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2 AUTORES Antonio Marcelo Pacheco É formado em História, Filosofia, Sociologia e em Direito, mestre em Ciências Políticas pela UFRGS, mestre em Direito pela UNISINOS e Doutor em Sociologia pela UFRGS. Membro pes- quisador dos grupos de pesquisa Violência e Cidadania, bem como do grupo Magistratura, Poder e Ideologia, ambos os grupos da UFRGS. Professor de Direito Constitucional do Verbo Jurídico, da Escola da Defensoria Pública da RGS e da Faculdades São Judas Tadeu. Advogado. Cristiano Colombo Doutorando em Direito pela UFRGS. Mestre em Direito pela UFRGS. Graduado em Ciên- cias Jurídicas e Sociais pela PUC/RS. Graduado em Ciências Contábeis pela UFRGS. Pós- graduado em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários - IBET. Sócio do Escritório Colombo Advocacia e Consultoria Jurídica. Professor da Faculdade de Direito São Judas Tadeu de Porto Alegre/RS. É professor do Curso Verbo Jurídico. Davi André Costa Silva Advogado, professor do Curso de Especialização em Advocacia Criminal e dos cursos prepa- ratórios às carreiras jurídicas da VERBO JURÍDICO, Coordenador do núcleo de Direito Penal e Processo Penal dos Cursos preparatórios às carreiras jurídicas e Exame da OAB, ex- coordenador dos Cursos de Especialização em Direito Penal e Processual Penal e de Opera- ções Policiais da Faculdade do Instituto de Desenvolvimento Cultural - IDC, Professor do curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Direito Penal - Praetorium/Anhanguera. Professor convidado do Curso de Especialização em Direito Penal e Processual Penal da Escola Superi- or da Magistratura – AJURIS, Escola Superior da Magistratura Federal – ESMAFE, Fundação do Ministério Público – FMP, Fundação Escola Superior da Defensoria Pública – FESDEP e Complexo EAD. Especialista em Direito Penal e Processual Penal. Autor de diversas obras de Direito e Processo penal pelas editoras Verbo Jurídico e Sapiens. Gimena Samuel Possui graduação pelo Centro Universitário Ritter dos Reis (2001).Advogada trabalhista. Mestranda em Direitos Humanos pela Uniritter.Professora de Direito do trabalho e Processo do Trabalho da Escola Verbo Jurídico. Gustavo da Silva Santanna Advogado. Procurador do Município, sendo atualmente Coordenador do Núcleo de Execuções Fiscais. Especialista em Direito Ambiental e Direito Público. Foi Aluno-Oficial da Brigada Militar do Rio Grande do Sul entre os anos de 2006 e 2007. É professor de Direito Ambiental e Direito Administrativo na Escola Verbo Jurídico e no Centro de Estu- dos Jurídicos - CETRA. É palestrante da Escola Superior de Advocadia - ESA/OABRS, Vice- Presidente da APRA - Associação dos Procuradores do Município de Alvorada/RS. Henrique Mioranza Koppe Pereira Doutor em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Mestre em Direito na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS-2008). Já foi docente na Ulbra (RO) e na IMED (RS) e atualmente leciona no Curso de Direito da Universidade de Caxias do Sul e na Verbo Jurídico. Juliano Colombo Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela PUC/RS. Graduado em Ciências Contábeis pela UFRGS. Pós-Graduado pelo IBET. Sócio do escritório Colombo Advocacia e Consultoria Jurídica. Professor de Processo Civil e Direito Civil nas Faculdades Integradas São Judas Tadeu e Profes- sor de Direito Tributário e Processo Civil no Grupo Educacional Verbo Jurídico. Colaboradores Caroline Dias Boff Jéssica Miranda Pinheiro 3 Dicas de Estudo - Exame da Ordem e Concursos Públicos SUMÁRIO DIREITO CONSTITUCIONAL 1. Direitos Fundamentais ............................................................................... 07 2. Sobre os Três Poderes do Estado ............................................................... 13 3. Outros Temas da Constituição Federal ..................................................... 21 DIREITO ADMINISTRATIVO 1. Atos Administrativos .................................................................................. 23 2. Poderes administrativos ............................................................................. 25 3. Entidades da Administração Indireta ......................................................... 26 4. Autarquias .................................................................................................. 26 5. Agências Reguladoras ................................................................................ 27 6. Fundações .................................................................................................. 27 7. Agências Executivas.................................................................................... 28 8. Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista - Semelhanças ............................................................................................... 28 9. Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista - Diferenças ................................................................................................... 29 10. Licitações .................................................................................................. 29 11. Contratos Administrativos ....................................................................... 32 12. Serviços Públicos ...................................................................................... 32 13. Controle da Administração....................................................................... 34 14. Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado ................................... 35 DIREITO CIVIL 1. Pessoa Natural ........................................................................................... 39 2. Pessoa Jurídica .......................................................................................... 42 3. Dos Bens ..................................................................................................... 48 4. Dos Fatos Jurídicos e do Negócio Jurídico .................................................. 49 5. Obrigações ................................................................................................. 51 6. Dos Contratos ............................................................................................. 54 DIREITO PROCESSUAL CIVIL 1. Jurisdição - Poder de Dizer o Direito .......................................................... 57 2. Ação............................................................................................................ 58 3. Atos Processuais ......................................................................................... 58 4. Revelia – Ausência de Contestação ............................................................ 60 5. Contestação ............................................................................................... 60 4 6. Reconvenção ............................................................................................. 61 7. Exceções .................................................................................................... 62 8. Cautelares Nominadas ............................................................................... 64 9. Recursos .................................................................................................... 68 10. Apelação .................................................................................................. 71 11. Processo de Execução .............................................................................. 72 12. Expropriação ............................................................................................ 74 13. Novo CPC – o que mudou? ...................................................................... 74 DIREITO DO TRABALHO 1. Princípios do Direito do Trabalho .............................................................. 792. Das Fontes do Direito do Trabalho ............................................................ 82 3. Relação de Emprego e Relação de Trabalho.............................................. 82 4. Trabalho no Domicílio do Empregado - Teletrabalho ................................ 83 5. Empregado Doméstico .............................................................................. 83 6. Empregador Equiparado ............................................................................ 84 7. Terceirização de Mão-de-Obra .................................................................. 84 8. Contrato Individual de Trabalho ................................................................ 85 9. Da Alteração do Contrato de Trabalho ...................................................... 86 10. Da Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho ........................... 88 11. Duração do Trabalho ............................................................................... 88 12. Remuneração .......................................................................................... 92 13. Término do Contrato de Trabalho ........................................................... 94 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 1. Das Fontes do Direito Processual do Trabalho .......................................... 97 2. Da Organização e da Competência da Justiça do Trabalho ..................... 100 3. Das Noções Gerais de Direito Processual do Trabalho ............................ 102 4. Dos Termos, dos Atos e dos Prazos Processuais ...................................... 102 5. Das Custas ................................................................................................ 103 6. Dos Procedimentos .................................................................................. 104 7. Das Provas ............................................................................................... 110 8. Dos Recursos ........................................................................................... 112 9. Dos Embargos de Declaração ................................................................. 121 10. Da Execução Trabalhista ........................................................................ 124 DIREITOS HUMANOS 1. Dicas de Direitos Humanos ...................................................................... 125 5 Dicas de Estudo - Exame da Ordem e Concursos Públicos DIREITO TRIBUTÁRIO 1. Conceito de Tributo .................................................................................. 129 2. Código Tributário Nacional ....................................................................... 129 3. Espécies de Tributo .................................................................................. 129 4. Competência Tributária............................................................................ 131 5. Imunidades ............................................................................................... 133 6. Espécies de Lançamento Tributário ......................................................... 135 7. Causas de Suspensão, Extinção e Exclusão do Crédito Tributário ......................................................................................... 137 8. Tabela resumo .......................................................................................... 143 DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL 1. Aplicação da Lei Penal .............................................................................. 145 2. Do Crime - arts. 13 a 28, CP ...................................................................... 148 3. Sujeitos do crime ...................................................................................... 149 4. Fato típico ................................................................................................ 150 5. Ilicitude (ou antijuridicidade) ................................................................... 155 6. Culpabilidade ............................................................................................ 158 7. Do Concurso de Pessoas - arts. 29 a 31, CP .............................................. 161 8. Inquérito Policial - arts. 4º a 23, CPP ........................................................ 163 6 7 Dicas de Estudo - Direito Constitucional DIREITO CONSTITUCIONAL 1. Direitos Fundamentais O tema sobre Direitos Fundamentais é presença certa em qual- quer concurso público que exija a matéria jurídica, ainda mais quando se trata de exame de qualificação da OAB. Nesse sentido, importa lembrar que: No que diz respeito à AÇÃO POPULAR não é qualquer pessoa que tem legitimidade para ajuizá-la, mas somente aquele que está na condição de cidadão (pleno de direitos políticos). O MANDADO DE SEGURANÇA é um remédio constitucional para a proteção de direito subjetivo individual e coletivo, conforme os incisos LXIX e LXX, artigo 5º, CF/88. É importante lembrar que os que têm competência para a propo- sição do mandato de segurança individual não são os mesmos para o mandado de segurança coletivo, pois no primeiro caso qualquer pessoa está legitimada, enquanto no caso do segundo, somente os Partidos Polí- ticos com representação no Congresso Nacional + Associação Sindical + Entidade de Classe + Associação Legalmente constituída e em funciona- 8 mento há pelo menos um ano é que possuem legitimidade para interpô- lo. A AÇÃO CIVIL PÚBLICA é um instrumento processual que pode ser promovida nas hipóteses previstas na CF/88, bem como na Lei n.º7347/85, Lei n.º7853/89, Lei 7913/89 e Lei n.º8078/90. INICIATIVA POPULAR pode ser exercida pela apresentação à Câ- mara dos Deputados, de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído em pelo menos 05 estados, com não menos de três décimos por cento do eleitorado ativo em cada um destes 05 estados. Em MATÉRIA DE NACIONALIDADE, é correto afirmar que a CF/88 reconhece somente a naturalização expressa, não havendo, pois, qualquer hipótese de naturalização tácita. O fato de permanecer calado, quando qualquer pessoa, na condição de indiciado, réu ou co-réu, deva ser interrogado perante os órgãos compe- tentes, constitui privilégio contra a auto-incriminação, traduzindo um direito público subjetivo da pessoa. Em relação ao direito de REUNIÃO, inciso XVI, artigo 5º, CF/88 se pode afirmar que todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em local aberto ao público e não em todos os locais, independentemente de autorização à autoridade competente. Dentre outros direitos a CF/88 prevê como direito social a ação, quanto aos CRÉDITOS RESULTANTES DAS RELAÇÕES DE TRABALHO, com prazo PRESCRICIONAL de CINCO ANOS para os trabalhadores URBANOS E RU- RAIS, até o limite de DOIS ANOS após a extinção do contrato de trabalho. 9 Dicas de Estudo - Direito Constitucional Conforme o artigo 14, parágrafo 6º, CF/88, o Presidente da Re- pública, os Governadores de Estado e do DF e os Prefeitos para concorre- rem a OUTROS CARGOS, devem renunciar aos respectivos mandatos até SEIS MESES ANTES DO PLEITO, o que caracteriza a incompatibilidade temporal. O direito fundamental à honra se estende às PESSOAS JURÍDI- CAS, pois estas estão abrigadas pela Constituição, tanto quanto as pessoas físicas. Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos ter- mos da CF/88, contudo, não há inconstitucionalidade em lei que traz outras formas de distinção, como é o caso da lei civil no que diz respeito a privilégio de domicílio à mulher em caso de divórcio litigioso. A inviolabilidade do domicílio ALCANÇA o fisco,quando na busca de identificação da ocorrência de fato gerador dos tributos por ele fiscaliza- dos. A vedação ao anonimato NÃO IMPEDE o sigilo da fonte, desde que seja necessário ao exercício profissional. Somente na condicional é aceito o sigilo da fonte, ou seja, quando necessário ao exercício profissio- nal. As ENTIDADES ASSOCIATIVAS, quando expressamente autoriza- das, têm legitimidade para representar seus filiados judicialmente, bem assim no contencioso administrativo. São INAFIANÇÁVEIS os crimes de ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático, de racismo, de prática da tortura, de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, de terrorismo e os definidos como crimes hediondos. A garantia ao direito de herança é um direito fundamental QUE PODE SER RESTRINGIDO pela legislação infraconstitucional, conforme previsão no Código Civil. Conceder-se-á MANDADO DE SEGURANÇA para proteger direito líquido e certo, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for auto- ridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público. Conceder-se-á HABEAS CORPUS sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. A expressão ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO, contida no art. 1.º da CF, representa a necessidade de se providenciar mecanismos de apuração e de efetivação da vontade do povo nas decisões políticas fun- damentais do Estado, conciliando uma democracia representativa, plura- lista e livre, com uma democracia participativa efetiva. Para que um tratado sobre direitos humanos tenha força de norma constitucional É NECESSÁRIA a sua aprovação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos res- pectivos membros. 10 O procurador-geral da República, na hipótese de processo crimi- nal que envolva grave violação de direitos humanos, PODE SOLICITAR AO STJ o deslocamento da competência para justiça federal. A inviolabilidade do domicílio NÃO OBSTA a entrada da autori- dade policial, durante a NOITE, em caso de flagrante delito e em caso de prestação de socorro ou desastre, contudo, não se poderá admitir que a noite ela possa adentrar através de mandado judicial, conforme o inciso XI, artigo 5º, CF/88. A CF/88 NÃO VEDA a instituição da pena de morte nos casos em que o Brasil esteja em guerra armada e declarada, mas em condições normais, esta pena de morte está terminantemente proibida. Compete ao STJ proceder à homologação de sentença estrangeira, con- forme a letra i, do inciso I, do artigo 105, da Constituição. Aliás, tal com- petência foi-lhe reservada a partir da Emenda Constitucional de n.º 45/2004. O sigilo bancário de um indivíduo pode ser quebrado por decisão fundamentada de comissão parlamentar de inquérito. Aos estrangeiros residentes ou não no país é garantido o direito de peti- ção, conforme entendimento do STF. O princípio constitucional segundo o qual o ato administrativo visa à proteção do interesse público ou de determinada coletividade é o da IMPESSOALIDADE. Importante lembrar que a legalidade tem como fim respeitar o Estado Democrático de Direito, a publicidade o fim de manter a transparência do ato administrativo, a eficiência diz respeito aos benefí- cios gerados, e a moralidade, apesar de sua complexidade retrata a etici- dade dos atos do administrador em relação ao administrado e ao Estado. Os direitos fundamentais estão sujeitos a certas restrições, den- tre outras, as que seguem: DIRETAS OU IMEDIATAS - o direito de associa- ção exige que ela ocorra para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; LEGAIS QUALIFICADAS - o sigilo de correspondência e das comunicações 11 Dicas de Estudo - Direito Constitucional exige que a restrição seja prevista em lei e estabelece as condições ou fins que devem ser perseguidos pela norma legal restritiva. OBS: Importa lembrar que se aceita na doutrina dos direitos fundamentais aquilo que se denominou de restrições. No caso das RES- TRIÇÕES DIRETAS OU IMEDIATAS se devem compreender aquelas que constam na própria aplicabilidade da norma constitucional, independendo de legislação complementar para se fazer compreender; bem assim, as RESTRIÇÕES LEGAIS QUALIFICADAS são aquelas em que a norma afirma que somente se dará a restrição por outro dispositivo legal que se por um lado garante o sigilo da correspondência e das comunicações, por outro deixa claro que apenas na lei, e lei que tenha uma natureza de comple- mentaridade e por essa razão é qualificada, tal direito poderá encontrar a sua limitação, o que, portanto o impede de ser considerado como um direito absoluto. As INDIRETAS E MEDIATAS são aquelas que não estão evidentes na norma e necessitam de uma restrição superveniente em nome dos princípios da proporcionalidade, razoabilidade e proibição de excesso. Já as RESTRIÇÕES EXPLÍCITAS estão dadas no próprio texto nor- mativo e independem de uma interpretação superveniente que busque, na sua aplicabilidade ao caso concreto, encontrar, de forma velada alguma forma de restrição, o que caracterizaria a restrição de natureza implícita. A proposta para edição da Súmula pode ser provocada pelos le- gitimados para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade, conforme o que prevê o artigo 103-A, parágrafo 2º. A SÚMULA VINCULANTE é o meio que se permite ao Supremo Tribunal Federal, conforme o determinado pela Emenda Constitucional de n.º45/04, padronizar a exegese de uma determinada norma jurídica con- trovertida, o que permite dentro de nosso ordenamento jurídico evitar a insegurança do sistema e/ou uma disparidade de compreensão sobre questões fáticas assemelhadas. Desta forma, são determinações que ocor- rem sobre a compreensão das Leis, apresentando uma eficácia irrestrita (erga omnes). Uma vez que estejam publicadas vinculam os órgãos do Poder Judiciário e da Administração Pública direta e indireta, em todas as esferas do poder. Ampla maioria da doutrina, incluindo-se posição jurisprudencial do STF considera a nossa Constituição como RÍGIDA, na medida em que ela traz as condições que limitam e que autorizam as alterações necessá- rias no texto constitucional a partir das transformações presenciadas pela própria sociedade. 12 Conforme o artigo 5º, inciso XLVII, ‘d’, a CF/88 NÃO ADMITE pe- na de banimento, pelo fato de que o seu efeito jurídico tem uma natureza perpétua, qualidade a qual a CF/88 também não recepcionou. Poderá optar pela nacionalidade nata brasileira o filho de pai brasileiro e mãe estrangeira que nasceu em território estrangeiro, e que mesmo não registrado em órgão competente veio a residir permanentemente no Brasil, e que sendo maior de idade entrou com pedido junto à Justiça competente para manifestar a sua opção pela nacionalidade brasileira e adquiri-la em definitivo, conforme o artigo 12, inciso I, letra ‘c’, CF/88. Art. 12. São brasileiros: I - natos: ... c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; Os nascidos no Brasil, de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país, SÃO Brasileiros natos. Conforme o §1º, inciso I, artigo 14, da CF/88, os maiores de 18 anos têm um direito-dever em relação ao voto, quer dizer, eles são obri- gados a votar. Contudo, NÃO SÃO todos os maiores de 18 anos que so- frem esta obrigatoriedade, pois os que são maiores de 18 anos e analfabe- tos, não têm esta mesma obrigatoriedade.13 Dicas de Estudo - Direito Constitucional Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: ... § 1º O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; Os direitos-liberdades consagrados no art. 5º da CF/88 ADMITEM restrição pelo legislador ordinário. 2. Sobre os Três Poderes do Estado Os magistrados podem ser postos em disponibilidade em razão do interesse público. A União pode praticar intervenção nos Estados, os Estados po- dem intervir nos municípios e de forma muito particular e especial, a União não está totalmente impedida de intervir em todo e qualquer município. A Federação Brasileira prevê competência de tipo administrativo (material), a ser exercida em comum, pelos entes federados, ou exclusi- vamente, por um deles. Ao Poder legislativo, por uma de suas casas, compete julgar o Presidente da República e os Ministros do STF, em caso de crime DE RES- PONSABILIDADE. Conforme o art.52, inciso I, da CF/88, por crime comum a competência, após autorização de 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados, será processado no STF, uma vez que os crimes de responsabi- lidade são competência do Senado. Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; O presidente da república pode APOR VETO a projeto de lei, a- provado no CN, com fundamento em inconstitucionalidade. A CF não prevê possibilidade de ADIN contra lei municipal que a ofenda. O auditor, do Tribunal de Contas da União, quando em substitui- ção a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal. 14 Não é atribuição cometida à competência privativa do Presiden- te da República estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do DF e dos Municípios, pois tal compe- tência diz respeito ao Senado Federal, conforme o artigo 52, IX, da CF/88. Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: ... IX - estabelecer limites globais e condições para o mon- tante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; O número de juízes na unidade jurisdicional SERÁ PROPORCIO- NAL à efetiva demanda judicial e à respectiva população. Aos juízes É VEDADO exercer, ainda que em disponibilidade, ou- tro cargo ou função, salvo uma de magistério. Se o Presidente da República praticar uma infração penal co- mum e a denúncia vier a ser recebida pelo STF, ficará suspenso de suas atribuições pelo prazo de 180 dias, para o melhor andamento do processo contra ele. Caberá aos TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS processar e julgar originariamente os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes de responsabilidade. Ao JUIZ FEDERAL compete processar e julgar também as causas em que a entidade autárquica da União for interessada na condição de assistente, exceto, entre outras, as de falência. As causas em que a União for autora SERÃO AFORADAS na se- ção judiciária onde tiver domicílio a outra parte, e quando for ré, poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor. São emendas consideradas SUBSTITUTIVAS as apresentadas co- mo sucedâneo a parte de outra proposição, quando a alterar substancial ou formalmente, em seu conjunto; são emendas consideradas AGLUTINA- TIVAS as que resultam da fusão de outras emendas, ou destas, com o texto original, por transação tendente a aproximação dos respectivos objetos; e, são emendas consideradas MODIFICATIVAS as que alteram a proposição sem a modificar substancialmente. Os Tribunais Regionais Federais conforme a CF/88 são compostos de 07 juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomea- dos pelo Presidente da República dentre brasileiros com MAIS DE TRINTA e menos de sessenta e cinco anos. Conforme o artigo 60, parágrafo 5º, da CF/88 a matéria constante de proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida por prejudicada NÃO PODE ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. Para CONCORRER em um pleito eleitoral ao cargo de Deputado Estadual o candidato, preenchidas as demais condições de elegibilidade, deverá possuir, no mínimo, 21 anos. 15 Dicas de Estudo - Direito Constitucional SE, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será decla- rado vago. SE, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte de candidato a presidência, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação. No caso de ficarem vagos os cargos de Presidente e Vice nos dois primeiros anos de mandato, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga, sendo que para não caracterizar um hiato de poder, a presidência será ocupada nesse período pelo PRESIDENTE DA CÂMARA, ou no seu impedimento ou impossibilidade, pelo PRESIDENTE DO SENADO ou no seu impedimento ou impossibilidade, pelo MINISTRO PRESIDENTE DO STF. A destituição do Procurador Geral da República, por iniciativa do Presiden- te da República, deverá SER PRECEDIDA de autorização da maioria abso- luta do Senado. COMPETE AO STF julgar mandado de segurança contra ato ilegal e abusivo praticado pelo CNJ. O artigo 102 da Constituição Federal apre- senta as três formas de competência do Supremo Tribunal Federal (STF): o inciso I, que trata da competência originária; o inciso II, por sua vez trata da competência ordinária; e, finalmente, o inciso III, que diz respeito à competência extraordinária. A letra ‘r’, do inciso I desse artigo afirma que cabe ao STF, originariamente processar e julgar as ações contra o Conse- lho Nacional de Justiça (CNJ), como igualmente contra as ações do Conse- lho Nacional do Ministério Público. Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão 16 diplomática de caráter permanente; d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridadeou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados; l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais; n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados; o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade; q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal; r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público; II - julgar, em recurso ordinário: a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; b) o crime político; III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 17 Dicas de Estudo - Direito Constitucional As competências dos ESTADOS DA FEDERAÇÃO são apenas a- quelas que NÃO ESTÃO VEDADAS pelo texto constitucional. Não é o caso de se afirmar que os estados têm competência residual, pois tal termino- logia não é aceita pela doutrina, mas sim que eles têm uma competência remanescente. É importante lembrar que na relação com os municípios esses detêm uma competência suplementar que não foi extensiva aos estados membros. O CNJ É órgão do Poder Judiciário. O poder judiciário, indepen- dente e harmônico como os outros dois poderes que formam o Estado está contemplado a partir do artigo 92, que de forma taxativa identifica os órgãos do poder judiciário. Com a Emenda Constitucional de n.º45, tive- mos a criação do Conselho Nacional de Justiça, que está previsto no inciso I – A do artigo 92, portanto, apesar de se constituir em um órgão que tem como natureza de sua função fiscalizadora ser externo, ele é parte do poder judiciário, estando, assim, correta a afirmativa da letra’ a’. A EMENDA CONSTITUCIONAL DE N.º 45, conhecida como a e- menda que teve por objetivo realizar uma reforma no poder judiciário para aproximá-lo mais do espaço social e que criou o CNJ, inseriu a figura da súmula vinculante, etc., criou a figura da justiça itinerante, conforme se percebe nos textos dos parágrafos 2º, do artigo 107, parágrafo 7º, do artigo 125, do texto constitucional, bem assim tal emenda acrescentou a letra ‘i’, do inciso I, do artigo 105 que trata da competência originária do Superior Tribunal de Justiça e que lhe autorizou a conceder exequatur às cartas rogatórias. A Câmara dos Deputados TEM COMPETÊNCIA para iniciativa de lei que vise à fixação da remuneração de seus servidores, mas a matéria não tem a obrigatoriedade de ir à sanção do presidente da República. Considerando que nos termos dispostos no art. 133 da Constitui- ção do Brasil, o advogado é indispensável à administração da justiça, sen- do até mesmo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, é correto afirmar que a INVIOLABILIDADE DO ESCRITÓRIO OU LOCAL DE TRABALHO É ASSEGURADA NOS TERMOS DA LEI, não sendo vedadas, contudo, a busca e a apreensão judicialmente decretadas, por decisão motivada, desde que realizada na presença de representante da OAB, SALVO se esta, devidamente notificada ou solicitada, não proceder à indicação. Os Ministros de Estado que como delegatários do Presidente da República, conforme a Constituição do Brasil PODEM, desde que autori- zados, extinguir cargos públicos. SE a Medida Provisória perder eficácia por decurso de prazo ou, em cará- ter expresso for rejeitada pelo Congresso Nacional, É VEDADA a sua reedi- ção na mesma sessão legislativa. 18 É caso de SESSÃO CONJUNTA a reunião da Câmara dos Deputa- dos e do Senado Federal destinada, por exemplo, a conhecer do veto presidencial e sobre ele deliberar. A obrigatoriedade ou necessidade de deliberação plenária dos tribunais, no sistema de controle de constitucionalidade brasileiro significa que somente pelo voto da MAIORIA ABSOLUTA de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. A Lei Complementar exige aprovação por maioria absoluta, en- quanto a lei ordinária é aprovada por maioria simples dos membros pre- sentes à sessão, DESDE QUE presente a maioria absoluta dos membros de cada Casa ou de suas Comissões. As matérias que devem ser regradas por Lei Complementar EN- CONTRAM-SE TAXATIVAMENTE indicadas no texto constitucional e, desde que não seja assunto específico de normatização por decreto legis- lativo ou resolução, o regramento de todo o resíduo competirá à lei ordi- nária. As matérias reservadas à Lei Complementar NÃO SERÃO objeto de delegação do Congresso ao Presidente da República. O Município goza de CAPACIDADE de auto-organização, autogo- verno e de auto-administração, integrando a Federação brasileira. Compete ao STJ julgar os recursos especiais. OBS.: Os recursos especiais se constituem em meio para a reali- zação da competência especial do STJ, conforme o inciso III, do artigo 105. É um recurso exclusivo ao STJ e que tem como objetivo: julgar as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos estados-membros e do DF (e territórios), quando denegatória a decisão; contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; julgar válido ato de governo local contestado em face de lei fede- ral; der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: ... III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. 19 Dicas de Estudo - Direito Constitucional A convocação de juiz federal de 1ª instância para substituição de desembargador do Tribunal Regional Federal É PERMITIDA, entre outros casos, no de vaga ou de afastamento de Desembargador Federal por prazo superior a trinta dias. Nos termos da CF/88 e consideradas as alterações trazidas pela Emenda Constitucional n.º 45/04, COMPETE AO STF, além de outras julgar, origina- riamente, o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitu- cionalidade. No que diz respeito à Emenda à CF será PROMULGADA pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.É VEDADA A REEDIÇÃO, na mesma sessão legislativa, de medida provisó- ria que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. A CF NÃO PODERÁ ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. Leis que disponham sobre servidores públicos da União e terri- tórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposen- tadoria, são de INICIATIVA PRIVATIVA do presidente da República. COMPETE AO STJ PROCESSAR E JULGAR, originalmente, os con- flitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do DF, ou entre as deste e da União. O ARTIGO 103-B, DA CF/88, alterado pela Emenda Constitucional n.º61/09, que revogou do texto os referencias de idade mínima e máxima para nomeação é formado por 15(quinze) membros, sendo: o Presidente do STF, um Ministro do STJ (indicado pelo respectivo tribunal), um Minis- tro do TST (indicado pelo TST), um desembargador de Tribunal de Justiça (indicado pelo STF), um juiz estadual (também indicado pelo STF), um juiz do Tribunal Regional Federal (indicado pelo STJ), um juiz federal (igual- mente indicado pelo STJ), um juiz do Tribunal Regional do Trabalho (indi- cado pelo TST), um juiz do trabalho (também indicado pelo TST), um membro do MP da União (indicação do Procurador Geral da República), um membro do MP estadual (escolhido pelo Procurador Geral da Repúbli- ca, dentre nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual), mais dois advogados (escolhidos pelo Conselho Federal da OAB) e, finalmente, dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada (indicados um pela Câmara e outro pelo Senado). Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; II um Ministro do Superior Tribunal de 20 Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; III um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; IV um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; V um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; VI um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; VII um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; VIII um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; IX um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; X um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador- Geral da República; XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. § 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. § 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. § 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal. § 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade; V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano; VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; VII elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa. § 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários; II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. § 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho 21 Dicas de Estudo - Direito Constitucional Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. É atribuição cometida à competência privativa do Presidente da República conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessá- ria, dos órgãos instituídos em lei. É atribuição cometida à competência privativa do Presidente da República decretar o estado de defesa e o estado de sítio e decretar e executar a intervenção federal. 3. Outros Temas da Constituição Federal O sistema de freios e contrapesos, os checks and balances dos americanos, preconiza que o poder deve conter o poder. A estatística, entre 1998 e 1998, demonstra que a atividade do Parlamento brasileiro foi bastante intensa se comparada ao desempenho das tarefas à época con- cretizadas pelos Poderes Executivo e Judiciário. Finalmente, o princípio da separação de Poderes, por ser cláusula pétrea, não pode ser objeto de proposta de emenda constitucional. Logo, não há que cogitar, sequer, a hipótese do item III, afinal, tal princípio não pode ser reformulado. A criação dos Territórios e a sua transformação em estado são reguladas por meio de EMENDA CONSTITUCIONAL. A União é pessoa jurídica de direito público interno com capaci- dade política e ora se manifeste em nome próprio, ora se manifestaem nome da Federação. A Federação Brasileira é caracterizada como uma Descentraliza- ção político-administrativa constitucionalmente prevista. NÃO HÁ HIERARQUIA entre os entes da Federação, podendo-se reconhecer preponderância de interesse mais abrangente. OBS.: Não há hierarquia entre os entes federativos. Cada qual atua em seu raio de competência, fixado pela CF. Como a Federação é uma unidade dentro da diversidade existem questões de notória abrangência, como a devastação da floresta amazônica, a transposição do Rio São Francisco e a seca no nordeste e a estiagem no sudeste, que repercutem no País como um todo, independentemente do lugar onde tenham sido deflagradas. Assim, o interesse maior deve preponderar em nome do equilíbrio federa- tivo. No exercício da Competência legislativa concorrente os estados- membros PODERÃO EDITAR normas gerais e específicas, caso inexista lei da União fixando normas gerais. 22 São IMPRESCRITÍVEIS os ilícitos praticados por agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, conforme o inciso XIII, artigo 37, da CF/88, redação dada a partir da Emenda Constitucional n.º 19/98. Competem à União, em território federal, os impostos estaduais e, se o território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais. É VEDADO à União instituir isenções de tributos da competência dos Esta- dos, do DF ou dos Municípios. Os estados-membros podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Esta- dos ou territórios federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do CN, por lei complementar. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação e enviado à sanção ou promulga- ção, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar. Conforme o § 2º, do artigo 18, da CF/88, os territórios federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegra- ção ao estado de origem serão reguladas em lei complementar, vejamos: Art. 18. A organização político-administrativa da Repúbli- ca Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. ... § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua cria- ção, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. A CF/88, ao disciplinar a investidura em cargo e emprego públi- cos determina que A LEI RESERVARÁ percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão. Declarando o Supremo Tribunal Federal, incidentalmente, a in- constitucionalidade de lei ou ato normativo federal em face da Constitui- ção do Brasil, caberá ao Senado Federal SUSPENDER A EXECUÇÃO da lei, total ou parcialmente, conforme o caso, desde que a decisão do Supremo Tribunal Federal seja definitiva. Os estados-membros poderão, mediante lei complementar, ins- tituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interes- se comum. 23 Dicas de Estudo - Direito Administrativo DIREITO ADMINISTRATIVO 1. Atos Administrativos Ato Administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública, ou de quem lhe faça as vezes, que produz efeitos jurídicos, no exercício de suas prerrogativas, com o fim de atender ao interesse público. Obrigar, extinguir, proibir, certificar, opinar, declarar ou alterar são alguns dos efeitos que um ato administrativo pode gerar. Atributos dos atos administrativos: Os atos administrativos, como manifestação do Poder Público, têm atributos que lhes conferem características peculiares. Os atributos do ato administrativo são: presunção de legitimidade, imperatividade e autoexecutoriedade. 24 Requisitos dos atos administrativos: Na doutrina de Hely Lopes Meirelles, são cinco os requisitos ne- cessários à validade dos atos administrativos, 3 vinculados (Competência, Finalidade e Forma) e 2 discricionários (Motivo e Objeto). Teoria dos motivos determinantes: Para esta teoria os motivos alegados devem guardar compatibili- dade com a situação fática que o gerou. Quando a Administração declara (ainda que não fosse necessário) o motivo para a prática de um ato, este motivo fica vinculado ao ato, devendo ser congruente com a realidade. Caso os motivos expostos sejam falsos ou até mesmo inexistentes, o ato administrativo restará nulo, ainda que deles prescindisse, uma vez que os motivos passam a ser determinantes para a validade do ato administrati- vo. Assim, quando a Administração Pública motiva um ato, mesmo que a lei não exija tal motivação, ele só será válido se os motivos forem verda- deiros, reais. Por óbvio, se a lei exigir a motivação, esta deverá ser exarada em conformidade com a realidade. Se inexistir o motivo (ou o motivo for falso), ou se dele o adminis- trador extrair consequências incompatíveis com o direito aplicado, o ato será nulo por violação da legalidade. 25 Dicas de Estudo - Direito Administrativo Quanto às formas de extinção, duas são as mais questionadas: Revogação: ocorre quando o ato é extinto por razões de conve- niência e oportunidade (mérito administrativo). É a retirada de ato válido e eficaz, mas que acabou por se tornar inoportuno ou inconveniente, operando efeitos somente a partir da sua revogação (efeitos ex nunc). Somente a autoridade que produziu o ato pode revogá-lo. É ato discricio- nário. Anulação: ocorre quando o ato é praticado em desconformidade com a lei, ou seja, há vício de legalidade. Pode ser feita tanto pela própria administração pública, como pelo Poder Judiciário. Súmula 473 pelo Su- premo Tribunal Federal: a administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se origi- nam direitos; ou revogá-lo por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 2. Poderes administrativos 26 3. Entidades da Administração Indireta Características comuns: Possuem personalidade jurídica própria; Dependem de lei específica para sua formação; Têm autonomia administrativa e financeira. Algumas po- dem até possuir autonomia orçamentária; Não possuem autonomia política; Estão sujeitas à tutela (também conhecido como controle finalístico ou supervisão ministerial); Estão sujeitas ao controle pelo Tribunal de Contas; Ficam vinculadas ao Ente Político que lhes deu origem; São dotadas de patrimônio próprio; Possuem dirigentes próprios; Ficam responsáveis pela titularidade e execução dos servi- ços. 4. Autarquias Características: Possuem personalidade jurídica de Direito Público; São criadas por lei específica (artigo 37, XIX da Constituição Federal); Realizam licitação e seus contratos são administrativos; Seus agentes são servidores públicos (regidos por um esta- tuto – estatutários); Executam atividade típica de Administração Pública; 27 Dicas de Estudo - Direito Administrativo A responsabilidade civil decorre do artigo 37, §6º da Consti- tuição Federal; Possuem os mesmo privilégios processuais conferidos à Fa- zenda Pública como prazos processuais diferenciados, pa- gamento por precatório, execução fiscalde seus créditos pela Lei nº 6.830/80, concessão de liminares respeitando a Lei 9.494/97, dentre outros; Gozam de imunidade tributária referente ao seu patrimô- nio, renda ou serviços vinculados à sua finalidade (art. 150, §2º, da Constituição Federal). 5. Agências Reguladoras As Agências Reguladoras aparecem como Autarquias sob regime especial, logo parte-se do pressuposto que possuem todas as característi- cas atribuídas às Autarquias, agregando-se, no entanto, outras. Os Conselheiros e Diretores possuem mandato fixo, o que impe- de a demissão ad nutum, uma vez que somente perderão o mandato em caso de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar, sendo que a lei de criação da Agência poderá prever outras condições para a perda do mandato, fato este que garante maior autonomia administrativa perante o Poder Executivo. Além de maior autonomia administrativa, as Agências Reguladoras possuem também maior autonomia financeira em comparação às Autarquias. Além de maior autonomia administrativa e financeira, as Agên- cias possuem amplo poder normativo expedindo resoluções, com o objeti- vo de regular/regulamentar a sua área de atuação, além de possuir, tam- bém, amplo poder decisório (entre os agentes econômicos que atuam no setor e entre eles e os consumidores) e fiscalizador (incluindo-se aí a apli- cação de sanções administrativas). 6. Fundações Existem fundações não-governamentais (criadas e mantidas pela iniciativa privada) e fundações governamentais/estatais (criadas e manti- das pelas pessoas políticas). Contudo, em ambas, a finalidade é sempre social (pesquisa, educação, cultura, ensino, médica, etc.), não lucrativa. No que tange às Fundações Estatais, ou Públicas ou Governamentais, estas podem ser instituídas como fundação com natureza jurídica de direito público ou privado. 28 As Fundações com personalidade jurídica de direito público pos- suem as mesmas características das Autarquias, (como a criação por lei, sujeição às normas de direito público, privilégios processuais, etc.). São conhecidas como Autarquias Fundacionais ou Fundações Autárquicas. As que ostentam a personalidade jurídica de direito privado fi- cam submetidas a um regime híbrido (ora incidindo normas de direito público ora incidindo normas de direito privado), como por exemplo: sua criação é autorizada por lei específica (norma de direito público), mas a personalidade jurídica adquirida com a inscrição no Registro Civil de Pes- soas Jurídicas (norma de direito privado). Seus agentes prestam concurso público (norma de direito público), mas serão regidos pela CLT (norma de direito privado). 7. Agências Executivas As Agências Executivas, com previsão na Constituição Federal no art. 37, §8º, são instituídas sob a forma de autarquias, fundações ou ór- gãos e corresponde em verdade a uma qualificação, um título, conferida à autarquia ou fundação que celebre contrato de gestão, concedendo-se, assim, maior autonomia de gestão. 8. Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista - Semelhanças Possuem personalidade jurídica de direito privado, cuja criação é autorizada por lei. Podem prestar serviço público (neste caso prevalecem as normas de direito público como imunidade tributária, bens públicos, responsabilidade civil objetiva do art. 37, §6º, da Constituição Federal, etc.) ou explorar atividade econômica (neste caso prevalecem as normas de direito privado, art. 173, §1º, II, da Constituição Federal). Os bens são submetidos ao regime jurídico privado, salvo se direcionados a prestação de serviço público, caso em que incidiram as características de direito público (inalienabilidade, impenhorabilidade, não-onerabilidade e impres- critibilidade). Estão sujeitas ao controle Estatal, inclusive pelo Tribunal de Con- tas. Realizam concurso público, mas seus agentes são empregados públi- cos (celetistas) e não estatutários (servidores públicos). Possuem dirigen- tes e patrimônio próprio, liberdade financeira e administrativa. Realizam licitação pública, para atividades meio, ainda que de forma simplificada. Não possuem privilégios processuais e também não se aplicam as regras diferenciadas de prescrição aplicáveis somente às entidades com caracte- rísticas de Fazenda Pública como as autarquias e as fundações públicas, por exemplo. 29 Dicas de Estudo - Direito Administrativo 9. Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista - Diferenças Empresa Pública: Possui capital exclusivamente público; aparece sob qualquer forma societária: S/A, Caixa Econômica, Caixa de Fomento, Ltda, etc; se for uma Empresa Pública Federal o foro competente para resolução de conflitos é a justiça federal (art. 109, I, da Constituição Federal). Sociedade de Economia Mista: Possui capital público e admite a participação de capital privado; aparece somente como Sociedade Anôni- ma S/A; foro competente sempre da justiça estadual, mesmo que seja uma Sociedade de Economia Mista federal. 10. Licitações Conceito: é um procedimento administrativo vinculado, de ob- servância obrigatória, salvo exceções legalmente previstas, por meio do qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa dentre as apresentadas pelos interessados para a provável celebração de um contrato que atenda aos interesses públicos. Possui também um caráter instrumental, pois serve como meio para o alcance de um fim: a realização de um contrato. Quem deve licitar: são obrigados a licitar, além dos órgãos da administração direta (União, Estados, Distrito Federal, Municípios), os integrantes da administração indireta (autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, consórcios públicos), os fundos especiais e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. As obras, serviços, compras e alienações realizadas pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas, também, serão regidos pelas normas da Lei nº 8.666/93, no que couber, nas três esferas administrativas. Objeto: a licitação tem por objeto, além da seleção da melhor proposta para a Administração, a contratação de obras, serviços (inclusive de publicidade), compra, alienação, concessões, permissões e locações quando realizada com terceiros. Princípios regedores: legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, probidade administrativa, vinculação ao instru- mento convocatório, julgamento objetivo e outros que lhe são correlatos, como o da adjudicação compulsória. Destinam-se todos a garantir a ob- servância do princípio constitucional da isonomia. 30 Modalidades de licitação: Tipos de licitação (exceto para o concurso): Tipos de Licitação 31 Dicas de Estudo - Direito Administrativo Inexigibilidade: É inexigível a licitação quando houver inviabilida- de de competição, em especial (hipóteses exemplificativas): para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a prefe- rência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita atra- vés de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federa- ção ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especiali- zação, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; para contratação de profissional de qualquersetor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. Dispensa: é dispensável a licitação quando: para obras e serviços de engenharia de valor até R$ 15.000,00, desde que não se refiram a par- celas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; para outros serviços e compras de valor até R$ 8.000,00 e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; nos casos de emergência ou de calamidade públi- ca, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, servi- ços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluí- das no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininter- ruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas; quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento; quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos prati- cados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o §3º do art. 48 da Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; quando houver possibilidade de comprometimento da segu- rança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; entre outras hipóteses. 32 11. Contratos Administrativos Conceito: acordo firmado entre a Administração Pública e um particular sob a prevalência de regras de direito público, fixadas pela pró- pria Administração e buscando a concretização do interesse público. O que caracteriza o contrato como propriamente administrativo é a presen- ça de cláusulas exorbitantes. São elas: Modificação unilateral , para melhor adequação às finalida- des de interesse público, respeitados os direitos do contrata- do. As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos con- tratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado. Rescisão unilateral, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei; Fiscalização da a execução; Aplicação das sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste; Nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contra- to administrativo. 12. Serviços Públicos Princípios: regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. Espécies de delegação de serviços públicos Concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de con- corrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo de- terminado. 33 Dicas de Estudo - Direito Administrativo Concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado. Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contra- prestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. Permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Autorização de serviço público: ato administrativo discricionário, precário, pelo qual o Poder Público delega à alguém (interesse privado) o exercício de certa atividade. Adequada às atividades que não exigem exe- cução direta pela Administração, nem mesmo grande especialização. FORMAS DE EXTINÇÃO: Advento do termo contratual: é a forma natural de extinção: o esgotamento do prazo da concessão, com o retorno ao poder concedente dos bens reversíveis, direitos e privilégios, bem como com a assunção imediata do serviço pelo poder concedente. Encampação: é a forma de extinção unilateral da concessão em que prevalece o interesse público, retomando o poder concedente, medi- ante lei autorizativa e após prévio pagamento de indenização (correspon- dente aos investimentos vinculados e bens reversíveis ainda não amorti- zados), o objeto da concessão. Caducidade: pode (a critério do poder concedente) ser declarada unilateralmente pelo poder concedente sempre que haja um descumpri- mento das cláusulas contratuais ou normas legais, seja por inadimplemen- 34 to, seja por adimplemento defeituoso por parte da concessionária. Há ainda a caducidade que deve ser decretada obrigatoriamente sempre que houver a transferência de concessão ou do controle societário da conces- sionária sem prévia anuência do poder concedente. Rescisão: única forma que a concessionária tem de extinguir uma concessão por sua iniciativa. Deve ter por fundamento o descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente e necessita de ação judicial. Anulação: é declarada sempre que há vício de legalidade na licitação ou contrato da concessão, produzindo efeito ex tunc, possuindo o mesmo sentido da anulação estudada nos atos administrativos. Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual: Assim como o falecimento ou incapacidade do titular no caso de empresa individual, a falência e extinção da empresa concessionária provocam a extinção de pleno direito do contrato de concessão, porque inviabiliza, por óbvio, a execução do serviço púbico concedido. 13. Controle da Administração Feito diretamente pelo Poder Legislativo sobre os atos do Executivo, ou com o auxílio do Tribunal de Contas (art. 71 da CF/88). Verificado somente nas hipóteses previstas na Constituição, envolvendo o controle das regularida- des políticas e financeiras dos atos. Feito no próprio âmbito administrativo podendo ser hierárquico ou tutelar.É o exercício da auto- tutela. Decorrente também do poder hierárqui- co, é o poder (ou dever) que a Administração tem de rever seus próprios atos. Controle exercido pelo Poder Judiciário o qual deve ser necessariamente invoca- do. Com base no art. 5º, XXXV da CF/88, nenhum ato poderá escapar de seu con- trole, desde que sua fiscalização fique adstrita à legalidade. 35 Dicas de Estudo - Direito Administrativo Quanto à amplitude Controle hierárquico é feito dentro da própria estrutura admi- nistrativa hierarquizada, pressupondo, via de regra, a desconcen- tração administrativa. É o controle subordinação. Controle tutelar (ministerial) também denominado de finalístico é, igualmente ao controle hierárquico, exercido no âmbito admi- nistrativo, todavia, por uma pessoa jurídica distinta daquela que emitiu o ato, mas a ela vinculada. Não é um controle hierárquico propriamente dito, porque não há relação hierárquica de subor- dinação entre as pessoas jurídicas, mas sim uma relação de vin- culação. É um controle finalístico (do cumprimento de suas fina- lidades). Quando há previsão de recurso cabível da pessoa con- trolada para a controladora, o mesmo é chamado de recurso hie- rárquico impróprio, tendo de ser obrigatoriamente previsto em lei. É o controle exercido pela Administração Pública Direta sobre a Indireta. Quanto à natureza do controle Controle de legalidade ou validade: é o controle que se verifica se a conduta do agente público se deu de acordo com a lei (or- dem jurídica). Esta espécie de controle pode ser interna (quando o próprio emissor do ato o revisa) ou externa (quando é outro Poder que realiza este controle de legalidade). Controle de mérito: examina os aspectos da conduta da Admi- nistração Pública sob os prismas da conveniência e oportunidade. Neste contexto, somente haverá controle de mérito nos atos administrativos discricionários (quanto ao objeto e motivo), visto que, nos atos vinculados, a oportunidade e conveniência (assim como todos os demais requisitos do ato) estão prescritas em lei. Logo, o controle de mérito (conveniência e oportunidade) só po- de ser exercido pelo próprio Poder que, atuando na função ad- ministrativa, editou o ato, o que não impede o Poder Judiciário (ou o próprio Poder) de anular o ato por ilegalidade. 14. Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado Determinadas condutas do Estado, omissivas ou comissivas, materiais ou jurídicas, lícitas (como na requisição administrativa ou na 36 ocupação temporária) ou ilícitas podem ser causadoras de dano à pessoa ou ao seu patrimônio. Nestes casos, será o Estado obrigado a reparar o dano causado material (patrimonial) ou moralmente. No Brasil, esta teoria está consagrada, como já mencionado, no art. 37, §6º, da CF/88 que assim dispõe: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responde- rão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurando o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo e culpa. Pessoas responsáveis Responderão objetivamente pelos danos (prejuízos) as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviço público. Como pessoas jurídicas de direito público interno (como determi- na o art. 41 do Código Civil) podemos apontar a União, os Estados, o Distri- to Federal, os Municípios, os Territórios, as autarquias, as associações públicas as demais entidades de caráter público criadas por lei (como por exemplo as Agências Reguladoras). Incluem-se também no conceito de pessoas jurídicas de direito privado as concessionárias e permissionárias. É o caso de empresas de transporte coletivo, de fornecimento de energia, água e outros desta natureza, pois na verdade executam funções que em princípio caberiam ao Estado, respondendo objetivamente, por eventuais danos. Qualidade de agente A expressão nessa qualidade quer dizer que o prejuízo sofrido deve ter sido cometido por pessoa que esteja no exercício de suas funções ou, pelo menos, a pretexto de exercê-la. Assim o que importa é a qualida- de de agente público. Irrelevante que tenha atuado dentro, fora ou além de suas atribuições (competências), mas sim que tenha cometido o dano como se Estado fosse naquele momento. Causa No Direito Brasileiro vigora, nos casos de responsabilidade civil ex- tracontratual do Estado, a teoria da causalidade adequada, ou seja, o dano deve ser efeito direto e imediato do ato. Segundo esta teoria ninguém pode ser responsabilizado por aquilo que não tiver dado causa e somente se considera causa o evento que produziu direta e imediatamente o resultado danoso. 37 Dicas de Estudo - Direito Administrativo Nos casos de omissão do Estado, esta seria tão-somente uma condição do dano, e não necessariamente a sua causa, motivo pelo qual, nestes casos, seria necessário comprovar a culpa (lato sensu) do Estado, retornando a responsabilidade nos casos de omissão a ser subjetiva. Direito de regresso A primeira relação pode se dar com base na responsabilidade ob- jetiva (nos casos de ação) ou subjetiva (nos casos de omissão). Já a segun- da sempre se dará com base na responsabilidade subjetiva, pois como afirma a parte final do art. 37, §6º, da CF/88, (...) assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Logo, a opção do legislador foi abandonar totalmente a idéia de denunciação da lide e ado- tar a ação regressiva. Ação regressiva (judicial ou administrativa), é im- prescindível a comprovação do dolo ou da culpa e comprovação do trânsi- to em julgado da decisão condenatória do Estado. Excludentes de responsabilidade A responsabilidade objetiva do Estado adota a teoria do risco administrativo ou criado. A adoção desta teoria significa dizer que o nexo de causalidade pode ser rompido por motivo de caso fortuito, força maior, culpa exclusiva de terceiro ou culpa exclusiva da vítima. 38 39 Dicas de Estudo - Direito Civil DIREITO CIVIL 1. Pessoa Natural 1.1. Do Conceito de Pessoa Natural É pessoa natural o ser humano que nasça com vida (Nascimento + Vida). O nascimento é o fato natural (ou mesmo artificial) da separação do feto do ventre materno. Portanto, é com o nascimento com vida que se dá o início da Personalidade Civil. Teoria Natalista. Sendo assim: Pessoa Pessoa Natural Personalidade Basta existir É sinônimo de pessoa física É a capacidade para figurar em uma relação jurídica (toda pessoa tem desde o nascimento com vida – artigo 2º, CC). 1.2. Da Capacidade de Direito e Capacidade de Fato O artigo 1º do Código Civil Brasileiro trata de Capacidade de Direito ou Capacidade de Gozo, a saber: “Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na or- dem civil.” De tal forma, todo o ser humano pode ser proprietário de bens, bem como ser devedor - sujeito passivo de obrigações jurídicas, ainda que não possa exercer pessoalmente os atos da vida civil. A capacidade de direito ou gozo confere à criança de um ano de idade, exemplificativamen- te, o direito de ser proprietária de um apartamento, por doação ou heran- ça, bem como o dever de arcar com as taxas condominiais e o Imposto sobre a propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), na condição de senhorio deste imóvel. Evidentemente que esta mesma criança não pode- rá exercer pessoalmente os atos da vida civil, como, por exemplo, firmar um contrato de locação. De tal arte, conclui-se que uma criança de um ano de idade tem Capacidade
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