Buscar

CONTABILIDADE LIVRO TEXTO COMPLETO UNIP

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 122 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 122 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 122 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Autor: Prof. Edson Mota dos Santos
Colaboradores: Prof. Santiago Valverde
 Prof. Jean Carlos Cavaleiro
 Prof. Livaldo dos Santos
Contabilidade
Professor conteudista: Edson Mota dos Santos
Edson Mota dos Santos é mestre em Administração de Empresas pela Universidade Ibirapuera desde 2000. Cursa 
o doutorado na Florida Christian University desde 2010. Atualmente, é professor titular da Universidade Paulista (UNIP) 
em cursos de gestão, graduação, educação a distância e pós-graduação, onde coordena o curso de Finanças e Banking. 
Além disso, é professor titular do Instituto de Ensino Superior de Cotia e professor de pós-graduação da Universidade 
Presbiteriana Mackenzie.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S237c Santos, Edson Mota dos
Contabilidade / Edson Mota dos Santos. São Paulo: Editora Sol, 2020.
120 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Contabilidade. 2. Balanço patrimonial. 3. Demonstrações 
financeiras. I. Título.
CDU 657
U507.45 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Michel Kahan Apt
 Amanda Casale
Sumário
Contabilidade
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 CONTABILIDADE: IMPORTÂNCIA E ABRANGÊNCIA ..............................................................................9
1.1 Conceito de contabilidade ...................................................................................................................9
1.2 Objeto da contabilidade .......................................................................................................................9
1.3 Balanço patrimonial .............................................................................................................................11
1.4 Conta ..........................................................................................................................................................11
1.5 Resultado ................................................................................................................................................. 13
1.6 Contabilização ou fatos que ocorrem numa entidade ......................................................... 13
1.7 Os livros contábeis ............................................................................................................................... 14
1.8 Outros livros contábeis ....................................................................................................................... 14
1.9 Escrituração das operações .............................................................................................................. 14
1.9.1 Processos de escrituração.................................................................................................................... 14
1.9.2 Elementos que formam os lançamentos de registro nos livros contábeis ...................... 15
1.9.3 Partidas dobradas ................................................................................................................................... 15
1.9.4 Fórmulas de lançamentos contábeis .............................................................................................. 16
1.9.5 Procedimentos para o lançamento do diário de operações que envolvem 
contas de ativo, passivo e patrimônio líquido ....................................................................................... 16
1.9.6 Procedimentos para o lançamento no livro-razão de operações que envolvem 
contas de ativo, passivo e patrimônio líquido ....................................................................................... 17
1.9.7 Procedimentos para o lançamento do diário de operações que envolvem 
contas de ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas e despesas ................................................. 18
1.9.8 Exemplo de registro no diário e no razão de operação que contém contas de 
ativo, passivo, patrimônio líquido, receita e despesa .......................................................................... 20
2 PROBLEMAS COM CONTABILIZAÇÃO ...................................................................................................... 27
2.1 Regime de caixa e regime de competência ............................................................................... 27
2.2 Empréstimos com juros prefixados ............................................................................................... 29
Unidade II
3 BALANÇO PATRIMONIAL: INTRODUÇÃO ................................................................................................ 35
3.1 Balanço patrimonial ............................................................................................................................ 37
3.1.1 Ativo ............................................................................................................................................................. 37
3.1.2 Passivo ......................................................................................................................................................... 40
3.1.3 Patrimônio líquido .................................................................................................................................. 40
3.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) ..................................................................... 42
3.2.1 Conceito...................................................................................................................................................... 42
3.2.2 Exemplo de DRE ...................................................................................................................................... 44
4 DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS ..................................................... 49
4.1 Introdução ............................................................................................................................................... 49
4.1.1 Cálculo da variação do capital circulante líquido ..................................................................... 50
4.1.2 Regras para elaboração da Doar ....................................................................................................... 50
4.1.3 Origens e aplicações de recursos ...................................................................................................... 51
4.1.4 O lucro do exercício ............................................................................................................................... 51
4.1.5 Outras origens de recursos..................................................................................................................53
4.1.6 Venda dos itens do ativo imobilizado ............................................................................................. 53
4.1.7 Aplicações .................................................................................................................................................. 55
4.1.8 Estrutura da Doar ................................................................................................................................... 55
4.2 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) .................................................................................. 56
4.2.1 Conceito...................................................................................................................................................... 57
4.2.2 Estrutura da demonstração dos fluxos de caixa ........................................................................ 57
4.2.3 Métodos de elaboração da DFC ........................................................................................................ 60
Unidade III
5 RESOLUÇÃO DE UM EXERCÍCIO COMPLETO ......................................................................................... 73
5.1 Enunciado do exercício ...................................................................................................................... 73
6 RESOLUÇÃO DO EXERCÍCIO ........................................................................................................................ 75
6.1 Balancete de verificação em 31/12/2007 ................................................................................... 76
6.2 Diário das operações em 2008 ........................................................................................................ 76
6.3 Transporte para o razão do balancete e do diário .................................................................. 78
6.4 DRE em 31/12/08 ................................................................................................................................. 80
6.5 Demonstração de lucros/prejuízos acumulados em 31/12/08 ........................................... 80
6.6 Balanços patrimoniais em 31/12/07 e 31/12/08 ...................................................................... 81
6.7 Demonstração das origens e aplicações de recursos em 31/12/08 ................................. 82
6.8 Demonstração dos fluxos de caixa em 31/12/2008 (modelos direto e indireto) ....... 83
6.8.1 Demonstração dos fluxos de caixa em 31/12/2008 – modelo direto ................................ 83
6.8.2 Demonstração dos fluxos de caixa em 31/12/2008 – modelo indireto ............................ 83
Unidade IV
7 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ................................................................................. 88
7.1 Finalidade e usuários das informações financeiras ................................................................ 88
7.1.1 Finalidades ................................................................................................................................................. 88
7.1.2 Usuários ...................................................................................................................................................... 88
7.2 Ajustes das demonstrações financeiras para análises ........................................................... 89
7.2.1 No balanço patrimonial ....................................................................................................................... 89
7.3 Demonstrações (relatórios) contábeis ......................................................................................... 90
7.3.1 Demonstrações financeiras e Lei das Sociedades por Ações ................................................ 90
7.4 Iniciando a análise financeira ......................................................................................................... 90
7.4.1 Análise vertical – balanço patrimonial .......................................................................................... 91
7.4.2 Análise vertical – DRE ........................................................................................................................... 93
7.4.3 Análise horizontal – balanço patrimonial .................................................................................... 95
7.4.4 Análise horizontal – DRE ..................................................................................................................... 97
7.4.5 Análise por meio de índices ................................................................................................................ 98
7
APRESENTAÇÃO
O livro-texto que aqui apresentamos servirá de apoio ao estudo da disciplina Contabilidade, que tem 
como objetivo realizar uma introdução à ciência social da contabilidade, iniciando-se com os conceitos 
contábeis, métodos, procedimentos e princípios. Para tal, considera termos e jargões geralmente usados 
por profissionais que atuam diretamente com contabilidade e usuários da informação contábil, tanto 
internos (gestores) como externos (investidores, governo e outros interessados). Propõe-se o estudo do 
tradicional método das partidas dobradas, dos demonstrativos contábeis e sua estrutura legal conforme 
a legislação brasileira em correlação com as normas internacionais de contabilidade. Adicionalmente, 
realiza-se um estudo das técnicas de análise dos demonstrativos contábeis com ênfase para apoio à 
tomada de decisão.
É importante notar que em cada unidade deste livro-texto você encontrará:
• Textos explicativos que elucidam a matéria.
• Resumo do conteúdo estudado.
• Exercícios comentados.
• Tópicos para refletir, em que convidamos você a pensar sobre assuntos da atualidade.
• A seção Saiba mais, em que indicamos fontes que, de alguma forma, complementam os 
temas investigados. Não deixe de explorar essas sugestões: garantimos que você ampliará seu 
conhecimento sobre os temas apresentados, uma ampliação extremamente útil não apenas na 
questão específica da disciplina, mas também em sua vida profissional.
• Os Lembretes – anotações pontuais que remetem a alguma informação já conhecida – e as 
Observações – apontamentos que chamam sua atenção para algum ponto a ser destacado sobre 
o assunto em desenvolvimento – são recursos que reforçam algumas questões.
INTRODUÇÃO
Antes que você inicie a leitura dos conteúdos, é importante salientar que, neste livro-texto, a 
construção do conhecimento será conjunta quanto ao tratamento dos fatos contábeis, em particular no 
tocante à contabilização de tais fatos. Nossa proposta, portanto, não é a de tão somente transferir um 
conjunto predeterminado de saberes. As escolhas metodológicas e didáticas a partir das quais o livro-texto 
foi confeccionado incluem o aperfeiçoamento do espírito crítico e o desenvolvimento das capacidades e 
habilidades de produção e geração de conhecimento. Dessa forma, você poderá notar que os conteúdos 
estão sempre entrelaçados às situações concretas das organizações, e tal estratégia permitirá que você 
desenvolva, com autonomia, o seu próprio saber em relação à importância da contabilidade.
As unidades foram elaboradas para atender a determinados objetivos. Primeiramente, entraremos 
em contato com os principais conceitos relativos à Contabilidade: seus conceitos, seu objeto e objetivos, 
8
e seus principais instrumentos de organização e controle. Em seguida, detalharemos o Balanço Patrimonial, 
suas principais contas e sua demonstração. Apresentaremos um exercício completo abordando, 
conforme a legislação em vigor, todos os demonstrativos contábeis: balanço patrimonial, demonstração 
de resultados do exercício, demonstração de lucros ou prejuízos acumulados, demonstração de origem e 
aplicações de recursos, além de demonstração do fluxo de caixa. Por fim, abordaremos o assunto análise 
das demonstrações financeiras.
Esperamos que você aprecie este livro-texto e que, a partir dele, possa conhecer e dominar os 
processos básicosde contabilidade e seus impactos nas organizações. Bom trabalho!
9
CONTABILIDADE
Unidade I
1 CONTABILIDADE: IMPORTÂNCIA E ABRANGÊNCIA
1.1 Conceito de contabilidade
A contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, 
controle e registro relativas à administração econômica (Congresso Brasileiro de 
Contabilidade, 1924).
A contabilidade, na sua condição de ciência social, cujo objeto é o patrimônio, busca, por meio da 
apreensão, da quantificação, da classificação, do registro, da eventual sumarização, da análise e do 
relato das mutações sofridas pelo patrimônio da entidade particularizada, a geração de informações 
quantitativas e qualitativas sobre ela, expressas tanto em termos físicos quanto monetários (NBC – T-1, 
aprovada pela Resolução CFC nº 785, de julho de 1995).
Para entendermos os conceitos aqui mencionados, vamos dividi-los em três funções distintas 
exercidas pela contabilidade:
1) Orientação: compreende a elaboração de relatórios contábeis (balanço patrimonial e demonstração 
do resultado do exercício, por exemplo), por meio dos quais é comunicada a situação econômica e 
financeira da entidade. Podemos dizer que aí temos a essência da contabilidade, pois seu objetivo 
é o fornecimento de informações úteis.
2) Controle: constitui-se de processos pelos quais a administração é informada de que a entidade 
está agindo de acordo com os planos e as políticas anteriormente estabelecidas.
3) Registro: para que possam existir controle e orientação, é necessário que os fatos econômicos 
e financeiros que ocorrem numa entidade sejam registrados. Compreende o registro, a análise 
e a classificação dos fatos, bem como a escrituração e o arquivo dos documentos gerados 
pelos fatos.
1.2 Objeto da contabilidade
Para identificarmos o objeto da contabilidade, é necessário responder a uma questão: controlar e 
registrar o quê? A resposta é: o patrimônio das entidades, sejam elas pessoas físicas ou jurídicas, com 
ou sem fins lucrativos.
O patrimônio deve ser entendido como o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade, 
ou seja, o conjunto de meios necessários à existência e à realização de suas finalidades.
10
Unidade I
Devemos entender como bem tudo o que possa ser avaliado em dinheiro, que tenha alguma utilidade 
e satisfaça uma necessidade.
 Lembrete
A classificação mais importante dos bens para a contabilidade é com 
relação a sua natureza.
Os bens podem ser de dois tipos:
• Bens materiais, corpóreos ou tangíveis: são aqueles que têm existência física, por exemplo: 
máquinas, dinheiro, caminhões.
• Bens imateriais, incorpóreos, intangíveis: são abstratos, não têm existência física, como marcas, 
patentes, ponto comercial.
Como direitos, devemos entender os valores que a empresa tem a receber de terceiros, representados, 
por exemplo, pelas duplicatas emitidas pela empresa contra seus clientes, por venda de mercadorias a 
prazo ou pela prestação de um serviço, também a prazo. As aplicações financeiras feitas pela empresa 
em Certificado de Depósito Bancário (CDB) também são classificadas como direitos.
Devemos compreender como obrigação os valores que a empresa tem a pagar em função de dívidas 
ou compromissos assumidos para com terceiros.
Os terceiros aqui mencionados podem se dividir em dois grupos, a saber:
• Terceiros em geral: são formados por fornecedores, bancos, funcionários, governos.
• Terceiros em especial: são formados por proprietários, donos da empresa. Se a empresa for organizada 
juridicamente sob a forma de uma sociedade anônima, terá o seu capital social, que representa o investimento 
feito pelos proprietários, dividido em ações, sendo os proprietários dessas ações denominados de acionistas. 
Por outro lado, se a empresa for organizada juridicamente sob a forma de uma sociedade por cotas de 
responsabilidade limitada, seu capital social será dividido em cotas, sendo os proprietários destas denominados 
de cotistas. As obrigações para com terceiros em especial são organizadas no patrimônio líquido.
 Observação
O campo de ação da contabilidade estende-se às pessoas e entidades 
que exercem atividades de fundo econômico, quer tenham propósito de 
lucro ou não. Assim, a contabilidade age no campo das pessoas físicas 
como nas pessoas jurídicas. O campo de ação e o objeto da contabilidade 
são, respectivamente entidade e o patrimônio.
11
CONTABILIDADE
 Saiba mais
Para essa parte introdutória, em que são apresentados diversos conceitos 
e abrangência da área da contabilidade, sugerimos consultar o site do 
Conselho Federal de Contabilidade (www.cfc.org.br). Nele, você encontrará 
grande quantidade de informações pertinentes ao assunto.
1.3 Balanço patrimonial
Em resumo, os componentes patrimoniais são apresentados em um demonstrativo contábil 
denominado balanço patrimonial, que, de forma simplificada, podemos assim representar:
Balanço patrimonial
Bens + direitos Obrigações
Ou
Balanço patrimonial
Ativo PassivoPatrimônio líquido
1.4 Conta
Os bens, os direitos e as obrigações, que representam o patrimônio de uma entidade, não aparecem 
no balanço patrimonial na forma sob a qual eles se apresentam. Esses componentes patrimoniais são 
traduzidos em um nome técnico, denominado conta.
A conta, portanto, apresenta, no balanço patrimonial, os componentes que formam o ativo, o passivo 
e o patrimônio líquido. Assim, temos:
Quadro 1
Bens/Direitos/Obrigações Conta representativa Classificação
Dinheiro que a empresa possui Caixa Ativo
Investimento feito pelos proprietários da empresa Capital social Patrimônio líquido
Automóveis, caminhões, motos Veículos Ativo
Mesas, cadeiras, computadores Móveis e utensílios Ativo
Valores provenientes de vendas a prazo Duplicatas a receber Ativo
Valores provenientes de compras a prazo Duplicatas a pagar Passivo
Salários devidos aos funcionários Salários a pagar Passivo
Resultado positivo das operações comerciais Lucros acumulados Patrimônio líquido
12
Unidade I
 Observação
Observe que cada conta possui valor correspondente a um bem, um 
direito ou uma obrigação.
Assim sendo, como cada conta possui um valor correspondente ao bem, direito ou obrigação que ela 
representa, o balanço patrimonial passa a ter a seguinte apresentação.
Quadro 2
Ativo Passivo
Caixa 100
Duplicatas a receber 300
Fornecedores 250
Salários a pagar 150
Impostos a pagar 100
 500
Duplicatas a receber 300
Imóveis 400 Patrimônio líquido
Capital social 300
Lucros acumulados 100
Veículos 100
Total 900 Total 900
Observando o balanço patrimonial apresentado, verificamos que o total do ativo é igual ao total do 
passivo mais o patrimônio líquido. O total dos bens e direitos é igual ao total das obrigações para com 
terceiros em geral (passivo), mais o total das obrigações para com terceiros em especial (patrimônio líquido).
 Lembrete
Por esses motivos, temos que o total dos bens e direitos, por um lado, 
e as obrigações em geral, por outro, devem atender à chamada equação 
patrimonial: ativo = passivo + patrimônio líquido.
A equação patrimonial também pode ser descrita da seguinte forma:
Bens + direitos = obrigações para com terceiros em geral + obrigações para com terceiros especiais
Essa equação nos leva a algumas situações:
• Situação líquida positiva: acontece quando o conjunto de bens e direitos (ativo) é maior que 
o conjunto das obrigações (passivo). Temos então, por consequência, o patrimônio líquido maior 
que zero.
13
CONTABILIDADE
• Situação líquida negativa: ocorre quando o conjunto das obrigações (passivo) é maior que 
o conjunto de bens e direitos (ativo). Temos então, consequentemente, um patrimônio líquido 
menor que zero.
• Situação líquida nula: dá-se quando o conjunto de bens e direitos (ativo) é igual ao conjunto 
das obrigações para com terceiros em geral (passivo), ou seja, ativo = passivo, e, por consequência 
da equação fundamental do patrimônio, o patrimônio líquido é igual a zero. Significa que o que 
a empresa possui, ela deve. Entretanto, esse tipode situação é difícil de acontecer na prática 
contábil.
1.5 Resultado
Conforme já vimos, uma das funções da contabilidade é relatar as mutações sofridas pelo patrimônio 
da entidade. Essa mutação é representada pelo resultado que uma entidade obteve em um determinado 
período. Tal resultado é obtido pela diferença entre receitas e despesas do período.
O resultado positivo acontece quando as receitas do período são maiores que as despesas; neste 
caso, o resultado é denominado de lucro. O resultado negativo acontece quando as despesas de um 
período são maiores que as receitas; aqui, o resultado é denominado de prejuízo.
Devemos entender como receita o aumento do ativo, quer seja de disponibilidades, de bens ou de 
direitos, correspondente, normalmente, à venda de mercadorias, produtos ou a prestação de serviços; 
as receitas provocam aumento do patrimônio líquido. Como despesa, devemos compreender o uso, o 
consumo, a utilização de um bem ou de um serviço. As despesas ocasionam uma redução do patrimônio 
líquido.
 Observação
O resultado do exercício, portanto, é apurado por meio do confronto 
entre as contas de receitas e despesas. Esse confronto acontece em um 
demonstrativo contábil denominado demonstração do resultado do 
exercício.
A demonstração do resultado do exercício é feita observando-se o chamado regime de competência, 
em que são consideradas as receitas ganhas no período, não importando se elas foram recebidas ou não, 
e as despesas incorridas, não importando se elas foram pagas ou não.
1.6 Contabilização ou fatos que ocorrem numa entidade
Conforme já vimos, uma das funções da contabilidade é a de registrar os fatos que ocorrem em 
uma entidade. Esses fatos, por exemplo, a compra, a venda, o pagamento, o recebimento, representam 
operações praticadas por uma entidade e são formalizados por meio de documentos (nota fiscal, faturas, 
duplicatas, recibos) e possuem valor.
14
Unidade I
 Observação
O registro dessas operações é feito em livros contábeis, entre os quais 
destacamos o diário e o razão.
1.7 Os livros contábeis
O diário é um livro contábil obrigatório, que conterá o registro de todos os fatos que ocorreram no 
patrimônio da empresa. Esse registro se dará em ordem cronológica de acontecimento.
Já o razão é outro livro contábil de presença obrigatória, pela Resolução do Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC) nº. 563/83, devido à sua importância para as empresas. É o livro contábil que registra 
a movimentação das contas individualmente, quer por meio de uma folha, quer por uma ficha para 
cada conta. É um livro de fácil visualização, em que se registra a movimentação de cada conta, sendo 
transcrito do registro de débitos e créditos da conta no diário.
1.8 Outros livros contábeis
Livros obrigatórios para as sociedades anônimas
Conforme dispõem artigos da legislação societária: livro de registro de ações nominativas, livro de 
transferência de ações nominativas, livro de atas de assembleias gerais etc.
• Livros auxiliares – fornecem à contabilidade mais detalhes, maior exatidão. Por exemplo: livro-
caixa, livro de estoque, livro de duplicatas a receber etc.
• Livros fiscais – são os livros exigidos pelo fisco: livro de apuração do lucro real, livro de apuração 
do IPI, livro de registro de entrada de mercadorias etc.
1.9 Escrituração das operações
A escrituração é o registro das operações que provocam variações no patrimônio da entidade.
1.9.1 Processos de escrituração
• Manual: é o mais antigo; ainda hoje, adotado pelas pequenas empresas.
• Mecânico: é o registro das operações em máquinas apropriadas para este fim.
• Eletrônico: o registro das operações é feito utilizando-se o computador, com o emprego de 
programas específicos. É a forma mais atual e moderna.
15
CONTABILIDADE
1.9.2 Elementos que formam os lançamentos de registro nos livros contábeis
Os lançamentos nos livros contábeis, ao se registrarem em ordem cronológica de acontecimento as 
operações que ocorrem numa empresa, devem conter os seguintes elementos e ordem de apresentação:
• Local: lugar em que o registro está sendo efetuado.
• Data: dia, mês e ano da ocorrência da operação.
• Conta debitada.
• Conta creditada.
• Histórico: resumo do fato acontecido, com identificação do documento comprobatório.
• Valor: importância em moeda nacional.
1.9.3 Partidas dobradas
O registro das operações que ocorrem em uma empresa baseia-se no princípio de que todo valor 
lançado a débito numa conta faz surgir, em outra conta em que é registrado, a mesma importância a 
crédito. Logo, podemos concluir que, na contabilidade, não há débitos sem os respectivos créditos, e a 
isso chamamos de critério das partidas dobradas.
 Lembrete
Partidas dobradas: significam que, ao registrar uma operação por 
meio de um lançamento em um livro contábil, o valor lançado a débito 
corresponderá ao igual valor lançado a crédito.
Débitos: correspondem a aumentos do ativo e diminuição do passivo e do patrimônio líquido 
(quando tratam de contas patrimoniais).
Créditos: correspondem a diminuições do ativo e aumentos do passivo e do patrimônio líquido 
(quando tratam de contas patrimoniais).
Saldos: correspondem à diferença entre os valores debitados e creditados em uma conta. O saldo pode ser:
• Devedor: quando o valor do débito é maior que o do crédito.
• Credor: quando o valor do crédito é maior que o do débito.
• Nulo: quando o valor do débito é igual ao valor do crédito.
16
Unidade I
1.9.4 Fórmulas de lançamentos contábeis
Podemos resumir em quatro fórmulas de lançamentos contábeis existentes:
1) É a fórmula de lançamento contábil mais simples: envolve uma conta debitada e uma conta 
creditada.
2) Encontramos uma conta debitada e diversas contas creditadas.
3) Há diversas contas debitadas e apenas uma conta creditada.
4) Aqui, existem duas ou mais contas debitadas e, em contrapartida, duas ou mais contas creditadas.
1.9.5 Procedimentos para o lançamento do diário de operações que envolvem contas de ativo, 
passivo e patrimônio líquido
Realizada uma determinada operação, é de grande importância que se faça corretamente a 
determinação da conta a ser debitada e da que será creditada.
A determinação da conta a ser debitada e daquela a ser creditada é o ponto inicial de todo o 
processo contábil de registro feito pelo método das partidas dobradas.
Tudo começa após o entendimento da operação, com a identificação das contas que foram 
utilizadas na operação (duas contas no mínimo). A seguir, as contas identificadas serão classificadas 
(bens/direitos → ativo; obrigação com terceiros em geral → passivo; obrigações para com terceiros 
especiais → patrimônio líquido). Após essa fase de classificação, devemos proceder à entrada no 
chamado mecanismo de débito/crédito (Quadro 3).
Quadro 3
Contas Para aumentar Para diminuir Saldo
Ativo Debita Credita Devedor
Passivo Credita Debita Credor
Patrimônio líquido Credita Debita Credor
O passo seguinte é o lançamento no livro-diário, seguindo a ordem já mencionada.
Exemplo
Operação: depósito feito em dinheiro na conta-corrente bancária no valor de $ 10.000.
1º. passo) Identificação das contas
17
CONTABILIDADE
Todo depósito bancário feito pela empresa deve sair da conta caixa. Portanto, as contas a serem 
utilizadas para o registro desta operação no diário são caixa e banco conta-corrente.
2º. passo) Classificação das contas
Caixa – Bem → Ativo
Banco conta-corrente – Direito → Ativo
3º. passo)
Entrar com cada conta identificada e classificada no mecanismo de débito e crédito, identificando o 
efeito da operação sobre o saldo dela.
Caixa – Ativo – o saldo diminui, pois sai o dinheiro do caixa.
Banco conta-corrente – Ativo – o saldo aumentará, pois haverá entrada do depósito.
Consequentemente:
Caixa – Ativo – Saldo diminuirá → Crédito
Banco conta-corrente – Ativo – Saldo aumentará → Débito
O lançamento no diário será o que segue:
São Paulo, 30 de março de 2010
D – Banco conta-corrente $ 10.000
C – Caixa $ 10.000
Pelo depósitoefetuado nesta data.
1.9.6 Procedimentos para o lançamento no livro-razão de operações que envolvem contas de 
ativo, passivo e patrimônio líquido
O livro-razão, também denominado razonete, ou conta “T”, tem sua representação didática, a saber:
Título da conta
Valor do débito Valor do crédito
O saldo do razão é apurado pela diferença entre os valores registrados a débito e os valores registrados 
a crédito.
18
Unidade I
Os lançamentos feitos no diário devem ser transportados para o razão, que destaca uma página 
para cada conta, demonstrando o saldo dela. Supondo-se que as contas caixa e banco conta-corrente 
utilizadas no item 1.9.5 tivessem, respectivamente, um saldo de $ 100.000 e $ 30.000, teríamos a 
seguinte representação, partindo-se do lançamento do diário do item 1.9.5:
Caixa
débito crédito
SI 100.000
10.000
SF 90.000
Banco conta-corrente
débito crédito
SI 30.000
 10.000
SF 40.000
1.9.7 Procedimentos para o lançamento do diário de operações que envolvem contas de ativo, 
passivo, patrimônio líquido, receitas e despesas
As contas que formam o balanço patrimonial podem ser denominadas de contas permanentes, 
pois, enquanto existir saldo, elas existirão. As contas de receitas e despesas, cujos conceitos já vimos, 
podem ser denominadas de contas transitórias, pois no fim de cada exercício social elas são encerradas, 
para que possamos apurar o resultado do exercício.
Para que isso ocorra, é necessário que se crie uma conta também transitória, denominada 
pela maioria dos autores de Apuração do Resultado do Exercício (ARE), a qual é debitada, em 
contrapartida, com os créditos feitos para o encerramento das contas de despesas e creditada, em 
contrapartida, com os débitos feitos para o encerramento das contas de receitas. Tal procedimento 
faz com que todas as contas de resultado (receitas e despesas) tenham saldo zero no fim do 
exercício social.
O saldo da conta ARE, após sua apuração, é encerrado contra a conta lucros/prejuízos 
acumulados. Caso a conta ARE tenha saldo credor, indicando lucro (receitas maiores que 
despesas), ela é encerrada debitando-se o valor do saldo e creditando-se a conta lucros/prejuízos 
acumulados. Se a conta ARE tiver saldo devedor, indicando prejuízo (receitas menores que 
despesas), ela é encerrada creditando-se o valor do saldo e debitando-se a conta lucros/prejuízos 
acumulados.
Para o lançamento de uma conta de receita e de uma conta de despesa no diário, seguem-se os 
mesmos passos já indicados para as contas patrimoniais.
O mecanismo de débito e crédito para as contas de receitas e despesas é o seguinte (Quadro 4).
19
CONTABILIDADE
Quadro 4
Conta Para aumentar Para diminuir Saldo
Receita Credita Debita Credor
Despesa Debita Credita Devedor
A seguir, lançar no livro diário, seguindo a ordem já mencionada para o registro.
Exemplo 1
Operação: prestação de serviço à vista no valor de $ 5.000.
1º. passo) Identificação da conta
O recebimento em dinheiro será representado pela conta caixa, e a prestação de serviços, pela conta 
receita de serviços. Portanto, as contas a serem utilizadas para o registro desta operação são: caixa e 
receita de serviços.
2º. passo) Classificação das contas
Caixa – Bem → Ativo
Receita de serviços – Venda de serviços → Receita
3º. passo) Entrar com cada conta identificada e classificada no mecanismo de débito e crédito, 
identificando o efeito da operação sobre o saldo dela.
Caixa – Ativo – saldo aumenta, pois entra dinheiro no caixa pelo recebimento.
Receita de serviços – Receita – saldo aumenta, pois houve venda de serviços. Consequentemente:
Caixa – Ativo – Saldo aumentará – Débito
Receita de serviços – Receita – Saldo aumentará – Crédito
O lançamento no diário será o que segue:
São Paulo, 30 de março de 2010.
D – Caixa $ 5.000
C – Receita de serviços $ 5.000
20
Unidade I
Exemplo 2
Operação: pagamento em dinheiro do aluguel do prédio em que a empresa está instalada, no valor de $ 1.000.
1º. passo) Identificação das contas
O pagamento em dinheiro será representado pela conta caixa, enquanto o uso de um imóvel pela 
empresa será representado pela conta despesa de aluguel. Portanto, as contas a serem utilizadas para o 
registro desta operação são:
Caixa e despesa de aluguel
2º. passo) Classificação das contas
Caixa – Bem → Ativo
Despesa de aluguel – Uso de um bem → Despesa
3º. passo) Entrar com as contas identificadas e classificadas no mecanismo de débito e crédito, 
identificando o efeito da operação sobre o saldo dela.
Caixa – Ativo – Saldo diminui, pois sai dinheiro do caixa para pagamento.
Despesa de aluguel – Despesa – Saldo aumenta, pois houve despesa.
Consequentemente:
Caixa – Ativo – Saldo diminuirá – Crédito
Despesa de aluguel – Despesa – Saldo aumentará – Débito
O lançamento no diário será o que segue:
São Paulo, 30 de março de 2010.
D – Despesa de aluguel $ 1.000
C – Caixa $ 1.000
1.9.8 Exemplo de registro no diário e no razão de operação que contém contas de ativo, 
passivo, patrimônio líquido, receita e despesa
Diversas pessoas fundam uma sociedade anônima para prestação de serviços de jardinagem, 
integralizando um capital social de $ 10.000 em dinheiro.
21
CONTABILIDADE
Compra à vista de mesas, cadeiras e computadores: $ 3.000.
Compra a prazo de uma picape para entrega: $ 4.000.
Depósito para abertura de uma conta-corrente no banco Beta: $ 500.
Pagamento de aluguel referente a um imóvel em que se situa a sede da empresa, em cheque: $ 200.
Pagamento de 30% da compra da picape.
Prestação de serviços, recebendo a importância de $ 1.600.
Pagamento de funcionários pelos serviços prestados: $ 250.
Pagamento da conta de energia do mês: $ 30.
Prestação de serviços no valor de $ 2.200, cujo recebimento ocorrerá em trinta dias.
Resolução
Lançamentos contábeis no diário
D – Caixa $ 10.000
C – Capital social $ 10.000
D – Móveis e utensílios $ 3.000
C – Caixa $ 3.000
D – Veículos $ 4.000
C – Duplicatas a pagar $ 4.000
D – Banco conta movimento $ 500
C – Caixa $ 500
D – Despesa de aluguel $ 200
C – Banco conta movimento $ 200
D – Duplicatas a pagar $ 1.200
22
Unidade I
C – Caixa $ 1.200
D – Caixa $ 1.600
C – Receita de serviços $ 1.600
D – Despesa de salários $ 250
C – Caixa $ 250
D – Despesa de energia $ 30
C – Caixa $ 30
D – Duplicatas a receber $ 2.200
C – Receita de serviços $ 2.200
Lançamentos contábeis nos razonetes
Caixa Capital social Móveis e utensílios
(1) 10.000 3.000 (2) 10.000 (1) (2) 3.000
(7) 1.600 500 (4) 10.000 3.000
1.200 (6)
250 (8) Despesa aluguel Duplicatas a pagar
30 (9) (5) 200 (6) 1.200 4.000 (3)
11.600 4.980 200 200 (12) 2.800
6.620
Veículos Banco conta movimento Receita serviços
(3) 4.000 (4) 500 200 (5) 1.600 (7)
4.000 300 2.200 (10)
(11) 3.800 3800
Despesa salário Despesa energia Duplicatas a receber
(8) 250 (9) 30 (10) 2.200
250 250 (13) 30 30 (14) 2.200
ARE
(12) 200 3.800 (11)
(13) 250 
(14) 30 
480 3.800
(15) 3.320 3.320
23
CONTABILIDADE
Lucros/Prejuízos acumulados
3.320 (15)
Em seguida à transcrição do diário para o razão, devemos apurar o saldo de todas as contas. 
Continuando, elaboramos o balancete de verificação após as dez operações, um importante instrumento 
que a contabilidade usa para verificação de erros.
O balancete de verificação é um papel de trabalho em que são transcritas para uma coluna todas 
as contas com saldos devedores e, para outra coluna, todas as contas cujos saldos apresentam valores 
credores. Observe-se que o valor total da coluna de saldos devedores deverá ser igual ao valor total da 
coluna de saldos credores.
 Observação
Caso os valores totais forem diferentes, certamente haverá pelo menos 
erro nos lançamentos. Um ponto que destacamos é que o balancete de 
verificação jamais deve ser confundido com o balanço patrimonial.
Quadro 5 – Balancete de verificação após as 10 operações
Saldo
Contas Devedor Credor
Caixa 6.620
Capital social 10.000
Móveis, utensílios 3.000
Veículos 4.000
Duplicatas a pagar 2.800
Banco contamovimento 300
Despesa aluguel 200
Receita serviços 3.800
Despesa salários 250
Despesa energia 30
Duplicatas a receber 2.200
Total 16.600 16.600
Em seguida, devemos encerrar as contas de resultado (despesas e receitas) contra a conta ARE, o que foi 
realizado por meio dos lançamentos de encerramento no razão de números 11, 12, 13, 14. Complementando 
a sequência, foi apurado o saldo da conta ARE, que apresentou um saldo credor de $ 3.320, indicando que 
o total das receitas ($ 3.800) foi maior que o total das despesas do período ($ 480).
24
Unidade I
Finalmente, a conta ARE foi encerrada contra a conta patrimonial lucros ou prejuízos acumulados, 
por meio do lançamento de número 15. Os lançamentos de encerramento das contas de resultados 
também são feitos no diário, a saber: 
Lançamento no diário de encerramento da conta de receita:
D – Receita de serviços $ 3.800
C – ARE $ 3.800
Lançamento no diário de encerramento das contas de despesas:
D – ARE $ 480
C – Despesa de aluguel $ 200
C – Despesa de salário $ 250
C – Despesa de energia $ 30
Lançamento no diário de encerramento de conta de resultado:
D – ARE $ 3.320
C – Lucros/Prejuízos acumulados $ 3.320
O próximo passo é a montagem do balanço patrimonial constituído pelas contas patrimoniais e a 
demonstração do resultado do exercício, com as contas de resultado.
Quadro 6 – Balanço patrimonial
Ativo Passivo
Caixa 6.620 Duplicatas a pagar 2.800
Móveis, utensílios 3.000
Veículos 4.000
Banco conta movimento 300
Duplicatas a receber 2.200
Patrimônio líquido
Capital social 10.000
Lucros/Prejuízos acumulados 3.320
Total 16.120 Total 16.120
25
CONTABILIDADE
Quadro 7 – Demonstração do resultado do exercício
Receita de serviços 3.800
Despesa de aluguel (200)
Despesa de salário (250)
Despesa de energia (30)
 ---------
= Resultado do exercício 3.320
Os conceitos e aplicações aprendidos até agora podem ser sintetizados da seguinte forma:
• Patrimônio: conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica.
• Bem: do ponto de vista contábil, é tudo aquilo que uma empresa possui, seja para uso, troca ou 
consumo, e que possui valor monetário.
• Direitos: constituem os valores a receber de uma empresa sobre outra ou sobre pessoas físicas.
• Obrigações: referem-se às dívidas de uma empresa em relação a terceiros.
• Ativo: conjunto de bens e direitos.
• Passivo: conjunto de obrigações.
• Patrimônio líquido: diferença entre o ativo e o passivo.
• Ativo = passivo + patrimônio líquido.
• Ativo total = patrimônio bruto.
• Passivo = capital de terceiros.
• Capital inicial = capital nominal.
• Patrimônio líquido = capital próprio.
• Passivo + patrimônio líquido = capital total à disposição.
• Ativo bruto = ativo total.
• Ativo líquido = patrimônio líquido.
• Receitas: representam as entradas de elementos para o ativo na forma de venda de mercadorias, 
recebimento de aluguéis, juros, ou significam uma redução do passivo sem a correspondente 
redução do ativo.
26
Unidade I
• Despesas: consumo de um bem ou serviço que direta ou indiretamente gera receitas. Referem-se 
também a uma redução do ativo sem a correspondente redução do passivo.
• Custo: consumo de um bem ou serviço diretamente relacionado com a produção de outros bens 
e serviços.
• Fatos permutativos: apenas alteram (permutam) os valores do patrimônio sem impacto no 
patrimônio líquido.
• Fatos modificativos: modificam o valor do patrimônio líquido.
• Fatos mistos: além de modificarem o valor do patrimônio líquido, permutam elementos do patrimônio.
• Princípios fundamentais segundo a Resolução do CFC n. 750/93: entidade; continuidade; 
oportunidade; registro pelo valor original; atualização monetária; competência e prudência.
• Escrituração: registro dos fatos contábeis.
• Fatos administrativos: são aqueles que podem modificar ou não os elementos patrimoniais.
• Fatos contábeis: são aqueles que provocam alterações nos elementos do patrimônio.
• Ativo: aumenta por débito e diminui por crédito.
• Passivo: aumenta por crédito e diminui por débito.
• Patrimônio líquido: aumenta por crédito e diminui por débito.
• Despesa: aumenta por débito e diminui por crédito.
• Receita: aumenta por crédito e diminui por débito.
• Método das partidas dobradas: obedece a um princípio matemático: a cada débito registrado em 
uma ou mais contas deve corresponder, obrigatoriamente, um crédito ou mais do mesmo valor.
• Conta contábil: é o nome ou título representativo de um elemento ou grupo de elementos 
homogêneos do patrimônio. É por meio da conta que se processam os lançamentos contábeis das 
modificações patrimoniais.
• Lançamentos: são constituídos de cinco elementos essenciais: data, conta devedora, conta credora, 
histórico e valor.
• Classificação teórica das contas: teoria personalista (contas dos proprietários, contas dos agentes 
consignatários e contas dos agentes correspondentes).
27
CONTABILIDADE
• Livro diário: nele, as transações são registradas dia a dia e, além disso, deve ser encadernado, 
numerado tipograficamente, possuir termos de abertura e encerramento, bem como ser registrado 
em órgão competente. Os lançamentos devem ser feitos cronologicamente, sem emendas, borrões 
e rasuras etc.
• Livro-razão: também obrigatório segundo a legislação fiscal. No razão, os lançamentos são 
agrupados por conta.
Quadro 8 – Quadro resumo
Contas
Movimentação
Aumenta por Diminui por
Ativo Débito Crédito
Passivo Crédito Débito
Patrimônio líquido Crédito Débito
Receitas Crédito Débito
Despesas Débito Crédito
 Saiba mais
Para aprimorar seus conhecimentos do assunto e se atualizar quanto 
à legislação pertinente, acesse o Portal de Contabilidade (http://www.
cosif.com.br). Nesse portal, você encontrará apontamentos e links para a 
legislação tributária de quase todos os Estados brasileiros, bem como para 
normas profissionais de contabilidade e auditoria.
2 PROBLEMAS COM CONTABILIZAÇÃO
2.1 Regime de caixa e regime de competência
Na contabilidade, temos os conceitos de regime de caixa e de competência. Desta forma, temos 
alguns problemas na contabilização dos dados, mas são conceitos contábeis que deverão ser aplicados 
segundo o Conselho Federal de Contabilidade. Desta forma, Iudícibus (2010) destaca que existem as 
aplicações com rendimentos prefixados (fica-se sabendo no dia da aplicação seus rendimentos) e pós-
fixados (fica-se sabendo quanto ganhou só no dia do resgate).
Admita-se que determinada empresa faça aplicação a prazo fixo em 1º-11-x4 para seis 
meses, com data de resgate marcada para 30-4-x5, com rendimento prefixado.
O valor aplicado é de $ 50.000.000 e o total resgatado será de $ 80.000.000, havendo 
uma receita financeira igual a $ 30.000.000.
28
Unidade I
O lançamento nesta oportunidade será:
Data Plano de contas Débito Crédito
Nov./x4 01 Aplicações, títulos e valores mobiliários
 Bancos c/ movimento
histórico: pela nossa aplicação em depósito 
a prazo fixo conforme documento...
1.1.12
1.1.2
50.000.000
–
–
50.000.000
01 Aplicações, títulos e valores mobiliários
 Receita financeira a Apropriar
histórico: pelo rendimento bruto da 
aplicação em depósito a prazo fixo 
conforme documento ...
1.1.12
ver observação
30.000.000
–
–
30.000.000
Figura 1
Observe-se que o rendimento indicado compete para o período de 20x4 (2/6) e parte 
para o período de 20x5 (4/6). Pelo regime de competência, há necessidade de distribuir 
os juros proporcionalmente; por isso, utiliza-se a conta receita financeira a apropriar. Se 
a empresa não apropriar a receita mensalmente, em 31-12 -x4 faz-se a apropriação que 
compete a 20x4.
Dez./x4 31 Receita financ. a apropriar
 Receita financeira
histórico: apropriação do rendimento 
proporcional até esta data da aplicação a 
prazo...
1.1.12.1
4.4.1
10.000.000
–
–
10.000.000
Figura 2
Na data do resgate, em 30-4-x5, apropria-se o restante da receita financeira:
Abr./x5 30 Receita financ. a apropriar
 Receita financeira
histórico: apropriaçãodo rendimento 
proporcional...
1.1.12.1
4.4.1
20.000.000
–
–
20.000.000
Figura 3
Observações:
1. A conta receita financeira a apropriar é classificada no grupo resultado do exercício 
futuro ou no próprio ativo circulante, reduzindo a conta aplicações, títulos e valores 
mobiliários (Código 1.1.12.1).
Somos favoráveis à segunda corrente. Dessa forma, em 31-12 -x4 a situação seria a 
seguinte:
29
CONTABILIDADE
Ativo circulante 
____________ 
____________ 
____________
Aplic. títulos
Val. mob.
(–) Receita fin.
Apropriar
Em $ mil 
_______ 
_______ 
_______
80.000
(20.000)
60.000
DRE Em $ mil
Desp. operacionais
______________ 
______________
Desp. financeiras
(–) Rec. financeira 
______________ 
______________
______________
_______ 
_______
10.000 
_______ 
_______
_______
Figura 4
2. Em alguns casos, o Imposto de Renda na fonte pode ser retido na data da aplicação; em 
outros casos, na data do resgate (suponha-se Imposto de Renda na fonte igual a 10%). 
Tanto na data da aplicação, como na do resgate, o lançamento seria:
Data Plano de contas Débito Crédito
– – Imposto de renda na fonte
 Bancos c/ movimento
histórico: valor retido do IR conf. 
documento (10% x 30.000.000)
1.1.8
1.1.2
3.000.000
–
–
3.000.000
Figura 5
2.2 Empréstimos com juros prefixados
A mesma coisa pode ser observada no financiamento, quando se tratar de longo prazo. Vejamos o 
comentário de Iudicibus (idem) sobre esse problema conforme citado:
São empréstimos em que os encargos financeiros não variam proporcionalmente à 
inflação do período, mas já são conhecidos no momento da concessão do empréstimo.
Suponha-se que uma empresa solicite um empréstimo em 1-12-x1 de $ 50.000.000, 
devendo pagar, em 90 dias (28-2-x2), $ 65.000.000; há, portanto, um encargo financeiro 
total de $ 15.000.000, ou seja, 5.000.000 por mês (Regime de Competência).
A contabilização recomendada em 1-12-x1 é:
Data Plano de contas Débito Crédito
Dez./x1 31 Bancos c/ movimento (Disponível)
 Empréstimos a pagar
histórico: (pela contabilização principal)
1.1.2
2.1.6
50.000.000
–
–
50.000.000
31 Desp. juros a apropriar
 Empréstimos a pagar
histórico: (pela contabilização dos juros)
2.1.10
2.1.6
15.000
–
–
15.000.000
Figura 6
30
Unidade I
Balanço patrimonial 1-12-X1 Em $ mil
Ativo circulante Passivo circulante
Disponível 50.000 Emprést. pagar
(–) Desp. juros aprop.
65.000
(15.000)
50.000
Figura 7
Dessa forma, à medida que for passando o tempo, a despesa de juros a apropriar será 
baixada como despesa financeira. Em 31-12 –x1 ter-se-á:
Passivo circulante
Emprést. pagar
(–) Desp. juros 
apropriar
65.000
(10.000)
55.000
Desp. juros apropriar
15.000.000 5.000.000
10.000.000
Desp. juros apropriar
5.000.000
Desp. 20x1
Figura 8
Por ocasião do pagamento, a conta empréstimos a pagar será baixada.
Muitas vezes, a empresa não tem recursos suficientes para cobrir suas obrigações geradas 
no processo operacional. Então recorre a empréstimos bancários e utiliza parte de suas 
duplicatas, oferecendo-se como garantia ao banco. Como remuneração ao capital de terceiros, 
a empresa pagará juros à instituição financeira que estiver concedendo o empréstimo.
 Observação
Tanto na aplicação como no empréstimo devem ser contabilizados os 
fatos contábeis, mesmo que a receita e despesa não estejam relacionadas 
na época da relação.
Esse fato é mais claro quando tratamos de aplicação financeira – quando uma empresa faz uma 
aplicação e esta ultrapassa o período corrente da empresa. A empresa só receberá os juros no resgate da 
aplicação, mas a contabilidade deverá registrar a receita desse período no exercício. Observe bem, ela só 
receberá no final da operação, mas a contabilidade registra sempre no período de competência.
 Lembrete
Mesmo considerando operações financeiras ativas e passivas complexas, 
todas têm o mesmo tratamento, ou seja, devem ser referenciadas e 
explicadas em notas para os acionistas e investidores.
31
CONTABILIDADE
Tais explicações são importantes para elucidar a forma da contratação tanto nos empréstimos como 
nos investimentos.
Araújo (2009, pp. 129-130) finaliza a importância das notas explicativas: as notas explicativas 
são comentários e informações adicionais, objetivando esclarecer aspectos relevantes das 
demonstrações contábeis. Elas devem apresentar esclarecimentos significativos que impactaram 
ou podem vir a impactar os resultados da empresa. A Lei n. 6.404/76, art. 176, § 5°, apresenta as 
seguintes notas obrigatórias:
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, 
especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e 
exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos 
ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do 
ativo;
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes;
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas 
avaliações;
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias 
prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou 
contingentes;
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações 
a longo prazo;
f) o número, espécie e classe das ações do capital social;
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
h) os ajustes de exercícios anteriores;
i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício 
que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a 
situação financeira e os resultados futuros da companhia 
(BRASIL, 1976).
Não podemos nos esquecer de que qualquer informação relevante sobre os demonstrativos 
contábeis, bem como sobre a situação patrimonial e financeira, que deva ser de conhecimento das 
pessoas interessadas pelas informações da companhia deve constar nas notas explicativas.
32
Unidade I
 Resumo
Nesta unidade, foi possível entrar em contato com o conceito de 
contabilidade, seus objetivos e preocupações de orientação e controle 
patrimonial das entidades físicas, jurídicas com ou sem fins lucrativos. A 
unidade apresentou, ainda, a estrutura de um balanço patrimonial, suas 
principais contas de ativo, passivo e patrimônio líquido. Quanto a esse 
assunto, abordou critérios de classificação das principais contas, inclusive 
as de resultado.
De forma clara e objetiva, a unidade apresentou também o que se exige 
da área e do profissional de contabilidade: tratamento correto dos atos 
contábeis, notadamente seus lançamentos em livros específicos. Por fim, 
apresentaram-se problemas que se colocam diante de fatos contábeis a 
exemplo do regime de caixa, do de competência e do tratamento dos juros 
quando de operações financeiras.
 Exercícios
Questão 1. Na contabilidade, admite-se que o balanço patrimonial, reflexo da posição financeira de 
uma empresa num determinado período de tempo, seja constituído por contas de ativo e contas de passivo 
e patrimônio líquido. Por convenção, admite-se ainda que as contas do ativo sejam disponibilizadas do 
lado esquerdo do balanço patrimonial, e as contas do passivo e patrimônio líquido do lado direito do 
mesmo instrumento demonstrativo. Considere as assertivas apresentadas.
I. O termo ativo pressupõe algo positivo, que apresenta dinamismo na produção e geração de 
riqueza. É representado por bens de propriedade de uma empresa, avaliáveis em dinheiro.
II. O termo passivo pressupõe algo negativo, a exemplo de endividamento, de obrigações e de deveres 
assumidos. Pode também ser identificado como passivo exigível quando evidencia todas as obrigações 
que a empresa tem com terceiros, a exemplo de contas a pagar, impostos e financiamentos.
III. O patrimônio líquido representa recursos dos proprietários aplicados numa determinada empresa, 
a exemplo de sua primeira aplicação de recursos, ou investimentos, chamada de capital.
IV. O termo patrimonial tem origem no patrimônio da empresa, ou seja, no conjunto de bens e 
direitos de propriedade de uma entidade.
Estão corretas apenas:
A) I e II.33
CONTABILIDADE
B) II e III.
C) I, II e III.
D) II e IV.
E) I e III.
Resposta correta: alternativa A
Resolução do exercício
I. Assertiva correta.
Justificativa: a assertiva está correta por apresentar considerações verdadeiras acerca do ativo. É no 
ativo que são apresentados lançamentos de bens e direitos das empresas.
II. Assertiva correta.
Justificativa: a assertiva está correta por refletir fielmente o que se apresenta em contas de passivo.
III. Assertiva incorreta.
Justificativa: a assertiva está incorreta. O patrimônio líquido, além de apresentar o que propõe a 
afirmativa, deveria ainda incorporar as obrigações que também são da empresa, representadas por 
desembolsos que diminuem o patrimônio. O patrimônio líquido apresenta a riqueza líquida da empresa.
IV. Assertiva incorreta.
Justificativa: para que fosse verdadeira, a assertiva deveria ser a seguinte: “o termo patrimonial tem 
origem no patrimônio da empresa, ou seja, conjunto de bens, direitos e obrigações de propriedade de 
uma entidade”. Da forma como foi apresentada, a assertiva negligenciou as obrigações.
Assim, a alternativa correta é a alternativa A, por assumir somente as assertivas I e II como corretas.
Questão 2. O entendimento da função e da importância da contabilidade requer, antes de tudo, o 
entendimento de um volume grande de conceitos e de definições. Indique a alternativa incorreta.
A) Entende-se por ativo o conjunto de bens e direitos que são controlados pela empresa e geram 
riqueza.
B) Por capital, entende-se a poupança que foi formada por uma pessoa, ou conjunto de pessoas, e 
que foi aplicada na empresa fazendo-se representar por recursos materiais ou financeiros. Trata-se 
de capital monetário que foi acumulado por pessoas que aplicam tais recursos nas empresas.
34
Unidade I
C) Dá-se a denominação de patrimônio ao conjunto de bens pertencentes a uma pessoa ou um 
grupo de pessoas ou, ainda, de propriedade de empresas, que também pode ser composto de 
valores a receber.
D) O patrimônio líquido é uma eficiente medida da riqueza de uma pessoa ou de uma empresa por 
representar a diferença entre bens e direitos, de um lado, e obrigações, de outro. Quando os bens 
e os direitos excedem as obrigações, estamos tratando de patrimônio líquido positivo.
E) Têm origem no ativo todos os recursos monetários, ou patrimoniais, que entram numa empresa. 
Recursos como financiamentos ou materiais são originados dos proprietários e representam 
origens de recursos.
Resolução deste exercício na plataforma.
35
CONTABILIDADE
Unidade II
3 BALANÇO PATRIMONIAL: INTRODUÇÃO
Uma das partes mais fundamentais das demonstrações contábeis, é por meio do balanço patrimonial 
que podemos apurar (atestar) a situação patrimonial e financeira de uma entidade em certo momento. 
Nessa demonstração, estão nitidamente demonstrados o ativo, o passivo e o patrimônio líquido da entidade.
O balanço patrimonial é um demonstrativo contábil que mostra a situação econômica e financeira de 
uma empresa num determinado momento. A estrutura desse demonstrativo contábil está estabelecida 
nos artigos 178, 179, 180 e 182 da Lei nº 6.404/76, alterada pelas Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/2009, que 
a seguir transcrevemos (BRASIL, 1976):
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do 
patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento 
e a análise da situação financeira da companhia.
§ 1º No Ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de 
liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:
I – Ativo circulante; Lei nº 11.941/09;
II – Ativo não circulante, composto por Ativo realizável a longo prazo, 
investimentos, imobilizado e intangível (Incluído pela Lei nº 11.941/09).
2º No Passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:
— Passivo circulante; (Incluído pela Lei nº 11.941/09)
— Passivo não circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941/09)
— Patrimônio Líquido, dividido em capital social, reservas de capital, 
ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e 
prejuízos acumulados. (Alterado pela Lei nº 11.941/09)
179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
I – no Ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso 
do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do 
exercício seguinte;
36
Unidade II
II – no Ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término 
do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou 
empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, 
acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem 
negócios usuais na exploração do objeto da companhia;
III – em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e 
os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no Ativo circulante, e que 
não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;
IV – no Ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos 
destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa 
ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações 
que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; 
(Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007)
VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos 
destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, 
inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007)
Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver 
duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo 
prazo terá por base o prazo desse ciclo.
Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para 
aquisição de direitos do Ativo não Circulante, serão classificadas no Passivo 
Circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no Passivo não 
Circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no 
parágrafo único do art. 179. (Redação dada pela Lei nº 11.941/09)
Art.182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por 
dedução, a parcela ainda não realizada.
§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:
a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a 
parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a 
importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de 
conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;
o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
§ 2º Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção 
monetária do capital realizado, enquanto não capitalizado.
37
CONTABILIDADE
§ 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto 
não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de 
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor 
atribuídos a elementos do Ativo e do Passivo, em decorrência da sua avaliação 
a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela 
Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 
3º do art. 177. (Redação dada pela Lei nº 11.941/09)
§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela 
apropriação de lucros da companhia.
§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como 
dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos 
aplicados na sua aquisição (BRASIL, 1976).
Assim sendo, baseado na legislação atual, o balanço patrimonial possui a estrutura a seguir.
3.1 Balanço patrimonial
Quadro 9
Ativo Passivo
Ativo circulante Passivo circulante
Ativo não circulante: Passivo não circulante
• Realizável a longo prazo
Patrimônio líquido
• Investimentos Capital
Reservas de capital
• Imobilizado Ajustes de avaliação patrimonial
Reservas de lucros
• Intangível Açõesem tesouraria
A seguir, descreveremos a função de cada grupo e subgrupo componente da estrutura do balanço 
patrimonial.
3.1.1 Ativo
No ativo, encontramos as contas que representam os bens e direitos que a empresa possui, contas 
estas que deverão estar dispostas em ordem decrescente de liquidez.
38
Unidade II
 Observação
O grau de liquidez deve ser entendido como a capacidade de um bem ou 
de um direito de se transformar o mais rapidamente possível em dinheiro.
O ativo subdivide‑se em dois grandes grupos: ativo circulante e ativo não circulante.
3.1.1.1 Ativo circulante
Ativo circulante: mostra as disponibilidades imediatas da empresa, tais como saldo em caixa ou 
conta‑corrente bancária; os direitos de recebimento, como as duplicatas a receber, e os bens, como os 
estoques, que sejam realizáveis no decorrer do exercício social seguinte, ou seja, no prazo de até 365 
dias.
Esse grupo reunirá as contas representativas dos bens e dos direitos cujo prazo de realização ocorra 
no curso do exercício social seguinte, isto é, até doze meses da data do balanço patrimonial.
As contas que normalmente se destacam nesse grupo são duplicatas a receber e estoques, pois elas 
estão diretamente relacionadas ao ciclo operacional e financeiro da empresa.
Disponibilidades
São os recursos financeiros que se encontram à disposição imediata da empresa, tais como caixa, 
bancos, aplicações financeiras.
Créditos
São os direitos provenientes de vendas a prazo, tais como clientes, duplicatas a receber, contas a 
receber. Neste item, também encontramos contas redutoras, como provisão para devedores duvidosos, 
duplicatas descontadas.
Estoques
São compostos por contas que representam a produção, tais como matérias‑primas, a venda, como 
mercadorias ou produtos acabados ou o consumo, como materiais de limpeza, materiais de expediente. 
Como conta redutora que encontramos neste grupo, destacamos a provisão para ajustes a valores de 
mercado dos estoques.
Esta conta representa, normalmente, um volume apreciável de recursos investidos em função das 
necessidades de produção e de comercialização da empresa. Existe, pois, uma relação direta entre o 
volume de recursos e o período de estocagem dos produtos, sendo este tanto maior quanto maior for o 
período em que os bens permaneçam estocados.
39
CONTABILIDADE
Despesas antecipadas
São aplicações de recursos em gastos que serão apropriados no curso do período subsequente à data 
do balanço.
3.1.1.2 Ativo não circulante
Segundo o estabelecido pela legislação atual, é dividido em ativo realizável em longo prazo, 
investimentos, imobilizado e intangível.
Ativo realizável em longo prazo
São classificadas neste grupo as contas que representam bens e direitos cujos prazos de realização 
situam‑se após o término do exercício social subsequente à data do balanço patrimonial. Neste 
grupo, poderemos encontrar todas as contas componentes do ativo circulante, com exceção das 
disponibilidades.
Investimentos
São classificadas neste grupo as participações societárias de caráter permanente, além dos bens 
e direitos que não se destinem à manutenção das atividades fins da empresa, tais como imóveis para 
venda, obras de arte etc.
Indicará as participações da empresa no capital de outras empresas, assim como os imóveis que 
possui para venda e aplicações com incentivo fiscal.
Imobilizado
Indica as aplicações de recursos em bens destinados a dar suporte físico às atividades da empresa, 
como terreno, edifícios, máquinas, móveis e veículos. Ao analisar o volume de tais investimentos 
efetuados pela empresa, é importante que você conheça as características do setor em que esta 
atua, pois o nível dos investimentos varia de setor para setor. Em uma empresa de setor industrial, 
por exemplo, o nível de tais investimentos é normalmente superior se comparado a uma empresa de 
prestação de serviço.
São classificadas neste grupo as contas representativas dos bens corpóreos destinados à manutenção 
das atividades da empresa. Podem ser subdivididos em:
• Tangível: veículos, máquinas, imóveis, móveis e utensílios, tendo a conta depreciação acumulada 
como redutora.
• Recursos naturais: que podem ser minerais ou florestais de exploração da empresa: pedreiras, 
porto de areia, minas de carvão, tendo como conta redutora a exaustão acumulada.
40
Unidade II
• Objeto de arrendamento mercantil: são bens utilizados pela empresa, mas que não são de sua 
propriedade. São bens alugados de terceiros que poderão ser comprados pela empresa no prazo 
final do contrato de aluguel.
• Imobilização em andamento: obras em andamento, máquinas em construção.
Intangível
São recursos aplicados em itens imateriais, como marcas, patentes, direitos autorais, tendo como 
conta redutora a amortização acumulada.
3.1.2 Passivo
No passivo, encontramos as contas que representam as obrigações da empresa para com terceiros 
em geral (bancos, fornecedores, funcionários). Aqui, as contas são dispostas observando‑se o grau 
decrescente de exigibilidades. Observamos que o grau de exigibilidade representa o maior ou menor 
prazo em que a obrigação deve ser paga pela empresa. O passivo subdivide‑se em dois grandes grupos: 
passivo circulante e passivo não circulante.
3.1.2.1 Passivo circulante
Indica as obrigações da empresa para com terceiros a serem cumpridas no decorrer do exercício 
seguinte, ou seja, aquelas com prazo de vencimento de até 365 dias.
Este grupo reunirá as contas representativas das obrigações cujo prazo de vencimento aconteça no 
curso do exercício social seguinte, isto é, até doze meses da data do balanço patrimonial.
Neste grupo, encontramos contas como fornecedores, duplicatas a pagar, empréstimos, impostos a 
pagar, impostos a recolher, salários a pagar, dividendos a pagar, financiamentos.
3.1.2.2 Passivo não circulante
São classificadas neste grupo as contas que representam obrigações cujos prazos de vencimentos 
situam‑se após o término do exercício social subsequente à data do balanço patrimonial. Podemos 
encontrar todas as contas do passivo circulante, vencíveis após o exercício social seguinte.
3.1.3 Patrimônio líquido
Araújo (2009) menciona que o patrimônio líquido corresponde à quantia do patrimônio que cabe 
ao proprietário do negócio. Os dados do patrimônio líquido são formados pelo capital, representado 
pelo conjunto de investimentos realizados pelo proprietário, pelos sócios, pelas reservas de capital e de 
lucros, entre outros. Significa, na equação patrimonial, a diferença entre o ativo e o passivo. Logo, as 
fontes do patrimônio líquido são os investimentos dos donos do negócio e os lucros obtidos.
41
CONTABILIDADE
 Observação
Para o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), o patrimônio 
líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos 
os seus passivos.
 Saiba mais
Para mais aprofundamento nas exigências e nomenclaturas contábeis, 
consulte o CPC. Trata‑se de uma entidade autônoma criada pela Resolução 
CFC nº 1.055/05. Acesse o site www.cpc.prg.br e adquira uma infinidade de 
informações interessantes.
No patrimônio líquido, encontraremos as contas que representam obrigações para com os 
proprietários. São os capitais próprios que representam os recursos investidos pelos proprietários, bem 
como suas variações decorrentes dos resultados obtidos pela empresa. O patrimônio líquido compreende 
os subgrupos de contas listados a seguir.
Capital social
Composto pela conta capital social, conta esta que representa o investimento feito pelos proprietários 
na empresa e pela conta capital a integralizar, que corresponde ao capital social subscrito pelos 
proprietários, mas ainda não integralizado, sendo esta última conta redutora da conta capital social.
Reservas de capital
São contas representativas de ganhos obtidos pela empresa que não transitam pelo resultado, tais 
como ágio recebido na emissão de ações, alienação de partes beneficiárias, alienação de bônus de 
subscrição.
Ajustes de avaliação patrimonial
Sãoclassificados como ajustes de avaliação patrimonial enquanto não computados no 
resultado do exercício em obediência ao regime de competência às contrapartidas de aumentos ou 
diminuições de valor atribuídas a elementos do ativo e do passivo, em decorrência de sua avaliação 
a preço de mercado.
Aplicações em instrumentos financeiros e direitos e títulos de crédito classificados no ativo circulante 
ou no ativo realizável a longo prazo, quando forem destinados à venda, serão avaliados pelo valor de 
mercado, sendo que, em função do valor de mercado, terão variações na avaliação.
42
Unidade II
Reservas de lucros
Conforme legislação em vigor, serão classificadas como reservas de lucros as contas constituídas 
pela apropriação de lucros da companhia, que pode ter essa apropriação em função da lei (reserva legal) 
ou da vontade dos sócios (reservas estatutárias, reserva para contingências, reserva para expansão, 
reserva de lucros a realizar).
Prejuízos acumulados
Representam o resultado negativo apurado pela empresa no exercício atual ou em exercícios 
anteriores, até a sua compensação com lucros ou reservas ou, ainda, assumidos pelos proprietários.
Ações em tesouraria
Surgem quando a empresa adquire suas próprias ações, objetivando reduzir o capital social. Deve‑se 
destacar no balanço patrimonial como dedução da conta do patrimônio líquido que registra a origem 
de recursos aplicados na sua aquisição. É uma conta redutora do patrimônio líquido.
3.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
A DRE surge em função da dinâmica das atividades desenvolvidas pelas empresas entre a data de 
um balanço patrimonial e a de outro. Durante esse período, a empresa realiza diversas operações que 
alteram o seu patrimônio (compras, vendas, pagamentos, recebimentos).
Essas operações praticadas pelas empresas, quer sejam operacionais ou não operacionais, alteram 
para mais ou para menos o patrimônio líquido da empresa e contêm os elementos indispensáveis para 
a elaboração da DRE, que são as receitas – que aumentam o patrimônio líquido – e as despesas, que 
diminuem o patrimônio líquido.
A seguir, trataremos da estrutura da DRE conforme a legislação atual.
3.2.1 Conceito
É um demonstrativo contábil apresentado de forma dedutiva, ou seja, das receitas subtraem‑se 
as despesas e obtém‑se o resultado do exercício, que pode ser positivo, denominado de lucro caso 
as receitas superem as despesas, ou negativo, denominado de prejuízo caso as despesas superem as 
receitas.
 Lembrete
A DRE, ao contrário do balanço patrimonial, é uma demonstração 
contábil dinâmica, que mostra a situação econômica e financeira de uma 
empresa em determinado período.
43
CONTABILIDADE
Em uma primeira tentativa de apresentação da DRE, teremos:
 DRE
Receitas 100
Despesas (80) 
= Resultado do exercício 20
3.2.1.1 O dispositivo legal da DRE
A seção V da Lei nº 11.638/07, no seu único artigo, o artigo 187, que a seguir transcreveremos, 
determina a estrutura da DRE (BRASIL, 1976).
Seção V
Demonstração do Resultado do Exercício
Art. 187. A demonstração do Resultado do Exercício discriminará:
I – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os 
abatimentos e os impostos;
II – a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços 
vendidos e o lucro bruto;
III – as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas 
das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas 
operacionais;
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais; 
(Redação dada pela Lei nº 9.249, de 1995).
V – o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão 
para o imposto;
VI – as participações de debêntures, de empregados e administradores, 
mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou 
fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se 
caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 
2007).
VII – o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do 
capital social.
44
Unidade II
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: as 
receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua 
realização em moeda; e os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou 
incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos (BRASIL, 1976).
3.2.2 Exemplo de DRE
Com base no artigo mencionado, podemos exemplificar uma DRE:
Receita bruta das vendas
(‑) Devolução de vendas
(‑) Abatimentos sobre vendas
(‑) Descontos comerciais sobre vendas
(‑) Impostos incidentes sobre vendas
= Receita líquida
(‑) CMV / CPV / CSV
= Lucro bruto
(‑) Despesas com vendas
(+) Receitas financeiras
(‑) Despesas financeiras
(‑) Despesas gerais/administrativas
(±) Outras receitas/Despesas operacionais
= Resultado operacional
(+) Receitas não operacionais
(‑) Despesas não operacionais
= Lucro antes de Imposto de Renda e contribuição social
(‑) Provisão Imposto de Renda
45
CONTABILIDADE
(‑) Provisão contribuição social
= Lucro antes das participações em lucro
(‑) Participação de empregado
(‑) Participação de administradores
(‑) Participação de partes beneficiárias
(‑) Participação de debenturistas
(‑) Contribuição para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados
= Resultado do exercício
Lucro por ação
3.2.2.1 Contas da DRE
Para melhor compreensão da DRE, passaremos a discorrer sobre o significado das contas que dela 
participam.
Receita bruta
É o valor das vendas originadas pelo desenvolvimento das atividades previstas no estatuto ou no 
contrato social da empresa. Na empresa comercial, essa receita é composta pela venda de mercadorias; 
na empresa industrial, pela venda de produtos; e nas empresas prestadoras de serviços, pela venda de 
prestação de serviços.
 Observação
A receita bruta engloba as vendas à vista e a prazo, vendas realizadas 
nos mercados interno e externo.
Partindo‑se da receita bruta, dela subtraímos as chamadas deduções de vendas, para chegarmos à 
receita líquida. As deduções de vendas são compostas por:
• Devolução: surge quando, vamos supor, a empresa vende uma mercadoria ou um produto e o 
cliente não aceita a mercadoria entregue, pois ela está em desacordo com o pedido, por exemplo, 
no que diz respeito à qualidade ou à quantidade. Neste momento, o cliente pode devolver a 
mercadoria no todo ou em parte, ou ficar com a mercadoria entregue em desacordo com o pedido 
e negociar um abatimento.
46
Unidade II
• Abatimento: surge quando o cliente, em vez de devolver a mercadoria ou o produto que está 
em desacordo com o pedido, ficar com a mercadoria ou o produto e negociar uma redução 
de preço.
• Desconto comercial: é aquele oferecido diretamente no preço da mercadoria ou do produto, 
objetivando aumentar o volume das vendas. É também conhecido como desconto incondicional.
• Impostos incidentes sobre as vendas: as empresas funcionam como arrecadadoras de impostos 
dos governos, pois no preço das suas mercadorias, de seus produtos ou serviços estão embutidos os 
impostos, que devem ser repassados aos cofres públicos. Assim sendo, os impostos e contribuições 
que incidem sobre as vendas fazem parte das deduções da receita bruta, sendo os mais comuns o 
ICMS, IPI, ISS, PIS, Cofins.
Receita líquida
É a denominação de uma conta que demonstra o valor da receita bruta, deduzido das chamadas 
“deduções de vendas”.
Constitui‑se das vendas efetuadas pela empresa depois de deduzidos os impostos, as devoluções e 
os abatimentos. Permite a você avaliar o nível de atividade de uma empresa, pois o desempenho irá se 
refletir diretamente nos resultados obtidos.
CMV/CPV/CSV
O custo das mercadorias vendidas (CMV), o custo dos produtos vendidos (CPV) e o custo dos serviços 
prestados (CSV) correspondem ao custo das vendas e mostram o quanto custou para a empresa tudo o 
que foi entregue ao cliente sob a forma de mercadoria, produto ou prestação de serviço.
Lucro

Outros materiais