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Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 82 AULA 06: Administração Pública SUMÁRIO PÁGINA 1-Administração Pública 22-67 2-Lista de Questões 68-80 3- Gabarito 81-84 Administração Pública I. O Regime Jurídico-Administrativo A Administração Pública se sujeita ao regime jurídico-administrativo. Com base nesse regime, a Administração apresenta poderes e restrições não existentes nas relações típicas de direito privado, traduzidas em dois pilares: supremacia do interesse público e indisponibilidade do interesse público. O princípio da supremacia do interesse público determina que em caso de conflito entre o interesse público e o de particulares, aquele deve prevalecer. Fundamenta, ainda, a existência das prerrogativas da Administração Pública, das quais decorre a verticalidade nas relações entre esta e o particular. Essas prerrogativas são necessárias para que o Estado atinja os fins a ele impostos pelo ordenamento jurídico, sendo determinadas pela Constituição e pelas leis. Já o princípio da indisponibilidade do interesse público estabelece que a Administração somente pode atuar quando autorizada por lei, nos limites estipulados pela norma legal. Veda ao administrador a prática de atos que implicam renúncia a direitos do Poder Público ou que onerem injustificadamente a sociedade. Assim, só a lei pode dispensar a exigência de tributos, por exemplo. Alguns autores consideram este princípio sinônimo de legalidade. II. Os Princípios Explícitos da Administração Pública O “caput” do artigo 37 da Constituição Federal traz cinco princípios explícitos da Administração Pública: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) Esses princípios formam, com suas iniciais, a sigla “LIMPE”, utilizada como recurso mnemônico: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 82 i. Princípio da legalidade A legalidade é princípio próprio do Estado Democrático de Direito, pois representa a submissão do Estado à lei, fruto do Poder Legislativo, que representa o povo. Pode, contudo, a lei dar maior amplitude de atuação ao administrador público, a chamada discricionariedade. Enquanto para os particulares a regra é a autonomia da vontade, a Administração está restrita à lei em sua atuação, devido à indisponibilidade do interesse público. Assim, a Administração só pode agir segundo a lei (“secundum legem”), jamais contra a lei (“contra legem”) ou além da lei (“praeter legem”) com base apenas nos costumes. Destaca-se, contudo, que a legalidade não se resume à obediência às leis formais. Deve-se observar, o Direito como um todo, o que inclui os princípios jurídicos e os atos infralegais expedidos pela própria Administração Pública (decretos, portarias, etc.). ii. Princípio da moralidade Na análise do conceito de moralidade, destaca-se que a moral administrativa difere da comum por ser jurídica. Embora seja conceito jurídico indeterminado, é objetiva, podendo ser extraída do ordenamento jurídico, a partir das normas que tratam da conduta dos agentes públicos. Não é como a “LIMPE” Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 82 comum, que é subjetiva, estando ligada às convicções pessoais de quem aprecia o fato. Os atos administrativos praticados que contrariem esse princípio são nulos. Um dos meios constitucionais de tutela da moralidade administrativa é, como vimos em aula anterior, a ação popular, prevista no art. 5º, LXXIII, CF/88. iii. Princípio da impessoalidade A impessoalidade, por sua vez, é um princípio que deve ser analisado em suas quatro acepções. Na primeira acepção, de finalidade, o princípio traduz a ideia de que toda atuação da Administração deve buscar a satisfação do interesse público. Quando um ato é praticado com objetivo diverso, é nulo, por desvio de finalidade. O administrador é mero executor do ato, que serve para manifestar a vontade do Estado. Segundo a doutrina, em sentido amplo, o princípio da impessoalidade busca o atendimento do interesse público, enquanto em sentido estrito, visa a atender a finalidade específica prevista em lei para o ato administrativo. Ressalta-se que sempre que o ato administrativo satisfizer sua finalidade específica, a finalidade em sentido amplo também terá sido atendida. Nesse sentido, destaca-se a lição de Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro, 21a Edição, 1995): “ (…) o princípio da impessoalidade, referido na Constituição de 1988 (art. 37, “caput”), nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal”. Já a segunda acepção se relaciona à proibição de que o agente público utilize as realizações da Administração Pública para promoção pessoal. Fundamenta-se no artigo 37, § 1º, da CF/88, que diz: Moralidade Administrativa É diferente da moral comum É objetiva, extraída do ordenamento jurídico Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 82 § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. Uma terceira acepção do princípio da impessoalidade é aquela que o relaciona ao da isonomia. É o que se verifica na exigência de concurso público para o acesso aos cargos públicos. A oportunidade de se ter acesso a esses cargos é igual para todos. Finalmente, outra importante acepção do princípio da impessoalidade é a que considera que os atos praticados pelo agente público são imputáveis não a ele, mas ao órgão ou entidade em nome do qual ele age. A ação dos agentes é, portanto, impessoal. Destaca-se, ainda, que uma importante aplicação do princípio da impessoalidade diz respeito à consideração dos atos praticados por agente de fato (putativo)como válidos. Esse agente é o particular que ingressa na Administração Pública irregularmente. Devido à teoria da aparência (o agente parece ser de direito), seus atos são mantidos quando atingem terceiros de boa-fé, pois a Administração é impessoal. iv. Princípio da eficiência O princípio da eficiência passou a ser expresso na Constituição a partir da EC no 19/98, estando ligado ao modelo de administração gerencial, que defende a ideia de se trazerem ao setor público procedimentos do setor privado, tendo como ênfase a obtenção de resultados. Quanto à atuação do agente público, espera-se que este desenvolva suas atribuições da melhor forma possível, a fim de obter os melhores resultados. Um exemplo de aplicação da eficiência nesse sentido é a avaliação de desempenho para aquisição de estabilidade pelo servidorpúblico, também introduzida à CF/88 pela EC no 19/98. Já quanto ao modo de organização da Administração, determina que esta seja o mais racional possível. Consagra, ainda, o princípio da economicidade, impondo à Administração uma relação custo/benefício adequado em sua atuação. Segundo Alexandre de Moraes (D. Constitucional, 28a Edição), o princípio da eficiência apresenta as seguintes características básicas: Direcionamento da atividade e dos serviços públicos à efetividade do bem comum: nesse sentido, tem como fundamento o art. 3O, IV, da Constituição, que determina ser um dos objetivos da República Federativa do Brasil “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 82 Imparcialidade: busca salvaguardar o exercício da função administrativa e, consequentemente, o interesse público, da influência de interesses de terceiros. Resguarda, também, a Administração, contra a interferência indevida, no procedimento administrativo, em especial na fase decisória, de outros sujeitos ou entidades, a ela exteriores. Neutralidade: busca a isenção do Estado na valoração de interesses em conflito, sendo todos eles considerados de maneira igual e simultânea. Transparência: visa ao combate da inércia formal, inclusive mediante condutas contra a prática de subornos, corrupção e tráfico de influência. Nesse sentido, deve-se observar a transparência na indicação, nomeação e manutenção de cargos e funções públicas, dando-se primazia a fatores objetivos, como mérito funcional e competência, buscando-se a eficiência na prestação de serviços. Participação e aproximação dos serviços públicos da população: visa a garantir a gestão participativa, desdobramento dos princípios da soberania popular e da democracia representativa, previstos no parágrafo único do art. 1O da Carta Magna. Destaca-se que a EC no 19/98 deu nova redação ao art. 37, § 3o da Constituição, prevendo que a lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta. Eficácia: traduz-se no adimplemento das competências ordinárias da administração e na execução e cumprimento, pelos entes administrativos, dos objetivos que lhes são próprios, enquanto a eficácia formal se verifica no curso do procedimento administrativo, quando da resposta ou impulso a uma petição formulada por um administrado. Nesse sentido, deverá a lei, obedecidos os limites constitucionais, dar a liberdade à Administração necessária ao eficaz cumprimento de suas tarefas. Desburocratização. Busca da qualidade. Nesse sentido, a EC no 19/98, em redação dada ao art. 39, § 7o, da CF/88, determinou que lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. v. Princípio da publicidade O princípio da publicidade deve ser analisado sob dois prismas: a) Exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público; b) Exigência de transparência da Administração em sua atuação, de forma a possibilitar o controle pelos administrados. A publicidade só poderá ser excepcionada quando o interesse público assim determinar. Isso porque ela serve para proteger o indivíduo contra Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 82 processos arbitrariamente sigilosos, permitindo os recursos administrativos e as ações judiciais próprias. III. Os Princípios Implícitos da Administração Pública Além dos princípios expressos no texto constitucional, há outros que estão implícitos ou explícitos na Constituição. Dentre os expressos, destacam- se o princípio do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV, CF) e o da celeridade processual (art. 5º, LXXVIII, CF). Já dentre os implícitos, destacam- se a razoabilidade e a proporcionalidade, que determinam que o ato deve ser adequado e necessário ao resultado que pretende atingir, com correspondência entre a lesividade da conduta que contraria o ordenamento jurídico e a sanção administrativa aplicada. 1. (ESAF/2010/SMF-RJ) São princípios constitucionais gerais da Administração Pública a legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a publicidade e a eficiência. Comentários: É o que determina o art. 37, “caput”, da Constituição Federal. Questão correta. 2. (ESAF/2010/SMF-RJ) A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. Comentários: É o que dispõe o § 1º do art. 37 da Lei Fundamental. Questão correta. 3. (ESAF/2008/Processo Simplificado/União) Nos termos da Constituição da República, são princípios a serem obedecidos pela administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, exceto: a) impessoalidade. b) legalidade. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 82 c) eficiência. d) Essencialidade. e) moralidade. Comentários: Segundo a Carta Magna (art. 37, “caput”), a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Esses princípios, como vimos, formam a sigla “limpe”. A letra D é o gabarito. 4. (ESAF/2008/MPOG) Lei deve disciplinar as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, e regular as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral. Comentários: Segundo o art. 37, § 3º, I, da Constituição Federal, a lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços. Questão correta. 5. (ESAF/2008/MPOG) A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de cooptação social. Comentários: De acordo com o art. 37, § 1º, da Carta Magna, a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. Portanto, essa publicidade não poderá ter caráter de cooptação social. Questão incorreta. 6. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) O princípio da impessoalidade apresenta duas formas de abordagem. A primeira relaciona-se à finalidade pública. A segundaindica que os atos administrativos não devem ser imputados ao agente que os praticou, mas ao órgão ou entidade administrativa a que está vinculado. Comentários: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 82 De fato, o princípio da impessoalidade apresenta essas duas acepções. Questão correta. 7. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) A publicidade não se constitui elemento formador do ato administrativo, mas requisito de eficácia e moralidade. Portanto, não se faz possível a restrição dos atos de publicidade, sob o risco de se ferir o interesse público. Comentários: Como vimos, o princípio da publicidade admite, sim, exceções, quando o interesse público assim o determinar. Questão incorreta. 8. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal) Segundo a doutrina, o conteúdo do princípio da eficiência relaciona-se com o modo de atuação do agente público e o modo de organização, estruturação e disciplina da Administração Pública. Comentários: De fato, o princípio da eficiência determina, quanto à atuação do agente público, que este desenvolva suas atribuições da melhor forma possível, a fim de obter os melhores resultados. Já quanto ao modo de organização da Administração, estabelece que esta seja o mais racional possível. Questão correta. 9. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal) O princípio da impessoalidade não guarda relação com a proibição, prevista no texto constitucional, de que conste da publicidade oficial nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou servidores públicos. Comentários: Uma das acepções do princípio da impessoalidade se relaciona à proibição de que o agente público utilize as realizações da Administração Pública para promoção pessoal. Fundamenta-se no artigo 37, § 1º, da CF/88. Questão incorreta. 10. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal) Segundo a doutrina, há perfeita identidade do conteúdo do princípio da legalidade aplicado à Administração Pública e o princípio da legalidade aplicado ao particular. Comentários: Pelo contrário: trata-se de conceitos opostos! Enquanto para os particulares a regra é a autonomia da vontade, a Administração está restrita à Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 82 lei em sua atuação, devido à indisponibilidade do interesse público. Questão incorreta. Questões do Cespe 11. (Cespe/2009/DPE-PI) Os princípios constitucionais da administração pública são vetores de observância obrigatória pela União, pelos estados, pelo DF e pelos municípios, funcionando como parâmetros de comportamento tanto para o Poder Executivo quanto para os Poderes Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo. Comentários: O enunciado está perfeito. Questão correta. 12. (Cespe/2010/BB Cert) O princípio da legalidade expressa-se por meio da autonomia da vontade, o que significa dizer que só é permitido fazer o que a lei não proíbe. Comentários: O princípio da legalidade, no âmbito da Administração Pública, determina que esta só poderá agir quando a lei determinar ou autorizar sua atuação. Não há autonomia da vontade. Questão incorreta. 13. (Cespe/2010/BB Cert) A impessoalidade é atributo a ser observado em relação aos administrados e à própria administração. Nesse último caso, os atos administrativos são imputáveis ao funcionário, e não ao respectivo órgão da administração. Comentários: Os atos administrativos são imputados à Administração, não ao servidor público. É o que determina o princípio da impessoalidade. Questão incorreta. 14. (Cespe/2010/BB Cert) De acordo com o princípio da eficiência, deve prevalecer, no setor público, o controle do resultado, sendo irrelevante atender às necessidades dos usuários ou clientes. Comentários: As necessidades dos usuários devem ser atendidas, com base no princípio da eficiência. Veja que a CF/88 determina, em seu art. 175, IV, que lei disporá sobre a obrigação de manter serviço adequado. Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 82 IV. Concurso Público Iniciaremos, a partir de agora, a análise dos incisos do art. 37 da Constituição. O art. 37, I, CF, determina que “os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei”. Assim, para que os brasileiros tenham acesso aos cargos, empregos e funções públicas, basta que cumpram os requisitos estabelecidos em lei. Entretanto, os estrangeiros também podem ter o mesmo acesso. A diferença é que há uma condição: é necessário lei autorizadora. Destaca-se que essa lei não poderá estabelecer distinções arbitrárias e abusivas, privilegiando determinados estrangeiros em detrimento de outros, em função do país de origem. Ressalta-se, ainda, que essa nova previsão constitucional se aplica igualmente aos estrangeiros residentes ou não no país, permitindo, por exemplo, que, após a edição da referida lei, estes tenham acesso a cargos, empregos ou funções públicas em repartições brasileiras no exterior. . Já em seu inciso II, o art. 37 exige aprovação em concurso público (de provas ou provas e títulos) para o provimento de cargos e empregos nas Administrações Direta e Indireta. Nesse sentido, o STF editou a Súmula 685, que diz: “é inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido”. A exceção é quanto aos cargos comissionados, para os quais pode ser feita contratação sem concurso. Também é possível contratação sem concurso para os casos de contratação temporária previstos no art. 37, IX, da Constituição. O inciso III do mesmo artigo trata da validade do concurso público. De acordo com o dispositivo, esta será de até dois anos, prorrogável uma vez, por Acesso aos cargos públicos Brasileiros: devem cumprir requisitos legais Estrangeiros: é necessário lei autorizadora Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 82 igual período. O prazo de validade é definido pelo edital do concurso, sendo contado a partir da homologação deste. A prorrogação do concurso poderá ser feita pelo mesmo prazo previsto no edital. Assim, se o edital prevê validade de seis meses, o concurso poderá ser prorrogado por mais seis meses, por exemplo. Continuando nossa análise, veja o que dispõe a Constituição sobre a convocação de aprovados em concurso público: Art. 37, IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; O STF tradicionalmente entendia que a aprovação em concurso público, mesmo dentro do número de vagas previsto no edital, não representava direito adquirido à nomeação, mas mera expectativa de direito. Entretanto, em 2008, a Primeira Turma da Corte Suprema decidiu que, no caso de aprovação em concurso dentro do número de vagas previsto no edital, há sim, direito adquirido do candidato, ficando o Poder Público obrigado aoprovimento do cargo. O STF entende que, no caso de aprovação em concurso dentro do número de vagas previsto no edital, há direito adquirido do candidato à nomeação. “E no caso de a Administração nomear um candidato fora da ordem de classificação, professora? Nomear o 26º antes do 1º, por exemplo?” O STF elaborou uma súmula a respeito dessa situação. Veja o que diz a Súmula 15: “dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem o direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação”. Assim, o candidato preterido, nesse caso, tem direito subjetivo à nomeação. Outro entendimento importante da Corte que você precisa saber é sobre a possibilidade de o Judiciário controlar a compatibilidade entre o conteúdo das questões cobradas em concurso e o programa de disciplinas constante do edital. O Supremo Tribunal Federal entende que, caso uma questão de concurso cobre assunto não incluso no edital, é possível o controle jurisdicional, por ser o edital a lei do concurso. Entretanto, é bom que você saiba que esse controle não é possível, de acordo com o STF, quando se trata de avaliar os critérios de correção da banca examinadora, de analisar a formulação de questões ou de avaliar as respostas. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 82 No inciso V do art. 37, a Carta da República trata das funções de confiança e dos cargos em comissão: Art. 37, V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; Esse dispositivo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional no 19/1998, com o objetivo de moralizar a Administração Pública. Buscou-se, com a nova redação, impedir a multiplicação desnecessária de cargos em comissão e a designação de pessoas não aprovadas em concurso para funções de confiança. Para isso, limitou-se a criação de cargos e funções de confiança às hipóteses previstas constitucionalmente, bem como o acesso às funções de confiança apenas aos servidores ocupantes de cargo efetivo. Esquematizando... No que se refere a nomeações para cargos em comissão, é importante o entendimento do STF sobre o nepotismo, prática de nomear parentes para cargos em comissão e funções de confiança. A Corte considera ofensiva a prática do nepotismo, vedando inclusive o “nepotismo cruzado”, que ocorre quando dois agentes públicos nomeiam parentes um do outro, para mascarar a contratação. Funções de confiança E cargos em comissão • Destinam-se exclusivamente às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Funções de confiança • Ocupadas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo. Cargos em comissão • Podem ser preenchidos por pessoas com ingresso sem concurso público. Entretanto, a lei deve estabelecer percentuais mínimos de vagas a serem preenchidas por servidores de carreira, que ingressaram no serviço público mediante concurso. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 82 O STF entende que a prática do nepotismo ofende os princípios da moralidade e da impessoalidade, devendo a vedação a esta prática ser observada por todos os Poderes da República e por todos os entes da Federação, independentemente de lei formal. Que tal lermos a súmula vinculante no 13 em sua íntegra? "A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta, em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal". É importante destacar que a vedação ao nepotismo não alcança a nomeação para cargos políticos. Assim, o governador de um Estado pode nomear seu irmão para o cargo de secretário estadual, por exemplo. No inciso VIII do art. 37, o constituinte assegura percentual dos cargos para os portadores de deficiência: Art. 37, VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão; Note que é a lei que definirá os critérios de admissão das pessoas portadoras de deficiência, jamais o administrador público. Continuando nossa análise do art. 37 da Constituição, determina o texto constitucional que: IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; Esse inciso prevê a contratação de pessoal sem concurso público, por tempo determinado. Esse pessoal não ocupa cargo público, não está sujeito ao regime estatutário a que se submetem os servidores públicos titulares de cargo efetivo e em comissão. Também não está sujeito à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a não ser nos termos em que a lei específica que os rege defina. 15 abr 2002 Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 82 Esses agentes públicos são estatutários, pois têm seu próprio estatuto de regência, que define seu regime jurídico. Exercem função pública remunerada temporária, tendo vínculo jurídico-administrativo com a Administração Pública. Sujeitam-se ao regime geral de previdência social (RGPS) e suas lides com o Poder Público contratante são de competência da Justiça comum, federal ou estadual (ou do Distrito Federal), conforme o caso. Para a utilização do instituto da contratação temporária, exceção à contratação mediante concurso público, é necessário o cumprimento de três requisitos: Excepcional interesse público; Temporariedade da contratação; Hipóteses expressamente previstas em lei. A lei mencionada como requisito será editada pela entidade contratadora, podendo ser federal, estadual, distrital ou municipal, conforme a respectiva competência constitucional. Contudo, não será possível, segundo o STF, a contratação temporária por lei que fixe “hipóteses abrangentes e genéricas de contratação, sem definir qual a contingência fática emergencial apta a ensejá-la”, bem como para “o exercício de serviços típicos de carreira e de cargos permanentes de Estado, sem concurso ou motivação de excepcional relevância” que o justifique (STF, Pleno, ADI 3116/AP, decisão 14.02.2011). 15. (ESAF/2010/SMF-RJ) Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego na carreira, ressalvada apenas a prioridade em favor dos portadores de deficiência ou doença grave. Comentários: De fato, segundo o art. 37, IV, da Constituição Federal, durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira. Não há, entretanto, tal previsãoem favor dos portadores de deficiência ou doença grave. Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 82 16. (ESAF/2010/SMF-RJ) A investidura em cargos ou emprego públicos, que são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei assim como aos estrangeiros na forma da lei, depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Comentários: De acordo com o art. 37, II, da Constituição, a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Os cargos ou empregos públicos, conforme o inciso I do mesmo artigo, são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. Questão correta. 17. (ESAF/2009/ANA) A Constituição Federal não proíbe a nomeação de cônjuge, companheiro, ou parente, em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Comentários: A questão cobra o conhecimento da súmula vinculante no 13, segundo a qual “a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta, em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”. Questão incorreta. 18. (ESAF/2008/MPOG) Os cargos em comissão, preenchidos exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, destinam- se às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Comentários: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 82 Os cargos em comissão são preenchidos pelos servidores ocupantes de cargos efetivos não de maneira exclusiva, mas nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei (art. 37, V, CF). Questão incorreta. 19. (ESAF/2008/CGU) O prazo de validade do concurso público será de até quatro anos, prorrogável uma vez, por igual período. Comentários: Segundo o inciso III do art. 37 da Carta Magna, o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período. Questão incorreta. 20. (ESAF/2008/CGU) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, estando vedado o acesso pelos estrangeiros, na forma da lei. Comentários: A Constituição não veda o acesso dos estrangeiros aos cargos, empregos e funções públicas. Apenas estabelece que esse acesso se dará na forma da lei (art. 37, I, CF). Questão incorreta. 21. (ESAF/2006/CGU) Os cargos, empregos e funções públicas só são acessíveis aos brasileiros e, ainda assim, se forem preenchidos os requisitos estabelecidos em lei. Comentários: Também os estrangeiros podem ter acesso aos cargos, empregos e funções públicas, nos termos da lei (art. 37, I, CF). Questão incorreta. 22. (ESAF/2005/MPOG) Na Administração Pública, as funções de confiança, a serem preenchidas por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Comentários: De fato, as funções de confiança destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Entretanto, diferentemente do que diz o enunciado, elas deverão ser ocupadas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, conforme art. 37, V, CF. Questão incorreta. 23. (ESAF/2004/ANEEL) Somente brasileiros podem ocupar cargos públicos da Administração Pública direta. Comentários: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 82 Nada disso! Também os estrangeiros, havendo lei autorizadora, poderão ocupar cargos públicos, segundo o art. 37, I, da Carta Magna. Questão incorreta. 24. (ESAF/2004/MPU) As funções de confiança destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento, sendo exercidas por servidores ocupantes de cargo efetivo ou de cargo em comissão. Comentários: Segundo a Carta Magna, as funções de confiança deverão ser ocupadas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo (art. 37, V). Questão incorreta. 25. (ESAF/2001/SEFAZ-PI) Apenas brasileiros, natos ou naturalizados, podem ser nomeados para cargos públicos. Comentários: Também os estrangeiros, na forma da lei, podem ser nomeados para cargos públicos (art. 37, I, CF). Questão incorreta. Questões do Cespe 26. (Cespe/2009/TCE-RN/Inspetor de Controle Externo) Os cargos, os empregos e as funções públicas são acessíveis aos brasileiros e aos estrangeiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, devendo a investidura em cargo efetivo ocorrer exclusivamente por concurso público de provas e títulos. Comentários: O artigo 37, II, da CF/88 reza que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. O erro do enunciado é deixar de prever a possibilidade de concurso público de provas. Questão incorreta. 27. (Cespe/2009/ANAC) Apenas os brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei podem assumir cargos, empregos e funções públicas, os quais não são acessíveis a estrangeiros. Comentários: De fato, apenas os brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos na lei podem assumir cargos, empregos e funções públicas (art. 37, II, CF). O Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 82 erro do enunciado é que os estrangeiros também podem assumi-los, na forma da lei. Questão incorreta. 28. (Cespe/2009/TRE-MA) Os cargos, os empregos e as funções públicas são acessíveis apenas aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, não havendo qualquer acessibilidade aos estrangeiros. Comentários: Os cargos, empregos e funções públicas, havendo lei autorizadora, são, sim, acessíveis aos estrangeiros (art. 37, II, CF). Questão incorreta. 29. (Cespe/2009/TRE-GO) Os cargos, empregos e funções públicas são vedados aosestrangeiros. Comentários: É incrível como o Cespe gosta dessa questão, não é? Os cargos, empregos e funções públicas, havendo lei autorizadora, são, sim, acessíveis aos estrangeiros (art. 37, II, CF). Questão incorreta. 30. (Cespe/2010/CEF-Advogado) A regra é a admissão de servidor público mediante concurso público. As duas exceções à regra são para os cargos em comissão e a contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. Nessa segunda hipótese, deverão ser atendidas as seguintes condições: previsão em lei dos cargos; tempo determinado; necessidade temporária de interesse público; e interesse público excepcional. Comentários: Questão correta. Fundamento:art. 37, II c/c art. 37, IX, CF. 31. (Cespe/2010/ABIN) A única exceção ao princípio constitucional do concurso público, que compreende os princípios da moralidade, da igualdade, da eficiência, entre outros, consiste na possibilidade, expressa na CF, de nomeação para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Comentários: Além dessa exceção, há outra, prevista constitucionalmente: a possibilidade de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (art. 37, IX, CF). Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 82 32. (Cespe/2010/CEF) A regra é a admissão de servidor público mediante concurso público. As duas exceções à regra são para os cargos em comissão e a contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. Nessa segunda hipótese, deverão ser atendidas as seguintes condições: previsão em lei dos cargos; tempo determinado; necessidade temporária de interesse público; e interesse público excepcional. Comentários: O enunciado está perfeito. Questão correta. 33. (Cespe/2009/TRE-MA) O prazo de validade de concurso público é de até um ano, prorrogável uma vez, por igual período. Comentários: Dispõe o art. 37, III, da Carta Magna, que o prazo de validade do concurso público é de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período. Questão incorreta. 34. (Cespe/2009/DETRAN-DF) Segundo a CF, as funções de confiança serão exercidas preferencialmente, mas não exclusivamente por servidores ocupantes de cargos efetivos. Os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira, nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Comentários: A primeira parte do enunciado está incorreta. Do art. 37, V, da CF/88, depreende-se que as funções de confiança são exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargos efetivos. Já a segunda parte está correta. De fato, os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Questão incorreta. 35. (Cespe/2009/TRE-GO) As funções de confiança e os cargos em comissão podem ser exercidos por servidores ocupantes de cargo efetivo ou por pessoas de fora do serviço público. Comentários: Determina o art. 37, V, da CF/88, que as funções de confiança são exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargos efetivos. Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 82 36. (Cespe/2009/AGU) Segundo entendimento do STF, a vedação ao nepotismo não exige edição de lei formal, visto que a proibição é extraída diretamente dos princípios constitucionais que norteiam a atuação administrativa. Comentários: De fato, o STF entende que a prática do nepotismo ofende os princípios da moralidade e da impessoalidade, devendo a vedação a esta prática ser observada por todos os Poderes da República e por todos os entes da Federação, independentemente de lei formal. Questão correta. 37. (Cespe/2007/IPC-Cariacica) A contratação temporária ou por tempo determinado pode ser realizada pela administração pública federal dentro dos estritos limites impostos por lei para atender a necessidade transitória de excepcional interesse público. Comentários: É o que determina o art. 37, IX, da Carta Magna. Questão correta. 38. (Cespe/2007/TJ-TDFT) A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Comentários: Cobra-se a literalidade do art. 37, II, da CF/88. Questão correta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 82 V. Direitos sociais dos servidores públicos civis O direito à associação sindical do servidor público é assegurado no inciso VI do art. 37 da Constituição: Art. 37, VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical O servidor público tem, portanto, o poder de se associar a um sindicato. Entretanto, destaca-se que a súmula 679 do STF proíbe a convenção coletiva para fixação de vencimentos dos servidores públicos. Destaca-se, ainda, que aos militares são vedadas a sindicalização e a greve (art. 142, IV, CF), sem exceção. No dispositivo seguinte, assegura-se ao servidor público o direito de greve: Art. 37, VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites estabelecidos em lei específica. Observe que, ao contrário do direito à associação sindical, que é uma norma constitucional de eficácia plena, o direito de greve do servidor público é uma norma constitucional de eficácia limitada. Como tal lei ainda não foi editada, o STF, no julgamento de três mandados de injunção, adotando a posição concretista geral, determinou a aplicação ao setor público, no que couber, da lei de greve vigente no setor privado (Lei no 7.783/1989) até a edição da lei regulamentadora. Destaca-se, porém, que a Corte decidiu pela inaplicabilidade do direito de greve a determinados servidores públicos, como, por exemplo, as forças policiais, devido à indole de sua atividade. Segundo o Pretório Excelso, “servidores públicos que exercem atividades relacionadas à manutenção da ordem pública e à segurança pública, à administração da Justiça – aí os integrados nas chamadas carreiras de Estado, que exercem atividades indelegáveis, inclusive as de exação tributária – e à saúde pública” estão privados do direito de greve (STF, Rcl. 6568-SP, Rel. Min. Eros Grau). A Carta Magna assegura, ainda, aos servidores públicos, os seguintes direitos sociais (art. 39, § 3o): Salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br22 de 82 Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias Licença-paternidade, nos termos fixados em lei Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. 39. (ESAF/2006/IRB) É garantido ao servidor público, nos termos de lei específica, o direito à livre associação sindical. Comentários: O direito do servidor à livre associação sindical é norma de eficácia plena, e não de eficácia limitada, como diz o enunciado. A Constituição não exige sua disciplina em lei específica (art. 37, VI, CF). Questão incorreta. 40. (ESAF/2001/SEFAZ-PI) Os servidores públicos têm direito amplo de greve, que não pode ser restringido ou regulamentado pelo legislador. Comentários: Os servidores públicos têm, sim, direito a greve, mas trata-se de norma constitucional de eficácia limitada, dependente de regulamentação para produzir todos os seus efeitos (art. 37, VII, CF). Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 82 41. (ESAF/2001/MPOG) Enquanto não for editada lei que regule o direito de greve de servidores públicos, não são legítimos os movimentos paredistas de servidores da Administração Pública direta. Comentários: São legítimos sim! O STF, no julgamento de três mandados de injunção, adotando a posição concretista geral, determinou a aplicação ao setor público, no que couber, da lei de greve vigente no setor privado (Lei no 7.783/1989) até a edição da lei regulamentadora. Questão incorreta. Questões do Cespe 42. (Cespe/2009/ANATEL) Aos servidores públicos são garantidos o direito à livre associação sindical e o direito de greve, nos termos e limites definidos em lei específica. Comentários: É o que se depreende do art. 37, incisos VI e VII, da Constituição Federal. Questão correta. 43. (Cespe/2007/TJ-DFT) É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical. Comentários: Questão correta. Fundamento: art. 37, VI, CF. 44. (Cespe/2009/TRE-GO) É vedado ao servidor público civil associar-se a sindicato. Comentários: Nada disso! A Constituição assegura esse direito ao servidor em seu art. 37, VI. Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 82 VI. Remuneração O artigo 37 da Constituição Federal, em seu inciso X, estabelece que: X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; Antes de iniciarmos a análise do dispositivo, cumpre fazermos algumas elucidações. A remuneração dos servidores públicos pode se dar por meio de subsídios, vencimentos ou salários. A primeira delas, o subsídio, é uma forma de remuneração fixada em parcela única, sem acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória. É remuneração obrigatória para os agentes políticos e para servidores públicos de determinadas carreiras (Advocacia-Geral da União, Defensoria Pública, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, procuradorias dos estados e do DF, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, polícias civis, polícias militares e corpos de bombeiros militares). Além disso, pode ser facultativamente adotado, a critério do legislador ordinário, para servidores públicos organizados em carreira (art. 39, § 8º, CF). É o caso dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, por exemplo. Já os vencimentos compreendem a remuneração em sentido estrito, percebida pelos servidores públicos. O artigo 41 da Lei 8.112/90 estabelece que remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. Finalmente, o salário é a forma remuneratória paga aos empregados públicos, contratados sob regime celetista. É o caso do presidente de uma empresa pública, por exemplo. A alteração da redação do dispositivo, promovida pela EC no 19/98 garantiu expressamente ao servidor público o princípio da periodicidade, ou seja, no mínimo, uma revisão geral da remuneração. Nesse sentido, entendeu o STF que se trata de “norma constitucional que impõe ao Presidente da República o dever de desencadear o processo de elaboração da lei anual de revisão geral da remuneração dos servidores da União”, concluindo que “seu atraso configurou-se desde junho/1999, quando transcorridos os primeiros doze meses da data da edição da referida EC no 19/98”. A iniciativa das leis que fixam a remuneração e o subsídio dos agentes públicos depende do cargo a que se refiram. As principais estão previstas na tabela a seguir: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 82 Cargos Iniciativa Cargos da estrutura do Executivo federal Presidente da República Cargos da estrutura Câmara dos Deputados Câmara dos Deputados Cargos da estrutura do Senado Federal Senado Federal Cargos da estrutura do Poder Judiciário Competência privativa de cada tribunal Ministros do STF STF Deputados federais, senadores, Presidente e Vice-Presidente da República e ministros de Estado Congresso Nacional O inciso XI do artigo 37 da Constituição estabelece o denominado teto constitucional de remuneração dos servidores públicos. Vamos lê-lo na íntegra? XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando- se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; Destaca-se que, levando em consideração o autogoverno dos entes federativos, a EC no 47/05 permitiu que os Estados e o Distrito Federal fixem subtetos específicos, desde que com a edição de emendas às respectivas Constituições Estaduais ou Lei Orgânica do Distrito Federal (art. 37, § 12, CF). Esses entes federados poderão, portanto, alterar suas legislações, estabelecendo um limite único para seus respectivos servidores. Esse limite, que não se aplica aos parlamentares, será o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, que corresponde a 90,25% do subsídio dos Ministros do STF. Além disso, por determinação da Constituição da República, aplica-se aos Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 82 membros do Ministério Público, aos Procuradores e Defensores Públicos, podendo ser estendido, de acordo com a conveniência e oportunidade de cada Estado e do Distrito Federal, a outras carreiras, mediante alteração em suas Cartas locais. Novamente, para facilitar a memorização do dispositivo, sintetizaremos as principais regras referentes ao teto constitucional na tabela a seguir: Teto Cargos Subsídio dos Ministros do STF Todos, em qualquer esfera da Federação Subsídio do Prefeito Todos os cargos municipais Subsídio do Governador Todos os cargos do Executivo estadual Subsídio dos deputados estaduais e distritais Todos os cargos do Legislativo estadual Subsídio dos desembargadores do Tribunal de Justiça Teto obrigatório para os servidores do Judiciário estadual (exceto juízes, por determinação do STF*) Subsídio dos desembargadores do Tribunal de Justiça (até 90,25% do subsídio dos Ministros do STF) Teto facultativo para os Estados e Distrito Federal (não se aplica a deputados estaduais e a distritais, nem a vereadores) * O STF entende ser inconstitucional o estabelecimento de limites diferentes de remuneração para os magistrados estaduais e federais, por violar a isonomia ao fixar tratamento discriminatório entre juízes federais e estaduais sem razão que o justifique. Excetuam-se dos limites constitucionais as parcelas indenizatórias fixadas em lei. Os limites incluem, entretanto, o somatório das remunerações, subsídios, proventos e pensões percebidos pelos agentes públicos. No que se refere ao salário dos empregados públicos das empresas públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias, os tetos só se aplicam às que receberem recursos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (CF, art. 37, §9º). Determina o inciso XII do art. 37 da CF/88 que: XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo; Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 82 O inciso XIII do art. 37 da Lei Fundamental veda que o legislador ordinário estabeleça reajustes automáticos de remuneração ou aumentos em cascata: XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público; O inciso XIV do art. 37 da CF/88 determina que os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. Impede, com isso, a incorporação das funções gratificadas ao vencimento do servidor. O inciso XV garante a irredutibilidade dos vencimentos dos cargos públicos: XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; Segundo o STF, essa garantia não impede a criação ou majoração de tributos incidentes sobre os subsídios, os vencimentos, a aposentadoria e a pensão. Além disso, a forma de cálculo dos vencimentos pode ser modificada, apenas o valor destes é que não. 45. (ESAF/2010/SMF-RJ) É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público. Comentários: É o que determina o art. 37, XIII, da Carta Magna. Questão correta. 46. (ESAF/2008/CGU) A vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para efeito de remuneração de pessoal do serviço público tem amparo na Constituição. Comentários: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 82 Pelo contrário! A Constituição veda a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público (art. 37, XIII, CF). Questão incorreta. 47. (ESAF/2006/ENAP) É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público, salvo as hipóteses expressamente previstas em lei complementar. Comentários: A Constituição não faz tal ressalva. A vedação é absoluta, conforme art. 37, XIII, CF. Questão incorreta. 48. (ESAF/2006/IRB) Com a nova redação constitucional para os limites de remuneração do servidor público, os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Executivo não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Judiciário. Comentários: Reza o art. 37, inciso XII, da Carta Magna, que os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. Questão incorreta. 49. (ESAF/2006/SRF) A remuneração dos servidores públicos deve ser fixada por lei específica, assegurada a revisão geral anual, depois de decorrido o prazo mínimo de um ano do último reajuste concedido à categoria. Comentários: Nada disso! Segundo a Carta Magna, tal revisão deverá se dar sempre na mesma data e sem distinção de índices (art. 37, X, CF). Questão incorreta. 50. (ESAF/2006/SRF/Técnico da Receita Federal) Os Estados não podem, mediante previsão em suas Constituições estaduais, fixar o subsídio mensal dos desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça como limite único para a remuneração dos servidores públicos estaduais. Comentários: De acordo com o § 12 do art. 37 da Constituição Federal, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 82 do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. Questão incorreta. 51. (ESAF/2004/ANEEL) É inconstitucional a lei que estabeleça que todos os aumentos recebidos por membros de certa carreira do Executivo serão automaticamente estendidos a integrantes de outra carreira do mesmo Poder. Comentários: É verdade! Isso porque a Carta Magna (art. 37, XIII), veda a vinculação ou equiparaçãode quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público. Questão correta. 52. (ESAF/2002/SRF/Auditor-Fiscal) É legítimo que o legislador ordinário, reconhecendo que cargos de diferentes carreiras têm a mesma relevância e semelhantes responsabilidades, estabeleça que, no futuro, sempre que um desses cargos for contemplado com aumento de remuneração, o outro, automaticamente, também receberá o mesmo percentual de aumento. Comentários: De jeito nenhum! A Constituição Federal (art. 37, XIII) veda a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público. Questão incorreta. Questões do Cespe 53. (Cespe/2010/CEF-Advogado) Por se submeterem a regime jurídico tipicamente privado, os empregados das empresas públicas e das sociedades de economia mista não estão submetidos ao teto salarial determinado pela CF aos servidores públicos estatutários. Comentários: Os empregados públicos submetem-se ao teto geral remuneratório estabelecido pela Constituição, caso a pessoa jurídica onde trabalhem receba recursos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Questão incorreta. 54. (Cespe/2009/TCE-RN) Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não podem ser computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. Comentários: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 82 Questão correta. Fundamento: art. 37, XIV, CF/88. 55. (Cespe/2010/MPS) De acordo com a CF, os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não podem ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. Comentários: De fato, determina o art. 37, XII, da Constituição, que os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. Questão correta. 56. (Cespe/2009/TRE-MA) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário podem ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo, em razão da iniciativa privativa de cada poder para dispor a respeito da remuneração de seus servidores. Comentários: Nada disso! Determina a Carta Magna (art. 37, XII) que os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. Questão incorreta. 57. (Cespe/2010/MPS) Para o fim de concessão de acréscimos posteriores, poderão ser computados os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público. Comentários: Pelo contrário! O inciso XIV do art. 37 da CF/88 determina que os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. Questão incorreta. 58. (Cespe/2009/TCU) A CF exclui, para efeito de teto salarial do funcionalismo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. Comentários: De fato, essas parcelas são excluídas do teto do funcionalismo, conforme § 11 do art. 37 da Constituição. Questão correta. 59. (Cespe/2009/TRE-MA) É proibida a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias com vistas à remuneração de pessoal do serviço público. Comentários: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 82 É o que determina o art. 37, XIII, da Constituição Federal. Questão correta. 60. (Cespe/2009/TRE-GO) É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público. Comentários: É o que estabelece o art. 37, XIII, da Constituição Federal. Questão correta. 61. (Cespe/2007/IPC-Cariacica) A equiparação ou vinculação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público deve ser alvo de reajuste anual idêntico aplicável a todas as categorias. Comentários: De jeito nenhum! A Carta Magna veda a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público (art. 37, XIII, CF). Questão incorreta. 62. (Cespe/2008/STJ) Caso um servidor público ocupe cargo efetivo cuja remuneração seja composta do vencimento básico somado a uma gratificação de produtividade (X) e, além dessas parcelas, tal servidor faça jus a uma gratificação (Y) que incida sobre o vencimento básico e a gratificação X, não haverá vício de inconstitucionalidade quanto à percepção da gratificação Y. Comentários: Até que enfim, uma questão criativa! O inciso XIV do art. 37 da CF/88 determina que os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. Isso significa que a gratificação Y jamais poderia incidir sobre a X. Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 82 VII. Cumulação de vencimentos Os incisos XVI e XVII do art. 37 da Constituição, com redação alterada pela EC no 19/1998 e pela EC no 34/2001, estabelecem a regra geral de vedação à acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas, cujas exceções são estabelecidas pela própria Constituição. Vamos lê-los juntos? Art. 37, XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; Outras permissões para acumulação são estabelecidas pela Constituição em outros dispositivos, desde que haja compatibilidade de horários: Artigo da CF Permissão Art. 38, III Acúmulo do cargo de vereador e outro cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo Art. 95, parágrafo único, I Permissão para que juízes exerçam o magistério Art. 125, § 5º, II, “d” Permissão para que membros do Ministério Público exerçam o magistério As proibições de acumulação estendem-se à acumulação dos proventos de aposentadoria pagos pelos regimes próprios de previdência social (RPPS) com a remuneração do cargo de atividade. Entretanto, essa vedação não inclui os cargos eletivos, os cargos em comissão e os cargos cuja acumulação seja lícita, por previsão constitucional. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 82 Segundo o STF, o art. 37, XVI, “c”, da Constituição Federal autoriza a acumulação de dois cargos de médico, não sendo compatível interpretação ampliativa para abrigar no conceito o cargo de perito criminal com especialidade em medicina veterinária. Destaca-se, ainda, que as hipóteses possíveis de cumulação de cargos públicos devem obediência aos tetos salariais estabelecidos pela Constituição, não podendo a remuneração ou o subsídio, decorrentes da cumulação, dos ocupantes de cargos, funçõese empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o sub-sídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos. 63. (ESAF/2010/SEFAZ/Analista de Planejamento e Orçamento) A possibilidade de acumulação de dois cargos privativos de médico é exceção que não se estende a outros profissionais de saúde com profissões regulamentadas. Comentários: Nada disso! A CF/88 também excepciona essa regra para dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas (art. 37, XVI, “c”). Questão incorreta. 64. (ESAF/2005/MPOG) Nos termos da Constituição, é vedada a acumulação remunerada de dois empregos privativos de profissionais Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 82 de saúde, com profissões regulamentadas, salvo dois cargos de médico. Comentários: A Constituição permite a acumulação remunerada de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas, quaisquer que sejam eles (art. 37, XVI, “c”), desde que haja compatibilidade de horários. Questão incorreta. 65. (ESAF/2008/MPOG) A proibição de acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicos não abrange sociedades de economia mista quando houver compatibilidade de horários. Comentários: Reza o art. 37, XVII, da Carta Magna que a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. Questão incorreta. 66. (ESAF/2006/ENAP) Em razão de emenda constitucional, a vedação de percepção simultânea de proventos de aposentadoria, decorrentes de aposentadoria pelo regime de previdência do servidor público, com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, se estende à acumulação desses proventos com a remuneração de cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração. Comentários: As proibições de acumulação estendem-se à acumulação dos proventos de aposentadoria pagos pelos regimes próprios de previdência social (RPPS) com a remuneração do cargo de atividade. Entretanto, essa vedação não inclui os cargos eletivos, os cargos em comissão e os cargos cuja acumulação seja lícita, por previsão constitucional. Questão incorreta. 67. (ESAF/2006/SRF/Técnico da Receita Federal – TI) A acumulação remunerada de um cargo de professor com outro, técnico ou científico, é possível se houver correlação de matérias e compatibilidade de horários. Comentários: Não há necessidade de correlação de matérias, apenas de compatibilidade de horários (art. 37, XVI, CF). Questão incorreta. 68. (ESAF/2006/SRF/Técnico da Receita Federal – TI) A proibição de acumulação remunerada de funções e empregos públicos não se Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 82 estende às sociedades que são apenas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. Comentários: De acordo com o art. 37, XVII, da Constituição Federal, a a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. Questão incorreta. 69. (ESAF/2001/SEFAZ-PI) Os servidores públicos podem acumular a remuneração de até dois cargos públicos quaisquer, desde que haja compatibilidade de horário. Comentários: Em regra, é vedada a acumulação de cargos públicos (art. 37, XVI, “caput”). Questão incorreta. 70. (ESAF/2001/MPOG) O servidor que ocupa dois cargos públicos de médico, em duas jornadas distintas (matutina e vespertina), pode também ser Professor de universidade pública, se as suas aulas forem sempre noturnas. Comentários: O texto constitucional permite acumular no máximo dois cargos públicos, independentemente de compatibilidade de horários (art. 37, XVI, “caput”). Nesse caso, o servidor deverá optar entre um dos cargos de médico ou o cargo de professor. Questão incorreta. 71. (ESAF/2001/SFC - adaptada) Sobre as empresas públicas e sociedades de economia mista que exploram atividade econômica de prestação de serviços ou comercialização de bens, tem-se que a proibição de acumular cargos públicos estende-se também a essas empresas. Comentários: É o que determina o art. 37, XVII, da Constituição. Questão correta. Questões do Cespe 72. (Cespe/2010/CEF-Advogado) A CF autoriza a acumulação de dois cargos de médico, sendo compatível, de acordo com a jurisprudência do STF, interpretação ampliativa para abrigar no conceito o cargo de perito criminal com especialidade em medicina veterinária. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 06 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 82 Comentários: Segundo o STF, o art. 37, XVI, “c”, da Constituição Federal autoriza a acumulação de dois cargos de médico, não sendo compatível interpretação ampliativa para abrigar no conceito o cargo de perito criminal com especialidade em medicina veterinária. Questão incorreta. 73. (Cespe/2010/TRE-BA/Técnico Judiciário) A proibição de acumular cargos públicos estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. Comentários: O inciso XVII do art. 37 da Constituição determina que a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. Questão correta. 74. (Cespe/2009/TCE-RN) A proibição quanto à acumulação remunerada de cargos estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, inclusive suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. Comentários: Determina o inciso XVII do art. 37 da Constituição que a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. Questão correta. 75. (Cespe/2010/Embasa) A proibição inserta na CF de acumular cargos públicos remunerados não abrange as funções ou cargos das empresas públicas e sociedades de economia
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