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Dicas para Concursos e OAB

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AUTORES 
 
Antonio Marcelo Pacheco 
É formado em História, Filosofia, Sociologia e em Direito, mestre em Ciências Políticas pela 
UFRGS, mestre em Direito pela UNISINOS e Doutor em Sociologia pela UFRGS. Membro pes-
quisador dos grupos de pesquisa Violência e Cidadania, bem como do grupo Magistratura, 
Poder e Ideologia, ambos os grupos da UFRGS. Professor de Direito Constitucional do Verbo 
Jurídico, da Escola da Defensoria Pública da RGS e da Faculdades São Judas Tadeu. Advogado. 
 
Cristiano Colombo 
Doutorando em Direito pela UFRGS. Mestre em Direito pela UFRGS. Graduado em Ciên-
cias Jurídicas e Sociais pela PUC/RS. Graduado em Ciências Contábeis pela UFRGS. Pós-
graduado em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários - IBET. 
Sócio do Escritório Colombo Advocacia e Consultoria Jurídica. Professor da Faculdade de 
Direito São Judas Tadeu de Porto Alegre/RS. É professor do Curso Verbo Jurídico. 
 
Davi André Costa Silva 
Advogado, professor do Curso de Especialização em Advocacia Criminal e dos cursos prepa-
ratórios às carreiras jurídicas da VERBO JURÍDICO, Coordenador do núcleo de Direito Penal 
e Processo Penal dos Cursos preparatórios às carreiras jurídicas e Exame da OAB, ex-
coordenador dos Cursos de Especialização em Direito Penal e Processual Penal e de Opera-
ções Policiais da Faculdade do Instituto de Desenvolvimento Cultural - IDC, Professor do 
curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Direito Penal - Praetorium/Anhanguera. Professor 
convidado do Curso de Especialização em Direito Penal e Processual Penal da Escola Superi-
or da Magistratura – AJURIS, Escola Superior da Magistratura Federal – ESMAFE, Fundação 
do Ministério Público – FMP, Fundação Escola Superior da Defensoria Pública – FESDEP e 
Complexo EAD. Especialista em Direito Penal e Processual Penal. Autor de diversas obras de 
Direito e Processo penal pelas editoras Verbo Jurídico e Sapiens. 
 
Gimena Samuel 
Possui graduação pelo Centro Universitário Ritter dos Reis (2001).Advogada trabalhista. 
Mestranda em Direitos Humanos pela Uniritter.Professora de Direito do trabalho e 
Processo do Trabalho da Escola Verbo Jurídico. 
 
Gustavo da Silva Santanna 
Advogado. Procurador do Município, sendo atualmente Coordenador do Núcleo de 
Execuções Fiscais. Especialista em Direito Ambiental e Direito Público. Foi Aluno-Oficial 
da Brigada Militar do Rio Grande do Sul entre os anos de 2006 e 2007. É professor de 
Direito Ambiental e Direito Administrativo na Escola Verbo Jurídico e no Centro de Estu-
dos Jurídicos - CETRA. É palestrante da Escola Superior de Advocadia - ESA/OABRS, Vice-
Presidente da APRA - Associação dos Procuradores do Município de Alvorada/RS. 
 
Henrique Mioranza Koppe Pereira 
Doutor em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Mestre em Direito na 
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS-2008). Já foi docente na Ulbra (RO) e 
na IMED (RS) e atualmente leciona no Curso de Direito da Universidade de Caxias do Sul 
e na Verbo Jurídico. 
 
Juliano Colombo 
Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela PUC/RS. Graduado em Ciências Contábeis pela 
UFRGS. Pós-Graduado pelo IBET. Sócio do escritório Colombo Advocacia e Consultoria Jurídica. 
Professor de Processo Civil e Direito Civil nas Faculdades Integradas São Judas Tadeu e Profes-
sor de Direito Tributário e Processo Civil no Grupo Educacional Verbo Jurídico. 
 
Colaboradores 
Caroline Dias Boff 
Jéssica Miranda Pinheiro 
 
 
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Dicas de Estudo - Exame da Ordem e Concursos Públicos 
 
SUMÁRIO 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
1. Direitos Fundamentais ............................................................................... 07 
2. Sobre os Três Poderes do Estado ............................................................... 13 
3. Outros Temas da Constituição Federal ..................................................... 21 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
1. Atos Administrativos .................................................................................. 23 
2. Poderes administrativos ............................................................................. 25 
3. Entidades da Administração Indireta ......................................................... 26 
4. Autarquias .................................................................................................. 26 
5. Agências Reguladoras ................................................................................ 27 
6. Fundações .................................................................................................. 27 
7. Agências Executivas.................................................................................... 28 
8. Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista 
 - Semelhanças ............................................................................................... 28 
9. Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista 
 - Diferenças ................................................................................................... 29 
10. Licitações .................................................................................................. 29 
11. Contratos Administrativos ....................................................................... 32 
12. Serviços Públicos ...................................................................................... 32 
13. Controle da Administração....................................................................... 34 
14. Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado ................................... 35 
 
DIREITO CIVIL 
 
1. Pessoa Natural ........................................................................................... 39 
2. Pessoa Jurídica .......................................................................................... 42 
3. Dos Bens ..................................................................................................... 48 
4. Dos Fatos Jurídicos e do Negócio Jurídico .................................................. 49 
5. Obrigações ................................................................................................. 51 
6. Dos Contratos ............................................................................................. 54 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
1. Jurisdição - Poder de Dizer o Direito .......................................................... 57 
2. Ação............................................................................................................ 58 
3. Atos Processuais ......................................................................................... 58 
4. Revelia – Ausência de Contestação ............................................................ 60 
5. Contestação ............................................................................................... 60 
 
4 
6. Reconvenção ............................................................................................. 61 
7. Exceções .................................................................................................... 62 
8. Cautelares Nominadas ............................................................................... 64 
9. Recursos .................................................................................................... 68 
10. Apelação .................................................................................................. 71 
11. Processo de Execução .............................................................................. 72 
12. Expropriação ............................................................................................ 74 
13. Novo CPC – o que mudou? ...................................................................... 74 
 
DIREITO DO TRABALHO 
 
1. Princípios do Direito do Trabalho .............................................................. 792. Das Fontes do Direito do Trabalho ............................................................ 82 
3. Relação de Emprego e Relação de Trabalho.............................................. 82 
4. Trabalho no Domicílio do Empregado - Teletrabalho ................................ 83 
5. Empregado Doméstico .............................................................................. 83 
6. Empregador Equiparado ............................................................................ 84 
7. Terceirização de Mão-de-Obra .................................................................. 84 
8. Contrato Individual de Trabalho ................................................................ 85 
9. Da Alteração do Contrato de Trabalho ...................................................... 86 
10. Da Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho ........................... 88 
11. Duração do Trabalho ............................................................................... 88 
12. Remuneração .......................................................................................... 92 
13. Término do Contrato de Trabalho ........................................................... 94 
 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
 
1. Das Fontes do Direito Processual do Trabalho .......................................... 97 
2. Da Organização e da Competência da Justiça do Trabalho ..................... 100 
3. Das Noções Gerais de Direito Processual do Trabalho ............................ 102 
4. Dos Termos, dos Atos e dos Prazos Processuais ...................................... 102 
5. Das Custas ................................................................................................ 103 
6. Dos Procedimentos .................................................................................. 104 
7. Das Provas ............................................................................................... 110 
8. Dos Recursos ........................................................................................... 112 
9. Dos Embargos de Declaração ................................................................. 121 
10. Da Execução Trabalhista ........................................................................ 124 
 
DIREITOS HUMANOS 
 
1. Dicas de Direitos Humanos ...................................................................... 125 
 
 
 
 
 
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Dicas de Estudo - Exame da Ordem e Concursos Públicos 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
1. Conceito de Tributo .................................................................................. 129 
2. Código Tributário Nacional ....................................................................... 129 
3. Espécies de Tributo .................................................................................. 129 
4. Competência Tributária............................................................................ 131 
5. Imunidades ............................................................................................... 133 
6. Espécies de Lançamento Tributário ......................................................... 135 
7. Causas de Suspensão, Extinção e Exclusão do 
Crédito Tributário ......................................................................................... 137 
8. Tabela resumo .......................................................................................... 143 
 
DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL 
 
1. Aplicação da Lei Penal .............................................................................. 145 
2. Do Crime - arts. 13 a 28, CP ...................................................................... 148 
3. Sujeitos do crime ...................................................................................... 149 
4. Fato típico ................................................................................................ 150 
5. Ilicitude (ou antijuridicidade) ................................................................... 155 
6. Culpabilidade ............................................................................................ 158 
7. Do Concurso de Pessoas - arts. 29 a 31, CP .............................................. 161 
8. Inquérito Policial - arts. 4º a 23, CPP ........................................................ 163 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7 
Dicas de Estudo - Direito Constitucional 
 
DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
 
1. Direitos Fundamentais 
 
O tema sobre Direitos Fundamentais é presença certa em qual-
quer concurso público que exija a matéria jurídica, ainda mais quando se 
trata de exame de qualificação da OAB. 
 
 
 
Nesse sentido, importa lembrar que: 
 
No que diz respeito à AÇÃO POPULAR não é qualquer pessoa que 
tem legitimidade para ajuizá-la, mas somente aquele que está na condição 
de cidadão (pleno de direitos políticos). 
O MANDADO DE SEGURANÇA é um remédio constitucional para 
a proteção de direito subjetivo individual e coletivo, conforme os incisos 
LXIX e LXX, artigo 5º, CF/88. 
 É importante lembrar que os que têm competência para a propo-
sição do mandato de segurança individual não são os mesmos para o 
mandado de segurança coletivo, pois no primeiro caso qualquer pessoa 
está legitimada, enquanto no caso do segundo, somente os Partidos Polí-
ticos com representação no Congresso Nacional + Associação Sindical + 
Entidade de Classe + Associação Legalmente constituída e em funciona-
 
8 
mento há pelo menos um ano é que possuem legitimidade para interpô-
lo. 
A AÇÃO CIVIL PÚBLICA é um instrumento processual que pode 
ser promovida nas hipóteses previstas na CF/88, bem como na Lei 
n.º7347/85, Lei n.º7853/89, Lei 7913/89 e Lei n.º8078/90. 
INICIATIVA POPULAR pode ser exercida pela apresentação à Câ-
mara dos Deputados, de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do 
eleitorado nacional, distribuído em pelo menos 05 estados, com não 
menos de três décimos por cento do eleitorado ativo em cada um destes 
05 estados. 
Em MATÉRIA DE NACIONALIDADE, é correto afirmar que a CF/88 
reconhece somente a naturalização expressa, não havendo, pois, qualquer 
hipótese de naturalização tácita. 
O fato de permanecer calado, quando qualquer pessoa, na condição de 
indiciado, réu ou co-réu, deva ser interrogado perante os órgãos compe-
tentes, constitui privilégio contra a auto-incriminação, traduzindo um 
direito público subjetivo da pessoa. 
Em relação ao direito de REUNIÃO, inciso XVI, artigo 5º, CF/88 se 
pode afirmar que todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em 
local aberto ao público e não em todos os locais, independentemente de 
autorização à autoridade competente. 
Dentre outros direitos a CF/88 prevê como direito social a ação, quanto 
aos CRÉDITOS RESULTANTES DAS RELAÇÕES DE TRABALHO, com prazo 
PRESCRICIONAL de CINCO ANOS para os trabalhadores URBANOS E RU-
RAIS, até o limite de DOIS ANOS após a extinção do contrato de trabalho. 
 
 
 
 
 
9 
Dicas de Estudo - Direito Constitucional 
Conforme o artigo 14, parágrafo 6º, CF/88, o Presidente da Re-
pública, os Governadores de Estado e do DF e os Prefeitos para concorre-
rem a OUTROS CARGOS, devem renunciar aos respectivos mandatos até 
SEIS MESES ANTES DO PLEITO, o que caracteriza a incompatibilidade 
temporal. 
O direito fundamental à honra se estende às PESSOAS JURÍDI-
CAS, pois estas estão abrigadas pela Constituição, tanto quanto as pessoas 
físicas. 
Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos ter-
mos da CF/88, contudo, não há inconstitucionalidade em lei que traz 
outras formas de distinção, como é o caso da lei civil no que diz respeito a 
privilégio de domicílio à mulher em caso de divórcio litigioso. 
A inviolabilidade do domicílio ALCANÇA o fisco,quando na busca de 
identificação da ocorrência de fato gerador dos tributos por ele fiscaliza-
dos. 
A vedação ao anonimato NÃO IMPEDE o sigilo da fonte, desde 
que seja necessário ao exercício profissional. Somente na condicional é 
aceito o sigilo da fonte, ou seja, quando necessário ao exercício profissio-
nal. 
As ENTIDADES ASSOCIATIVAS, quando expressamente autoriza-
das, têm legitimidade para representar seus filiados judicialmente, bem 
assim no contencioso administrativo. 
São INAFIANÇÁVEIS os crimes de ação de grupos armados, civis 
ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático, de 
racismo, de prática da tortura, de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins, de terrorismo e os definidos como crimes hediondos. 
A garantia ao direito de herança é um direito fundamental QUE 
PODE SER RESTRINGIDO pela legislação infraconstitucional, conforme 
previsão no Código Civil. 
Conceder-se-á MANDADO DE SEGURANÇA para proteger direito líquido e 
certo, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for auto-
ridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do 
poder público. 
Conceder-se-á HABEAS CORPUS sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, 
por ilegalidade ou abuso de poder. 
A expressão ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO, contida no art. 
1.º da CF, representa a necessidade de se providenciar mecanismos de 
apuração e de efetivação da vontade do povo nas decisões políticas fun-
damentais do Estado, conciliando uma democracia representativa, plura-
lista e livre, com uma democracia participativa efetiva. 
 
 Para que um tratado sobre direitos humanos tenha força de 
norma constitucional É NECESSÁRIA a sua aprovação em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos res-
pectivos membros. 
 
10 
 O procurador-geral da República, na hipótese de processo crimi-
nal que envolva grave violação de direitos humanos, PODE SOLICITAR AO 
STJ o deslocamento da competência para justiça federal. 
A inviolabilidade do domicílio NÃO OBSTA a entrada da autori-
dade policial, durante a NOITE, em caso de flagrante delito e em caso de 
prestação de socorro ou desastre, contudo, não se poderá admitir que a 
noite ela possa adentrar através de mandado judicial, conforme o inciso 
XI, artigo 5º, CF/88. 
A CF/88 NÃO VEDA a instituição da pena de morte nos casos em 
que o Brasil esteja em guerra armada e declarada, mas em condições 
normais, esta pena de morte está terminantemente proibida. 
Compete ao STJ proceder à homologação de sentença estrangeira, con-
forme a letra i, do inciso I, do artigo 105, da Constituição. Aliás, tal com-
petência foi-lhe reservada a partir da Emenda Constitucional de n.º 
45/2004. 
O sigilo bancário de um indivíduo pode ser quebrado por decisão 
fundamentada de comissão parlamentar de inquérito. 
Aos estrangeiros residentes ou não no país é garantido o direito de peti-
ção, conforme entendimento do STF. 
O princípio constitucional segundo o qual o ato administrativo 
visa à proteção do interesse público ou de determinada coletividade é o 
da IMPESSOALIDADE. Importante lembrar que a legalidade tem como fim 
respeitar o Estado Democrático de Direito, a publicidade o fim de manter 
a transparência do ato administrativo, a eficiência diz respeito aos benefí-
cios gerados, e a moralidade, apesar de sua complexidade retrata a etici-
dade dos atos do administrador em relação ao administrado e ao Estado. 
 
 
 
Os direitos fundamentais estão sujeitos a certas restrições, den-
tre outras, as que seguem: DIRETAS OU IMEDIATAS - o direito de associa-
ção exige que ela ocorra para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; 
LEGAIS QUALIFICADAS - o sigilo de correspondência e das comunicações 
 
 
11 
Dicas de Estudo - Direito Constitucional 
exige que a restrição seja prevista em lei e estabelece as condições ou fins 
que devem ser perseguidos pela norma legal restritiva. 
 OBS: Importa lembrar que se aceita na doutrina dos direitos 
fundamentais aquilo que se denominou de restrições. No caso das RES-
TRIÇÕES DIRETAS OU IMEDIATAS se devem compreender aquelas que 
constam na própria aplicabilidade da norma constitucional, independendo 
de legislação complementar para se fazer compreender; bem assim, as 
RESTRIÇÕES LEGAIS QUALIFICADAS são aquelas em que a norma afirma 
que somente se dará a restrição por outro dispositivo legal que se por um 
lado garante o sigilo da correspondência e das comunicações, por outro 
deixa claro que apenas na lei, e lei que tenha uma natureza de comple-
mentaridade e por essa razão é qualificada, tal direito poderá encontrar a 
sua limitação, o que, portanto o impede de ser considerado como um 
direito absoluto. As INDIRETAS E MEDIATAS são aquelas que não estão 
evidentes na norma e necessitam de uma restrição superveniente em 
nome dos princípios da proporcionalidade, razoabilidade e proibição de 
excesso. Já as RESTRIÇÕES EXPLÍCITAS estão dadas no próprio texto nor-
mativo e independem de uma interpretação superveniente que busque, 
na sua aplicabilidade ao caso concreto, encontrar, de forma velada alguma 
forma de restrição, o que caracterizaria a restrição de natureza implícita. 
 
A proposta para edição da Súmula pode ser provocada pelos le-
gitimados para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade, 
conforme o que prevê o artigo 103-A, parágrafo 2º. 
 
A SÚMULA VINCULANTE é o meio que se permite ao Supremo 
Tribunal Federal, conforme o determinado pela Emenda Constitucional de 
n.º45/04, padronizar a exegese de uma determinada norma jurídica con-
trovertida, o que permite dentro de nosso ordenamento jurídico evitar a 
insegurança do sistema e/ou uma disparidade de compreensão sobre 
questões fáticas assemelhadas. Desta forma, são determinações que ocor-
rem sobre a compreensão das Leis, apresentando uma eficácia irrestrita 
(erga omnes). Uma vez que estejam publicadas vinculam os órgãos do 
Poder Judiciário e da Administração Pública direta e indireta, em todas as 
esferas do poder. 
Ampla maioria da doutrina, incluindo-se posição jurisprudencial 
do STF considera a nossa Constituição como RÍGIDA, na medida em que 
ela traz as condições que limitam e que autorizam as alterações necessá-
rias no texto constitucional a partir das transformações presenciadas pela 
própria sociedade. 
 
12 
Conforme o artigo 5º, inciso XLVII, ‘d’, a CF/88 NÃO ADMITE pe-
na de banimento, pelo fato de que o seu efeito jurídico tem uma natureza 
perpétua, qualidade a qual a CF/88 também não recepcionou. 
 
Poderá optar pela nacionalidade nata brasileira o filho de pai brasileiro e 
mãe estrangeira que nasceu em território estrangeiro, e que mesmo não 
registrado em órgão competente veio a residir permanentemente no 
Brasil, e que sendo maior de idade entrou com pedido junto à Justiça 
competente para manifestar a sua opção pela nacionalidade brasileira e 
adquiri-la em definitivo, conforme o artigo 12, inciso I, letra ‘c’, CF/88. 
 
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos: 
... 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe 
brasileira, desde que sejam registrados em repartição 
brasileira competente ou venham a residir na República 
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois 
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; 
 
Os nascidos no Brasil, de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a 
serviço de seu país, SÃO Brasileiros natos. 
 
 
 
Conforme o §1º, inciso I, artigo 14, da CF/88, os maiores de 18 
anos têm um direito-dever em relação ao voto, quer dizer, eles são obri-
gados a votar. Contudo, NÃO SÃO todos os maiores de 18 anos que so-
frem esta obrigatoriedade, pois os que são maiores de 18 anos e analfabe-
tos, não têm esta mesma obrigatoriedade.13 
Dicas de Estudo - Direito Constitucional 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio 
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual 
para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
... 
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: 
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
 
Os direitos-liberdades consagrados no art. 5º da CF/88 ADMITEM 
restrição pelo legislador ordinário. 
 
 
2. Sobre os Três Poderes do Estado 
 
Os magistrados podem ser postos em disponibilidade em razão 
do interesse público. 
A União pode praticar intervenção nos Estados, os Estados po-
dem intervir nos municípios e de forma muito particular e especial, a 
União não está totalmente impedida de intervir em todo e qualquer 
município. 
A Federação Brasileira prevê competência de tipo administrativo 
(material), a ser exercida em comum, pelos entes federados, ou exclusi-
vamente, por um deles. 
Ao Poder legislativo, por uma de suas casas, compete julgar o 
Presidente da República e os Ministros do STF, em caso de crime DE RES-
PONSABILIDADE. Conforme o art.52, inciso I, da CF/88, por crime comum 
a competência, após autorização de 2/3 dos membros da Câmara dos 
Deputados, será processado no STF, uma vez que os crimes de responsabi-
lidade são competência do Senado. 
 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: 
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da 
República nos crimes de responsabilidade, bem como os 
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do 
Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza 
conexos com aqueles; 
 
O presidente da república pode APOR VETO a projeto de lei, a-
provado no CN, com fundamento em inconstitucionalidade. 
 A CF não prevê possibilidade de ADIN contra lei municipal que a 
ofenda. 
 O auditor, do Tribunal de Contas da União, quando em substitui-
ção a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular e, 
quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de 
Tribunal Regional Federal. 
 
14 
Não é atribuição cometida à competência privativa do Presiden-
te da República estabelecer limites globais e condições para o montante 
da dívida mobiliária dos Estados, do DF e dos Municípios, pois tal compe-
tência diz respeito ao Senado Federal, conforme o artigo 52, IX, da CF/88. 
 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: 
... 
IX - estabelecer limites globais e condições para o mon-
tante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios; 
 
O número de juízes na unidade jurisdicional SERÁ PROPORCIO-
NAL à efetiva demanda judicial e à respectiva população. 
Aos juízes É VEDADO exercer, ainda que em disponibilidade, ou-
tro cargo ou função, salvo uma de magistério. 
Se o Presidente da República praticar uma infração penal co-
mum e a denúncia vier a ser recebida pelo STF, ficará suspenso de suas 
atribuições pelo prazo de 180 dias, para o melhor andamento do processo 
contra ele. 
Caberá aos TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS processar e julgar 
originariamente os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da 
Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes de responsabilidade. 
Ao JUIZ FEDERAL compete processar e julgar também as causas 
em que a entidade autárquica da União for interessada na condição de 
assistente, exceto, entre outras, as de falência. 
As causas em que a União for autora SERÃO AFORADAS na se-
ção judiciária onde tiver domicílio a outra parte, e quando for ré, poderão 
ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor. 
São emendas consideradas SUBSTITUTIVAS as apresentadas co-
mo sucedâneo a parte de outra proposição, quando a alterar substancial 
ou formalmente, em seu conjunto; são emendas consideradas AGLUTINA-
TIVAS as que resultam da fusão de outras emendas, ou destas, com o 
texto original, por transação tendente a aproximação dos respectivos 
objetos; e, são emendas consideradas MODIFICATIVAS as que alteram a 
proposição sem a modificar substancialmente. 
Os Tribunais Regionais Federais conforme a CF/88 são compostos 
de 07 juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomea-
dos pelo Presidente da República dentre brasileiros com MAIS DE TRINTA 
e menos de sessenta e cinco anos. 
Conforme o artigo 60, parágrafo 5º, da CF/88 a matéria constante de 
proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida por prejudicada 
NÃO PODE ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. 
Para CONCORRER em um pleito eleitoral ao cargo de Deputado 
Estadual o candidato, preenchidas as demais condições de elegibilidade, 
deverá possuir, no mínimo, 21 anos. 
 
 
15 
Dicas de Estudo - Direito Constitucional 
SE, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice, 
salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será decla-
rado vago. 
SE, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte de candidato a 
presidência, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação. 
 
No caso de ficarem vagos os cargos de Presidente e Vice nos dois 
primeiros anos de mandato, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta 
a última vaga, sendo que para não caracterizar um hiato de poder, a 
presidência será ocupada nesse período pelo PRESIDENTE DA CÂMARA, 
ou no seu impedimento ou impossibilidade, pelo PRESIDENTE DO SENADO 
ou no seu impedimento ou impossibilidade, pelo MINISTRO PRESIDENTE 
DO STF. 
 
 
 
A destituição do Procurador Geral da República, por iniciativa do Presiden-
te da República, deverá SER PRECEDIDA de autorização da maioria abso-
luta do Senado. 
COMPETE AO STF julgar mandado de segurança contra ato ilegal 
e abusivo praticado pelo CNJ. O artigo 102 da Constituição Federal apre-
senta as três formas de competência do Supremo Tribunal Federal (STF): 
o inciso I, que trata da competência originária; o inciso II, por sua vez trata 
da competência ordinária; e, finalmente, o inciso III, que diz respeito à 
competência extraordinária. A letra ‘r’, do inciso I desse artigo afirma que 
cabe ao STF, originariamente processar e julgar as ações contra o Conse-
lho Nacional de Justiça (CNJ), como igualmente contra as ações do Conse-
lho Nacional do Ministério Público. 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, 
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I 
- processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou 
estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de 
lei ou ato normativo federal; b) nas infrações penais 
comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os 
membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros 
e o Procurador-Geral da República; c) nas infrações 
penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os 
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do 
Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 
52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do 
Tribunal de Contas da União e os chefes de missão 
 
16 
diplomática de caráter permanente; d) o habeas corpus, 
sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas 
alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas 
data contra atos do Presidente da República, das Mesas 
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do 
Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da 
República e do próprio Supremo Tribunal Federal; e) o 
litígio entre Estado estrangeiro ou organismo 
internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o 
Território; f) as causas e os conflitos entre a União e os 
Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e 
outros, inclusive as respectivas entidades da 
administração indireta; g) a extradição solicitada por 
Estado estrangeiro; i) o habeas corpus, quando o coator 
for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente 
for autoridadeou funcionário cujos atos estejam sujeitos 
diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, 
ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma 
única instância; j) a revisão criminal e a ação rescisória de 
seus julgados; l) a reclamação para a preservação de sua 
competência e garantia da autoridade de suas decisões; 
m) a execução de sentença nas causas de sua 
competência originária, facultada a delegação de 
atribuições para a prática de atos processuais; n) a ação 
em que todos os membros da magistratura sejam direta 
ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da 
metade dos membros do tribunal de origem estejam 
impedidos ou sejam direta ou indiretamente 
interessados; o) os conflitos de competência entre o 
Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre 
Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro 
tribunal; p) o pedido de medida cautelar das ações 
diretas de inconstitucionalidade; q) o mandado de 
injunção, quando a elaboração da norma 
regulamentadora for atribuição do Presidente da 
República, do Congresso Nacional, da Câmara dos 
Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas 
Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um 
dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo 
Tribunal Federal; r) as ações contra o Conselho Nacional 
de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério 
Público; II - julgar, em recurso ordinário: a) o habeas 
corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o 
mandado de injunção decididos em única instância pelos 
Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; b) o crime 
político; III - julgar, mediante recurso extraordinário, as 
causas decididas em única ou última instância, quando a 
decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta 
Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de 
tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de 
governo local contestado em face desta Constituição. d) 
julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
 
 
17 
Dicas de Estudo - Direito Constitucional 
 As competências dos ESTADOS DA FEDERAÇÃO são apenas a-
quelas que NÃO ESTÃO VEDADAS pelo texto constitucional. Não é o caso 
de se afirmar que os estados têm competência residual, pois tal termino-
logia não é aceita pela doutrina, mas sim que eles têm uma competência 
remanescente. É importante lembrar que na relação com os municípios 
esses detêm uma competência suplementar que não foi extensiva aos 
estados membros. 
O CNJ É órgão do Poder Judiciário. O poder judiciário, indepen-
dente e harmônico como os outros dois poderes que formam o Estado 
está contemplado a partir do artigo 92, que de forma taxativa identifica os 
órgãos do poder judiciário. Com a Emenda Constitucional de n.º45, tive-
mos a criação do Conselho Nacional de Justiça, que está previsto no inciso 
I – A do artigo 92, portanto, apesar de se constituir em um órgão que tem 
como natureza de sua função fiscalizadora ser externo, ele é parte do 
poder judiciário, estando, assim, correta a afirmativa da letra’ a’. 
A EMENDA CONSTITUCIONAL DE N.º 45, conhecida como a e-
menda que teve por objetivo realizar uma reforma no poder judiciário 
para aproximá-lo mais do espaço social e que criou o CNJ, inseriu a figura 
da súmula vinculante, etc., criou a figura da justiça itinerante, conforme 
se percebe nos textos dos parágrafos 2º, do artigo 107, parágrafo 7º, do 
artigo 125, do texto constitucional, bem assim tal emenda acrescentou a 
letra ‘i’, do inciso I, do artigo 105 que trata da competência originária do 
Superior Tribunal de Justiça e que lhe autorizou a conceder exequatur às 
cartas rogatórias. 
A Câmara dos Deputados TEM COMPETÊNCIA para iniciativa de 
lei que vise à fixação da remuneração de seus servidores, mas a matéria 
não tem a obrigatoriedade de ir à sanção do presidente da República. 
Considerando que nos termos dispostos no art. 133 da Constitui-
ção do Brasil, o advogado é indispensável à administração da justiça, sen-
do até mesmo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da 
profissão, é correto afirmar que a INVIOLABILIDADE DO ESCRITÓRIO OU 
LOCAL DE TRABALHO É ASSEGURADA NOS TERMOS DA LEI, não sendo 
vedadas, contudo, a busca e a apreensão judicialmente decretadas, por 
decisão motivada, desde que realizada na presença de representante da 
OAB, SALVO se esta, devidamente notificada ou solicitada, não proceder à 
indicação. 
Os Ministros de Estado que como delegatários do Presidente da 
República, conforme a Constituição do Brasil PODEM, desde que autori-
zados, extinguir cargos públicos. 
SE a Medida Provisória perder eficácia por decurso de prazo ou, em cará-
ter expresso for rejeitada pelo Congresso Nacional, É VEDADA a sua reedi-
ção na mesma sessão legislativa. 
 
18 
 
 É caso de SESSÃO CONJUNTA a reunião da Câmara dos Deputa-
dos e do Senado Federal destinada, por exemplo, a conhecer do veto 
presidencial e sobre ele deliberar. 
 
 A obrigatoriedade ou necessidade de deliberação plenária dos 
tribunais, no sistema de controle de constitucionalidade brasileiro significa 
que somente pelo voto da MAIORIA ABSOLUTA de seus membros ou dos 
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. 
A Lei Complementar exige aprovação por maioria absoluta, en-
quanto a lei ordinária é aprovada por maioria simples dos membros pre-
sentes à sessão, DESDE QUE presente a maioria absoluta dos membros de 
cada Casa ou de suas Comissões. 
As matérias que devem ser regradas por Lei Complementar EN-
CONTRAM-SE TAXATIVAMENTE indicadas no texto constitucional e, 
desde que não seja assunto específico de normatização por decreto legis-
lativo ou resolução, o regramento de todo o resíduo competirá à lei ordi-
nária. 
 As matérias reservadas à Lei Complementar NÃO SERÃO objeto 
de delegação do Congresso ao Presidente da República. 
 O Município goza de CAPACIDADE de auto-organização, autogo-
verno e de auto-administração, integrando a Federação brasileira. 
 Compete ao STJ julgar os recursos especiais. 
 
 OBS.: Os recursos especiais se constituem em meio para a reali-
zação da competência especial do STJ, conforme o inciso III, do artigo 105. 
É um recurso exclusivo ao STJ e que tem como objetivo: julgar as causas 
decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais 
ou pelos tribunais dos estados-membros e do DF (e territórios), quando 
denegatória a decisão; contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes 
vigência; julgar válido ato de governo local contestado em face de lei fede-
ral; der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído 
outro tribunal. 
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
... 
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em 
única ou última instância, pelos Tribunais Regionais 
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito 
Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: a) 
contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
b) julgar válido ato de governo local contestado em face 
de lei federal; c) der a lei federal interpretação 
divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. 
 
 
19 
Dicas de Estudo - Direito Constitucional 
A convocação de juiz federal de 1ª instância para substituição de 
desembargador do Tribunal Regional Federal É PERMITIDA, entre outros 
casos, no de vaga ou de afastamento de Desembargador Federal por prazo 
superior a trinta dias. 
Nos termos da CF/88 e consideradas as alterações trazidas pela Emenda 
Constitucional n.º 45/04, COMPETE AO STF, além de outras julgar, origina-
riamente, o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitu-
cionalidade. 
No que diz respeito à Emenda à CF será PROMULGADA pelas 
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo 
número de ordem.É VEDADA A REEDIÇÃO, na mesma sessão legislativa, de medida provisó-
ria que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso 
de prazo. 
 A CF NÃO PODERÁ ser emendada na vigência de intervenção 
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. 
Leis que disponham sobre servidores públicos da União e terri-
tórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposen-
tadoria, são de INICIATIVA PRIVATIVA do presidente da República. 
COMPETE AO STJ PROCESSAR E JULGAR, originalmente, os con-
flitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da 
União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de 
outro ou do DF, ou entre as deste e da União. 
O ARTIGO 103-B, DA CF/88, alterado pela Emenda Constitucional 
n.º61/09, que revogou do texto os referencias de idade mínima e máxima 
para nomeação é formado por 15(quinze) membros, sendo: o Presidente 
do STF, um Ministro do STJ (indicado pelo respectivo tribunal), um Minis-
tro do TST (indicado pelo TST), um desembargador de Tribunal de Justiça 
(indicado pelo STF), um juiz estadual (também indicado pelo STF), um juiz 
do Tribunal Regional Federal (indicado pelo STJ), um juiz federal (igual-
mente indicado pelo STJ), um juiz do Tribunal Regional do Trabalho (indi-
cado pelo TST), um juiz do trabalho (também indicado pelo TST), um 
membro do MP da União (indicação do Procurador Geral da República), 
um membro do MP estadual (escolhido pelo Procurador Geral da Repúbli-
ca, dentre nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição 
estadual), mais dois advogados (escolhidos pelo Conselho Federal da OAB) 
e, finalmente, dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada 
(indicados um pela Câmara e outro pelo Senado). 
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros 
com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: I - o 
Presidente do Supremo Tribunal Federal; II um Ministro do Superior Tribunal de 
 
20 
Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; III um Ministro do Tribunal Superior do 
Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; IV um desembargador de Tribunal de 
Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; V um juiz estadual, indicado pelo 
Supremo Tribunal Federal; VI um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo 
Superior Tribunal de Justiça; VII um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de 
Justiça; VIII um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal 
Superior do Trabalho; IX um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do 
Trabalho; X um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-
Geral da República; XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo 
Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente 
de cada instituição estadual; XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal 
da Ordem dos Advogados do Brasil; XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e 
reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado 
Federal. § 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal 
Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo 
Tribunal Federal. § 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo 
Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do 
Senado Federal. § 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste 
artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal. § 4º Compete ao Conselho o 
controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do 
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras 
atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: I - zelar pela 
autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, 
podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou 
recomendar providências; II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício 
ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por 
membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou 
fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento 
da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; III receber e 
conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, 
inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de 
serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou 
oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, 
podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a 
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao 
tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla 
defesa; IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a 
administração pública ou de abuso de autoridade; V rever, de ofício ou mediante 
provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados 
há menos de um ano; VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre 
processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes 
órgãos do Poder Judiciário; VII elaborar relatório anual, propondo as providências 
que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades 
do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal 
Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão 
legislativa. § 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de 
Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, 
competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da 
Magistratura, as seguintes: I receber as reclamações e denúncias, de qualquer 
interessado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários; II exercer funções 
executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; III requisitar e designar 
magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou 
tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. § 6º Junto ao 
Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho 
 
 
21 
Dicas de Estudo - Direito Constitucional 
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Territórios, criará ouvidorias de justiça, 
competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado 
contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, 
representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. 
 É atribuição cometida à competência privativa do Presidente da 
República conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessá-
ria, dos órgãos instituídos em lei. 
 É atribuição cometida à competência privativa do Presidente da 
República decretar o estado de defesa e o estado de sítio e decretar e 
executar a intervenção federal. 
 
 3. Outros Temas da Constituição Federal 
 
O sistema de freios e contrapesos, os checks and balances dos 
americanos, preconiza que o poder deve conter o poder. A estatística, 
entre 1998 e 1998, demonstra que a atividade do Parlamento brasileiro foi 
bastante intensa se comparada ao desempenho das tarefas à época con-
cretizadas pelos Poderes Executivo e Judiciário. Finalmente, o princípio da 
separação de Poderes, por ser cláusula pétrea, não pode ser objeto de 
proposta de emenda constitucional. Logo, não há que cogitar, sequer, a 
hipótese do item III, afinal, tal princípio não pode ser reformulado. 
A criação dos Territórios e a sua transformação em estado são 
reguladas por meio de EMENDA CONSTITUCIONAL. 
A União é pessoa jurídica de direito público interno com capaci-
dade política e ora se manifeste em nome próprio, ora se manifestaem 
nome da Federação. 
A Federação Brasileira é caracterizada como uma Descentraliza-
ção político-administrativa constitucionalmente prevista. 
NÃO HÁ HIERARQUIA entre os entes da Federação, podendo-se 
reconhecer preponderância de interesse mais abrangente. 
OBS.: Não há hierarquia entre os entes federativos. Cada qual atua em seu 
raio de competência, fixado pela CF. Como a Federação é uma unidade 
dentro da diversidade existem questões de notória abrangência, como a 
devastação da floresta amazônica, a transposição do Rio São Francisco e a 
seca no nordeste e a estiagem no sudeste, que repercutem no País como 
um todo, independentemente do lugar onde tenham sido deflagradas. 
Assim, o interesse maior deve preponderar em nome do equilíbrio federa-
tivo. 
No exercício da Competência legislativa concorrente os estados-
membros PODERÃO EDITAR normas gerais e específicas, caso inexista lei 
da União fixando normas gerais. 
 
22 
 São IMPRESCRITÍVEIS os ilícitos praticados por agente, servidor 
ou não, que causem prejuízos ao erário, conforme o inciso XIII, artigo 37, 
da CF/88, redação dada a partir da Emenda Constitucional n.º 19/98. 
Competem à União, em território federal, os impostos estaduais 
e, se o território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os 
impostos municipais. 
É VEDADO à União instituir isenções de tributos da competência dos Esta-
dos, do DF ou dos Municípios. 
Os estados-membros podem incorporar-se entre si, subdividir-se 
ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Esta-
dos ou territórios federais, mediante aprovação da população diretamente 
interessada, através de plebiscito, e do CN, por lei complementar. 
O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, 
em um só turno de discussão e votação e enviado à sanção ou promulga-
ção, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar. 
Conforme o § 2º, do artigo 18, da CF/88, os territórios federais 
integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegra-
ção ao estado de origem serão reguladas em lei complementar, vejamos: 
 
Art. 18. A organização político-administrativa da Repúbli-
ca Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos 
termos desta Constituição. 
... 
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua cria-
ção, transformação em Estado ou reintegração ao Estado 
de origem serão reguladas em lei complementar. 
 
A CF/88, ao disciplinar a investidura em cargo e emprego públi-
cos determina que A LEI RESERVARÁ percentual dos cargos e empregos 
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios 
de sua admissão. 
Declarando o Supremo Tribunal Federal, incidentalmente, a in-
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal em face da Constitui-
ção do Brasil, caberá ao Senado Federal SUSPENDER A EXECUÇÃO da lei, 
total ou parcialmente, conforme o caso, desde que a decisão do Supremo 
Tribunal Federal seja definitiva. 
Os estados-membros poderão, mediante lei complementar, ins-
tituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, 
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a 
organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interes-
se comum. 
 
 
23 
Dicas de Estudo - Direito Administrativo 
 
DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
 
 
1. Atos Administrativos 
 
Ato Administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da 
Administração Pública, ou de quem lhe faça as vezes, que produz efeitos 
jurídicos, no exercício de suas prerrogativas, com o fim de atender ao 
interesse público. Obrigar, extinguir, proibir, certificar, opinar, declarar ou 
alterar são alguns dos efeitos que um ato administrativo pode gerar. 
 
 Atributos dos atos administrativos: 
 
Os atos administrativos, como manifestação do Poder Público, 
têm atributos que lhes conferem características peculiares. Os atributos 
do ato administrativo são: presunção de legitimidade, imperatividade e 
autoexecutoriedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
Requisitos dos atos administrativos: 
 
Na doutrina de Hely Lopes Meirelles, são cinco os requisitos ne-
cessários à validade dos atos administrativos, 3 vinculados (Competência, 
Finalidade e Forma) e 2 discricionários (Motivo e Objeto). 
 
 
 
 Teoria dos motivos determinantes: 
 
 Para esta teoria os motivos alegados devem guardar compatibili-
dade com a situação fática que o gerou. Quando a Administração declara 
(ainda que não fosse necessário) o motivo para a prática de um ato, este 
motivo fica vinculado ao ato, devendo ser congruente com a realidade. 
Caso os motivos expostos sejam falsos ou até mesmo inexistentes, o ato 
administrativo restará nulo, ainda que deles prescindisse, uma vez que os 
motivos passam a ser determinantes para a validade do ato administrati-
vo. Assim, quando a Administração Pública motiva um ato, mesmo que a 
lei não exija tal motivação, ele só será válido se os motivos forem verda-
deiros, reais. Por óbvio, se a lei exigir a motivação, esta deverá ser exarada 
em conformidade com a realidade. 
 Se inexistir o motivo (ou o motivo for falso), ou se dele o adminis-
trador extrair consequências incompatíveis com o direito aplicado, o ato 
será nulo por violação da legalidade. 
 
 
 
25 
Dicas de Estudo - Direito Administrativo 
Quanto às formas de extinção, duas são as mais questionadas: 
 
 Revogação: ocorre quando o ato é extinto por razões de conve-
niência e oportunidade (mérito administrativo). É a retirada de ato válido 
e eficaz, mas que acabou por se tornar inoportuno ou inconveniente, 
operando efeitos somente a partir da sua revogação (efeitos ex nunc). 
Somente a autoridade que produziu o ato pode revogá-lo. É ato discricio-
nário. 
 
 Anulação: ocorre quando o ato é praticado em desconformidade 
com a lei, ou seja, há vício de legalidade. Pode ser feita tanto pela própria 
administração pública, como pelo Poder Judiciário. Súmula 473 pelo Su-
premo Tribunal Federal: a administração pode anular seus próprios atos 
quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se origi-
nam direitos; ou revogá-lo por motivo de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a 
apreciação judicial. 
 
2. Poderes administrativos 
 
 
 
26 
 
 
 
3. Entidades da Administração Indireta 
 
 Características comuns: 
 
 Possuem personalidade jurídica própria; 
 Dependem de lei específica para sua formação; 
 Têm autonomia administrativa e financeira. Algumas po-
dem até possuir autonomia orçamentária; 
 Não possuem autonomia política; 
 Estão sujeitas à tutela (também conhecido como controle 
finalístico ou supervisão ministerial); 
 Estão sujeitas ao controle pelo Tribunal de Contas; 
 Ficam vinculadas ao Ente Político que lhes deu origem; 
 São dotadas de patrimônio próprio; 
 Possuem dirigentes próprios; 
 Ficam responsáveis pela titularidade e execução dos servi-
ços. 
 
4. Autarquias 
 
 Características: 
 
 Possuem personalidade jurídica de Direito Público; 
 São criadas por lei específica (artigo 37, XIX da Constituição 
Federal); 
 Realizam licitação e seus contratos são administrativos; 
 Seus agentes são servidores públicos (regidos por um esta-
tuto – estatutários); 
 Executam atividade típica de Administração Pública; 
 
 
27 
Dicas de Estudo - Direito Administrativo 
 A responsabilidade civil decorre do artigo 37, §6º da Consti-
tuição Federal; 
 Possuem os mesmo privilégios processuais conferidos à Fa-
zenda Pública como prazos processuais diferenciados, pa-
gamento por precatório, execução fiscalde seus créditos 
pela Lei nº 6.830/80, concessão de liminares respeitando a 
Lei 9.494/97, dentre outros; 
 Gozam de imunidade tributária referente ao seu patrimô-
nio, renda ou serviços vinculados à sua finalidade (art. 150, 
§2º, da Constituição Federal). 
 
5. Agências Reguladoras 
 
As Agências Reguladoras aparecem como Autarquias sob regime 
especial, logo parte-se do pressuposto que possuem todas as característi-
cas atribuídas às Autarquias, agregando-se, no entanto, outras. 
Os Conselheiros e Diretores possuem mandato fixo, o que impe-
de a demissão ad nutum, uma vez que somente perderão o mandato em 
caso de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de 
processo administrativo disciplinar, sendo que a lei de criação da Agência 
poderá prever outras condições para a perda do mandato, fato este que 
garante maior autonomia administrativa perante o Poder Executivo. Além 
de maior autonomia administrativa, as Agências Reguladoras possuem 
também maior autonomia financeira em comparação às Autarquias. 
Além de maior autonomia administrativa e financeira, as Agên-
cias possuem amplo poder normativo expedindo resoluções, com o objeti-
vo de regular/regulamentar a sua área de atuação, além de possuir, tam-
bém, amplo poder decisório (entre os agentes econômicos que atuam no 
setor e entre eles e os consumidores) e fiscalizador (incluindo-se aí a apli-
cação de sanções administrativas). 
 
6. Fundações 
 
Existem fundações não-governamentais (criadas e mantidas pela 
iniciativa privada) e fundações governamentais/estatais (criadas e manti-
das pelas pessoas políticas). Contudo, em ambas, a finalidade é sempre 
social (pesquisa, educação, cultura, ensino, médica, etc.), não lucrativa. No 
que tange às Fundações Estatais, ou Públicas ou Governamentais, estas 
podem ser instituídas como fundação com natureza jurídica de direito 
público ou privado. 
 
28 
As Fundações com personalidade jurídica de direito público pos-
suem as mesmas características das Autarquias, (como a criação por lei, 
sujeição às normas de direito público, privilégios processuais, etc.). São 
conhecidas como Autarquias Fundacionais ou Fundações Autárquicas. 
As que ostentam a personalidade jurídica de direito privado fi-
cam submetidas a um regime híbrido (ora incidindo normas de direito 
público ora incidindo normas de direito privado), como por exemplo: sua 
criação é autorizada por lei específica (norma de direito público), mas a 
personalidade jurídica adquirida com a inscrição no Registro Civil de Pes-
soas Jurídicas (norma de direito privado). Seus agentes prestam concurso 
público (norma de direito público), mas serão regidos pela CLT (norma de 
direito privado). 
 
7. Agências Executivas 
 
As Agências Executivas, com previsão na Constituição Federal no 
art. 37, §8º, são instituídas sob a forma de autarquias, fundações ou ór-
gãos e corresponde em verdade a uma qualificação, um título, conferida à 
autarquia ou fundação que celebre contrato de gestão, concedendo-se, 
assim, maior autonomia de gestão. 
 
8. Empresas Públicas e Sociedades de 
 Economia Mista - Semelhanças 
 
Possuem personalidade jurídica de direito privado, cuja criação é 
autorizada por lei. Podem prestar serviço público (neste caso prevalecem 
as normas de direito público como imunidade tributária, bens públicos, 
responsabilidade civil objetiva do art. 37, §6º, da Constituição Federal, 
etc.) ou explorar atividade econômica (neste caso prevalecem as normas 
de direito privado, art. 173, §1º, II, da Constituição Federal). Os bens são 
submetidos ao regime jurídico privado, salvo se direcionados a prestação 
de serviço público, caso em que incidiram as características de direito 
público (inalienabilidade, impenhorabilidade, não-onerabilidade e impres-
critibilidade). 
Estão sujeitas ao controle Estatal, inclusive pelo Tribunal de Con-
tas. Realizam concurso público, mas seus agentes são empregados públi-
cos (celetistas) e não estatutários (servidores públicos). Possuem dirigen-
tes e patrimônio próprio, liberdade financeira e administrativa. Realizam 
licitação pública, para atividades meio, ainda que de forma simplificada. 
Não possuem privilégios processuais e também não se aplicam as regras 
diferenciadas de prescrição aplicáveis somente às entidades com caracte-
rísticas de Fazenda Pública como as autarquias e as fundações públicas, 
por exemplo. 
 
 
29 
Dicas de Estudo - Direito Administrativo 
9. Empresas Públicas e Sociedades 
 de Economia Mista - Diferenças 
 
 Empresa Pública: Possui capital exclusivamente público; aparece 
sob qualquer forma societária: S/A, Caixa Econômica, Caixa de Fomento, 
Ltda, etc; se for uma Empresa Pública Federal o foro competente para 
resolução de conflitos é a justiça federal (art. 109, I, da Constituição Federal). 
 
 Sociedade de Economia Mista: Possui capital público e admite a 
participação de capital privado; aparece somente como Sociedade Anôni-
ma S/A; foro competente sempre da justiça estadual, mesmo que seja 
uma Sociedade de Economia Mista federal. 
 
10. Licitações 
 
 Conceito: é um procedimento administrativo vinculado, de ob-
servância obrigatória, salvo exceções legalmente previstas, por meio do 
qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa dentre 
as apresentadas pelos interessados para a provável celebração de um 
contrato que atenda aos interesses públicos. Possui também um caráter 
instrumental, pois serve como meio para o alcance de um fim: a realização 
de um contrato. 
 
 Quem deve licitar: são obrigados a licitar, além dos órgãos da 
administração direta (União, Estados, Distrito Federal, Municípios), os 
integrantes da administração indireta (autarquias, fundações, empresas 
públicas, sociedades de economia mista, consórcios públicos), os fundos 
especiais e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios. As obras, serviços, compras 
e alienações realizadas pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e 
do Tribunal de Contas, também, serão regidos pelas normas da Lei nº 
8.666/93, no que couber, nas três esferas administrativas. 
 
 Objeto: a licitação tem por objeto, além da seleção da melhor 
proposta para a Administração, a contratação de obras, serviços (inclusive 
de publicidade), compra, alienação, concessões, permissões e locações 
quando realizada com terceiros. 
 
 Princípios regedores: legalidade, impessoalidade, moralidade, 
igualdade, publicidade, probidade administrativa, vinculação ao instru-
mento convocatório, julgamento objetivo e outros que lhe são correlatos, 
como o da adjudicação compulsória. Destinam-se todos a garantir a ob-
servância do princípio constitucional da isonomia. 
 
30 
Modalidades de licitação: 
 
 
 
Tipos de licitação (exceto para o concurso): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de 
Licitação 
 
 
31 
Dicas de Estudo - Direito Administrativo 
 Inexigibilidade: É inexigível a licitação quando houver inviabilida-
de de competição, em especial (hipóteses exemplificativas): para aquisição 
de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por 
produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a prefe-
rência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita atra-
vés de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em 
que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federa-
ção ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; 
para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, 
de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especiali-
zação, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; 
para contratação de profissional de qualquersetor artístico, diretamente 
ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica 
especializada ou pela opinião pública. 
 
 Dispensa: é dispensável a licitação quando: para obras e serviços 
de engenharia de valor até R$ 15.000,00, desde que não se refiram a par-
celas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da 
mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e 
concomitantemente; para outros serviços e compras de valor até R$ 
8.000,00 e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não 
se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior 
vulto que possa ser realizada de uma só vez; nos casos de guerra ou grave 
perturbação da ordem; nos casos de emergência ou de calamidade públi-
ca, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa 
ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, servi-
ços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente 
para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou 
calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluí-
das no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininter-
ruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a 
prorrogação dos respectivos contratos; quando não acudirem interessados 
à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem 
prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições 
preestabelecidas; quando a União tiver que intervir no domínio econômico 
para regular preços ou normalizar o abastecimento; quando as propostas 
apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos prati-
cados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos 
órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o §3º do art. 48 da 
Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens 
ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou 
dos serviços; quando houver possibilidade de comprometimento da segu-
rança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da 
República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; entre outras hipóteses. 
 
 
 
32 
11. Contratos Administrativos 
 
 Conceito: acordo firmado entre a Administração Pública e um 
particular sob a prevalência de regras de direito público, fixadas pela pró-
pria Administração e buscando a concretização do interesse público. O 
que caracteriza o contrato como propriamente administrativo é a presen-
ça de cláusulas exorbitantes. 
 
 São elas: 
 
 Modificação unilateral , para melhor adequação às finalida-
des de interesse público, respeitados os direitos do contrata-
do. As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos con-
tratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia 
concordância do contratado. 
 Rescisão unilateral, nos casos especificados no inciso I do art. 
79 desta Lei; 
 Fiscalização da a execução; 
 Aplicação das sanções motivadas pela inexecução total ou 
parcial do ajuste; 
 
 Nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens 
móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na 
hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas 
contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contra-
to administrativo. 
 
12. Serviços Públicos 
 
 Princípios: regularidade, continuidade, eficiência, segurança, 
atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das 
tarifas. 
 
 Espécies de delegação de serviços públicos 
 
 Concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, 
feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de con-
corrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre 
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo de-
terminado. 
 
 
33 
Dicas de Estudo - Direito Administrativo 
 Concessão de serviço público precedida da execução de obra 
pública: a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação 
ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo 
poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à 
pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para 
a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da 
concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do 
serviço ou da obra por prazo determinado. 
 
 Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de 
obras públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, 
quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contra-
prestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. 
 
 Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços 
de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que 
envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. 
 
 Permissão de serviço público: a delegação, a título precário, 
mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder 
concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu 
desempenho, por sua conta e risco. 
 
 Autorização de serviço público: ato administrativo discricionário, 
precário, pelo qual o Poder Público delega à alguém (interesse privado) o 
exercício de certa atividade. Adequada às atividades que não exigem exe-
cução direta pela Administração, nem mesmo grande especialização. 
 
 
 FORMAS DE EXTINÇÃO: 
 
 Advento do termo contratual: é a forma natural de extinção: o 
esgotamento do prazo da concessão, com o retorno ao poder concedente 
dos bens reversíveis, direitos e privilégios, bem como com a assunção 
imediata do serviço pelo poder concedente. 
 
 Encampação: é a forma de extinção unilateral da concessão em 
que prevalece o interesse público, retomando o poder concedente, medi-
ante lei autorizativa e após prévio pagamento de indenização (correspon-
dente aos investimentos vinculados e bens reversíveis ainda não amorti-
zados), o objeto da concessão. 
 
 Caducidade: pode (a critério do poder concedente) ser declarada 
unilateralmente pelo poder concedente sempre que haja um descumpri-
mento das cláusulas contratuais ou normas legais, seja por inadimplemen-
 
34 
to, seja por adimplemento defeituoso por parte da concessionária. Há 
ainda a caducidade que deve ser decretada obrigatoriamente sempre que 
houver a transferência de concessão ou do controle societário da conces-
sionária sem prévia anuência do poder concedente. 
 
 Rescisão: única forma que a concessionária tem de extinguir uma 
concessão por sua iniciativa. Deve ter por fundamento o descumprimento 
das normas contratuais pelo poder concedente e necessita de ação judicial. 
 
 Anulação: é declarada sempre que há vício de legalidade na 
licitação ou contrato da concessão, produzindo efeito ex tunc, possuindo o 
mesmo sentido da anulação estudada nos atos administrativos. 
 
 Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento 
ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual: Assim como o 
falecimento ou incapacidade do titular no caso de empresa individual, a 
falência e extinção da empresa concessionária provocam a extinção de 
pleno direito do contrato de concessão, porque inviabiliza, por óbvio, a 
execução do serviço púbico concedido. 
 
13. Controle da Administração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Feito diretamente pelo 
Poder Legislativo sobre os 
atos do Executivo, ou com 
o auxílio do Tribunal de 
Contas (art. 71 da CF/88). 
Verificado somente nas 
hipóteses previstas na 
Constituição, envolvendo 
o controle das regularida-
des políticas e financeiras 
dos atos. 
Feito no próprio âmbito administrativo podendo 
ser hierárquico ou tutelar.É o exercício da auto-
tutela. Decorrente também do poder hierárqui-
co, é o poder (ou dever) que a Administração 
tem de rever seus próprios atos. 
Controle exercido pelo Poder Judiciário o qual deve ser necessariamente invoca-
do. Com base no art. 5º, XXXV da CF/88, nenhum ato poderá escapar de seu con-
trole, desde que sua fiscalização fique adstrita à legalidade. 
 
 
35 
Dicas de Estudo - Direito Administrativo 
 Quanto à amplitude 
 
 Controle hierárquico é feito dentro da própria estrutura admi-
nistrativa hierarquizada, pressupondo, via de regra, a desconcen-
tração administrativa. É o controle subordinação. 
 Controle tutelar (ministerial) também denominado de finalístico 
é, igualmente ao controle hierárquico, exercido no âmbito admi-
nistrativo, todavia, por uma pessoa jurídica distinta daquela que 
emitiu o ato, mas a ela vinculada. Não é um controle hierárquico 
propriamente dito, porque não há relação hierárquica de subor-
dinação entre as pessoas jurídicas, mas sim uma relação de vin-
culação. É um controle finalístico (do cumprimento de suas fina-
lidades). Quando há previsão de recurso cabível da pessoa con-
trolada para a controladora, o mesmo é chamado de recurso hie-
rárquico impróprio, tendo de ser obrigatoriamente previsto em 
lei. É o controle exercido pela Administração Pública Direta sobre 
a Indireta. 
 
 Quanto à natureza do controle 
 
 Controle de legalidade ou validade: é o controle que se verifica 
se a conduta do agente público se deu de acordo com a lei (or-
dem jurídica). Esta espécie de controle pode ser interna (quando 
o próprio emissor do ato o revisa) ou externa (quando é outro 
Poder que realiza este controle de legalidade). 
 
 Controle de mérito: examina os aspectos da conduta da Admi-
nistração Pública sob os prismas da conveniência e oportunidade. 
Neste contexto, somente haverá controle de mérito nos atos 
administrativos discricionários (quanto ao objeto e motivo), visto 
que, nos atos vinculados, a oportunidade e conveniência (assim 
como todos os demais requisitos do ato) estão prescritas em lei. 
Logo, o controle de mérito (conveniência e oportunidade) só po-
de ser exercido pelo próprio Poder que, atuando na função ad-
ministrativa, editou o ato, o que não impede o Poder Judiciário 
(ou o próprio Poder) de anular o ato por ilegalidade. 
 
14. Responsabilidade Civil Extracontratual 
do Estado 
 
Determinadas condutas do Estado, omissivas ou comissivas, 
materiais ou jurídicas, lícitas (como na requisição administrativa ou na 
 
36 
ocupação temporária) ou ilícitas podem ser causadoras de dano à pessoa 
ou ao seu patrimônio. Nestes casos, será o Estado obrigado a reparar o 
dano causado material (patrimonial) ou moralmente. 
 
No Brasil, esta teoria está consagrada, como já mencionado, no 
art. 37, §6º, da CF/88 que assim dispõe: As pessoas jurídicas de direito 
público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responde-
rão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, 
assegurando o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo e 
culpa. 
 
 Pessoas responsáveis 
 
Responderão objetivamente pelos danos (prejuízos) as pessoas 
jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviço 
público. Como pessoas jurídicas de direito público interno (como determi-
na o art. 41 do Código Civil) podemos apontar a União, os Estados, o Distri-
to Federal, os Municípios, os Territórios, as autarquias, as associações 
públicas as demais entidades de caráter público criadas por lei (como por 
exemplo as Agências Reguladoras). 
Incluem-se também no conceito de pessoas jurídicas de direito 
privado as concessionárias e permissionárias. É o caso de empresas de 
transporte coletivo, de fornecimento de energia, água e outros desta 
natureza, pois na verdade executam funções que em princípio caberiam 
ao Estado, respondendo objetivamente, por eventuais danos. 
 
 Qualidade de agente 
 
A expressão nessa qualidade quer dizer que o prejuízo sofrido 
deve ter sido cometido por pessoa que esteja no exercício de suas funções 
ou, pelo menos, a pretexto de exercê-la. Assim o que importa é a qualida-
de de agente público. Irrelevante que tenha atuado dentro, fora ou além 
de suas atribuições (competências), mas sim que tenha cometido o dano 
como se Estado fosse naquele momento. 
 
 Causa 
 
No Direito Brasileiro vigora, nos casos de responsabilidade civil ex-
tracontratual do Estado, a teoria da causalidade adequada, ou seja, o dano 
deve ser efeito direto e imediato do ato. Segundo esta teoria ninguém pode 
ser responsabilizado por aquilo que não tiver dado causa e somente se 
considera causa o evento que produziu direta e imediatamente o resultado 
danoso. 
 
 
37 
Dicas de Estudo - Direito Administrativo 
Nos casos de omissão do Estado, esta seria tão-somente uma 
condição do dano, e não necessariamente a sua causa, motivo pelo qual, 
nestes casos, seria necessário comprovar a culpa (lato sensu) do Estado, 
retornando a responsabilidade nos casos de omissão a ser subjetiva. 
 
 Direito de regresso 
 
A primeira relação pode se dar com base na responsabilidade ob-
jetiva (nos casos de ação) ou subjetiva (nos casos de omissão). Já a segun-
da sempre se dará com base na responsabilidade subjetiva, pois como 
afirma a parte final do art. 37, §6º, da CF/88, (...) assegurado o direito de 
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Logo, a opção do 
legislador foi abandonar totalmente a idéia de denunciação da lide e ado-
tar a ação regressiva. Ação regressiva (judicial ou administrativa), é im-
prescindível a comprovação do dolo ou da culpa e comprovação do trânsi-
to em julgado da decisão condenatória do Estado. 
 
 Excludentes de responsabilidade 
 
A responsabilidade objetiva do Estado adota a teoria do risco 
administrativo ou criado. A adoção desta teoria significa dizer que o nexo 
de causalidade pode ser rompido por motivo de caso fortuito, força maior, 
culpa exclusiva de terceiro ou culpa exclusiva da vítima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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39 
Dicas de Estudo - Direito Civil 
DIREITO CIVIL 
 
1. Pessoa Natural 
 
1.1. Do Conceito de Pessoa Natural 
 
 É pessoa natural o ser humano que nasça com vida (Nascimento 
+ Vida). O nascimento é o fato natural (ou mesmo artificial) da separação 
do feto do ventre materno. Portanto, é com o nascimento com vida que se 
dá o início da Personalidade Civil. Teoria Natalista. Sendo assim: 
 
Pessoa Pessoa Natural Personalidade 
Basta existir É sinônimo de pessoa 
física 
É a capacidade para figurar 
em uma relação jurídica 
(toda pessoa tem desde o 
nascimento com vida – 
artigo 2º, CC). 
 
1.2. Da Capacidade de Direito e Capacidade de Fato 
 
 O artigo 1º do Código Civil Brasileiro trata de Capacidade de 
Direito ou Capacidade de Gozo, a saber: 
 
“Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na or-
dem civil.” 
 
De tal forma, todo o ser humano pode ser proprietário de bens, 
bem como ser devedor - sujeito passivo de obrigações jurídicas, ainda 
que não possa exercer pessoalmente os atos da vida civil. A capacidade de 
direito ou gozo confere à criança de um ano de idade, exemplificativamen-
te, o direito de ser proprietária de um apartamento, por doação ou heran-
ça, bem como o dever de arcar com as taxas condominiais e o Imposto 
sobre a propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), na condição de 
senhorio deste imóvel. Evidentemente que esta mesma criança não pode-
rá exercer pessoalmente os atos da vida civil, como, por exemplo, firmar 
um contrato de locação. De tal arte, conclui-se que uma criança de um ano 
de idade tem Capacidade

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