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(UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ)FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO (material)

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2
U N I V E R S I D A D E E S T Á C I O D E S Á 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LETRAS – LIBRAS
F I L O S O F I A D A E D U C A Ç Ã O
1º PERÍODO
 
Rio de Janeiro
Abril de 2022 
22 DE ABRIL DE 22
Todos os assuntos da disciplina de Filosofia da Educação do curso de Letras – Libras da Universidade Estácio de Sá transcritos e prontos para a revisão manuescrita.
	
E M E N T A S
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................... I
AULA I ......................................................................................................................................................... II
DO MITO À RAZÃO.
1. Identificar os fatores de ordem cultural, política, econômica e social que contribuíram para o surgimento da Filosofia na Grécia Antiga; 2. Explicar a diferença entre o discurso mítico-religioso e o discurso filosófico; 3. Explicar em que sentido o pensamento filosófico rompe com a tradição mítico-religiosa.
AULA II ........................................................................................................................................................ X
SÓCRATES, PLATÃO E ARISTÓTELES.
1. Compreender o novo marco da Filosofia Antiga iniciada por Sócrates; 2. Identificar as ideias fundamentais dos filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles; 3. Conhecer os conceitos fundamentais da metafísica platônica e aristotélica.
AULA III .................................................................................................................................................... XIX
FILOSOFIA MEDIEVAL. (PRIMEIRA PARTE)
1. Identificar os fatores fundamentais que permitiram a formação do Mundo Ocidental, assim como o nascimento da filosofia cristã; 2. Analisar a relação entre a filosofia grega pagã e o cristianismo, compreendendo a sua apropriação; 3. Conhecer o pensamento de Santo Agostinho e a influencia de Platão no pensamento cristão.
AULA IV ................................................................................................................................................ XXVIII
FILOSOFIA MEDIEVAL (SEGUNDA PARTE)
1. Identificar os fatores históricos que contribuíram para a fusão entre a cultura árabe, a filosofia grega e o pensamento cristão; 2. Entender o contexto histórico que favoreceu o desenvolvimento da alta escolástica; 3. Conhecer a importância de São Tomás de Aquino e seu papel na escolástica; 4. Entender as ideias de Guilherme de Ockham, que contribuíram para o desmantelamento do grande sistema filosófico medieval.
AULA V .................................................................................................................................................. XXXII
FILOSOFIA MODERNA (PRIMEIRA PARTE)
1. Identificar as mudanças profundas que trouxeram a ideia de progresso e valorização do indivíduo na modernidade; 2. Conhecer o papel de Lutero como provocador de uma mudança no panorama político e religioso europeu alterando profundamente as discussões filosóficas, teológicas e doutrinárias como propulsoras da modernidade; 3. Analisar a reação da Igreja Católica à Reforma, identificando as suas consequências; 4. Enumerar e analisar os diferentes fatores que permitiram a revolução científica; 5. Analisar a redescoberta do ceticismo no contexto do início da modernidade e verificar as suas principais características.
AULA VI ............................................................................................................................................... XXXVII
FILOSOFIA MODERNA (SEGUNDA PARTE)
1. Identificar o fundamento de Descartes quanto à possibilidade do conhecimento científico encontrando uma verdade inquestionável; 2. Analisar e conhecer a adoção da posição racionalista no processo do conhecimento, enfatizada pela necessidade do método para bem conduzir a razão; 3. Identificar a importância fundamental da filosofia de Descartes para a aquisição do conhecimento.
AULA VII .................................................................................................................................................. XLII
FILOSOFIA MODERNA (TERCEIRA PARTE)
1. Identificar a tradição empirista; 2. Analisar a teoria de Locke e sua crítica ao inatismo; 3. Conhecer o conceito de empirismo; 4. Identificar a influência de Bacon com seu método experimental; 5. Conhecer o pensamento de Hume; 6. Conhecer a importância da filosofia política do liberalismo e a tradição Iluminista, assim como a influência de Jean Jacques Rousseau.
AULA VIII ................................................................................................................................................ XLIX
FILOSOFIA MODERNA (QUARTA PARTE)
1. Identificar as características do Iluminismo e seu papel no contexto do século XVIII; 2. Caracterizar o pensamento de Immanuel Kant e sua contribuição na elaboração de uma teoria que investiga o valor dos nossos conhecimentos, a partir da crítica das possibilidades e limites da razão; 3. Estabelecer as diferenças entre o empirismo e o racionalismo e suas implicações para o conhecimento, segundo Kant.
AULA IX ..................................................................................................................................................... LIII
FILOSOFIA MODERNA (QUINTA PARTE)
1. Identificar o significado do positivismo de Augusto Comte e suas implicações para a educação; 2. Conhecer as contribuições dos educadores do século XIX para a prática escolar nos séculos XX e XXI.
AULA X ...................................................................................................................................................... LIX
QUESTÕES FILOSÓFICAS ATUAIS E DESAFIOS À PRÁTICA EDUCACIONAL. 
1. Identificar os fatores que permitiram as rupturas com o pensamento moderno e a transição para o pensamento contemporâneo; 2. Conhecer as contribuições dos educadores do século XIX para a prática escolar nos séculos XX e XXI.
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................................... LXV
	
	
I N T R O D U Ç Ã O 
O estudo dessa disciplina aborda os principais aspectos do desenvolvimento do pensamento filosófico, no Ocidente, com a preocupação de contextualizar, na história, o pensamento dos filósofos e das escolas ou tradições filosóficas. 
É impossível entender as contribuições das ideias filosóficas para a educação sem levar em consideração a historicidade e o contexto de sua produção. Vamos, portanto, estudar um largo período de aproximadamente sete séculos, iniciando a nossa trajetória na Grécia Antiga, em IV a.C., até a contemporaneidade.
Durante boa parte deste período histórico, a Filosofia era a “ciência” que pretendia teorizar as grandes questões do homem e do mundo, tendo em vista explicar a realidade, sem mais apelar para causas sobrenaturais ou mítico-religiosas.
Mesmo após o aparecimento da ciência nova, a partir do século XVI, a Filosofia continua dando relevantes contribuições para a compreensão das grandes questões que, nós, humanos somos desafiados a responder. 
O estudo e a compreensão das doutrinas dos filósofos e de seus sistemas filosóficos pretendem, em primeiro lugar, ajudar-nos a também pensar criticamente e a organizar as nossas ideias; em segundo lugar, os temas serão apresentados com o objetivo de percebermos as suas interfaces com o campo da educação e das teorias pedagógicas.
O B J E T I V O S
1. 	Analisar os fundamentos teóricos e práticos do processo de ensino e aprendizagem motora e suas aplicações.
2.	 Analisar após testagem especifica o comportamento motor da infância a terceira idade.
3.	 Identificar e aplicar medidas de desempenho motor a diferentes níveis de condicionamento.
	
A U L A		 I
DO MITO À RAZÃO
Resumo do conteúdo : Contexto histórico, político, social e cultural da Grécia, no século VI a.C.,período em que surge uma nova forma de pensar e de conhecer o mundo: a Filosofia; Narrativas míticas e religiosas como forma fundamental de conhecimento do mundo, antes do surgimento da Filosofia; Discurso filosófico numa ruptura com o mito, na busca de compreender e explicar a realidade através da linguagem racional.
O B J E T I V O S
1. 	Identificar os fatores de ordem cultural, política, econômica e social que contribuíram para o surgimento da Filosofia na Grécia Antiga.
2. 	Explicar a diferença entre o discurso mítico-religioso e o discurso filosófico.
3. 	Explicar em que sentido o pensamento filosófico rompe com a tradição mítico-religiosa.
O N A S C I M E N T O D A F I L O S O F I A
A passagem de uma visão mágica, mítica e religiosa do mundo para uma interpretação racional, humana, marca o nascimento da Filosofia no Ocidente e o início do período chamado Filosofia Antiga. 
O nascimento da Filosofia ocorreu no século VI a.C., nas colônias gregas da Magna Grécia (sul da Itália) e Jônia (atual Turquia). 
A partir do século VI a.C. surgiram alguns sábios que propuseram uma outra forma de pensar e de explicar o mundo. Eles passaram a utilizar os argumentos racionais (não mais os religiosos ou míticos) para teorizar a realidade a partir de elementos presentes no próprio mundo natural, sem que precisassem apelar a um mundo sobrenatural.
 (cidade)
O nascimento da p o l i s, no século VIII a.C., provocou grandes transformações na Grécia Antiga.
	O saber deixou de ser sagrado e tornou-se objeto de discussão. Os cidadãos da polis, passaram a ir à ágora (praça pública) para debaterem os problemas de interesse comum e para decidirem os rumos da cidade.
	Tal mentalidade libertou os homens das ideias sobre divindades que lhes impunham o destino do qual não poderiam escapar.
	A política permitiu aos cidadãos debaterem o seu próprio destino em praça pública.
O Partenon foi um tempo dedicado à Deusa grega Atena, construído no século V a.C. na Acrópole de Atenas, na Grécia Antiga.
F I X A Ç Ã O
A Filosofia, tendo como fundamento a razão (logus), estabeleceu uma nova forma de interpretação da realidade. A Filosofia nasceu fincada no chão da sociedade grega, sob condições políticas, econômicas e culturais que determinaram todo o edifício racional que fora construído pelos inúmeros pensadores.
a. 	Na Grécia Antiga, a religião e o mito eram as fontes originárias de conhecimento.
b. 	O nascimento da Polis (cidade), no século VIII a.C., provocou grandes transformações na Grécia Antiga.
c. 	A política permitiu aos cidadãos debaterem e traçarem o seu próprio destino em praça pública.
d. 	O nascimento da Filosofia ocorreu no século VI a.C., nas colônias gregas da Magna Grécia (sul da Itália) e Jônia (atual Turquia).
Fatores políticos, religiosos e econômicos contribuíram para o surgimento da Filosofia na Grécia Antiga :
	FATORES POLÍTICOS
As origens da Filosofia vinculam-se ao processo de consolidação da democracia grega em torno da polis.
Esta era a base da cidadania grega: os cidadãos são a finalidade última do Estado, o bem do Estado é seu próprio bem, sua liberdade, sua grandeza.
A cidade-estado grega era o espaço legítimo e legitimador de sua liberdade, a ponto de o Estado tornar-se horizonte ético do homem grego.
A democracia grega se apoiava em uma concepção de cidadania excludente. Eram considerados cidadãos, apenas os homens (varões) que possuíam bens ou riquezas. Portanto, estavam excluídos da cidadania as mulheres, os estrangeiros, os escravos e os homens pobres.
	FATORES RELIGIOSOS
Os gregos conseguiram alcançar um patamar de liberdade religiosa muito elevado em relação a outros povos da Ásia Menor e do Oriente Próximo.
Enquanto em outras nações o poder religioso, aliado às monarquias de cunho tributário, servia para legitimar o Estado absoluto e o poder do rei, algumas cidades-estado da Grécia construíram uma relativa liberdade, baseada na autoridade do Pater Familias (Pai de Família).
A religião grega não se baseava em um livro Sagrado. Portanto, os gregos não tinham dogmas a serem defendidos, ortodoxia, nem heresias, ou uma casta sacerdotal. Estava aberto o caminho para o livre pensar.
	FATORES ECONÔMICOS
O florescimento das cidades-estado gregas deveu-se principalmente ao desenvolvimento da indústria artesanal e do comércio. Antes disso, a Grécia era predominantemente agrária, sendo dominada politicamente por grandes proprietários de terras. Neste contexto, é mais compreensível que cultivasse uma visão mítica do mundo, mais ligada aos ciclos do clima.
O crescimento industrial e comercial fez florescerem as cidades-estado, fazendo surgir novos atores sociais, que começavam a dominar o cenário político e ameaçar o poder da nobreza fundiária. É nessas circunstâncias que a Filosofia nasce, fazendo justificar o poder emergente de comerciantes e artesãos.
F I X A Ç Ã O
a. As origens da Filosofia vinculam-se ao processo de consolidação da democracia grega em torno da polis.
b. O florescimento das cidades-estado gregas deveu-se principalmente ao desenvolvimento da indústria artesanal e do comércio.
Sobre a linguagem mítica.
F I X A Ç Ã O
A religião dos gregos não se apoiava em um Livro sagrado, fonte da revelação divina para os humanos, e não havia uma verdade que se encontrasse, de uma vez por todas, vertida em texto. 
Como consequência, também não havia dogma ou ortodoxia, nem profetas ou messias, tampouco uma casta sacerdotal. Talvez, por causa destas características da religião dos gregos, vigorava grande liberdade para pensar e para divergir, o que é fundamental para a Filosofia.
Qual era a fonte de conhecimento sobre os deuses: seus nomes, suas genealogias, seus atributos, suas aventuras, seus respectivos poderes, seu modo de agir, as honras que lhes eram devidas etc?
	
O discurso filosófico na Grécia Antiga - A princípio, os filósofos pré-socráticos, também chamados de "naturalistas" ou filósofos da physis, tinham como escopo especulativo o problema cosmológico, ou cosmo-ontológico, e buscavam o princípio (ou arché) das coisas. 
Cada um dos filósofos pré-socráticos sugeriu um elemento primordial ou causa de todas as coisas que compõem a realidade física, como:
	
Tales de Mileto
A Água
	
Anaximandro de Mileto 
O Apeíron
	
Xenófanes de Cólofon
A Terra
	
Anaxímenes de Mileto 
O Ar
	
Heraclito de Éfeso 
O Fogo
	
Pitágoras de Samos 
O número
	
Demócrito de Abdera
O Átomo
	Empédocles de Agrigento 
Os quatro elementos 
(terra, água, fogo e ar)
Em um segundo momento, surge a sofística e o foco da filosofia muda do cosmo para o homem e o problema moral. O pensamento filosófico rompeu com a tradição mítico-religiosa na Grécia Antiga. Os gregos pré-socráticos compreenderam que as causas explicativas do mundo estavam presentes no próprio mundo. Portanto, através dos elementos primordiais (água, terra, fogo, ar etc.) era possível explicar a realidade, sem a necessidade de apelo às forças divinas, sobrenaturais, extramundanas.
Os primeiros principais sofistas da Grécia Antiga foram, Protágoras, Górgias, Isócatres, Hípias, Pródico, Crítias, Antifonte, Trasímaco, mais além com os filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles.
F I X A Ç Ã O
a. Os gregos cultuavam muitos deuses. Estes múltiplos deuses estavam no mundo e faziam parte dele.
b. Os gregos pré-socráticos compreenderam que as causas explicativas do mundo estavam presentes no próprio mundo.
	
A U L A		 II
SÓCRATES, PLATÃO E ARISTÓTELES
Resumo do conteúdo : Doutrinas dos filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles e suas principais ideias e os conceitos fundamentais de suas obras; Invalidação da doutrina platônica dos dois mundos por Aristóteles, apesar dele ter sido discípulo da Acadêmica de Platão; e sua apresentação da nova doutrina sobre o ser das coisas.	Conceitos metafísicos fundamentais como ato e potência, matéria e forma, entre outros.
Sócrates, Platão e Aristóteles são os mais importantes expoentes da Filosofia grega.As doutrinas desses filósofos compõem o período clássico da Filosofia grega, tendo longa vigência nos séculos seguintes.O pensamento metafísico de Platão e a sua repercussão para a história do pensamento ocidental; A transformação filosófica provocada por Sócrates, com ênfase nos temas humanísticos; A solução metafísica dada por Aristóteles ao problema do conhecimento.
O B J E T I V O S
1. 	Compreender o novo marco da Filosofia Antiga iniciada por Sócrates.
2. 	Identificar as ideias fundamentais dos filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles.
3. 	Conhecer os conceitos fundamentais da metafísica platônica e aristotélica.
S Ó C R A T E S ( 469 ou 470 - 399 a.C. ) indicou uma nova direção à Filosofia. Enquanto o interesse dos filósofos pré-socráticos recaiu sobre os estudos da natureza (physis), 		Sócrates interessou-se pelas questões humanas, a ética, a política, o conhecimento, a educação, entre outros problemas que afetam o homem.		
As fontes mais importantes de informações sobre Sócrates são as escritas por Platão, Xenofonte e Aristóteles.		Sócrates foi mestre de Platão. Alguns historiadores afirmam que só se pode falar de Sócrates como um personagem de Platão, por ele nunca ter deixado nada escrito de sua própria autoria.
Sócrates desempenhou um papel importante no Estado ateniense, fazendo parte do governo da cidade. Porém, em 403 a.C, foi acusado e declarado culpado de corromper a juventude ao ensinar doutrinas que feriam as tradições religiosas da cidade de Atenas, tendo sido condenado à morte por ingestão de cicuta. Embora pudesse se exilar, Sócrates optou por beber tranquilamente o veneno e submeter-se a um fim doloroso.
Nos diálogos de Platão, Sócrates é apresentado como homem dotado de uma mente rigorosa, racional e inquisitiva, que questionava continuamente as crenças fundamentais das pessoas. O Método Socrático consistia em fazer perguntas e desvendar o que estava oculto em cada uma delas, num processo denominado maiêutica.
A filosofia de Sócrates exprimia-se por meio de diálogos. Na sua doutrina, a confiança na razão assumia um papel central: “ninguém é mau voluntariamente”, sendo o mal consequência da ignorância. O grande princípio socrático era o conhecimento de si próprio: “Conhece-te a ti mesmo”.
F I X A Ç Ã O
a. Enquanto o interesse dos filósofos pré-socráticos recaiu sobre os estudos da natureza (physis), Sócrates interessou-se pelas questões humanas, a ética, a política, o conhecimento, a educação, entre outros problemas que afetam o homem.
b. O Método Socrático consistia em fazer perguntas e desvendar o que estava oculto em cada uma delas, num processo denominado maiêutica.
c. A filosofia de Sócrates exprimia-se por meio de diálogos e a confiança na razão assumia um papel central na sua doutrina.
P L A T Ã O ( 428 - 347 a.C. ) nasceu em uma família aristocrata de Atenas. Foi brilhante escritor e filósofo e se destacou entre os pensadores mais influentes da civilização ocidental.	Desde jovem, Platão tinha ambições políticas, mas logo se decepcionou com a liderança política de Atenas. Ele se tornou discípulo de Sócrates, seguindo sua filosofia e aderindo ao método por ele utilizado: a busca da verdade através de perguntas, respostas e mais perguntas.		
Após a morte de Sócrates, Platão abandonou a cidade. As suas viagens levaram-no a lugares como Egito, Cirene e Sicília. Quando regressou a Atenas, co-fundou uma escola que ficou conhecida por Academia, situada no Jardim de Academos, onde se ensinavam os mais diversos assuntos, desde a Matemática à Biologia, da Filosofia à Astronomia.	Os ensinamentos de Platão foram escritos em forma de diálogo (aproximadamente trinta), de uma conversa ou um debate entre várias pessoas. Seus diálogos são divididos em três fases.
	Representada com Platão tentando comunicar a filosofia de Sócrates.
	Os diálogos da segunda e terceira fase relatam as próprias ideias de Platão, por mais que ele continue a utilizar Sócrates como personagem em seus diálogos.
Teoria do Conhecimento 
(de Platão)
Platão foi o responsável pela formulação de uma nova maneira de pensar e de perceber o mundo. Este ponto fundamental consiste na descoberta de uma realidade causal suprassensível, não-material, eterna e imutável. Tal realidade subsistiria num mundo separado do mundo sensível e material: o mundo das formas ou das ideias.
Portanto, divide o existente em duas partes: o mundo das ideias e o mundo físico em que vivemos. No mundo das ideias, tudo é constante e real. Já no mundo físico (ou mundo sensível), tudo está sujeito ao fluxo, à mudança, daí seu caráter relativo e aparente.
M U N D O S
	S e n s í v e l
Caverna;
Sombras;
Corpo – Características contrárias a da alma;
Imperfeito.
	I n t e l i g í v e l
Luz;
Conhecimento;
Ideias;
Alma - possibilita acessos aos inteligível, imutável e imortal;
Perfeito.
Ideias ou formas são arquétipos imutáveis. De acordo com Platão, só essas ideias/formas são o fundamento do verdadeiro conhecimento. Platão distinguiu dois níveis de saber:
	
OPINIÃO
	Afirmações relacionadas com o mundo físico, Platão as considerava uma opinião, mesmo que estivesses baseadas na lógica ou na ciência.
	
CONHECIMENTO
	Segundo Platão, o conhecimento é derivado da razão e não da experiência. Ela pregava que somente através da razão atingimos o conhecimento das formas.
A República é a maior e mais reconhecida obra política de Platão. A obra se foca na questão de justiça: “Como é um Estado justo? Quem é um indivíduo justo?”
	No livro também encontramos o famoso Mito da Caverna (ou Alegoria da Caverna). Trata-se de uma metáfora da condição humana perante o mundo, no que diz respeito à importância do conhecimento filosófico e à educação como forma de superação da ignorância.	
	Podemos dizer que o Mito da Caverna trata da passagem gradativa do senso comum, enquanto visão de mundo e explicação da realidade, para o conhecimento filosófico (conhecimento racional, sistemático e organizado, que busca as respostas na casualidade).
De acordo com Platão, as ideias ou
formas são arquétipos mutáveis.
	A metafísica aristotélica é a ciência que estuda “o ser enquanto ser”, ou os princípios e as causas do ser e de seus atributos essenciais. Podemos sintetizar a metafísica aristotélica em quatro questões gerais:
	1.	 P O T Ê N C I A E A T O
2. 	 M A T É R I A E F O R M A
3.	 MOVIDO E MOTOR
4.	 PARTICULAR E UNIVERSAL
1.	 A doutrina da P O T Ê N C I A (possibilidade, capacidade de ser, não-ser atual) e do A T O (realidade, perfeição, ser efetivo) é fundamental na m e t a f í s i c a a r i s t o t é l i c a. Todo ser, que não seja o Ser perfeitíssimo (Deus), é uma síntese (um símbolo), um composto de potência e de ato, em diversas proporções, conforme o grau de perfeição, de realidade dos vários seres. É aplicada e desenvolvida por Aristóteles, especialmente, quando este trata da doutrina da matéria e da forma, que representam a potência e o ato no mundo, na natureza em que vivemos.
Um ser desenvolve-se, aperfeiçoa-se, passando da potência ao ato. Esta passagem da potência ao ato é a atualização de uma possibilidade, de uma potencialidade anterior. 
Por exemplo, um ovo está em ato, mas é potência de uma ave.
2.	 o indivíduo é composto por dois elementos 
a M A T É R I A e a F O R M A. 
	
A m a t é r i a é potência, possibilidade de assumir várias formas, imperfeição.
	A f o r m a é atualidade (realizadora, específicadora da matéria, perfeição. É o ingrediente necessário para a existência da realidade material, causa concomitante de todos os seres.
O composto de matéria e forma (o sínolo) constitui a S U B S T Â N C I A
Substrato imutável, em que sucedem os acidentes, as qualidades acidentais.
E X E M P L O. Uma estátua de bronze : A m a t é r i a seria o bronze, e a f o r m a seria o formato da estátua. A matéria sem forma, a pura matéria, chamada matéria-prima, é um mero possível, não existe por si, é um absolutamenteinterminado, em que a forma introduz as determinações.
	A matéria aristotélica, porém, não é o puro não-ser de Platão (mero princípio de decadência), pois esta é também condição indispensável para concretizar a forma.
	Portanto, não existe a forma sem a matéria, ainda que a primeira seja princípio de atuação e determinação da segunda. Com respeito à matéria, a forma é, então, princípio de ordem e finalidade, racional, inteligível.
	Diversamente da ideia platônica, a forma aristotélica não é separada da matéria, e sim imanente e operante nela. Ao contrário, as formas aristotélicas são universais, imutáveis, eternas, como as ideias platônicas.
3.
	Mesmo que um ser se mova a si mesmo, aquilo que move deve ser diverso daquilo que é M O V I D O, deve ser composto de um M O T O R e de uma coisa movida. Por exemplo, a alma é que move o corpo.
	Da relação entre a potência e o ato, entre a matéria e a forma, surge o movimento, a mudança, o vir-a-ser, a que é submetido tudo que tem matéria, potência. A mudança é, portanto, a realização do possível.
	Esta realização do possível, porém, pode ser levada a efeito unicamente por um ser que já está em ato, que possui já o que a coisa movida deve vir-a-ser, visto ser impossível que o menos produza o mais, o imperfeito o perfeito, a potência o ato, mas vice-versa.
	
O motor pode ser unicamente ato, forma. A coisa movida, enquanto tal, pode ser unicamente potência, matéria.
Eis a grande doutrina aristotélica do motor e da coisa movida, doutrina que culmina no motor primeiro, absolutamente imóvel, ato puro, isto é, Deus.
4. Mediante a doutrina da matéria e da forma é explicado o problema do U N I V E R S A L e do P A R T I C U L A R, que tanto atormenta Platão. Aristóteles faz o primeiro (a ideia) imanente no segundo (a matéria), depois de ter eficazmente criticado o dualismo platônico, que fazia os dois elementos transcendentes e exteriores um ao outro.
A essência, que é igual em todos os indivíduos de uma mesma espécie, deriva da forma. Já a individualidade, pela qual toda substância é original e se diferencia de todas as demais, depende da matéria. O indivíduo é, portanto, potência realizada, matéria enformada, universal particularizado.
Mediante a doutrina da matéria e da forma, Aristóteles explica o indivíduo, a substância física, a única realidade efetiva no mundo, que é precisamente o composto (sínolo) de matéria e de forma.
Como todo pensamento e todo juízo, a proposição aristotélica está submetida aos três princípios lógicos fundamentais, condições de toda verdade:
	
I
Princípio da identidade
	
II
Princípio da não-contradição
	
III
Princípio do terceiro excluído
	
Um ser é sempre idêntico a si mesmo:
A é A.
	
É impossível que um ser seja e não seja idêntico a si mesmo ao mesmo tempo e na mesma relação.
É impossível que A seja A 
e não-A.
	
Dadas duas proposições com o mesmo sujeito e o mesmo predicado, uma afirmativa e outra negativa, uma delas é necessariamente verdadeira e a outra necessariamente falsa.
A é x ou não-x, não havendo terceira possibilidade.
F I X A Ç Ã O 		
a.			o sistema aristotélico invalida o dualismo platônico, representado pela teoria das ideias.
b.			a forma aristotélica não existe separada, num mundo inteligível e apartado do mundo das coisas sensíveis e materiais.
c.			a forma, junto com a matéria, constituiria os indivíduos, as substâncias. Portanto, a forma é parte constitutiva das coisas e faz parte do único mundo existente.
d.			Aristóteles, diferente de Platão, valoriza o conhecimento sensível, desvalorizado por Platão, como fonte de erro e de engano.
e.			ao contrário de Platão, Aristóteles entende que todo o conhecimento possível inicia-se com os sentidos ou a sensação.
f.		os sentidos, entretanto, são insuficientes, e precisam ser superados por outros graus mais elevados de abstração, passando pela memória, a experiência, a arte (téchne) e chegando à teoria (epistemé), grau mais perfeito do conhecimento.
g. 		 as investigações filosóficas de Aristóteles consideraram várias áreas do conhecimento.
h. 		 segundo Aristóteles, o indivíduo é composto por dois elementos: a matéria e a forma.
	
A U L A		 III
FILOSOFIA MEDIEVAL. (PRIMEIRA PARTE)
Resumo do conteúdo : Fatores fundamentais que permitiram a formação do Mundo Ocidental; Nascimento da filosofia cristã; 	Relação entre a filosofia grega pagã e o cristianismo e sua apropriação;	Pensamento de Santo Agostinho e a influência de Platão no pensamento cristão; Desenvolvimento da escolástica.
O B J E T I V O S
1. 	Identificar os fatores fundamentais que permitiram a formação do Mundo Ocidental, assim como o nascimento da filosofia cristã;
2. 	Analisar a relação entre a filosofia grega pagã e o cristianismo, compreendendo a sua apropriação;
3. 	Conhecer o pensamento de Santo Agostinho e a influência de Platão no pensamento cristão.
 A contextualização do período medieval:
	
De modo geral, pode-se dizer que o tema mais importante da filosofia medieval foi a questão da relação entre fé e razão.
	
Razão + Fé = Filosofia Medieval
	A Idade Média foi um período profundamente teocêntrico, seus filósofos foram todos homens religiosos. Assim, o objeto central de sua reflexão foi via de regra a análise das diferenças e da relação entre os dogmas aceitos pela fé e as verdades descobertas pela razão.
	
Fé ≠ Razão
F I X A Ç Ã O
A Filosofia Medieval compreende um período histórico que vai do final do helenismo (séculos IV e V) até o Renascimento (final do século XV e início do século XVI). É a maior parte da produção filosófica da Idade Média. Dizem que Idade Média apresenta uma imagem negativa. 	 Qual o porquê disso?
	
A fase final da Filosofia Medieval (séculos XI e XV) equivale ao desenvolvimento da escolástica e a criação das universidades.
1. A filosofia de São Tomás de Aquino, que se aproximou dos textos de Aristóteles, resultou numa nova contribuição para o desenvolvimento da escolástica;
2. Posições controvertidas que foram assumidas na Filosofia, na Teologia e na Política;
3. O levantamento de questões que aproximavam a Teologia da Filosofia, investigando racionalmente os fundamentos da fé cristã;
4. A presença da tradição aristotélica na Europa ocidental;
5. O pensamento de Santo Agostinho;
6. A transição do helenismo para o cristianismo.
Nascimento da Filosofia Cristã
Fatos históricos que contribuíram 
para o nascimento da Filosofia cristã:
a.	a cultura de língua grega hegemônica permitiu a concepção de uma religião universal, que corresponde, no plano espiritual e religioso, a concepção de império no plano político e militar. Essa concepção foi consolidada com o batismo do imperador Constantino, em 337, e com a institucionalização do cristianismo como religião oficial. Entretanto, não havia ainda uma unidade no cristianismo.
b.	A filosofia grega teve uma importância fundamental no processo de unificação do cristianismo, quando as discussões levaram a formulação de uma unidade doutrinária hegemônica, ortodoxa. Os primeiros representantes dessa filosofia cristã pertenceram a, assim, chamada escola neoplatônica cristã de Alexandria.
c.	Uma questão que acompanhou todo o pensamento medieval foi o conflito entre razão e fé, que era foco de tensão permanente. Diversos concílios fixaram a doutrina considerada legítima e condenaram os que não aceitavam esses dogmas expulsando-os da Igreja.
Podemos dizer que a filosofia grega se incorporou de maneira definitiva à tradição cristã: a lógica e retórica forneceram meios de argumentação; e a metafísica de Platão e de Aristóteles forneceu conceitos chaves (substâncias, essências...) em função dos quais questões teológicas eram discutidas.
F I X A Ç Ã O 		
a.			a religião cristã originária do judaísmo surge e se desenvolve no contexto do helenismo.
b.			podemos dizer que a cultura de língua grega hegemônica permitiu a concepção de uma religião universal, que corresponde, no plano espirituale religioso, a concepção de império no plano político e militar.
c.			uma questão que acompanhou todo o pensamento medieval foi o conflito entre razão e fé, que era foco de tensão permanente.
Um dos grandes pensadores cristãos foi S A N T O A G O S T I N H O .
A sua influência filosófica e teológica se estendeu até o período moderno.
Seus três aspectos fundamentais da contribuição para o desenvolvimento da Filosofia:
A formulação das relações entre Teologia e Filosofia, entre razão e fé;
A criação da teoria do conhecimento com ênfase na questão da subjetividade e da interioridade;
A elaboração da teoria da história que foi desenvolvida na monumental cidade de Deus.
	
	Santo Agostinho pode ser considerado o primeiro pensador a desenvolver uma noção de uma interioridade que prenuncia o conceito de subjetividade do pensamento moderno. Encontramos no pensamento de Santo Agostinho a oposição interior/exterior e a concepção de que a interioridade é o lugar da verdade: é olhando para a sua interioridade que o homem descobre a verdade pela iluminação divina.
	
A teoria da iluminação divina vem substituir a teoria platônica, explicando o ponto de partida do processo de conhecimento e abrindo o caminho para a fé.
	
Santo Agostinho viveu em tempos conturbados: a ruína do mundo antigo, a decadência do Império Romano, as invasões dos bárbaros pagãos.
Ele mostrou que os eventos históricos devem ser interpretados à luz da revelação, que a cidade divina prevalecerá, já que a história tem uma direção. A concepção agostiniana teve uma grande influência no desenvolvimento da noção ocidental de tempo histórico, raiz da visão hegeliana. É necessário mencionar B o é c i o ( 4 7 0 – 5 2 5 ) , como um pensador fundamental para a mediação entre na filosofia antiga e a filosofia cristã medieval.
F I X A Ç Ã O 		
a.			a influência filosófica e teológica de Santo Agostinho se estendeu até o período moderno.
b.			encontramos no pensamento de Santo Agostinho a oposição interior/exterior e a concepção de que a interioridade é o lugar da verdade.
	
D e s e n v o l v i m e n to d a E s c o lá s t i c a
S A N T O A N S E L M O é considerado o primeiro grande pensador da escolástica. Ele elaborou sua filosofia buscando articular a razão e a revelação, a fé e o entendimento. Sua principal contribuição à Filosofia na formulação do famoso argumento ou prova ontológica, como ficou conhecido posteriormente (desde Kant). Trata-se de um dos argumentos mais clássicos da tradição filosófica, tendo sido questionado por outros filósofos na Idade Média, dentre eles São Tomás de Aquino.
A conclusão de Santo Anselmo é que não se pode pensar a inexistência de um ser do qual nada maior pode ser pensado sem contradição. Desse modo, fica provada a existência de Deus. 
Anselmo não acreditava na capacidade da razão para investigar os mistérios divinos.
F I X A Ç Ã O 		
a.			deu a sua principal contribuição à Filosofia na formulação do famoso argumento ou prova ontológica, como ficou conhecido posteriormente..
b.			Anselmo não acreditava na capacidade da razão para investigar os mistérios divinos.
	
A U L A		 IV
FILOSOFIA MEDIEVAL. (SEGUNDA PARTE)
Resumo do conteúdo : Fatores fundamentais que permitiram o encontro da filosofia árabe com a filosofia do ocidente;	Importância de São Tomás de Aquino, seu papel na escolástica e sua teoria que mostrou que a filosofia de Aristóteles era algo compatível com o cristianismo;		Ideias de Guilherme de Ockham, que contribuíram para o desmantelamento do grande sistema filosófico medieval, culminando com o Renascimento;	Significado da crise da escolástica do século XIV. Esse século traz um pensamento inovador (o humanismo renascentista) que, por sua vez, prenuncia o período moderno com suas novas teorias filosóficas e científicas, além de profundas transformações no mundo europeu.
O B J E T I V O S
1. Identificar os fatores históricos que contribuíram para a fusão entre a cultura árabe, a filosofia grega e o pensamento cristão.;
2. Entender o contexto histórico que favoreceu o desenvolvimento da alta escolástica;
3. Conhecer a importância de São Tomás de Aquino e seu papel na escolástica.
4. Entender as ideias de Guilherme de Ockham, que contribuíram para o desmantelamento do grande sistema filosófico medieval.
	
Como visto, os cristãos da escolástica tiveram o primeiro contato com o pensamento de Aristóteles através dos núcleos de cultura. 
Logo, podemos concluir que o grande desenvolvimento da filosofia escolástica, a partir do século XIII, foi devido à influência do pensamento árabe.
01 _ Com o desenvolvimento de uma intensa atividade artesanal e comercial, no século XIII, surgiram núcleos urbanos importantes que tiveram grande influência no enriquecimento de uma pequena parte da população.
02 _ Consequentemente, houve o rompimento com a ordem econômica (política feudal), dando lugar a um mundo em que as relações sociais permitiam a mobilidade social. Além disso, os artesãos passaram a se organizar em ligas nas cidades (também chamadas de guildas), fazendo nascer um novo tipo de convívio social.
03 _ As obras de Aristóteles, com as suas preocupações científicas e empíricas, foram adequadas a esse novo contexto, devido a dois fatores fundamentais que são característicos do século XIII: o surgimento das universidades e a criação das ordens religiosas (franciscanos e dominicanos).
F I X A Ç Ã O
a.		 fusão entre a cultura árabe, a filosofia grega e o pensamento cristão começa a partir do momento em que Alexandre inicia a expansão do seu império.
b.		 os cristãos da escolástica tiveram o primeiro contato com o pensamento de Aristóteles através dos núcleos de cultura.
c.		 o exílio dos cristãos no Oriente, principalmente na Síria e Mesopotâmia, favoreceu a fusão das filosofias ocidental e oriental.
G U I L H E R M E D E O C K H A M foi o maior dos lógicos escolásticos. Ele combinou o racionalismo do pensamento aristotélico com a fé revelada do cristianismo; Pelas posições que assumiu na Filosofia, na Teologia e na Política, e pelos constantes enfrentamentos com as autoridades, Ockham foi perseguido pelo Papa; Foi graças as suas ideias, que foram lançadas as sementes que levaram o sistema filosófico medieval à ruína, dando lugar ao novo senso de investigação crítica inspirado diretamente dos gregos.
	As bases da filosofia e ciência modernas foram lançadas nos séculos XV e XVI, levando ao Renascimento e à Reforma. Nesse período, em oposição à escolástica, é defendida a separação radical entre os campos da razão e da fé, da Filosofia e da Teologia.
	No final do século XIV, a escolástica entrou em crise, porém, isso não significou o seu fim. A filosofia escolástica e o tomismo sobrevivem no período moderno, e até hoje encontram adeptos.
F I X A Ç Ã O
a.	 São Tomás mostrou que a filosofia de Aristóteles era compatível com o cristianismo.
b.	 Foi graças a ideia de Guilherme de Ockham, que foram lançadas as sementes que levaram o sistema filosófico medieval a ruína, dando lugar ao novo senso de investigação crítica inspirado diretamente dos gregos.
c.	 No final do século XIV, a escolástica entrou em crise, porém, isso não significou o seu fim.
d.	 O Tomismo tornou-se uma espécie de representante de “uma filosofia cristã oficial”.
A U L A		 V
FILOSOFIA MODERNA. (PRIMEIRA PARTE)
Resumo do conteúdo : Mudanças profundas que trouxeram a ideia de progresso e valorização do indivíduo na modernidade;	O papel de Lutero como provocador de uma mudança no panorama político e religioso europeu alterando profundamente as discussões filosóficas, teológicas e doutrinárias como propulsoras da modernidade;	A reação da Igreja Católica à Reforma, identificando as suas consequências, assim como os diferentes fatores que permitiram a revolução científica e a redescoberta do ceticismo no contexto do início da modernidade.
O B J E T I V O S
1. Identificar as mudanças profundas que trouxeram a ideiade progresso e valorização do indivíduo na modernidade.
2. Conhecer o papel de Lutero como provocador de uma mudança no panorama político e religioso europeu alterando profundamente as discussões filosóficas, teológicas e doutrinárias como propulsoras da modernidade.
3. Analisar a reação da Igreja Católica à Reforma, identificando as suas consequências.
4. Enumerar e analisar os diferentes fatores que permitiram a revolução científica.
5. Analisar a redescoberta do ceticismo no contexto do início da modernidade e verificar as suas principais características.
	O conceito de modernidade está quase sempre associado a um sentido positivo de mudança, transformação e progresso.		No entanto, tratou-se de um processo lento de transição já que as concepções tradicionalistas ainda continuavam a vigorar.
	
Os grandes pensadores do século XVII, consideradors revolucionários e inovadores, como Bacon e Descartes jamais se autodenominaram modernos.
	
A ideia de modernidade foi sendo construída com o passar dos tempos.
O termo “moderno” já era usado na Filosofia Medieval, mas o conceito de modernidade veio de duas noções fundamentais relacionadas – a ideia de progresso e a valorização do indivíduo, que são decorrentes de fatores históricos como:
	
O H u m a n i s m o R e m a s c e n t i s t a 
 ( s é c u l o X V ) ; 
	O conceito de Renascimento abrange os séculos: XV e XVI, que foi o período histórico intermediário entre o medieval e o moderno. Podemos dizer que o traço mais característico desse período foi o humanismo. Um dos principais pontos de partida do humanismo foi o grande Concílio Ecumênico de Florença, em 1431.
O humanismo teve também uma grande importância na política. As partes centrais do ideário humanista tratam da rejeição da tradição escolástica em favor de uma recuperação da natureza humana individual, ponto de partida de uma nova ordem. O principal pensador político mais original desse período foi sem dúvida Nicolau Maquiavel (autor de O Príncipe, publicado em 1532).
	
A R e v o l u ç ã o C i e n t í f i c a 
( s é c u l o X V I I ) ;
	
A Revolução Cientifica moderna teve seu ponto de partida na obra de Nicolau Copérnico, através de cálculos dos movimentos por meio dos corpos celestes.
	Copérnico
	Platão
	Kepler
	Leonardo da Vinci
	Galileu
	
A obra de Nicolau Copérnico rompeu com o sistema geocêntrico, em que a Terra se encontra imóvel no lugar central do universo, indo contra uma teoria estabelecida a praticamente vinte séculos. Sacudiu a visão de mundo medieval estática imaginando a Terra girando em torno do sol, desenvolvendo sua pesquisa propondo a hipótese heliocêntrica. Ele conserva uma concepção de um cosmo fechado, tendo como limite a esfera das estrelas fixas, típica da visão antiga. A ideia de um universo infinito foi incorporada progressivamente à ciência moderna.
	
A revolução científica moderna inspirou-se em Platão, que já havia antecipado o modelo heliocêntrico
	
Em 1609, o astrônomo alemão Johannes Kepler defendeu a ideia de que o universo é regido por leis matemáticas.
	
Em Leonardo da Vinci, podemos encontrar um ótimo exemplo de modernidade.
	
Galileu quem diz “a natureza é um livro escrito em linguagem geométrica”. Esse é o ponto de partida do mecanicismo que vê a natureza como um mecanismo, como as engrenagens de um relógio impulsionado por uma força externa. Galileu ainda postulava a ideia de órbitas circulares. Podemos considerá-lo como ponto de chegada de um processo da antiga visão de mundo e de ciência.
	C O S M O L O G I A ( pov ) – o modelo empreendido por Galileu – universo infinito e movimento dos corpos celestes, principalmente da Terra.
	C I Ê N C I A ( pov ) – a valorização da observação do método experimental que se opõe à ciência contemplativa dos antigos.
	
A R e f o r m a P r o t e s t a n t e
( s é c u l o X V I ) ;
	A ideia de reforma foi bastante comum no desenvolvimento do cristianismo. O próprio cristianismo foi uma espécie de movimento de reforma do judaísmo. Foram comuns os pregadores em vários países da Europa, defendendo a volta de um cristianismo mais simples e mais espiritual, mantendo a necessidade da pobreza do clero e criticando a hierarquia eclesiástica.
	Em uma visita a Roma (1510), Lutero ficou chocado com a corrupção da sede da Igreja e começou a defender a necessidade de uma reforma. Portanto, o marco do início da Reforma Protestante foi a pregação por Lutero das suas 95 teses contra os teólogos católicos da universidade e contra o papa Leão X (1517). O envolvimento dos papas nas questões políticas da época foi um fator gerador de conflitos. A igreja necessitava de grandes recursos financeiros e procurava obtê-los através da venda de indulgências.
	O protestantismo, o movimento de oposição a Roma, difundiu-se por outros países, a exemplo de Calvino na Suíça, em Genebra. Com isso, a Igreja Católica inicia uma ofensiva contra o protestantismo. O Concílio de Trento estabeleceu as bases doutrinárias e litúrgicas.
	A Inquisição ganhou nova força e, assim, surgiram novas ordens religiosas como a Companhia de Jesus, de caráter militante. No século seguinte, a Guerra dos Trinta Anos opõe católicos e protestantes por toda Europa.
	
A ética protestante, principalmente calvinista, proporcionou grande desenvolvimento econômico da Europa, permitindo a acumulação do capital.
	
A r e d e s c o b e r t a 
d o c e t i c i s m o .
	O interesse pelo ceticismo antigo é retomado no Renascimento como parte do movimento de volta aos clássicos. A Idade Média havia sido, em grande parte, ignorada pelos céticos devido à refutação do ceticismo por santo Agostinho. Possivelmente, os céticos foram os primeiros filósofos a questionar a possibilidade do conhecimento e a levantar a questão sobre os limites da natureza humana do ponto de vista cognitivo, o que será uma das grandes temáticas do pensamento moderno até Kant.
Podemos considerar Michele de Montaigne o filósofo mais importante desse período, quanto à retomada e ao desenvolvimento do ceticismo, inclusive devido a sua influência em Descartes. A visão cética de Montaigne pode ser considerada um dos pontos de partida do subjetivismo e do individualismo. Diante de um mundo de incerteza, mergulhado em guerras e conflitos religiosos e políticos o homem refugia-se dentro de si.
F I X A Ç Ã O 
a. podemos dizer que o traço mais característico do Renascimento foi o humanismo.
b. o marco do início da Reforma Protestante foi a pregação por Lutero de suas 95 teses contra os teólogos católicos da universidade e contra o papa Leão X (1517).
c. a Revolução científica moderna teve seu ponto de partida na obra de Nicolau Copérnico, através de cálculos dos movimentos por meio dos corpos celestes.
d. o interesse pelo Ceticismo antigo é retomado no Renascimento como parte do movimento de volta aos clássicos.
	
A U L A		 VI
FILOSOFIA MODERNA (SEGUNDA PARTE)
Resumo do conteúdo : A contribuição do grande filósofo Descartes, considerado o “pai” da filosofia moderna. A adoção da posição racionalista no processo do conhecimento, enfatizada pela necessidade do método para bem conduzir a razão. A importância fundamental da filosofia de Descartes para a aquisição do conhecimento.
O B J E T I V O S
1. 	Identificar o fundamento de Descartes quanto à possibilidade do conhecimento científico encontrando uma verdade inquestionável.
2. 	Analisar e conhecer a adoção da posição racionalista no processo do conhecimento, enfatizada pela necessidade do método para bem conduzir a razão.
3. 	Identificar a importância fundamental da filosofia de Descartes para a aquisição do conhecimento.
D E S C A R T E S ( 1596 -1650 ) viveu em um tempo de profunda crise da sociedade, tempo de transição entre uma tradição que sobrevivia e outra que estava surgindo, resultando em uma nova visão de mundo. Ele acompanhou as grandes transformações da sua época, como:
1. O início das grandes navegações e a descoberta das Américas.
2. As teoriascientíficas de Copérnico e Galileu, que revolucionaram a maneira de se considerar o mundo físico.
3. A escolástica medieval, que estava longe de desaparecer.
4. A decadência do sistema feudal, substituído por uma nova ordem econômica baseada no comércio livre e no individualismo.
5. A Reforma de Lutero, que abalou a autoridade universal da Igreja Católica no Ocidente, e a Contra Reforma, reação ao Protestantismo, que teve como consequência a Guerra dos Trinta Anos, na qual o próprio Descartes participou.
6. A arte retomando os valores da antiguidade clássica, impondo uma cultura leiga, às vezes, de inspiração pagã.
	
	
A crença no poder crítico da razão humana individual é traço fundamental da modernidade de Descartes. A modernidade é ruptura com a tradição, a autoridade da fé pela razão humana, oposição às instituições.
	O homem da época de Descartes viveu uma grande diversidade de experiências.
	Devemos compreender o pensamento filosófico de Descartes como o resultado da reflexão sobre a experiência de vida.
	É possível considerar Descartes como um dos iniciadores da modernidade, doravante, influenciará o desenvolvimento do pensamento filosófico.
	Com Descartes, a necessidade de contextualização do pensamento e o sujeito pensante entram em cena.
	
	
	
Nesse tempo de conflitos, crises e incertezas, Galileu foi proibido de lecionar. Ao tomar conhecimento da condenação de Galileu, Descartes desistiu de publicar a sua obra - O tratado do mundo. Em 1637, Descartes publicou, em francês, seus tratados científicos que têm como introdução o discurso do método. Descarte adquiriu fama e sua obra foi condenada.
O P R O J E T O F I L O S Ó F I C O D E D E S C A R T E S
As regras de Descartes se inspiram na geometria. São simples, mas devem ser seguidas à risca. Jamais devemos deixar de observá-las.
Regra 1 :		 Jamais aceitar como exata coisa alguma que eu não conheça evidentemente.
Regra 2 :		 Dividir cada dificuldade a ser examinada em tantas partes quantas possíveis e necessárias para resolvê-las.
Regra 3 :		 Impor ordem nos meus pensamentos, começando pelos assuntos mais simples de serem conhecidos.
Regra 4 : 		 Fazer para cada caso enumerações tão exatas que esteja certo de não ter esquecido nada, assim nunca se confundirá o falso com o verdadeiro, chegando ao verdadeiro conhecimento.
F I X A Ç Ã O 
O conflito entre os dois modelos de ciência, o antigo e o moderno, fazia com que alguns pensadores céticos se perguntassem: Será que e as futuras gerações não descobririam as teorias da ciência nova também de forma errônea?
Descartes assume a missão de fundamentar e legitimar essa ciência demonstrando de forma conclusiva que o homem pode conhecer o real de modo verdadeiro e definitivo. Portanto, Descartes negava o ceticismo. Descartes se propõe ainda a encontrar uma certeza básica, imune às dúvidas céticas. Então, era preciso encontrar o ponto de apoio, “ponto arquimediano”, que pudesse servir de ponto de partida seguro para o processo de conhecimento.
C O G I T O E R G O S U M
Uma das mais célebres expressões filosóficas que existe. Com esse argumento, Descartes busca uma certeza imune ao questionamento cético.
	
Argumentação cartesiana
A etapa inicial da argumentação cartesiana é a formulação de uma dúvida metódica, colocando tudo em questão. Começa-se duvidando de tudo: senso comum, argumento de autoridade, testemunho dos sentidos, das informações da consciência, da realidade do exterior e do próprio corpo. A cadeia de dúvidas se interrompe diante do seu próprio ser que duvida. Se duvido, penso: “Penso, logo existo”.
	
Modificação do pensamento moderno
Assim, Descartes introduz uma grande modificação no pensamento moderno: “ a crença na autonomia do pensamento, a ideia de que a razão bem dirigida basta para encontrar a verdade sem precisar dos livros e dos “dogmas”.
	
A busca pela verdade
Para Descartes, o espírito humano tem em si os meios de alcançar a verdade, se souber cultivar sua independência e conduzir-se com método. A certeza é possível porque o espírito humano já possui ideias gerais, claras e distintas que são inatas (inerentes à capacidade de pensar), portanto, não estão sujeitas ao erro. A primeira ideia inata é o cogito pelo qual nos descobrimos como seres pensantes.
Enquanto o racionalismo de Descartes prioriza a razão, o filósofo Francis Bacon insiste na necessidade da experiência.
O argumento do cogito e suas consequências suscitam grandes interesses. O objetivo de Descartes, contudo, é fundamental para a possibilidade do conhecimento científico. É necessário, portanto, encontrar um caminho de superação desse idealismo radical, no qual a única realidade certa é a existência do puro pensamento. No entanto, é fundamental encontrar uma ponte entre o pensamento subjetivo e a realidade objetiva.
F I X A Ç Ã O 
a. crença no poder crítico da razão humana individual é traço fundamental da modernidade de Descartes.
b. o pensamento filosófico de Descartes deve ser compreendido como o resultado da reflexão sobre a experiência de vida.
c. descartes introduz uma grande modificação no pensamento moderno: “ a crença na autonomia do pensamento, a ideia de que a razão bem dirigida basta para encontrar a verdade sem precisar dos livros e dos “dogmas”.
A U L A		 VII
FILOSOFIA MODERNA (TERCEIRA PARTE)
Resumo do conteúdo : A contribuição da tradição empirista e seus reflexos para a educação; Método experimental de Bacon e a teoria das ideias e a crítica ao inatismo; Contribuição da filosofia política do liberalismo e seus principais filósofos.
O B J E T I V O S
1.	 identificar a tradição empirista.
2. 	 analisar a teoria de Locke e sua crítica ao inatismo.
3. 	 conhecer o conceito de empirismo.
4.	 dentificar a influência de Bacon com seu método experimental.
5. 	 conhecer o pensamento de Hume.
6.	 conhecer a importância da filosofia política do liberalismo e a tradição Iluminista, assim como a influência de Jean Jacques Rousseau.
A palavra empirismo, deriva da palavra grega “empeiria”, que significa basicamente uma forma de saber derivado da experiência sensível, e de informações acumuladas com base nesta experiência, permitindo a realização de fins práticos.
O empirismo e o racionalismo (pensamento cartesiano) constituíram conjuntamente algumas das principais correntes do pensamento moderno na sua fase inicial.
Logotipo da Royal Society
	Essa sociedade foi fundada em 1660 e patrocinada pelos ricos comerciantes de Londres, que tinham interesse nas possíveis aplicações técnicas desses conhecimentos, desde as questões de navegação até os estudos sobre linguagem que permitiam a comunicação com os povos das novas terras com que negociavam. Contudo, o empirismo não se restringiu ao contexto de língua inglesa, encontrando repercussão também na França e em outros países.
A corrente empirista desenvolveu-se, sobretudo, na Inglaterra e entre os filósofos de língua inglesa, estando diretamente ligada à criação da Real Sociedade de Londres para o Progresso do Conhecimento Natural.
Podemos dizer que o empirismo é a posição filosófica que toma a experiência como guia e critério de validade de suas afirmações, especialmente nos campos da teoria do conhecimento e da filosofia da ciência.
O grito de guerra do empirismo é a frase de inspiração aristotélica:
“Nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos”.
Ou seja, todo conhecimento resulta de uma base empírica, de percepções ou impressões sensíveis sobre o real, elaborando-se e desenvolvendo-se a partir desses dados da realidade sensorial. Os empiristas, portanto, rejeitam a noção de ideias inatas ou de um conhecimento anterior à experiência ou independente desta.
F r a n c i s B a c o n 
( 1561 - 1626 ),
J o h n L o c k e 
( 1632 - 1704),
e D a v i d H u m e 
( 1711 - 1776 )
foram os três principais pensadores do empirismo clássico.
B A C O N e o método experimental:
Podemos distinguir dois aspectos inter-relacionados da contribuiçãode filosófica de Bacon:
	
A CONCEPÇÃO DE PENSAMENTO CRÍTICO CONTIDA NA TEORIA DOS ÍDOLOS
	A DEFESA DO MÉTODO INDUTIVO NO CONHECIMENTO CIENTÍFICO E DE UM MODELO DE CIÊNCIA ANTIESPECULATIVO E INTEGRADO COM A TÉCNICA
	
A filosofia de Bacon, assim como a de Descartes, caracteriza-se por uma ruptura bastante explícita em relação à tradição anterior, sobretudo a escolástica de inspiração aristotélica.
A preocupação fundamental de Bacon é com formulação de um método que evite o erro e coloque o homem no caminho do conhecimento correto. É nesse contexto que encontramos a sua teoria dos ídolos.
Os ídolos são ilusões ou distorções que, segundo Bacon, “bloqueiam a mente humana”, impedindo o verdadeiro conhecimento. Os ídolos podem ser de quatro tipos: ídolos da tribo, ídolos da caverna, ídolos do foro e ídolos do teatro.
	
Bacon propõe um modelo para a nova ciência. Segundo ele, o homem deve despir-se de seus preconceitos, tornando-se “uma criança diante da natureza”, somente assim alcançará o verdadeiro saber.
O novo método científico é o da indução que, a partir da observação atenta da natureza, permite formular leis científicas que são generalizações indutivas, a partir das quais se pode controlar a natureza e dela tirar benefícios para o homem.
Bacon é um pensador que acredita no progresso. Para ele, o conhecimento se desenvolve na medida em que adotamos o método correto e a experiência como guia. Ele teve uma importância fundamental no sentido da ruptura com a tradição.
A teoria das ideias de L O C K E e a crítica ao inatismo:
	John Locke vê a filosofia como uma tarefa crítica e preparatória para a construção da ciência. Ele desenvolve um modelo empirista, antiespeculativo e antimetafísico de conhecimento.
	Locke afirma que todas as nossas representações do real são derivadas de percepções sensíveis, não havendo outra fonte para o conhecimento.
	Portanto, não existem ideias inatas. Isto é, o conhecimento não é inato, mas resulta da maneira como elaboramos os dados que nos vêm da sensibilidade por meio da experiência.
Para Locke, a mente é como uma folha em branco, a “tábula rasa”, na qual a experiência deixa as suas marcas. Desta forma, para processarmos o conhecimento em nossa mente, precisamos da reflexão, assim como distinguir entre as qualidades primárias e as secundárias das substâncias.
Locke é considerado como um dos primeiros filósofos
do período moderno a desenvolver uma filosofia da linguagem,
mais especificamente uma teoria do significado.
O ceticismo de H U M E:
David Hume foi, sob muitos aspectos, o mais radical dos empiristas, levando essas teses às suas últimas consequências e assumindo uma posição filosófica cética. Seu ceticismo pode ser interpretado a partir do questionamento que dirige a dois princípios ou pressupostos fundamentais da tradição filosófica: a causalidade e a identidade pessoal.
	
C A S U A L I D A D E
	A causalidade é uma forma nossa (humana) de perceber o real, uma ideia derivada da reflexão sobe as operações de nossa própria mente, e não uma conexão necessária entre causa e efeito, uma característica do mundo natural.
	
I D E N T I D A D E P E S S O A L
	
Jamais podemos apreender a nós mesmos sem algum tipo de percepção. O “eu” (sef) é um feixe de percepções que temos em um determinado momento e que varia na medida em que essas percepções variam. Estamos em constante mudança, pois a cada momento novas percepções são acrescentadas ao feixe, e outras empalidecem ou desaparecem. A única coisa que assegura o nosso “eu” , o que somos e temos, é a força do hábito, do costume e da memória que conseguimos.
Portanto, jamais temos um conhecimento certo e definitivo; toda a ciência é apenas resultado da indução, e o único critério de certeza que podemos ter é a probabilidade. É neste sentido e por esses motivos que ele é considerado um cético.
Por outro lado, Hume também afirma que a maneira pela qual conhecemos e pela qual agimos no real depende apenas de nossa natureza, de nossos costumes e de nossos hábitos. Por esta razão ainda não se chegou a definir se ele é mais cético ou mais naturalista.
A contribuição valiosa de J E A N -J A C Q U E S R O U S S E A U :
R o u s s e a u ( 1712 - 78 ) nasceu em Genebra e foi um dos mais importantes pensadores franceses do século XVIII no campo da política, da moral e da educação, influenciando os ideais do Iluminismo e da Revolução Francesa (1789).
	Rousseau não condena toda e qualquer sociedade, mas sim aquela que acorrenta e aprisiona o homem. Ele chegou a adotar como modelo de sociedade justa e virtuosa a Roma republicana do período anterior aos césares.
	O ponto de partida de sua filosofia é uma concepção de natureza humana representada pela ideia: “O homem nasce bom, a sociedade o corrompe” à qual se acrescenta a ideia de que “o homem nasce livre e por toda parte se encontra acorrentado”.
Para Rousseau, é possível, portanto, formular um ideal de sociedade em que os homens sejam livres e iguais, ideal este que servirá de inspiração à Revolução Francesa.
	
Saber como preservar a liberdade natural do homem.
	
E ao mesmo tempo garantir a segurança e o bem-estar que a vida em sociedade pode lhe oferecer.
Sua resposta se encontra fundamentalmente no C o n t r a t o S o c i a l , mas também é possível observá-la em outros textos. Segundo a teoria do contrato social, a soberania política pertence ao conjunto dos membros da sociedade e é papel da educação a formação da vontade geral dos membros da sociedade transformando, assim, o indivíduo em cidadão, em membro de uma comunidade. O fundamento dessa soberania é a vontade geral, que não resulta apenas na soma da vontade de cada um.
O processo educativo pressupõe o conhecimento profundo e deve dar a devida importância às leis psicológicas do desenvolvimento do educando. Essas leis devem orientar todo o processo educativo, deixando de lado todas as especulações teóricas a esse respeito. Essas leis podem ser resumidas da seguinte forma:
1.		 Deve-se observar a natureza e seguir o caminho que ela traçar.
2.		 As funções, que se exercem numa etapa de vida, afirmam e preparam o surgimento e o desenvolvimento das funções posteriores.
3.		 Mesmo quando uma ação parece ser desinteressada, parece não satisfazer alguma necessidade ou interesse funcional, na realidade se trata sempre de uma adaptação funcional.
4.		 Deve-se respeitar a individualidade de cada educando, pois cada um tem sua forma própria. É em função dessa individualidade que ele deve ser orientado.
Na proposta de Rousseau, para que o processo educativo não degenere num exercício estéril e até nocivo, é indispensável partir da estrutura específica do educando. Não se deve ver na criança um adulto em miniatura, como era costume na época, uma etapa passageira, provisória, da existência humana, pois a criança tem uma existência própria e acarreta direitos específicos.
F I X A Ç Ã O
a.		Hume: O ceticismo desse filósofo pode ser interpretado a partir do questionamento que dirige a dois princípios ou pressupostos fundamentais de tradição filosófica: a causalidade e a identidade pessoal.
b.		Bacon: A preocupação fundamental desse filósofo é com formulação de um método que evite o erro e coloque o homem no caminho do conhecimento correto. É nesse contexto que encontramos a sua teoria dos ídolos.
c.		Locke: Esse filósofo vê a filosofia como uma tarefa crítica e preparatória para a construção da ciência. Ele desenvolve um modelo empirista, antiespeculativo e antimetafísico de conhecimento.
d.		Rousseau: Para esse filósofo, é possível formular um ideal de sociedade em que os homens sejam livres e iguais, ideal este que servirá de inspiração à Revolução Francesa.
A U L A		 VIII
FILOSOFIA MODERNA (QUARTA PARTE)
Resumo do conteúdo : Iluminismo: valorização do conhecimento como instrumento de libertação e progresso da humanidade, levando o homem à sua autonomia e a sociedade à democracia, ou seja, ao fim da opressão;	Enciclopédia: representaçãodos ideais de conhecimento da época e do papel pedagógico e emancipador do saber;	Formulação de um projeto de filosofia crítica, por Immanuel Kant onde visa dar conta da possibilidade do homem conhecer o real e agir livremente;		Obra Crítica da Razão Pura de Kant, que contém os princípios básicos da teoria do conhecimento Kantiano.
O B J E T I V O S
1.	 identificar as características do Iluminismo e seu papel no contexto do século XVIII.
2. 	 caracterizar o pensamento de Immanuel Kant e sua contribuição na elaboração de uma teoria que investiga o valor dos nossos conhecimentos, a partir da crítica das possibilidades e limites da razão.
3. 	 Estabelecer as diferenças entre o empirismo e o racionalismo e suas implicações para o conhecimento, segundo Kant.
O I l u m i n i s m o foi um movimento de grande importância a partir da segunda metade do séc XVIII.
Abrange não só o pensamento filosófico, mas também as artes, as ciências, a teoria política, as teorias pedagógicas e a doutrina jurídica.
Reflete a necessidade de tornar transparente a razão. O pressuposto básico do iluminismo afirma, que todos os homens são dotados de racionalidade que é uma espécie de luz natural.
Possui caráter pedagógico. O pensamento iluminista é fortememente voltado para o laico e secular.
Volta-se contra toda autoridade que não esteja submetida à razão e a experiência. O homem poderá atingir o que o Kant chama de sua maioridade, quer dizer pensar por si. Por isso o iluminismo tem caráter ético e emancipador.
O pano de fundo do Iluminismo é a filosofia crítica, que tem como características três pressupostos básicos: a liberdade; o individualismo e a igualdade jurídica. Nesse sentido a Revolução Francesa (1789) pode ser considerada uma tentativa de concretização desses ideais: 
L I B ERT É , E G A L I TÉ , F R A T E R N IT É (et Beyoncé)
“Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
“Os homens nascem e permanecem livres”, 
é o artigo primeiro da Declaração dos Direitos do Homem.
I m m a n u e l K a n t ( 1 7 2 4 – 1 8 04 ) define a filosofia como “a ciência da relação de todo conhecimento e de todo uso da razão com o fim último da razão humana”, caracterizando-se pelo tratamento de quatro questões fundamentais.
	O QUE POSSO SABER?
Diz respeito à metafísica, no sentido kantiano de investigação sobre a possibilidade de legitimidade do conhecimento.
	O QUE DEVO FAZER?
A resposta é dada pela moral.
	O QUE POSSO ESPERAR?
O problema da esperança, de que trata a religião.
	O QUE É O HOMEM?
Objeto da antropologia, à qual em última análise se reduzem as outras três e que é na verdade a mais importante das quatro.
	
Tendo em vista estas questões, o filósofo deve determinar:
	a. as fontes do saber humano;
b. a extensão do uso possível e útil de todo saber;
c. e os limites da razão.
	
Sua obra pode ser vista como um marco na filosofia moderna e se notabiliza por duas obras clássicas, em especial:
	Crítica da Razão Pura
Na qual desenvolve a crítica do conhecimento.
	Crítica da Razão Prática
Em que analisa a moralidade
A educação na concepção de Kant encontra-se fundamentada nas obras mais clássicas, como a Crítica da Razão Pura e Crítica da Razão Prática. A Crítica da Razão Pura, visa investigar as condições de possibilidade do conhecimento, ou seja, o modo pelo qual, na experiência de conhecimento, sujeito e objeto se relacionam e em que condições. 
Esta relação pode ser considerada legítima, sujeito e objeto são termos relacionais que só podem ser considerados como partes da relação de conhecimento.
O pensamento de Kant também se insere dentro do movimento de crítica à educação dogmática, aberto pela ilustração. Ele não concebia as normas e os modelos conforme a própria existência concreta e variável (mas de um sujeito universal), e nem admitia o modelo tradicional de ideal, que se impôs exteriormente ao indivíduo.
Para ele, são as leis inflexíveis e universais da razão pura e da razão prática que constroem o conhecimento e a lei moral, o que significa a valorização definitiva do sujeito como ser autônomo e livre, para o qual tanto o conhecimento como a conduta são obras suas.
“O homem só pode tornar-se homem pela educação”,
“ele é tão somente o que a educação fez dele”,
“mandamos em primeiro lugar, as crianças à escola, não na intenção de que nela aprenda alguma coisa, mas a fim de que se habitue a observar pontualmente o que se lhes ordena”
Para Kant, cabe à educação formar o caráter moral.
O filósofo redefine a relação pedagógica, reforçando a atividade do aluno que deve aprender “pensar por si mesmo”. O saber é ato de liberdade. O princípio kantiano foi reexaminado no século XX, por diversos autores na área da moral e da educação, como Piaget ou ainda Habermas.
F I X A Ç Ã O 
a.	a enciclopédia foi um projeto monumental pedagógico que pretendia ser uma espécie de grande síntese do saber, na época da Revolução Francesa.
b.	o princípio Kantiano foi reexaminado no século XX, por diversos autores na área da moral e da educação.
c.	a Revolução Francesa foi uma tentativa de concretização dos ideais: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
d.	o Iluminismo foi um movimento de grande importância, que abrangeu não só o pensamento filosófico, mas também as artes, as ciências, a teoria política, as teorias pedagógicas e a doutrina jurídica.
e.	a obra de Kant pode ser vista como um marco na filosofia moderna e se notabiliza por duas obras clássicas, em especial: a “Crítica da Razão Pura” e a “Crítica da Razão Prática”.
A U L A		 IX
FILOSOFIA MODERNA (QUINTA PARTE)
Resumo do conteúdo : Grandes pedagogos do século XIX que seguiram as ideias de Rousseau e Kant: Pestalozzi, Herbart e Froebel ;	Pestalozzi: primeiro educador que teve coragem de abandonar o conceito individualista e aristocrático do processo educativo, ampliando-o para incluir a todos. Para ele, o processo educativo deve visar à formação humana adaptada as circunstâncias do espaço e do tempo, sempre com a finalidade de levar o educando a mais completa humanidade ; Herbart: o ponto de partida e de referência de todo processo educativo é a formação do educando, assim, este poderá assumir um estilo de vida moralmente válido. Para ele, deve-se educar para a liberdade interior para que esta se torne uma força propulsora permanente ; Froebel: o processo educativo deve iniciar-se desde a primeira infância. Nessa perspectiva, ele idealizou os Jardins de Infância, visando cultivar, desde essa idade, as aptidões da criança para que se torne um adulto completo e, assim, desenvolva plenamente as disposições humanas criadoras nela inerentes ; Augusto Comte e sua influência na educação: Esse pensador construiu a sua concepção de educação a partir do pressuposto que para educar é preciso respeitar os estágios de desenvolvimento humano, até atingir a maturidade positiva.
O B J E T I V O S
1. identificar o significado do positivismo de Augusto Comte e suas implicações para a educação. 
2. conhecer as contribuições dos educadores do século XIX para a prática escolar nos séculos XX e XXI.
A urbanização acelerada do século XIX, proveniente do capitalismo industrial, criou forte expectativa com respeito à educação, pois a complexidade de trabalho exigia melhor qualificação da mão-de-obra. Desde o século XVII, Comênio já anunciava a necessidade de “ensinar tudo a todos”. Porém, este projeto apenas se tornou concreto no século XIX com a intervenção cada vez maior do Estado para estabelecer a escola elementar universal, laica, gratuita e obrigatória.
Para A U G U S T O C O M T E ( 1798 – 1857 ) a humanidade (e o próprio indivíduo na sua trajetória pessoal), passa por diversos estágios até alcançar o estado “positivo”, que se caracteriza pela maturidade do espírito humano. O termo “positivo” designa o “real”, em oposição às formas teológicas ou metafísicas de explicação do mundo que predominam na filosofia.
O positivismo de Comte exprime a exaltação provocada no século XIX pelo avançoda ciência moderna, capaz de revolucionar o mundo com uma tecnologia cada vez mais eficaz: “Saber é poder”. Esse entusiasmo desembocou em várias correntes de pensamento, dentre elas destacamos o cientificismo : a visão reducionista segundo a qual a ciência seria o único conhecimento válido .O método das ciências da natureza (baseado na observação, experimentação e matematização), deveria ser estendido a todos os campos de indagação e a todas as atividades humanas, inclusive a educação.
	I
A educação deveria levar em conta, em cada indivíduo, as etapas que a humanidade percorrera: o pensamento fetichista da criança seria superado pela concepção metafísica, e esta, finalmente, pela positivista, no momento em que atingisse a idade madura.
	II
O positivismo passou a permear de maneira eficaz a pedagogia, ora de maneira explícita, ora implícita. Essa doutrina também atuou de maneira marcante no conteúdo e na forma de educar das escolas estatais, sobretudo, na luta a favor do ensino laico das ciências e contra a escola tradicional humanista religiosa.
	III
No século XX, ainda permaneceu viva a influência do positivismo. Por exemplo, a psicologia comportamentista de Watson e Skiner serviu de base a muitas teorias pedagógicas. No Brasil, o positivismo influenciou as medidas governamentais do início da República e, na década de 1970, a tentativa de implantação da escola tecnicista.
J O H A N N F. H E R B A R T (1776 – 1841) trouxe grande contribuição para a pedagogia como ciência, buscando o maior rigor de método. Ele também é considerado o precursor de uma psicologia experimental aplicada à pedagogia. Mesmo que essa psicologia conservasse alguns sinais de metafísica e ainda utilizasse uma avaliação matemática de valor discutível, ela se tornou um avanço em relação às teorias anteriores. 
Insatisfeito com a precária assimilação do que se ensinava nas escolas, afirmava que sua fracasso se devia aos métodos mal aplicados, que em nada se relacionavam com os conhecimentos adquiridos na prática dos alunos, e que só geravam memorização superficial que logo era esquecida. Para evitar o fracasso, ele propõe os 5 passos formais, que favoreceriam o desenvolvimento do aluno:
	A preparação;
	A apresentação;
	A assimilação;
	A generalização;
	A aplicação.
Além dos seus cinco passos formais que marcaram de maneira vigorosa o ensino expositivo da escola tradicional, que adquiriu um caráter de rigor por emprestar do método científico a indução, Herbert afirma que o caminho do raciocínio vai do concreto para o abstrato, o conhecimento é oferecido pelo mestre ao aluno, que só depois vai aplicá-lo na sua experiência de vida. O caráter de objetividade de análise, a tentativa de psicometria, o rigor dos passos seguidos e a sistematização são aspectos característicos do pensamento de Herbart que determinam a sua grande influência no pensamento pedagógico.
	Segundo Herbart, a conduta pedagógica deve seguir três procedimentos básicos:
	
O GOVERNO
É a forma de controle da agitação infantil, levado a efeito inicialmente pelos pais e depois pelos mestres, a fim de submeter a criança às regras do mundo adulto e tornar possível o início da instrução.
	
A INSTRUÇÃO
É o processo principal da educação, supõe o desenvolvimento dos interesses. Para Herbart, interesse tem um sentido bem específico de poder ativo que determina quais ideias e experiências receberão atenção.
Herbart compreende a instrução como construção, o que leva a não separar a instrução intelectual da moral, já que uma é condição da outra.
	
A DISCIPLINA
É aquilo que mantém firme a vontade educada no propósito da virtude. Enquanto o governo é exterior e heterônomo, mais usado com crianças pequenas, a disciplina supõe a autodeterminação característica do amadurecimento moral, que leva à formação do caráter proposto.
No campo da Pedagogia, F R I E D R I C H F R O E B E L ( 1782 - 1 8 5 2 ) aprendeu muito com as ideias de Pestalozzi. Uma visão mística marca seu pensamento e obra. O alemão também trouxe valiosa contribuição para a educação.
	A principal contribuição pedagógica de Froebel resulta da atenção para com as crianças na fase anterior ao ensino elementar, ou seja, a educação da primeira infância. Foi pioneiro na fundação do “jardim de infância”, em alusão ao jardineiro cuidando da planta desde pequenina para que cresça bem, pressupondo que os primeiros anos são básicos para a formação humana.
	Froebel valorizou as atividades lúdicas no trabalho com as crianças, por perceber o significado funcional do jogo e do brinquedo para o desenvolvimento sensório-motor, e inventou métodos para aperfeiçoar as habilidades. Ele estava convencido de que a alegria do jogo levaria a criança a aceitar o trabalho de forma mais tranquila.
	Para estimular os impulsos criadores da atividade lúdica, Froebel inventou cuidadosos equipamentos, de acordo com a fase em que se encontravam as crianças. As construções da primeira série foram por ele chamadas de “dons”, como se fossem “dádivas divinas”.
Além dos dons, Froebel destaca as ocupações: tecelagem, dobradura, recorte e, também, o canto e a poesia como instrumentos importantes para facilitar, sobretudo, a educação moral e religiosa. Embora a fundamentação teórica de sua psicologia tenha sido objeto de críticas severas, é inegável a influência da pedagogia de Froebel expressa na difusão dos jardins de infância espalhados pelo mundo.
J O H A N N H E I N R I C H P E S T A L O Z Z I ( 1746 - 1827 ) atraiu a atenção do mundo como mestre, diretor e fundador de escolas. Ele exerceu profunda influência em vários países da Europa, e suas ideias chegaram até os Estados Unidos. O suíço-alemão contribuiu para a educação com:
	E S C O L A P O P U L A R
	Estudioso de Rousseau, Pestalozzi sempre se interessou pela educação elementar, especialmente das crianças pobres, e fez algumas tentativas educacionais inéditas e audaciosas ao trabalhar com crianças em situação social bem precária. Por isso, ele é considerado um dos defensores da escola popular extensiva a todos.
	F U N Ç Ã O S O C I A L D O E N S I N O
	Pestalozzi reconhecia firmemente a função social do ensino, sem restringi-lo à formação do homem-gentil. Além disso, alertava que não bastava a simples instrução do povo, mas, sobretudo, a formação completa, pela qual o indivíduo é levado à plenitude do seu ser.
	V I V Ê N C I A I N F L U E N C I A A E D U C A Ç Ã O
	O indivíduo é um todo cujas partes devem ser cultivadas: a unidade espírito-coração-mão corresponde ao importante desenvolvimento da tríplice atividade conhecer-querer-agir, por meio da qual se dá o aprimoramento da inteligência, da moral e da técnica. Daí a importância dos métodos para a organização do trabalho manual e intelectual. Segundo Pestalozzi, deve-se partir sempre da vivência intuitiva, para só depois introduzir os conceitos.
	N A T U R E Z A S U S T E N T A A E D U C A Ç Ã O
	O método de Pestalozzi para educar se funda em um princípio simples: seguir a natureza. A família constitui a base de toda a educação por ser o lugar do afeto e do trabalho comum. Também é positiva a experiência religiosa, contudo não confessional.
F I X A Ç Ã O
a. Comte estava convencido de que a educação deveria levar em conta, em cada indivíduo, as etapas que a humanidade percorrera.
b. Pestalozzzi reconhecia firmemente a função social do ensino, sem restringi-lo à formação do homem-gentil.
c. Froebel valorizou as atividades lúdicas no trabalho com as crianças, por perceber o significado funcional do jogo e do brinquedo para o desenvolvimento sensório-motor, e inventou métodos para aperfeiçoar as habilidades.
A U L A		 X
FILOSOFIA MODERNA (QUINTA PARTE)
Resumo do conteúdo : Diferentes práticas pedagógicas, dependendo da visão do educador; Possibilidades de avançar e dar continuidade ao projeto de Paulo Freire.
O B J E T I V O S
1. identificar os fatores que permitiram as rupturas com o

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