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Aula 1 UNIDADE 01 Tecnologias emergentes Identificar o cenário globalizado, tecnológico e baseado em inovações através da cultura orientada por dados, novos modelos de computação e virtualização digital. 25 minutos introdução Olá, estudante! Vivemos em um mundo conectado através de tecnologias da informação, sistemas de redes de computadores e Internet, levando dados e informações para organizações empresariais e sociedade em geral. A tecnologia proporcionou novas formas de comunicação e desenvolvimento de atividades, profissionais e pessoais, e levou a humanidade a uma concepção social inédita. O desenvolvimento do computador pessoal, na década de 1970, a potencialização de seu uso através de conexões globais ocorridas a partir da década de 1990 e a imersão das empresas no mundo digital impactaram e ao mesmo tempo foram impactados pela globalização que aproximou empresas, diversificou serviços e descontinua modelos de negócio ao mesmo tempo que cria uma nova era tecnológica para a humanidade. Seja muito bem-vindo a este momento em que a tecnologia da informação e o cenário da globalização permitem a você, futuro profissional da área tecnológica, contribuir para a construção dessa nova era através das tecnologias emergentes. Bloco 1 Globalização e tecnologia são dois termos que se tornaram indissociáveis. Eles são interdependentes e se completam. Juntos, esses macroconceitos construíram uma nova ordem mundial. Os computadores pessoais e as conexões realizadas por eles através da infraestrutura de sistemas de computadores distribuídos sobre a Internet levaram o termo tecnologia a um vínculo maior com sistemas eletrônicos microprocessados, que se dispõem em praticamente todos os ambientes profissionais e sociais da atualidade. Kurose e Ross (2013, p. 1) abrem sua obra sobre redes de computadores e a Internet afirmando que “a Internet, como estrutura de comunicação em nível mundial, é considerada como o maior sistema de engenharia já criado pelo homem”. Frase de grande impacto, que se sustenta pela sua onipresença, pelo menos nos modelos de negócios da atualidade. Se durante a segunda metade do século XX o computador pessoal e as primeiras conexões da Internet representavam um novo instrumento tecnológico para a humanidade, no início do século XXI os modelos de negócio absorveram o uso dessas tecnologias e novos formatos de negócio surgiram, utilizando-se do computador e da Internet para marketing, compra, venda e suporte de produtos e serviços, o que acabou por cunhar o termo de e-business. A globalização e a tecnologia da informação fizeram com que os negócios se tornassem mais voláteis, trazendo mudanças radicais e rápidas e novos modelos de negócio. Laudon e Laudon (2014) sustentam que a Internet eliminou setores e deverá eliminar muitos outros, porém ela é a estrutura que oportuniza um crescimento na criação de novos negócios, levando um maior alinhamento ao termo de democratização da informação, e possibilita que uma empresa, um negócio ou um serviço seja criado rapidamente e suportado por um mínimo de ativos, utilizando-se, por exemplo, de um notebook e um smartfone apenas para que negócios possam ser realizados. A figura a seguir apresenta a interconexão de pessoas e negócios em diferentes lugares no mundo, mediada pelo computador e suportada pela Internet, formando uma grande teia global de relações e negócios. Figura 1 | Interconexão entre pessoas no cenário de globalização. Fonte: Shutterstock. Neste novo cenário tecnológico de negócios distribuídos ou mesmo visualizados em nível global, as empresas de produtos e os serviços foram transformados. Conforme o pensamento de O´Brien e Marakas (2012), a força motriz por trás do crescimento econômico do mundo deslocou-se do volume de produção industrial (quando o valor das empresas estava em ativos e sua produção industrial) para a melhoria do valor e da experiência do cliente, cada vez mais imersa em sistemas digitais. Vivemos um presente que desloca o valor de marcas e empresas para sua representatividade suportada pelo tratamento de dados, e que está levando os modelos de negócios de forma geral ao foco de serviços, independentemente dos produtos vendidos. Ismail, Malone e van Geest (2019) defendem que a informação é o grande trampolim para que os produtos e serviços possam ser oferecidos aos clientes da forma que eles desejam. A globalização, potencializada pela Internet e pelos sistemas distribuídos, e turbinada pelas comunidades e redes sociais, forja na atualidade o ambiente de negócios de todas as empresas. Siqueira (2007) afirma que a Internet é a grande locomotiva do século XXI, e desenvolver negócios na atualidade sustenta-se pela inovação, com profunda relação com tecnologias da informação baseadas em software e serviços, que serão ainda profundamente modificados pelas novas tecnologias emergentes, como a Internet das Coisas, realidade virtual e aumentada, computação quântica e inteligência artificial, entre outras. videoaula: Bloco 1 O século XX foi presenteado por um conjunto enorme de desenvolvimento de dispositivos e tecnologias baseadas em eletrônica e, posteriormente, na microeletrônica. Friedman (2007) sustenta que o mundo foi revolucionado por um grupo de tecnologias, chamado de forças, que são: free marketing, downloading, workgroup, uploading, outsourcing, offshoring, supply chain management, redes sociais e gadgets (ou Internet das Coisas). Vídeoaula: Globalização e tecnologia e os impactos nos negócios da atualidade Bloco 2 A evolução tecnológica vem nos acompanhando desde a origem do homem, que buscava utilizar-se de dispositivos disponibilizados pela natureza para ser auxiliado em suas atividades de coleta e caça, para sua subsistência, e de comunicação, através de desenhos em paredes de cavernas e, posteriormente, da escrita. A partir do século XVII, equipamentos mecânicos passaram a ser desenvolvidos e a fazer parte da vida das pessoas. Em 1826, Charles Babbage, um matemático, cientista e filósofo, criou uma máquina calculadora mecânica, com o objetivo de realizar cálculos militares. Esse mesmo cientista desenvolveu, em 1834, a Máquina Analítica, considerada o primeiro computador mecânico, já munida de programação que podia modificar o funcionamento e as operações da máquina. A eletricidade e a eletrônica potencializaram o uso de dispositivos antes mecânicos, que se tornaram novos dispositivos eletromecânicos. A invenção do telégrafo, em 1844, e do telégrafo sem fio, em 1889, uniu a ideia de comunicação aos desenvolvimentos tecnológicos de computação. Em 1890, um marco histórico da computação foi a criação do Tabulador de Herman Hollerith, através da Tabulating Recording Comporation, que se tornaria mais tarde a International Business Machines (IBM). Figura 2 | Tabulador de Herman Hollerith Fonte: Wikimedia. Os últimos 80 anos foram intensos na criação de computadores. Conforme Tanenbaum (2013), os computadores de primeira geração de 1945 foram construídos com válvulas termiônicas, os de segunda geração já traziam o transistor como elemento de processamento após 1955 e os de terceira geração integraram esses transistores nos chamados circuitos integrados até os anos 1980. A quarta geração intensificou o desenvolvimento de circuitos integrados após 1980 e levou a computação pessoal às empresas e residências, através da miniaturização de componentes eletrônicos até a escala nanotecnológica e da construção de processadores, memórias e dispositivos computacionais que cabem na palma da mão, exemplificados pelos smartphones e dispositivos de Internet das Coisas. De acordo com Tanenbaum (2013), a nanotecnologia refere-se à tecnologia desenvolvida em escala nanométrica, ou seja, em escala de 10-9, que representa um bilionésimo de um metro. Essa dimensão é utilizada para se trabalhar coma arquitetura de circuitos microprocessados (ou nanoprocessados) de forma a integrar um volume muito grande de elementos de processamento (transístores) dentro de um processador, elemento de processamento principal, e uma CPU (central processing unit). As tecnologias desenvolvidas nesta última década permitem a confecção de unidades de processamento, chamadas de chips, em escala de 5 nanômetros, com cerca de 30 bilhões de transistores, de acordo com Olhar Digital (2017). A figura a seguir apresenta um processador de um sistema computacional. Figura 3 | Processador de um sistema computacional. Fonte: Pixabay. A quinta geração descreve computadores criados durante a década de 1990, conforme Belmiro (2014, p. 31). Mais tarde, essa geração recebeu outros elementos, como inteligência artificial, sistemas especialistas e linguagens naturais. Uma nova geração deverá ainda ser rotulada em um breve futuro, considerando a capacidade de processamento a ser provida pela computação quântica, exponencialmente maior que das tecnologias binárias. A computação quântica representa uma nova forma de realizar o processamento de informações. Essa tecnologia utiliza átomos e moléculas individuais como componentes de dispositivos computacionais, trazendo um poder de processamento exponencialmente maior que as tecnologias atuais, as quais são baseadas em transistores que definem o valor da informação de forma binária, ou seja, ou com zero (0), ou com um (1), eletronicamente representados. A computação quântica vem sendo testada por empresas como Google e IBM, que já possuem protótipos como o Sycamore e o IBM-Q System, que suportam processamento na escala de 200 quatrilhões de cálculos por segundo. Esses sistemas deverão ser utilizados para cálculos complexos de milhares de variáveis, captura de dados no cenário do big data (dentro de simulações), avaliação de hipóteses científicas na área médica e controle de quantidades em grandes escalas de dispositivos e Internet das Coisas, por exemplo. Conforme apresenta Ries (2019), estamos vivendo um renascimento sem precedentes do empreendedorismo, e o pensamento empreendedor acompanha as inovações e fomenta as mudanças nas estratégias e nos negócios. A tecnologia, em suas novas formas, modificou a forma de produção, comercialização e relacionamentos comerciais. Laudon e Laudon (2014, p. 54) também refletem sobre o chamado escopo mutável das empresas, que traz uma profunda aplicação das abordagens matemática, tecnológica e contingencial da administração, dando ênfase à adaptação ao ambiente empresarial e social através de tecnologia e inovação. Saiba mais As tecnologias da informação tiveram um desenvolvimento importante nos últimos 100 anos, no contexto de utilização da eletricidade e da eletrônica para construção de dispositivos de computação e comunicação. Conhecer o passado é fonte de inspiração para observar e desenvolver tecnologias do presente e vislumbrar as tendências tecnológicas do futuro. Uma importante fonte de informação para fazer esse aprofundamento pode ser vista no site Computer History, o qual conta com um repositório de informações empolgantes, que o levarão a um conhecimento sobre os primeiros 50 anos do desenvolvimento das redes de computadores e a origem da Internet. O conteúdo a ser estudado se chama The first 50 years of living online: ARPANet and Internet. Videoaula: bloco 2 A Internet, criada no Advanced Research Projects Agency com o nome de ARPANet, era limitada a centros de pesquisa e universidades, e teve uma importante evolução com a abertura de uso através dos provedores de serviços. O seu alcance se intensificou nos anos 2000, quando deixou de ser uma estrutura de troca de documentos acadêmicos para se tornar uma grande rede global de computadores. Vídeoaula: Evolução tecnológica, nanotecnologia e computação quântica Bloco 3 Realidade virtual, realidade aumentada e suas aplicações em negócios Novas interfaces entre o ser humano e os ambientes digitais deverão trazer maior facilidade e interatividade com a utilização de dispositivos além dos teclados, mouses, touch screens, microfones e câmeras que, mais do que capturar comandos e imagens, conseguirão relacionar conteúdos com interações em ambientes computacionais inteligentes. Hamit (1993, p. 28) diz que se o computador deve alcançar seu potencial como professor, curandeiro ou inspirador, ele necessita dialogar com o homem da mesma maneira que este dialogou com a natureza, estimulando seus sentidos e permitindo que ele reaja com todas as suas respostas motoras. Essa reflexão leva à concepção de uma forma mais natural de interação em ambientes digitais, a qual busca, na realidade virtual e na mais recente realidade aumentada, visualização e interação que imitam a realidade e levam o ser humano a um ambiente imersivo dentro de ambientes digitais. A realidade virtual, segundo Burdea (1994), é uma técnica avançada de interface que permite ao usuário imergir, navegar e interagir em ambientes virtuais em três dimensões (3D), gerados por computador em tempo real, utilizando canais multissensoriais. A realidade virtual (RV) oferece uma maneira contemporânea de apresentar informações através da construção de mundos virtuais, em que o apelo para utilização de imagens produzidas em três dimensões os caracteriza. Suas aplicações podem ser direcionadas para áreas de entretenimento, como jogos digitais e cinema; visualização científica através de ambientes simulados; aplicações médicas; arquitetura e projetos de https://computerhistory.org/blog/history-of-the-future-october-29-1969-fifty-years-of-a-connected-world/ https://computerhistory.org/blog/history-of-the-future-october-29-1969-fifty-years-of-a-connected-world/ edificações; educação através de interfaces interativas e visuais em três dimensões; treinamento com simulações de ambientes; artes com pintura e museus virtuais; controle da informação; telepresença e robótica. Estes são apenas alguns exemplos de aplicação da RV. Morais (2020, p. 233) conceitua realidade aumentada (RA) como um ambiente de imersão criado por meio de ferramentas computacionais, no qual o usuário realiza determinadas tarefas, e que funciona através de um software. Matthiesen (2016, p. 1) diz que a realidade aumentada é uma área da realidade virtual que utiliza técnicas avançadas de interface computacional para realizar a sobreposição de objetos virtuais no mundo real, fundamento este utilizado no experimento de compor mundos virtuais através de agentes móveis dentro de ambientes virtuais interativos, como exemplo de aplicações científicas ou comerciais. Figura 4 | Aplicação de realidade aumentada em educação e treinamento. Fonte: Pixabay. Essas modalidades de interação entre homem e computador objetivam otimizar a experiência do usuário (cliente quando em uma transação comercial) e aumentar o seu engajamento e imersão na marca, produto ou serviço, em linha com o pensamento de Morais (2020). A RV e a RA vêm se tornando importantes tecnologias para construção de ambientes interativos e tridimensionais, sendo que a realidade virtual apresenta ambientes virtuais que permitem imersão, enquanto a realidade aumentada faz uma mistura de ambientes virtuais com ambientes reais, sobrepondo no ambiente digital imagens capturadas por câmeras. As aplicações dessas tecnologias levam o usuário a uma maior interação, além de permitir a simulação digital de realidades do mundo. A evolução tecnológica da computação remonta aos primeiros dispositivos intitulados como computadores (elementos de processamento de dados com dispositivos de entrada, processamento, armazenamento e saída). Suas gerações os classificam em conformidade com a tecnologia utilizada cronologicamente. A seguir, a figura apresenta um mapa mental, para reflexão sobre o passado, o presente e o futuro das tecnologiasda informação. Figura 5 | Mapa mental sobre gerações dos computadores e tecnologias. Fonte: elaborada pelo autor. videoaula: Bloco 3 Outra forma de interação homem-computador que vem sendo desenvolvida é a holografia. Esta tecnologia de apresentação de imagens tridimensionais através de um holograma relaciona-se a um padrão de interferência projetado para criar objetos ou cenas em três dimensões, em um ambiente com largura, altura e profundidade, através da paralaxe e da interposição como percepções fisiológicas, no sentido de levar ao cérebro uma informação percebida como tridimensional. Vídeoaula: Realidade virtual, realidade aumentada e suas aplicações em negócios Estudo de caso Uma empresa que atua como loja virtual em um marketplace, ou seja, uma estrutura de e-commerce, vende computadores pessoais, monitores de vídeo, notebooks e tablets para consumidores finais que buscam produtos de informática para utilização doméstica. Como forma de se diferenciar do imenso número de lojas virtuais que também praticam esse tipo de comércio eletrônico, a empresa está buscando uma consultoria que possa trazer novos produtos a serem comercializados. Além de serem aderentes ao perfil da loja, é importante que esses produtos reflitam uma tendência presente e de crescimento futuro em tecnologias que deverão interessar aos consumidores finais. Considere que você trabalha em uma empresa de consultoria de tecnologia da informação, a qual está acompanhando o crescente uso doméstico de dispositivos computacionais e tem como consumidor final uma pessoa leiga, que não é especializada em computação e não busca soluções de uso empresarial. Apresente, para os proprietários da loja virtual, de três a cinco produtos de tecnologia da informação que suplementam a computação pessoal doméstica e que podem melhorar sua carteira de produtos. Resolução do Estudo de Caso Uma linha de roteadores wireless para suportar o uso móvel dos dispositivos computacionais em uma residência também é indicada. Esses produtos podem ser oferecidos através de um pequeno portfólio de dispositivos e de parcerias com distribuidores maiores. Adicionalmente, considerando a crescente demanda por tecnologias de projeção e impressão, a loja também poderia fazer parcerias para trazer produtos de impressão em papel, assim como algumas opções mais simples de impressoras 3D, que deverão adentrar as residências em breve, como dispositivos para criação de objetos domésticos. Uma linha de projetores multimídia também pode fazer parte do portfólio. Para finalizar, carenagens e óculos de realidade virtual podem ser incorporados à linha, considerando o uso educacional e de entretenimento, além da ampliação de propostas de uso profissional. De forma resumida, a consultoria orienta que a loja virtual de itens de computação pessoal amplie sua carteira de produtos com dispositivos móveis que possam agregar acesso à computação pessoal e uso da Internet, considerando um novo momento de ampliação do tempo que as pessoas passam em casa em razão do homeworking, parcial ou total, que deverá ser mantido a partir do ano 2020. Assim, os produtos que deverão ser incorporados às opções da loja são: 1. Roteadores wireless. 2. Smartphones. 3. Projetores multimídia. 4. Impressoras 3D de pequeno porte. 5. Óculos para realidade virtual. Resolução do Estudo de Caso Aula 2 Internet das Coisas Identificar o cenário globalizado, tecnológico baseado em inovações mediante a cultura orientada por dados, novos modelos de computação e virtualização digital. 24 minutos introdução Querido estudante! Aqui vamos conhecer o conceito, as características e algumas aplicações da Internet das Coisas, ou Internet of Things (IoT), uma importante tecnologia que vem crescendo rapidamente junto aos dispositivos computacionais e dispositivos móveis. Como tecnologia emergente, provavelmente a IoT seja a maior expressão de presencialidade de dispositivos eletrônicos e sensores em crescimento na atualidade. Ao finalizar esta aula, você estará habilitado a identificar os dispositivos de IoT e sua estrutura aplicada às empresas e no cotidiano social, complementando e suplementando os dispositivos tecnológicos que auxiliam os processos produtivos e gerenciais. A Internet das Cosias já está integrada nos diversos ambientes, e deverá ser uma grande aliada tecnológica à automação de projetos e processos nesta nova era orientada por dados e informação. Vamos então aos estudos! Bloco 1 Caro estudante, a Internet das Coisas ou Internet of Things (IoT) representa na atualidade uma tecnologia em grande e rápido crescimento, conforme relata Morais (2020). Considere, por exemplo, que os sensores e os dispositivos eletrônicos e microeletrônicos vêm fazendo parte de nossas vidas profissionais e pessoais já há algum tempo. Iniciamos os nossos dias de trabalho despertados por um relógio despertador, normalmente em formato de aplicativo em um smartphone, que utilizamos para consultar e verificar a agenda do dia e fazer os primeiros contatos com nossas redes de relacionamento. O smartphone representa uma evolução importante no conceito de convergência, abarcando diversas aplicações que representam dispositivos que em outro momento da história estavam disponíveis, distribuídos em formato eletromecânico em uma mesa ou mesmo numa sala de trabalho. Veja que ele contém agenda, editor de texto, planilha eletrônica, despertador, sistema de e-mail, sistema de mensagens instantâneas, relógio, terminal bancário e até telefone. Mais do que um dispositivo convergente, o smartphone também acabou por estender seu uso para uma central de conexões de IoT e computação pessoal, pois traz a interface para acessar e controlar dispositivos e sensores que completam uma rede doméstica ou empresarial de mecanismos microprocessados que coletam, tratam e transmitem dados. Conforme relatou Gattes (1995), os computadores pessoais estariam no bolso das pessoas em um futuro próximo. Esta previsão materializou-se com o smartphone e se ampliará para possivelmente “todos os lugares” através da IoT. Sharda, Delen e Turban (2019, p. 495) definem a Internet das Coisas como o fenômeno de conectar o mundo físico à Internet, em contraste à Internet das pessoas, que conecta nós humanos uns aos outros por meio da tecnologia. Nesta tecnologia, são as próprias máquinas, ou dispositivos microeletrônicos que cuidam da comunicação de dados. De acordo com Morais (2020, p. 101), um dos pilares da transformação digital é a IoT e relaciona-se a uma revolução na forma de como as pessoas se conectam com as marcas, por meio de tudo que possa ser interconectado à Internet. Como exemplos de dispositivos de IoT temos o smartphone, uma SmatTV, um carro, uma bicicleta, uma geladeira, uma câmera de vídeo, um alarme residencial, os sensores de presença, uma caneta, uma roupa, ou mesmo até os dispositivos que podem ser implantados no corpo humano, os chamados Wearables. A Figura 1 apresenta alguns exemplos de dispositivos de Internet das Coisas conectados em rede e controlados por um smartphone. Figura 1 | Dispositivos de Internet das Cosias Fonte: Shutterstock. O volume de dispositivos conectados e que irão se conectar às redes e à Internet é grande e será maior ainda nos próximos anos, e os motivos para este crescimento exponencial é visto por Sharda, Delen e Turban (2019) como: o hardware ficou menor, mais barato e mais poderoso; disponibilidade de ferramentas de Business Intelligence e aplicações novas e interessantes estão emergindo praticamente todos os dias. Estes mesmos autores quantificam os investimentos previstos em IoT nos próximos anos em torno de 11 trilhões de dólares. A IoT deverá trazer o conceito de computação ubíqua, aquele que considera o computador ou o dispositivo computacional presente em todos os lugarese de forma imperceptível e definitiva. Deveremos ter dispositivos em todas as partes, observando, medindo e coletando dados para a interação do homem com a máquina dentro de uma rede de interconexão de máquinas. videoaula: Bloco 1 Muitas empresas estão se dedicando a projetos de produção de dispositivos e infraestruturas para IoT. Exemplos de empresas que entraram e estão desenvolvendo esta tecnologia são: Amazon AWS IoT, Microsoft Azure IoT Suite, GE Predix, IoT Plataform, IBM Watson IoT e Terada. Muitas outras também já desenvolvem e comercializam produtos e serviços desta relativa nova tecnologia. Videoaula: Conceito de Internet das Coisas Bloco 2 Existe uma infraestrutura necessária para que as operações com tecnologia possam ser realizadas, e a Internet das Cosias (IoT) necessita de quatro elementos em sua estrutura para prover o funcionamento de dispositivos conforme relatam Sharda, Delen e Turban (2019) como é apresentado a seguir Hardware: dispositivos, sensores e atuadores físicos em que os dados são produzidos e registrados no sistema computacional. Conectividade: estação básica ou hub que colete os dados dos objetos com sensores e envio para a nuvem ou computador. Software de backend: sistema para gerenciamento de dados e gestão dos dispositivos. Software de aplicativo: sistema para transformar os dados em informações úteis. A Figura 2 apresenta um exemplo de infraestrutura computacional para IoT. Figura 2 | Elementos básicos da infraestrutura da IoT Fonte: Sharda, Delen e Turban (2019, p. 499). Vivenciamos as aplicações de IoT em algumas áreas, por exemplo, a utilização de smartphones e smartwatches interconectados. Outros exemplos são a SmartTV, o computador de bordo de um automóvel, implantes intercutâneos e análise de sinais vitais. A Figura 3 apresenta um exemplo de utilização de IoT com smartwatch. Figura 3 | Exemplo de aplicação de IoT Fonte: Shutterstock. A Internet das Coisas poderá estar em uso dentro de dispositivos. A seguir apresenta-se algumas áreas e exemplos de uso da IoT. Roupas e vestimentas: como óculos com sensores e câmeras, pulseiras fitness, anéis de monitoramento, cintos e roupas com GPS (Global Positioning System), relógios (smartwatches). Área médica e saúde: uso dos Wearables ou sensores interligados aos pacientes para monitoramento de sinais vitais e fisiológicos, câmeras e coletores e analisadores de informações biológicas. Tráfego: monitoramento de veículos em estradas e cidades inteligentes, semáforos inteligentes assim como em automóveis para gestão de rotas, tráfego e condições de trânsito. Frotas veiculares: monitoramento de localização e condições de uso de veículos de frotas em logística e transporte de pessoas. Energia elétrica: uso de medidores inteligentes de consumo de energia e autorregulação de sistemas energéticos. Sistema de abastecimento de água e esgoto: sensores para ajustar consumo de água e monitoramento de coleta de resíduos. Agricultura: utilização de dispositivos vestíveis em animais para monitoramento de localização e comportamento biológico, monitoramento de colheitas, temperatura e condições climáticas, análise biológica de plantações. Entretenimento: monitoramento de espetáculos e acesso a ambientes de entretenimento com sistemas de segurança baseados em reconhecimento de imagens. Hotelaria: análise da qualidade de serviços e acessos eletrônicos com sensores vestíveis e localização de hóspedes. Indústria: monitoramento de linhas de produção, equipamentos e desempenho de máquinas. Logística: rastreamento de produtos dentro do sistema da cadeia de abastecimento. Esporte: monitoramento de desempenho de atletas durante as partidas esportivas assim como preparação com análise fisiológica e biológica com mapeamento das atividades com dispositivos vestíveis ou implantados no corpo humano. Além das aplicações apresentadas, Morais (2020) destaca o uso dos dispositivos de Internet das coisas no varejo, há dispositivos e sensores que podem ser usados em produtos em um supermercado e lojas autônomas, mobile Commerce, shoppings. Dispositivos e sensores de IoT fazem e farão parte da vida das pessoas, seja em ambientes profissionais ou em ambientes sociais. O fato de você carregar um smartphone já lhe permite utilizar diversos dispositivos de IoT para controle e análise de dados. Videoaula: bloco 2 A Amazon mantém um projeto no varejo chamado de Amazon Go, com lojas físicas onde não há atendentes e vendedores, de forma que um usuário pode adentrar a uma loja, selecionar os produtos que deseja comprar, passá-los em um caixa eletrônico e fazer o pagamento. O modelo de loja é baseado em Internet das Coisas, com produtos equipados com sensores, monitoramento das operações por dispositivos e câmeras, leitura e pagamento eletrônicos. Videoaula: Estrutura e aplicações de Internet das Coisas Bloco 3 Vocês sabiam que os dispositivos de IoT utilizam em grande escala sensores responsáveis pela coleta de dados em um sistema computacional? De acordo com Sharda, Delen e Turban (2019), uma das primeiras tecnologias de sensores que está encontrando uma nova vida e crescendo com o uso de Internet das Coisas é a identificação por radiofrequência, chamada de Radio Frequency Identification (RFID). Esta tecnologia utiliza ondas de radiofrequência para identificar objetos e equipam os dispositivos de IoT, que outrora já foram chamados de gadget. Friedman (2007) relaciona ao conceito de Internet das Cosias como Gadgets, sendo uma das forças que “achataram o mundo”, mesmo antes do conceito de IoT estar devidamente formulado no contexto da atualidade. Um sensor RFID é constituído por uma etiqueta afixada em um produto, um interrogador (leitor), e uma ou mais antenas. Estas etiquetas podem ser de duas categorias: ativas e passivas. Etiquetas passivas recebem energia do campo eletromagnético criado pelo dispositivo interrogador (leitor) e retransmitem as informações apenas quando o sistema as solicita. Já as etiquetas ativas possuem baterias próprias para energizá-las e podem iniciar o processo de transmissão de dados independentemente do interrogador (leitor). As etiquetas ativas possuem um raio de operação mais abrangente, maior precisão e maior capacidade de armazenamento de dados, porém há uma vida útil menor. Estas etiquetas são utilizadas com muita frequência no setor de varejo (supermercados e lojas) e em logística para localização e controle de produtos. A figura a seguir apresenta um exemplo de etiqueta com a tecnologia RFID. Figura 4 | Etiqueta com tecnologia RFID para IoT Fonte: Shutterstock. Os grandes desafios da atualidade e que refletem as tendências de um futuro próximo não se ocupam mais em apenas adaptar tecnologias da informação em negócios, sua concepção e gestão, mas devem focar na estruturação de negócios digitais de forma conceitual. Veja que ao considerar a Lei de Moore da década de 1960 e aplicável até os dias atuais, que apresenta o crescimento do poder computacional (poder de processamento de dados) pelos processadores dos smartphones, Ismail, Malone e van Geest (2019) sustentam que em 20 anos, estes aparelhos terão capacidade de processamento 524.288 vezes maior que os atuais. Sharda, Delen e Turban (2019) dizem que além dos tablets, smartphones e computadores pessoais, em 2020 já deveria haver cerca de 38 bilhões de dispositivos conectados em rede. Adicionalmente, Diamandis e Kotler (2018) apresentam que a IoT (Internet of Things) ou Internet das Coisas, já representa mais de 50 bilhões de dispositivos conectados na atualidade e fazem uma previsão que estes dispositivos terão mais de 10 trilhões de exemplares em operação interconectados a redes em 2030. A Figura 5 apresenta uma análise do crescimento do poder de processamento via crescimento do número de transístores em processadoresconforme a Lei de Moore até o ano de 2010. Figura 5 | Gráfico da Lei de Moore sobre expansão da capacidade de processamento Fonte: Wikimedia Commons. Sensores e dispositivos de IoT podem e devem fazer parte de nossas vidas, seja nos ambientes profissionais ou pessoais. Eles representam uma nova maneira de ampliar o uso da tecnologia para benefício da humanidade. Mas temos também que nos questionar a respeito do correto uso, monitoramento e distribuição de dados por eles coletados. Conforme relata Leonhard (2018, p. 1), com as novas oportunidades, surgem novas responsabilidades. videoaula: Bloco 3 Caro estudante, é muito agradável assistir partidas de um esporte favorito, torcer pelo seu time ou atleta e poder acompanhar o rendimento dos atletas durante a partida em tempo real, como o seu deslocamento em um campo de futebol, velocidade de uma bola de tênis ou tempo médio de um automóvel em uma corrida em um trecho. Os sensores são os elementos responsáveis por esta coleta de dados e interação com os dashboards. Videoaula: Dispositivos, sensores e RFID para Internet das Coisas Estudo de caso Uma determinada empresa de análise e monitoramento de performance de atletas está se especializando em um sistema de coleta e análise de dados de jogadores de futebol durante os treinos, para que os técnicos dos times e os clubes possam avaliar e levar os atletas a programas de desenvolvimento físico que suplementem suas necessidades de suplementação de musculatura por meio de programas específicos suportados por treinos, alimentação e suplementos. Desta forma, você foi contratado como profissional de tecnologia da informação para apresentar a um clube de futebol informações sobre dispositivos e sensores que possam auxiliar no desenvolvimento dos atletas e explicar como estes dispositivos relacionam- se ao conceito de Internet das Coisas e aos sistemas computacionais. Sua análise e apresentação deverá levar em consideração que os profissionais envolvidos na avaliação deste investimento necessitam de compreensão técnica, mas de forma simples, da forma com que estes dispositivos irão ser utilizados pelos atletas e também as interfaces que irão utilizar para fazer a leitura e os estudos dos dados dos jogadores. Procure elaborar um pequeno texto, com uma síntese sobre Internet das Coisas, sua aplicação junto ao mundo dos esportes, a interação com os sistemas de informação exibidos em desktops, notebooks, tablets e smartphones para que os técnicos se sintam confortáveis em utilizá-los. Apresente um ou dois modelos de dispositivos de monitoramento de deslocamento e desempenho (performance) de atletas por meio de links de acesso para sites de empresas que oferecem estas soluções. Resolução do Estudo de Caso Caros dirigentes e técnicos deste renomado clube de futebol. Atualmente vivemos um momento histórico, no qual as empresas e a sociedade utilizam dados para direcionar suas análises e decisões gerenciais. Vivemos um novo momento, em que a inteligência de negócios utiliza a captação e o tratamento de dados para que um gestor, no caso um técnico do time de futebol, possa analisar o comportamento e a performance de seus jogadores além da performance durante treinos e jogos observada, mas sim adicionada pela coleta e captura de dados fisiológicos e comportamentais de seus atletas. Para auxiliar esta análise, é necessário captar dados, o que é realizado através de dispositivos vestíveis chamados de Wearables, ou seja, roupas equipadas com dispositivos de Internet das Coisas, que através de seus sensores capturam dados fisiológicos, sinais vitais e deslocamento geoespacial dos jogadores e os encaminha a um sistema de informação que irão tratar estes dados juntamente com especialistas e apresentá-los em formato de tabelas e gráficos. A seguir, apresenta-se alguns exemplos de dispositivos de Internet das Coisas que podem ser utilizados por um jogador durante uma partida de futebol e auxiliar o técnico a interpretar os dados de performance do atleta para tomada de decisões. Os modelos de dispositivos de monitoramento de atletas durante um jogo são diversos, assim como o investimento que gira em torno de 100 a 200 mil reais para equipar todo um time. Alguns modelos Wearables para monitoramento de atletas podem ser conhecidos em: https://www.catapultsports.com/. Acesso em: 11 jun. 2021. https://sportsperformancetracking.com/. Acesso em: 11 jun. 2021. https://sondasports.com/. Acesso em: 11 jun. 2021. https://statsports.com/. Acesso em: 11 jun. 2021. Aqui não há preferência por marcas ou empresas e foram apresentadas apenas opções para estudos sem a intenção de qualificação dos produtos e das marcas. Resolução do Estudo de Caso Saiba mais De acordo com Izabelly et al. (2018) o termo Internet das Coisas é utilizado para transmitir a ideia de que a internet pode estar presente em todas as coisas e relaciona-se a fusão do mundo real com o mundo digital, fazendo com os que indivíduos estejam em https://www.catapultsports.com/ https://sportsperformancetracking.com/ https://sondasports.com/ https://statsports.com/ constante comunicação e interação. Veja que a ideia por traz da IoT é levar a conectividade entre indivíduos através da conectividade entre as máquinas (coisas). Se por um lado esta ideia parece fantástica, também há riscos, conforme relatado pelos autores citados. Com a grande quantidade de dispositivos conectados duas questões de grande importância na era digital ganham ainda mais importância: a segurança de dados e a privacidade das pessoas. Estes são assuntos que necessitam ser avaliados e considerados para o uso de sistemas de IoT tanto para empresas assim como para os usuários. Para conhecer mais sobre o contexto, fica o convite para que você se aprofunde no assunto e conheça a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, ou Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2018/lei/l13709.htm. Acesso em: 17 fev. 2021. O termo Internet das Coisas foi criado por Kevin Ashton dentro do Massashusetts Institute of Technology (MIT) em 1999, e evoluiu de forma rápida dentro dos ambientes de pesquisa, projetos e produtos levando a conectividade de dispositivos à Internet através de sensores. Você pode conhecer mais sobre este assunto no site da SAS, importante representante de soluções tecnológicas na área de inteligência em negócios na matéria: Evolução Tecnológica: Internet das Coisas (IoT) e Processamento em Tempo Real (PTR). Disponível em: https://www.sas.com/pt_br/insights/articles/data- management/internet-das-coisas-processamento-em-tempo-real-esp.html. Acesso em: 11 jun. 2021. Um exemplo de Internet das Coisas aplicada ao monitoramento de performance de atletas pode ser visto nos treinos e jogos de futebol, no qual os jogadores utilizam uma vestimenta com um dispositivo de IoT acoplado para a coleta de informações fisiológicas e de deslocamento. O vídeo How technology is taking over football apresenta um exemplo de uso desta tecnologia. Disponível em: https://www.stylourbano.com.br/roupas-inteligentes-playertek-e-o-melhor-dispositivo- rastreador-com-gps-para-jogos-de-futebol/. Acesso em: 11 jun. 2021. Linha do tempo da Internet das Coisas Fonte: adaptado de Siqueira (2007), Morais (2020) e Morais (2018). Aula 3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm https://www.sas.com/pt_br/insights/articles/data-management/internet-das-coisas-processamento-em-tempo-real-esp.html https://www.sas.com/pt_br/insights/articles/data-management/internet-das-coisas-processamento-em-tempo-real-esp.html https://www.stylourbano.com.br/roupas-inteligentes-playertek-e-o-melhor-dispositivo-rastreador-com-gps-para-jogos-de-futebol/ https://www.stylourbano.com.br/roupas-inteligentes-playertek-e-o-melhor-dispositivo-rastreador-com-gps-para-jogos-de-futebol/Big data Conhecer e compreender o cenário tecnológico da atualidade das tecnologias que regem a área computacional. 25 minutos introdução Olá, estudante! Você tem ideia do volume de informações disponíveis dentro dos sistemas de e-mail, redes sociais, blogs, imagens e vídeos em sistemas como o Youtube e na Web em geral? Já pensou no tamanho do repositório de dados que existe na atualidade distribuída pela Internet? Nesta aula iremos estudar um importante conceito relacionado a um novo contexto tecnológico quanto à distribuição e ao acesso de dados: a Big data. Trata-se de um ambiente que representa um vasto repositório de dados em formatos diversos e distribuídos por toda a infraestrutura da Internet. Ao finalizar esta aula, você deverá ter conhecido o conceito da Big data, assim como ter verificado o novo macroambiente de dados por ele formado, além de reconhecer sua arquitetura e suas ferramentas para busca e extração de dados. Conhecer este novo cenário de distribuição de dados e saber capturá-los é essencial para que as empresas da atualidade tenham um sistema de informação que transcenda o acesso às suas bases de dados internas. Seja bem-vindo a este ambiente tecnológico. Bloco 1 O século XXI iniciou com um formato de comunicação e negócios baseados em sistemas computadorizados presentes em praticamente todas as empresas e com um uso intenso de redes de computadores e conexões com a Internet. Novas tecnologias foram criadas, levando a WWW (World Wide Web) a se tornar um ambiente no qual as empresas fazem negócios por meio de diferentes modalidades de e- commerce e onde as pessoas se comunicam, através de uma diversidade de redes sociais. Após mais de 30 anos de evolução de sistemas de informação conectados à infraestrutura da Internet, muita informação vem sendo produzida e transferida por todo o planeta. A Internet do passado era focada em um ambiente de troca de mensagens e conteúdos acadêmicos e científicos. No presente, ela se tornou uma estrutura para sistemas distribuídos e base para um incomensurável repositório de dados e informações que não param de crescer. Neste novo cenário corporativo e social, as transações de informações estão digitalizadas e disponibilizadas em formatos virtuais. Leonhard (2018, p. 45) nos diz que “tudo que puder ser digitalizado será digitalizado”. O autor relata que primeiro foram as músicas, depois os filmes e a televisão e em seguida os livros e os jornais. Atualmente, o dinheiro está sendo digitalizado. Esta digitalização referenciada pelo autor acabou por criar um novo ambiente de dados, chamado de Big data. Segundo Barbieri (2020, p. 107) o conceito de Big data refere-se à representação de um novo momento da sociedade, com mudanças de tecnologias que produzem uma grande, rápida e diversificada produção de dados. Segundo Sharda, Delen e Turban (2019, p. 40), Big data refere-se a dados que não podem ser armazenados em uma única unidade. Relaciona-se a dados existentes em muitas formas diferentes: estruturados, semiestruturados e não estruturados em fluxo. O Big data é caracterizado por 6Vs na visão de Sharda, Delen e Turban (2019): Volume, Variedade, Velocidade, Veracidade, Variabilidade e Valor Proposto. A seguir temos uma descrição destas características e a representação dos 6Vs na Figura 1. Volume: volume de troca (diário) de e-mails, transações bancárias, interações em redes sociais, registro de chamadas e tráfego de dados em linhas telefônicas. Variedade: a internet suporta uma grande variedade de fontes de dados (tipo de codificação e formato de captura) que gera muita complexidade em acessos e utilização destes dados. Velocidade: a Internet possui uma velocidade muito grande na produção de novos dados diariamente e o processamento destes dados necessita gerar informações relevantes. Veracidade: termo criado pela IBM (International Business Machines) que lida com a conformidade dos fatos: precisão, qualidade, confiança e confiabilidade. Variabilidade: refere-se aos fluxos de dados que podem ser inconsistentes, com picos periódicos. Valor proposto: representa o valor adicionado à informação mediante a possibilidade de mineração e cruzamento de dados. Figura 1 | Os 6Vs do Big data .Fonte: adaptada de Sharda, Delen e Turban (2019). O Big data é mais do que tecnologias específicas, representa um novo estado das tecnologias existentes, algumas agora evoluídas e outras novas. Para Morais (2020, p. 113), Big data é a análise e a interpretação de grandes volumes de dados de grande variedade. Para isso, são necessárias soluções específicas que permitam a profissionais de TI trabalhar com informações não estruturadas a uma grande velocidade. As ferramentas de Big data são de grande importância na definição de estratégias empresariais. Com elas, é possível, por exemplo, aumentar a produtividade, reduzir custos e tomar decisões de negócios mais inteligentes. Sharda, Delen e Turban (2019, p. 442) nos mostram que aproximadamente 85% de todos os dados organizacionais encontra-se em algum formato não estruturado ou semiestruturado. E são diversas fontes de dados que alimentam o chamado Big data. As principais fontes são: open data, e-mail, redes sociais, sistemas na Web, Internet das Coisas. videoaula: Bloco 1 Videoaula: Introdução ao Big data Bloco 2 O Big data é um termo que pode ter diversos significados para diferentes pessoas pois tornou-se um termo popular para descrever o crescimento, a disponibilidade e o uso exponencial de informações em diversos formatos: estruturadas, semiestruturadas e não estruturadas, conforme relatam Sharda, Delen e Turban (2019). Na arquitetura conceitual do Big data de âmbito geral na distribuição, armazenamento, coleta e disponibilização de dados junto aos sistemas de informação internos à empresa, existe a interconexão entre os sistemas informacionais (com fontes de dados internos da empresa), uma plataforma de dados, um data warehouse e plataformas de descoberta de dados no centro da arquitetura com objetivo de movimentar, gerir e acessar os dados. Conectado a estas ferramentas estão os aplicativos ou sistemas de análise, tratamento e interpretação de dados representados pelos sistemas de marketing, inteligência em negócios ou Business Intelligence, sistemas de mineração de dados, sistemas de matemática e estatística e linguagens de programação e apoio ao desenvolvimento de sistemas de análise de dados. Caro estudante, esta arquitetura é apresentada na figura em queonde se percebe esta relação entre os sistemas fontes (à esquerda), os sistemas para movimentar, gerir e acessar os dados (no centro) e as ferramentas de apoio de análise de dados (à direita). Mais à direita da figura pode-se perceber também que há uma interface com os usuários do sistema, representados pelos executivos de marketing, sistemas operacionais, parceiros clientes, trabalhadores operacionais, analistas de negócio, cientistas de dados e engenheiros. Figura 2 | Arquitetura conceitual de âmbito geral para soluções de Big data. Fonte: Sharda, Delen e Turban (2019, p. 444). Com a arquitetura de um sistema de Big data apresentada, passamos agora a verificar algumas informações relacionadas ao armazenamento de dados relacionado a este conceito. Pereira (2019) nos apresenta que a diferença entre os sistemas de armazenamento de dados chamados de tradicionais (baseados em sistemas gerenciadores de bancos de dados relacionais), e os sistemas de armazenamento em Big data não se referem apenas ao volume de dados, mas também à complexidade necessária para os integrar, transformá- los em informação e manter sua integridade. O mesmo autor ainda relata que, considerando o aumento exponencial do volume e da complexidade de dados gerados a cada segundo, muitas ferramentas de processamento e armazenamento de dados existentes ficaramdefasadas. De acordo com Sharda, Delen e Turban (2019, p. 464), o Big data transformou e continuará a transformar o armazenamento de dados de uma maneira considerável. As tecnologias básicas para o Big data, como o Hadoop, Map Reduce e NoSQL deverão em breve acabar substituindo os sistemas de banco de dados relacionais e os Data warehouses, porém, ainda há uma coexistência entre estas categorias de sistemas. A Figura 3 apresenta uma ilustração com a arquitetura de um sistema de armazenamento de dados que utiliza Data warehouse, coexistindo com tecnologias de Big data para a extração e transformação de dados como o Hadoop. Enquanto o Data warehouse é uma ferramenta de inteligência em negócios, suportando a extração, transformação e carga de dados junto aos bancos de dados locais e sistemas de gestão (CRM, SCM, ERP, entre outros), o Hadoop porta-se como ambiente de desenvolvimento de códigos para extração e transformação de dados de ambientes de Big data, relacionando-se com os dados externos à empresa oriundos de Internet das Cosias, blogs, e-mails e dados na Web em geral. Figura 3 | Coexistência de Hadoop e Data warehouse. Fonte: Sharda, Delen e Turban (2019, p. 444). A complexidade do processamento e armazenamento de dados na atualidade transcende os tradicionais sistemas gerenciadores de banco de dados, data warehouses e outras tecnologias de acesso e tratamento de dados locais. Buscar dados dentro de um vasto ambiente de dados distribuídos por toda a Internet é uma tarefa complexa e empolgante, que abre um novo cenário de atuação para profissionais de tecnologia da informação, exemplificado pela Ciência dos Dados e pelo Business Intelligence. Videoaula: bloco 2 Algumas tecnologias para processamento e análise de Big data vêm sendo desenvolvidas, e algumas delas possuem maior relevância na atualidade. Segundo Sharda, Delen e Turban (2019), as três ferramentas que se destacam em potencial para transformar os mercados de análise de negócios e gerenciamento de dados são o MapReduce, a Hadoop e o NoSQL. Videoaula: Arquitetura e armazenamento de dados no Big data Bloco 3 O universo do Big data levou às empresas a possibilidade de visualização de dados que não estão armazenadas apenas localmente, em suas bases de dados. As tecnologias de Big data permitem que a informação seja trabalhada antes de ser otimizada, racionalizada ou relacionada, conforme defendem Morais et al. (2018). Conforme relata Milani et al. (2020), na atual era digital, a sociedade se baseia cada vez mais no uso de dados e o processo de inundação, exploração e análise de grandes conjuntos de dados, das mais variadas fontes e áreas como saúde, financeira, biológica, administrativa entre outras, trazendo a necessidade de interpretação desses elementos. A visualização de dados é importante considerando que esta pode ser usada para apresentar os resultados de uma análise e levar o gestor a melhor tomada de decisões dentro do gerenciamento de seus negócios. De acordo com Pereira et al. (2019, p. 183) os benefícios resultantes do uso de visualização de dados acompanhados pelos percentuais de respondentes que indicaram cada item da pesquisa são: melhor tomada de decisões (77%), melhor análise ad-hoc de dados (43%), aprimoramento da colaboração e compartilhamento de informações (41%), fornecimento de recursos de autoatendimento aos usuários finais (36%), maior retorno de investimento no negócio (34%), economia de tempo (20%) e redução da carga de atividades de Tecnologia da Informação (15%). As técnicas para visualização de dados são variadas e agrupadas em diversas técnicas de visualização. No contexto do Big data, algumas técnicas acabam sendo mais frequentes e são agrupadas em painéis informativos e dashboards, conforme apresentadas a seguir. Histograma: utilizado para apresentar distribuição de frequências. Gráfico de dispersão: utilizado para o relacionamento entre duas variáveis, correlações e dispersão. Gráfico de coordenadas paralelas: utilizado para relacionamento entre muitas variáveis, posicionamento (ranking), volume e variedade. Mapa de árvore: utilizado para dados hierárquicos e entendimento de um todo. Mapa coroplético: utilizado para informações geolocalizadas e mapas. Independente da técnica utilizada, a visualização de dados deve levar o dado (capturado e transformado pelo conjunto de ferramentas de Business Intelligence e agrupados em sistemas de geração de gráficos e imagens interpretativas) gestor para que este tenha a oportunidade de melhor interpretação das informações para a gestão de seu negócio. A figura apresenta alguns exemplos de gráficos para visualização de dados. Figura 4 | Visualização e dados por meio de imagens gráficas. Fonte: Pereira (2019, p.185-193). A visualização de dados normalmente é resultado de uso de ferramentas de inteligência de negócios (Business Intelligence) que possuem módulos de geração destes componentes gráficos mediante interpretação dos dados capturados de fontes externas e interrelacionados com diferentes bases de dados. Alguns exemplos de ferramentas de visualização de dados utilizadas junto aos sistemas de inteligência de negócios e Big data são: Microsoft Power BI: ferramenta de tratamento, análise e visualização de dados baseado em nuvem que possibilita exibição única de dados coletados de diversas bases de dados. A versão Desktop desta ferramenta é de utilização livre, com algumas limitações. Google Data Studio: ferramenta que transforma dados em relatórios e painéis informativos, com utilização livre para usuários com conta cadastrada no Google. Adobe Analytics: sistema que emite relatórios versáteis, realiza conexão com fontes externas e geração de insights em tempo real. Sales Force Einstein Analytics: sistema que integra dashboards, modelos rápidos de análises e cria painéis informativos personalizados. Tableau: ferramenta de análise e visualização de dados que permite construir análises interativas e visuais para gestão de negócios. A figura a seguir apresenta um exemplo de ferramenta de visualização de dados que pode ser utilizada para representações gráficas de dados extraídos da Big data. Figura 5 | Exemplo da ferramenta Tableau para visualização de dados Pereira et al. (2019) defendem que os negócios da atualidade fazem uso intenso da análise e interpretação de dados, muitos deles provenientes do ambiente de Big data, no qual a coleta de informações não é local, e explora um cenário grande de fontes e sistemas diferentes (e também com diferentes formatos). O uso de ferramentais de software para análise, transformação e visualização de dados é considerado na atualidade como uma importante atividade de gestão de dados e gestão de negócios, utilizada para que as empresas da atualidade interpretem dados disponíveis no cenário do Big data. Mapa mental | Profissões relacionadas ao Big data Saiba mais A Internet é uma rede de computadores criada originalmente para manter uma infraestrutura de troca de informações de projetos de pesquisa, mantidos pela Agência Avançada de Pesquisa e Projetos dos Estados Unidos de acordo com Kurose e Ross (2013), que rapidamente levou a ideia de interconexão de computadores e pesquisadores para a Europa e mais adiante para o mundo todo. Esta interconexão de computadores e disponibilização de conteúdos científicos, corporativos e sociais acabou por criar um imenso, ou mesmo incomensurável repositório de informações, que diversificaram em formato a partir da criação da World Wide Web (WWW), por Tim Berners Lee em 1989-1990, suportando mais do que acesso a informações estruturadas em banco de dados, e também a informações semiestruturadas e desestruturadas em formatos de textos, imagens, sons e vídeos espalhadas por todos os computadores e sistemas no mundo. O volume de dados, a velocidade de criaçãode dados e a variedade de dados formaram os três primeiros Vs do Big data, que continua e continuará crescendo em tamanho. Sugerimos que acessem e pesquisem sobre o Big data dentro dos sites das empresas IBM, Oracle, Microsoft, Teradata, Cloudera, Hortonworks, Amazon e Google. Você pode conhecer mais a fundo a plataforma IBM InfoShpere BigInsights, que é um sistema baseado no projeto de código aberto Apache Hadoop. Utiliza JSON (JavaScript Object Notification) e (JAQL) JSON Query Language. Faz análise de dados estruturados, semiestruturados e não estruturados (texto, vídeo, áudio, imagens, redes sociais, logs web e clickstreams). videoaula: Bloco 3 Um novo conceito na gestão de dados desponta como estrutura de gerenciamento dados: os Data lakes. Segundo Sharda, Delen e Turban (2019, p. 195), um lago de dados é um grande repositório de dados capaz de manter vastas quantidades de dados em seu formato nativo para consumo potencial via análise de dados. Enquanto um Data warehouse reúne dados estruturados em tabelas, arquivos e pastas, um Data lake armazena todos os tipos de dados (estruturados, semiestruturados e não estruturados). Videoaula: Visualização de dados no Big data Estudo de caso Considere que a empresa em que você trabalha está buscando implantar ferramentas de busca e análise de dados no cenário do Big data, com o objetivo de implantação de sistemas de análise de dados e de inteligência em negócios que possam captar, tratar e armazenar dados para a gestão da informação e do conhecimento junto aos sistemas de informação já implantados na empresa. Desta forma, a empresa está se estruturando em uma força tarefa para que três equipes possam buscar informações e apresentar opções de tecnologias relacionadas ao Big data e ao Business Intelligence. A equipe 1 irá levantar as novas tecnologias de cloud https://www.ibm.com/br-pt/products/infosphere-datastage computing, edge computing e sistemas distribuídos para integrar uma nova plataforma de sistemas na empresa. A equipe 2 ficou encarregada de pesquisar, conhecer e analisar ferramentas de Business Intelligence para o tratamento e geração de visualização de dados através de dashboards e painéis informativos. E a equipe 3 foi responsabilizada em pesquisar e apresentar duas ferramentas referentes ao armazenamento de dados além dos estruturados, que possam tratar dados semiestruturados e não estruturados. Você foi convidado a liderar a equipe 3, que deverá pesquisar e apresentar as duas tecnologias referentes ao armazenamento e tratamento de dados provenientes do Big data. A primeira delas é o Data lake e a segunda um sistema gerenciador de banco de dados NoSQL (Not Only Structured Query Language). A empresa gostaria de conhecer duas soluções disponíveis no mercado para gerenciamento de dados NoSQL. O trabalho de sua equipe, representada por você, deverá considerar uma pesquisa e análise sobre os dois termos e apresentar pelo menos uma solução (empresa e sistema) que podem ser utilizados para captura, tratamento e análise de dados de Big data. Estruture a sua pesquisa em um relatório que possa ser apresentado a sua empresa em um relatório chamado de: tecnologias e sistemas de captura, tratamento e armazenamento de dados estruturados, semiestruturados e não estruturados provenientes do Big data. Resolução do Estudo de Caso Relatório da Equipe 3: Tecnologias e sistemas de captura, tratamento e armazenamento de dados estruturados, semiestruturados e não estruturados provenientes do Big data. Data Lake O conceito de Data Lake, ou lago de dados é relativamente recente e vem sendo explorado por empresas para manter grandes repositórios de dados estruturados, semiestruturados e não estruturados para análise de dados. Você pode conhecer características desta tecnologia acessando o Microsoft Docs e pesquisando sobre Data Lake (lago de dados). Uma ferramenta (solução) que pode ser utilizada para se trabalhar com dados provenientes do Big data é o Microsoft Azure data lake Storage. Informações detalhadas sobre esta ferramenta podem ser vistas em: MICROSOFT DOCS. Introdução ao Azure Data Lake Storage. Microsoft. 2021. Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados NoSQL Os sistemas de gerenciamento de dados no formato NoSQL (Not Only Structured Query Language) são utilizados para tratamento de dados sem tipo definido, sem estrutura regular e com pouco ou nenhum controle sobre a forma dos dados, relacionados a dados coletados de documentos Web de forma geral. Alguns exemplos de sistemas para gerenciamento deste formato de dados são: MongoDB, Elastic Search, Hbase e CouchBase. Uma opção de sistemas NoSQL é o MongoDB. Informações completas sobre esta solução pode ser visualizada em MongoDB. Outra opção de sistema NoSQL é o Couchbase. Informações completas sobre esta solução podem ser visualizadas em Couchbase. Resolução do Estudo de Caso Aula 4 https://docs.microsoft.com/pt-br/learn/modules/introduction-to-azure-data-lake-storage/ https://docs.microsoft.com/pt-br/learn/modules/introduction-to-azure-data-lake-storage/ https://www.mongodb.com/ https://www.couchbase.com/ Transformação Digital Identificar o cenário globalizado, tecnológico e baseado em inovações através da cultura orientada por dados, novos modelos de computação e virtualização digital. 22 minutos introdução Olá, estudante! A transformação digital refere-se a um momento em que as operações e a gestão de negócios deverão passar a fazer uso ainda mais intenso de tecnologias e sistemas, trazendo consigo novos termos como o go digital e o be digital, que referenciam estratégias digitais junto as estratégias de negócio para que a criação, operacionalização e gestão de negócios estejam alinhadas ao mindset digital. Neste cenário, você deverá compreender que a big data, a internet das coisas, o business Intelligence e a inteligência artificial posicionam o dado como elemento para tomada de decisões e direcionamento de negócios. A big data representa o ambiente digital externo à empresa, a internet das coisas os dispositivos que alimentam os sistemas, o business Intelligence as estratégias de captura, tratamento e visualização de dados e a inteligência artificial uma técnica computacional para elevar a capacidade dos sistemas. Seja bem-vindo a transformação digital. Bloco 1 Olá, estudante! Convido você a fazer uma breve reflexão sobre o seu dia a dia. Ao acordar, normalmente buscamos informações no smartphone sobre as atividades do dia, utilizando sistemas interconectados e digitais. Verificamos o e-mail e os assistentes pessoais para poder iniciar nosso dia de estudos ou de trabalho. Veja que estas simples atividades já remontam ao que chamamos de mindset digital e cultura orientada por dados. Utilizamos informações do mundo digital para direcionar nossas atividades. Não apenas as pessoas, mas também as empresas da atualidade fazem uso intenso de tecnologias da informação e ambientes interconectados para desenvolverem e operacionalizarem seus produtos e serviços. Veja que empresas de todos os tamanhos fazem uso de sistemas informatizados. O digital faz parte dos negócios para quem produz, para quem vende, para quem compra e para quem apenas observa. Conforme relata Leonhard (2019), o simples fato de fazer uma busca em um site de pesquisas já o insere à Big data e faz com que um algoritmo de inteligência artificial seja parceiro de seu negócio. De acordo com Morais (2020), a transformação digital traz os dados como o novo elemento central de negócios e do contexto social. Se por um lado temos as empresas produzindo e vendendo seus produtos e serviços utilizando-se de tecnologias, por outro lado, os consumidores fazem pesquisas, observam, consomem e se manifestam sobre estes produtos e serviços. Podemos considerar que o ser humano e os dispositivos de tecnologia não se separam mais, formandonovos modelos de educação e de processos industriais. Importante observar que além da indústria outros setores também fazem uso de tecnologias, como a educação, caracterizada na atualidade como Educação 4.0. Obter e tratar dados para análise neste contexto tecnológico é um grande diferencial para as organizações empresariais e sociais. A busca pela informação é uma atividade observada em toda parte. As pessoas buscam informações de colegas de escola do passado em redes sociais, buscam por informações de produtos e serviços no presente em sites de busca e estudam tendências de negócios do futuro em repositórios científicos. Em seu livro sobre as quatro grandes empresas de tecnologia do mundo, Galloway (2017, p. 7) apresenta o fato de que “a Google se tornou o deus para o homem moderno” como alusão á necessidade humana de obter informações na atualidade. Perceba que o pensamento digital, ou mindset digital já está presente de forma conceitual nas pessoas e nos negócios. O que necessitamos é elevar este conceito à prática, para que os negócios corporativos sejam direcionados por decisões baseadas em dados, formando uma cultura intitulada de data driven, ou seja, orientada por dados. O termo data driven relaciona-se a uma cultura de gestão de negócios através da interpretação e análise de dados. Significa ter uma base sólida de informações que podem ser utilizadas para tomada de decisões gerenciais no lugar de utilização de cenários projetados sobre um determinado negócio, com suposições, mesmo que embasada em teorias e ferramentas da administração conforme sustenta Microsoft (2019). De forma complementar, Barbieri (2020) relata que saímos da fase de sistemas de tomada de decisão gerencial e de inteligência de negócios para uma nova fase de análise de dados suportada por sistemas de inteligência artificial potencializada por novos algoritmos computacionais. Sharda, Delen e Turban (2019) apresentam o termo de Business Intelligence como conceito de inteligência em negócios, que abarca diversas tecnologias para que o direcionamento por dados possa ser operacionalizado e levar o mindset digital à gestão das empresas junto ao direcionamento por dados. videoaula: Bloco 1 Os dados, transformados em informação e aplicados como conhecimento podem levar as empresas a construírem soluções importantes com sabedoria. O grupo das maiores empresas do planeta da atualidade é formado por empresas de tecnologia da informação, como o Google, a Amazon, a Apple, o Facebook, a Microsoft de acordo com Galloway (2017). Videoaula: Mindset digital e cultura orientada por dados Bloco 2 A concepção contemporânea de modelos de negócio busca uma relação intrínseca com o cenário digital, o que vem caracterizando as novas empresas e seus produtos e serviços desenvolvidos. Após a concepção do computador pessoal, da internet, dos telefones celulares e dos smartphones, os negócios passaram a utilizar as tecnologias da informação de maneira intensa e a concepção de negócios digitais acaba por ser aplicada na grande maioria das instituições organizacionais da atualidade. Pakes et al (2015) consideram que negócios digitais se relacionam às estruturas que utilizam a tecnologia para agregar novos valore aos modelos de negócio. Eles possuem como estratégia a experiência do cliente e a capacidade interna de suporte a suas principais operações. Veja que o termo Negócio digital abrange as operações realizadas por empresas no ambiente digital e aquelas em processo de transformação para utilização de tecnologias e plataformas digitais, como a internet e seus sistemas, por exemplo. Neste contexto, alguns termos são comuns e bastante utilizados na atualidade. Ao se falar em negócios digitais, o termo e-business é frequentemente utilizado e relaciona-se aos negócios realizados por meios eletrônicos, normalmente através da estruturada da internet conforme relatam Laudon e Laudon (2014). Os negócios eletrônicos que utilizam os modelos de negócios digitais abarcam operações de comércio, relacionamento com o cliente e com o fornecedor, pesquisas de mercado, ensino a distância, operações bancárias entre outras e se desdobram em modalidades de e- commerce. Eleutério (2015) sustenta que presenciamos atualmente uma era na qual as informações se transformaram em registros digitais e se tornaram cada vez mais determinantes para a qualidade das decisões. Já Diamandis e Kotler (2018) trazem alguns pensamentos que devem contribuir com a administração moderna: a digitalização, a decepção, a disrupção, a desmonetização, a desmaterialização e a democratização. Vamos conhecer melhor estes 6Ds que formatam os negócios digitais da atualidade? Digitalização: levar para o ambiente computacional informações, serviços e relacionamentos que podem ser disseminados e disponibilizados muito rapidamente. Decepção: termo que traz a visão de futuro para entender que negócios inovações aguardam o crescimento do negócio projetado em níveis computacionais e globalmente distribuídos e podem se tornar reais. Disrupção: refere à inovação que cria um novo mercado e abala outros mercados existentes com produtos diferenciados. Desmonetização: refere a retirada do dinheiro do negócio no início de suas operações e prover rentabilidade futura após o negócio ter rentabilidade. Desmaterialização: relaciona-se a apresentação de novos produtos e serviços via oferta de soluções não materiais utilizando-se da internet como ambiente para oferta de produtos intangíveis baseada em relacionamentos virtuais. Democratização: busca desenvolver soluções distribuídas de forma democrática para comunidades encarecidas. A figura abaixo apresenta as estratégias modernas para a administração de empresas tecnológicas. Figura 1 | Estratégias para administração moderna Fonte: adaptado de Diamandis e Kotler (2018). Diversas são as vantagens em se estabelecer um modelo de negócios digital, sobretudo diante dos pensamentos estratégicos acima mencionados. Algumas delas são: ampliação do ambiente de marketing, apresentação detalhada de produtos e serviços e suas ofertas em diferentes formatos, como o Freemium, por exemplo, onde o cliente pode utilizar gratuitamente um serviço com limitações, e depois adquirir via compra uma versão completa ou por tempo indeterminado e, sobretudo, a monetização de negócios, que podem iniciar as operações em formato simplificado, conquistar clientes e comunidades e tornar-se um negócio maior e mais rentável. Saiba mais O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) é uma importante instituição que fomenta informações sobre gestão e observa a tecnologia como componente importante para o gerenciamento de negócios na atualidade. Este instituto mantém uma diversidade de publicações que podem ser acessadas através de seu portal na internet, disponível no site do IBGC. Neste ambiente há uma interessante matéria sobre Mindset digital na revista eletrônica Análises & Tendências: Inovação que relata o tema de pensamento digital voltado para os negócios da atualidade. Veja mais informações sobre está matéria no site do IBGC. Videoaula: bloco 2 Vários são os modelos de negócios digitais e um conjunto de siglas vem sendo apresentadas ao consumidor e comunidade que faz uso dos ambientes digitais na atualidade. Os mais comuns são o B2B (Business to Business) e o B2C (Business to Consumer), porém há desdobramentos levando a ideia de negócios digitais para ouras instituições. Videoaula: Conceito e modelos de negócios digitais Bloco 3 Um conceito aderente a negócios baseados em tecnologia e inovação que vem sendo utilizado mais recentemente recebe o nome de negócios exponenciais, promovidos por organizações adjetivadas da mesma forma de acordo com Ismail, Malone e van Geest (2019). A transformação digital e as tendências tecnológicas levaram as empresas a utilizarem-sedo ambiente digital interconectado pela internet a um crescimento rápido quando as soluções propostas conseguem atingir comunidades de interessados. Veja os exemplos das grandes empresas de tecnologia da informação como a Apple, Google, Amazon e Facebook. Diamandis e Kotler (2019) sustentam que as pessoas deverão resistir às ideias revolucionárias até o momento em que elas forem aceitas como a nova norma. As ideias revolucionarias vêm do absurdo. De forma complementar, o absurdo apresentado torna- se produtos e serviços e elevam pequenas empresas criadas dentro de um quarto de uma residência ou uma garagem a grandes corporações, mais uma vez exemplificadas pelas empresas acima mencionadas. Mas, perceba por favor a amplitude das empresas exponenciais que buscaram usar a tecnologia e a mentalidade de inovação para se estabelecerem como novos paradigmas de negócios. Podemos citar como exemplos de empresas que promovem negócios exponenciais a Airbnb, que revolucionou o formato de locação de quartos ou casas para turismo e ampliou o conceito de locação de imóveis. Temos o caso da Uber, que elevou o conceito de serviços de transporte de pessoas, interconectando motoristas com pessoas que necessitam de locação de viagens. A Netflix é outro exemplo de negócio disruptivo e tecnologicamente suportado com inovação, que levou o conceito de locação de filmes para o ambiente virtual com a oferta de serviços de streaming de vídeo através da internet com o pagamento de mensalidade. Muitos são os exemplos, e você, caro(a) estudante, é convidado a pesquisar e conhecer outros para ampliar seu conhecimento. Ismail, Malone e van Geest (2019) relatam um conjunto de informações e orientações de como as tecnologias exponenciais estão reinventando as melhores práticas de negócio no mundo todo. Para os autores o termo exponencial refere-se ao ritmo de crescimento de negócios inovadores e digitais, que levam empresas a se desenvolverem rapidamente quando possuem pensamento disruptivo e centrado em tecnologias. Para estes autores as organizações exponenciais são aquelas cujo impacto é, pelo menos dez vezes maiores, comparados aos de seus pares, devido ao uso de novas técnicas organizacionais que alavancam as tecnologias aceleradas. Elas estão centradas na transformação digital como elemento disruptivo de negócios suportadas por um propósito de negócio profundo e desafiador chamado de PTM, ou Propósito Transformador Massivo. Veja uma simples alusão para fixar o conceito de PTM na figura a seguir: Figura 2 | Propósito Transformador Massivo Fonte: elaborado pelo autor. Conforme define Galloway (2017, p. VIII), “a tecnologia deixou de ser uma vertical. Deixou de ser uma indústria, um segmento. A tecnologia está impactando todas as indústrias e todos os segmentos, direta e indiretamente e as barreiras entre eles terminaram. A inovação pode vir de fora assim como seu novo, e talvez mortal, competidor”. O uso de tecnologia da informação fomentado por um propósito desafiador e ideias inovadoras deverão intensificar a transformação digital, formatando negócios que tendem a se expandir exponencialmente utilizando-se dos recursos tecnológicos promovidos pela computação pessoal, internet, dispositivos móveis, formação de comunidades e redes sociais. O PTM é o ponto focal de desenvolvimento de negócios com modelos exponenciais e explora a neurociência para explicar alguns de seus pilares. Ele é baseado em Ideias desenvolvidas através de interfaces, dashboards, experimentação, autonomia e tecnologias sociais, gerenciados pelo lado esquerdo do cérebro humano responsável pela ordem, controle e estabilidade. Do outro lado do cérebro humano o PTM baseia-se na Escala, desenvolvida por staff sob demanda, comunidade e multidão, algoritmos, ativos alavancados e engajamento, comandados pela criatividade, crescimento e incerteza. Figura 3 – Propósito Transformador Massivo Fonte: Ismail, Malone e Geest (2019, p. 50). videoaula: Bloco 3 Um PTM (Propósito Transformador Massivo) pode ser considerado como uma das principais ferramentas para a constituição de um negócio disruptivo que se utiliza de tecnologia da informação, cultura orientada por dados, ambientes interconectados e digitais e inovação para estabelecimento e uma organização exponencial. Estas organizações estão sendo criadas constantemente e novos negócios digitais surgem diariamente. Videoaula: Tecnologia e negócios exponenciais Estudo de caso “A transformação digital gera uma exposição com a qual muitas pessoas ainda não estão preparadas para lidar” conforme sustenta Morais (2020, p. 95). O autor ainda reitera que tudo o que é novo assusta, mas também chama a atenção para que modelos de negócios desatualizados sejam vistos com atenção. Observando as atividades escolares mediadas por computador ocorridas durante o período de pandemia do Covid-19 nos anos de 2020 e 2021, novas atividades de educação infantil passaram a fazer parte da vida das famílias. Se no passado as escolas trabalhavam a grande parte das atividades escolares das crianças, no período de pandemia as famílias necessitaram acompanhar aulas mediadas por computador e as tarefas das crianças de forma mais intensa. O que pode parecer uma atividade complexa para os pais, passou a ser uma parceria que deverá resgatar o espírito de acompanhamento do aprendizado e apoio doméstico para a educação infantil. Baseado em um novo momento de transformação digital dentro de ambientes escolares, considere que você vislumbrou a ideia de desenvolver um aplicativo destinado a orientar pais de crianças de educação infantil, com idades de 4 a 8 anos que frequentaram aulas virtuais, mediadas por computador no período da pandemia, e buscarão no futuro continuar a trabalhar no aprendizado das crianças em parcerias com escolas. O aplicativo a ser desenvolvido por você e base para o desenvolvimento de uma empresa com modelo digital, buscará elevar a parceria no processo educacional das crianças com uma interação, distribuição de conteúdo e atividades domésticas de apoio à escola. Veja caro estudante, que o objetivo do projeto é muito nobre, resgatar ou intensificar o apoio a educação de crianças, unindo os pais nas residências e os professores nas escolas em prol de uma educação mais poderosa para os filhos. Observando este desafio, o que se solicita neste é a criação de um PTM (Propósito Transformador Massivo) para a nova empresa que está surgindo em torno deste aplicativo. O potencial desta empresa poderá ser exponencial e desta forma, a elaboração de um propósito precisa ser realizada para inspiração do produto/serviço a ser desenvolvido. Junto com a frase do PTM, você também necessitará fazer a justificativa dos elementos que a formam: IDEIAS e ESCALA, de acordo com a neurociência. Você encontrará mais informações sobre estes elementos no Resumo visual desta unidade assim como no livro Organizações Exponenciais de Ismail, Malone e van Geest (2019). Resolução do Estudo de Caso A solução deste estudo de caso tem como final uma única frase, simples de reproduzir, porém com complexidade na elaboração. O PTM da empresa que irá desenvolver e manter o sistema de relacionamento de pais e escola para educação infantil dos filhos é: “Unir o amor familiar e o carinho profissional escolar dentro de uma plataforma que reinvente a educação infantil”. A base para o seu desenvolvimento foi: IDEIAS: Interface: aplicativo em aparelhos móveis. Dashboards: painéis informativos com avaliações de disciplinas e comportamento do aluno. Experimentação: dicas de estudos para pais desenvolverem em casa. Autonomia: liberdade para os pais trabalharem com os filhos em atividades complementares. Tecnologias sociais: aplicativo programado com sistemas de acompanhamento de performance e monitoramento de atividades via smartphones e sensores de
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