela música de Gabriel, o pensador - “O estudo errado” - e dos textos de estudos da disciplina de Didática: a. Cite a qual concepção epistemológica que os versos da música se referem. (valor: 0,5 ) b. Apresente dois fundamentos epistemológicos que expliquem o primeiro e o segundo verso do poema. Os fundamentos teóricos apresentados devem estar em consonância com sua resposta do item “a”. (valor: 1,0 ). c. Em relação à disciplina de Didática, explique por que devemos conhecer as diferentes concepções de ensino e aprendizagem para compreender o processo de “ensinar e aprender”. (valor: 1,5) Nível: Conhecimento - Citar - valor: 0,5 Nível: Conhecimento - Apresentar - valor: 1,0 Nível: Avaliação - Explicar - valor: 1,5 Exemplo de questão objetiva a partir de uma charge Contextualização: avalia a capacidade de leitura e compreensão Leia atentamente a charge abaixo: Enunciado: avalia a habilidade operatório com conceitos avaliadores A partir dos fundamentos teóricos discutidos nesta disciplina, assinale a alternativa que indique qual procedimento metodológico expressa a concepção de conhecimento utilizada pela professora. (1, 0 ponto) a. ( ) Valoriza o produto, reforçando a repetição, a cópia, a memorização e a fixação de conteúdos. b. ( ) Destaca o treinamento como instrumento de mudança de comportamento, por meio de programas que obedecem a etapas estabelecidas de antemão. c. ( ) Enfatiza o planejamento cuidadoso das contingências de aprendizagem e das sequências de atividades de aprendizagem. d. ( ) Verifica os conhecimentos prévios que os alunos apresentam, que constitui condição prévia das aprendizagens futuras. Nível: Compreensão - Ler - valor: 1,0 Exemplo de questão a partir de uma proposta de redação Contextualização: avalia a capacidade de leitura e compreensão A partir da leitura dos seguintes textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O histórico desafio de se valorizar o professor”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. (Valor: 4,0) Enunciado: avalia a habilidade de operar com conceitos ou conteúdos avaliados Habilidades: redija, selecione, organize e relacione. Nível: Aplicação - Redigir Nível: Compreensão - Selecionar Nível: Síntese - Organizar valor: 3,0 SAIBA MAIS Quer saber mais sobre contextualização e habilidades operatórias nos instrumentos avaliativos? Leia o livro Prova Operatória, de autoria de Paulo Caruso Ronca, publicado pela editora Edesplan. Considerações �nais Na Educação Profissional: Exercitar saberes em contextos especí�cos é o processo educativo mais importante! Tenha sempre em mente que: A memorização é parte da aprendizagem, não é seu fim! Desenvolver a capacidade de buscar e aplicar o saber que se precisa é mais importante que "saber de cor". O planejamento é etapa fundamental da organização do trabalho docente, mas o desenvolvimento dos planos sempre estará sujeito às adaptações, correções e redirecionamentos, como resultado da avaliação do desempenho dos alunos e dos desafios que vamos encontrando ao longo do período letivo. Avaliar significa "dar valor a", isto é, o resultado da avaliação deve refletir o valor da proficiência em alguma atividade, especialmente na Educação Profissional. Os saberes e fazeres desenvolvidos em salade aula e nas atividades experimentais, devem aprimorar no aluno a capacidade de resolver problemas associados àqueles saberes, na vida real e no mundo do trabalho. Assim, sempre que possível, os exemplos, simulações, projetos e demais estratégias, devem buscar sintonia com a vida laboral que nosso aluno estará imerso em sua atividade produtiva. Nossas atividades avaliativas devem estar orientadas para os fazeres e saberes a que o aluno enfrentará em sua vida laboral. Ao longo desta disciplina, buscamos compartilhar alguns saberes e fazeres que julgamos importantes para a docência na EP, todavia, não esgotamos as possibilidades desse universo de saberes que é a Didática. Apresentamos um desses campos de estudos que é a Didática Profissional, a qual se dedica à aprendizagem na Educação Profissional, essa oferta educativa responsável pela inserção sócio-produtiva e laboral de nossos jovens e adultos! Esperamos que possam desenvolver cada vez mais estas importantes abordagens do ensino em seus contextos, inovando com sua criatividade e experiências . Referências ABRAMOWICZ, Anete (org.); MELLO, Roseli Rodrigues de. Educação: pesquisas e práticas. Campinas: Papirus, 2001. ÁLVAREZ MÉNDEZ, Juan M. Avaliar para conhecer: examinar para excluir. Porto Alegre: Artmed, 2002. ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos; ALVES, Leonir Pessate. (Orgs.). Processos de ensinagem na universidade. Pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. 3. ed. 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[ Conteúdo ] Olivier Allain - Paulo Wollinger - Ana Beatriz Bahia Spínola Bittencourt Baseado na edição 2019 (desenvolvido por Gislene Miotto Catalino Raymundo e Olivier Allain) [ Desenho educacional ] Maria Luisa Hilleshein de Souza [ Desenho gráfico ] Daniel Mazon da Silva [ Revisão textual ] Vanessa Martinelli Oro
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