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Teoria de Francis Bacon Francis Bacon foi um filósofo, político inglês e um dos fundadores do método indutivo de investigação científica, o qual estava baseado no Empirismo. Seus estudos contribuíram para a história da ciência moderna. Para Francis a ciência era uma técnica e os conhecimentos científicos deveriam ser considerados instrumentos práticos de controle da natureza. Ele pretendia demostrar sua grande preocupação com os conhecimentos científicos na vida prática. A ciência deveria valorizar a pesquisa experimental baseada na corrente empirista Teoria dos Ídolos Segundo Bacon, a figura dos ídolos estava baseada em falsas noções e hábitos mentais incutidos na mentalidade dos homens. Para ele, a crença nos ídolos prejudicava o avanço da ciência e da racionalidade humana. Dessa forma, rejeitou o pensamento da filosofia medieval escolástica, a qual esteve baseada em noções abstratas. Foi em sua obra “Novum Organum” (Novo Instrumento) que ele apresentou os quatro gêneros de ídolos que geram falsas noções. É necessário reconhecer-se aquilo que se coloca como um entrave: os ídolos. São quatro os ídolos que nos impedem de chegar a um conhecimento verdadeiro e seguro. São eles: Ídolos da tribo: provenientes das limitações da espécie humana. Ídolos da caverna: o nome dessa categoria está relacionado com o “mito da caverna” de Platão, proveniente das falsas noções do ser humano. Ídolos do mercado ou do foro: provenientes da linguagem e da comunicação Ídolos do teatro: provenientes do campo cultural, filosófico e científico. Método Indutivo de Investigação Bacon criou um modelo de investigação através do método da indução, o qual estava baseado na observação precisa e minuciosa dos fenômenos naturais. Com o intuito de combater os erros provocados pelas crenças nos “ídolos”, Bacon propõe o método indutivo. Segundo ele, essa metodologia estaria dividida em quatro etapas: Coleta de informações a partir da observação rigorosa da natureza; Reunião, organização sistemática e racional dos dados recolhidos; Formulação de hipóteses segundo a análise dos dados recolhidos; Comprovação das hipóteses a partir de experimentações. Empirismo O acerto de Aristóteles estava em reconhecer na vivência prática e empírica a fonte primeira do conhecimento. Seu erro, na visão de Bacon, estava no método: o método aristotélico era suficiente apenas para a compreensão lógica da linguagem e para as disputatios medievais, mas não para trazer à tona um novo conhecimento que agregasse algo novo com a segurança de que a ciência necessita. Podemos dizer que Bacon é o grande fundador do empirismo na Modernidade. Além de um grande empirista, ele fundamentou as principais bases da ciência moderna com a proposição de um método científico capaz de suportar teoricamente o conhecimento que se pretende científico e universal. O método empirista de Bacon é diferente dos demais métodos empiristas surgidos depois dele, pois está baseado na crítica do que o filósofo chamou de ídolos. Os ídolos são elementos da vivência cotidiana empírica que atrapalham a aquisição de conhecimento verdadeiro. Para saber mais sobre essa corrente filosófica, leia: Empirismo. Teoria de Bacon A teoria filosófica empirista de Francis Bacon está assentada no que o pensador chamou de crítica dos ídolos, É necessário entender como Bacon via a distinção entre os tipos de conhecimento científico e filosófico. Para o pensador, as ciências poderiam ser: da poesia e da imaginação da história e da memória da filosofia ou do estudo da razão https://www.todamateria.com.br/mito-da-caverna/ https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/empirismo.htm Principais Ideias de Descartes Resgatando as teorias platônicas sobre o conhecimento, Descartes deu origem ao racionalismo moderno, defendendo que o conhecimento humano é inato, ou seja, já nasce com o ser humano, que vai, na medida em que estuda, descobrindo tal conhecimento oculto em si. Ele também operou uma verdadeira revolução na filosofia ao propor que o pensamento filosófico deveria basear-se em um método mais exato. Desde os tempos em que estudou em La Flèche, o filósofo observava que os seus professores de matemática sempre chegavam a conclusões exatas, enquanto os de filosofia descordavam entre si com frequência. Na visão do filósofo, isso atestava o fato de que a filosofia necessitava de um método preciso e exato, baseado no raciocínio dedutivo. Principais ideias de René Descartes A razão e todo o conhecimento racional são inatos ao ser humano. A diferença entre o nível de inteligência de uns e de outros é o modo como utilizamos a racionalidade. O conhecimento filosófico, para atingir um bom resultado, deve ser claro e distinto, afastando tudo o que pode gerar qualquer dúvida. É necessário estabelecer um método para que o conhecimento filosófico atinja a verdade. → Racionalismo O racionalismo encontra-se assentado nas ideias inatas. Para Descartes, todo tipo de conhecimento que não tivesse uma fonte racional (o conhecimento empírico é um deles, pois baseia-se na experiência prática para adquirir elementos para a constituição das ideias) era duvidoso e poderia ser enganoso. Somente o conhecimento racional, baseado nas ideias inatas e fruto das deduções, era suficientemente claro, distinto e absolutamente verdadeiro. O processo de raciocínio dedutivo, largamente utilizado pela matemática, era o ponto de partida que Descartes defendia para compor o seu método, e era a única garantia para ter-se um conhecimento unívoco, que em todos os seres humanos causaria os mesmos resultados, evitando o erro. A tradição aristotélica na filosofia, que embasou a educação cartesiana por meio do ensino escolástico jesuíta, levava a uma espécie de relativismo causado por enganos, o que deveria, na ótica cartesiana, ser evitado pelos filósofos. Para ter-se um conhecimento claro, distinto e verdadeiro, era necessário estabelecer um método. O método cartesiano estava, primeiramente, calçado na dúvida metódica e hiperbólica. Esse processo de dúvida era metódico por ser ordenado, organizado por um método, e hiperbólico porque deveria estender-se a tudo e a todos exageradamente. Surgia aqui o ceticismo moderno que, diferente do ceticismo helênico, não suspendia os juízos do conhecimento por completo e absolutamente, mas por hora, até que se chegasse a um conhecimento seguro. O primeiro passo para isso era a negação do conhecimento empírico e do senso comum. As regras para o método cartesiano são as seguintes: 1. Evidência: nunca aceitar como verdadeiro um conhecimento duvidoso, aceitando apenas aqueles conhecimentos claros e distintos, sem possibilidade de erro. 2. Análise: dividir o problema filosófico que se quer estudar em quantas partes forem possíveis, pois assim a sua compreensão e resolução são facilitadas. 3. Síntese: após a divisão, sempre começar resolvendo os problemas menores e menos complexos, pois a junção da resolução das partes menores pode resultar na resolução de um problema mais complexo. 4. Enumeração: enumerar todas as partes, pois assim se tem uma maior facilidade de organização. Também faz parte dessa regra a necessidade de revisão de cada parte após a sua conclusão. → Cogito A dúvida metódica e hiperbólica de Descartes fê-lo alcançar o que ele diz ser o primeiro conhecimento seguro por meio da dedução: o cogito. A seguir, descrevemos o passo a passo percorrido pelo filósofo para chegar-se ao cogito: https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/platao.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/empirismo.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/aristoteles.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/jesuitas.htm 1. Eu devo duvidar de tudo para atingir um conhecimento verdadeiro; 2. Ao duvidar de tudo, duvido da minha existência; 3. Ao duvidar, eu estou pensando; 4. Se penso,logo eu existo. Diz um velho ditado italiano “traduttore, traditore!” (tradutor, traidor). Essa afirmação aponta para o fato de que, ao traduzir-se uma sentença para outra língua, ela pode perder muito de seu sentido original. Com o cogito cartesiano não foi diferente. Apesar de traduzirmos o cogito para o português como “penso, logo existo”, a escrita original em francês é “je pense, donc je suis”, que também poderia ser traduzida como “penso, logo sou”. Acontece que o verbo francês est indica duplamente “ser” (essência e identidade) e “estar” (condição existencial). Como há uma distinção entre os verbos ser e estar na língua portuguesa, a tradução perdeu-se um pouco e a melhor forma de compreender o cogito em nossa língua foi com a versão “penso, logo existo”. É possível também inferir o sentido de existência do cogito cartesiano após a segunda meditação de Meditações metafísicas, em que Descartes explica que essência e existência, no interior de sua obra, são iguais. Ideias Políticas de Hobbes Para Hobbes todo o conhecimento vem dos sentidos, A paixão é mais forte que a vontade. Na moral e na política, essa teoria dá no seguinte: os súditos do Estado são extremamente individualistas e só se reúnem em comunidade porque esse é o melhor meio de sobreviver. Essa semi-guerra é analisada no Leviatã. Leviatã, no livro de Jó, na Bíblia é o monstro que governa o caos primitivo. Para Hobbes, o Estado é o Grande Leviatã, o deus imortal que se sobrepõe ao indivíduo e o absorve, embora tenha sido criado para servi-lo. Hobbes foi autor de diversas obras como: De Cive (1642), Leviatã (1651), De Corpore (1655) e De Homine (1658). Em todas ele fala de um Estado Natural em guerra perpétua, exprimindo bem seu pensamento na frase: "Bellum omnia contra omnes, homo homini lupus" (O homem é lobo do homem). Thomas Hobbes foi um pensador britânico que iniciou sua carreira acadêmica em algumas escolas de Westport, seguindo posteriormente seus estudos na Universidade de Oxford. Inicialmente trabalhou como responsável pela educação de William Cavendish, filho de uma tradicional família inglesa. Nesse período, teve a oportunidade de entrar em contato com as obras clássicas, principalmente, nas temporadas em que esteve na França e na Itália. Sendo contemporâneo das guerras civis que aconteceram durante a Revolução Inglesa, Hobbes teve maior interesse na reflexão política. No ano de 1650, publicou a obra “Os elementos da lei”, sendo essa dividida nas seções “Natureza Humana” e “Do Corpo Político”. No ano seguinte, Thomas Hobbes publicou “O Leviatã”, aquela que seria a maior de suas contribuições intelectuais. É com esse livro que temos consolidada a perspectiva contratualista da teoria política de Hobbes. De acordo com suas teorias, os homens teriam uma necessidade natural de abandonar seu “estado de natureza”. Tal estado seria um tipo de ordem caótica onde “o homem é lobo do homem”, ou seja, onde a necessidade de sobrevivência seria predominante a qualquer tipo de ordenação maior. Para Hobbes, seria impossível definir quando os homens abandonaram o estado de natureza, pois esse fora experimentado em épocas bastante remotas. Com o abandono do estado de natureza, os homens passariam a se perceber enquanto seres sociais e, por isso, teriam que delimitar regras de convivência harmoniosa. É a partir de então que aparece a idéia do “contrato”. Para Hobbes, o contrato teria origem na vontade dos homens em abdicar de algumas de suas vontades em favor da legitimação de uma autoridade real incumbida de buscar a ordem e a segurança nacional. Dessa maneira, Hobbes compreende o Estado como um mal necessário para que a estabilidade entre os homens fosse alcançada. O poder de livre escolha seria entregue ao Estado que, em nome de um bem comum, utilizaria de suas várias instituições e ferramentas administrativas para sustentar a ordem. É mediante a enormidade de instrumentos de controle que o autor denomina o Estado como um leviatã, um conhecido monstro marinho da narrativa bíblica. A Filosofia de John Locke John Locke (1632-1704) foi filósofo inglês, um dos mais importantes filósofos do empirismo. Exerceu grande influência sobre vários filósofos de sua época, entre eles, George Berkeley e David Hume. Um dos maiores empiristas britânicos, Locke afirmava que o conhecimento era proveniente da experiência, tanto de origem externa, nas sensações, quanto nas internas, através das reflexões. Explicava que antes de percebermos qualquer coisa, a mente é como uma folha de papel em branco mas, depois que começamos a perceber tudo em volta, surgem as "ideias sensoriais simples". Essas sensações são trabalhadas pelo pensamento, pelo conhecimento, pela crença e pela dúvida, resultando no que Locke chamou de "reflexão". A mente não é um mero receptor passivo. Ela classifica e processa todas as sensações à medida que vai formando nossos conhecimentos e nossa personalidade. "Dessa forma, a origem delas seria completamente externa, isto é, a mente humana não pode criá-las ou destruí-las. John Locke propõe, assim, a famosa analogia de que somos como uma folha em branco ao nascer. Faz-nos inclusive um desafio: seríamos capazes de imaginar um gosto que jamais passou pelo nosso paladar ou aroma que nunca tivéssemos cheirado? Ao analisar a sensação ou a reflexão, chega à conclusão de que as ideias são divididas em simples e complexas. Ao tomarmos um lírio em nossas mãos, somos capazes de distinguir seu odor e a brancura de suas pétalas. De modo passivo, esses elementos são percebidos distintamente e não se confundem. As ideias simples são, assim, a base do nosso conhecimento. As operações mentais, em todo caso, ultrapassam o que é recebido pela percepção e criam as ideias complexas, momento no qual a mente adquire sentido ativo. Tudo o que a mente pode pensar, então, teria, em última instância, uma origem empírica. A definição de John Locke sobre conhecimento está diretamente relacionada com a sua concepção de ideia. Poderíamos até usar a imaginação para associar ideias ou acreditar que algumas delas estejam associadas, mas o que determina o conhecimento é a percepção de desacordo ou discordância entre nossas ideias. A clareza entre essas percepções determina graus de conhecimento. O grau intuitivo seria aquele em que há percepção imediata; o demonstrativo, o que depende de outras ideias para intermediar o raciocínio; e o sensitivo, o que indicamos o que há no mundo exterior. É relevante mencionar, ainda, que o filósofo enfatizou a importância da memória na explicação do conhecimento. Enquanto o conhecimento atual seria a percepção que se faz presentemente; o conhecimento habitual é aquele que depende da memória, uma vez que a percepção ocorreu em um momento anterior, sem prejuízo para sua garantia." A Política segundo John Locke Locke defendia a liberdade intelectual e a tolerância. Foi precursor de muitas ideias liberais, que só floresceram durante o iluminismo francês no século XVII. Locke criticou a teoria de direito divino dos reis, formulada pelo filósofo Thomas Hobbes. Para Locke, a soberania não reside no Estado, mas sim na população. Afirmava que, para assegurar um Estado de direito, os representantes do povo deviam promulgar as leis e o rei ou o governo executá-las. Assim, apresentou uma teoria de divisão de poderes, que propunha o equilíbrio entre o rei e o parlamento. "É no segundo tratado que é apresentada a descrição do estado de natureza como uma situação na qual as pessoas estivessem em iguais condições de liberdade e igualdade. Essa descrição, que contrasta em grande parte com a interpretação proposta por Thomas Hobbes, é esclarecida pelo papel da lei de natureza. Essa seria como uma instância moral da conduta humana, já que instituía a proibição de prejudicar seu semelhante. Como criações divinas, todos os seres humanos seriam igualmente racionais, poistodos foram providos uniformemente com as mesmas faculdades, e não seria razoável supor que houvesse subordinação de um ser humano a outro ou molestamentos entre as pessoas, uma vez que todos seriam livres e independentes. David Hume ao ceticismo. Por esse motivo, suas obras foram acrescidas no "Índice dos Livros Proibidos" David Hume é conhecido por seu ceticismo quanto à nossa capacidade de conhecer a realidade que nos cerca. Chegou a negar que a causalidade seja um aspecto objetivo e afirmou que a razão está subordinada aos aspectos conativos da psicologia humana. Essa interpretação aproxima-o da tradição sentimentalista, especialmente após ler Anthony Ashley Cooper (Conde de Shaftesbury) e continuar a proposta de Francis Hutcheson. Suas observações morais influenciaram Adam Smith, que foi um amigo próximo, e, recentemente, muitas teorias metaéticas. Teoria do conhecimento de David Hume A teoria do conhecimento desse filósofo é baseada em sua interpretação das operações da mente. Ele propõe que todo o conteúdo da mente (o que John Locke havia nomeado de modo semelhante como “ideias”) seja considerado como percepção. Esse termo é usado em um sentido mais amplo do que o do cotidiano e abrange as diversas operações e capacidades da mente. As percepções só são distinguidas pelo grau de vivacidade com o qual nos afetam, assim, qualquer desejo, reflexão ou sentimento será sempre mais intenso do que uma recordação ou uma imaginação dessas situações. A lembrança do nascimento de um filho ou uma filha, por exemplo, não poderia comparar-se com o momento do nascimento em si. Sendo assim, teríamos as impressões, que são as percepções mais intensas, e os pensamentos (ou ideias), que são as percepções mais fracas. David Hume afirmou, por isso, que mesmo o pensamento mais intenso não se compara à impressão mais fraca. Esse filósofo defendeu que os pensamentos representam o que originalmente apreendemos pelas impressões. Isso explicaria não apenas por que algumas percepções são fracas mas por que alguns pensamentos ocorrem apenas na mente e não na realidade. Podemos, por exemplo, imaginar uma montanha de ouro, mas nenhuma existe concretamente. Decompondo esse conteúdo em elementos mais simples (montanha e ouro), descobriríamos que esses conteúdos resultaram de experiências anteriores. É por meio dessa identificação que concluiríamos que todos os conteúdos da mente originam-se de alguma impressão. Tendo explicado as operações da mente e identificado que os pensamentos têm origem empírica, seria esperada uma explicação sobre a origem do que percebemos pelos sentidos ou das sensações, que advêm de uma realidade extra mental, mas isso não ocorre! David Hume limita o entendimento humano às próprias percepções, de modo que essas percepções originárias simplesmente surgiriam na mente. Isso significa que não se pode experimentar o que está além dessas percepções mais simples. Tendo indicado a origem dos pensamentos (ou das ideias), resta ainda indicar como se pode alcançar conhecimento ou certeza. Sobre isso há três principais relações: semelhança, contiguidade no tempo e no espaço, e causa e efeito. Embora as ideias possam ser associadas livremente, como ao imaginar-se uma montanha de ouro, apenas as duas primeiras relações são válidas para estabelecer-se verdades conceituais. O que será mais inovador em seu pensamento é a investigação das questões de fato, na qual encontramos as causalidades. Todos os fatos seriam explicados por essa relação, no entanto, a causalidade em si não seria um fator objetivo, mas subjetivo, uma vez que não podemos ter uma impressão da força que põe as coisas em relação causal, mas apenas dos eventos observados subsequentemente. Empirismo de David Hume David Hume é mundialmente conhecido por suas observações sobre o conhecimento. Elencado como integrante do chamado empirismo britânico, é o mais radical de todos. Esse pensador questionou-se por que as ciências naturais avançavam em prover novos conhecimentos enquanto os estudos filosóficos estagnavam-se. Considerou que o problema estava em teorizar sem considerar os fatos e a experiência, o que o faz ser extremamente crítico de propostas metafísicas ou com viés teológico. Já em sua primeira obra, propôs-se a adotar o método experimental para investigar a natureza humana, o que o faz aproximar-se das ciências naturais e ser considerado um dos precursores dos estudos cognitivos contemporâneos. https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/conhecimento.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/empirismo.htm Voltaire Voltaire foi um destacado filósofo, historiador e pensador do Iluminismo francês, além de ter desenvolvido trabalhos como dramaturgo, poeta e ensaísta. Ideias de Voltaire Os ideais de Voltaire estão bem alinhados com os de outros iluministas franceses, mas com alguma ênfase na questão da liberdade. Voltaire acreditava que o ser humano deveria ser livre para expressar sua vida criativa, sem interferências de cunho moral e religioso. Ele era contra o absolutismo e a favor da separação entre Igreja e Estado, ou seja, foi um dos primeiros defensores da ideia de Estado Laico. Voltaire também era absolutamente a favor da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão, além da liberdade religiosa e da tolerância. Para o pensador, o progresso da sociedade somente viria com o reconhecimento dessas liberdades individuais e com o respeito e a tolerância a todas as formas de pensar. A tolerância era um tema essencial para ele, pois muitas vezes o filósofo foi censurado e interditado por seu pensamento liberal. Voltaire, no entanto, somente condenava e lutava contra dois tipos de pensamento: o fanatismo e a superstição, pois estes levam a liberdade à ruína. A frase “posso não concordar com o que dizes, mas defenderei até a morte o direito que tem de dizer” é frequentemente atribuída a Voltaire. No entanto, ela não é de autoria do filósofo, e sim de uma biógrafa que escreveu sobre a vida do pensador, Evelyn Beatrice Hall. Apesar da não autoria de Voltaire, essa frase condensa a essência de suas ideias. A FILOSOFIA DE VOLTAIRE Voltaire foi um grande entusiasta da filosofia do século XVII, apaixonado pela razão e admirador de filósofos como Descartes, Newton e, sobretudo, Locke, que Voltaire acreditava ser o “Aristóteles moderno”. Ao contrário de Montesquieu, Voltaire nunca deixou uma obra sistemática como o Espírito das Leis, mas foi um homem de ação, grande agitador e propagandista do espírito das luzes e crítico ferrenho de de sua época, publicando inúmeros poemas e romances. Ele sempre encarou o mundo e o homem com um humor inteligente, divertido e engajado. A defesa do livre pensamento foi o pilar da filosofia de Voltaire. Ela pode ser sintetizada em uma frase que lhe é comumente atribuída: “Não concordo com uma palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o direito de dizê-la”. Apesar de não haver certeza de que a frase seja mesmo de Voltaire, ela expressa bem seu pensamento. A Igreja Católica e a monarquia francesa foram seus dois alvos prediletos. Voltaire não era ateu e reconhecia Deus como princípio explicativo do universo: “Se Deus não existisse seria necessário inventá-lo”. Também acreditava que Deus é uma verdade rigorosamente demonstrável: “Eu existo, logo algo necessário e eterno existe”. Mas o pensador parisiense atacava a superstição, a crença nos milagres e a repressão da Igreja. A figura do clérigo era sempre satirizada por Voltaire: “Acreditem em Deus, mas não acreditem nos padres”. Muitas de suas correspondências terminavam com expressões dirigidas contra a Igreja Católica, como nas Cartas Inglesas, na qual se refere a ela com sua máxima: “Esmagai a Infame!”. https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/estado-laico.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/estado-laico.htm RousseauJean Jacques Rousseau (1712-1778) foi um destacado filósofo social e escritor suíço. O mais radical e popular dos filósofos que participaram do movimento intelectual do século XVIII – o Iluminismo. Sua obra principal, "O Contrato Social", serviu de verdadeiro catecismo para a Revolução Francesa e exerceu grande influência no chamado liberalismo político. "Principais ideias de Jean-Jacques Rousseau Rousseau foi, sem dúvida, um dos maiores filósofos de todos os tempos. No entanto, sua filosofia é um tanto quanto heterodoxa, se comparada com as teorias comuns na época. Ela mais se aproxima de uma crítica (política, moral e educativa) do que de uma forte rede sistemática, o que não tira seu valor, pelo contrário. Foi por isso que ele foi considerado um pensador ensaístico, um grande escritor de ensaios. Rousseau tinha uma tese que aparece em toda a sua obra: a de que o ser humano é melhor quando está mais próximo da natureza. Rousseau aprendeu a gostar do contato com o ambiente natural, sem intervenção humana, desde sua juventude. Em Emílio, ele já defendia o contato da criança com a natureza sempre que possível. Sua teoria geral diz que quanto mais distante o ser humano se encontra da natureza, mais corrompido ele fica. Ele atribui a corrupção moral e intelectual do indivíduo ao distanciamento que o ser humano toma da natureza com a imersão na sociedade, nos costumes e nas convenções sociais. Acontece que as convenções sociais e as criações humanas levam cada vez mais a um distanciamento da natureza. Como convenções sociais e criações humanas, podemos citar: as ciências, as artes, a filosofia, os costumes. As principais ideias de Rousseau Rousseau era a favor da ideia de formação da sociedade através do “contrato social”. Segundo ele, os homens eram livres e bons, até que se uniram para formar sociedades e assim foram corrompidos e aprisionados pela propriedade privada. Para ele, foi assim que terminou o bom tempo da soberania individual que existia no estado de “bom selvagem”, a época da felicidade. Para Rousseau, a ideia cristã de pecado original, vigente no seu tempo, estava errada. Ele rompeu com a tradição cristã. Em sua “Carta a Beaumont”, Rousseau escreveu: “Não há perversidade original no coração humano”. Ele fortaleceu o pensamento liberal ao afirmar que tanto a natureza humana quanto as vontades humanas são boas. Sendo assim, cada pessoa deveria viver plenamente a própria subjetividade e cumprir suas vontades sem a interferência de outras pessoas e ideias. O escritor suíço afirmava que a natureza não pode se mover sozinha, nem realizar seus processos por si, sendo guiada pelo Criador. Dessa maneira, os sentimentos que surgem na alma humana são todos bons e devem ser vividos. A ideia de que todas as vontades humanas devam ser vividas podem levar ao vício. Conheça o que é um vício e como escapar dele. Para Rousseau, o ser humano de um passado remoto vivia em estado perfeito de realização pessoal na natureza, livre e sozinho. Então, sem se saber o porquê, o homem decidiu viver em sociedades, realizando contratos entre si. Com o surgimento da sociedade começou a queda da humanidade, segundo ele. Deste seu pensamento, surgiu sua famosa frase: “O homem nasce bom, e a sociedade o corrompe”. Em sua teoria, disse também que a propriedade privada causou a desigualdade e as mazelas da humanidade após a realização do contrato social. Ele defendia a igualdade total entre todos os homens como ponto fundamental de uma boa sociedade. https://conteudo.brasilparalelo.com.br/filosofia/o-que-e-vicio/ Junto disso, defendeu a tese igualitarista de que todos deveriam ser tratados da mesma maneira, tanto politicamente quanto socialmente. Na obra Discurso sobre a Origem das Desigualdades, Rousseau tratou a propriedade privada como causadora do fim da liberdade humana. Foi vista como um ato puramente egoísta e de rompimento com o mundo natural. O iluminista afirma que, para conservar a propriedade privada, os homens passaram a formar famílias e criar normas sociais. Essas instituições visavam apenas excluir os demais que não fossem do grupo dos proprietários. Dessa maneira, apenas por estes motivos, surgiram a moral ocidental e a busca pelo poder. Descubra quais são e como foram formados os três pilares que construíram a Civilização Ocidental. A religião, os dogmas, uma moral que vale para todos os homens, tudo isso era visto por Rousseau como parte da mesma estrutura de poder. Para ele, essa era a origem do mal. Rousseau era contra a educação e participação política das mulheres Em sua obra “Emílio”, ou “Da Educação”, Rousseau afirmou que as mulheres não deveriam ter acesso às funções políticas nem aos estudos da mesma maneira que os homens. Afirmou que a natureza e a razão comprovam a inferioridade do sexo feminino. Em um dos trechos da obra “Emílio”, na página 463 da edição da editora Bertrand Brasil, de 1992, ele diz: “A procura de verdades abstratas e especulativas, dos princípios, dos axiomas nas ciências, tudo o que tende a generalizar as ideias não é da competência das mulheres, seus estudos devem todos voltar-se para a prática: cabe a elas fazerem a aplicação dos princípios que o homem encontrou.” (ROUSSEAU, 1992, p. 463). Conheça o outro oposto, o que realmente pregava e quem foi Simone de Beauvoir, uma das principais feministas da história. Rousseau contra as ciências e as artes Na obra “Discurso sobre as Ciências e as Artes”, Rousseau afirma que as ciências e as artes corrompem a moralidade humana. Uma vez que ele defendia o encontro com a natureza e o aprofundamento nos próprios sentimentos como forma de encontrar a felicidade, as ciências e as artes apenas fortaleciam as amarras civilizacionais e afastavam o ser humano de sua realização. Conheça as principais ideias opostas as de Rousseau, defendidas por um dos maiores nomes da Filosofia: Santo Agostinho. A solução política segundo Rousseau Para acabar com o problema advindo da vida em sociedade e da propriedade privada, Rousseau propôs a soberania popular. De acordo com sua teoria, após o fatídico contrato social, os homens só conseguiriam viver bem se passassem a viver em países pequenos onde a vontade da maioria se cumprisse, independente do que fosse decidido, já que o homem é bom. O Estado deveria intervir em todas as situações que a soberania popular decidisse ser necessário. A propriedade privada deveria ser abolida ou controlada pelo Estado para que se corrigissem as principais mazelas da humanidade. https://conteudo.brasilparalelo.com.br/filosofia/cultura-ocidental/ https://conteudo.brasilparalelo.com.br/filosofia/cultura-ocidental/ https://conteudo.brasilparalelo.com.br/filosofia/quem-foi-simone-de-beauvoir/ https://conteudo.brasilparalelo.com.br/filosofia/principais-ideias-de-santo-agostinho/ Immanuel Kant Immanuel Kant é um dos filósofos mais estudados na modernidade. Seus trabalhos são pilar e ponto de partida para a filosofia alemã moderna, com seguidores como Fichte, Hegel, Schelling e Schopenhauer. Kant tentou resolver as questões entre o racionalismo de Descartes e Leibniz e o empirismo dos filósofos David Hume e John Locke. Filosofia e ideias centrais Um de seus textos menores, mas não menos fascinante é Resposta à pergunta: que é o Iluminismo? (1784). O texto, como os demais, tem uma linguagem clara e direta. Já no início, afirma que iluminar-se é sair do estado de menoridade, a saber, ter a coragem de fazer uso do pensamento autônomo e não se deixar levar pela comodidade do que já está solucionado ou pensado. Em sua primeira grande obra, Crítica da Razão Pura (1781), o filósofo tenta solucionar uma dificuldade resultante das correntes empiristas e racionalistas: seria o conhecimento fundado em deduções universais e necessárias ou dependente dos sentidos? A solução perpassa por uma análise danossa capacidade de formular juízos e culmina em uma nova interpretação do sujeito cognoscente, isto é, que tem capacidade de conhecer. O conhecimento seria possível por meio da ordenação da amálgama de fenômenos confusos captados pelos sentidos, efetuada pelas faculdades da sensibilidade e do entendimento. Qualquer conhecimento, assim, é um conhecimento para nós, ou seja, dependente das nossas capacidades de apreensão da realidade. É nesse sentido que Immanuel Kant afirma que só há conhecimento do que nos aparece, e não do que é em si. A perspectiva ética de Immanuel Kant é original e diverge do contexto de sua época. A ação moral é livre e deve ser determinada apenas pela razão, por meio de uma vontade boa para que a regra escolhida como princípio da ação possa ser elevada à lei universal. Já no início de Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785), comenta que apenas uma vontade boa pode ser considerada como ilimitadamente boa, ou seja, para a qual não há virtude que seja comparável ou na qual se encontre alguma inclinação. Mediante a investigação do conceito de dever que seria possível esclarecer o que é essa vontade. Embora seja simples especificá-la na comparação com ações evidentemente egoístas, não seria tão simples identificar se o princípio de uma ação é moral quando essa é praticada conforme o dever, ou seja, quando a ação segue apenas aparentemente os códigos morais de uma sociedade, mas é feita por motivos egoístas. O princípio intrínseco da ação é o que é avaliado moralmente, e não as circunstâncias, os resultados obtidos ou o próprio agente. Suas observações sobre as bases da moralidade continuam a ser investigadas em sua segunda grande obra, a Crítica da Razão Prática (1788). Já que estão ausentes as determinações do mundo natural, a liberdade é o pressuposto da vida moral. Sua última crítica, Crítica da Faculdade de Julgar (1790), investiga a experiência estética, que teria sua base entre a razão e o entendimento. Julgar um objeto como belo não é classificá-lo conceitualmente, mas expressar um sentimento com validade universal. Esse não seria um ato de expressão de preferências apenas, embora esses juízos refiram-se à subjetividade. Não poderíamos demonstrar esses juízos pela ausência de uma regra geral que obrigue racionalmente as pessoas a concordar sobre o que é belo. Immanuel Kant publicou sobre muitos outros assuntos, incluindo perspectivas políticas e teses sobre educação e religião. Em seu escrito intitulado A Metafísica dos Costumes, de 1797, afirma que seria a liberdade, e não a felicidade, a base da concepção política de um Estado. Indica, ainda, que o governante deveria considerar os cidadãos na proposta das leis, como se todos estivessem de acordo, e que os cidadãos reconheceriam nessas leis a expressão da vontade de todos ou de uma vontade geral. Percebe-se a influência de Jean-Jacques Rousseau em seu pensamento político, já que essa é uma das ideias centrais apresentadas por esse filósofo francês em Do Contrato Social (1762). https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/empirismo.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/conhecimento.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/etica.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/moralidade.htm
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