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Introdução a medicina veterinaria

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No início a medicina veterinária nasceu quando o homem começou a domesticar o animal. Muito do que se estuda sobre a história da medicina veterinária confunde-se com a própria história da medicina humana. Foi encontrado no Egito em 1890 o “Papiro de Kahoun”, que descreve fatos relacionados aos tratamentos e cura de animais, ocorridos há 4000 anos a.C, e indica, procedimentos de diagnostico, prognostico, sintomas e tratamento de doenças de diversas espécies animais, os códigos Eshn Unna 1900 a.C e de Hamurabi 1700 a.C, na Babilônia, trazem referencias ao pagamento e atribuições dos “médicos dos animais”.
Documentos produzidos por Aristoteles também contribuíram para o nascimento da veterinária. De acordo com pesquisadores, ele produziu uma verdadeira enciclopédia do conhecimento humano. Foi ele quem concebeu a primeira classificação do reino animal de que se tem notícia.
A fundação das primeiras escolas de medicina veterinária no Ocidente, é considerado o marco da profissão, os profissionais que se dedicam a ela receberam vários nomes ao longo da história. No continente europeu, os primeiros registros sobre essa prática foram encontrados na Grécia no século VI a .C, no qual havia cidades que reservavam cargos públicos para os que praticavam a cura dos animais e lhes davam o nome de Hipiatras ou Hippiatros. Eles tratavam de cavalos e também de outras espécies domesticas. Em Roma os praticantes do diagnostico, tratamento e prognostico de animais já eram chamados de “medicus veterinários” e a medicina de animais era a ars veterinária. Alguns tratados foram dedicados às doenças animais, como os de Cato e Columella, eles produziram observações sobre a história natural das doenças animais.
Em meados do século VI, em Bizâncio, foi identificado um verdadeiro tratado enciclopédico chamado Hippiatrika sobre criação de animais e suas doenças, contendo 420 artigos de diversos autores, 121 deles escrito por Apsirtos, considerado o pai da medicina veterinária no Ocidente. Apsirtos, nasceu em Clazômenas, em 300, no Imperio Bizantino, chamado Hippiatrika. Formado em medicina, em Alexandria, foi o médico veterinário chefe no exército de Constantino.
Foi durante o reinado de Afonso V de Aragão, na Espanha, que o estudo básico teve início, foram estabelecidos os princípios fundamentais de uma medicina animal racional que geraram a criação do ‘Tribunal de Proto-albeiterado”, pelos reis Fernando e Isabel, no qual eram examinados os candidatos ao cargo de “albeitar” e foi traduzido para o português como alveitar. 
Podemos dizer que o inicio do ensino formal da medicina veterinária se deu no período após a Guerra dos 30 anos onde houve um aperfeiçoamento da medicina, inclusive da veterinária, resultando na necessidade de ensinar os serviçais a tratarem dos animais feridos ou enfermos.
Há registros da existência de grandes clinicas veterinárias no século XVI. Nesse século, também foram publicados diversos tratados sobre doenças de animais. Mas pouco se sabe sobre o inicio da Medicina Veterinária na região de Constantinopla.
Na Alemanha, os Marstalle formavam alunos para trabalhar na tropa e, na França, Os Maréchaux-traitants eram organizados em instituições profissionais. Na Inglaterra, não era raro que médicos cirurgiões humanos, mal pagos, no interior, migrassem para grandes centros onde transformavam-se em médicos de grandes animais. 
Em 04 de agosto de 1761, na França, um decreto do Conselho de Estado do Rei Luís XV estabeleceu as condições para a criação da primeira escola de veterinária do mundo. A Escola para as Doenças de Animais (École pour les Maladies des Bestiaux) foi criada na cidade de Lyon – França por um advogado chamado Claude Bourgelat. Um importante surto de peste bovina com prejuízos de grande monta foi um dos argumentos para a criação da nova escola.
O início das atividades dessa escola despertou grande interesse, o que levou à criação, em 1765, de outra escola, instalada no ano seguinte no castelo de Alfort, nos arredores de Paris. Os profissionais formados nessas primeiras escolas de veterinária francesas foram responsáveis pela criação do ensino de veterinária em diferentes países da Europa. Mais tarde, esse ensino iria se expandir, chegando a outros continentes. Claude Bourgelat foi um advogado e amante de cavalos, que não se conformava com a ineficiência no tratamento empírico em seus cavalos de raça, e usou sua influencia para convencer o Rei Luís XV a criar a escola Veterinária de Lyon, que passou a funcionar em 1762, tendo seus alunos recrutados em meio a ferradores, especialistas em cuidar de cascos de equinos, sendo então a ferradura umas das matérias estudadas. Se seguiram o surgimento, na Europa de vários outros cursos, tais como as escolas de Viena, em 1768, Turim 1769 e Gôttingen em 1771. Outras pessoas também seguiram os passos de Claude Bourgelat um deles foi Maison Alfort, nos arredores de Paris, em 1765. Depois disso, muitas outras se espelharam e o curso se espalhou por todo o mundo. Até o final do século XVIII, surgiram 20 estabelecimentos de ensino veterinário pela Europa.
Os primeiros veterinários oficialmente reconhecidos formaram-se nas grandes escolas veterinárias fundadas entre 1762 e 1821, como o Royal Veterinary College, em 1791 em Londres, e a escola de Lyon tornou-se símbolo de modernidade.
No Brasil, foi o imperador Dom Pedro II que, ao visitar a Escola Veterinária de Alfort, em 1875, decidiu criar uma também, por meio do Decreto 8.319 de 20 de outubro de 1910, assinado pelo então presidente Nilo Peçanha. Esse documento tornou obrigatório o ensino da Medicina Veterinária. No mesmo ano, na cidade do Rio de Janeiro, houve a criação da Escola Superior de Agricultura e Veterinária e a Escola de Veterinária do Exército. No início, o foco eram os bovinos que frequentemente sofriam com anaplasmose e babesiose. Depois, veio a clínica de pequenos animais e a saúde pública, com a campanha contra o mormo, doença que atacava os cavalos e os soldados.
Através de um decreto datado de 06 de janeiro de 1910, foi criada a Escola de Veterinária do Exército. Os oficiais veterinários do exército francês orientaram e prestaram colaboração em todas as etapas do processo, culminando com a inauguração, no Rio de Janeiro, das instalações da escola, em 17 de julho de 1914.
Em 1915, o Brasil formou seu primeiro médico-veterinário, Dionysio Meilli, graduado pela Escola Superior de Agricultura e Veterinária de São Bento, em Olinda (PE). Ele beneficiou-se como portador de diploma de farmacêutico e colou grau antes que a Escola formasse sua primeira turma, em 1917. Em 1929, a Escola Superior de Agricultura e Veterinária, no Rio de Janeiro, diplomou a primeira médica-veterinária brasileira, Nair Eugênia Lobo.

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