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Tipos de Redes APRESENTAÇÃO As redes possibilitam interligar computadores, empresas e pessoas. Por meio de uma rede local (LAN), é possível conectar um grupo de computadores e dispositivos periféricos que se encontram em um mesmo local. Ainda, uma rede local pode ser conectada por meio de roteadores, criando uma rede de longa distância (WAN) – a Internet é um exemplo de WAN. Com relação ao meio que as conecta, com fios ou sem fios, as redes podem ser amplamente classificadas. Redes com fios utilizam o cabo para conectar computadores e podem ser classificadas conforme o número de equipamentos que são conectados ou a distância atendida. Redes sem fios também são classificadas pelos mesmos parâmetros, mas fazem uso de tecnologias sem fios para transmissão de dados – Wi-Fi e Bluetooth são exemplos. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer os principais tipos de redes existentes, bem como suas características. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Listar os principais tipos de redes.• Descrever redes com fios.• Caracterizar redes sem fios.• DESAFIO As redes de computadores estão presentes no dia a dia das pessoas em diferentes lugares, desde grandes e médias empresas, pequenos escritórios, até suas casas, facilitando a comunicação, o compartilhamento de impressoras, documentos, aplicativos, entre outras facilidades. Tendo isso em vista, considere o seguinte cenário: 1 Você é gerente de redes da companhia e foi chamado porque a equipe de vendas do Escritório B precisa acessar o servidor de arquivos do Escritório A. Diante disso, qual solução você pode prover? Justifique sua resposta, apontando vantagens e desvantagens da rede escolhida. INFOGRÁFICO As redes WLAN (rede local sem fio) apresentam benefícios como mobilidade e fácil instalação; além disso, possibilitam oferecer Wi-Fi a clientes nos estabelecimentos comerciais, o que pode se configurar como vantagem competitiva. No entanto, uma de suas desvantagens está na segurança, pois, como o acesso a ela se dá por um meio sem fio, qualquer invasor pode conseguir explorar falhas nas configurações do access point ou de outros dispositivos da rede. Pensando nisso, no Infográfico a seguir, veja como deixar sua rede WLAN mais segura. 2 3 CONTEÚDO DO LIVRO As redes possibilitam que computadores e dispositivos se conectem e troquem informações por diferentes meios. As redes LAN (rede de área local), WLAN (rede local sem fio) e WAN (rede de longa distância) são as mais populares e, consequentemente, as mais comentadas. Cada uma delas é projetada para operar sobre alguns meios e alcances. Há, também, outros tipos de redes, como a rede de área pessoal (PAN), a rede de área de armazenamento (SAN), a rede privada empresarial (EPN), a rede privada virtual (VPN), etc. No capítulo Tipos de redes, da obra Cabeamento estruturado, você encontrará mais informações sobre os diferentes tipos de redes, suas classificações e características. Boa leitura. 4 Tipos de redes Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Listar os principais tipos de redes. Descrever redes com fio. Caracterizar redes sem fio. Introdução As redes são fundamentais para nosso dia a dia, sendo necessárias para tudo, como acessar a internet, imprimir um documento, acessar um e- -mail ou mandar uma mensagem via WhatsApp. As redes são a espinha dorsal da comunicação entre pessoas e entre negócios. Elas podem abranger um pequeno número de dispositivos em uma casa ou milhões de dispositivos espalhados por todo o mundo e podem ser definidas com base em propósito e/ou tamanho. Neste capítulo, você vai estudar sobre os tipos mais comuns de redes: as redes PAN, LAN, CAN, MAN, SAN, WAN, WLAN, VPN e EPN. Você também vai conhecer as características das redes com e sem fio. Principais tipos de redes Conforme Forouzan e Mosharraf (2013), existem dois tipos básicos de redes: as LANs (local area networks) e as WANs (wide area networks). As LANs são redes locais, enquanto as WANs são redes de longo alcance. Entretanto, ao analisar outras características, como quantidade de equipamentos e distâncias envolvidas, podemos ramifi car esses tipos em redes mais específi cas, as quais Kurose e Ross (2010) e Tanenbaum e Wetherall (2011) classifi cam conforme apresentado a seguir. 5 Rede de área pessoal (PAN) A rede de área pessoal (PAN) corresponde ao menor e mais básico tipo de rede e, geralmente, gira em torno de uma pessoa. É composta por alguns dispositivos (devices), como um computador, um roteador, um smartphone ou tablet e impressoras (Figura 1). A PAN é comumente encontrada em pequenos escritórios ou residências, ou até mesmo no carro, com um kit multimídia conectado via Bluetooth no celular. O administrador dessa rede é a própria pessoa que a usa. Esse tipo de rede pode fazer uso de redes de curta distância, como Bluetooth, ZigBee, cabos ou Wi-Fi. Com a popularização da IOT (internet of things, ou internet das coisas), essa rede conta com cada vez mais dispositivos. Figura 1. Uma rede PAN, em que as conexões giram em torno de uma pessoa e seus devices. Fonte: Adaptada de Andrey Suslov/Shutterstock.com. Para saber mais sobre a IOT, acesse o link a seguir. https://qrgo.page.link/53Hqu Tipos de redes 6 Rede de área local (LAN) Ao trabalhar com redes, provavelmente o termo mais comum que você vai ouvir é LAN, para se referir a uma rede de computadores. São as redes mais comuns e mais simples. Uma LAN conecta, por meio de cabos, um conjunto de computadores e dispositivos a distâncias curtas, para compartilhar informações e recursos. Com o uso de roteadores, as redes LAN podem se conectar a redes WAN (Figura 2), para transferir dados. Figura 2. Uma rede LAN. Fonte: Adaptada de Ohmega1982/Shutterstock.com. Rede de área campus (CAN) Uma LAN geralmente atende a uma rede empresarial em um mesmo prédio. Quando é preciso ter uma área maior de cobertura, podemos ter uma CAN ou uma rede metropolitana (MAN); a diferença entre elas é basicamente a distância que elas atendem. Uma CAN é maior do que uma LAN, mas menor do que uma rede MAN. Geralmente, essa nomenclatura se aplica à rede em que há vários prédios a serem conectados em uma região próxima, como uma Tipos de redes 7 universidade ou uma empresa que possui mais de um prédio. O intuito da CAN é o mesmo de uma LAN: compartilhar recursos. Rede metropolitana (MAN) Uma MAN possui o objetivo de uma LAN: compartilhar recursos. E, tratando- -se de uma MAN, o recurso pode ser uma Intranet ou, até mesmo, o acesso à Internet. A MAN compreende uma cidade ou um município, e sua manutenção se dá por uma empresa ou organização, como uma prefeitura. Atualmente, em pequenas cidades, muitos provedores de acesso à internet são MAN, conectando os clientes da cidade até a central da provedora, que possibilita a conexão com a Internet. Muitas prefeituras de pequenos municípios ligam sua sede a outras autarquias e prédios, para que os mesmos tenham acesso à Intranet. Rede de longa distância (WAN) As WANs conectam LANs, computadores e devices em grandes distâncias físicas, possibilitando, assim, que dispositivos se comuniquem remotamente, mesmo estando separados por quilômetros e quilômetros de distância. Uma rede WAN, conforme mostra a Figura 3, pode conectar, por meio de roteadores, várias redes LAN. A Internet é um exemplo de rede WAN, que conecta cada rede LAN à rede mundial de computadores. Essa rede é mantida por várias empresas, pessoas, entidades e governos. Figura 3. Interligações de redes LAN, formando uma WAN. Fonte: Teguh Jati Prasetyo/Shutterstock.com. Tipos de redes 8 Rede local sem fio (WLAN) Uma WLAN possui os mesmos objetivos de uma rede LAN, entretanto, usa como meio de comunicação as redes sem fi o, como Wi-Fi, LoRa, WiMAX, Bluetooth e ZigBee, dispensando, assim, cabos físicos para a transmissãode dados. Rede de área de armazenamento (SAN) Esse tipo de rede possui um fi m muito específi co, que é interligar dispositivos de armazenamento de arquivos com alta velocidade a vários servidores, independente- mente de uma rede LAN ou WAN. Ou seja, é uma rede própria entre o dispositivo e os servidores. Uma unidade de armazenamento de dados pode ser acessada da mesma maneira que uma unidade conectada diretamente a um servidor. Para saber mais sobre as SANs, acesse o link a seguir. https://qrgo.page.link/43Wam Rede privada empresarial (EPN) A EPN é um tipo específi co de rede, planejado para que empresas possam conectar suas fi liais com segurança, com o objetivo de compartilhar recursos. Rede privada virtual (VPN) Uma VPN é uma extensão de uma rede privada, possibilitando que, de forma virtualizada, equipamentos conectados remotamente se comportem como se estivessem conectados à rede privada. Por meio de uma VPN, que é uma conexão ponto a ponto, os usuários podem acessar uma rede privada mesmo estando em outra local. Isso é possível porque a VPN faz uso da Internet para estabelecer um túnel de comunicação privada e segura com outra rede. A Figura 4 ilustra uma VPN. Tipos de redes 9 Figura 4. Rede VPN. Fonte: Adaptada de MaDedee/Shutterstock.com. Redes com fio Uma LAN, como já mencionado, consiste em um grupo de computadores e dispositivos que estão em um local específi co, conectados por meio de um cabo Ethernet. Sua casa ou seu escritório pode ter uma LAN, desde que um ou mais dispositivos estejam usando cabos para trocar informações. Inicialmente utilizadas em universidades na década de 1960, as LANs foram empregadas em sistemas de biblioteca, bem como para registrar notas de alunos e compartilhar recursos de equipamentos, como impressoras ou arquivos. Conforme lecionam Tanenbaum e Wetherall (2011), com o desenvolvimento da Ethernet, em 1976, as LANs se popularizaram, e teve início o uso comercial dessa tecnologia. No início dos anos 1980, muitas empresas tinham uma rede de Intranet composta por centenas de computadores, que compartilhavam impressoras e armazenamento de arquivos. A Ethernet é um protocolo de rede presente na camada de enlace. Tipos de redes 10 Com a popularização do protocolo Ethernet, o desenvolvimento de produtos e softwares ganhou forma, e empresas como Novell, Microsoft, Cisco, entre outras, começaram a distribuir softwares e equipamentos para o gerencia- mento de LANs. Esses recursos de software se tornaram populares, tanto que, atualmente, fazem parte dos sistemas operacionais, facilitando a criação e a manutenção de redes. A popularização e a facilidade de gerenciar redes possibilitou que pequenas empresas, escritórios e residências conectassem seus equipamentos em rede, compartilhando recursos como impressoras, scanners ou arquivos. Arquiteturas de rede Segundo Pressman e Maxim (2016), uma rede LAN pode ser categorizada como arquitetura de mestre-escravo, arquitetura cliente-servidor de duas camadas, arquitetura cliente-servidor de multicamadas, arquitetura distribuída de componentes ou arquitetura ponto a ponto. Esses tipos de arquitetura são descritos a seguir. A Figura 5 ilustra uma rede cliente-servidor, que é uma das arquiteturas mais utilizadas. Figura 5. Exemplo de LAN cliente-servidor. Fonte: Adaptada de Ohmega1982/Shutterstock.com. Tipos de redes 11 Arquitetura cliente-servidor: nela, temos o servidor como um equi- pamento mais robusto, frente a computadores desktop, que possuem funções ou serviços para rede, como DHCP, DNS, armazenamento de arquivo ou compartilhamento de impressora. Assim, os clientes fazem uso dos servidores para realizar suas tarefas. É uma das formas de arquitetura mais simples. Arquitetura mestre-escravo: o mestre é responsável por realizar o processamento, a coordenação e a comunicação. Essa arquitetura é geralmente usada para realizar serviços em tempo real. Os escravos são dedicados a ações específicas, como adquirir e mostrar dados. Arquitetura cliente-servidor de N camadas: nela, temos os ser- vidores como equipamentos mais robustos, que realizam serviços específicos. Os clientes são computadores desktop que fazem uso da rede e dos serviços dela. Os diferentes serviços, como DHCP, DNS, armazenamento de arquivo, compartilhamento de impressora e servidores de aplicação, são executados cada um em um servi- dor. Assim, os clientes fazem uso dos servidores para realizar suas tarefas. É uma das expansões da arquitetura cliente-servidor, com maior escalabilidade. Arquitetura distribuída de componentes: nessa arquitetura, os sistemas e serviços de rede atuam como um conjunto de serviços, em que cada serviço roda de forma separada, possuindo interface própria, para que os componentes se comuniquem por meio de um middleware. Essa arquitetura apresenta uma maior f lexibilidade na prestação de serviços, sendo altamente escalável e de fácil reconfiguração. Arquitetura ponto a ponto: nela, não há servidores; pode haver computadores que compartilham pastas ou impressoras, mas não há um ponto central na rede (Figura 6). Dessa forma, qualquer cliente na rede pode ser um servidor de impressão ou de arquivos. As redes domésticas geralmente são redes ponto a ponto. As redes domésticas ponto a ponto são fáceis de se manter e de compartilhar recursos; atualmente, elas têm se expandido, apresentando mais recursos, como SmartTVs, assistentes pessoais, sistemas de segurança e até geladeiras. Tipos de redes8 12 Figura 6. Exemplo de LAN ponto a ponto. Fonte: Adaptada de Ohmega1982/Shutterstock.com. Roteador Cliente 2Hub switch Cliente 1 Cliente 3 Redes sem fio As redes sem fi o são chamadas de WLAN. Os dispositivos dessa rede usam ondas de rádio de alta frequência para a transmissão de dados. Conforme leciona Forouzan (2010), é uma das tecnologias que mais cresce atualmente e se concentra no padrão IEEE 802.11, Wireless Ethernet. As redes WLAN são cada vez mais populares, devido às suas vantagens em relação às redes com fi o, como a grande quantidade de dispositivos suportados (Figura 7), a facilidade em confi gurar sem a necessidade de instalação de cabos e a mobilidade gerada, por não depender de um fi o. Por esses motivos, tornaram-se comuns em empresas, casas e áreas públicas. Entretanto, as WLANs apresentam maiores riscos quanto à segurança, pois é mais fácil obter acesso indevido a elas, principalmente se não estiverem criptografadas. Além disso, a estabilidade de uma rede sem fio é inferior a uma rede cabeada, o que pode ocasionar perda de pacotes e diminuição de velocidade. Conforme leciona Mendes (2007), uma rede WLAN pode ser usada como extensão de uma rede LAN, possibilitando, assim, uma maior flexibilidade na rede. É importante ressaltar que as redes sem fio podem usar outras tecnologias além do Wi-Fi, como, WiMAX, Bluetooth, ZigBee e LoRa. Tipos de redes 13 Figura 7. Componentes de uma rede WLAN. Fonte: Adaptada de Ohmega1982/Shutterstock.com. AP Ponte Servidor I Hub switch Cliente Cliente Cliente Servidor II Servidor I Cliente Cliente Cliente Celular Notebook PDA Hub Clientes Acesse o link a seguir para saber mais sobre a tecnologia LoRa. https://qrgo.page.link/9mgTk FOROUZAN, B. A. Comunicação de dados e redes de computadores. Porto Alegre: AMGH, 2010. FOROUZAN, B. A.; MOSHARRAF, F. Redes de computadores: uma abordagem top-down. Porto Alegre: AMGH, 2013. KUROSE, J. F.; ROSS, K. W. Redes de computadores e a internet: uma abordagem top-down. 5. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2010. MENDES, D. R. Redes de computadores: teoria e prática. 1. ed. São Paulo: Novatec, 2007. PRESSMAN, R. S.; MAXIM, B. R. Engenharia de software: uma abordagem profissional. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. TANENBAUM, A. S.; WETHERALL, D. Redes de computadores. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. Tipos de redes 14 DICA DO PROFESSOR Uma rede de computadores possibilita que um grupo de computadores e outros dispositivosde hardware se conectem por meio de canais de comunicação, facilitando a comunicação e o compartilhamento de recursos entre diversos usuários. Os três principais tipos de rede são a LAN (rede de área local), a MAN (rede metropolitana) e a WAN (rede de longa distância), mas vale destacar, ainda, a rede privada virtual, mais conhecida como VPN (do inglês Virtual Private Network), a qual possibilita interligar LANs usando-se a Internet. A seguir, na Dica do Professor, saiba mais sobre a VPN, suas vantagens e desvantagens. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Entre os tipos básicos de redes, é possível citar as LANs (Local Area Networks) e as WANs (Wide Area Networks). No entanto, também há outras categorias, como as PANs (Personal Area Networks). Sobre as características das PANs, analise as afirmativas a seguir. I. As redes PAN são centradas em uma pessoa. II. As redes PAN são caracterizadas por redes que usam exclusivamente Wi-Fi. III. Com redes PAN é possível criar redes virtuais entre LANs. Verifica-se que está(ão) correta(s): A) apenas a afirmativa I. B) apenas a afirmativa II. C) apenas as afirmativas II e III. 15 D) apenas as afirmativas I e II. E) apenas as afirmativas I e III. 2) O termo LAN (Local Area Network) talvez seja o mais popular ao se referir a redes domésticas e empresariais. Com relação às características desse tipo de rede, analise as afirmativas a seguir. I. As redes LAN conectam grupos de computadores e dispositivos em distâncias longas. II. Com o uso de roteadores é possível conectar redes LAN a redes WAN. III. Uma rede LAN, quando não faz uso de fios, é chamada de WLAN. Verifica-se que está(ão) correta(s): A) apenas a afirmativa I. B) apenas a afirmativa II. C) apenas as afirmativas I e III. D) apenas as afirmativas I e II. E) apenas as afirmativas II e III. Uma LAN é um grupo de computadores e dispositivos que estão conectados por meio de um cabo Ethernet em um mesmo local. Já as WANs conectam computadores por distâncias físicas mais longas. Sobre esses dois tipos de redes, analise as afirmativas a seguir. I. Duas ou mais redes LAN podem ser conectadas por meio de uma rede WAN. 3) 16 II. A Internet é um exemplo de rede WAN, conectando computadores remotamente. III. As redes WAN são menores que redes como CAN e SAN. Verifica-se que está(ão) correta(s): A) apenas a afirmativa I. B) apenas a afirmativa II. C) apenas a afirmativa III. D) apenas as afirmativas I e II. E) I, II e III. 4) Com o lançamento da Ethernet e o desenvolvimento de produtos de software para gerenciar as redes LAN, é possível criar redes domésticas, que são geralmente classificadas como redes ponto a ponto. Tendo isso em vista, analise as afirmativas a seguir. I. Nas LANs ponto a ponto, os dispositivos da rede são conectados aos servidores para processamento e armazenamento de grandes arquivos. II. Com uma LAN ponto a ponto não é possível compartilhar uma impressora, por exemplo. III. Em uma LAN ponto a ponto, cada computador pessoal e dispositivo compartilha igualmente a rede. Verifica-se que está(ão) correta(s): 17 B) apenas a afirmativa II. C) apenas a afirmativa I. D) apenas as afirmativas I e III. E) apenas as afirmativas II e III. 5) As arquiteturas de rede podem ser categorizadas conforme suas aplicações e são fatores determinantes para possibilitar a escalabilidade, por exemplo. Uma arquitetura altamente escalável e que faz uso de um middleware é conhecida como: A) arquitetura mestre-escravo. B) arquitetura cliente-servidor. C) arquitetura ponto a ponto. D) arquitetura de componentes. E) arquitetura cliente-servidor de N camadas. NA PRÁTICA As redes WLAN (redes locais sem fio) podem fazer uso de diferentes componentes, como access points, wireless bridges e clientes. Os access points (pontos de acesso, em português) são pontos de acesso para clientes se conectarem à rede, ao passo que os bridges (pontes, em português) servem para interligar redes. A seguir, Na Prática, veja como os wireless bridges podem ser usados para criar WLANs, que interligam LANs. A) apenas a afirmativa III. 18 19 SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Qual a diferença entre Wireless, Wi-Fi, WiMAX e WLAN? Existe diferença entre dizer “minha rede Wireless” e “minha rede Wi-Fi”? Todo Wireless é Wi- Fi? E, quando você quer se conectar à Internet em um restaurante, pergunta ao garçom a senha do Wi-Fi ou da WLAN? No link a seguir, entenda a diferença entre essas expressões. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Por que usar uma VPN O uso de VPN é um recurso poderoso. Basicamente, uma VPN permite acesso remoto a recursos de uma rede local, ainda que você não esteja fisicamente conectado a essa rede. No link a seguir, descubra por que usá-la e veja como escolher a melhor. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Sistemas distribuídos Aproveite para enriquecer seus conhecimentos estudando o Capítulo 3.2 — Tipos de redes desta obra, que apresenta os principais tipos de redes usados pelos sistemas distribuídos. 20 Projetos de cabeamento estruturado APRESENTAÇÃO Um projeto de cabeamento estruturado é uma maneira padronizada de confeccionar uma rede – seja ela de telefonia, de internet ou de algum outro tipo –, minimizando custos e maximizando possíveis expansões ou modificações de layout que possam ser realizadas no futuro. Isso acontece porque toda a estrutura de tráfego de dados, voz (telefonia), multimídia (som ambiente ou vídeo) pode ser transmitida através do mesmo cabo e com a mesma infraestrutura (tomadas, conectores e painéis). Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá a caracterizar um projeto de cabeamento estruturado tanto para organizações quanto para residências, conhecendo as fases de implantação e os principais componentes desse tipo de projeto. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Caracterizar um projeto de cabeamento estruturado.• Identificar as fases de um projeto de cabeamento estruturado.• Listar os componentes de um projeto de cabeamento estruturado.• DESAFIO Uma estrutura de rede que atenda às necessidades de uma empresa pode ser um diferencial no mercado, uma vez que a empresa pode oferecer serviços mais relevantes e ágeis quando seus processos internos trafegam com maior fluidez. 21 22 INFOGRÁFICO A sala de equipamentos talvez comporte a maior parte dos equipamentos de alta complexidade e também de alto custo da estrutura de cabeamento estruturado. Assim, essa sala deve apresentar características que possibilitem a sua boa operação, seja em seu funcionamento normal ou em situações em que seja necessário realizar alguma espécie de manutenção em seus equipamentos e cabos. No Infográfico a seguir, você verá mais informação sobre uma série de características que devem ser bem planejadas na sala de equipamentos, como climatização, iluminação e alimentação dos equipamentos. 23 24 CONTEÚDO DO LIVRO As organizações estão sempre passando por mudanças que exigem a movimentação ou reorganização de espaços de trabalho, de pessoas e dos serviços que elas executam para melhor atender às demandas impostas pelo mercado. O sistema de cabeamento estruturado é planejado para acomodar frequentes mudanças, acréscimos e alterações, uma vez que um sistema de cabeamento estruturado é a base de uma rede de informações moderna. No capítulo Projetos de cabeamento estruturado, da obra Cabeamento estruturado, você vai conhecer as características de um projeto de cabeamento estruturado, bem como identificar os componentes e as fases de um projeto desse tipo – desde sua concepção até sua certificação. Boa leitura. 25 Projetos de cabeamento estruturado Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Caracterizar um projeto de cabeamento estruturado. Identificar as fases de um projeto de cabeamento estruturado. Listar os componentes de um projeto de cabeamento estruturado. Introdução Projetos de cabeamento estruturado possuem como premissa básica fornecer um sistema organizado e estável de rede, de forma que sejam disponibilizados os serviços de rede necessários à execução das tarefas da empresa. A flexibilidade também deve ser observada nesse sistema, tendo em vista as constantes mudanças que as empresas precisam apresentar para se manterem competitivas no mercado. Neste capítulo, você vai estudar o projeto de cabeamento estruturado, identificando suas fases e suas principais características. Por fim, você vai estudar os principais componentes de um projeto dessa magnitude. Conceito Um projeto de cabeamento estruturado elaborado de forma correta pode ser um diferencial para a realização efi ciente de diversas atividades das empresas. O projeto de cabeamento é algo amplo, que defi ne todos os detalhes de uma rede de comunicação, atendendo a todos os seus requisitos e prevendo inúmeras situações, como facilidade de manutenção, de modifi cação e de expansão da rede. Muitas vezes, a manutenção de uma rede de computadores pode ser extre- mamente complexa, se tal rede não foi projetada da melhor forma possível. Por exemplo, a simples falta de identificação dos cabos que compõem uma rede de computadores pode afetar de forma muito negativa a manutenção da 26 mesma. No momento em que um ponto de rede apresentar problemas, será trabalhoso identificar qual é o cabo que apresenta problemas, para que um teste detalhado do mesmo seja realizado. Na Figura 1, podemos observar um exemplo desse problema citado. Vemos uma falha no projeto de uma rede de computadores, que resultou em um emaranhado de cabos soltos, desorganizados e sem nenhuma identificação visível. Dessa forma, identificar e corrigir um cabo com problema pode ser uma tarefa complexa. Esse tipo de situação poderia ser evitado por meio de um bom projeto de rede. Figura 1. Exemplo de rede com emaranhado de cabos desorgani- zados, causando dificuldades na realização de tarefas simples de manutenção da rede. Fonte: xfilephotos/Shutterstock.com. O projeto de cabeamento estruturado engloba uma grande quantidade de situações que devem ser planejadas, uma vez que não somente a rede de computadores deve ser planejada, mas toda a estrutura de tráfego de informações. Fazem parte dessa estrutura de tráfego de informações a cen- tral de linhas telefônicas, os sinais de televisores a cabo (no caso de redes residenciais), os pontos de rede sem fio, como o Wi-Fi, dentre diversos outros tipos de redes. Por exemplo, na indústria, podemos ter dispositivos industriais com redes específicas, que enviam suas informações a unidades de controle ou computadores, para monitoramento e controle de suas funcionalidades, conforme aponta Tanenbaum (1997). Projetos de cabeamento estruturado 27 Nas empresas, a rede demandada pelo sistema telefônico pode ser tão complexa quanto a própria rede de computadores, podendo existir mais pontos de acesso de telefone do que pontos de acesso de rede. As possibilidades de manutenção e expansão ou alteração da rede telefônica devem ser planejadas da mesma forma que a rede convencional de computadores. Podemos observar que, no projeto de cabeamento estruturado, é necessá- ria uma visão ampla do negócio, dos equipamentos que serão utilizados, da quantidade de equipamentos e das possibilidades de mudanças no ambiente. Na Figura 2, podemos observar um exemplo de boas práticas em um projeto de cabeamento estruturado. Vemos cabos com cores diferentes, que podem denotar andares ou, até mesmo, salas ou setores diferentes; essas cores podem ajudar a identificar e encontrar cabos durante uma manutenção ou em outras situações, como uma modificação ou expansão. Além disso, podemos observar que os cabos estão identificados com uma numeração, que pode indicar de qual ponto de distribuição se trata. Figura 2. Exemplo de boas práticas em um projeto de cabeamento estruturado: identificação por cores e numeração. Fonte: Tawan Jz/Shutterstock.com. Projetos de cabeamento estruturado 28 Normalmente, um projeto de cabeamento estruturado possui alguns sub- sistemas em sua estrutura, conforme listado a seguir. Entrada do edifício — normalmente, a rede externa é conectada à rede interna por meio desse subsistema. Sala de equipamentos — nesse subsistema, são instalados os equipa- mentos utilizados para a disponibilização do sistema de rede. Normal- mente, é o local onde servidores e outros equipamentos e elementos da rede se encontram instalados, de forma a proporcionar a comunicação e o tráfego de todas as informações da empresa. Sala de telecomunicações — nesse subsistema, são instalados os dis- positivos de terminação e os cabos utilizados na conexão das áreas de trabalho. O usual é ter uma sala de telecomunicações em cada andar do prédio que a empresa ocupa. Porém, em muitos casos, essa “sala” é um pequeno rack no andar ou, até mesmo, dentro de uma sala. Área de trabalho — computadores e outros equipamentos compõem a área de trabalho. A partir desse espaço, os funcionários vão fazer uso das funcionalidades disponíveis na rede. Cabeamento de backbone — realiza a ligação das salas de equipa- mentos e das salas de telecomunicações disponíveis nos andares do prédio da empresa. Cabeamento horizontal — para que os equipamentos dos usuários tenham o devido acesso à rede, é utilizado o cabeamento horizontal para distribuir o sinal de rede para todas as estações de trabalho presentes na empresa. Fases de um projeto de cabeamento estruturado Segundo Fey e Gauer (2014), um projeto de cabeamento estruturado possui algumas fases, que são processos básicos que o projeto deve seguir para atingir um resultado satisfatório e evitar problemas. São elas: 1. levantamento dos requisitos; 2. elaboração do projeto; 3. execução do projeto; 4. certificação do cabeamento. Projetos de cabeamento estruturado 29 Da mesma forma que um projeto de software, normalmente, um projeto de cabeamento utiliza um modelo de implementação em cascata — ou seja, cada uma das fases é planejada e executada conforme o cronograma, uma após a outra. Em sua primeira fase, é realizado o levantamento de requisi- tos. Geralmente, nessa fase, o projetista entrevista o responsável técnico da empresa do cliente (que pode ou não possuir um responsável técnico, próprio ou terceirizado) ou mesmo o proprietário da residência, se for o caso. Nor- malmente, são analisadas diversas características das instalações já existentes (caso seja um empreendimento já em operação) ou das instalações que serão construídas ou que já estão em construção. Por meio dessa entrevista, o projetista pode compreender diversos detalhes do projeto, como a estrutura física, a necessidade de serviços atuais e futuros e a disponibilidade financeira para o projeto. A disponibilidade financeira do cliente é um fator muito importante para o projeto em questão. Em se tratando de empresas, normalmente, elas possuem um planeja- mento estratégico, que projeta seu crescimento para um período à frente. Tal planejamento pode definir diversas situações relevantes à etapa de projeto da instalação. A seguir, temos alguns exemplos dessas situações. Exemplo 1: em um período de 5 anos, a empresa vai dobrar sua estru- tura; consequentemente, a necessidade de estrutura de redes também será dobrada. Exemplo 2: em um período de 3 anos, a empresa vai sair das instalações atuais e construir uma nova estrutura para abrigar a empresa. O planejamento estratégico é uma ferramenta de gestão muito utilizada pelas empresas e se destaca bastante no processo de preparação da empresa para o futuro. Nele, são estabelecidos objetivos, são confeccionados planos, e é definida a orientação a ser seguida. Em virtude da globalização, do constante avanço tecnológicoe da competitividade crescente, no ambiente em que as empresas estão inseridas, é muito comum a ocorrência de mudanças. Assim, estar preparada para diferentes situações é um diferencial para o sucesso da empresa. Dessa forma, podemos definir o plane- jamento estrátegico como uma metodologia que define metas, direciona recursos, estimula ações e, ainda, ajuda na tomada de decisões que estejam alinhadas aos objetivos da empresa. Projetos de cabeamento estruturado 30 Com base nas situações que podem ser evidenciadas no planejamento da empresa, o projetista pode tomar diversas decisões, que podem ser afetadas, inclusive, pela disponibilidade financeira do cliente. No Exemplo 1, temos uma disponibilidade financeira saudável o suficiente para realizar o projeto de cabeamento tendo como base a expansão da empresa. Nesse caso, poderia ser efetuado um projeto que atendesse à demanda planejada para o período futuro, com todos os pontos de acesso já instalados. Já em uma situação financeira pouco favorável, o projeto poderia ser implementado de forma que fosse possível a expansão gradual dos pontos de acesso, comportando o crescimento da empresa e evitando desperdícios. Em caso de instabilidade financeira, o projeto de cabeamento deve ter como princípio evitar desperdicios. Assim, adquirir um rack maior, observando o crescimento da estrutura de rede, pode ser um melhor investimento do que adquirir um rack que suporte apenas a situação atual. Isso porque, na ocorrência de crescimento imprevisto, será necessário adquirir um rack maior, desinstalar e descartar o anterior e realizar a instalação da estrutura anterior no novo rack, além de realizar a nova implementação. Isso gera o desperdício de componentes e, também, de mão de obra. Com um rack maior desde o princípio, em caso de necessidade de mudanças, a estrutura atual permaneceria igual, sendo necessário apenas implementar a nova estrutura. No Exemplo 2, o projetista deve analisar o crescimento da empresa até o período em questão e projetar a estrutura a ser instalada de acordo com o período em que a empresa ainda vai estar em operação nas instalações atuais. Após esse período, de acordo com o planejamento do exemplo, a empresa será transferida para novas instalações. Dessa forma, investir em um projeto com capacidade além da que será verdadeiramente utilizada no endereço atual seria um completo desperdício. Na elaboração do projeto de cabeamento estruturado, todas as etapas de implantação, bem como a mão de obra necessária para a implantação da mesma, devem ser previamente definidas, assim como todos os materiais que serão utilizados. Todos os detalhes do projeto devem ser planejados, como: quais padrões serão adotados, qual será o caminho que os cabos da rede vai percorrer até o destino, que tipo de tubulação ou eletrocalhas de passagem será utilizado, etc. Cada detalhe deve ser planejado de forma minuciosa, para que a Projetos de cabeamento estruturado 31 implantação do projeto prossiga como uma receita de bolo. Na Figura 3, pode- mos observar um exemplo de instalação de cabos dentro de uma eletrocalha. Figura 3. Exemplo de cabos de rede em eletrocalhas. Fonte: Marcin Osman/Shutterstock.com. Após a elaboração do projeto, inicia-se a implantação, em que todos os componentes previstos são instalados e configurados conforme o planeja- mento. Nesse ponto, como em qualquer outro projeto de implantação, algumas situações inesperadas podem vir a ocorrer. Por exemplo, uma parede que deveria ser perfurada para a passagem de tubulações ou eletrocalhas pode ser identificada como contendo uma viga de sustentação; com isso, ela não poderá ser perfurada, pois isso abalaria ou enfraqueceria a estrutura do prédio. Tendo em vista esse tipo de situação, devem existir planejamentos de contingência no projeto, para que imprevistos não atrasem o cronograma. Uma vez concluída a implantação do projeto, temos a etapa de certificação, em que serão realizados testes de aceitação, continuidade e desempenho do cabeamento instalado. Tal certificação é obtida por meio de uma série de testes, realizados de acordo com os padrões e as normas de entidades de normatização (p. ex., as normas do American National Standards Institute, da Associação das Indústrias de Telecomunicações, da Organização Internacional de Normalização ou da Associação Brasileira de Normas Técnicas). Esses testes normalmente são realizados utilizando equipamentos ou fer- ramentas que fornecem um relatório, indicando que o teste foi realizado com sucesso, ou com insucesso. Eles podem ser realizados pela própria equipe da Projetos de cabeamento estruturado 32 empresa; porém, normalmente, é contratada uma empresa especializada nesse tipo de certificação (normalmente, empresas do ramo de telecomunicação). Na Figura 4, temos um exemplo de teste sendo realizado em um cabo de rede por um equipamento que checa a qualidade da instalação. Figura 4. Teste sendo realizado em um cabo de rede. Fonte: Anucha Cheechang/Shutterstock.com. Por meio dessas quatro fases estudadas, é possível criar e implantar um projeto de cabeamento estruturado de qualidade. Deve-se buscar incluir todos os requisitos levantados no projeto, que deve atender não somente aos requisitos de necessidade imediata, mas também às diversas situações que podem vir a ocorrer, como mudanças de leiaute ou expansão da necessidade de rede. A execução do projeto deve ser realizada de forma fiel ao projeto elaborado. Por fim, todos os componentes devem ser verificados, analisando-se o bom funcionamento da rede implantada. Componentes de um projeto de cabeamento estruturado Segundo Fey e Gauer (2014), um projeto de cabeamento estruturado possui quatro componentes básicos: Projetos de cabeamento estruturado 33 planta baixa do espaço onde será realizada a implementação do projeto; listagem de materiais (cabos, terminais, equipamentos, etc.); definição dos custos; cronograma da execução do projeto. A planta baixa é um dos componentes mais importantes de um projeto de cabeamento estruturado, uma vez que, por meio dela, é possivel verificar toda a estrutura de salas, identificando, assim, onde estão localizados os pontos de acesso. Além disso, também é possível identificar, de forma facilitada, por onde os cabos desses pontos de acesso vão passar, chegando até a sala de telecomunicações. Na Figura 5, vemos um exemplo de planta baixa de um imóvel residencial. Podemos observar que todos os móveis da residência foram posicionados na planta. Essa informação ajuda o projetista a identificar os locais mais adequados para o posicionamento dos pontos de acesso da rede. Figura 5. Exemplo de planta baixa de edifício residencial. Fonte: stefanphotozemun/Shutterstock.com. Em edifícios com mais de um andar, é necessário uma planta para cada andar, bem como uma planta com uma visão em corte horizontal. Dessa Projetos de cabeamento estruturado 34 forma, pode-se compreender como cada planta baixa está posicionada no imóvel como um todo. Todos os materiais a serem utilizados na implantação do projeto, de um simples parafuso até um complexo servidor, devem ser previstos na listagem de materiais. Dependendo do projeto, pode ser complexo definir a quantidade que será utilizada de um simples terminal de rede “RJ45” (tipo de conector para cabos de rede mais comumente utilizado). Em um projeto residencial, em que a complexidade dos sistemas é menor, essa não é uma tarefa impossível de ser realizada. Já no caso de um projeto empresarial, a situação pode ser mais complexa, dada a quantidade de ligações e dispositivos que deverão ser interligados. Nesses casos, normalmente, são utilizados softwares especializados em projetos de cabeamento estruturado, em que o projetista desenha a planta do imóvel e insere os componentes necessários para o mesmo. Ao realizar esse processo pelo computador, fica mais simples dimensionar todos os materiais que serão necessários ao projeto.Isso porque o software fornece diversos relatórios, apontando todos os materiais que foram previstos no projeto, o que facilita o trabalho do projetista e elimina muitos erros. Os softwares de cabeamento estruturado podem ajudar bastante o projetista a di- mensionar os materiais que serão utilizados no projeto, além de gerar documentos que ajudam na implantação do projeto do início ao fim. A seguir, são listados alguns softwares dedicados a projetos de cabeamento estruturado, acompanhados dos links para seus respectivos websites. QiCabeamento https://qrgo.page.link/GaqYr CADDPROJ Telecom https://qrgo.page.link/eHCCW DutotecCad https://qrgo.page.link/Lcn9C Projetos de cabeamento estruturado 35 A definição dos custos do projeto pode parecer simples, porém, possui uma certa complexidade, conforme descrito a seguir. Após a especifica- ção e o dimensionamento dos materiais que serão utilizados no projeto, é necessário inserir o valor unitário de cada componente, observando-se a unidade de medida do mesmo. Por exemplo, cabos são medidos em metros, assim como as eletrocalhas e os dutos; porém, os conectores, as tomadas e os demais componentes são medidos em unidade. A mão de obra, por sua vez, é mensurada em horas. No Quadro 1, podemos observar um exemplo de custo de projeto de cabe- amento de uma empresa, em que são destacados os principais componentes do projeto, bem como a mão de obra. Fonte: Adaptado de Fey e Gauer (2014). Elemento Quantidade Custo Cabo UTP 6 4.953 metros R$ 10.750,00 Cabo UTP 6a 20 metros R$ 560,00 Cabo UTP 100 pares 20 metros R$ 120,00 Patch Panel 48 portas 9 unid. R$ 2.500,00 Patch Panel 12 portas 3 unid. R$ 830,00 Tomadas RJ45 duplas 112 unid. R$ 550,00 Patch Cord 1,5 m 230 unid. R$ 3.400,00 Patch Cord 5 m 112 unid. R$ 1.800,00 Eletrocalhas 250 metros R$ 7.500,00 Canaletas Plásticas Tipo X 500 metros R$ 8.500,00 Mão de obra 720 horas R$ 7.200,00 Mão de obra para certificação 480 horas R$ 4.800,00 Custo total R$ 48.510,00 Quadro 1. Exemplo de custos de um projeto de cabeamento estruturado Projetos de cabeamento estruturado 36 Por fim, deve-se estabelecer o cronograma de execução do projeto. Nesse documento, temos os prazos e a descrição de todos os processos que devem ser seguidos. Normalmente, esse cronograma apresenta a seguinte sequência: 1. São instalados todos os componentes de suporte, como tubulações, eletrocalhas, racks, dentre outros. 2. Todos os equipamentos são fixados, e os cabos são instalados e conectados. 3. É realizada toda a configuração dos equipamentos que demandam esse tipo de procedimento. 4. Nessa última etapa, o processo de certificação é realizado, e são feitas as correções necessárias, caso se detecte alguma situação do tipo. De forma resumida, um cronograma de instalação pode ser dividido dessa forma, sendo que a instalação de cada componente deve levar em conta a descrição de instalação, conforme o projeto e o cronograma. FEY, A. F.; GAUER, R. R. Cabeamento estruturado: da teoria à prática. 2. ed. Caxias do Sul: ITIT, 2014. TANENBAUM, A. S. Redes de computadores. Rio de Janeiro: Campus, 1997. Leitura recomendada MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 3. ed. São Paulo: Érica, 2010. Projetos de cabeamento estruturado 37 DICA DO PROFESSOR Um projeto de cabeamento estruturado tem diversos componentes, como a planta baixa do imóvel no qual os equipamentos serão implantados. Também apresenta componentes de controle financeiro do projeto, os custos, que da mesma maneira que em outros tipos de projetos, devem ser controlados com equilíbrio. Na Dica do Professor, você verá diversas informações sobre o planejamento de custos em um projeto de cabeamento estruturado. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Em cabeamento estruturado, a área de trabalho é formada pelos computadores e demais equipamentos presentes em um espaço no qual as pessoas terão a possibilidade de usufruir dos recursos e da capacidade da rede. Qual dos subsistemas indicados abaixo é o subsistema que distribui rede diretamente para a área de trabalho? A) Entrada do edifício. B) Cabeamento horizontal. C) Sala de equipamentos. D) Sala de telecomunicações. E) Cabeamento backbone. 38 2) Um projeto de cabeamento estruturado é composto por diversos subsistemas, cada um com uma função de suma importância para a organização do projeto. Indique em qual dos subsistemas abaixo ficam alocados os equipamentos utilizados para manter a rede ativa. A) Área de trabalho. B) Cabeamento backbone. C) Cabeamento horizontal. D) Sala de equipamentos. E) Entrada do edifício. 3) Um projeto de cabeamento estruturado tem algumas fases durante seu processo de implantação. Em uma dessas fases, o projetista entrevista o responsável técnico da empresa, buscando informações para confeccionar um projeto que atenda às necessidades da empresa no momento atual e no futuro. Indique qual das opções abaixo está relacionada à tarefa mencionada. A) Montagem da estrutura. B) Elaboração do projeto. C) Execução do projeto. D) Certificação do cabeamento. E) Levantamento de requisitos. 39 4) Durante as fases de um projeto de cabeamento estruturado, uma vez que foram instalados todos os componentes previstos no projeto, são realizados procedimentos de teste para avaliar a qualidade da instalação realizada a partir de padrões e normas nacionais e internacionais. Indique qual das opções abaixo representa a fase descrita. A) Levantamento de requisitos. B) Instalação dos equipamentos. C) Certificação do cabeamento. D) Instalação do cabeamento. E) Execução do projeto. 5) Diversos componentes são utilizados no projeto de cabeamento estruturado, como diagramas, listas de materiais, custos, cronogramas, etc. Até mesmo conhecer o espaço físico onde o projeto será implementado é de muita importância para elaboração do projeto e também para guiar todo o processo de instalação em cada uma de suas fases. Indique qual componente possibilita o projetista a identificar com clareza como é o espaço físico onde o projeto será implementado. A) Lista de materiais. B) Cronogramas. C) Listas de custos. 40 D) Planta baixa. E) Certificação do cabeamento. NA PRÁTICA Diversas situações podem ocorrer no desenvolvimento de um projeto de cabeamento estruturado, inclusive a falta de entendimento do cliente frente às possibilidades que um projeto como esse pode abranger. Por exemplo, na etapa de levantamento de requisitos, o cliente pode ter dificuldade em compreender todos os subsistemas de um projeto de cabeamento estruturado. Veja, Na Prática, uma situação na qual a empresa contratada tem dificuldades de fazer com que o cliente compreenda todos os subsistemas que podem ser integrados em um projeto de cabeamento estruturado. 41 42 SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Cabeamento estruturado - capítulo 7 Com as crescentes demandas por serviços de rede com cada vez mais qualidade, surgiu o conceito de cabeamento estruturado. Leia este interessante capítulo que aborda o importante conceito. Projetos FTTH ramal de atendimento Um projeto de cabeamento estruturado normalmente é um projeto com maior complexidade do que prece ser. Neste vídeo é possível observar um caso de projeto de ramais de fibra ótica sendo planejado e suas principais características. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Planejamento: rede de computadores Em um projeto de cabeamento estruturado, existem muitos detalhes que devem ser planejados para que o resultado final atenda às necessidades do cliente. Neste artigo há um amplo apanhado de conceitos e detalhes que devem ser previstos em um projeto de cabeamento estruturado de alto nível. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! 43 Conceitos de cabeamento estruturado APRESENTAÇÃONo início, as redes de computadores eram projetadas sem precocupação com futuras expansões. As redes, durante esse tempo, em geral eram muito pequenas, e os equipamentos existentes - que na maioria dos casos eram um computador ou dois deles junto com uma impressora - eram conectados juntos, de uma maneira aleatória. Se a rede fosse além da localização do escritório, por exemplo, era mais provável que ela não fosse planejada ou não fosse vista pelos equipamentos. Nenhum cabeamento nem padrões de rede eram seguidos. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer a importância do cabeamento estruturado em rede de computadores e analisar os modos de transmissão de dados. Além disso, vai conhecer a evolução do cabeamento estruturado ao longo da evolução tecnológica. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer a importância do cabeamento estruturado em redes de computadores. • Analisar os modos de transmissão de dados entre dois equipamentos. • Definir a linha do tempo em cabeamento estruturado.• DESAFIO As redes podem trabalhar com equipamentos que realizam a transmissão de dados em um único sentido, ou nos dois sentidos. Com relação à transmissão nos dois sentidos, pode-se ter a transmissão half-duplex, na qual a transmissão não realiza esse procedimento simultaneamente apesar de ser nos dois sentidos, ou então a mais utilizada, a full-duplex, a qual acontece no mesmo sentido. Você é técnico em uma organização e se deparou com equipamentos que só realizam a 44 comunicação no modo half-duplex. Sem realizar a substituição desses equipamentos, foi proposto o desafio de trabalharem em modo full-duplex. Apresente uma proposta de solução e justifique. INFOGRÁFICO O cabeamento estruturado é o projeto e a instalação de um sistema de cabeamento que suporta vários usos de hardware e é adequado para as necessidades atuais e futuras. Com um sistema corretamente instalado, os requisitos atuais e futuros podem ser atendidos e o hardware que for adicionado no futuro será suportado. Ao longo do tempo, o sistema de cabeamento estruturado necessitou evoluir para atender à demanda de comunicação entre equipamentos e a padrões das indústrias de fabricantes desses equipamentos. No Infográfico, você vai entender como a estruturação de cabos evoluiu desde os primeiros sistemas de comunicação de dados. 45 46 CONTEÚDO DO LIVRO Costuma-se pensar na comunicação digital como uma ideia nova, mas em 1844 um homem chamado Samuel Morse enviou uma mensagem de 37 milhas de Washington D.C. para Baltimore, usando sua nova invenção, the telegraph. Isso pode até parecer bem distante das redes de comunicações atuais, mas o conceito permanece atualmente. Em 1985, surgiram os primeiros movimentos para o desenvolvimento de um padrão de cabeamento que definiria um sistema genérico de fiação de telecomunicações para edifícios comerciais e que suportaria um ambiente de vários produtos e vários fornecedores. Em essência, isso seria um sistema de cabeamento que executaria todos os sistemas de rede atuais e futuros em uma topologia comum, usando uma mídia comum e conectores comuns. Nascia, então, o padrão de cabeamento estruturado. No capítulo Conceitos de cabeamento estruturado, da obra Cabeamento estruturado, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer a importância do cabeamento estruturado para redes de computadores, analisar os modos de transmissão entre equipamentos e a linha do tempo da evolução do cabeamento estruturado. Boa leitura. 47 Conceitos de cabeamento estruturado Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer a importância do cabeamento estruturado em redes de computadores. Analisar os modos de transmissão de dados entre dois equipamentos. Definir a linha do tempo do cabeamento estruturado. Introdução Quando começaram a ser utilizados, os sistemas de cabeamento para transmissão de dados nas organizações não seguiam padrões e, muitas vezes, eram instalados e mantidos pelos próprios fabricantes. Esses sis- temas não suportavam a necessidade de evolução de que os ambientes organizacionais necessitavam. Assim, surgiu a necessidade de organizar e estruturar um padrão para infraestrutura de cabeamento; nesse sentido, empresas como a Xerox e a Intel começaram a trabalhar no desenvolvi- mento de um padrão. Neste capítulo, você vai entender a importância do cabeamento estru- turado para as redes de computadores. Você também vai analisar o modo de transmissão de dados entre dois equipamentos e, por fim, vai analisar a linha do tempo do desenvolvimento do cabeamento estruturado como fator primordial para a organização e a padronização das redes. Origem e importância do cabeamento estruturado para as redes de computadores O cabeamento estruturado surgiu no fi nal dos anos 1980, a partir da ne- cessidade de estruturação e padronização das redes de computadores, que estavam sendo implementadas em larga escala. Desde então, a infraestrutura 48 de cabeamento foi se tornando cada vez mais fundamental nas estruturas empresariais. É fato que, no atual cenário de constantes avanços tecnológicos, nenhuma organização sobrevive se sua infraestrutura estiver suscetível a panes e problemas, conforme leciona Lima Filho (2015). O cabeamento estruturado pode ser entendido como todo sistema de in- fraestrutura que interliga os equipamentos de telecomunicações necessários para o funcionamento de uma organização. Este também define elementos padronizados a serem aplicados, que podem ser considerados como seus subsistemas. O principal objetivo da adoção do conceito de cabeamento estruturado é a possibilidade de se definir um padrão de instalação e conexão entre os dispositivos, bem como permitir uma vida útil à infraestrutura, que suporte alterações de leiaute que venham a ocorrer ao longo do tempo em qualquer organização. O sistema de cabeamento estruturado está dividido em seis subsistemas: entrada de facilidades (entrance facilities); sala de equipamentos (equipment room); cabeamento vertical (backbone ou backbone cabling); sala de telecomunicações (telecommunications rooms); cabeamento horizontal (horizontal cabling); área de trabalho (work area components). A Figura 1 ilustra o sistema de cabeamento estruturado com seus subsistemas. Figura 1. Infraestrutura de cabeamento estruturado. Fonte: Feitosa ([2016], documento on-line). Conceitos de cabeamento estruturado 49 O projeto de cabeamento estruturado é muito importante se desejamos ter uma rede de computadores funcionando adequadamente, sem apresentar pro- blemas. Nesse sentido, existem etapas que nunca devem ser descartadas quando estamos projetando uma rede. Existem diversas redes que sofrem inúmeros proble- mas por não terem sido corretamente projetadas no início de seu funcionamento e se tornam obsoletas e suscetíveis a problemas, de acordo com Lima Filho (2015). Quando esse sistema passou a ser utilizado, cada fabricante de computador estabelecia os cabos para seus computadores e periféricos. Ou seja, não existia uma padronização, e, às vezes, colocar em uma mesma rede de computadores máquinas de diferentes fabricantes se tornava um desafio enorme. As coisas evoluíram pouco até a chegada das redes de áreas locais (LANs), que estavam sendo definidas por acordos de padrões abertos no início dos anos 1980. Pela primeira vez, podia-se esperar que equipamentos de comunicação de dados de diferentes fabricantes se comunicariam entre si. A primeira LAN a ser aceita mundialmente foi o padrão Ethernet. O padrão Ethernet foi desenvolvido pela companhia Xerox, com o início do seu desenvolvimento em meados da década de 1970. Houve, na mesma década, a adesão de outras companhias, como a Intel, que uniram suas forças para desenvolver um padrão para o sistema Ethernet que possibilitasse a suautilização universalmente. A primeira grande publicação do padrão Ethernet foi o chamado “Livro Azul Ethernet”, em 1980. Inicialmente, o padrão Ethernet era também conhecido como padrão DIX, em função das iniciais das três empresas que começaram a desenvolvê-lo: DEC, Intel e Xerox. Devido ao avanço de sua utilização a partir do padrão Ethernet, vamos utilizar a rede LAN como base para tratar dos modos de transmissão entre equipamentos, tema da próxima seção. Modos de transmissão entre equipamentos Em qualquer transmissão de dados, um fator determinante é a direção em que o sinal é transmitido. Segundo Marin (2010), se a transmissão do sinal se dá Conceitos de cabeamento estruturado 50 em apenas uma direção, ela é chamada transmissão simplex. Um exemplo de transmissão simplex é uma pessoa falando no microfone e ouvindo sua própria voz por meio de um alto falante; nesse exemplo, o sinal está sendo transmitido apenas na direção do microfone para o alto-falante. A transmissão simplex também é chamada de transmissão unidirecional. Quando existe a possibilidade de transmissão do sinal em ambas as dire- ções, mas com o sinal sendo transmitido em apenas uma das direções por vez, temos a transmissão half-duplex. Um exemplo de transmissão half-duplex é a comunicação por meio de rádios amadores; nesse caso, apenas um dos lados pode enviar a comunicação, enquanto o outro somente escuta. Já o tipo de transmissão de dados mais comum e facilmente encontrado é a transmissão full-duplex. No padrão full-duplex, assim como no half-duplex, a transmissão ocorre nos dois sentidos, porém, com a grande vantagem de ser ao mesmo tempo. O exemplo mais comum desse tipo de transmissão é a comunicação por telefone, em que duas pessoas podem falar ao mesmo tempo, e ambas se escutam. O padrão full-duplex também é chamado de padrão bidirecional, ou simplesmente duplex, conforme leciona Lima Filho (2015). A Figura 2 traz a representação desses três tipos de transmissão. Figura 2. Representação dos tipos de transmissão simplex, half-duplex e full-duplex. Fonte: Defining... (2013, documento on-line). Conceitos de cabeamento estruturado 51 Muitas redes de dados podem se utilizar de diferentes canais ao longo do meio em que se realiza a conexão entre o transmissor e o receptor de dados. Em casos de canais de transmissão físicos, podem ser utilizados fios separados para a transmissão e a recepção de dados. Essa estrutura utiliza o tipo half-duplex em cada um dos canais que interliga os fios transmissores e os fios receptores. Porém, como existem fios específicos para a transmissão e a recepção de dados, esse conjunto possibilita um tipo de comunicação full-duplex, pois fica possível enviar e receber dados ao mesmo tempo pelos diferentes canais. O cabeamento estruturado também é conhecido pela sigla KET e consiste na padro- nização de um sistema de disposição que define conectores, que são utilizados em meios de transmissão de dados para redes de computadores e sistemas de telefonia. Esse padrão possibilita que a infraestrutura suporte transformações de leiaute ao longo da sua vida útil, bem como a conexão entre diferentes dispositivos, como: servidores, computadores, impressoras, telefones, switches, hubs, roteadores, entre outros. O tipo de conector mais utilizado no cabeamento estruturado é o padrão RJ45, e, para transmissão de dados, o cabo UTP. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio de sua norma NBR 16264:2016 (ABNT, 2016), estipulou procedimentos e recomen- dações para instalação de redes domésticas. Estes são adotados por empresas e profissionais da área de tecnologia como referência para a construção de infraestruturas de transmissão de dados. A evolução da infraestrutura dependente do cabeamento estruturado A infraestrutura de rede e transmissão de dados é um dos itens mais impor- tantes no quesito tecnologia e comunicação nas empresas. A necessidade de agilidade exige que os sistemas de transmissão de dados sejam efi cazes, afi nal, há grande necessidade de transmissão de vídeo, voz e dados de forma rápida e sem gerar impacto nos negócios. Existem, atualmente, muitas empresas que Conceitos de cabeamento estruturado 52 utilizam a tecnologia de comunicação VoIP (voz sobre IP — do inglês Internet protocol); em alguns casos, esse tipo de comunicação é utilizado em conjunto com a comunicação tradicional. É claro que, para oferecer agilidade, além da infraestrutura de cabeamento, os sistemas de transmissão de dados necessitam de computadores rápidos. Porém, se a conexão entre estes não suportar a sua capacidade, o sistema como um todo sofrerá. Para isso, é obrigatória a adoção de práticas e políticas para a infraestrutura de TI, especialmente para o seu sistema de cabeamento estruturado. Um sistema de cabeamento estruturado é um grande sistema composto por subsis- temas. Cada um desses subsistemas pode funcionar independentemente e integrado com os demais, para, assim, formar uma rede maior. Muitas organizações passaram a adotar um padrão de cabeamento estruturado, com o objetivo de administrar com mais facilidade a sua infraestrutura de transmissão de dados. Além disso, deseja- -se que esse sistema consiga suportar os avanços dos negócios da empresa. Nesse sentido, a divisão em subsistemas possibilita que apenas algumas partes precisem ser remodeladas, quando necessário. Ao pensarmos no futuro da infraestrutura de cabeamento de dados, é interessante lembrarmos da evolução desse sistema ao longo do tempo, desde a sua adoção, na década de 1980. No início, os sistemas de fiação para suportar a transmissão de dados, em sua grande maioria, eram desorganizados, sendo implantados sem planejamento e sem preocupação com a necessidade de evolução da infraestrutura para suportar o negócio. Além disso, no início, os requisitos relacionados à performance da rede eram mínimos, se comparados aos que são exigidos atualmente. Em grande parte, os sistemas eram implantados nos lugares pelos próprios fornecedo- res — principalmente por empresas de telefonia, que faziam a instalação e, depois, a manutenção desses sistemas, conforme leciona Tanenbaum (1997). Com a chegada do cabo de fibra óptica, a infraestrutura de transmissão apresentou um enorme salto tecnológico. A adoção dos cabos de fibra óptica praticamente deixou os cabos de cobre em segundo plano. Considerando-se toda a linha do tempo, desde o início da adoção dos sistemas de cabeamento Conceitos de cabeamento estruturado 53 estruturado, quando as organizações perceberam a necessidade de organizar e padronizar a sua infraestrutura de comunicação, pode-se afirmar que a chegada do cabo de fibra óptica foi um dos grandes marcos da evolução desses sistemas. Todos percebemos que a transmissão de dados e voz é uma das ferramentas mais importantes para o sucesso de empreendimentos e organizações. Em uma organização, diversos elementos dependem dessa ferramenta, como aplicativos para voz, alarmes, sistemas de segurança, dentre outros, que fazem parte do universo de qualquer organização. No futuro, surgirão muitas aplicações que necessitarão trabalhar com essa infraestrutura; isso, é claro, exigirá que a infraestrutura de cabeamento se torne mais complexa, e seus subsistemas, mais sofisticados, para atenderem aos requisitos tecnológicos. Acesse o link a seguir e leia sobre padrões de cabeamento estruturado e algumas normas relacionadas a eles. https://qrgo.page.link/gSH5j ABNT. NBR 16264: cabeamento estruturado residencial. Rio de Janeiro, 2016. DEFINING: simplex, half-duplex, and duplex. Blog Fiberbit, 2013. Disponível em: https:// www.slideshare.net/leuguimaraes/cabeamento-estruturado-redes-de-computadores. Acesso em: 12 ago. 2019. FEITOSA, E. L. Cabeamento estruturado. [2016]. Apresentação. Disciplina de Redes de Computadores. Disponível em: https://www.slideshare.net/leuguimaraes/cabeamento- -estruturado-redes-de-computadores. Acesso em: 12 ago. 2019. LIMAFILHO, E. C. Fundamentos de redes e cabeamento estruturado. São Paulo: Pearson, 2015. MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 3. ed. São Paulo: Editora Érica, 2010. TANENBAUM, A. S. Redes de computadores. Rio de Janeiro: Campus, 1997. Conceitos de cabeamento estruturado 54 Leituras recomendadas ABNT. NBR 14565: cabeamento de telecomunicações para edifícios comerciais. Rio de Janeiro, 2007. COMER, D. E. Redes de computadores e internet. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2016. DERFLER, F. J.; FREED, L. Tudo sobre cabeamento de redes. Rio de Janeiro: Campus, 1994. MORIMOTO, C. E. Redes: guia prático. São Paulo: GDH Press e Sul Editores, 2008. SCRIMGER, R.; LASALLE, P.; PARIHAR, M. TCP/IP: a bíblia. Rio de Janeiro: Campus, 2002. SOARES NETO, V.; SILVA, A. P. C. JUNIOR, M. B. Telecomunicações: redes de alta velocidade: cabeamento estruturado. São Paulo: Editora Érica, 2002. Conceitos de cabeamento estruturado 55 DICA DO PROFESSOR Um bom projeto de cabeamento estruturado certamente vai ter impacto positivo no ambiente de negócios de uma empresa. Itens como prevenção a riscos de acidentes e incêncidios, escalabilidade futura da infraestrutura e até mesmo a organização do layout será perceptível por todos, inclusive seus clientes. Esta Dica do Professor vai expor alguns dos inúmeros benefícios que um projeto pode trazer para o bom ambiente de negócios de uma empresa. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) O conceito de planejamento de cabeamento estruturado tem por principal objetivo uma instalação padronizada que tenha uma vida útil de, no mínimo, dez anos, atendendo às demandas de mudanças de layout ao longo do tempo. Para isso, seu conceito se subdivide em alguns subsistemas. Assinale a alternativa que tenha alguns exemplos de seus subsitemas: A) sala de equipamento, cabeamento horizontal e sala de testes. B) cabeamento vertical, sala de testes e sala de telecomunicações C) cabeamento horizontal, área de trabalho e sala de telecomunicações D) entrada de facilidades, sala de telecomunicações e TI E) sala de testes, TI e administração Planejar a infraestrutura de cabeamento estruturado de uma organização traz2) 56 inúmeros benefícios, além de organização. Um dos principais benefícios está relacionado à redução de custos. Sobre o futuro do cabeamento estruturado nas organizações, assinale a alternativa correta. A) Em um futuro próximo, deve perder um pouco de força no mercado, pois a comunicação wireless está ganhando terreno. B) O cabeamento estruturado nunca será substituído pela rede wireless, pois sua tecnologia é mais segura. C) O planejamento de cabeamento estruturado não será tão importante, pois os custos com essa tecnologia estão cada vez menores. D) O cabeamento está em constante evolução e os investimentos nessa infraestrutura aumentaram muito nos últimos anos. E) As redes wireless são uma alternativa à utilização de cabeamento estruturado nas organizações. 3) Quanto ao modo de transmissão de dados entre equipamentos em redes de computadores, os formatos encontrados são simplex, half-duplex e full-duplex. Sobre os modos de transmissão, assinale a alternativa correta: A) A transmissão simplex é utilizada na telefonia móvel. B) A transmissão half-duplex é unidirecional assim como a simplex C) A transmissão full-duplex é bidirecional e simultânea. D) A transmissão half-duplex é utilizada em sensores ligados a computadores. 57 E) A transmissão full-duplex é unidirecional. 4) A infraestrutura de rede é um item crucial em empresas, pois uma rede mal estruturada pode causar diversos problemas. Ao longo da evolução da tecnologia, algumas medidas foram tomadas a fim de padronizar uma infraestrutura de rede. Surgiu, então, a NBR 16264. Sobre essa norma, assinale a alternativa correta. A) A NBR 16264 apenas estipula normas para padronização de redes domésticas. B) A NBR 16264 estipula requisitos elencados por um comitê exclusivo de tecnologia da informação. C) A NBR 16264 é uma norma de padrões internacionais e a versão NBR é a tradução para a língua portuguesa. D) A NBR 16264 especifica uma infraestrutura de cabeamento para três grupos de aplicações. E) A NBR 16264 foi descontinuada e substituída pela ISO 9000. 5) O sistema de cabeamento estruturado é subdivido em subsistemas. O subsistema responsável por abrigar todos os equipamentos ativos, como switches, roteadores, firewalls e servidores está descrito em qual opção a seguir? A) caixa-cofre de telecomunicações B) sala de entradas de telecomunicações C) sala dos servidores D) sala de equipamentos 58 E) sala de telecomunicações NA PRÁTICA Na era de tecnologia cada vez mais necessária, pensar e planejar o cabeamento estruturado talvez seja a melhor e mais econômica solução para um sistema de rede grande, eficiente e escalável. Existem muitos desafios em torno da necessidade de comunicação entre dispositivos e isso passa, necessariamente, por essa infraestrutura. Este Na Prática abordará a importância da elaboração de um bom projeto de cabemamento estruturado para as organizações. 59 60 SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Por que cabeamento estruturado? Assista ao professor Juliano Heinzelmann Reinert explicando a importância do cabeamento estruturado para as redes de computadores: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Técnico em cabeamento estruturado Assista a este vídeo e aprenda em poucos minutos as principais competências relacionadas à profissão de técnico em cabeamento estruturado Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conceitos de cabeamento estruturado P1 Assista a este vídeo animado em que são apresentadas quatro ferramentas básicas usadas nos sistemas de cabeamento estruturado. O vídeo é apresentado pelo Gabriel Cabista, um personagem criado pela Redes&Cia que irá passar conhecimento da área de TI e Telecom. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! 61 Normas para cabeamento estruturado APRESENTAÇÃO A crescente necessidade de compartilhamento de recursos computacionais e de informações nas empresas foi o combustível para o surgimento e a evolução das redes de computadores. Nos primórdios, as redes eram de pequeno porte, e a tecnologia utilizada nelas era patenteada pela fabricante da própria, o que tornava sua disseminação prejudicada, uma vez que a tecnologia pertenceria a um fabricante. Em meados da década de 1970, as primeiras inciativas de criação de padrões de redes surgiram, dando origem aos chamados protocolos abertos, que norteiam as tecnologias atuais. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer a norma brasileira de cabeamento estruturado, chamada de NBR 14565:2013. Além disso, conhecerá outras, como as normas EIA/TIA, muito importantes para os projetos de cabeamento estruturado, e as normas do IEEE. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Resumir a norma NBR 14565:2013.• Explicar as normas EIA/TIA.• Classificar as normas do IEEE.• DESAFIO A norma NBR 14565:2013 é a quarta versão da norma NBR 14565 e apresenta todas as orientações que visam a normatizar projetos de cabeamento estruturado. Quando um projeto está em concordância com os padrões previstos na norma, existe garantia de que ele terá qualidade dentro do necessário ao seu funcionamento. Com base nisso, considere que você faz parte de uma equipe que foi contratada para projetar uma rede de cabeamento estruturado de um data center e, posteriormente, certificá-la com base na norma NBR 14565:2013. 62 Acompanhe: Observando as características mencionadas, foram elaboradas três possibilidades de esquemas básicos de estrutura da rede em questão: Opção A – CD, BD, FD, CP, TO e TE Opção B – ENI e FD, MD, ZD, LDP, EO e EQP Opção C – ENI e BD, MD,ZD, LDP, EO e EQP Diante disso, indique qual seria a opção mais adequada para a empresa e os motivos que o levaram a essa resposta. INFOGRÁFICO Apesar de pouco se falar sobre o assunto, no Brasil, o descumprimento da norma NBR 14565:2013 pode gerar multas, além de implicações legais graves. Existem órgãos no País que realizam diversas fiscalizações nas mais diversas áreas, e, portanto, o cabeamento estruturado não fica de fora. No Infográfico a seguir, aproveite para conhecer as implicações legais e os perigos do descumprimento das normas de cabeamento estruturado. 63 64 CONTEÚDO DO LIVRO Na década de 1970, as primeiras iniciativas de criação de padrões para redes de computadores surgiram. Assim, os fabricantes de equipamentos para redes se uniram para dar origem aos protocolos abertos. A criação dessas normas foi de suma importância para a evolução das redes computacionais, possibilitando a integração de equipamentos de diferentes fabricantes, e tal padronização contribuiu para a criação da Internet que se tem nos dias atuais, disponível em praticamente qualquer dispositivo. No capítulo Normas para cabeamento estruturado, da obra Cabeamento estruturado, você vai conhecer as principais normas existentes na atualidade para cabeamento estruturado — as nacionais, como é o caso da NBR 14565:2013, e as internacionais, como EIA/TIA e IEEE. Boa leitura. 65 Normas para cabeamento estruturado Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Resumir a norma NBR 14565:2013. Explicar as normas EIA/TIA. Classificar as normas IEEE. Introdução As normas são criadas com o objetivo de padronizar elementos e pro- cedimentos de diversas áreas, sejam elas ligadas à informática ou não, promovendo a organização do meio em questão e gerando qualidade, interoperabilidade e facilidades. Aqui, trata-se como facilidades aqueles aspectos que proporcionam manutenção rápida e ágil, possibilitando realizar modificações de forma mais simples. Neste capítulo, você vai estudar sobre as normas nacionais e interna- cionais que padronizam os sistemas de redes de cabeamento estruturado. ABNT NBR 14565:2013 A NBR 14565, elaborada pelo Comitê Brasileiro de Eletricidade e publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em 28 de novembro de 2013, é a principal norma de cabeamento estruturado nacional (ABNT, 2013). Segundo Fey e Gauer (2014), a ABNT NBR 14565:2013 é a 4ª edição dessa norma, que é destinada à padronização de cabeamentos estruturados para prédios comerciais e data centers, sendo uma revisão da NBR 14565:2012. A NBR 14565:2013 (ABNT, 2013) é baseada nas normas da Organização Internacional de Normalização (ISO) e da Comissão Eletrotécnica Interna- cional (IEC) relacionadas ao cabeamento estruturado genérico para edifícios 66 comerciais (ISO/IEC 11801) e ao cabeamento estruturado para data centers (ISO/IEC 24764). Ela abrange serviços de dados, sistemas de segurança, controles de acesso, imagens, aplicação de voz, entre outras funções. ISO/IEC 11801: refere-se ao uso do cabeamento em edifícios comerciais, abran- gendo um ou mais prédios em um campus, em uma escala de até 3 km. Existe a possibilidade de atender de 50 a 50.000 pessoas, o equivalente a um espaço de escritórios de 1.000.000 m2. ISO/IEC 24764: sendo baseada na norma ISO/IEC 11801, ela caracteriza o cabea- mento que sustenta diversos tipos de serviços de comunicação que são utilizados em um data center. Essa norma engloba os cabeamentos ópticos e metálicos. Ela foi criada com o intuito de complementar o grupo de normas ISO/IEC de cabea- mento estruturado. Na NBR 14565:2013 (ABNT, 2013), o uso dos patch-cords para conexões ponto a ponto é restringido no sistema de cabeamento estruturado, uma vez que é considerado prejudicial devido às difíceis condições de administração e operação que dos patch-cords. Porém, existem algumas ressalvas para casos especiais de data centers; por exemplo, para conexões entre dispositivos de uma rede computacional que estejam próximos, ou caso não seja possível realizar a comunicação por meio do sistema de cabeamento determinado na norma em questão. Os cabos a serem utilizados nos subsistemas são definidos por essa norma, que estabelece que eles sejam de par trançado de, no mínimo, classe D (categoria 5), ou de fibra óptica. Esses cabos necessitam estar em conformidade com a norma ABNT NBR 14703, que é a norma de cabos de telemática de 100 Ohms para redes internas estruturadas. Para ser formado um sistema de cabeamento em edifícios comerciais (Figura 1), existem três subsistemas que, interligados, constituem esse sistema principal, conforme descrito abaixo. 1. Backbone de campus — em uma estrutura de cabeamento, o backbone vai do distribuidor de campus (CD) até os distribuidores de edifício (BDs) de cada prédio. Cordões são utilizados para interligar equipa- mentos de transmissão ao subsistema; porém, eles não são considerados Normas para cabeamento estruturado 67 como parte do backbone de campus, pois possuem uma aplicabilidade específica. Em locais em que não se encontram CDs, o backbone de campus percorre o caminho do distribuidor de campus diretamente até o distribuidor de piso (FD). Estando de acordo com o que é solicitado pela topologia hierárquica básica, ele também é capaz de realizar a conexão direta entre os BDs. Nesse subsistema, o tipo de cabo a ser utilizado dependerá do tipo de instalação ou projeto em questão. Pode ser necessária a utilização de cabos externos, sendo que, para escolhê-los, devemos seguir as informações da norma. Ao utilizar cabos externos, a norma exige mais proteção contra tráfego de pessoas, roedores, etc. 2. Backbone de edifício — devido ao fato de esse subsistema possuir a sua distribuição física de maneira vertical, ele também é chamado de cabeamento vertical. Por meio dos BDs, os backbones de edifício são distribuídos para todos os andares de um prédio. Em comparação com os cabos externos do backbone de campus, os cabos internos utilizados nesse subsistema não necessitam de tanta resistência. Porém, devem ser seguidas as orientações das normas ABNT NBR 14703 e ABNT NBR 14705, que se referem a cabos sujeitos a incêndio. 3. Cabeamento horizontal — sendo o terceiro subsistema de uma estru- tura de cabeamento em edifícios comerciais, instalado em somente um pavimento ou andar, o subsistema de cabeamento horizontal é distri- buído para todo o andar de um prédio por meio do FD. O cabeamento realiza o percurso desde o BD, sendo encaminhado até a tomada de telecomunicação (TO). O nome cabeamento horizontal se deve ao fato de ele ser normalmente distribuído horizontalmente. Figura 1. Exemplo de uma estrutura de cabeamento em edifícios comerciais. Fonte: Adaptada de Fey e Gauer (2016). Normas para cabeamento estruturado 68 Assim como ocorre para edifícios comerciais, três subsistemas podem constituir um sistema de cabeamento em data centers (Figura 2), conforme descrito abaixo. 1. Cabeamento de acesso à rede — na estrutura de cabeamento de data centers, esse subsistema realiza a interligação do distribuidor principal (MD) ou de zona (ZD) até as interfaces de rede externa (ENIs), ou, até mesmo, até outro tipo de distribuidor que está interligado a ele. 2. Cabeamento de distribuição principal ou cabeamento de backbone — esse subsistema abrange desde o MD até os ZD, ambos citados ante- riormente. Por meio desse subsistema, é realizada a interligação do ZD às tomadas de equipamento (EO). Essa interligação às tomadas é realizada diretamente ou por meio de um ponto de distribuição local (LDP). 3. Cabeamento horizontal — conectando o ZD a uma EO, esse subsistema deve ter o cabeamento ininterrupto, de um ponto até o outro. De acordo com a norma, só poderá ser interrupto caso haja um LDP. Figura 2. Exemplo de uma estrutura de cabeamento em data centers. Fonte: Adaptada de Fey e Gauer (2016). MD ZD LDP EO Subsistema de cabeamento
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