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DESCRIÇÃO Estudo sobre os principais fatores relacionados aos projetos das principais obras geotécnicas. PROPÓSITO Conhecer as obras lineares, de túneis e de barragens existentes na engenharia e a relação desse reconhecimento com a área de intervenção profissional. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer as obras lineares existentes na Engenharia: rodovias, ferrovias, canais, dutos e linhas de transmissão MÓDULO 2 Reconhecer as obras de túneis existentes na Engenharia: rodoviários, ferroviários e metroviários MÓDULO 3 Reconhecer as obras de barragens existentes na Engenharia bem como seus elementos, tipos e etapas de projeto INTRODUÇÃO OBRAS GEOTÉCNICAS AVISO: orientações sobre unidades de medida. javascript:void(0) AVISO: ORIENTAÇÕES SOBRE UNIDADES DE MEDIDA Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades. MÓDULO 1 Reconhecer as obras lineares existentes na Engenharia: rodovias, ferrovias, canais, dutos e linhas de transmissão OBRAS LINEARES OBRAS DE INFRAESTRUTURAS DE ESTRADAS Os investimentos em infraestrutura são determinantes para o desenvolvimento de um país, por isso são justificados plenamente em virtude de desencadearem produção. Dentre esses investimentos, destacam-se as obras geotécnicas. Você pode observar essas obras o tempo inteiro! Veja só: Você pode viajar de carro graças a uma rodovia. Ou ainda, pode precisar atravessar uma montanha e depender da construção de um túnel. A chegada de uma encomenda depende de uma via de transporte, seja rodovia, ferrovia ou hidrovia. Para ler este conteúdo, você certamente está utilizando energia. No Brasil, a maior parte da energia é gerada em usinas hidrelétricas, as quais dependem de uma barragem de terra ou de enrocamento. Para essa energia produzida chegar até você, ela depende de uma ligação por meio de linhas de transmissão. Enfim, neste conteúdo, vamos estudar as obras geotécnicas, e aqui elas serão divididas em três grupos: OBRAS LINEARES Representadas pelas rodovias, ferrovias, canais, dutos e linhas de transmissão. TÚNEIS Podem ser rodoviários, ferroviários e metroviários. BARRAGENS Podem ser em solo, em enrocamento ou de rejeitos. COMENTÁRIO As obras lineares são aquelas em que uma das dimensões (geralmente o comprimento) é muito maior e mais importante que as outras duas (a largura e a espessura). Detalhadamente, vamos aprender agora um pouco sobre: rodovias, ferrovias; canais, dutos e linhas de transmissão. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) FASES DE PROJETO DE UMA OBRA LINEAR O processo de projetação de uma obra linear envolve a aplicação do conhecimento, das aptidões pessoais e das experiências de projetistas em benefício da resolução dos problemas inerentes ao projeto. ATENÇÃO Ao desenvolver o projeto, seja ele de uma obra linear ou de qualquer outra obra de engenharia, o que se deve ter em mente é que não existe resposta ou solução perfeita. O projeto, seja ele de uma rodovia, ferrovia, canal, barragem, túnel ou qualquer outro, não deve se limitar a obedecer às regras rígidas ou soluções rotineiras e convencionais. Os projetos geralmente possuem dois níveis de detalhamento descritos na Lei nº 8666/93, a Lei de Licitações: Projeto básico É “o conjunto de elementos necessários e suficientes (...) para se caracterizar a obra ou serviço” (art. 6, Inciso IX). Com esse projeto é possível orçar a obra ou serviço inteiro, pois se infere que já existem elementos suficientes para tal. Projeto executivo É “o conjunto de elementos necessários e suficientes à execução completa da obra (...)” (art. 6, Inciso X). Com esse projeto é possível executar a obra completamente, pois já se possui elementos suficientes para que isso ocorra. Em seguida ao projeto executivo, ocorre a execução dos serviços (art. 7). No caso de obras de engenharia, isso se confunde com a operação e utilização da obra. Tenha em mente que, para desenvolver todos esses projetos de que falaremos aqui, é necessária uma série de estudos para se obter as informações pertinentes ao desenvolvimento ao projeto, as quais estão baseadas em conhecimentos de várias áreas da Engenharia: Geologia, Geotecnia, Hidrologia, Hidráulica, Engenharia Estrutural e Engenharia Ambiental, só para citar alguns exemplos. PROJETOS DE RODOVIAS E FERROVIAS A seguir, serão apresentados os estudos e levantamentos necessários para desenvolver os projetos de rodovias e de ferrovias: RECONHECIMENTO OU ANTEPROJETO Fase em que se reconhece o terreno para fazer a escolha do traçado da rodovia. Esse reconhecimento envolve o levantamento e a análise de dados geográficos e geotécnicos da região, pois assim pode-se mapear os possíveis obstáculos para a construção. Essa é a primeira fase do projeto. EXPLORAÇÃO OU PROJETO É a segunda fase do projeto. É nela que se faz o estudo de volume de tráfego, peso máximo suportado, hidrologia e outras características físicas e químicas do local. Essas análises podem intervir na escolha do traçado da rodovia. PROJETO DEFINITIVO É a terceira e última fase do projeto, onde são realizados os cálculos necessários para construção da rodovia. Nessa fase, deve-se montar um documento, contendo as duas fases anteriores, além das memórias dos cálculos que são exclusivos dessa terceira fase. Além disso, o documento também deve conter justificativa de soluções e processos adotados, quantificação de serviços, especificações de materiais e orçamento. RODOVIAS Rodovias, em uma definição sumária, referem-se a estradas que permitem o deslocamento de veículos sobre rodas, por meio do contato entre a borracha do pneu e uma superfície que pode ser em solo, em asfalto ou em concreto. COMPONENTES GEOMÉTRICOS E ELEMENTOS DE SUPERESTRUTURA DA RODOVIA As rodovias possuem os seguintes componentes geométricos e condicionantes de projeto: ACOSTAMENTO Composto por faixas que ladeiam as pistas de rolamento e auxiliam, em geral, a operação da rodovia. DISTÂNCIAS DE VISIBILIDADE Parâmetros que garantem a visibilidade de quem trafega na rodovia. Essa característica dependerá do traçado dessa rodovia. EIXO DA RODOVIA Alinhamento longitudinal da estrada e sobre ele inicia-se um traçado rodoviário, que engloba um alinhamento horizontal e outro alinhamento vertical. Nas estradas de rodagem, o eixo localiza-se na região central da pista de rolamento. ESTAQUEAMENTO DE UMA RODOVIA Sistema de demarcação de pontos igualmente distanciados estabelecido para se identificar elementos do traçado como pontos notáveis e curvas. Esses pontos são chamados de estacas, são numerados sequencialmente e geralmente distam 20m entre si. PERFIL LONGITUDINAL Representação, em escala conveniente, da interseção da estrada com a superfície cilíndrica vertical que contém o eixo da rodovia. Envolve a fixação de tangentes (trechos retos) e de curvas (arcos de circunferências ou de parábolas) para formar o traçado por onde a rodovia vai passar. PISTA DE ROLAMENTO Pista destinada ao deslocamento dos veículos rodoviários. A pista de rolamento contém, no mínimo, duas faixas de tráfego capazes de conter a largura do veículo acrescida de folgas laterais para permitir que os veículos circulem de forma segura. PLANTA Representação, em escala adequada à fase do projeto, da projeção da estrada sobre um plano horizontal. Envolve a fixação de tangentes (trechos retos) e de curvas (arcos de circunferências e de espirais de transição) para formar o traçado por onde a rodovia vai passar. SEÇÕES TRANSVERSAIS Representações transversais de uma rodovia em um plano vertical. Essa representação é importante, pois os elementos de velocidade, capacidade de tráfego, nível de serviço, aparência e segurançada rodovia dependem dessa informação. As seções transversais podem ser dos tipos corte, aterro e mista. CORTE Refere-se a uma estrada projetada abaixo do nível da superfície do terreno natural. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Seção em corte. ATERRO Refere-se a uma estrada projetada acima do nível do terreno natural. Seção em aterro. MISTA Refere-se ao projeto da rodovia que possui simultaneamente um lado acima do terreno natural e outro lado abaixo do terreno nautral. Seção mista. VEÍCULOS DE PROJETO Veículos de teste para poder determinar as proporções da rodovia, como raios das curvas, largura da pista, capacidade em peso e volume etc. Uma rodovia também é definida pelos seguintes elementos de superestrutura: PAVIMENTOS FLEXÍVEIS São aqueles que possuem uma ou mais camadas internas. Essas camadas não sofrem esforço de tração. REVESTIMENTO É a camada superior (capa). Pode sofrer resistência à tração e, por conta disso, é projetada para oferecer resistência. Por isso, geralmente, é produzida com materiais betuminosos e agregados. A capa é ligada à base, por meio do Binder, que é um elemento que cria uma camada de ligação da base com a capa asfáltica. O Binder é composto de cimento asfáltico, reforçado por agregados de diversos tamanhos. BASE É a camada que está acima da sub-base. Constitui-se de material granular devidamente compactado, oferecendo uma superfície plana. SUB-BASE É outra camada granular, agora existente sobre o subleito. Os grânulos são compactados e oferecem uma superfície plana. REFORÇO DO SUBLEITO Existe somente em caso de pavimentos muito espessos. Também é composto de grânulos compactados que oferecem superfície plana. SUBLEITO É o terreno de fundação que serve como base para a construção da rodovia. FERROVIAS Ferrovias, em uma definição sumária, referem-se a estradas que permitem o deslocamento de veículos sobre rodas metálicas. A seção transversal da infraestrutura das ferrovias é bem semelhante à das rodovias. A diferença está nas dimensões, que são adequadas a uma outra espécie de veículo, e na terminologia de alguns de seus elementos. Além disso, no caso rodoviário, é possível passar com o carro em uma via aberta apenas com revestimento primário, sem pavimento. No caso ferroviário, isso não acontece: a locomotiva e os vagões precisam de trilhos sobre os quais possam se deslocar. ELEMENTOS DA SUPERESTRUTURA DA FERROVIA A superestrutura é constituída fundamentalmente de trilhos, dormentes e lastro. Além desses componentes essenciais, existem elementos adicionais, conforme a imagem a seguir: Superestrutura típica de ferrovia. Vejamos alguns desses componentes a seguir: Trilho É a peça básica e característica da via permanente ferroviária, destinada ao rolamento dos veículos para guiá-los em seu deslocamento. Possui uma seção mais espessa na parte superior chamada boleto, que sofre desgaste causado pela abrasão das rodas. A base de apoio do trilho é plana e larga e se chama de patim, enquanto a parte mais fina que liga boleto e patim é a alma. Bitola É a distância que os trilhos devem ter para se manter paralelos e retos, de modo a estarem sempre adequados à distância entre as rodas das composições (trens, metrôs, bondinhos etc.). Essa distância é chamada de bitola e é medida entre as faces internas do boleto. Dormentes São peças colocadas transversalmente à via, igualmente espaçadas, para servir como apoio aos trilhos e garantir a altura e a inclinação da bitola. São peças de dimensões padronizadas com espaçamento conforme o valor das cargas solicitantes verticais e horizontais que são transmitidas pelos trilhos, distribuindo-as para o lastro. Os lastros mais comuns são de madeira ou concreto. Enquanto o primeiro proporciona as melhores condições para os dormentes graças a suas propriedades mecânicas, os dormentes de concreto podem ser fabricados em três tipos: monobloco, bibloco e articulado. MONOBLOCO Constituído por um único bloco de concreto que sustenta os dois trilhos paralelos. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) BIBLOCO Trata-se de dois blocos de concreto. Cada um sustentando um dos trilhos, porém ambos estão interligados por uma barra de metal. ARTICULADO Pode ser monobloco ou bibloco. Permite a mudança da composição de uma linha férrea para outra. Lastro É um componente da superestrutura entre os dormentes e a plataforma. Tem a função de distribuir os esforços provenientes das cargas dos veículos no subleito, bem como ser um obstáculo aos movimentos longitudinal e transversal dos dormentes, impedindo deslocamentos da linha. Embora o sublastro seja considerado elemento da infraestrutura, tem uma forte interdependência com o lastro, com propriedades drenantes e funções econômicas. SAIBA MAIS No Brasil, predomina a bitola larga, com b=1,60m, e a bitola métrica, com b=1,00m. Em algumas regiões, pode-se superpor os dois tipos de malhas para possibilitar a circulação com trens de duas bitolas, chamada de bitola mista, que possui três trilhos. ATENÇÃO Você deve estar percebendo que a função do lastro se assemelha à da base: distribuir os esforços provenientes das cargas dos veículos nas camadas inferiores. Por isso, as partículas do lastro devem estar em íntimo contato entre si para, por meio do atrito, cumprirem essa finalidade de transmissão de carga. CANAIS Os canais são condutos naturais ou artificiais, destinados a escoar as águas, com uma superfície livre, geralmente, a parte superior. São construídos tanto ao longo dos próprios cursos d’água da rede hidrográfica, modificados de acordo com as necessidades, como escavados em terra seca. Os canais diferenciam-se pela utilização das águas conduzidas e pelas características do meio físico envolvido. O resultado desses fatores é um conjunto de peculiaridades como aspectos construtivos e procedimentos de manutenção dos canais durante sua operação, com reflexo intenso na condução desses projetos de obras hídricas. ATENÇÃO A condução da água por um canal, de acordo com sua finalidade, determina vários critérios básicos, como o de admitir ou não perdas d'água. Canais de navegação e de retificação de rios, por exemplo, em geral admitem tais perdas; enquanto aqueles que aduzem água, seja para o abastecimento urbano ou para irrigação, em geral não podem perder esse recurso. Os tipos de canais mais comuns são: hidrovias; canais de irrigação; canais de adução para abastecimento; canais para drenagem de áreas encharcadas; canais de retificação de cursos naturais para os mais diversos fins. O canal, quanto à concepção do projeto, pode ser construído escavado, em aterro, estrutural ou misto. A seguir, veja os tipos mais comuns de canal considerando a seção transversal: SEÇÃO TRAPEZOIDAL SEÇÃO RETANGULAR SEÇÃO TRIANGULAR SEÇÃO CIRCULAR PROJETOS DE CANAIS Agora, veremos como são projetados alguns tipos de canais para utilizações bem definidas: HIDROVIAS Envolvem tanto canais de acesso (aproximação ou saída de embarcações de alguma obra fluvial) quanto canais de navegação quando são projetados para garantir profundidade mínima em qualquer ponto da hidrovia. Em geral, fazem parte de um sistema mais complexo que compreende eclusas, barragens e portos e que controla a navegação de embarcações. Os canais de acesso e de navegação mais usuais têm seção transversal retangular ou trapezoidal. CANAIS DE RETIFICAÇÃO Podem ser concebidos para controle de cheias; para a organização do espaço visando ao uso do solo e para o controle de processos erosivos-deposicionais etc. CANAIS DE IRRIGAÇÃO Devem facilitar o escoamento d'água sem provocar erosão ou deposição de sedimentos. Em geral, os canais de irrigação de maior porte, que aduzem e distribuem água até os lotes irrigados, são dotados de revestimentos para evitar perdas d'água importantes. ATENÇÃO A profundidade mínima do canal deve atender ao calado máximo da embarcação ou comboio (distânciavertical entre a superfície da calha e a superfície da rodovia) que serve como padrão para o projeto geral da hidrovia. A largura mínima do canal deve levar em conta condições mínimas de segurança para a embarcação, tanto em percurso individual como em cruzamento. LINHAS DE TRANSMISSÃO E DUTOVIAS As linhas de transmissão de energia elétrica e as dutovias são obras de engenharia lineares bem superficiais, envolvendo quase sempre apenas o horizonte de solo e a rocha decomposta. Portanto, essas obras assumem proporções grandiosas e importantes tanto do ponto de vista logístico como operacional. Trata-se de tipos de obras que podem ser aéreas, subaquáticas, enterradas ou subterrâneas. As linhas de transmissão são consideradas apenas obras aéreas, apoiadas por meio de torres metálicas nas superfícies do terreno. Em geral, podem ser compostas de postes ou torres. Os postes são formados de madeira, de metal ou de concreto constituídos de peça única e altura limitada, o que torna seu transporte difícil. Já as torres são formadas de peças metálicas e possuem dimensões maiores do que os postes; mas são constituídas de peças metálicas menores que exigem operações complexas para serem montadas no local. As dutovias, por sua vez, são consideradas obras enterradas ou subterrâneas e, por isso, prescindem de maiores estudos geológicos principalmente o estudo da estrutura da parede do duto com o conjunto solo-rocha. As dutovias são compostas por tubulações instaladas em valas com até 5m de profundidade, ou por meio de túneis escavados em solo ou rocha. Geralmente, podem transportar água bruta ou tratada (adutoras), esgotos e efluentes em geral (coletores, interceptores e emissários), óleos (oleodutos), gases (gasodutos) e cabos elétricos ou telefônicos. São construídas com tubos de aço, ferro fundido, concreto, cerâmica e plásticos, e seus diâmetros variam de pouco mais de 1cm, nas redes de adução, até metros, em galerias de esgoto. SAIBA MAIS A transmissão primária, quase sempre com tensões superiores a 13,8kV e transmitida por meio de sistemas com torres metálicas, é chamada de alta tensão, enquanto a transmissão secundária, para distribuição da energia e de tensões inferiores a esse valor por meio de postes, é chamada de baixa tensão. VEM QUE EU TE EXPLICO! Rodovias Ferrovias Canais VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 2 Reconhecer as obras de túneis existentes na Engenharia: rodoviários, ferroviários e metroviários TÚNEIS NA ENGENHARIA TIPOS DE TÚNEIS Dá-se o nome de túnel a uma passagem subterrânea que facilita ou torna possível o acesso a um determinado local ou via. Trata-se de construções que podem ser desenvolvidas pelo ser humano, por meio de uma escavação em rocha ou em solo, ou que podem ser realizadas pela própria natureza ao longo do tempo. O objetivo dos túneis construídos pelo homem é permitir uma passagem direta através de certos obstáculos, que podem ser elevações, rios, canais, áreas densamente povoadas etc. O que será apresentado aqui são os túneis utilizados para transporte, os quais, nesse caso, têm a função de ligar duas seções de uma estrada, de uma via férrea – sendo ferroviária ou metroviária – ou uma avenida ou rua. Veja alguns exemplos de túneis: Interior de túnel rodoviário. Trem-bala passando pelo Túnel Seikan, no Japão. Túnel metroviário em Viena, Áustria. ATENÇÃO Além do nosso estudo, é importante perceber que o túnel terá a superestrutura do modal de transporte em que ele será utilizado. Note nos exemplos apresentados que o túnel rodoviário deve ser dotado de pista de pavimentação asfáltica ou de concreto para poder efetivamente ligar duas porções de uma rodovia. E no caso do túnel ferroviário, deve ser adotada a superestrutura ferroviária formada por lastro, dormentes, trilhos, sinalização e linha energizada para possibilitar a ligação que se deseja entre as vias. SAIBA MAIS Atualmente, os túneis respondem por mais de 90% do volume de escavações subterrâneas civis em todo mundo. Nas últimas décadas, os túneis totalizaram de 500 a 1.000km perfurados por ano, correspondentes a 20.000 a 40.000m3 de volume escavado. Além disso, seus comprimentos e suas seções transversais mais comuns variam respectivamente de 150 a 1.500m e 15 a 75m2, podendo atingir seções transversais de mais de 200m2 em estações metroviárias subterrâneas. TIPOS DE ESCAVAÇÃO E SEUS MÉTODOS Vamos agora nos aprofundar quanto ao tipo da escavação, que pode ser feita em rocha ou em solo. ESCAVAÇÕES EM ROCHA Quanto à escavação em rocha, a não ser nos casos de túneis curtos, ou seja, com menos de 200m de comprimento, que utilizam somente uma frente de escavação, são normalmente estabelecidas duas ou mais frentes de escavação. A configuração mínima é a escavação com duas frentes, uma para cada saída do túnel. Trata-se de uma construção que envolve operações de perfuração e de detonação de explosivos. Se fosse determinada uma sequência das operações, seria a seguinte: Perfuração da frente de escavação com marteletes. Carregamento dos furos com explosivos. Detonação dos explosivos. Ventilação e remoção dos detritos e da poeira. Remoção da água de infiltração, se necessário. Colocação do escoramento para o teto e paredes laterais, se necessário. Colocação do revestimento, se necessário. Com relação ao avanço da escavação do túnel, existem diferentes métodos, sendo estes os mais comuns: Escavação total Toda a frente do túnel é perfurada e dinamitada. É o método adequado para a escavação de túneis pequenos, com cerca de 3m de diâmetro. Escavação por galeria frontal e bancada Ocorre o avanço da parte superior do túnel, sempre adiante da parte inferior. O desmonte da bancada fica facilitado e apresenta um modus operandi bem semelhante à escavação de pedreiras, utilizando bancadas. Escavação com galerias Abre-se um túnel menor, chamado de galeria, antes da escavação total da frente. Essa galeria de escavação pode ser chamada de central, fundo, teto ou lateral. Geralmente, esse método é vantajoso para a construção de túneis bastante largos. COMENTÁRIO Iniciais de New Austrian Tunneling Method, em português, Novo método austríaco de abertura de túneis, o NATM é um método que utiliza a rocha circunvizinha e as cavidades do local como elemento de sustentação da escavação ao invés de ser elemento de carga. Outros meios de suporte do NATM consistem em: Ancoragens com tirantes (sejam eles tensionados, ou de ancoragem ativa ou não tensionados ou de ancoragem passiva). Concreto projetado aplicado por máquina que utiliza ar comprimido. Cambotas metálicas (são perfis metálicos, em geral circulares, utilizados para fazer túneis). TIRANTES Tirantes são elementos passivos que trabalham sobre tração, transmitindo esforços de um ponto a outro. Em geral, é uma barra de aço enterrada no solo verticalmente. A ancoragem passiva é realizada, tendo como base, blocos de concreto. ESCAVAÇÕES EM SOLO A escavação em solos ou em materiais moles divide-se em construção a céu aberto (quando se cava a vala, e ela fica com a superfície aberta, a céu aberto) e construção em subsuperfície (quando se faz o buraco, sem romper a superfície do solo). A construção a céu aberto se distingue pelo tipo de escoramento, conforme veremos a seguir: ESCORAMENTOS POR MEIO DE TALUDES INCLINADOS Método de construção bem simples, destinado a escavações não muito profundas. A inclinação do talude depende diretamente do tipo de solo, então deve-se tomar cuidado com sua determinação. Se for possível a escavação livre, sem escoramento, é a condição mais racionalizada para os trabalhos; contudo isso é possível somente se na superfície existir lugar suficiente tanto para a escavação como para o tráfego. ESCORAMENTOS POR MEIO DE ESTRUTURAS javascript:void(0) Nesse tipo de escoramento, são utilizadas estruturas como paredes de estacas metálicas, pranchões de madeira, estacas justapostas, estacas-prancha de aço. É obedecida a seguinte sequência:escavação manual e mecanizada, escoramento das paredes, concretagem do túnel e reaterro, sem que as estruturas de escoramento façam parte da estrutura do túnel. Também é utilizado quando o talude é muito vertical a ponto de não permitir a escavação livre, já apresentada aqui. ESCORAMENTOS POR MEIO DE PAREDES- DIAFRAGMA Em oposição ao método anterior, antes do início da escavação, os escoramentos farão parte da estrutura do túnel. Nesse caso, são escavadas seções com cerca de 5m de comprimento até a profundidade onde deverá ficar a base do túnel. Tais seções são escavadas em meio à lama bentonítica para não haver desmoronamentos. Em seguida, são colocados respectivamente, a ferragem e o concreto, o qual expulsa a lama para ser usada em outra seção, separada da anterior em cerca de 5m. O processo se segue continuamente até o final da escavação. ESCORAMENTOS POR MEIO DE COURAÇAS Esse método traz menos problemas para o tráfego superficial, sendo aplicáveis a quase todos os tipos de solo, com presença ou não de nível d´água. Atualmente, existem três tipos de couraça: Couraça manual. Couraça semimecanizada, onde ferramentas, geralmente hidráulicas, são acionadas individualmente por trabalhadores. Couraça totalmente mecanizada. Nas escavações mais atuais, são muito comuns as máquinas perfuratrizes de túneis, chamadas de tuneladoras (tunnel boring machine). Trata-se de uma máquina que aumenta muito a produtividade da escavação de túneis. ETAPAS DE PROJETO DE TÚNEIS As etapas do projeto de túneis são bem semelhantes às etapas do projeto de estradas e obras lineares. Como tais, também são divididas em fases: 1 PROJETO CONCEITUAL Engloba estudo das alternativas de soluções de engenharia para o traçado, seção transversal, métodos de escavação, reforço estrutural etc. Diversos aspectos das alternativas de projeto são condicionados por fatores de ordem geológica e geomorfológica, até culminar com a eleição da melhor solução. Embora, na maioria dos casos, o traçado, o tamanho e a forma da seção do túnel sejam estabelecidos anteriormente ao reconhecimento geológico, em alguns casos, isso não ocorre, principalmente quando o reconhecimento prévio de condições geológicas particularmente ruins pode dar lugar a um novo traçado do túnel. PROJETO BÁSICO Engloba o detalhamento das alternativas levantadas na fase anterior. Nessa fase, as revisões e os ajustamentos no projeto são função da interpretação de informações suplementares, como locais e pormenorizadas, resultantes de levantamentos geológicos e geotécnicos mais detalhados, de investigações adicionais e do monitoramento do comportamento hidráulico e mecânico do meio rochoso. O objetivo é estabelecer todos os detalhamentos, adaptações e ajustes necessários para a preparação do projeto para a licitação da obra, em um grau em que orçamentos e especificações sejam definidos com precisão. 2 3 PROJETO EXECUTIVO A obra de um túnel é geralmente parte de uma obra maior, então é nessa fase em que outras investigações menos numerosas ocorrem em função de novos detalhes construtivos, como confirmações dos modelos geológicos, da geometria final de uma escavação e das conformações com projetos executivos adjacentes. Como se trata de uma obra que pressupõe a escavação de um meio, seja em rocha ou em solo, o levantamento geológico reveste-se de uma importância significativa. O principal documento geológico utilizado é um corte ao longo de seu plano axial, que deve indicar os diferentes tipos de rochas e solos no futuro traçado do túnel, as eventuais deficiências geológicas – como falhas ou diaclases –, ou o nível hidrostático ou algum achado – como águas de infiltrações ou fontes subterrâneas no corte. VEM QUE EU TE EXPLICO! Escavações em rocha Escavações em solo VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 3 Reconhecer as obras de barragens existentes na Engenharia bem como seus elementos, tipos e etapas de projeto BARRAGENS NA ENGENHARIA BARRAGENS Barragem é definida como uma obra construída transversalmente a vales ou depressões com o objetivo de elevar o nível da água dos cursos naturais ou para formar reservatórios que acumulem água temporariamente. Uma barragem, principalmente as grandes, é o tipo de obra que impacta muito o meio ambiente à sua volta. Uma barragem pode modificar o regime de um rio, criando um reservatório ou até um lago artificial a partir de sua construção. Com isso, os níveis dos lençóis freáticos próximos à barragem tornam-se completamente alterados e modificados, bem como o desnível de água entre montante e jusante da barragem cria gradientes hidráulicos, ou seja, diferenças de pressões hidrostáticas, bem elevados. Uma barragem muda completamente uma paisagem e, por isso, a segurança das barragens deve ser olhada e monitorada com muito cuidado, pois os desastres que podem surgir devido ao rompimento de barragens causam prejuízos materiais e humanos incalculáveis. As principais aplicações das barragens são: abastecimento de água doméstica e industrial; irrigação; geração de energia; navegação; controle de enchentes ou de poluição; retenção de detritos. ATENÇÃO A diferença de dique para barragem é que o primeiro busca evitar o extravasamento de um reservatório de água após o fechamento da barragem, não barrando completamente o rio. Barragens necessariamente barram completamente a passagem do rio para formar reservatórios, acumulando água temporariamente. TIPOS E PARTES DAS BARRAGENS Vejamos as definições mais importantes relativas aos tipos e às partes das barragens: PARAMENTOS São definidos pelas superfícies regulares que envolvem os elementos estruturais mais importantes em ambas as faces de uma barragem. CRISTA É a parte superior da barragem, onde, às vezes, existe uma pista para passagem de veículos. BASE Constitui a superfície de apoio da estrutura da barragem sobre o terreno, excluindo cortinas e trincheiras de impermeabilização eventualmente existentes. CORPO É limitado pela crista ou pelo coroamento, pela base e pelos paramentos de montante e jusante. OMBREIRAS São as partes da fundação de uma barragem próximas às encostas que limitam lateralmente a obra. FUNDAÇÃO É a parte do terreno natural próximo à base da barragem. VERTEDOURO Também chamado de vertedor ou sangradouro, tem a função de escoamento das águas excedentes à acumulação do reservatório, funcionando especialmente durante as enchentes. TOMADA DA ÁGUA É o órgão pelo qual é retirada a água do reservatório para a utilização prevista para a obra. SISTEMA ADUTOR É o conjunto de tubulações, podendo incluir túnel, que leva a água da represa até o local onde será utilizada. Quanto aos materiais de construção utilizados em sua construção, as barragens podem ser classificadas em: Barragens de terra São construídas com solos de granulometria fina a grossa e permeabilidade baixa. As mais comuns são as barragens homogêneas e as barragens zoneadas, ambas construídas a partir da compactação do solo em camadas delgadas. As primeiras são feitas com um mesmo tipo de solo, em geral argiloso e pouco permeável, e taludes mais abatidos, enquanto as barragens zoneadas têm a zona central e o núcleo impermeáveis, e duas zonas externas, em geral de materiais granulares, mais permeáveis e mais resistentes aos deslizamentos. Barragens de rejeito São destinadas a impedir resíduos indesejáveis de entrarem no fluxo normal das águas e, em grande parte, são levantadas com os próprios rejeitos. Têm muita aplicação na mineração, em que é necessária uma barragem para evitar que resíduos dos minérios tanto atinjam os corpos d’água como poluam o meio ambiente. Barragens de enrocamento Chama-se enrocamento um aterro feito com fragmentos de rocha ou cascalho, compactado em camadas por rolos vibratórios pesados. Nessas barragens, os deslizamentos de taludes são menos comuns, em virtude do elevado ângulo de atrito do enrocamento. As barragens de enrocamento são construídas preferencialmente sobrefundações resistentes, mas também podem ser implantadas sobre outros materiais, como rocha alterada, aluviões compactos e outros materiais. ALUVIÕES COMPACTOS Legenda: Leque aluvial visível no Parque Nacional do Vale da Morte (EUA). javascript:void(0) Barragens de concreto por gravidade As barragens de concreto podem ser construídas com concreto convencional ou, frequentemente, com concreto compactado com rolo (CCR) e têm sua estabilidade assegurada pelo seu peso e pela largura da sua base, devidamente adequados à resistência da fundação. Barragens de contraforte A barragem principal de Itaipu é um exemplo bem conhecido de barragem de gravidade. Nessas barragens, a subpressão fica muito reduzida devido à menor área da base, enquanto o peso da água sobre o paramento inclinado de montante praticamente elimina o tombamento. Em contraposição, aumentam os esforços de compressão sob os contrafortes. Devido ao seu menor peso, são barragens mais sensíveis a problemas de deslizamento. Barragens em arco A estabilidade, nesses casos, é garantida pela forma curva, que faz com que as pressões da água sejam transferidas, em grande parte, para as ombreiras. Para que a transferência seja eficiente, é necessário que o vale seja estreito e regular. Frequentemente, essas barragens ainda requerem escavações consideráveis nas ombreiras e no leito do rio, tanto para atingir rocha sã como para garantir uma geometria adequada. ETAPAS DE PROJETO DE BARRAGENS As etapas do projeto de barragens (e de suas aplicações, como usinas hidrelétricas, reservatórios de abastecimento ou barragens de regularização de vazões) guardam bastantes semelhanças com as etapas do projeto de estradas e obras lineares. Como veremos, as etapas de estudo são seguidas pelas etapas de projeto. As etapas de estudo envolvem, normalmente, as fases de levantamento de inventário e de estudos de viabilidade, enquanto as fases de projeto envolvem o projeto básico e o projeto executivo, que se divide em projeto de construção e projeto de operação. Em toda obra de terra que estamos estudando aqui, a dimensão das áreas envolvidas e as escalas de abordagem dos estudos variam de acordo com o tipo de obra. Por exemplo, estudar a construção de uma estrada possui uma ordem de grandeza e de amplitude diferente da obra de uma barragem, que envolve uma área bem maior de influência. De modo geral, temos que: Os trabalhos, que sempre são iniciados no âmbito regional e de grandes áreas, empregando pequenas escalas com poucos detalhes... ...evoluem para os estudos de âmbito local e mais minuciosos, empregando escalas significativas com grandes detalhes com alta precisão. O enfoque, que inicialmente é bem centrado na Geologia da região, com o desenvolvimento do projeto... ...evolui para um aspecto mais geotécnico, com o estudo mais aprofundado das ocorrências de solos e rochas e de suas consequências para a construção da barragem. Agora, vamos conhecer esses estudos: ESTUDOS DE INVENTÁRIO Nessa fase, identifica-se, ao longo de cursos de rios, os locais mais favoráveis – sob o ponto de vista geológico e hidrográfico – à implantação das obras da barragem e de suas obras auxiliares. Trata-se de estudos de natureza mais ampla, regional. Topografia é a ciência que estuda as características da superfície: Do ponto de vista geológico, visa identificar, preliminarmente, as características e os problemas específicos dos locais preferenciais da construção da barragem, bem como as ocorrências dos solos e rochas disponíveis e de suas consequências prováveis à estabilidade de taludes, à maior ou menor suscetibilidade à erosão ou ao assoreamento. Do ponto de vista hidrográfico, abrange os estudos de um rio inteiro ou de uma bacia hidrográfica para definir o potencial hidrelétrico. ESTUDOS DE VIABILIDADE Os estudos têm por objetivo determinar, de maneira mais detalhada, as características do meio físico, social e econômico, bem como sua importância para as diversas possibilidades de aproveitamento. Os estudos visam, ainda, à definição de arranjos mais adequados das obras civis, de modo que possam ser processadas análises técnico-econômicas, comparativas entre alternativas de obras. Para isso, são necessários maiores detalhamentos dos estudos na fase anterior: estudos hidrológicos, topográficos, geológicos, geotécnicos, hidráulicos, de arranjo das diversas estruturas das obras principais e auxiliares e até mesmo estudos energéticos e econômicos. Com relação aos estudos geológicos, as pesquisas devem identificar corretamente defeitos e problemas que possam inviabilizar ou encarecer a obra, e assim eliminar as surpresas geológicas maiores, como estabilidade de encostas e áreas passíveis de inundação. Para isso, são necessários trabalhos como mapeamentos geológicos e classificações e caracterizações geológico-geotécnicas dos solos de superfície e das ocorrências dos maciços rochosos. PROJETO BÁSICO A partir da definição da melhor alternativa na fase de estudos de viabilidade, são necessários sua complementação e seu detalhamento. Embora esses estudos já permitam a concepção básica da obra, com a geometria das escavações, dimensionamentos estruturais e hidráulicos, níveis de fundações, tais definições acontecem apenas em nível preliminar. É só no projeto básico, no entanto, que se desenvolve o estudo detalhado da obra de terra, em um grau que depende do porte da obra e das dificuldades geológico-geotécnicas nos estágios anteriores do projeto. Assim é importante o detalhamento de todos os trabalhos, pois esses permitirão definir as modificações, adaptações e ajustes necessários ao projeto, objetivando adequar, de maneira mais segura e econômica, o projeto da obra, como um todo, ao meio físico escolhido. Além disso, são preparados documentos de licitação, de modo que o grau de detalhe deve ser aquele necessário para calcular com precisão o custo da obra. Diferenças entre o que consta do projeto e o que é encontrado na construção podem causar aditivos contratuais de tempo e de custo, aumentando o prazo e o custo da obra. PROJETO EXECUTIVO A etapa do projeto executivo contempla atividades de detalhamento e refinamento do projeto básico das obras civis e dos equipamentos hidráulicos, elétricos e mecânicos. Caracteriza-se pelas atividades complementares que se façam necessárias, e por aquelas que, devido a algum impedimento ou necessidade de recursos mais amplos, não tenham sido executadas na etapa anterior. Nessa etapa, as atividades de projeto ocorrem em paralelo com a fase de construção da obra, ou seja, pressupõe-se que a licitação já ocorreu, que já existe um contrato e que a empreiteira já está trabalhando. Como grande parte dos ensaios que definiram o escopo da obra já ocorreram, as investigações são menos numerosas em comparação com o projeto básico, porém mais minuciosas, objetivando esclarecer detalhes construtivos, como a geometria final de uma escavação ou os tratamentos previstos em cada estrutura ou, ainda, firmar os modelos geomecânicos usados nas análises. PROJETO DE OPERAÇÃO Essa fase está relacionada às fases de enchimento do reservatório e de operação. É necessário que o comportamento das estruturas e do reservatório seja investigado e monitorado para comprovar a segurança geral da obra e verificar o seu comportamento ao longo da utilização da barragem. VEM QUE EU TE EXPLICO! Tipos e partes das barragens Etapas de projeto de barragens VERIFICANDO O APRENDIZADO CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste conteúdo, estudamos as obras geotécnicas, fazendo um panorama sobre todas elas: rodovias, ferrovias, canais, dutovias, linhas de transmissão, barragens e túneis. Iniciamos com o estudo das rodovias e das ferrovias, que embora guardem algumas concordâncias em sua infraestrutura, apresentam superestruturas completamente diferentes. Vimos que as diferenças mais marcantes são a presença de dormente e trilhos nas ferrovias e de asfalto e concreto nas rodovias. Tambémé importante considerar a distinção entre o veículo que percorre uma e outra via: é só comparar as cargas transportadas entre carros e trens que você vai entender a necessidade de uma superestrutura própria e com mais capacidade de carga nas ferrovias. Vimos ainda que os canais são condutos naturais ou artificiais, destinados a escoar as águas, com uma superfície livre, construídos ao longo dos próprios cursos d’água da rede hidrográfica, modificados de acordo com requisitos bem particulares. Podem se tornar: hidrovias, canais de irrigação, canais de adução para abastecimento, canais para drenagem de áreas encharcadas, canais de retificação de cursos naturais, canais de regulação de fluxo. Como é possível perceber, há muitas maneiras de se empregar canais. Também abordamos os tipos de obra e as fases que seus projetos devem seguir. A primeira fase sempre tem o objetivo de verificar o local da obra buscando por características que podem trazer problemas; a segunda fase tem como objetivo desenvolver o projeto básico propriamente dito; e a terceira fase que objetiva desenvolver o projeto executivo para a construção da obra. PODCAST Agora, o especialista Giuseppe Miceli Junior encerra nosso estudo falando sobre os principais tópicos abordados. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ANTAS, P. M. et al. Estradas: projeto geométrico e de terraplenagem. Rio de Janeiro: Interciência, 2010. CHIOSSI, N. J. Geologia de engenharia. 3. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2013. CUNHA, M. A. (coord.) Ocupação de encostas. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas, 1991. 234p. FUNDAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE – FIDEM. Diagnóstico ambiental, urbanístico e social das áreas de morros urbanos da Região Metropolitana do Recife. (Programa Viva o Morro). Recife: FIDEM/SEDENE, 2001. FUNDAÇÃO INSTITUTO DE GEOTÉCNICA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO – GEORIO. Manual técnico de encostas. 2. ed. v. 4. Rio de Janeiro, [s.d.]. LIMA, M. J. C. P. Prospecção geotécnica do subsolo. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1979. MACIEL FILHO, C. L. Introdução à geologia de engenharia. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 1997. OLIVEIRA, A. M. S.; BRITO, S. N. A. Geologia de Engenharia. Oficina de Textos, 1998. PONTES FILHO, G. Estradas de rodagem: projeto geométrico. São Paulo: Instituto Panamericano de Carreteras Brasil, 1998. EXPLORE+ Pesquise mais sobre os desastres das barragens de rejeitos das cidades de Mariana (MG) e Brumadinho (MG). Esses são bons exemplos de como o componente ambiental (ou a possível negligência dele) pode ser o causador de verdadeiras catástrofes ambientais, prejudicando a vida de tantas pessoas. CONTEUDISTA Giuseppe Miceli Junior.
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