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EXPERIMENTO VI – PÊNDULO Introdução Principais tipos de pêndulo Pêndulo simples: é constituído por uma partícula de massa m suspensa por meio de um fio inextensível com massa desprezível e com um comprimento L, conforme indicado na figura 9. Em todo sistema oscilante procuramos sempre um elemento de inércia e um elemento de restituição. A inércia está na massa da partícula, e a mola está na atração gravitacional entre a Terra e a partícula. A energia potencial pode ser associada à variação da distância vertical entre a partícula que oscila e a Terra, ou seja, ao comprimento variável da “mola gravitacional”. Portanto não será nenhuma surpresa verificar que o período das oscilações de um pêndulo simples depende do valor local da aceleração da gravidade g. As forças que atuam sobre a partícula indicada na fig. 9 são mg (peso) e T (tração na corda). Decompomos o peso numa componente radial �� cos � e numa componente tangente à trajetória �� sin �. Este componente tangencial, como mostra a fig. 9, muda de sentido toda vez que a partícula passa pelo ponto médio da oscilação e, assim, sempre atua no sentido de fazer retornar a partícula à sua posição central. Portanto, temos para a força restauradora: = −�� sin � (22) O sinal negativo indica que a força é uma força de restauração. Se o valor de � for pequeno, como vamos supor, o valor de sin � será aproximadamente igual a � em radianos. O deslocamento x da partícula ao longo do arco é igual a ��. Portanto, supondo sin � ≅ �, a eq. 22 se torna: ≅ −��� = −�� �� = − ���� � � (23) Percebemos que obtemos a Lei de Hooke. Um pêndulo simples é formalmente equivalente a um oscilador linear, sendo a constante elástica efetiva k da mola gravitacional igual a ��� . Vemos que esta constante tem a dimensão correta de uma constante de mola, ou seja, uma força dividida pelo deslocamento. Substituindo esta constante da mola gravitacional pela eq. 12, encontramos para o período do pêndulo simples, � = 2���� (12) � = 2�� ���/� (24) ou � = 2���� (pêndulo simples). (25) O período é independente da massa, como se pode notar na eq. 25. Pêndulo Físico: a maioria dos pêndulos reais não é, nem aproximadamente, simples. A fig. 10 mostra o chamado pêndulo físico, com o seu peso mg atuando no centro de gravidade C. O pêndulo físico é equivalente a um oscilador linear. A constante elástica da mola, k, é equivalente a ��ℎ, e a massa m do bloco é equivalente ao momento de inércia � do pêndulo. Fazendo estas substituições na eq. 12, obtemos � = 2�� ���� (pêndulo físico) (27) para o período das oscilações do pêndulo físico. � é o momento de inércia do pêndulo em relação a um eixo ortogonal ao plano das oscilações que passa pelo ponto de suspensão O; h é a distância entre o ponto de suspensão e o centro de gravidade do pêndulo físico. Sabemos que um pêndulo físico não oscilará se o suspendermos para seu centro de gravidade. Formalmente, isto corresponde a fazer h=0, na eq. 27. Neste caso, � → ∞, o que é a maneira de a equação nos dizer que o pêndulo nunca completará uma oscilação. O pêndulo físico visto na fig. 10 inclui o pêndulo simples como um caso especial. Neste caso, h seria o comprimento � do fio e � seria igual a �� . Substituindo esses valores na eq. 27 encontramos a eq. 25 que fornece o período das oscilações de um pêndulo simples. Veja: � = 2�! ���ℎ = 2�!�� ��� = 2�!�� Como determinar o valor de g: podemos usar um pêndulo físico para fazer medidas precisas do valor de g. Milhares de medidas foram realizadas por este método em proposições geofísicas. Considerando um pêndulo constituído por uma barra uniforme de comprimento � suspensa por uma de suas extremidades. Neste caso, o h da eq. 27, a distância entre o ponto de suspensão e o centro de gravidade. É igual a �/2. O momento de inércia deste pêndulo em relação a um eixo perpendicular que passa por uma das extremidades é igual �� /3 (tabelado). Substituindo esses valores na eq. 27 e isolando g obtemos: � = #$%�&'% (28) Assim, se medirmos � e o período �, podemos determinar o valor de �. Exemplo 1 Uma régua, suspensa por uma de suas extremidades, oscila como um pêndulo físico. (veja fig. 12a). (a) Calcule o período de sua oscilação. Dado: � = ��( /3. Sabemos que � = 2�� ���� e que ℎ = �(/2. Substituindo � e ℎ na equação, temos: � = 2�! ��( /3���(/2 = 2�!2�(3� = 2�! )2*)1,00 �*)3*)9,8 �/1 * = 1,64 1 (b) Determine o comprimento do pêndulo simples que tenha o mesmo período. Igualando a eq. 25 a equação encontrada acima, resulta: � = 2���� = 2�� �4&� . Influi-se dessa igualdade que � = �4& = & )100 5�* = 66,7 5�. Exemplo 2 Um disco de raio R = 2,5 cm está suspenso, como um pêndulo físico, de um ponto situado na metade da distância entre o centro e a periferia do disco. (Veja fig. 14) Seu período é dado por T = 0,871 s. Determine o valor de g no local da experiência. Dado: � = &�8%9 . Substituindo ℎ = :/2 e � = &�8%9 na eq. 27, obtemos � = 2�� ���� = 2�! ;<=%>��8/ = 2��&8 �. Isolando o g, resulta � = ?$%8'% = @?$%A)(,B C �*)(,#DB E*% = 9,76 �/1 . Pré-relatório Faça uma revisão sobre o movimento harmônico simples e a vibração de um sistema massa-mola utilizando o texto de apoio anterior, e responda os seguintes itens: • Descreva o pêndulo simples, e demonstre a expressão matemática que calcula seu período. • Descreva o pêndulo físico, e apresente a expressão matemática que calcula seu período. • Determine a relação entre período e massa para um pêndulo simples. • Determine a relação entre período e comprimento para um pêndulo simples. • Calcule a aceleração da gravidade por meio de um pêndulo simples. • Compare os períodos de um mesmo pêndulo simples na Terra e na Lua, mostre o que diferencia os valores dos períodos. • Procure em uma referência confiável as acelerações da gravidade na Terra e na Lua. • Resolva o seguinte problema: uma régua de 0,50m de comprimento, suspensa por uma de suas extremidades, oscila como um pêndulo físico. (a) Calcule o período de sua oscilação. (b) Determine o período de um pêndulo simples que tenha o mesmo comprimento. Roteiro para realização do experimento Objetivos Determinação da aceleração da gravidade, observação da influência da massa do corpo e da variação do comprimento pêndulo no período de oscilação. Procedimentos 1. Determine a massa suspensa; 2. Ajuste o comprimento do pêndulo para 5 cm do ponto de suspensão até o centro de gravidade da massa; 3. Desloque a massa da posição de equilíbrio (150 no máximo) e determine o período de oscilação (T) utilizando a montagem do sensor ótico e cronômetro, para isto use a função F5 do cronômetro. Repita esse procedimento cinco vezes; 4. Refaça o procedimento anterior para os comprimentos (L) 10 cm, 15 cm, 20 cm e 25 cm; 5. Trace o gráfico L x T2 e, a partir dele, determine o valor da aceleração da gravidade. Compare o valor obtido com o normalmente utilizado; 6. Adicione massa ao pêndulo, ajuste o comprimento para 25 cm e determine o período de oscilação. Compare o resultado com o obtido anteriormente. 7. Calcule e ajuste o ângulo de inclinação do sistema em que o pêndulo está montado de modo que este simule uma oscilação com aceleração da gravidade decomposta, de valor igual ao obtido na Lua, e repita os passos 2, 3, 4 e 5. Referência Haliday, D e Resnick, R., Fundamentos de Física 2. Editora Livros Técnicos e Científicos S.A., 3ª Edição, páginas 29-32, 1994. Manual de instruções
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