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O transtorno do espectro autista

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O transtorno do espectro autista (TEA) é um grupo de distúrbios do 
desenvolvimento neurológico de início precoce, caracterizado por comprometimento das 
habilidades sociais e de comunicação, além de comportamentos estereotipados. Embora 
definido por estes principais sintomas, o fenótipo dos pacientes com TEA pode variar 
muito, abrangendo desde indivíduos com deficiência intelectual (DI) grave e baixo 
desempenho em habilidades comportamentais adaptativas, até indivíduos com quociente 
de inteligência (QI) normal, que levam uma vida independente. Esses indivíduos também 
podem apresentar outras comorbidades, como hiperatividade, distúrbios do sono 
gastrointestinais e epilepsia. Estima-se que o TEA afete 1 % da população e seja quatro 
vezes mais comum em homens do que em meninas. 
Uma criança com Síndrome do espectro Autista (TEA) tem dificuldade de 
socialização, por isso pode ser difícil manter contato emocional com seus pais ou outras 
crianças. A comunicação das pessoas com TEA pode ser muito limitada, chegando a um 
ponto em que a criança não domina um dialecto. Outra característica distintiva que os 
autistas podem apresentar é a compreensão e imitação de gestos que eventualmente torna 
difícil se conectar com os outros. Assim, para integrar as crianças com TEA na escola, é 
preciso realizar uma reorganização e adaptação do ambiente escolar, mas sobretudo do 
corpo docente para que suas capacidades possam ser melhor desenvolvidas. Apesar das 
limitações o desenvolvimento de pessoas autistas é tão importante quanto qualquer outro 
aluno. Consequentemente, a promessa de linguagem e interação social é a chave para 
investigar diferentes métodos clínicos e educacionais para a criança com transtorno do 
espectro autista no convívio social. 
O TEA foi descrito pela primeira vez pelo Dr. Leo Kanner em 1943, o médico 
relatou 11 crianças sofrem do que ele chama de distúrbio inato de contato afetivo; isto é, 
essas crianças vieram ao mundo sem os interesses usuais em contato com outras pessoas 
e com o meio social onde convivem. O médio fez uma descrição do comportamento que 
esses casos incomuns exibam, como resistência a mudanças e comportamentos repetitivos 
tais como balançar o corpo, andar na ponta dos pés e sacudir as mãos. 
Kanner, de ínicio, achava que as crianças com autismo provavelmente tinham 
inteligência normal. Ele pensava assim porque elas se saíam muito bem em algumas 
partes dos testes de inteligência (QI). Em outras, no entanto, seu desempenho era muito 
fraco ou elas se recusavam a cooperar. Kanner presumiu que, se elas fossem tão bem em 
todas as partes do teste de QI quanto iam em uma ou duas, não seriam retardadas. 
Infelizmente, acontece que, com frequência, habilidades cognitivas ou intelectuais são 
difíceis de avaliar, em grande parte porque elas costumam ser muito difusas. Em outras 
palavras, crianças com autismo frequentemente tem mais facilidade em certas áreas, 
como resolver enigmas, mas podem ter uma tremenda dificuldade com tarefas mais 
relacionadas à linguagem. O grau de discrepância entre as diferentes áreas de habilidades 
é muito incomum na população tipicamente em desenvolvimento, mas muito frequente 
em crianças com autismo. 
O entendimento científico a respeito do autismo é algo que está em contínuo 
progresso. Na contemporaneidade, os pesquisadores se debruçam na recente edição do 
DSM-V (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais -5) onde está 
definido que quaisquer crianças que tenham indícios autísticos em evidência pode ser 
diagnosticada com Transtorno do Espetro Autista. 
Por outra perspectiva, mesmo que os números de casos sejam elevados no Brasil, 
em função do critério utilizado para a conclusão que leva ao diagnóstico, a síndrome só 
foi inserida na Classificação Internacional de Doenças da OMS (Organização Mundial da 
Saúde) em 1993. Por este motivo, podemos notar a imprecisão na análise nos casos de 
TEA devido as diversas maneiras e intensidades que a síndrome se expressa em cada 
pessoa. 
Devido as essas variações de intensidade nos aspectos autistas, foi definido 
diferentes tipos e graus. No ano de 2013 a American Psychiatric Association reavaliou o 
DSM-V e incorporou quatro subtipos de autismo no TEA. Sendo eles: 
 
 
SÍNDROME DE ASPERGER 
 
A Síndrome de Asperger, também conhecida pela sigla SA, é uma modificação 
no desenvolvimento do paciente afetando sua capacidade de interação em meios sociais 
e interpessoais em conjunto ou dupla. Não se sabe exatamente a causa dessa síndrome 
mas pode estar conectados a fatores genéticos e ao ambiente de convivência. Foi batizada 
pelo pediatra austríaco Hans Asperger na década de 1940, e é uma das esferas do 
transtorno do espectro autista (TEA). Embora esse termo não apareça mais no DSM-5 ele 
ainda consta no CID 10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas 
Relacionados com a Saúde). Porém especialistas ainda se referem ao AS como uma forma 
de autismo leve. 
Os sinais mais comuns da SA são: 
• Inteligência normal ou acima da média. 
• Preferência por padrões: repetem algumas palavras, gestos e expressões para conforto 
pessoal. 
• Interesses específicos e muito intensos. Ao gostarem de um assunto, podem pesquisa-lo 
a fundo, tornando-se especialista no tópico. Quando bebês ou crianças, podem ficar 
brincando com o mesmo brinquedo por horas. 
• Impaciência e dificuldade em controlar ações e sentimentos 
• Dificuldade na comunicação por não entenderem códigos de comunicação indireta, 
como expressões faciais, tom de voz e linguagem corporal. 
• Dificuldade com regras e normas sociais. 
• Hipersensibilidade sensorial, como sons altos, ambientes lotados ou lugares muito 
claros. 
 
 Para diagnosticar a síndrome de Asperger, os pais devem levar a criança à 
consulta com o pediatra ou um psicólogo infantil assim que surgirem sinais indicativos 
dessa síndrome. Na consulta, o médico e/ ou psicólogo irá fazer uma avaliação física e 
psicológica da criança para entender a origem de seu comportamento e conseguir 
confirmar ou descartar o diagnóstico de Asperger. Quanto mais precoce for feito o 
diagnóstico e iniciadas as intervenções para tratamento da criança, melhor pode ser a sua 
adaptação ao ambiente e qualidade de vida. 
 TRANSTORNO INVSIVO DO DESENVOLVIMENTO 
 
Os transtornos Invasivos do desenvolvimento (TID), às vezes chamados de 
transtornos do espectro do Autismo, referem-se a uma família de transtornos de 
socialização precoces e crônicos que têm um impacto variável em múltiplos domínios do 
desenvolvimento desde o estabelecimento da subjetividade e relações pessoais até a 
linguagem e a comunicação , às aptidões de aprendizado e enfrentamento. A manifestação 
paradigmática do TEA, o autismo, é um transtorno do desenvolvimento com um padrão 
complexo, no sentido de que qualquer tentativa de compreensão requer análise em vários 
níveis, do comportamento à cognição da neurobiologia à genética, e interações próximos 
ao longo do tempo. 
Sessenta anos após a primeira narrativa do autismo, sabemos que o TID é a 
condição gênica mais comum e evidente de todos os transtornos do desenvolvimento. O 
aumento exponencial na identificação de pessoas com autismo na última década renovou 
a urgência de pesquisadores de todo o mundo que se esforçam para esclarecer as causas 
e desenvolver tratamentos mais eficazes. Ainda há muitas dúvidas e especulações sobre 
o que causa o TID, porém de acordo com as pesquisas científicas feitas, considerasse que 
o transtorno apresenta causas neurobiológicas e pode até mesmo se manifestar de maneira 
isolada ou a partir de condições médicas que acompanham a pessoa desde mais tenra 
idade. Sendo elas: 
 
• Infecção pré-natal (rubéola, citomegalovirus, outras); 
• Síndrome fetal alcoólica; 
• Síndrome de Down; 
• Síndrome de Williams; 
• Síndrome de Angelman; 
• Síndrome do X-frágil, entre outras. 
 
Assimcomo o diagnóstico de TEA, os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento 
(TID) só podem ser identificados e laudados com a observação do comportamento do 
indivíduo. Além disso, os relatos de familiares e pessoas próximas à criança também 
podem contribuir para que os sinais de atraso no desenvolvimento sejam avaliados. Da 
mesma forma, precisam ser realizadas avaliações que envolvam o campo linguístico e 
neuropsicológico. Podem também ser realizados exames complementares, como estudos 
de cromossomos e neuroimagem para auxiliar no diagnóstico. 
Não há cura conhecida para o TID. Medicamentos são usados para resolver 
problemas comportamentais específicos, e a terapia para crianças com transtorno invasivo 
do desenvolvimento deve ser especializada de acordo com as necessidades de cada um. 
Algumas crianças com TID beneficiam-se de salas de aula especializadas, nas quais o 
tamanho da turma é pequeno e a instrução é dada com base na experiência de cada aluno 
individualmente. Outros funcionam bem em aulas de educação especial padrão ou em 
aulas regulares com apoio adicional. 
 TRANSTORNO DESINTEGRATIVO DA INFÂNCIA 
 
A Síndrome de Heller ou Transtorno Desintegrativo da Infância se é uma 
regressão evidenciada no desenvolvimento da criança com mais de dois anos de idade. O 
tempo do retrocesso do desenvolvimento pode variar, sendo abrupto ou vagaroso de 
acordo com cada caso. Mas no geral, antes dos dez anos, a criança com Transtorno 
Desintegrativo da Infância perde as habilidades já adquiridas em pelo menos duas das 
seguintes áreas: linguagem (expressiva ou receptiva), habilidades sociais, comportamento 
adaptativo, controle esfincteriano, as habilidades motoras e habilidade para jogos e 
brincadeiras. Assim como nas outras condições que formam do TEA. As causas do 
Transtorno Desintegrativo ainda são desconhecidas e o tratamento incluí terapias 
comportamentais acompanhadas por uma equipe médica multidisciplinar. 
O Transtorno Desintegrativo da Infância (TDI) foi inicialmente descrito por 
Theodore Heller, um educador austríaco, 1908. Heller relatou o caso de seis crianças, que 
após um desenvolvimento aparentemente normal nos quatro primeiros anos de vida, 
apresentaram uma grave perda das habilidades de interação social e comunicação. 
Esse Transtorno Desintegrativo a Infância de início tardio foi usado até mesmo 
como base para a falsa alegação de que as vacinas causam autismo. Como a idade em que 
a regressão costuma a ser visível, coincidentemente, é o estágio mais comum da vacinação 
infantil, muitas famílias veem a coincidência desses fatores como a causa real do TEA. 
No entanto, apesar da insistência dos defensores anti-vacina, mais de 20 investigações 
cientificas em diferentes países ao redor do mundo comprovaram que o uso de vacinas 
não faz a criança desenvolver autismo. 
Especialistas afirmam que quanto menos severo for a incidência do TDI, mais 
difícil será a identificação de características que denotem o transtorno. Para esses casos, 
nada melhor que uma observação criteriosa dentro de casa e em outros ambientes, 
lembrando que a criança apresentará algum traço de comportamento que demonstre algo 
diferente. Dentre os hábitos que podem ser reparados, destaca-se o apego à rotina, em que 
o pequeno quer fazer tudo na mesma hora, do mesmo jeito e obedecendo a determinados 
rituais para que uma tarefa seja feita. Além disso, o lado seletivo pode ser notado, 
principalmente na alimentação. Outra característica que pode ser notada é o fato de, ao 
sofrerem uma queda, não demonstrarem nenhuma sensação de dor. Enquanto um toque 
com pouco estímulo pode levá-lo ao choro e à agitação. 
O Transtorno Desintegrativo da infância é raro, com cerca de 1,5 casos em cada 
100.000 nascimentos, sendo bem mais comum em meninos do que em meninas. 
Apresenta algumas semelhanças com o autismo, porém, trata-se de um quadro bem 
diferente no início, na evolução e nas consequências. 
O tratamento do TID da infância deve começar o mais cedo possível, com 
abordagem multidisciplinar na área educacional, social e psicológica, é possível em 
algumas crianças recuperar até 20% das capacidades e habilidades perdidas. 
Os pais também merecem apoio psicológico, pois costuma ser muito difícil saber 
que o filho que até então vinha desenvolvendo-se normalmente está a perder capacidades 
e habilidades de maneira quase totalmente irreversível. 
 
 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA 
 
Transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento 
caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na 
comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e 
estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades. 
Sinais de alerta no neurodesenvolvimento da criança podem ser percebidos nos 
primeiros meses de vida, sendo o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de 
idade. A prevalência é maior no sexo masculino. 
A identificação de atrasos no desenvolvimento, o diagnóstico oportuno de TEA e 
encaminhamento para intervenções comportamentais e apoio educacional na idade mais 
precoce possível, pode levar a melhores resultados a longo prazo, considerando a 
neuroplasticidade cerebral. 
Ressalta-se que o tratamento oportuno com estimulação precoce deve ser 
preconizado em qualquer caso de suspeita de TEA ou desenvolvimento atípico da criança, 
independentemente de confirmação diagnóstica. 
A etiologia do transtorno do espectro autista ainda permanece desconhecida. 
Evidências científicas apontam que não há uma causa única, mas sim a interação de 
fatores genéticos e ambientais. A interação entre esses fatores parecem estar relacionadas 
ao TEA, porém é importante ressaltar que “risco aumentado” não é o mesmo que causa 
fatores de risco ambientais. Os fatores ambientais podem aumentar ou diminuir o risco 
de TEA em pessoas geneticamente predispostas. Embora nenhum destes fatores pareça 
ter forte correlação com aumento e/ou diminuição dos riscos, a exposição a agentes 
químicos, deficiência de vitamina D e ácido fólico, uso de substâncias durante a gestação, 
prematuridade, baixo peso ao nascer, gestações múltiplas, infecção materna durante a 
gravidez e idade parental avançada são considerados fatores contribuintes para o 
desenvolvimento do TEA. 
O diagnóstico de TEA é essencialmente clínico, feito a partir das observações da 
criança, entrevistas com os pais e aplicação de instrumentos específicos. Instrumentos de 
vigilância do desenvolvimento infantil são sensíveis para detecção de alterações 
sugestivas de TEA, devendo ser devidamente aplicados durante as consultas de 
puericultura na Atenção Primária à Saúde. O relato/queixa da família acerca de alterações 
no desenvolvimento ou comportamento da criança tem correlação positiva com 
confirmação diagnóstica posterior, por isso, valorizar o relato/queixa da família é 
fundamental durante o atendimento da criança. 
Manifestações agudas podem ocorrer e, frequentemente, o que conseguimos 
observar são sintomas de agitação e/ou agressividade, podendo haver auto ou 
heteroagressividade. Estas manifestações ocorrem por diversos motivos, como 
dificuldade em comunicar algo que gostaria, alguma dor, algum incômodo sensorial, entre 
outros. Nestes momentos é fundamental tentar compreender o motivo dos 
comportamentos que estamos observando, para então propor estratégias que possam ser 
efetivas. Dentre os procedimentos possíveis temos: estratégias comportamentais de 
modificação do comportamento, uso de comunicação suplementar e/ou alternativa como 
apoio para compreensão/ expressão, estratégias sensoriais, e também procedimentos mais 
invasivos, como contenção física e mecânica, medicações e, em algumas situações, 
intervenções em unidades de urgência / emergência. 
 DIANÓSTICO PARA O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA 
 
De acordo com o DSM V,os primeiros sintomas do TEA geralmente são notados 
entre os doze e os vinte e quatro meses de vida do indivíduo. Antes dos doze meses, um 
ou outro atraso no desenvolvimento pode ser notado, mas os sintomas começam a se 
manifestar mais claramente após vinte e quatro meses. Traços de comportamento 
relacionado ao TEA aparecem na infância. Há crianças que introduzem atraso no 
desenvolvimento da linguagem dificuldade de comunicação com os colegas ou 
familiares, irritação em lugares lotados ou barulhentos, fascinação por objetos inusitados, 
estereótipos vocais e motores, falta de interações sociais onde uma rotina precisa ser 
seguida. 
A partir do segundo ano de vida da criança os sintomas tornam-se mais intensos, 
como, por exemplo, a criança tem muitos obstáculos na prática do jogo tem muita 
dificuldade para brincar usando a imaginação, quando pega os brinquedos, não consegue 
usá-los corretamente, não consegue ficar de pé por algum tempo, cai constantemente 
quando anda, tem muita dificuldade para falar, sua fala muitas vezes é incompreensível. 
No caso de Teixeira, a definição de Transtorno do Espectro Autista é um conjunto 
de condições comportamentais caracterizadas por distúrbios de desenvolvimento, 
aptidões sociais e distúrbios cognitivos e de comunicação em crianças. Os sintomas 
aparecem no primeiro ano de vida. O autor menciona a importância de conhecer as 
principais características, para que a diagnose seja feita o mais rápido possível, para que 
a criança tenha a oportunidade de não desenvolver todas as características do espectro. 
O diagnóstico é clínico depende de uma observação mais metódica a respeito da 
conduta e desenvolvimento do paciente, observação esta que deve se basear em 
entrevistas com os pais da criança, professores e demais pessoas que a acompanham. O 
profissional, então, com a ajuda de outros agentes, como psicólogos, fonoaudiólogos e 4 
pedagogos precisa investigar todas as condições da criança: histórico, social, afetivo, etc. 
Bem como, registrar informações sobre o parto e de todos os sinais que chamaram atenção 
dos pais desde seus primeiros meses de vida, sobre comportamentos da criança no meio 
social, escolar, lazer, seja com seus pares ou familiares. 
É comum observar em crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro 
Autista apresentam disfunções sensoriais bastante incomuns e peculiares, entre eles uma 
sensibilidade a estímulos sonoros, visuais, táteis e gustativos. A hipersensibilidade a 
estímulos auditivos traz um desconforto muito prejudicial à socialização da criança, e 
consequentemente há objeção para frequentar locais cheios e barulhentos. 
Usualmente os pais são os primeiros a notar certos comportamentos peculiares 
reproduzidos pelos seus filhos, desde então, começam a busca pela ajuda profissional. A 
devolutiva do diagnóstico aos pais, é um processo delicado, onde o profissional precisa 
saber passar e explicar todo o procedimento de maneira menos impactante, para que os 
mesmos possam aprender a aceitar e conviver com as diferenças de seus filhos, buscando 
por auxílio profissional para a criança passar por um bom tratamento. 
 
 
 
 TRATAMENTO PARA O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA 
 
Para dar ínicio ao tratamento do TEA é essencial um conhecimento 
psicoeducacional, ou seja, devemos informar a família, educadores, a criança e os outros 
profissionais inteirados no tratamento a respeito do diagnóstico. Alguns autores afirmam 
que o planejamento do tratamento deve ser de acordo com o desenvolvimento do paciente. 
Com crianças pequenas, a prioridade deveria ser terapia da fala, da interação 
social/linguagem, educação especial e suporte familiar. Já com adolescentes, os alvos 
seriam os grupos de habilidades sociais, terapia ocupacional e sexualidade. Com adultos, 
questões como as opções de moradia e tutela deveriam ser focadas. 
Entre os tipos de terapia os mais adequados são: 
• Equoterapia: 
Cada vez mais vem sendo utilizada no Brasil, por conta dos ótimos resultados. 
Essa modalidade de terapia, cobre todas as atividades e técnicas que utilizam o cavalo 
como intermediador, onde tem como foco maior educar ou reabilitar os pacientes que 
apresentam deficiência tanto física quanto psíquica. Este animal apresenta se muito 
inteligente, pois possui uma boa memória, o que o torna capaz de memorizar lugares, 
acontecimentos, objetos e pessoas, podendo inclusive, refletir a maneira como 
determinado indivíduo o trata. 
 
• Terapia Cognitiva Comportamental (TCC): 
Se mostrou muito efetiva no tratamento de vários transtornos surgidos na infância. 
Em relação ao TEA-AF, os estudos mostram grande eficiência em crianças e jovens. 
Reconhece- se que nessa abordagem, mesmo sendo adaptada para o atendimento infantil, 
implica que os pacientes demonstrem um nível cognitivo para que o trabalho seja efetivo. 
 
• O Applied Behavior Analysis (ABA): 
Exige uma verificação detalhada dos fatores ambientais e como isso interfere nos 
comportamentos da criança com TEA, buscando assim identificar os determinantes e os 
fatores que resultarão na sua repetição, informações essas que são de suma importância 
para delinear o acompanhamento dos processos de intervenção, em sua grande maioria 
os programas usam de habilidades verbais e de comunicação. A ABA investe de forma 
considerável na formação especifica dos terapeutas pra que haja resultados mais 
consistentes, também há um trabalho com participação dos pais, proporcionando uma 
estimulação mais intensiva no ambiente domiciliar. A interação com outras crianças da 
mesma faixa etária proporciona um ambiente social que permite experiências vivenciais 
para trocar ideias, papéis e compartilhar atividades que requerem negociação e discussão 
interpessoal para resolver conflitos. Dessa forma, suas habilidades sociais podem ser 
aprimoradas, sabendo que esse tipo de transtorno pode prejudicar o desenvolvimento 
social de algumas crianças desde os primeiros anos de vida. 
Neste sentido, a escola desempenha um papel importante na superação dos défices 
sociais destas crianças, promovendo o avanço das competências sociais, permitindo 
odesenvolvimento de novos conhecimentos e comportamentos. 
 INCLUSÃO DOS AUTISTAS NO AMBIENTE ESCOLAR 
 
O movimento para inclusão de crianças com Necessidades Educativas Especiais 
(NEE) na escola tem ocorrido mundialmente. Desde a década de 1990, com a Declaração 
de Jomtien, também conhecida como Declaração Mundial de Educação para Todos 
juntamente com a Convenção de Direito da Criança e a Declaração de Salamanca 
estabeleceu-se que toda pessoa (criança, jovem e adulto) deveria usufruir das 
oportunidades educacionais voltadas às suas necessidades de aprendizagem. Assim, como 
as pessoas com deficiência requerem atenção especial, devem ser tomadas medidas que 
garantam a igualdade de acesso à educação a elas como parte integrante do sistema 
educacional. 
Em vista disso, o sistema educacional precisou se reorganizar em prol da inclusão 
escolar. Tal processo visava importantes mudanças, principalmente na forma de interação 
dos profissionais voltados à educação. A partir de uma visão interdisciplinar, eles 
precisaram investigar o processo de aprendizagem de cada indivíduo, considerando que, 
devido à deficiência, ele ocorreria de forma singular, o que deveria se refletir na 
flexibilização curricular e na estruturação das séries. Assim, a educação especial passou 
a atuar no atendimento educacional especializado, funcionando como suporte ao trabalho 
de sala de aula e às relações escolares. 
No Brasil, o governo criou políticas e diretrizes que proporcionaram as condições 
de acesso aos espaços e aos recursos pedagógicos necessários à inclusão. Além disso, 
viabilizavam ferramentas que apoiam os profissionais na atuação e na compreensão da 
inclusão escolar, bem como no processo de organização da aprendizagem com vistas à 
valorização das diferenças, deforma a atender às necessidades educacionais dos alunos. 
Tais políticas incentivam a formação de professores para o atendimento especializado das 
crianças com deficiência, além de programas de incentivo da participação da família e 
das comunidades na escola. 
No entanto, estudos apontam que, mesmo com o incentivo do governo, há muitas 
dificuldades para a efetivação da inclusão. Tais dificuldades refletem a necessidade de 
formação qualificada e de apoio técnico no trabalho com os alunos, no entendimento do 
professor sobre a inclusão, devido às mudanças no cotidiano do seu trabalho, e, 
principalmente, no processo de ensino, que ainda está associado ao formato tradicional 
(ensinar-aprender), vinculado às premissas de ajuste ou correção do indivíduo, modelo 
que não viabiliza o processo de inclusão. 
No entanto, percebemos que a cada ano, recebemos em nossas salas de aulas, 
alunos que necessitam de um olhar mais apurado sobre o seu processo de escolarização. 
São alunos com diferentes condições, deficiências físicas, visuais, intelectuais, altas 
habilidades/superdotação e mais recentemente os alunos com Transtorno do Espectro 
Autista (TEA). Entende-se que a presença deste último segmento de estudantes na escola 
tem gerado a necessidade de aprimoramento das práticas educativas e pedagógicas, uso 
de recursos e principalmente da instrumentalização de professores para que possam 
compreender as especificidades que estes alunos apresentam nos processos de 
socialização e aprendizagem. 
Em função da especificidade dos TEA, a inclusão de crianças com tal diagnóstico 
provoca discussões frequentes sobre formas possíveis de intervenção na escola. Nesse 
sentido, faz-se necessário que o professor tenha conhecimento sobre as características de 
cada aluno com TEA para a construção das aulas e sua inclusão na turma .Esse processo 
precisa ser apoiado pela escola, para que o professor não se sinta incapaz ou frustrado 
com o desenvolvimento do seu trabalho. 
Nos últimos anos houve um crescimento considerável de crianças e jovens com 
TEA, frequentando as Escolas Comuns, este aumento, se deve a instituição de Leis e 
Políticas Públicas, fruto também da luta incansável de pais e familiares pelos direitos da 
pessoa com deficiência na sociedade. Recentemente, a Lei no 12.764/2012 - Lei Berenice 
Piana, estabeleceu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno 
do Espectro Autista, prevendo o acesso a um sistema educacional inclusivo em todos os 
níveis de ensino e atendimento por profissionais capacitados a desenvolver atividades 
com vistas à inclusão. 
De acordo com este novo ordenamento, o aluno com autismo tem garantido o seu 
direito de estar na escola e ter atendimento por profissionais preparados como preconiza 
a legislação. No entanto, ainda faltam condições apropriadas que garantam a permanência 
deste aluno na escola, principalmente no que tange a formação dos profissionais para 
atuar com a escolarização destes estudantes. Na prática, o que se tem percebido é o pouco 
conhecimento sobre esta condição de deficiência. Para Orrú (2012), as pessoas autistas 
são ainda pouco compreendidas pela sociedade, devido à falta de conhecimento sobre esta 
condição. Segundo a autora, o desconhecimento e a falta de informação sobre o autismo 
produz certa incompreensão, fazendo com que as pessoas reproduzam conceitos 
deturpados sobre o assunto. 
Estudos têm evidenciado que a comunicação por meio de imagens é uma das 
estratégias mais importante na intervenção no TEA. Devemos observar que a maioria dos 
autistas, possuem dificuldades em representar um objeto ausente, necessitando de 
instrumentos de apoio para que seja possível esta representação mental. Assim, através 
do uso de imagens a pessoa com TEA obtém uma melhor compreensão, que vem 
colaborar significativamente no processo de organização do pensamento e da linguagem. 
Desta forma, um dos principais motivos para utilização da linguagem visual é considerá-
la uma ferramenta importante para potencializar a aprendizagem destes estudantes. 
Materiais concretos como, figuras geométricas, peças coloridas e miniaturas 
também cumprem a mesma função, como recursos acessíveis representam um ganho 
significativo na aprendizagem, permitindo ao aluno com autismo o desenvolvimento de 
habilidades de observação, investigação, análise e raciocínio. A utilização destes 
materiais além de estimular a capacidade de construir significados desperta a atenção e 
promove a ampliação do seu vocabulário 
Já os jogos, dentre eles os de caráter lúdico cooperativo são importantes à medida 
que promovem o desenvolvimento cognitivo, emocional e social do autista. São 
considerados relevantes, pois estimulam aspectos afetivos, proporcionando ganhos em 
habilidades sociais. Sendo assim, um instrumento significativo no processo de inclusão 
escolar. 
É importante reconhecer que todos os recursos que a escola pode oferecer aos 
estudantes com TEA podem oportunizar a aprendizagem contribuindo, assim, para a 
superação das dificuldades seja na comunicação e socialização, bem como impulsionar o 
desenvolvimento do aluno. Considera-se, portanto que a utilização destes instrumentos 
têm resultado em novas aprendizagens, ajudando na construção de conceitos e no 
desenvolvimento desde aluno no ambiente escolar.

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