Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
0 MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA HELTON NAZARENO CASTANHEIRA SOUSA INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE UM EXOESQUELETO PARTE INFERIOR DO CORPO Rio de Janeiro 2014 1 INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA HELTON NAZARENO CASTANHEIRA SOUSA INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE UM EXOESQUELETO PARTE INFERIOR DO CORPO Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em engenharia Mecânica do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia Mecânica. Orientador: Maj. Jorge Audrin Morgado de Gois- Dr.Ing. Rio de Janeiro 2014 2 c2014 INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA Praça General Tibúrcio, 80 – Praia Vermelha Rio de Janeiro – RJ CEP: 22290-270 Este exemplar é de propriedade do Instituto Militar de Engenharia, que poderá incluí-lo em base de dados, armazenar em computador, microfilmar ou adotar qualquer forma de arquivamento. É permitida a menção, reprodução parcial ou integral e a transmissão entre bibliotecas deste trabalho, sem modificação de seu texto, em qualquer meio que esteja ou venha a ser fixado, para pesquisa acadêmica, comentários e citações, desde que sem finalidade comercial e que seja feita a referência bibliográfica completa. Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do(s) autor(es) e do(s) orientador(es). 620.82 Sousa, Helton Nazareno Castanheira S725i Instrumentação e controle de um exoesqueleto parte inferior do corpo / Helton Nazareno Castanheira Sousa, orientado por Jorge Audrin Morgado de Góis – Rio de Janeiro: Instituto Militar de Engenharia, 2014. 233p. : il. Dissertação (Mestrado) – Instituto Militar de Engenharia, Rio de Janeiro, 2014. 1. Curso de Engenharia Mecânica – teses e dissertações. 2. Robótica. 2. Sistemas homem-máquina. I. Góis, Jorge Audrin Morgado de. II. Título. III. Instituto Militar de Engenharia. 3 INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA HELTON NAZARENO CASTANHEIRA SOUSA INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE UM EXOESQUELETO PARTE INFERIOR DO CORPO Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia Mecânica do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia Mecânica. Orientador: Jorge Audrin Morgado de Gois – Dr.Ing. Aprovada em 15 de maio de 2014 pela seguinte Banca Examinadora: ________________________________________________________________ Prof. Jorge Audrin Morgado de Gois - Dr.Ing. do IME – Presidente ________________________________________________________________ Prof. Aldélio Bueno Caldeira - D.Sc. do IME ________________________________________________________________ Profa. Sandra Regina Freitas da Silva Morgado de Gois - D.Sc. da UNESA Rio de Janeiro 2014 4 Dedico este trabalho a Deus, minha esposa e todos famíliares. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Jesus meu Senhor e Salvador, que me sustentou na caminhada concedendo sebedoria e força, para superar todas as dificuldades neste Mestrado. A minha esposa Marina, que compreendeu e incentivou meus estudos, a cada dia de aulas e avaliações no IME. Agradeço a minha mãe e todos familiares , em especial ao meu irmão Helio, pois o que conquistei até o momento foi fruto do seu exemplo de vitória e sucesso no que faz. Agradeço também o orientador Major Jorge Audrin Morgado de Gois, que direcionou a minha formação como Mestre, contribuindo ao meu crescimento na vida acadêmica. Também aos Amigos Pedro, Wallace e Paulo pelo companheirismo e aconselhamentos. 6 SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES ............................................................................................................... 12 LISTA DE TABELAS ......................................................................................................................... 18 LISTA DE ABREVIATURAS ........................................................................................................... 19 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 22 1.1 Objetivo ................................................................................................................. 23 1.2 Divisão de capítulos .............................................................................................. 23 2 EXOESQUELETOS ........................................................................................................ 25 2.1 Exoesqueletos para fins de tratameto na recuperação de movimentos ................. 25 2.3 Principais exoesqueletos desenvolvidos no mercado ............................................ 26 2.3.1 Walk Assist ............................................................................................................ 26 2.3.2 Roboknee ............................................................................................................... 26 2.3.3 Hal ......................................................................................................................... 27 2.3.4 Rewalk ................................................................................................................... 28 2.3.5 Rex ........................................................................................................................ 28 2.3.6 Eleg ........................................................................................................................ 29 2.3.7 Bleex 1 e 2 ............................................................................................................. 30 2.3.8 Raytheon ................................................................................................................ 30 2.3.9 X1 robotic exoeskeleton ........................................................................................ 31 2.4 Principais projetos acadêmicos de exoesqueletos ................................................. 32 2.4.1 Projeto mecânico de exoesqueleto robótico para membros inferiores. ................. 32 2.4.2 Atuadores elásticos em série aplicados no desenvolvimento de um exoesqueleto para membros inferiores. ....................................................................................... 33 2.4.3 Caracterização de um exoesqueletoparte inferior do corpo, para a simulação de um espaço espacial para adaptação locomotora. ................................................... 34 2.4.4 Aprender a andar com um exoesqueleto robótico tornozelo ................................. 35 2.4.5 Desenvolvimento de um robô móvel exoesqueleto de 3 graus de liberdade para o movimento de membro superior humano. ............................................................. 36 7 2.4.6 Estudos experimentais sobre o papel da reação do tornozelo na transição entre a caminhada e a corrida, por meio de um tornozelo – pé-exoesqueleto. ................. 37 2.4.7 Concepção e desenvolvimento de um exoesqueleto mão para reabilitação após cidente vascular cerebral .......................................................................................37 2.4.9 Modelagem e controle de um atuador pneumático muscular curvo para exoesqueleto cotovelo. .......................................................................................... 39 3 INSTRUMENTAÇÃO ....................................................................................... 40 3.1 Atuadores pam’s .................................................................................................. 40 3.2 Eletromiografia .................................................................................................... 43 3.2.1 Sistema nervoso motor ........................................................................................ 43 3.2.2 Eletromiográfia .................................................................................................... 45 3.2.3 Exemplo de um eletromiografo ........................................................................... 47 3.2.3.1 Amplificador operacional .................................................................................... 47 3.2.3.2 Aplicações básicas com amplificadores operacional .......................................... 49 3.2.3.2.1 Amplificador inversor ......................................................................................... 49 3.2.3.2.2 Amplificador não-inversor .................................................................................. 51 3.2.3.2.3 Somador de tensão .............................................................................................. 52 3.2.3.2.4 Subtrator de tensão .............................................................................................. 52 3.2.3.2.5 Comparadores de tensão ...................................................................................... 53 3.2.3.2.5.1 Tipos de comparadores de tensão ........................................................................ 54 3.2.3.2.5.1.1 Comparadores de zero ......................................................................................... 54 3.2.3.2.5.1.2 Comparadores de nivel ........................................................................................ 55 3.2.3.2.5.1.3 Comparador schmitt trigger ................................................................................ 56 3.2.3.2.6 Diferenciador e integrador ativos ........................................................................ 57 3.2.3.2.6.1 Diferenciador ativo .............................................................................................. 57 3.2.3.2.6.2 Integrador ativo ................................................................................................... 58 3.2.3.3 Amplificador de instrumentação ......................................................................... 59 3.2.4 Ativação de pam’s por emg ................................................................................. 62 3.3 Medição de aceleração ........................................................................................ 63 3.3.1 Acelerômetros ..................................................................................................... 63 3.3.1.1 Modelagem .......................................................................................................... 64 3.3.1.2 Sensibilidade ....................................................................................................... 65 8 3.3.1.3 Massa ..................................................................................................................... 65 3.3.1.4 Processo de fabricação do micro-acelerômetro ..................................................... 66 3.3.1.5 Dinâmica da estrutura de medição do acelerômetro (tecnologia capacitiva) ........ 67 3.3.2 Giroscópio ............................................................................................................. 69 3.3.2.1 Modelagem ............................................................................................................ 72 3.3.2.2 Processo de fabricação de microgiroscópio .......................................................... 73 3.3.2.3 Dinâmica da estrutura de medição do gisroscópio (tecnologia capacitiva) .......... 74 3.4 Medição de pressão ............................................................................................... 75 3.4.1 Definição ............................................................................................................... 75 3.4.2 Medições de pressão .............................................................................................. 76 3.4.3 Sensor de pressão piezoresistivo ........................................................................... 77 3.4.3.1 Processo de fabricação .......................................................................................... 78 3.4.3.2 Ponte de wheatstone .............................................................................................. 79 4 LÓGICA NEBULOSA E FILTROS DIGITAIS ........................................................... 80 4.1 Lógica nebulosa ..................................................................................................... 80 4.1.1 Fundamentos ......................................................................................................... 83 4.1.1.1 Conjuntos nebulosos ............................................................................................. 83 4.1.1.2 Plano de uma função de pertinência ...................................................................... 83 4.1.1.3 Propriedades de conjuntos nebulosos .................................................................... 84 4.1.1.4 Funções de pertinência básicas ............................................................................. 85 4.1.1.4.1 Trapezoidal (fig. 4.1.1.4.1.1) ................................................................................. 85 4.1.1.4.2 Triangular (fig.4.1.1.4.1.2). ................................................................................... 85 4.1.1.4.3 Função de pertinência gausiana (fig.4.1.1.4.1.3). ................................................. 86 4.1.1.5 Princípio da extensão fuzzy ................................................................................... 87 4.1.1.6 Relação fuzzy ........................................................................................................ 87 4.1.1.7 Operadores t-norm ................................................................................................. 88 4.1.1.8 Operadores t-conorm(s-norm) ............................................................................... 88 4.1.1.9 Composição max-min ........................................................................................... 88 4.1.1.10 Composição max-product ..................................................................................... 89 4.1.1.11 Variável lingüistica ............................................................................................... 89 4.1.1.12 Concentração e dilatação dos valores lingüisticos ................................................ 90 9 4.1.1.13 Intesificação – contraste ........................................................................................ 90 4.1.1.14 Orthogonalidade .................................................................................................... 90 4.1.1.15 Regras se-então .....................................................................................................91 4.1.1.16 Raciocínio fuzzy .................................................................................................... 91 4.1.1.16.1 Simples regra com antecedente simples ................................................................ 92 4.1.1.16.2 Regra simples com multiplos antecedentes ........................................................... 92 4.1.1.16.3 Multiplas regras com multiplos antecedentes ....................................................... 94 4.1.2 Sistema de inferência fuzzy ................................................................................... 95 4.1.2.1 Modelo fuzzy mamdani ......................................................................................... 95 4.1.2.1.1 Centróide da área ................................................................................................... 96 4.1.2.1.2 Bissetriz da área .................................................................................................... 96 4.1.2.1.3 Média máximo ....................................................................................................... 97 4.1.2.1.4 Menor do máximo ................................................................................................. 97 4.1.2.1.5 Maior do máximo .................................................................................................. 97 4.2 Filtros digitais ........................................................................................................ 97 4.2.1 Filtros de abordagem digital direta ........................................................................ 98 4.2.2 Filtros de abordagem de analógico para digital .................................................. 101 4.2.2.1 Filtro passa-baixa butterworth ............................................................................. 103 4.2.2.2 Filtro passa-baixa chebyshev .............................................................................. 104 4.2.2.3 Filtro passa-baixa bessel ...................................................................................... 105 4.2.2.4 Comparação entre os filtros iir butterworth, chebyshev tipo i e ii e bessel ......... 107 5 CONCEPÇÃO GLOBAL RESULTADOS DA INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE...................................................................................................................108 5.1 Organização global da instrumentação ............................................................... 108 5.1.1 Processamento central ......................................................................................... 109 5.1.2 Processamento local 1 ......................................................................................... 111 5.1.4 Processamento local 3 e 4 ................................................................................... 113 5.2 Aproveitamento de tecnologias ........................................................................... 113 5.2.1 Possibilidades de contribuição ............................................................................ 114 5.3 Posicionamento de sensores inerciais ................................................................. 117 5.3.1 Previsão dos pontos de articulação ...................................................................... 118 10 5.3.1.1 Modelo para o “pé” ............................................................................................. 119 5.3.1.2 Modelo para a “panturrilha” ................................................................................ 120 5.3.1.3 Modelo para o “quadril” ...................................................................................... 122 5.3.1.4 Previsão dos centros de gravidade ...................................................................... 123 5.3.1.5 Orientações dos centros de gravidade ................................................................. 124 5.3.1.6 Angulos de euler .................................................................................................. 125 5.4 Protótipo de processamento local ........................................................................ 125 5.4.1 Fonte .................................................................................................................... 126 5.4.2 Hardware para comunicação sem fio .................................................................. 126 5.4.3 Hardware para processamento local .................................................................... 128 5.4.4 Hardware para medição de aceleração ................................................................ 128 5.4.5 Hardware para medição de velocidade angular ................................................... 130 5.4.6 Hardware de eletromiografia ............................................................................... 133 5.4.7 Motagem do hardware de processamento local (unidade básica de análise - protótipo) ............................................................................................................. 135 5.4.8 Interface para avaliação de sinais ........................................................................ 136 5.4.8.1 Labview ............................................................................................................... 137 5.5 Biblioteca para linguagem c ................................................................................ 139 5.6 Lógica nebulosa no matlab para implementação de uma válvula proporcional . 142 5.7 Lógica nebulosa embarcada em hardware arduino ............................................. 146 5.8 Aplicação física da lógica nebulosa embarcada para controle de uma válvula proporcional. ........................................................................................................ 152 5.9 Implementação final da instrumentação e controle do exoesqueleto .................. 159 5.9.1 Hardware final de processamento local .............................................................. 159 5.9.1.1 Arduíno fio .......................................................................................................... 159 5.9.1.2 Instalação das unidades de processamentos locais .............................................. 160 5.9.1.3 Unidade de sensoriamento das fases da marcha .................................................. 162 5.9.1.4 Unidade de processamento global ....................................................................... 164 5.9.2 Supervisório ........................................................................................................ 168 5.9.3 Softwares embarcados ......................................................................................... 169 5.9.3.1 Processamentos locais ( 1, 2, 3 e 4) ..................................................................... 170 5.9.3.2 Processamento global .......................................................................................... 171 5.9.4 Filtros digitais embarcados .................................................................................. 173 11 6 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 177 6.1 Problemas no projeto e sugestões para trabalhos futuros .................................... 178 6.1.1 Problemas no projeto ...........................................................................................178 6.1.1.1 Acloplamento de servos motores ........................................................................ 178 6.1.1.2 Posicionamento dos medidores de sinais inerciais .............................................. 178 6.1.1.3 Montagem do sistema eletromiográfico .............................................................. 179 6.1.1.4 Caixas de proteção dos sistemas de processamento locais ................................. 179 6.1.2 Sugestão para trabalhos futuros ........................................................................... 180 6.1.2.1 Desenvolvimento do sistema mecânico .............................................................. 180 6.1.2.2 Estudo de posicionamento e resposta da medição dos sinais eletromiográficos . 180 6.2.2.3 Otimização do sistema pneumático ..................................................................... 181 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 182 8 APÊNDICES ................................................................................................................... 187 8.1 Apêndice 1 – lógica nebulosa válvula proporcional ........................................................ 188 8.2 Apêndice 2 – processamento local (protótipo) ................................................................ 195 8.3 Apêndice 3 – processamento local (coxa direita) ............................................................ 197 8.4 Apêndice 4 – processamento local (perna direita)........................................................... 200 8.5 Apêndice 5 – processamento local (coxa esquerda) ........................................................ 203 8.6 Apêndice 6 – processamento local (perna esquerda)....................................................... 204 8.7 Apêndice 7 – lógica nebulosa para exoesqueleto parte inferior ...................................... 206 9 ANEXO............................................................................................................................ 226 9.1 Anexo 1 – Instalação e importação da biblioteca fuzzy ................................................... 233 12 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIG.2.3.1.1 Walk Assist. ............................................................................................ 26 FIG.2.3.2.1 RoboKnee ............................................................................................... 27 FIG.2.3.3.1 Hal ........................................................................................................... 27 FIG.2.3.4.1 ReWalk ................................................................................................... 28 FIG.2.3.5.1 Rex. ......................................................................................................... 29 FIG.2.3.6.1 ELeg ........................................................................................................ 29 FIG.2.3.7.1 Bleex 1 e 2 .............................................................................................. 30 FIG.2.3.8.1 Raytheon. ................................................................................................ 31 FIG.2.3.9.1 X1 Robotic Exoeskeleton. ...................................................................... 32 FIG.2.4.1.1 Projeto Mecânico. ................................................................................... 33 FIG.2.4.2.1 Atuador elástico em série / Planilha flexível com sensores -SIC. .......... 34 FIG.2.4.2.2 Fases da caminhada. ............................................................................... 34 FIG.2.4.3.1 Exoesqueleto armazenador de energia elástica. ...................................... 35 FIG.2.4.4.1 Exoesqueleto para tornozelos. ................................................................ 35 FIG.2.4.5.1 Exoesqueleto parte superior. ................................................................... 36 FIG.2.4.6.1 Exoesqueleto pé – tornozelo. .................................................................. 37 FIG.2.4.7.1 Exoesqueleto (a) Mão esquerda para reabilitar (b) Mão direita produz movimentos. .......................................................................................... 38 FIG.2.4.7.2 Exoesqueleto (a) Mão esquerda há reabilitar (b) Mão direita produz movimentos. .......................................................................................... 38 FIG.2.4.8.1 Concepção do exoesqueleto para o controle do robô tele controlado ..... 39 FIG.2.4.9.1 Sistema pneumático de atuação exoesqueleto. ....................................... 39 FIG.2.4.9.2 Implementação do exoesqueleto. ............................................................ 40 FIG.3.1.1 Semelhança do PAM com sistema mola ................................................. 40 FIG.3.1.2 Expansão/Contração em função da força exercida. ................................ 41 FIG.3.1.3 Gráfico de comparação do PAM FESTO com Cilindro Ideal (Modelagem Geométrica). .................................................................... 42 FIG.3.1.4 Gráfico de comparação do Simulado com Experimental (Modelagem Física). ................................................................................................... 42 FIG. 3.2.1.1 Sistema Neuro – Motor ........................................................................... 43 FIG.3.2.1.2 Músculos agonista e antagonista ............................................................. 44 13 FIG.3.2.1.3 Arco Reflexo ........................................................................................... 44 FIG.3.2.2.1 Geração do Sinal Mioelétrico de um músculo, a partir da somatória dos trens de MUAPs .................................................................................... 45 FIG.3.2.2.2 Gráfico representativo do sinal EMG bruto, retificado e suavizado ....... 46 FIG. 3.2.3.1.1 Amplificador Operacional ...................................................................... 47 FIG.3.2.3.2.1.1 Amplificador Inversor ............................................................................. 50 FIG.3.2.3.2.2.1 Amplificador Não-Inversor ..................................................................... 51 FIG.3.2.3.2.3.1 Somador de Tensão ................................................................................. 52 FIG.3.2.3.2.4.1 Subtrator de Tensão ................................................................................ 53 FIG.3.2.3.2.5.1 Circuito básico de comparador de tensão ............................................... 54 FIG.3.2.3.2.5.1.1.1 Comparador de zero não-inversor. .......................................................... 54 FIG.3.2.3.2.5.1.1.2 Comparador de zero inversor. ................................................................. 55 FIG.3.2.3.2.5.1.2.1 Comparador de nível não-inversor ......................................................... 55 FIG.3.2.3.2.5.1.2.2 Comparador de nível inversor ................................................................. 56 FIG.3.2.3.2.5.1.3.1 Schmitt Trigger ....................................................................................... 56 FIG.3.2.3.2.6.1.1Diferenciador Ativo ................................................................................ 57 FIG.3.2.3.2.6.2.1 Integrador Ativo ...................................................................................... 58 FIG.3.2.3.3.1 Esquema simplificado do amplificador de instrumentação. ................... 59 FIG.3.2.3.3.2 Configuração de pinagem AD8221. ....................................................... 60 FIG.3.2.3.1 Eletromiografo genérico ......................................................................... 61 FIG.3.2.4.1 Sinal EMG bruto. .................................................................................... 62 FIG.3.2.4.2 Sinal EMG filtrado. ................................................................................. 62 FIG.3.2.4.3 Sinal EMG retificado. ............................................................................. 63 FIG.3.2.4.4 Sinal EMG suavização através da média móvel. .................................... 63 FIG.3.3.1.1 Sistema massa-mola-amortecedor .......................................................... 64 FIG.3.3.1.4.1 Micromotores e micro-engranagens ....................................................... 66 FIG.3.3.1.4.2 Dimensão de estrutura micro usinadas ................................................... 67 FIG.3.3.1.4.3 Estrutura comb-drive para o uso em acelerômetros. ............................. 67 FIG.3.3.1.5.1 Desenho de uma célula básica iMEMS. ................................................. 68 FIG.3.3.1.5.2 Imagem estrutura acelerômetro .............................................................. 68 FIG.3.3.2.1 Giroscópio mecânico .............................................................................. 70 FIG.3.3.2.2 Pendulo de Foucault. ............................................................................... 71 FIG.3.3.2.3 Giroscópio molecular. ............................................................................. 71 14 FIG.3.3.2.1.1 Modelo simplificado da estrutura de um giroscópio .............................. 72 FIG.3.3.2.2.1 Esquemático de um giroscópio de princípio capacitivo. ........................ 73 FIG.3.3.2.2.2 Estrutura de um giroscópio. .................................................................... 74 FIG.3.3.2.3.1 Ciclo de oscilação de um giroscópio ...................................................... 74 FIG.3.3.2.3.2 Estrutura de vibração de silício. .............................................................. 75 FIG.3.4.2.1 Sensor de pressão MPX5700. ................................................................. 77 FIG.3.4.2.2 Saída x pressão sensor MPX5700. .......................................................... 77 FIG.3.4.3.1 Sensor de pressão piezoresistivo ............................................................. 78 FIG.3.4.3.2 Sensor de pressão .................................................................................... 79 FIG.3.4.3.2.1 Ponte de Wheatstone ............................................................................... 80 FIG. 4.1.1 Funções de Pertinência ........................................................................... 82 FIG.4.1.1.2 Plano da Função de Pertinência. ............................................................. 84 FIG.4.1.1.4.1.1 Função de Pertinência Trapezoidal ......................................................... 85 FIG.4.1.1.4.1.2 Função de Pertinência Triangular. .......................................................... 86 FIG.4.1.1.4.1.3 Função de Pertinência Gaussiana. .......................................................... 87 FIG.4.1.1.16.1.1 Interpretação gráfica regra simples com antecedente simples ................ 92 FIG.4.1.1.16.2.1 Interpretação gráfica regra simples para múltiplos antecedentes ........... 94 FIG.4.1.1.16.3.1 Interpretação gráfica das multiplas regras com multiplos antecedentes. 95 FIG.4.1.2.1.1 Ilustração de Sistema de Inferência Mamdani. ....................................... 96 FIG.4.2.1.1 Estruturas do Filtro FIR .......................................................................... 99 FIG.4.2.1.2 Estruturas do Filtro IIR ......................................................................... 100 FIG.4.2.2.1 Característica de um filtro com variação de parâmetros. ...................... 102 FIG.4.2.2.2 Parâmetros para especificação de um filtro passa-baixa. ..................... 102 FIG.4.2.2.1.1 Aproximação Butterwoeth .................................................................... 103 FIG.4.2.2.1.2 Resposta ao degrau Butterworth ........................................................... 103 FIG.4.2.2.2.1 Aproximação Chebyshev tipo I ............................................................ 104 FIG.4.2.2.2.2 Aproximação Chebyshev tipo II ........................................................... 105 FIG.4.2.2.2.3 Resposta ao degrau Chebyshev ............................................................. 105 FIG.4.2.2.3.1 Aproximação Bessel ............................................................................. 106 FIG.4.2.2.3.2 Resposta ao degrau Bessel .................................................................... 106 FIG.4.2.2.4.1 Comparação entre filtros ....................................................................... 108 FIG.5.1.1 Concepção global .................................................................................. 109 FIG.5.1.1.1 Processamento central........................................................................... 111 15 FIG.5.1.2.1 Processamento local 1 ........................................................................... 112 FIG.5.1.3.1 Processamento local 2 ........................................................................... 112 FIG.5.1.4.1 Processamento Local 3 ......................................................................... 113 FIG.5.2.1.1 Arduino Mega ....................................................................................... 115 FIG.5.2.1.2 MBED -ARM ....................................................................................... 115 FIG.5.2.1.3 LilyPad .................................................................................................. 116 FIG.5.2.1.4 Arduino Nano ....................................................................................... 116 FIG.5.2.1.5 Seleção de Tecnologias de processamento de sinais ............................ 117 FIG.5.3.1.1 Medidas antropométricas. ..................................................................... 118 FIG.5.3.1.1.1 Marcadores para definição do pé em 3D. ............................................. 120 FIG.5.3.1.2.1 Marcadores para definição da panturrilha em 3D. ................................ 121 FIG.5.3.1.3.1 Marcadores para definição do quadril em 3D. ...................................... 122 FIG.5.3.1.4.1 Locação do centro de gravidade da coxa direita. ................................. 123 FIG.5.3.1.5.1 Orientações dos centros de gravidade. ................................................. 124 FIG.5.3.1.6.1 Os três ângulos de Euler (𝜃𝑅, 𝜓𝑅, 𝜙𝑅 ). .............................................125 FIG.5.4.2.1 Modulo de comunicação Xbee serie 1. ................................................ 126 FIG.5.4.3.1 Pinagem Lilypad Arduino. ................................................................... 128 FIG.5.4.4.1 Acelerômetro ADXL3358 com sinal de saída condicionado. ............. 129 FIG.5.4.4.2 Eixos de sensibilidade do acelerômetro. .............................................. 130 FIG.5.4.5.1 Hardware Giroscópio. .......................................................................... 131 FIG.5.4.5.2 Diagrama de bloco recomendado pelo fabricante para condicionamento de sinal. ............................................................................................... 132 FIG.5.4.5.3 Circuito típico recomendado pelo fabricante Murata .......................... 132 FIG.5.4.5.4 Eixo angular. ........................................................................................ 133 FIG.5.4.6.1 Muscle Sensor V3 ................................................................................ 133 FIG.5.4.6.2 Muscle Sensor V3 com cabo ............................................................... 134 FIG.5.4.6.3 Diagrama eletrônico Muscle Sensor V3. ............................................. 134 FIG.5.4.6.4 Amplificador diferencial. ..................................................................... 135 FIG.5.4.7.1 Localização de módulos. ..................................................................... 136 FIG.5.4.7.2 Visão geral do dispositivo de processamento local. ........................... 136 FIG.5.4.8.1.1 Interface Xbee/ Serial. ....................................................................... 137 FIG.5.4.8.1.2 Interface Lógica (LabVIEW). ............................................................ 138 FIG.5.4.8.1.3 Interface gráfica LabVIEW. .............................................................. 138 16 FIG.5.5.1 Função de Pertinência Triangular ...................................................... 140 FIG.5.5.2 Função de Pertinência Triangular ...................................................... 140 FIG.5.5.3 Função de Pertinência Triangular ...................................................... 140 FIG.5.5.4 Função de Pertinência Trapezoidal .................................................... 140 FIG.5.5.5 Função de Pertinência Trapezoidal .................................................... 141 FIG.5.5.6 Função de Pertinência Trapezoidal .................................................... 141 FIG.5.5.7 Função de Pertinência Singleton ........................................................ 141 FIG.5.6.1 Implementação do movimento muscular ........................................... 142 FIG.5.6.2 Implementação da variação de pressão .............................................. 143 FIG.5.6.3 Implementação da Alimentação do PAM .......................................... 143 FIG.5.6.4 Implementação Descarregamento do PAM ....................................... 144 FIG.5.6.5 Sistema Fuzzy para controle de uma válvula proporcional ............... 145 FIG.5.7.1 Placa Arduino na porta serial (USB) ................................................. 146 FIG.5.7.2 Interface serial (compilador) .............................................................. 147 FIG.5.7.3 Instalação de potenciômetros ............................................................. 148 FIG.5.7.5 Análise da interface serial .................................................................. 151 FIG.5.8.1 Estrutura de controle da válvula proporcional ................................... 152 FIG.5.8.2 Estrutura da válvula proporcional ...................................................... 153 FIG.5.8.3 Fluxo de atuação da válvula proporcional ......................................... 153 FIG.5.8.4 Estrutura controle montada ................................................................ 154 FIG.5.8.5 Superfície comportamental não treinada ........................................... 155 FIG.5.8.6 Concentração e dilatação de uma função de pertinência triangular. .. 155 FIG.5.8.7 Superfície comportamental treinada .................................................. 156 FIG.5.8.8 Movimento Muscular ......................................................................... 157 FIG.5.8.9 Variação de pressão ........................................................................... 157 FIG.5.8.10 Alimentação do PAM ........................................................................ 158 FIG.5.8.11 Descarregamento do PAM ................................................................. 158 FIG.5.9.1.1.1 Arduino Fio (ARDUINO FIO) .......................................................... 160 FIG.5.9.1.1.2 Nova unidade de processamento local ............................................... 160 FIG.5.9.1.2.1 Processamentos Locais ...................................................................... 161 FIG.5.9.1.2.2 Instalação de Sensores. ...................................................................... 161 FIG.5.9.1.3.1 Resistência x Força do FSR. .............................................................. 162 FIG.5.9.1.3.2 Circuito Recomendado pelo fabricante.............................................. 162 17 FIG.5.9.1.3.3 Hardware condicionador de sinal. ..................................................... 163 FIG.5.9.1.3.4 Circuito básico de sensoriamento da marcha. .................................... 163 FIG.5.9.1.3.5 Unidade de sensoriamento das fases da marcha. ............................... 164 FIG.5.9.1.4.1 Unidade de processamento global – Estrutura ................................... 165 FIG.5.9.1.4.2 Unidade de processamento global – válvulas .................................... 165 FIG.5.9.1.4.3 Unidade de processamento global – Eletrônica ................................. 166 FIG.5.9.1.4.4 Estrutura “Instrumentada” ................................................................. 166 FIG5.9.1.4.5 Implementação Global ....................................................................... 167 FIG.5.9.1.4.6 Integração do Sistema ........................................................................ 167 FIG.5.9.2.1 Interface Supervisório – Eletromiografia .......................................... 168 FIG.5.9.2.2 Lógica Supervisório – Eletromiografia .............................................. 168 FIG.5.9.2.3 Interface Supervisório– Baterias ........................................................ 169 FIG.5.9.3.1 Fluxo Lógico ...................................................................................... 170 FIG.5.9.3.1.1 Fluxo Lógico da Programação do Processamento Local. .................. 171 FIG.5.9.3.2.1 Fluxo Lógico da Programação do Processamento Global. ................ 172 FIG.5.9.4.1 Saída de sinal dosensor MPX5006 ................................................... 173 FIG.5.9.4.2 Circuitos de condicionamento de sinais -Filtro RC Passa-Baixa ...... 174 FIG.5.9.4.3 Floxo de sinal do hardware ................................................................ 175 FIG.5.9.4.4 Interface basica para análise de filtros ............................................... 175 FIG.5.9.4.5 Lógica de programação - Coleta de sinais ......................................... 176 FIG.5.9.4.6 Aplicação do Filtro FIR(Pressão(PSI) x Tempo (s)) .......................... 176 FIG.5.9.4.7 Aplicação do Filtro Chebyshev(Pressão(PSI) x Tempo (s)) ............... 177 FIG.5.9.4.8 Aplicação do Filtro Bessel(Pressão(PSI) x Tempo (s)) ...................... 177 FIG.6.1.2.2.1 Sinais EMG’s ...................................................................................... 181 18 LISTA DE TABELAS TAB.3.2.3.3.1 Tabela de ganhos em função de um resistor ........................................... 600 TAB.4.1.1.16.2.1 Tabela de relações se – então regra simples com múltiplos antecedentes. ............................................................................................................ 933 TAB.4.1.1.16.3.1 Tabela de relações se – então regra simples com múltiplos antecedentes. ............................................................................................................ 944 TAB.4.2.1.1 Comparativo entre filtros IIR e FIR ...................................................... 1011 TAB.4.2.2.4.1 Comparação de Filtros .......................................................................... 1077 TAB.5.3.1.1 Tabela de medições antropométricas ...................................................... 119 TAB.5.4.2.1 Tabela de pinagem do módulo Xbee. .................................................... 1277 TAB.5.4.5.1 Tabela dos terminais .............................................................................. 1322 TAB.5.5.1 Função de Pertinência Triangular ......................................................... 1400 TAB.5.5.2 Função de Pertinência Triangular com dilatação .................................. 1400 TAB.5.5.3 Função de Pertinência Triangular dilatada ............................................ 1400 TAB.5.5.4 Função de Pertinência Trapezoidal ....................................................... 1400 TAB.5.5.5 Função de Pertinência Trapezoidal ....................................................... 1411 TAB.5.5.6 Função de Pertinência Trapezoidal ....................................................... 1411 TAB.5.5.7 Função de Pertinência Singleton ........................................................... 1411 TAB.5.6.1 Base de Regras ...................................................................................... 1455 TAB.5.7.1 Construção da regra 1 .......................................................................... 14949 19 LISTA DE ABREVIATURAS ABREVIATURAS EMG - Eletromiografia SIC - Sensor de instante de toque PAM - Atuador musculo pneumático SEA - Atuadores elásticos em série AVC - Acidente cardio vascular CI - Circuito integrado MUAP’S - Potêncial de ação da unidade motora LPM - Laboratório de Projetos Mecânicos 20 RESUMO A instrumentação e controle de um exoesqueleto parte inferior do corpo, foi desenvolvido com base na teória de conjuntos nebulosos e filtros digitais para o sistema embarcado utilizado neste trabalho. Serão abordados os sequintes temas: revisão bibliográfica de exoesqueletos, tecnologias para instrumentação embarcada, base teórica de lógica nebulosa e filtros digitais, concepção global do projeto de instrumentação e resultados. Este exoesqueleto é destinado para fins de melhoramento da força humana e, será utilizado para o aumento da autonomia energética de combatentes em guerra ou missão de ordem e paz. 21 ABSTRACT The control and instrumentation of an exoskeleton lower body, was developed based on the theory of fuzzy sets and digital filters for the embedded system being used in this work. Sequintes the topics will be covered: literature review of exoskeletons, technologies for embedded instrumentation, theoretical basis of fuzzy logic and digital filters, the overall design of the project instrumentation and results. This exoskeleton is designed for the purpose of improving human strength, and will be used to increase the energy autonomy of combatants in war or mission order and peace. 22 1 - INTRODUÇÃO Os estudos desenvolvidos em pesquisas de exoesqueletos são divididos em duas principais vertentes: Exoesqueleto para tratamento médico, sendo este aplicado em pacientes com a ausência movimentos ou com compromento da coordenação motora, ocasionado por diversas patologias, principalmente, AVC(Acidente Vascular Cerebral); e Exoesqueleto para aumento de forças . A questão é : qual é o recurso disponível, e que sistema de aquisição de sinais digitais é adequado para aplicação ? São variados ! tais como: Microcontroladores Atmel (PROJETO ARDUINO) , interface supervisório, Instrumentação Virtual com Software da National Instruments, dentre outros. Por meio de revisão bibliográfica serão demonstrados os exoesqueletos desenvolvidos no mercado e no meio acadêmico, ou seja, construidos por empresas e pesquisadores com implementações finais, desta forma, buscando verificar quais as lacunas, possibillidades e contribuições existentes de pesquisas acadêmicas desenvolvidas na referida área. Estão disponíveis para a implementação as seguintes ferramentas: microcontroladores PIC’s , Arduínos, Processaores ARM(Mbed), sensores microcontrolados e redes XBEE(Protocolo ZigBEE). Com o desenvolvimento de sistemas digitais, em particular, sistemas microcontrolados e microprocessados, nos possibilitou implementações virtuais que substituiram os antigos circuitos analógico por linhas de programação. Esses chip’s possuem tamanho reduzido e são amigáveis devido possuirem coopiladores em linguagem “C”, a qual é bastante utilizada na área de pesquisas de robótica. No decorrer desta pesquisa lançaremos mão de sistemas nebulosos embarcados em microcontroladores, que possibilitará um controle inteligente do sistema com comportamento aproximado de um ser humano. Tais microcontroladores são tão robustos, cuja arquitetura pode ser comparada a de um microcomputador, porém, com limitações de memória. Esta pesquisa seguirá a vertente exosesqueleto para aumento de forças de um indivíduo, utilizaremos sinais eletromiográficos para o controle do usuário sobre o exoesqueleto, deste modo o exoesqueleto servirá como uma amplificação de forças do usuário. 23 É observado que esta pesquisa não levará em consideração o gasto energético do exoesqueleto, para tanto será considerado que sempre terá alimentação pneumática suficiente para o controle dos PAM’s. 1.1 – OBJETIVO Este trabalho tem por finalidade desenvolver a solução de engenharia ciêntifica de todo sistema de aquisição de sinais e controle nebuloso para acionamento de músculos artificiais. Primeiramente com base na concepção global da instrumentação, será apresentado o desenvolvimento do sistema embarcado de acionamento dos PAM’s, unidade básica do processamento central chamado de válvulas proporcionais, as quais são baseadasem servos mecanismos aclopados em válvulas de fechamento esférico. Posteriormente, a criação do hardware piloto de processamento local de medição de sinais eletromiográficos e sinais de acelerações. Após o desenvolvimento das unidades básicas do projeto de instrumentação, citados nos paragrafos anteriores, será expressa a técnica de controle nebuloso embarcado com filtros digitais embarcados para integração e controle do exoesqueleto. Por fim , montagem e testes de integração dos dispositivos. 1.2 – DIVISÃO DA DISSERTAÇÃO Esta Dissertação está dividida na seguinte maneira: O tópico Introdução apresenta a introdução. 24 O tópico Exoesqueletos apresenta os Exoesqueletos de acordo com as suas finalidades, os principais exoesqueletos desenvolvidos no mercado, tais como: Walk Assist (Honda 2010), Robo Knee (Pratt et al, 2002), Hal (Kawmoto e Sankai, 2002), ReWalk (Argo, 2010), REX (Rex Bionics, 2010), ELeg( Berkley Bionics, 2010),Bleex 1 e 2 (Zoss et al, 2005),Raytheon(Sarcos Research Corp) e X1 Robotic Exoeskeleton(NASA- 2012) e os principais trabalhos acadêmicos desenvolvidos. O tópico Instrumentação apresenta a instrumentação a ser utilizada no desenvolvimento do exoesqueleto com as técnicas de medição de aceleração, eletromiografia e pressão. O tópico Lógica nebulosa e filtros digitais apresenta a base teórica para implementação do controlador nebuloso e filtros digitais . O tópico Concepção global e resultados da instrumentação e controle apresenta a concepção global e resultados obtidos no desenvolvimento do sistema embarcado com a inteligência artificial. O tópico Conclusão apresenta a conclusão e sugestões para trabalhos futuros. 25 2 - EXOESQUELETOS 2.1 - EXOESQUELETOS PARA FINS DE TRATAMETO NA RECUPERAÇÃO DE MOVIMENTOS Acidentes cardio-vasculares causam paralisias em indivíduos, tais como paralisia de partes do corpo e coordenação motora afetada. Os exoesqueletos podem ser utilizados para reverter atrofias em membros do corpo humano. A Nasa há algum tempo desenvolveu um exoesqueleto para exercícios “extraterrenos”, ou seja, por conta da falta da gravidade os astronautas necessitam exercitar – para que não surjam patologias como atrofias e problemas renais. “Existem Máquinas desenvolvidas destinadas somente no auxílio aos pacientes para que os mesmos possam recuperar os movimentos dos membros inferiores” (SANTOS, Diego Pedroso dos, 2011). 2.2 – EXOESQUELETOS PARA AUMENTAR FORÇAS Com o aumento da população idosa no planeta, surge a necessidade de um exoesqueleto para auxiliar esses idosos na realização de tarefas as quais necessitem esforços além de suas capacidades. Esta realidade de exoesqueletos para aumento de forças, já está sendo desenvolvido no Japão, para que se possa utilizar tal recurso na indústria. Outra aplicação, está na indútria de armamentos em conformidade com a política de defesa de países como os Estados Unidos, que investem neste tipo de equipamento, o que aumenta a autonomia dos soldados. Podemos idealizar um horizonte para nossas forças armadas, tal como: apoio na reconstrução do Haiti, auxílio em missões de pacificação em favelas do Rio de Janeiro, por 26 exemplo: poder adentrar em locais onde veículos blindados não podem ir, aliado à necessidade de aumentar a força de soldados para apreender e carregar peças utilizadas no beneficiamento de entorpecentes. 2.3 – PRINCIPAIS EXOESQUELETOS DESENVOLVIDOS NO MERCADO 2.3.1 – WALK ASSIST De acordo com Diego Pedroso dos Santos(2011) “A Honda desenvolveu o Walk Assist, que apresenta duas versões: a primeira tem a característica de aliviar as forças exercidas no quadril com a utilização de dois motores; a segunda também utiliza dois servos motores no quadril, mas tem como objetivo aliviar o peso corporal”. Podemos ver nas FIG 2.3.1.1.a e 2.3.1.1.b respectivamente. (a) (b) FIG.2.3.1.1 – Walk Assist (SANTOS, Diego Pedroso dos, 2011). 2.3.2 – ROBOKNEE 27 Segundo Diego Pedroso dos Santos(2011) e Bruno Jardim(2009), respectivamente, “ O RoboKnee tem um motor que aumenta a força na articulação do joelho, assim, alcançando seu objetivo” e “Ele atua na junta do joelho, determinando a intenção do usuário através das forças de reação do solo, e da posição da junta do joelho na aplicação da força quando necessário”. Podemos visualizar nas FIG 2.3.2.1.a e FIG.2.3.2.1.b. (a) (b) FIG.2.3.2.1 – RoboKnee (SANTOS, Diego Pedroso dos, 2011). 2.3.3 - HAL Para Santos (2011), “ É um exoesqueleto que compreende o corpo todo e não somente a parte inferior. O Hal desenvolvido por Kawmoto e Sankai tem como finalidade aumentar a força do usuário. Para isso o Hal utiliza motores elétricos de corrente contínua acoplados a redutores de velocidade. Isso pode ser visualizado na FIG. 2.3.3.1. FIG.2.3.3.1 – Hal (SANTOS, Diego Pedroso dos, 2011). 28 2.3.4 –REWALK Construído por uma empresa israelense chamada “Argo Medical Technologies” e desenvolvido pelo Dr. Amit Goffer, da Argo Medical Technologies, em Israel , este equipamento é usado na Medicina para auxiliar paraplégicos a caminhar, subir e descer terrenos, sentar e levantar (SANTOS, Diego Pedroso dos, 2011). Trabalha com motores de corrente contínua, com um sistema de controle que se comunica com um computador. Pode- se visualizar na FIG. 2.3.4.1. FIG.2.3.4.1 – ReWalk (SANTOS, Diego Pedroso dos, 2011). 2.3.5 – REX De acordo com Diego Pedroso dos Santos(2011), “Em 2003 a empresa RexBionics, desenvolveu um exoesqueleto chamado REX, que pesa cerca de 40kg. O usuário não necessita de auxílio de muletas ou andador, já que o equipamento é robusto o bastante para controlar o centro de gravidade independentemente do usuário”.Este equipamento possui um suporte apoio para as mão com um joystick para o usuário controlar. Trata-se de um exoesqueleto para paraplégicos. Visualizado na FIG. 2.3.5.1. 29 FIG.2.3.5.1 – Rex (SANTOS, Diego Pedroso dos, 2011). 2.3.6 – ELEG Consoantes às teorias do autor Santos(2011) “Em 2005 a empresa Berkley Bionics nos Estados Unidos, desenvolveu o ELeg, que possui 4 graus de liberdade, sendo um em cada coxa e um em cada joelho, ambas com atuadores elétricos”. Podemos visualizar na FIG. 2.3.6.1. FIG.2.3.6.1 –ELeg (SANTOS, Diego Pedroso dos, 2011). 30 2.3.7–BLEEX 1 E 2 Santos expõe “Chu et al desenvolveram o Bleex , um exoesqueleto com atuadores hidráulicos lineares nas articulações dos tornozelos, joelhos e coxas. Esse equipamento tem como objetivo aumentar a capacidade dos soldados para andar em terrenos diversos por mais tempo e com menor esforço físico”. De acordo com Bruno Jardim(2009). o Bleex 2 possui uma estrutura mais enxuta, ou seja , mais leve e não possui exposição de cabos, circuitos e atuadores. Este exoesqueleto possui mais de 40 sensores e atuadores, e possui ainda uma rede local para os mesmos. Podemos visualizar nas FIG. 2.3.7.1.a e FIG. 2.3.7.1.b . Estes exoesqueletos foram financiados pela Agência de Defesa dos EUA (Defense Advanced Research Projects Agency, DARPA). (a) (b) FIG.2.3.7.1 – Bleex 1 e 2 (SANTOS, Diego Pedroso dos, 2011). 2.3.8 – RAYTHEON De acordo com Bruno Jardim(2009) “ O grupo de pesquisa da Sarcos Research Corp. , liderado pelo Roboticista Stephen Jacobsen, tem trabalhado no que se pode ser o mais 31 poderoso exoesqueleto jamais construído”. Este equipamento pode auxiliar um usuário a carregar um peso de 85 kg sem sentir a carga. Este exoesqueleto também é financiado pela Agência de Defesa dos EUA (Defense Advanced Research Projects Agency, DARPA). Podemos observar nas FIG. 2.3.8.1.a e FIG. 2.3.8.1.b. (a) (b) FIG.2.3.8.1 –Raytheon (JARDIM, Bruno, 2009). 2.3.9 – X1 ROBOTICEXOESKELETON Concomitante ao documento eletrônico disponível na internet (http://www.tecnodrop.com/2012/10/nasa-cria-exoesqueleto-que-sera-acessivel-a- populacao.html), “Este equipamento será capaz de atribuir movimento aos astronautas e as pernas de pessoas com dificuldade de locomoção”. Com esse equipamento a Nasa pretende otimizar a musculatura de astronautas para evitar atrofia de músculos. “O exoesqueleto tem 10 juntas, quatro delas são motorizadas nos quadris e joelhos e as outras seis juntas são para flexão completa das pernas e pés”.Podemos visualizar na FIG. 2.3.9.1. http://www.tecnodrop.com/2012/10/nasa-cria-exoesqueleto-que-sera-acessivel-a-populacao.html http://www.tecnodrop.com/2012/10/nasa-cria-exoesqueleto-que-sera-acessivel-a-populacao.html 32 FIG.2.3.9.1 – X1 Robotic Exoeskeleton (TECNODROP, 2012). 2.4 – PRINCIPAIS PROJETOS ACADÊMICOS DE EXOESQUELETOS 2.4.1 – PROJETO MECÂNICO DE EXOESQUELETO ROBÓTICO PARA MEMBROS INFERIORES. O autor Diego Pedroso dos Santos apresentou, em 2011, na Ecola Politécnica da Universidade de São Paulo um projeto mecânico de um exosesqueleto para membros inferiores, este utilizou motores elétricos com atuadores e sensores encoders, capacitivos e de proximidade. Na FIG. 2.4.1.1.a podemos visualizar por completo o projeto mecânico, e na figura 2.4.1.1.b a disposição dos sensores capacitivos de proximidade. Esses sensores capacitivos auxiliam no controle da pisada do esxoesqueleto, e estão rachurados na cor azul. 33 (a) (b) FIG.2.4.1.1 – Projeto Mecânico (SANTOS, Diego Pedroso dos, 2011). 2.4.2 – ATUADORES ELÁSTICOS EM SÉRIE APLICADOS NO DESENVOLVIMENTO DE UM EXOESQUELETO PARA MEMBROS INFERIORES. Bruno Jardim desenvolveu sua tese na construção de atuadores elásticos em série para o desenvolvimento de um exoesqueleto. Podemos visualizar os atuadores elásticos em série (SEA) na FIG. 2.4.2.1.a. “É composto por 6 peças de suporte , 1 efetuador, 1 motor DC de 150W, acoplamento elástico fusos de esferas recirculares com castanha, mancais e rolamentos para suporte do fuso” (JARDIM, Bruno, 2009). Na FIG. 2.4.2.1.b é demonstrado pelo autor a utilização de sensores de instante de contato (SIC). Trata-se de um sensor que apresenta uma queda de resistência elétrica com o aumento da força aplicada na sua superfície, sendo utilizado pelo autor como chaves para maior precisão e identificação do estágio da marcha humana (Fase de Suporte e Fase de Balanço – FIG. 2.4.2.2.a) no contato com o solo. A concepção final do exoesqueleto podemos visualizar na FIG. 2.4.2.2.b. 34 (a) (b) FIG.2.4.2.1 – Atuador elástico em série / Planilha flexível com sensores -SIC (JARDIM, Bruno, 2009). (a) (b) FIG.2.4.2.2 – Fases da caminhada (JARDIM, Bruno, 2009). 2.4.3 –CARACTERIZAÇÃO DE UM EXOESQUELETOPARTE INFERIOR DO CORPO, PARA A SIMULAÇÃO DE UM ESPAÇO ESPACIAL PARA ADAPTAÇÃO LOCOMOTORA. Carr E. Chistopher(2007), em parceria com alguns estudiosos, desenvolveu um exoesqueleto para estudar a dinâmica espacial para a compreensão da influência da dinâmica sobre os trajes de astronautas. Este exoesqueleto foi projetado para armazenamento de energia elástica, e esta peculiaridade deve-se a observação de vídeos que exemplificam a utilização da energia elástica que os astronautas utilizam quando aplicam com seus joelhos um torque para saltos, ou seja, utilizam seus joelhos como molas. Visualizaremos esse projeto nas FIG. 2.4.3.1.a e FIG. 2.4.3.1.b. 35 (a) (b) FIG.2.4.3.1 – Exoesqueleto armazenador de energia elástica (CHRISTOPHER E. Carr et. al , 2007). 2.4.4 –APRENDER A ANDAR COM UM EXOESQUELETO ROBÓTICO TORNOZELO Keth Gordon (2006) também em parceria com demais estudiosos desenvolveram um exoesqueleto para aprendizagem e adaptação motora de indivíduos diferentes. O estudo foca o aprendizado de como os sinais eletromiográficos, e nestes casos dependendo de cada indivíduo, teremos sinais diferentes para cada adaptação e aprendizagem. A FIG. 2.4.4.1 ilustra um sistema de aquisição de sinais. FIG.2.4.4.1 – Exoesqueleto para tornozelos (GORDON, Keith E. et. al, 2006). 36 2.4.5 –DESENVOLVIMENTO DE UM ROBÔ MÓVEL EXOESQUELETO DE 3 GRAUS DE LIBERDADE PARA O MOVIMENTO DE MEMBRO SUPERIOR HUMANO. Kazuo Kiguchi (2006) e colaboradores desenvolveram um exoesqueleto superior montado sobre uma cadeira de rodas, os objetivos principais são tratamento fisioterápico e suporte para idosos ou indivíduos lesionados. Possui um algoritmo anticolisão para evitar o contato deste com a cadeira de rodas. Os autores citaram algumas dificuldades que precisam ser mostradas aqui: (I) A obtenção de sinais iguais de EMG para o mesmo movimento é difícil, por mais que o usuário seja sempre o mesmo; (II) O nível de atividade de cada um dos músculos e o modo de utilização, para um determinado movimento, é diferente entre as pessoas; (III) A atividade dos músculos antagonistas afeta o torque articular; (IV) O tempo reação e previsão de movimento não são fáceis, pois, muitos músculos estão envolvidos em um movimento articular; (V) Um músculo não reage apenas com um movimento, mas também com outros tipos de movimento; FIG.2.4.5.1 – Exoesqueleto parte superior (KIGUCHI, Kazuo et. al, 2007). 37 2.4.6 –ESTUDOS EXPERIMENTAIS SOBRE O PAPEL DA REAÇÃO DO TORNOZELO NA TRANSIÇÃO ENTRE A CAMINHADA E A CORRIDA, POR MEIO DE UM TORNOZELO – PÉ-EXOESQUELETO. Este estudo procura a transição da caminhada para a corrida, através de um exoesqueleto tornozelo – pé. De acordo com Malcolm(2009), este equipamento diminui o consumo metabólico do usuário e aumenta a velocidade desejada. Podemos observar na FIG. 2.4.6.1 a utilização de músculo pneumático neste equipamento. FIG.2.4.6.1 – Exoesqueleto pé – tornozelo (MALCOLM, P. et. Al, 2009). 2.4.7 – CONCEPÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE UM EXOESQUELETO MÃO PARA REABILITAÇÃO APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL Segundo Md Akhlaquor Rahman (2012), este trabalho tem o objetivo auxiliar pessoas que sofreram AVC (Acidente Vascular Cerebral), atrvés de um exoesqueleto-mão esquerda, reproduzindo os movimentos da mão direita. Podemos conceber da FIG. 2.4.7.1 a concepção do projeto e na FIG. 2.4.7. observamos o hadware utilizado em uma rede XBee(em ambos os braços). 38 FIG.2.4.7.1 – Exoesqueleto (a) Mão esquerda para reabilitar (b) Mão direita produz movimentos (RAHMAN, Md Akhlaquor et. al, 2012). FIG.2.4.7.2 – Exoesqueleto (a) Mão esquerda há reabilitar (b) Mão direita produz movimentos (RAHMAN, Md Akhlaquor et. al, 2012). 2.4.8 – DESIGN E CONTROLE HÍBRIDOPNEUMÁTICO DE FORÇAS COM RETROALIMENTAÇÃO DE SISTEMAS PARA BRAÇO EXOESQUELETO, USANDO ACIONAMENTO ON / OFF Consoante com Chen Ying (2007) “O braço-exoesqueleto com feedback de força tem sido amplamente concebido e utilizado nos campos de robô interface teleoperação”. Este equipamento é concebido como um sistema de controle distribuído, ou seja , são utilizados vários microcontroladores Mega8 processando as informações localmente em cada parte do exoesqueleto. Este trabalho utiliza conjuntos fuzzy no seu controle de sinais pneumáticos. Podemos depreender a concepção na FIG. 2.4.8.1. 39 FIG.2.4.8.1 – Concepção do exoesqueleto para o controle do robô tele controlado (YING, Chen et. Al, 2007) 2.4.9 – MODELAGEM E CONTROLE DE UM ATUADOR PNEUMÁTICO MUSCULAR CURVO PARA EXOESQUELETO COTOVELO. Podemos verificar que o autores Zhang Jia-Fan (et. Al, 2008) desenvolveram um exoesqueleto cotovelo destinado para telerobótica, tratamento de reabilitação e etc. com atuadores músculos pneumáticocurvos (PAM) que trabalham com movimentos antagônicos. Trata-se de uma junta de rotação com dois PAM’s, os quais proporcionam força e torque para o braço do usuário. Visualizaremos nasFIG. 2.4.9.1.a , FIG. 2.4.9.1.b e FIG. 2.4.9.2. (a) (b) FIG.2.4.9.1 – Sistema pneumático de atuação exoesqueleto (JIA-FAN, Zhang et. Al, 2008). 40 FIG.2.4.9.2 – Implementação do exoesqueleto (JIA-FAN, Zhang et. Al, 2008). 3 - INSTRUMENTAÇÃO 3.1 – ATUADORES PAM’S Os PAM’s são músculos pneumáticos artificiais utilizados em aplicações de atuação linear acionados por diferença de pressão. Aplicando-se uma carga de gás comprimido aumenta-se o diâmetro do PAM, contraindo as fibras de sua estrutura, isso ocasiona o encurtamento 25% (sem carga), do seu comprimento no sentido axial, assemelhando-se a um sistema mola, demonstrado na FIG. 3.1.1. FIG.3.1.1 – Semelhança do PAM com sistema mola (MORGADO JUNIOR, Fernando d’Assunção, 2011) 41 Consoante (MORGADO JUNIOR, Fernando d’Assunção, 2011), “O PAM é constituído por um tubo flexível com uma estrutura tridimensional composta de fibras entrelaçadas, que aumentam a sua resistência. As extremidades são compostas por acessórios que podem ser fixados diretamente a um sistema, em que o PAM será empregado”. Ele descreve que o PAM possui características de monotocidade, semelhante à características encontradas no corpo humano, ou seja, “A força máxima sempre decai até zero do maior comprimento, até que este esteja totalmente contraído”. Isso pode ser verificado na FIG. 3.1.2. FIG.3.1.2 – Expansão/Contração em função da força exercida (MORGADO JUNIOR, Fernando d’Assunção, 2011). Existem seis modelos de estrutura de fabricação do PAM: Músculos com pregas, Músculos emaranhados, Músculo Yarlott, Músculo Kukolj, Músculos embutidos e Músculos trançados (MORGADO JUNIOR, Fernando d’Assunção, 2011). O PAM é um sistema que trabalha com a diferença de pressão externa e interna, e como já mencionado, ocorre a diminuição do seu comprimento no sentido axial, desta forma a contração exerce uma força de tração diretamente aplicada em sua extremidade, assim, tornando-se um atuador mecânico. A aplicação desse atuador já foi tema de pesquisa de Mestrado, desenvolvido por (MORGADO JUNIOR, Fernando d’Assunção, 2011). O autor comparou o PAM do fabricante FESTO (MAS 20) com modelos analíticos (modelagem geométrica e física) FIG. 3.1.3 e FIG. 3.1.4, respectivamente, assim, implementando o Controle Baseado em Modelo e Controle Baseado em Lógica Nebulosa. O autor concluiu que em ambas as técnicas de 42 controle, o erro ficou abaixo de 10%, sobressaindo-se na Lógica Nebulosa, e que o ponto crítico está em baixas pressões, enquanto que em altas pressões é satisfatório. Roosevelt Brasileiro Lira (2012) cita que “O músculo trançado que pode ser conhecido como McKibben é o tipo mais utilizado em pesquisas e estudos atualmente” e pela disponibilidade quatro unidades do PAM, no Laboratório de Projetos Mecânicos no Instituto Militar de Engenharia, sendo objeto de estudos desde 2011 pelo pesquisador, Fernando d’Assunção Morgado Junior e no ano de 2012, por Lira, será utilizado esses PAM’s do fabricante FESTO, devido possuir as mesmas características do Músculo Pneumático Artificial McKibben. FIG.3.1.3 – Gráfico de comparação do PAM FESTO com Cilindro Ideal (Modelagem Geométrica) (MORGADO JUNIOR, Fernando d’Assunção, 2011). FIG.3.1.4 – Gráfico de comparação do Simulado com Experimental (Modelagem Física) (MORGADO JUNIOR, Fernando d’Assunção, 2011). 43 3.2 – ELETROMIOGRAFIA 3.2.1 – SISTEMA NERVOSO MOTOR O movimento se inicia a partir de um desejo, uma decisão, e sofre influência das informações sensoriais para serem regulados. Então as áreas de controle motor são ativadas (gânglios de base e cerebelo) levando sinais pelas vias motoras descendentes para os Inter neurônios medulares, que são neurônios que fazem o processamento de uma informação local ou transmitem uma informação em uma distância curta, de um lugar do sistema nervoso para outro, e moto neurônios, conduzindo o impulso nervoso até a musculatura esquelética, promovendo assim a contração muscular. (FIG.3.2.1.1) FIG. 3.2.1.1 – Sistema Neuro – Motor As informações sensoriais de modificações do meio externo e interno são levadas ao sistema nervoso central pelos neurônios sensitivos “vias aferentes”, onde são processadas pelo 44 córtex cerebral e transformadas em estímulos para gerar uma resposta motora. Este estímulo é levado através das vias motoras descendentes, para os Inter neurônios medulares seguindo para os moto neurônios para gerar a contração. Estas informações são de grande importância, pois através destas é possível controlar e regular o movimento, como por exemplo, o tônus musculares, a força e a velocidade. FIG.3.2.1.2 – Músculos agonista e antagonista (NEUROCIÊNCIA – Ekman, 2008) FIG.3.2.1.3 – Arco Reflexo Para que se dê o movimento, o músculo agonista (responsável pela principal ação de um movimento) e o músculo antagonista (se opõe a ação do músculo agonista com a função de regular a velocidade do movimento ou controlar a potência) precisam ser ativados e inibidos (FIG. 3.2.1.2). Isso acontece por meio da inervação reciproca, o moto neurônio vai fazer duas sinapses, em um o estimulo contrátil e no outro o estimulo inibitório. Ocorre um estimulo sensorial, o neurônio sensitivo recebe essa informação e faz duas sinapses uma com o córtex e outra com o moto neurônio. O córtex processa esta informação e a transforma em uma resposta motora que é enviada através do neurônio motor até o músculo alvo. Quando 45 está ação é reflexa (arco reflexo) não há intervenção do sistema nervoso central, pois ocorre a nível medular, nesta forma acontece uma resposta imediata. (FIG. 3.2.1.3) 3.2.2 – ELETROMIOGRÁFIA Os autores (MARCHETTI, P. Henrique e DUARTE M. , 2006) cita que “Eletromiografia é uma técnica de monitoramento da atividade elétrica das membranas excitáveis, representando a medida dos potencias de ação do sarcolema, como efeito de voltagem em função do tempo”. A propagação do potencial de ação intracelular causa uma corrente transmembrana iônica que se propaga também no sarcolema. Em termos de circuito elétrico, a fibra pode ser considerada um tubo muito fino no qual a corrente flui axialmente. A velocidade com a qual o potencial propaga-se depende do diâmetro e tipo da fibra, sendo chamada de velocidade de condução (SANTOS, Sibele Bruno Soares dos, 2011). FIG.3.2.2.1 – Geração do Sinal Mioelétrico de um músculo, a partir da somatória dos trens de MUAPs ( RIBEIRO, V. de Sousa et al, 2006) O sinal mioelétrico de cada músculo, é composto pela soma dos vários potenciais de ação musculares, resultando nos diversos MUAP’s de cada unidade motora e que apresentam 46 características diferentes entre si (FIG. 3.2.2.1) (RIBEIRO, V. de Sousa et al, 2006). MUAP’s (Potencial de Ação da unidade motora) constitui a unidade fundamental do sinal EMG. É verificado na FIG. 3.2.2.1 a somatória de trens de pulso resultando em um sinal da EMG. Tal sinal “bruto” deve ser condicionado para utilização no acionamento dos PAM’s. Existem duas formas de captação do sinal EMG, monopolar e bipolar. Monopolar utiliza dois eletrodos, um para referência (sem atividade muscular) e outro para o músculo ativo (com atividade muscular). No bipolar são utilizados três eletrodos dois nos músculos ativos e um para referência. Considerando Sinal EMG com captação bipolar, o sinal precisa ser retificado, suavizado, o qual está demonstrado na FIG. 3.2.2.2 para depois amplifica-lo. A amplificação vai depender do dispositivo de processamento digital de sinal. Como a plataforma Arduino trabalha em um range de 0 à 5V, será amplificado o sinal em mil vezes para poder atender a aplicação. FIG.3.2.2.2 – Gráfico representativo do sinal EMG bruto, retificado e suavizado (MARCHETTI, P. Henrique
Compartilhar