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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA DISCIPLINA CQ038 – PRINCÍPIOS DE QUÍMICA ORGÂNICA PROFa DRa CAROLINE DA ROS MONTES D’OCA Pós-laboratório: Pratica 4 - Extração Simples e Múltipla GIOVANNI COSTA ISABELLA OBERST Curitiba 2022 isabe isabe isabe isabe 2 INDICE 1. Introdução e objetivos ................................................................................... 3 1.1 Introdução ........................................................................................3 1.2 Importância ......................................................................................3 1.3 Objetivo ............................................................................................3 2. Revisão bibliográfica .......................................................................................5 3. Parte experimental ...........................................................................................6 3.1. Materiais ......................................................................................................6 3.2. Métodos ...................................................................................................... 6 3.2.1 Na extração simples ...................................................................... 6 3.2.2 Na extração múltipla ...................................................................... 7 4. Resultados e discussão ..................................................................................... 8 4.1 Método simples ............................................................................................ 8 4.2 Método múltiplo ............................................................................................ 8 4.3 Observação .................................................................................................. 9 4.4 Comparação ................................................................................................ 9 5. Conclusão ......................................................................................................... 10 6. Referências ....................................................................................................... 11 7. Anexos ............................................................................................................... 12 3 1 - INTODUÇÃO E OBJETIVOS 1.1 Introdução Os solventes são compostos químicos constantemente necessários. Estes têm funções diversas além de apenas solubilizar outro componente. O transporte de massa e energia, a estabilização de espécies químicas e a capacidade de funcionar como um veículo são algumas delas. Além de serem os principais em diversos procedimentos laboratoriais e rotineiros, os solventes também auxiliam etapas de diversos mecanismos, estando a separação e a extração entre estes, e sendo, portanto, o foco deste estudo. A separação ocorre de quimicamente igual, entretanto, a existência de diferentes métodos deixa evidente que as eficiências podem ser diferentes, e se faz, então, a necessidade de estabelecer um resultado esperado, para que se possa prever qual melhor método usar. Para caráter acadêmico, o presente trabalho realizou os dois tipos de extração líquido-líquido e apresentará os resultados tendo como parâmetro o rendimento de cada extração. De uma forma simples, o coeficiente de partição (obtido através de uma série de experimentos) é uma estimativa da preferência de um soluto em se dissolver em um solvente quando colocado em um meio com duas fases, o qual podemos prever (não afirmar) através das características físico-químicas dos compostos. Aqui, por exemplo, o coeficiente de partição do iodo é maior no dicloro metano do que na água; já para o sal iodeto de potássio, é exatamente o contrário, como observaremos experimentalmente. 1.2 Importância As técnicas de separação por solvente são as com maior vantagem atualmente em extração, tanto economicamente quanto como quimicamente. Diversos estudos comprovam que conhecer este método implica em autonomia para produção de diversos manufaturados, em grande ou pequena escala, uma vez que a matéria prima obtida por extração não é facilmente acessada sem o conhecimento adequado (como é o caso das Terras-Raras 3 e da Schinus terebinthifolius Raddi 4 ) 1.3 Objetivos O objetivo mais claro na parte prática da disciplina é a separação bem sucedida dos compostos. Por outro lado, o objetivo acadêmico é entender qual método é melhor 4 aplicado, tendo como base os valores de rendimento de cada extração (simples e múltipla) e de cada fase (orgânica e aquosa). 5 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A extração realizada por um solvente, ou extração líquido-líquido, é usada para separar/purificar/concentrar a solução desejada e consiste na utilização de um solvente orgânico adequadamente selecionado (respeitando as boas práticas laboratoriais, o objetivo do estudo e as características físicas e químicas dos compostos envolvidos no experimento a ser realizado) em contato com uma fase aquosa na presença de agitação, com o intuito de que cada fase dilua sua respectiva substância semelhante e possa ser separada com auxílio de um funil. Essa técnica pode ser feita de um modo simples – o solvente orgânico é adicionado todo de uma vez – ou múltiplo, – a adição de solvente é feita em etapas – e gera sempre duas fases: uma orgânica e uma aquosa. Aqui, a solução em fase aquosa utilizada foi uma mistura de iodeto de potássio e de iodo; e a fase orgânica, o solvente dicloro metano. Obviamente estes líquidos são imiscíveis entre si, uma vez que a fase aquosa é polar e a orgânica, apolar, entretanto eles não são completamente insolúveis, apesar da solubilidade ser muito pequena. Quando vemos desta forma, é necessário levar em conta os valores dos coeficientes de partição dos compostos a serem diluídos. O coeficiente de partição é um valor obtido experimentalmente e indica qual a preferência de solubilidade deste composto nos solventes envolvidos no processo. Neste estudo são dois solventes – água e dicloro metano – e dois compostos com seus respectivos coeficientes de partição – o iodo e o iodeto de potássio. Para calcularmos exatamente o coeficiente de partição de cada substância em relação a cada solvente precisaríamos de diversos experimentos; aqui, podemos afirmar que o coeficiente de partição do iodo é muito maior em relação ao solvente orgânico do que em relação ao inorgânico, e que o do iodeto de potássio é justamente o contrário. Além disso, o que nos chama atenção no experimento, são as transformações químicas que acontecem durante as adições e misturas no processo. Por exemplo, quando construída a solução do sal no meio aquoso a seguinte reação química aconteceu: 𝐾𝐼(𝑠) → 𝐾 + (𝑎𝑞) + 𝐼 − (𝑎𝑞) Transformando o sal sólido em íons em solução aquosa. 6 3 – PARTE EXPERIMENTAL 3.1 Materiais Para as duas extrações foram utilizados, ao todo: − 4 béqueres (sem volume pré-definido) − Graus e pistilo − 1 Balão volumétrico de 100 mL − Proveta graduada (de diversos volumes) − Funil de separação − Funil de vidro − Barra magnética − Chapa elétrica − Suportes universais e argolas conforme necessário 3.2 Métodos O método é o mesmo para os dois tipos de extração realizados: Separar uma espécie solúvel em um meio orgânico e uma espécie solúvel em um meio aquoso. No presente enxerto, foi utilizado 10 mL de uma mistura de duas partes de iodeto de potássio (KI) para uma parte de iodo (I) em meio aquoso. Já estando está composição diluída na presença de água, foi adicionado o volumequantitativamente ao funil de separação juntamente com o solvente orgânico (dicloro metano), sendo importante ressaltar que a partir deste ponto os métodos não são mais idênticos e serão separados com finalidade didática. 3.2.1 Na extração simples O solvente orgânico foi adiciona uma única vez com um volume total de 30mL. O funil foi submetido a agitação, conforme método ensinado em laboratório, e com a torneira do funil sendo aberta constantemente para liberação da pressão e então submetida a descanso até que fosse possível distinguir duas fases (conforme imagem 1). A fase mais densa foi identificada, em um béquer devidamente etiquetado, como fase orgânica e deixado na capela do laboratório com a finalidade de evaporação do solvente e posterior cálculo de massa e rendimento. A fase menos densa, caracterizada pela fase aquosa, foi aquecida em uma chapa elétrica com uma barra magnética, para que não houvesse respingos do composto durante aquecimento, até a ebulição e 7 completa evaporação da água (usado como solvente polar). Tal béquer foi pesado para posteriores cálculos. 3.2.2 Na extração múltipla Neste tipo de extração o solvente é fracionado e adicionado em partes. Sendo que o processo de adição do dicloro metano, agitação do funil de separação, liberação da pressão e observação de separação das fases foram realizadas três vezes, sendo que o volume de solvente orgânico foi de 10 mL em cada etapa, caracterizando 30 mL total (assim como na simples, para que não haja diferença quantitativa, mas apenas qualitativa nos resultados). Mais dois béqueres foram identificados como orgânico (e deixado no laboratório durante a semana para evaporação do solvente) e inorgânico (aquecido com um auxílio de chapa eletrica no mesmo dia para evaporação da água). 8 4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados foram comparados entres os dois métodos (simples versus múltiplo) e transcritos para a tabela 1 (conforme solicitado no roteiro de aula prática) para melhor visualização e comparação. Analisaremos primeiro estes separados e depois em conjunto. . , 4.1 Método simples A adição do solvente orgânico em apenas uma etapa gerou uma massa de sal iodeto de potássio de 0,189 gramas, identificada como diluída no meio aquoso justamente por ser um sal (composto muito conhecido por liberar íons em meio aquoso, consequentemente, ser solúvel na água). A massa desse sal foi obtida da seguinte maneira: antes da separação, o béquer identificado como “mistura aquosa”, juntamente com a barra magnética foram pesados e resultaram em uma massa total de 54,646 gramas. Após aquecimento e evaporação completa do sal, o conjunto seco de KI + béquer + barra magnética foi novamente pesado resultando em uma massa de 54,835 gramas. A diferença da segunda massa em relação a primeira é o valor mássico de iodeto de potássio extraído. O mesmo método foi aplicado no momento do cálculo da massa do iodo obtido através do meio orgânico; nesta fase a barra magnética não foi utilizada então o peso do béquer antes da evaporação (55,075 gramas) subtraído da massa do béquer após (55,078 gramas) resultada na massa do elemento I de 0,003 gramas. Em questão de porcentagens o sal representa aproximadamente 98,44% da massa extraída, enquanto os 1,56% restantes são de iodo. 4.2 Método múltiplo A adição do dicloro metano em três etapas diferentes deixou a mistura heterogênea de fase orgânica e aquosa visivelmente mais evidente, como mostra a imagem 2. Além disso as massas tiveram leve alterações, apesar do mesmo método de pesagem e extração terem sido utilizados. Quando diz respeito a fase aquosa, meio que diluiu o iodeto de potássio, temos uma massa inicial do sistema (béquer identificado + barra magnética) de 55,429 gramas e uma massa final de 55,636 gramas, o que resulta em uma massa de 0,207 gramas de sal KI, representando 98,57% da extração total. Já na fase orgânica, apenas o béquer pesava 57,462 gramas e após evaporação do solvente ficou com uma massa total de 57,465 gramas, sendo a massa do iodo de 0,003 gramas, representando 1,43% do total. 9 4.3 Observação Durante o experimento, foi certificado pelos autores do mesmo que os béqueres não fossem trocados e toda as pesagens fossem feitas na mesma balança, para minimizar os erros laboratoriais. 4.4 Comparação De uma forma quantitativa (e tendo como base apenas a massa extraída de sal, uma vez que o iodo teve massa resultante igual em ambos os métodos) a extração múltipla obteve maior e melhor desempenho, sendo este um rendimento de 10% a mais se comparado ao método simples. 10 5 – CONCLUSÃO O objetivo prático foi atingido uma vez que as fases ficaram visivelmente heterogêneas durantes as separações, em ambos os métodos. Junto a isso, podemos concluir que o método de extração múltiplo por solvente é mais eficaz quando comparado ao método simples. Além disso, o iodo não está muito presente nesta extração, e, como a massa do elemento simples deu igual nos dois métodos podemos pensar em um erro nos algarismos significativos da balança (apesar de ser impossível comprovar tal teoria), apesar de todo cuidado na hora da pesagem. Importante entender que as massas relatas aqui são de caráter experimental e, portanto, muito pequenas, as quais podem não fazer muita diferença quando calculadas. Entretanto, quando pensamos em massas muito grandes com intuito de produção em grande escala a diferença dos 10% a mais gerado pela extração multiplica é significativo. Analisando o composto como um todo – iodeto de potássio mais iodo – podemos comprovamos que este tem um coeficiente de partição muito maior no meio inorgânico do que no orgânico, uma vez que a massa do iodo foi muito menor em comparação ao iodeto. Entretanto, o cálculo da massa do iodo foi insatisfatório uma vez que o iodo sublima muito lentamente em temperatura ambiente. 11 6 - REFERÊNCIAS 1 - ANDRADE, Leandro H.; BAZITO, Reinaldo C.; FREIRE, Renato S. QFL5931/MPT6009 – Química Verde: Solventes Alternativos. USP - Instituto de Química, 2018. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4305483/mod_resource/content/1/QFL5931%2 0-%20Aula%20Solventes%20Alternativos%20v.2018.pdf. Acesso em: 26 mar. 2022. 2 - ALIPRANDINI, Paula. O uso da extração por solventes para tratamento de licor de lixiviação de minério limonítico de níquel. 2017. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. 3 - VERA, Ysrael Marrero. Separação de terras-raras a partir da extração por solvente: revisão sobre o uso dos extratantes ácidos organofosforados. 2015. 4 - MOURA, Túlio Flávio A. L. et al. Influência do Processo Extrativo, Solvente e Tamanho da Partícula do Material Vegetal no Teor de Sólidos Totais da Solução Extrativa da Schinus terebinthifolius Raddi. Revista Fitos, [S.l.], v. 1, n. 01, p. 74-79, jan. 2005. 5 - CANTO, Eduardo Leite do. O que é coeficiente de partição?: Grandeza informa tendência de soluto distribuir-se entre fases líquidas.. Informe-se sobre a química: Edição para professores, Editora Saraiva, ed. 55, 2016. 12 7 – ANEXOS Imagem 1 Imagem 2 Tabela 1 Adição de solvente orgânico Porção de iodo (g e %) Porção de iodeto de potássio (g e %) Extração Simples 1 x 30 mL 0,003 g 1,5625% 0,189 g 98,4375% Extração Múltipla 3 x 10 mL 0,003 g 1,4286% 0,207 g 98,5714% Questões adicionais 1. Qual é a relação entre coeficiente de partição e a eficiência da extração? R: De forma direta, quanto maior o coeficiente de partição de um compostoem um solvente maior será sua extração. Analisando, entendemos que o coeficiente de partição indica quantitativamente a massa do composto no solvente, e esse valor 13 será o extraído. É importante então, escolher solventes em relação ao composto a ser extraído que tenham coeficientes de partição muito diferentes, para que a massa presente em cada um seja, consequentemente, muito distinta e o rendimento seja maior. 2. Usando acetato de etila as extrações seriam mais ou menos eficientes? Por que? R: O acetato de etila é muito utilizado como solvente na indústria química, entretanto este é um éster e seria menos eficiente nesta extração. Os ésteres são compostos com oxigênio que tornam a molécula polar, assim como a água. E como na química, semelhante dissolve semelhante, haveria uma mistura homogênea entre água e acetato de etila, a qual seria quase impossível de separar e descumpriria o um dos requisitos apresentados para esse tipo de extração: ser apolar e consequentementer imiscível em água.
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