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Resumo 13 - Os custos de produção

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Universidade Federal de Sergipe 
Departamento de Ciências Contábeis – DCCI 
Fundamentos de Economia 
Docente: Tacito Augusto Farias 
Discentes: Josefa Denise Andrade Félix 
 Thainá Menezes dos Santos 
 
Os custos de produção 
 
De acordo com a lei da oferta, as empresas se dispõem a produzir uma maior 
quantidade do produto quando o preço sobe. Este resultado faz a curva ser 
positivamente inclinada. 
 
O que são custos? 
 Os custos de uma empresa são um determinante-chave de suas decisões de 
produção e determinação de preços. 
• Receita total é o montante que uma empresa recebe pela sua 
produção (PxQ); 
• Custo total é o valor de mercado dos insumos que uma empresa usa 
na produção; 
• Lucro consiste, portanto, na receita total menos o custo total. 
Quando os economistas falam do custo de produção de uma empresa, incluem 
todos os custos de oportunidade da produção dos bens de serviço desta. Tais custos 
se dividem entre explícitos, que se referem ao desembolso de dinheiro por parte da 
empresa, e implícitos, que não exigem tal desembolso. 
Nessa situação se situa a diferença entre contadores e economistas: os 
primeiros se restringem a acompanhar o fluxo de dinheiro que entra e que sai da 
empresa, enquanto os segundos analisariam também os custos implícitos, pois eles 
afetam as decisões que os proprietários dos meios de produção assumem. 
Os custos de oportunidade do capital financeiro que foi investido na atividade 
é um custo implícito importante. 
 
Receita total, custo total e lucro 
 Os economistas normalmente assumem que o objetivo de uma empresa é 
maximizar o lucro e essa hipótese funciona na maioria dos casos. O lucro de uma 
empresa é a receita total da empresa menos seu custo total. 
 A receita total é o montante que a empresa recebe pela vende de sua 
produção. O custo total é o valor de mercado dos insumos que uma empresa usa na 
produção. Ou seja: 
Lucro = Receita total – Custo total 
 O objetivo dos vendedores é fazer com que o lucro de sua empresa seja o 
maior possível. Para entender melhor como uma empresa maximiza o lucro é preciso 
saber como se calcula a receita total e o custo total. A receita total é fácil, é a 
quantidade que a empresa produz multiplicada pelo preço pelo qual vende sua 
produção. Em comparação, a medição do custo total de uma empresa é bem mais 
sutil. 
 
Custos como custos de oportunidade 
Quando se medem os custos de qualquer empresa é importante ter em mente 
um dos Dez Princípios de Economia: o custo de alguma coisa é aquilo de que você 
desiste de algo para obtê-la. Quando se fala no custo de produção de uma empresa, 
inclui todos os custos de oportunidade da produção dos bens e serviços. 
Alguns custos de oportunidade de uma empresa são óbvios, outros não são. 
Os custos dos insumos que exigem desembolso de dinheiro por parte da empresa 
são os custos explícitos. Já os custos dos insumos que não exigem desembolso de 
dinheiro por parte da empresa são os custos implícitos. 
Ao calcularem o custo das empresas, os economistas incluem os custos 
explícitos e implícitos, pois as decisões das empresas se baseiam em ambos os 
custos, já os contadores tem a função de acompanhar o fluxo do dinheiro que entra e 
sai da empresa, medindo os custos explícitos e usualmente ignorando os custos 
implícitos. 
 
O custo do capital como custo de oportunidade 
 Quando alguém decide abrir uma empresa ou comprar, ao invés de, por 
exemplo, guardar o seu capital em uma poupança onde teria o retorno de um juro, 
esse é um dos custos de oportunidade implícitos de uma empresa. Como se sabe os 
economistas e contadores tratam os custos de formas diferentes. 
 Para um economista esses juros de que o empresário abre mão é um custo 
para empresa, porém um custo implícito. No entanto, o contador não lançará esse 
dinheiro como custo pois não sai dinheiro da empresa para pagar por eles. 
 
Lucro econômico versus lucro contábil 
 Como os economistas e contadores medem os custos de maneira diferente, 
eles também medem o lucro de maneira diferente. 
 Um economista mede o lucro econômico da empresa que é a receita total 
menos o custo total, incluindo tanto os custos explícitos quanto os custos implícitos 
da produção dos bens e serviços vendidos. 
 Um contador mede o lucro contábil da empresa, a receita total menos custo 
explícito total. Como o contador ignora os custos implícitos o lucro contábil costuma 
ser maior que o econômico. 
 
 
 
Produção e custos 
 As empresas incorrem em custos ao comprarem os insumos que usam para 
produzir os bens e serviços que planejam vender. Sendo assim, examinaremos o elo 
entre o processo de produção de uma empresa e seu custo total. 
 Adota-se uma importante hipótese simplificadora: consideramos que o 
tamanho da fábrica de biscoitos é fixo e que ela só pode mudar a quantidade de 
biscoitos produzida mudando o número de trabalhadores. 
 Esta hipótese é realista no curto prazo, mas não no longo prazo. Ou seja, a 
proprietária não pode construir uma nova fábrica da noite para o dia, mas pode fazer 
em aproximadamente um ano ou dois. Portanto, a análise descreve as decisões de 
produção que a proprietária enfrenta no curto prazo. 
 
A função de produção 
 A função de produção mostra a relação entre a quantidade de insumos 
necessária para produzir determinada quantidade de um bem. 
 A relação entre a quantidade de insumos usada para produzir um bem e a 
quantidade produzida desse bem é chamada função de produção. O produto marginal 
de qualquer insumo no processo de produção é o aumento da produção que resulta 
de uma unidade adicional de insumo. 
 Porém, em alguns casos esse produto marginal tende a diminuir. A propriedade 
segundo a qual o produto marginal de um insumo diminui à medida que a quantidade 
do insumo aumenta, chama-se produto marginal decrescente. 
 
 
 
 
 
 
Da função de produção à curva de custo total 
 A curva de custo total e a função de produção são os lados opostos da mesma 
moeda. A inclinação da curva de custo total aumenta com a quantidade produzida, 
enquanto a inclinação da função de produção diminui. Essas mudanças de inclinação 
ocorrem pelas mesmas razões. 
 
As diversas medidas do custo 
 A partir dos dados de custo total de uma empresa, podemos derivar diversas 
outras medidas de custo, que serão úteis quando analisarmos as decisões de 
produção e determinação de preço, sendo assim, os custos de produção são divididos 
em custos fixos e variáveis. 
 
Custos fixos e variáveis 
• Custos fixos são aqueles que não variam com a quantidade produzida, 
independente, se a produção aumentar ou diminuir esses custos 
continuarão os mesmos. Por exemplo, o aluguel que a empresa paga. 
• Custos varáveis são aqueles que variam de acordo com a quantidade 
do bem produzida pela firma, que são os custos com os insumos 
utilizados para a produção de bens e serviços. 
 
Custos médio e marginal 
 O proprietário da empresa precisa decidir quanto vai produzir. Uma parte dessa 
decisão se refere a saber como os custos variarão de acordo com o nível de produção. 
Para isso ele precisa saber quanto custará a produção do produto em questão e 
quanto custa para aumenta a produção. 
Para isso é necessário conhecer o custo total médio, que é o custo total dividido 
pela quantidade produzida. Como o custo total é conhecido pela soma dos custos 
fixos e variáveis, o custo total médio pode ser expresso como a soma do custo fixo 
médio e do custo variável médio. 
O custo fixo médio é custo fixo dividido pela quantidade produzida e o custo 
variável médio é o custo variável dividido pela quantidade produzida. 
Custo total médio = Custo total/ Quantidade 
CTM = CT/ Q 
Embora o custo total médio nos diga o custo da unidade típica, não nos diz 
quanto o custo total mudará se a empresa alterar seu nível de produção. Por isso 
temos o customarginal, que é o aumento no custo total decorrente da produção de 
uma unidade adicional. 
Custo marginal = Variação do custo total/Variação da quantidade 
CMg = ΔCT/ΔQ 
 
Curvas de custos e suas formas 
 Os gráficos de custo médio e marginal são úteis para analisar o comportamento 
das empresas. A figura a seguir representa os custos de uma empresa. O gráfico 
apresenta as curvas de custo total médio (CTM), custo médio fixo (CMF), custo 
variável médio (CVM) e custo marginal (CMg). 
 Custo marginal ascendente – O custo marginal da empresa aumenta com a 
quantidade produzida, refletindo a propriedade do produto marginal descendente. 
Quando a empresa está produzindo uma quantidade pequena do seu bem, ela tem 
poucos trabalhadores e grande parte de seu equipamento não está sendo utilizado. 
Quando ela está produzindo uma grande quantidade de bens, estará lotada de 
empregados e a maior parte de seu equipamento está sendo utilizada. Quando a 
quantidade dos bens produzidos já é elevada, o produto marginal de um trabalhador 
adicional é baixo e o custo marginal de um bem adicional é elevado. 
Curva de custo total médio em forma de U – A empresa representada na 
figura tem curva de custo médio em forma de U. O custo total médio reflete o formato 
das curvas de custo fixo médio e de custo variável médio. A luta entre o custo fixo 
médio e o custo variável médio provoca o formato em U no custo total médio. A parte 
mais baixa da curva em U ocorre na quantidade que minimiza o custo total médio, e 
essa quantidade é chamada de escala eficiente. 
 A relação entre custo marginal e custo total médio – Sempre que o custo 
marginal for menor que o custo total médio, o custo total médio estará em queda. E 
sempre que o custo marginal for maior que o custo total médio, ele estará 
aumentando. A curva de custo marginal cruza a curva de custo total médio em seu 
ponto mínimo. 
 
 
Curvas de custos típicas 
 Em muitas empresas, o produto marginal decrescente não começa a ocorrer 
imediatamente após a contratação do primeiro trabalhador. Dependendo do processo 
de produção, o segundo ou o terceiro trabalhadores podem ter um produto marginal 
maior do que o primeiro porque uma equipe de trabalhadores pode dividir as tarefas 
e trabalhar com maior produtividade que um único trabalhador. Assim, teriam um 
aumento no produto marginal durante algum tempo, até que aparecesse o produto 
marginal decrescente. 
As curvas de custo típicas de uma empresa são, custo total médio (CTM), custo 
fixo médio (CFM), custo variável médio (CVM) e o custo marginal (CMg). As três 
propriedades que sempre devem ser lembradas: a partir de determinado nível de 
produção, o custo marginal aumenta com o aumento da quantidade produzida; a 
curva de custo médio total tem a forma de U; e a curva de custo marginal cruza com 
a curva de custo total médio no ponto em que o custo médio mínimo. 
 
 
Custos no curto e no longo prazo 
 Como muitas decisões são fixas no curto prazo, mas variáveis no longo prazo, 
as curvas de custos de longo prazo das empresas diferem de suas curvas de custo 
de curto prazo. 
 
A relação entre custo total médio no curto e no longo prazo 
 Muitas decisões são fixas no curto prazo, mas variáveis no longo prazo, as 
curvas de custos de longo prazo das empresas diferem de suas curvas de custos de 
curto prazo. As empresas diferem nas suas maneiras de chegar ao longo prazo. 
Uma grande empresa, como uma montadora de carros, pode levar um ano ou 
mais para construir uma fábrica maior. Por outro lado, uma pessoa que tenha uma 
cafeteria pode comprar outra máquina em poucos dias. 
 
 
Economia e deseconomias de escala 
 O formato da curva de custo total médio de longo prazo transmite informações 
importantes sobre a tecnologia da produção de um bem. Quando a curva de custo 
total médio de longo prazo decresce com o aumento da produção, dizemos que há 
economias de escala. 
Quando ela se eleva com o aumento da produção, dizemos que há 
deseconomias de escala. E quando o custo total médio de longo prazo não varia com 
o nível de produção, dizemos que há retornos constantes de escala. As economias 
de escala geralmente surgem porque os maiores níveis de produção possibilitam 
especialização entre os trabalhadores, o que permite que cada trabalhador se torne 
melhor em uma tarefa especifica. As deseconomias de escala podem surgir por causa 
de problemas de coordenação inerentes a qualquer grande organização. 
 
Conclusão 
 Conclui-se então que a partir do pressuposto que o objetivo da firma é 
maximizar lucro, dado pela diferença entre receita total e custo total, ao analisar o 
comportamento da firma, é importante incluir todos os custos de oportunidade de 
produção. Alguns custos de oportunidade são explícitos, enquanto outros custos de 
oportunidade são implícitos. 
 Os custos da firma refletem seu processo de produção, uma função de 
produção típica da firma se torna mais horizontal quando a produção aumenta, 
ilustrando a propriedade do produto marginal decrescente. 
 Os custos totais da firma são divididos em custos fixos e variáveis. Os custos 
fixos não variam com a quantidade produzida, mas os custos variáveis sim. O custo 
total médio é o custo total dividido pela quantidade produzida. 
 O custo marginal é o valor do aumento do custo total quando a firma produz 
uma unidade adicional de produto, o custo marginal aumenta com a quantidade 
produzida. 
 A curva de custo total médio tem forma de U, e a curva de custo marginal 
sempre cruza a curva de custo total médio em seu ponto mínimo. Os custos da firma 
sempre dependem do horizonte de tempo sendo considerado. 
 
 
Referência 
MANKIW, N. Gregory, “Introdução à Economia”.

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