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O transtorno do espectro autista (TEA) é um grupo de distúrbios do desenvolvimento neurológico de início precoce, caracterizado por comprometimento das habilidades sociais e de comunicação, além de comportamentos estereotipados. Embora definido por estes principais sintomas, o fenótipo dos pacientes com TEA pode variar muito, abrangendo desde indivíduos com deficiência intelectual (DI) grave e baixo desempenho em habilidades comportamentais adaptativas, até indivíduos com quociente de inteligência (QI) normal, que levam uma vida independente. Esses indivíduos também podem apresentar outras comorbidades, como hiperatividade, distúrbios do sono gastrointestinais e epilepsia. Estima-se que o TEA afete 1 % da população e seja quatro vezes mais comum em homens do que em meninas. Uma criança com Síndrome do espectro Autista (TEA) tem dificuldade de socialização, por isso pode ser difícil manter contato emocional com seus pais ou outras crianças. A comunicação das pessoas com TEA pode ser muito limitada, chegando a um ponto em que a criança não domina um dialecto. Outra característica distintiva que os autistas podem apresentar é a compreensão e imitação de gestos que eventualmente torna difícil se conectar com os outros. Assim, para integrar as crianças com TEA na escola, é preciso realizar uma reorganização e adaptação do ambiente escolar, mas sobretudo do corpo docente para que suas capacidades possam ser melhor desenvolvidas. Apesar das limitações o desenvolvimento de pessoas autistas é tão importante quanto qualquer outro aluno. Consequentemente, a promessa de linguagem e interação social é a chave para investigar diferentes métodos clínicos e educacionais para a criança com transtorno do espectro autista no convívio social. O TEA foi descrito pela primeira vez pelo Dr. Leo Kanner em 1943, o médico relatou 11 crianças sofrem do que ele chama de distúrbio inato de contato afetivo; isto é, essas crianças vieram ao mundo sem os interesses usuais em contato com outras pessoas e com o meio social onde convivem. O médio fez uma descrição do comportamento que esses casos incomuns exibam, como resistência a mudanças e comportamentos repetitivos tais como balançar o corpo, andar na ponta dos pés e sacudir as mãos. Kanner, de ínicio, achava que as crianças com autismo provavelmente tinham inteligência normal. Ele pensava assim porque elas se saíam muito bem em algumas partes dos testes de inteligência (QI). Em outras, no entanto, seu desempenho era muito fraco ou elas se recusavam a cooperar. Kanner presumiu que, se elas fossem tão bem em todas as partes do teste de QI quanto iam em uma ou duas, não seriam retardadas. Infelizmente, acontece que, com frequência, habilidades cognitivas ou intelectuais são difíceis de avaliar, em grande parte porque elas costumam ser muito difusas. Em outras palavras, crianças com autismo frequentemente tem mais facilidade em certas áreas, como resolver enigmas, mas podem ter uma tremenda dificuldade com tarefas mais relacionadas à linguagem. O grau de discrepância entre as diferentes áreas de habilidades é muito incomum na população tipicamente em desenvolvimento, mas muito frequente em crianças com autismo. O entendimento científico a respeito do autismo é algo que está em contínuo progresso. Na contemporaneidade, os pesquisadores se debruçam na recente edição do DSM-V (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais -5) onde está definido que quaisquer crianças que tenham indícios autísticos em evidência pode ser diagnosticada com Transtorno do Espetro Autista. Por outra perspectiva, mesmo que os números de casos sejam elevados no Brasil, em função do critério utilizado para a conclusão que leva ao diagnóstico, a síndrome só foi inserida na Classificação Internacional de Doenças da OMS (Organização Mundial da Saúde) em 1993. Por este motivo, podemos notar a imprecisão na análise nos casos de TEA devido as diversas maneiras e intensidades que a síndrome se expressa em cada pessoa. Devido as essas variações de intensidade nos aspectos autistas, foi definido diferentes tipos e graus. No ano de 2013 a American Psychiatric Association reavaliou o DSM-V e incorporou quatro subtipos de autismo no TEA. Sendo eles: SÍNDROME DE ASPERGER A Síndrome de Asperger, também conhecida pela sigla SA, é uma modificação no desenvolvimento do paciente afetando sua capacidade de interação em meios sociais e interpessoais em conjunto ou dupla. Não se sabe exatamente a causa dessa síndrome mas pode estar conectados a fatores genéticos e ao ambiente de convivência. Foi batizada pelo pediatra austríaco Hans Asperger na década de 1940, e é uma das esferas do transtorno do espectro autista (TEA). Embora esse termo não apareça mais no DSM-5 ele ainda consta no CID 10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde). Porém especialistas ainda se referem ao AS como uma forma de autismo leve. Os sinais mais comuns da SA são: • Inteligência normal ou acima da média. • Preferência por padrões: repetem algumas palavras, gestos e expressões para conforto pessoal. • Interesses específicos e muito intensos. Ao gostarem de um assunto, podem pesquisa-lo a fundo, tornando-se especialista no tópico. Quando bebês ou crianças, podem ficar brincando com o mesmo brinquedo por horas. • Impaciência e dificuldade em controlar ações e sentimentos • Dificuldade na comunicação por não entenderem códigos de comunicação indireta, como expressões faciais, tom de voz e linguagem corporal. • Dificuldade com regras e normas sociais. • Hipersensibilidade sensorial, como sons altos, ambientes lotados ou lugares muito claros. Para diagnosticar a síndrome de Asperger, os pais devem levar a criança à consulta com o pediatra ou um psicólogo infantil assim que surgirem sinais indicativos dessa síndrome. Na consulta, o médico e/ ou psicólogo irá fazer uma avaliação física e psicológica da criança para entender a origem de seu comportamento e conseguir confirmar ou descartar o diagnóstico de Asperger. Quanto mais precoce for feito o diagnóstico e iniciadas as intervenções para tratamento da criança, melhor pode ser a sua adaptação ao ambiente e qualidade de vida. TRANSTORNO INVSIVO DO DESENVOLVIMENTO Os transtornos Invasivos do desenvolvimento (TID), às vezes chamados de transtornos do espectro do Autismo, referem-se a uma família de transtornos de socialização precoces e crônicos que têm um impacto variável em múltiplos domínios do desenvolvimento desde o estabelecimento da subjetividade e relações pessoais até a linguagem e a comunicação , às aptidões de aprendizado e enfrentamento. A manifestação paradigmática do TEA, o autismo, é um transtorno do desenvolvimento com um padrão complexo, no sentido de que qualquer tentativa de compreensão requer análise em vários níveis, do comportamento à cognição da neurobiologia à genética, e interações próximos ao longo do tempo. Sessenta anos após a primeira narrativa do autismo, sabemos que o TID é a condição gênica mais comum e evidente de todos os transtornos do desenvolvimento. O aumento exponencial na identificação de pessoas com autismo na última década renovou a urgência de pesquisadores de todo o mundo que se esforçam para esclarecer as causas e desenvolver tratamentos mais eficazes. Ainda há muitas dúvidas e especulações sobre o que causa o TID, porém de acordo com as pesquisas científicas feitas, considerasse que o transtorno apresenta causas neurobiológicas e pode até mesmo se manifestar de maneira isolada ou a partir de condições médicas que acompanham a pessoa desde mais tenra idade. Sendo elas: • Infecção pré-natal (rubéola, citomegalovirus, outras); • Síndrome fetal alcoólica; • Síndrome de Down; • Síndrome de Williams; • Síndrome de Angelman; • Síndrome do X-frágil, entre outras. Assimcomo o diagnóstico de TEA, os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID) só podem ser identificados e laudados com a observação do comportamento do indivíduo. Além disso, os relatos de familiares e pessoas próximas à criança também podem contribuir para que os sinais de atraso no desenvolvimento sejam avaliados. Da mesma forma, precisam ser realizadas avaliações que envolvam o campo linguístico e neuropsicológico. Podem também ser realizados exames complementares, como estudos de cromossomos e neuroimagem para auxiliar no diagnóstico. Não há cura conhecida para o TID. Medicamentos são usados para resolver problemas comportamentais específicos, e a terapia para crianças com transtorno invasivo do desenvolvimento deve ser especializada de acordo com as necessidades de cada um. Algumas crianças com TID beneficiam-se de salas de aula especializadas, nas quais o tamanho da turma é pequeno e a instrução é dada com base na experiência de cada aluno individualmente. Outros funcionam bem em aulas de educação especial padrão ou em aulas regulares com apoio adicional. TRANSTORNO DESINTEGRATIVO DA INFÂNCIA A Síndrome de Heller ou Transtorno Desintegrativo da Infância se é uma regressão evidenciada no desenvolvimento da criança com mais de dois anos de idade. O tempo do retrocesso do desenvolvimento pode variar, sendo abrupto ou vagaroso de acordo com cada caso. Mas no geral, antes dos dez anos, a criança com Transtorno Desintegrativo da Infância perde as habilidades já adquiridas em pelo menos duas das seguintes áreas: linguagem (expressiva ou receptiva), habilidades sociais, comportamento adaptativo, controle esfincteriano, as habilidades motoras e habilidade para jogos e brincadeiras. Assim como nas outras condições que formam do TEA. As causas do Transtorno Desintegrativo ainda são desconhecidas e o tratamento incluí terapias comportamentais acompanhadas por uma equipe médica multidisciplinar. O Transtorno Desintegrativo da Infância (TDI) foi inicialmente descrito por Theodore Heller, um educador austríaco, 1908. Heller relatou o caso de seis crianças, que após um desenvolvimento aparentemente normal nos quatro primeiros anos de vida, apresentaram uma grave perda das habilidades de interação social e comunicação. Esse Transtorno Desintegrativo a Infância de início tardio foi usado até mesmo como base para a falsa alegação de que as vacinas causam autismo. Como a idade em que a regressão costuma a ser visível, coincidentemente, é o estágio mais comum da vacinação infantil, muitas famílias veem a coincidência desses fatores como a causa real do TEA. No entanto, apesar da insistência dos defensores anti-vacina, mais de 20 investigações cientificas em diferentes países ao redor do mundo comprovaram que o uso de vacinas não faz a criança desenvolver autismo. Especialistas afirmam que quanto menos severo for a incidência do TDI, mais difícil será a identificação de características que denotem o transtorno. Para esses casos, nada melhor que uma observação criteriosa dentro de casa e em outros ambientes, lembrando que a criança apresentará algum traço de comportamento que demonstre algo diferente. Dentre os hábitos que podem ser reparados, destaca-se o apego à rotina, em que o pequeno quer fazer tudo na mesma hora, do mesmo jeito e obedecendo a determinados rituais para que uma tarefa seja feita. Além disso, o lado seletivo pode ser notado, principalmente na alimentação. Outra característica que pode ser notada é o fato de, ao sofrerem uma queda, não demonstrarem nenhuma sensação de dor. Enquanto um toque com pouco estímulo pode levá-lo ao choro e à agitação. O Transtorno Desintegrativo da infância é raro, com cerca de 1,5 casos em cada 100.000 nascimentos, sendo bem mais comum em meninos do que em meninas. Apresenta algumas semelhanças com o autismo, porém, trata-se de um quadro bem diferente no início, na evolução e nas consequências. O tratamento do TID da infância deve começar o mais cedo possível, com abordagem multidisciplinar na área educacional, social e psicológica, é possível em algumas crianças recuperar até 20% das capacidades e habilidades perdidas. Os pais também merecem apoio psicológico, pois costuma ser muito difícil saber que o filho que até então vinha desenvolvendo-se normalmente está a perder capacidades e habilidades de maneira quase totalmente irreversível. TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA Transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades. Sinais de alerta no neurodesenvolvimento da criança podem ser percebidos nos primeiros meses de vida, sendo o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade. A prevalência é maior no sexo masculino. A identificação de atrasos no desenvolvimento, o diagnóstico oportuno de TEA e encaminhamento para intervenções comportamentais e apoio educacional na idade mais precoce possível, pode levar a melhores resultados a longo prazo, considerando a neuroplasticidade cerebral. Ressalta-se que o tratamento oportuno com estimulação precoce deve ser preconizado em qualquer caso de suspeita de TEA ou desenvolvimento atípico da criança, independentemente de confirmação diagnóstica. A etiologia do transtorno do espectro autista ainda permanece desconhecida. Evidências científicas apontam que não há uma causa única, mas sim a interação de fatores genéticos e ambientais. A interação entre esses fatores parecem estar relacionadas ao TEA, porém é importante ressaltar que “risco aumentado” não é o mesmo que causa fatores de risco ambientais. Os fatores ambientais podem aumentar ou diminuir o risco de TEA em pessoas geneticamente predispostas. Embora nenhum destes fatores pareça ter forte correlação com aumento e/ou diminuição dos riscos, a exposição a agentes químicos, deficiência de vitamina D e ácido fólico, uso de substâncias durante a gestação, prematuridade, baixo peso ao nascer, gestações múltiplas, infecção materna durante a gravidez e idade parental avançada são considerados fatores contribuintes para o desenvolvimento do TEA. O diagnóstico de TEA é essencialmente clínico, feito a partir das observações da criança, entrevistas com os pais e aplicação de instrumentos específicos. Instrumentos de vigilância do desenvolvimento infantil são sensíveis para detecção de alterações sugestivas de TEA, devendo ser devidamente aplicados durante as consultas de puericultura na Atenção Primária à Saúde. O relato/queixa da família acerca de alterações no desenvolvimento ou comportamento da criança tem correlação positiva com confirmação diagnóstica posterior, por isso, valorizar o relato/queixa da família é fundamental durante o atendimento da criança. Manifestações agudas podem ocorrer e, frequentemente, o que conseguimos observar são sintomas de agitação e/ou agressividade, podendo haver auto ou heteroagressividade. Estas manifestações ocorrem por diversos motivos, como dificuldade em comunicar algo que gostaria, alguma dor, algum incômodo sensorial, entre outros. Nestes momentos é fundamental tentar compreender o motivo dos comportamentos que estamos observando, para então propor estratégias que possam ser efetivas. Dentre os procedimentos possíveis temos: estratégias comportamentais de modificação do comportamento, uso de comunicação suplementar e/ou alternativa como apoio para compreensão/ expressão, estratégias sensoriais, e também procedimentos mais invasivos, como contenção física e mecânica, medicações e, em algumas situações, intervenções em unidades de urgência / emergência. DIANÓSTICO PARA O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA De acordo com o DSM V,os primeiros sintomas do TEA geralmente são notados entre os doze e os vinte e quatro meses de vida do indivíduo. Antes dos doze meses, um ou outro atraso no desenvolvimento pode ser notado, mas os sintomas começam a se manifestar mais claramente após vinte e quatro meses. Traços de comportamento relacionado ao TEA aparecem na infância. Há crianças que introduzem atraso no desenvolvimento da linguagem dificuldade de comunicação com os colegas ou familiares, irritação em lugares lotados ou barulhentos, fascinação por objetos inusitados, estereótipos vocais e motores, falta de interações sociais onde uma rotina precisa ser seguida. A partir do segundo ano de vida da criança os sintomas tornam-se mais intensos, como, por exemplo, a criança tem muitos obstáculos na prática do jogo tem muita dificuldade para brincar usando a imaginação, quando pega os brinquedos, não consegue usá-los corretamente, não consegue ficar de pé por algum tempo, cai constantemente quando anda, tem muita dificuldade para falar, sua fala muitas vezes é incompreensível. No caso de Teixeira, a definição de Transtorno do Espectro Autista é um conjunto de condições comportamentais caracterizadas por distúrbios de desenvolvimento, aptidões sociais e distúrbios cognitivos e de comunicação em crianças. Os sintomas aparecem no primeiro ano de vida. O autor menciona a importância de conhecer as principais características, para que a diagnose seja feita o mais rápido possível, para que a criança tenha a oportunidade de não desenvolver todas as características do espectro. O diagnóstico é clínico depende de uma observação mais metódica a respeito da conduta e desenvolvimento do paciente, observação esta que deve se basear em entrevistas com os pais da criança, professores e demais pessoas que a acompanham. O profissional, então, com a ajuda de outros agentes, como psicólogos, fonoaudiólogos e 4 pedagogos precisa investigar todas as condições da criança: histórico, social, afetivo, etc. Bem como, registrar informações sobre o parto e de todos os sinais que chamaram atenção dos pais desde seus primeiros meses de vida, sobre comportamentos da criança no meio social, escolar, lazer, seja com seus pares ou familiares. É comum observar em crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista apresentam disfunções sensoriais bastante incomuns e peculiares, entre eles uma sensibilidade a estímulos sonoros, visuais, táteis e gustativos. A hipersensibilidade a estímulos auditivos traz um desconforto muito prejudicial à socialização da criança, e consequentemente há objeção para frequentar locais cheios e barulhentos. Usualmente os pais são os primeiros a notar certos comportamentos peculiares reproduzidos pelos seus filhos, desde então, começam a busca pela ajuda profissional. A devolutiva do diagnóstico aos pais, é um processo delicado, onde o profissional precisa saber passar e explicar todo o procedimento de maneira menos impactante, para que os mesmos possam aprender a aceitar e conviver com as diferenças de seus filhos, buscando por auxílio profissional para a criança passar por um bom tratamento. TRATAMENTO PARA O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA Para dar ínicio ao tratamento do TEA é essencial um conhecimento psicoeducacional, ou seja, devemos informar a família, educadores, a criança e os outros profissionais inteirados no tratamento a respeito do diagnóstico. Alguns autores afirmam que o planejamento do tratamento deve ser de acordo com o desenvolvimento do paciente. Com crianças pequenas, a prioridade deveria ser terapia da fala, da interação social/linguagem, educação especial e suporte familiar. Já com adolescentes, os alvos seriam os grupos de habilidades sociais, terapia ocupacional e sexualidade. Com adultos, questões como as opções de moradia e tutela deveriam ser focadas. Entre os tipos de terapia os mais adequados são: • Equoterapia: Cada vez mais vem sendo utilizada no Brasil, por conta dos ótimos resultados. Essa modalidade de terapia, cobre todas as atividades e técnicas que utilizam o cavalo como intermediador, onde tem como foco maior educar ou reabilitar os pacientes que apresentam deficiência tanto física quanto psíquica. Este animal apresenta se muito inteligente, pois possui uma boa memória, o que o torna capaz de memorizar lugares, acontecimentos, objetos e pessoas, podendo inclusive, refletir a maneira como determinado indivíduo o trata. • Terapia Cognitiva Comportamental (TCC): Se mostrou muito efetiva no tratamento de vários transtornos surgidos na infância. Em relação ao TEA-AF, os estudos mostram grande eficiência em crianças e jovens. Reconhece- se que nessa abordagem, mesmo sendo adaptada para o atendimento infantil, implica que os pacientes demonstrem um nível cognitivo para que o trabalho seja efetivo. • O Applied Behavior Analysis (ABA): Exige uma verificação detalhada dos fatores ambientais e como isso interfere nos comportamentos da criança com TEA, buscando assim identificar os determinantes e os fatores que resultarão na sua repetição, informações essas que são de suma importância para delinear o acompanhamento dos processos de intervenção, em sua grande maioria os programas usam de habilidades verbais e de comunicação. A ABA investe de forma considerável na formação especifica dos terapeutas pra que haja resultados mais consistentes, também há um trabalho com participação dos pais, proporcionando uma estimulação mais intensiva no ambiente domiciliar. A interação com outras crianças da mesma faixa etária proporciona um ambiente social que permite experiências vivenciais para trocar ideias, papéis e compartilhar atividades que requerem negociação e discussão interpessoal para resolver conflitos. Dessa forma, suas habilidades sociais podem ser aprimoradas, sabendo que esse tipo de transtorno pode prejudicar o desenvolvimento social de algumas crianças desde os primeiros anos de vida. Neste sentido, a escola desempenha um papel importante na superação dos défices sociais destas crianças, promovendo o avanço das competências sociais, permitindo odesenvolvimento de novos conhecimentos e comportamentos. INCLUSÃO DOS AUTISTAS NO AMBIENTE ESCOLAR O movimento para inclusão de crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE) na escola tem ocorrido mundialmente. Desde a década de 1990, com a Declaração de Jomtien, também conhecida como Declaração Mundial de Educação para Todos juntamente com a Convenção de Direito da Criança e a Declaração de Salamanca estabeleceu-se que toda pessoa (criança, jovem e adulto) deveria usufruir das oportunidades educacionais voltadas às suas necessidades de aprendizagem. Assim, como as pessoas com deficiência requerem atenção especial, devem ser tomadas medidas que garantam a igualdade de acesso à educação a elas como parte integrante do sistema educacional. Em vista disso, o sistema educacional precisou se reorganizar em prol da inclusão escolar. Tal processo visava importantes mudanças, principalmente na forma de interação dos profissionais voltados à educação. A partir de uma visão interdisciplinar, eles precisaram investigar o processo de aprendizagem de cada indivíduo, considerando que, devido à deficiência, ele ocorreria de forma singular, o que deveria se refletir na flexibilização curricular e na estruturação das séries. Assim, a educação especial passou a atuar no atendimento educacional especializado, funcionando como suporte ao trabalho de sala de aula e às relações escolares. No Brasil, o governo criou políticas e diretrizes que proporcionaram as condições de acesso aos espaços e aos recursos pedagógicos necessários à inclusão. Além disso, viabilizavam ferramentas que apoiam os profissionais na atuação e na compreensão da inclusão escolar, bem como no processo de organização da aprendizagem com vistas à valorização das diferenças, deforma a atender às necessidades educacionais dos alunos. Tais políticas incentivam a formação de professores para o atendimento especializado das crianças com deficiência, além de programas de incentivo da participação da família e das comunidades na escola. No entanto, estudos apontam que, mesmo com o incentivo do governo, há muitas dificuldades para a efetivação da inclusão. Tais dificuldades refletem a necessidade de formação qualificada e de apoio técnico no trabalho com os alunos, no entendimento do professor sobre a inclusão, devido às mudanças no cotidiano do seu trabalho, e, principalmente, no processo de ensino, que ainda está associado ao formato tradicional (ensinar-aprender), vinculado às premissas de ajuste ou correção do indivíduo, modelo que não viabiliza o processo de inclusão. No entanto, percebemos que a cada ano, recebemos em nossas salas de aulas, alunos que necessitam de um olhar mais apurado sobre o seu processo de escolarização. São alunos com diferentes condições, deficiências físicas, visuais, intelectuais, altas habilidades/superdotação e mais recentemente os alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Entende-se que a presença deste último segmento de estudantes na escola tem gerado a necessidade de aprimoramento das práticas educativas e pedagógicas, uso de recursos e principalmente da instrumentalização de professores para que possam compreender as especificidades que estes alunos apresentam nos processos de socialização e aprendizagem. Em função da especificidade dos TEA, a inclusão de crianças com tal diagnóstico provoca discussões frequentes sobre formas possíveis de intervenção na escola. Nesse sentido, faz-se necessário que o professor tenha conhecimento sobre as características de cada aluno com TEA para a construção das aulas e sua inclusão na turma .Esse processo precisa ser apoiado pela escola, para que o professor não se sinta incapaz ou frustrado com o desenvolvimento do seu trabalho. Nos últimos anos houve um crescimento considerável de crianças e jovens com TEA, frequentando as Escolas Comuns, este aumento, se deve a instituição de Leis e Políticas Públicas, fruto também da luta incansável de pais e familiares pelos direitos da pessoa com deficiência na sociedade. Recentemente, a Lei no 12.764/2012 - Lei Berenice Piana, estabeleceu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, prevendo o acesso a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis de ensino e atendimento por profissionais capacitados a desenvolver atividades com vistas à inclusão. De acordo com este novo ordenamento, o aluno com autismo tem garantido o seu direito de estar na escola e ter atendimento por profissionais preparados como preconiza a legislação. No entanto, ainda faltam condições apropriadas que garantam a permanência deste aluno na escola, principalmente no que tange a formação dos profissionais para atuar com a escolarização destes estudantes. Na prática, o que se tem percebido é o pouco conhecimento sobre esta condição de deficiência. Para Orrú (2012), as pessoas autistas são ainda pouco compreendidas pela sociedade, devido à falta de conhecimento sobre esta condição. Segundo a autora, o desconhecimento e a falta de informação sobre o autismo produz certa incompreensão, fazendo com que as pessoas reproduzam conceitos deturpados sobre o assunto. Estudos têm evidenciado que a comunicação por meio de imagens é uma das estratégias mais importante na intervenção no TEA. Devemos observar que a maioria dos autistas, possuem dificuldades em representar um objeto ausente, necessitando de instrumentos de apoio para que seja possível esta representação mental. Assim, através do uso de imagens a pessoa com TEA obtém uma melhor compreensão, que vem colaborar significativamente no processo de organização do pensamento e da linguagem. Desta forma, um dos principais motivos para utilização da linguagem visual é considerá- la uma ferramenta importante para potencializar a aprendizagem destes estudantes. Materiais concretos como, figuras geométricas, peças coloridas e miniaturas também cumprem a mesma função, como recursos acessíveis representam um ganho significativo na aprendizagem, permitindo ao aluno com autismo o desenvolvimento de habilidades de observação, investigação, análise e raciocínio. A utilização destes materiais além de estimular a capacidade de construir significados desperta a atenção e promove a ampliação do seu vocabulário Já os jogos, dentre eles os de caráter lúdico cooperativo são importantes à medida que promovem o desenvolvimento cognitivo, emocional e social do autista. São considerados relevantes, pois estimulam aspectos afetivos, proporcionando ganhos em habilidades sociais. Sendo assim, um instrumento significativo no processo de inclusão escolar. É importante reconhecer que todos os recursos que a escola pode oferecer aos estudantes com TEA podem oportunizar a aprendizagem contribuindo, assim, para a superação das dificuldades seja na comunicação e socialização, bem como impulsionar o desenvolvimento do aluno. Considera-se, portanto que a utilização destes instrumentos têm resultado em novas aprendizagens, ajudando na construção de conceitos e no desenvolvimento desde aluno no ambiente escolar.
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