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ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA A presente análise tem por objetivo discutir a respeito da relevância e função da Administração Tributária, atentando para a proposta do conceito, bem como, apresentando suas ações de cobrança e fiscalização. A luz desta perspectiva, discutiremos sobre sua relação com a Fazenda Pública. De acordo com Mazza (2015), o vocábulo “Administração Tributária”, quando iniciado com letras maiúsculas designa o conjunto de órgãos e entidades estatais que atuam na realização de atividades voltadas para cobrança e fiscalização do pagamento de tributos, assim, trata-se de um sinônimo que designa o “Fisco” ou a “Fazenda Pública”. A administração tributária - também denominada administração fazendária - materializa-se através de ações administrativas de cobrança e fiscalização do pagamento de tributos. Tal conjunto de atividades administrativas é disciplinado pelos arts. 194 a 208, contidos no Código Tributário Nacional (MAZZA, 2015). Além disso, a administração fazendária é imprescindível e, por conseguinte, recebe precedência por meio do art. 37, inciso XVIII, da constituição federal, o qual declara que “a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei” (BRASIL, 2019, p. 26). Segundo a doutrina, o art. 194 do CTN determina que a legislação tributária deve regular e disciplinar a competência e os poderes das autoridades administrativas relativas à fiscalização. Posteriormente, o parágrafo único do dispositivo legal supracitado põe em evidência a obrigatoriedade à legislação tributária no que concerne aos contribuintes e terceiros, incluindo os que gozem de imunidade e isenção (BORBA, 2007). O art. 195 do CTN evidencia o poder de anular qualquer restrição legal referente ao dever e o poder. Por esta via, atua legalmente no exame de mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeito comerciante ou fiscais dos comerciantes, industriais ou produtores, ou da obrigação de excluí-los. Assim, o art. 195 tem o poder de embrenhar-se em campos sigilosos e atuar na fiscalização para o fiel cumprimento legal (BORBA, 2007). Importa frisar os poderes investigatórios das autoridades administrativas, os quais são reforçados através do artigo 197 do CTN. Nos termos do dispositivo supracitado, mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações pertinentes aos bens, negócios ou atividades de terceiros, as pessoas físicas e jurídicas elencadas abaixo: I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício; II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras; III - as empresas de administração de bens; IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais; V - os inventariantes; VI - os síndicos, comissários e liquidatários; VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão (BRASIL, 2017, p. 63). A cooperação fiscalizatória entre as fazendas está respaldada pelo do art. 199 do CTN, a qual atua de forma conjunta, através permuta de informação entre as Fazendas federal, estadual, distrital e municipal. Além disso, vale salientar que a fiscalização dos tributos se dá de acordo com as respectivas leis e convênios em cada esfera do poder (BORBA, 2007). Visualizando o dispositivo do auxílio de força pública, o art. 200 assegura que as autoridades administrativas federais (extensivo aos agentes fiscais de outras unidades federativas) podem requisitar a força policial quando vitimados pelo embaraço ou em caso de desacato no exercício de suas funções fiscais (BORBA, 2007). Nos termos do art. 201 do CTN, a dívida ativa tributária é “a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular” (BRASIL, 2017, p. 65). Segundo Mazza (2015), praticamente, inscrever o débito em dívida ativa tributária consiste em inserir o nome do contribuinte na lista de inadimplentes defronte do Fisco, transformando o sujeito passivo da obrigação tributária em uma pessoa oficialmente em débito não negociado. A posteriori, a Administração Tributária deve expedir a Certidão da Dívida Ativa (CDA), a qual consiste em um ato administrativo enunciativo, pelo qual há o controle Comentado [JS1]: Confere se isso aqui tu escreveu de acordo com BORBA mesmo, por favor. de legalidade sobre o procedimento de inscrição. Ademais, a dívida regularmente inscrita desfruta de presunção de certeza e liquidez. Não obstante, trata-se de uma presunção relativa (juris tantum) e, por conseguinte, admite prova em contrário (MAZZA, 2015). No que se refere às Certidões Tributárias, Mazza (2015) elenca três tipos de certidões fiscais, cuja emissão é obrigatória à vista de requerimento do interessado. 1. Certidão negativa: refere-se a certidão comprobatória da inexistência de dívidas tributárias no período indicado no requerimento. 2. Certidão positiva: consiste naquela que evidencie a existência de dívida tributária. 3. Certidão positiva com efeitos de negativa: tal documento atesta que o sujeito passivo possui débitos junto ao Fisco, contudo, sua situação está regular. Não obstante, em algumas ocasiões o Fisco pode negar-se a expedir a certidão fiscal. Ocorrendo tal situação, cabe ao sujeito passivo (contribuinte) impetrar remédio constitucional ou - mais especificamente - mandado de segurança repressivo (MAZZA, 2015). Conforme discutido, a administração tributária engloba o conjunto de ações do Fisco com vistas a exercer cobrança e fiscalização. Para cumprimento cabal das disposições legais, a administração fazendária desfruta de precedência em detrimento de outros setores da administração pública. Outrossim, tornou-se patente as atribuições investigativas do Fisco, as quais proporcionam transparência e eficiência no serviço fiscal prestado. Referências BORBA, Claudio. Direito tributário V: livro segundo do Código Tributário Nacional: título IV, Administração Tributária e Lei de execuções Fiscais. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2007. BRASIL. Código tributário nacional. 3. ed. Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2017. Disponível em: <https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/531492/codigo_tributario_nacio nal_3ed.pdf>. Acesso em: 08 mar. 2020. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. 54. ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, p. 26, 2019. Disponível em: <http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/15261/constituicao_federal_ 54ed.pdf?sequence=170>. Acesso em: 08 mar. 2020. MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário. São Paulo: Saraiva, 2015. Administração tributária.
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