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CAP 1 FINALIZADO

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CAP 1 OS BENEFÍCIOS DA HUMANIZAÇÃO NO MOMENTO DO PARTO E NASCIMENTO 
 Humanizar a assistência ao parto e ao nascimento implica em mudança de atitudes e 
de condutas, por meio de uma assistência que garanta o respeito e a sensibilidade com o 
trinômio mulher-criança-família. A humanização precisa ir além de tratar bem as pessoas, 
envolvendo a valorização dos sujeitos e o respeito às suas singularidades. Compreender o 
significado da humanização do parto e suas implicações positivas na vida da mulher é ter um 
posicionamento voltado para a atenção aos usuários. Nesse sentido, para que o profissional de 
saúde possa oferecer um parto e nascimento humanizados, em primeiro lugar, faz-se necessário 
dar voz às parturientes, ouvir suas queixas, seus anseios, suas dúvidas e expectativas e, a partir 
disso, delinear as mudanças necessárias na cena do parto. (GOMES et al., 2019 p.6) 
 O parto, na antiguidade, era um acontecimento familiar, tendo a mulher como protagonista, e as parteiras prestando uma assistência ao binômio mãe e filho em ambiente “não-hospitalar”. A partir do século XIX, o parto passou a ser tratado como algo que foge ao fisiológico, estando associado a condutas que trazem à tona um novo protagonista, o profissional de saúde. Desta forma, a assistência à mulher na gestação e parto ainda é um desafio, principalmente no que se refere ao ato do cuidar e à implementação das boas práticas ao parto e nascimento. (pag 12) (MONTEIRO, 2020 p.12) 
 Segundo Monteiro (2020 p.14) a promoção de uma assistência humanizada baseada no protagonismo das mulheres é competência institucional e converge com a promoção dos direitos das mulheres na assistência ao parto. Assim, os serviços de saúde devem ser responsáveis pela maneira com que as mulheres são tratadas durante o parto, garantindo o desenvolvimento e implementação de políticas sobre direitos e normas éticas.
 No Brasil, o Ministério da Saúde (MS) instituiu o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN), em 2002, com o objetivo de garantir os direitos de escolha da mulher, a reorganização da assistência e o parto com o mínimo de intervenções. (BAGGIO et al., 2021 p.2)
 A assistência pré-natal é o primeiro passo para um parto e nascimento saudável, o qual tem por objetivo acolher a mulher desde o início da gestação. Sua importância consiste em proporcionar a manutenção do bem-estar físico e emocional da gestante e em fornecer as informações e orientações sobre a evolução da gravidez. ( JARDIM; SILVA; FONSECA; 2019 p.3) 
 Segundo Nascimento et al. 2018, a assistência ao pré-natal pressupõe avaliação dinâmica das situações de risco e prontidão para identificar problemas de forma a poder atuar eficientemente e obter um resultado favorável. A ausência de controle pré-natal, por si mesma, pode incrementar o risco para a gestante ou para o bebê. Humanizar o parto é um processo que requer muito mais do que o conforto do ambiente, trata-se de uma série de cuidados desde o pré-natal ao momento do parto e orientações para o pós-parto, que objetivam proporcionam à mulher um elevado grau de satisfação, autonomia e segurança. A gestante deve ter suas vontades atendida de acordo com suas necessidades e possibilidades, com a ajuda dos profissionais de saúde, entre eles enfermeiros capacitados, preparando adequadamente a parturiente para o momento do parto, para que seja de forma tranquila e saudável”. (NASCIMENTO et al., 2020 p.3)
 A atenção adequada pode evitar importantes desfechos negativos na mãe e no recém-nascido, contribuindo para a diminuição não só da morbidade como da mortalidade materna e infantil. Portanto, a forma mais adequada que a gestante pode utilizar para garantir o bom desenvolvimento de sua gestação é o acompanhamento por meio das consultas pré-natal ( JARDIM; SILVA; FONSECA; 2019 p.4) 
 A mulher pode escolher o tipo de parto, a ambiência, o profissional que irá atender-lhe, o acompanhante, os procedimentos aos quais quer ser submetida, entre outras escolhas. Para isso, ela deve estar consciente de seus direitos como paciente, melhorando, assim, sua comunicação com os profissionais de saúde. ( JARDIM; SILVA; FONSECA; 2019 p.5) 
 Durante o trabalho de parto há fatores como dor, sofrimento, solidão, o próprio parto e hospitalização que amedrontam a parturiente, resultando na falta de controle das situações vivenciadas. Porém, as orientações e apoio por parte dos profissionais de enfermagem, fornecendo explicações sobre as condições de evolução do parto, são estratégias apontadas para a superação destas dificuldades. Se a equipe não desenvolver um manejo correto, a experiência do parto poderá ser traumatizante havendo maior probabilidade de complicações obstétricas. (NASCIMENTO et al., 2018 p.3) 
 Os métodos não farmacológicos de alívio da dor são estratégias que os profissionais que acompanham à parturiente podem utilizar com o objetivo amenizar os desconfortos causados durante o trabalho de parto. Esses métodos possuem comprovação científica, necessitam de profissionais qualificados e atualizados para sua implementação. Esses métodos são representados pelas massagens, banho morno, deambulação, exercícios respiratórios, dentre outros. (MONTEIRO, 2020 p.19) (pag 19)
 O banho morno é efetivo no alívio da dor durante o trabalho de parto, por proporcionar relaxamento muscular. Entretanto, é um equívoco generalizar esse efeito benéfico para todas as mulheres. Essa prática evidencia a soberania do olhar científico sobre o corpo humano numa relação na qual o corpo é tido como objeto da ciência. (BOMFIM et al., 2021 p.6)
 A mulher tem a liberdade para adotar a posição que desejar e que melhor lhe convier, e essa possibilidade de escolha deve ser respeitada e estimulada, pois pode proporcionar para a gestante uma menor duração do trabalho de parto e a diminuição da necessidade de analgesia, além de promover o protagonismo da mulher diante da equipe de saúde. Sendo assim, a assistência pré-natal deve preparar a mulher para que sua voz seja considerada, respeitando o direito ao exercício da autonomia feminina e o direito de escolha informada e consentida no momento do parto. ( JARDIM; SILVA; FONSECA; 2019 p.6) 
. [...] é essencial que a equipe entenda o nascimento como um momento fisiológico e natural, entendendo que a mulher e a família devem estar no centro de processo do cuidado, modificando assim a cultura do nascimento como um evento mecânico e corriqueiro. [...] a assistência humanizada durante o trabalho de parto envolve a presença de acompanhante, diálogo entre paciente-profissional, técnicas de alívio de dor, ingesta alimentar, liberdade de movimentação e escolha da posição de parir (BARBOSA et al., 2020 p.5)
 Durante todo o processo de parturição, a mulher tem a expectativa de receber informações sobre o que acontece com ela e com seu bebê, buscando a oportunidade de participar das decisões com base nas evidências científicas recebidas pelos profissionais de saúde. Para tanto, esses profissionais devem assumir a função de educadores, compartilhando saberes e buscando incentivar a autoconfiança da mulher para viver a gestação e o parto de forma tranquila e segura ( JARDIM; SILVA; FONSECA; 2019 p.4) 
 Nessa perspectiva, a atenção humanizada ao parto refere-se à necessidade de um novo olhar, compreendendo-o como uma experiência verdadeiramente humana. Acolher, ouvir, orientar e criar vínculo são aspectos fundamentais no cuidado às mulheres. A humanização da assistência tem papel importante para garantir que um momento único, como o parto, seja vivenciado de forma positiva e enriquecedora. (BARBOSA et al., 2020 p.2)
 A humanização do parto deve ser entendida como eventos fisiológicos em harmonia, segurança e conforto para a gestante, sendo um processo no qual ela atue como personagem principal e seja respeitada perante suas vontades, as quais contribuam no benefício do nascimento. (NASCIMENTO et al., 2020 p.1)
 Assim, a humanização e ética dos profissionais desaúde, aliados à organização das unidades são essenciais para que possam receber os usuários de forma respeito�sa e acolhedora. Pode ser compreendida por pelo menos dois aspectos importantes e fundamentais: o primeiro diz respeito à convicção de que é dever das instituições de saúde receber com dignidade os usuários, e que isto re�quer atitude; o outro requer a adoção de medidas para que os procedimentos feitos sejam benéficos às pacientes, evitando práticas indesejáveis e não humanizadas. Toda parturiente tem o direito de escolher, junto à equipe multiprofissional, os procedimentos mais adequados ao seu processo de parto. (BARBOSA et al., 2020 p.7)
 No Brasil, com a expansão da assistência médica, o parto foi institucionalizado a fim de reduzir a mortalidade materna e infantil. Esse atendimento colaborou para que o parto passasse a ser visto como uma patologia que necessitava de intervenção por equipe treinada, retirando da mulher a autonomia no processo de parir. Esse redirecionamento da atenção ao parto contribuiu para o aumento de cesáreas, colocando o Brasil como destaque mundial, cuja média desses procedimentos, por ano, é de 46,6% nos serviços públicos e de 85% na rede privada. (BAGGIO et al., 2021 p.2)
 O acolhimento compreende um momento oportuno para que a equipe de saúde possa demonstrar atenção, interesse e disponibilidade, buscando conhecer e compreender as expectativas da gestante e sua família, esclarecendo as dúvidas relacionadas à gestação e ao parto. O acolhimento tende a facilitar a relação da paciente-profissional, evitando, assim, situações de estresse e angústia para a mulher e sua família (BARBOSA et al., 2020 p.5)
 Em 2017, o Ministério da Saúde, do Brasil, publicou as diretrizes nacionais de assistência ao parto normal, com o propósito de fornecer informação científica, revisada e atualizada sobre as práticas mais comuns na assistência ao parto e os cuidados com a mulher e o recém-nascido, com o intuito de promover, proteger e incentivar o parto normal com redução de intervenções desnecessárias e os agravos consequentes destas intervenções (pag2) (BAGGIO et al., 2021 p.2) 
[...] parto humanizado consiste naquele onde a mulher tem autonomia durante todo o processo, quando ela conhece seu corpo e é respeitada nas suas escolhas, sejam elas na posição de parir, escolha do acompanhante, sem que haja intervenções desnecessárias durante todo o trabalho de parto e parto. (BARBOSA et al., 2020 p.3)
 Por todos esses aspectos aqui discutidos, conclui-se que para uma assistência de qualidade ofertada pelos profissionais da saúde para estas mulheres, a humanização do parto é uma necessidade da parturiente que tem o direito de ser protagonista do seu parto, de receber auxilio de forma humanizada. [...] (NASCIMENTO et al., 2018 p.8) 
 Humanizar o parto é um processo que requer muito mais do que o conforto do ambiente, trata-se de uma série de cuidados desde o pré-natal ao momento do parto e orientações para o pós-parto, que objetivam proporcionar à mulher um elevado grau de satisfação, autonomia e segurança. A gestante deve ter suas vontades atendida de acordo com suas necessidades e possibilidades, com a ajuda dos profissionais de saúde, entre eles enfermeiros capacitados, preparando adequadamente a parturiente para o momento do parto, para que seja de forma tranquila e saudável. (NASCIMENTO et al., 2020 p.3)
 Assim, cada vez mais a Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra uma preocupação com os cuidados oferecidos às mulheres, à sua fisiologia e ao seu corpo, inviabilizando a utilização de inúmeros procedimentos desnecessários no cuidado obstétrico que, na atualidade, é amparado pelo modelo tecnocrático no campo do parto e nascimento. Esse modelo apresenta um viés ideológico que, pelas demandas atuais de políticas públicas e do conhecimento científico, deve propor na sua ruptura a possibilidade de incrementar a violência obstétrica no cotidiano de inúmeras maternidades. (de Paula et al., 2020, p.3) 
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