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TGD 1
Teoria Geral 
do Direito
Prof. Marcelo Marció
FONTES 
JURÍDICAS
Fontes Jurídicas
A criação do Direito deriva da 
organização da sociedade civil 
em Estado Civil, com o 
reconhecimento de um Poder de 
Fato (Assembléia Nacional 
Constituinte) que produzirá a 
Norma Fundamental de um 
Estado (Constituição).
A FONTE de todo o Direito Brasileiro 
decorrerá da formalidade (Processo 
Legislativo) que a Constituição vai 
estabelecer como procedimento de 
criação do Direito. É o Direito que 
regula a própria criação do Direito. 
Para Kelsen a Norma Fundamental deve 
ser admitida como verdade – “dogma”.
Fontes Jurídicas
O fundamento da Constituição não será
encontrado no Direito Positivo mas, sim, no
Poder de Fato (Poder Constituinte Originário) que
ao povo pertence (regime democrático).
Sendo o Direito um sistema normativo,
pressupõe uma norma hipotética fundamental que
garanta a possibilidade de conhecer o Direito. É ela
o princípio ideal que reduz as normas jurídicas
a uma unidade absoluta, conferindo-lhes
validade.
Fontes Jurídicas
A lógica de Kelsen pressupõe que 
uma norma somente pode originar-
se de outra, da qual retira sua 
validez, dando azo ao que denomina 
de FONTES FORMAIS DO DIREITO. 
Fontes Jurídicas
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FONTE FORMAL: dá forma ao 
Direito. Faz referência aos modos de 
manifestação das normas jurídicas. 
Demonstra quais os meios 
empregados pelo jurista para 
conhecer o direito. Indica os 
documentos que revelam o direito 
vigente, possibilitando sua aplicação 
ao caso concreto.
Fontes Jurídicas
Quais são as 
fontes 
jurídicas?
Fontes jurídicas:
FONTES FORMAIS:
▫ FONTES FORMAIS ESTATAIS
▫ e
▫ FONTES FORMAIS NÃO-ESTATAIS.
Fontes jurídicas:
FONTES FORMAIS ESTATAIS
� Fontes Formais Estatais Legislativas (leis, 
decretos etc.)
� Fontes Formais Estatais Jurisprudenciais
(sentenças, súmulas etc.)
FONTES FORMAIS NÃO-ESTATAIS
� Direito consuetudinário, Direito científico 
(doutrina) e as convenções em geral ou 
negócios jurídicos.
Fontes jurídicas:
FONTES MATERIAIS:
Conjunto de fatores sociais e 
axiológicos (morais, éticos) que 
determinam a ação jus-política do 
legislador, do magistrado, etc.
Fontes 
jurídicas
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Fontes jurídicas:
São oriundas de circunstâncias
políticas, históricas, geográficas,
econômicas, axiológicas (valores) e
sociais (fontes materiais) que se
completam com um ato volitivo do
Poder Legislativo, Executivo e
Judiciário (fontes formais).
Fontes jurídicas:
As fontes formais são os canais 
por onde se manifestam as 
fontes materiais. 
“A NORMA (texto, regra) JURÍDICA 
EMANA DAS PROFUNDEZAS 
DA SOCIEDADE PARA A 
SUPERFÍCIE DO 
DIREITO.”
Fontes Materiais
• Há um pluralismo de fontes materiais do
Direito pois, se este coexiste com a sociedade,
tudo que pode influencia-la, pode influenciar
as fontes materiais.
Fontes Materiais
• As convicções, ideologias e as necessidades de
cada povo (em certa época) atuam como
fontes de produção do direito positivo pois
condicionam o aparecimento e as
transformações das normas jurídicas.
Fontes Materiais
• As fontes materiais NÃO são o direito
positivo, mas o conjunto de valores e de
circunstâncias sociais que, constituindo
o antecedente natural do direito,
contribuem para a formação do
conteúdo das normas jurídicas (direito
positivo) – VALORES.
Fontes Materiais
Fontes materiais ou reais não são unicamente 
fatores sociais – que abrangem os históricos, religiosos,
naturais (clima, solo, raça, natureza geográfica do território, 
constituição anatômica e psicológica do homem), os demográficos, 
os higiênicos, os políticos, os econômicos e os morais (honestidade, 
decoro, decência, fidelidade, respeito ao próximo) – mas 
também os valores de cada época (ordem, 
segurança, paz social, justiça) dos quais fluem as 
normas jurídico-positivas. 
São elementos que emergem da própria realidade social 
e dos valores que inspiram o ordenamento jurídico
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Fontes Materiais
Consistem no conjunto de 
fatos (sociais) determinantes 
do conteúdo do direito. Nos 
valores que o direito procura 
realizar, sintetizados no 
conceito amplo de justiça.
•Fontes Formais Estatais
normas jurídicas 
que constituem o próprio 
direito objetivo.
•Legislação como fonte: Nos países de
direito escrito e constituição rígida (Brasil), a
legislação é a mais importante das fontes
formais estatais. O Direito é obra “exclusiva”
dos legisladores.
Fontes Formais Estatais
• Há, no Estado moderno, uma supremacia da lei
ante a crescente tendência de codificar o
direito, sistemática que busca atender uma
exigência de maior certeza e segurança para as
relações jurídicas.
• O direito legislado pode ser conhecido com maior
facilidade, daí a “suposta” segurança e certeza.
Fontes Formais Estatais
Processo Legislativo: 
Fonte Legal
Processo Legislativo como fonte legal
• O processo legislativo é um conjunto de
fases constitucionalmente estabelecidas.
Essas fases são essenciais para que o
projeto de lei adquira o status de lei
vigente:
1. INICIATIVA
2. DISCUSSÃO
3. DELIBERAÇÃO
4. SANÇÃO OU VETO
5. PROMULGAÇÃO
6. PUBLICAÇÃO
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Processo Legislativo como fonte legal
• INICIATIVA:
�Ato que desencadeia o processo legislativo,
surgindo com a apresentação de um projeto
de lei (propõe a adoção de direito novo).
�Competirá ao Legislativo ou ao Executivo,
dependendo da matéria.
�Competirá, ainda, dependendo da matéria,
aos Tribunais o encaminhamento de projetos
de leis, e mesmo à iniciativa popular.
� CF, arts. 61, §1º, 84, III e XXIII, 96,II, a,b,c,d, 61, §2º, 27, §4º e 29,XI
• DISCUSSÃO
�O projeto é debatido com os pareceres das
comissões internas da Casa Legislativa,
podendo receber emendas da substância
ou de redação.
� Após estas emendas (modificativas ou
substitutivas) o projeto será objeto de
discussão e aprovação.
Processo Legislativo como fonte legal
• DELIBERAÇÃO OU VOTAÇÃO:
• Processo de aprovação ou
rejeição.
Processo Legislativo como fonte legal
•DELIBERAÇÃO OU VOTAÇÃO: 
�O plenário se manifesta contra ou a favor
do projeto:
▫Maioria simples
(lei ordinária)
▫Maioria absoluta
(lei complementar)
▫ Quórum qualificado
(emenda à constituição)
Processo Legislativo como fonte legal
Processo Legislativo como fonte legal
• SANÇÃO OU VETO:
• Após a aprovação do projeto, na
fase da votação, este é remetido
para a sanção ou veto do Executivo,
que exerce um poder de fiscalização de
constitucionalidade e conveniência do
novo direito aprovado.
Processo Legislativo como fonte legal
• SANÇÃO OU VETO:
▫ Se o Executivo estiver satisfeito com o
produto da votação, poderá SANCIONÁ-LO,
ou seja, concordar com o prosseguimento do
processo legislativo.
▫ Se o Executivo não estiver satisfeito com o
novo direito, poderá VETÁ-LO, ou seja, opor
uma recusa ao projeto, por
inconstitucionalidade ou inconveniência -
total (se abranger todo o texto do projeto) ou
parcial (se abranger apenas parte do projeto).
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Processo Legislativo como fonte legal
• Se ocorrer VETO o projeto volta ao Legislativo
que poderá aceitar ou rejeitar o veto oposto.
▫ Se ACATAR O VETO o processo legislativo
termina, sem aprovação do direito novo.
▫ Se RECUSAR O VETO (por maioria
qualificada), o projeto volta ao Executivo
para a promulgação.
Processo Legislativo como fonte legal
A SANÇÃO pode ser:
�EXPRESSA:
O Executivo o faz por escrito;
�TÁCITA:
Deixa transcorrer, sem manifestação, o
prazo de 15 dias úteis.
Com a sanção, o projeto transforma-se 
em LEI, que é promulgada pelo 
Executivo.
Processo Legislativo como fonte legal
PROMULGAÇÃO:
�é o ato pelo qual o Executivo autentica a 
lei, atestando sua existência, ordenandosua 
aplicação e cumprimento.
� Ocorre após a sanção ou à recusa do 
veto. 
�Deve ser procedida em até 48 horas 
decorridas da sanção, expressa ou tácita, 
ou da comunicação de rejeição do veto.
Processo Legislativo como fonte legal
PUBLICAÇÃO:
Deve ocorrer no Diário Oficial da 
casa legislativa que aprovou o 
direito novo, visando tornar pública a 
nova lei, possibilitando seu 
conhecimento pela comunidade.
Produção
Jurisprudencial
Produção Jurisprudencial
JURISPRUDÊNCIA:
�Conjunto de decisões uniformes e constantes 
dos tribunais, resultantes da aplicação de 
normas a casos semelhantes, constituindo 
uma norma geral aplicável a todas as 
hipóteses similares ou idênticas.
�Conjunto de normas emanadas dos juízes em 
sua atividade jurisdicional.
�Os julgamentos dos recursos ordinários (STJ) 
e extraordinários que são elaborados pelo 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL que vão 
estabelecendo a possível uniformização das 
decisões judiciais.
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Produção Jurisprudencial
• RECURSOS:
• Atos processuais pelos quais a decisão de um
juiz ou tribunal é submetida a outro tribunal
de categoria superior, com competência para
reformá-la ou anulá-la.
• SÚMULAS:
• Consolidação das Jurisprudências dominantes
em um Tribunal.
• A JURISPRUDÊNCIA é a forma de revelação do
direito que se processa através do exercício da
jurisdição, em virtude de uma sucessão
harmônica de decisões dos tribunais.
Poder 
normativo 
do 
Juiz
Poder normativo do Juiz
• A NORMA JURÍDICA tem direcionamento geral e
abstrato, ou seja, está direcionada à toda a
sociedade.
• O Magistrado, ao apreciar uma lide, prolata ao
final uma sentença, sendo que esta tem um
caráter de vinculação somente entre as partes
envolvidas no processo.
• É dizer que o Juiz ao sentenciar cria uma
normativa entre as partes que deverão cumprir
o seu comando.
• Aquilo que era abstrato e genérico passa a ser
individual - concreto.
Poder normativo do Juiz
• Conhecidos os fatos (provados) e as normas
(aplicáveis), surge o ato de vontade que escolhe
o direito a aplicar, dentre as possibilidades
existentes.
• Se a norma permite variadas interpretações, por
óbvio, poderia haver variadas decisões sobre o
mesmo caso.
• O Juiz repensa a norma geral, confronta-a com a
realidade social, procurando a solução justa, de
forma que a produção de uma sentença implica
uma complexidade de atos de verdadeira
elaboração da norma para o caso concreto.
FONTES FORMAIS NÃO-ESTATAIS
COSTUME:
• Fonte jurídica subsidiária:
predominava antes do aparecimento da lei escrita.
• Costume decorre da prática reiterada de certo ato,
com a convicção de sua necessidade jurídica.
• O costume é fonte subsidiária, pois pretende
complementar a lei e preencher a lacuna
eventualmente existente.
• Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de 
acordo com a analogia, os costumes e os 
princípios gerais de direito – art. 4 da LINDB.
Doutrina:
• É formada pela atividade dos juristas, pelos
ensinamentos dos professores, pelos pareceres
dos jurisconsultos, pelas opiniões dos
tratadistas.
• Influencia a criação, pelos legisladores, do
direito novo, bem como sua aplicação pelos
magistrados.
• É responsável, também, pela modificação das
interpretações que são dadas pelos Tribunais.
FONTES FORMAIS NÃO-ESTATAIS
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PODER NEGOCIAL
� Força geradora de normas jurídicas particulares
e individualizadas que só vinculam os
participantes da relação jurídica.
� Trata das normas contratuais que resultam do
fato de a própria ordem jurídica reconhecer à
pessoa, enquanto sujeito de direitos e deveres,
o poder de estipular negócios para a realização
de fins lícitos, mediante um acordo de vontades.
Ex: Contrato de Compra e Venda
� As pessoas físicas ou jurídicas criam normas
contratuais. Exercem um poder limitado
legalmente, que as vincula à prática dos direitos
e deveres avençados.
PODER NEGOCIAL 
Elementos do poder negocial que
legitimam sua validade:
a) Manifestação de vontade de pessoas
legitimadas a fazê-lo;
b) Forma de querer que não contrarie a
exigida em lei;
c) Objeto lícito e possível;
d) Paridade entre os partícipes ou, pelo
menos, uma devida proporção entre eles.
PODER NEGOCIAL 
•O CONTRATO é o reflexo bem nítido
do exercício do poder negocial.
• PACTA SUNT SERVANDA – o
contrato firmado faz lei para as
partes envolvidas.
Poder normativo dos grupos sociais
• As normas jurídicas são elaboradas pelo
Estado.
• Entretanto, é possível que os grupos sociais
estabeleçam regras para seus componentes,
com o objetivo de atingir os fins estipulados
em seus estatutos.
• Ex:
▫ Sociedade Empresária – Contrato Social
▫ Grêmio e Universidade – Estatutos
▫ Academia de Letras - Regimentos
Poder normativo dos grupos sociais
• Uma norma só terá juridicidade se estiver 
apoiada na ordenação da sociedade 
política.
• Portanto, o Estado desempenha
o papel de fator de unidade 
normativa da nação. 
• De um lado um pluralismo de ordenações 
jurídicas (negociais) e, de outro, a 
unidade da ordem normativa (arcabouço 
jurídico vigente).
Integração da Norma Jurídica
• Mesmo não havendo previsão legal, o juiz
não pode abster-se de julgar, segundo prescreve
o artigo 126 do Código de Processo Civil.
Desta feita, para resolver a questão posta sob
sua apreciação, o Magistrado deve se valer de
outros meios de integração da norma jurídica (art.
4º), que são:
a) Analogia;
b) Princípios gerais do direito
c) Costumes
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Integração da Norma Jurídica
• O juiz não se exime de sentenciar ou
despachar, alegando lacuna ou obscuridade da
lei.
• Lei de Introdução às normas do Direito
Brasileiro.
• Art. 4º. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o
caso de acordo com a analogia, os costumes e os
princípios gerais de direito.
Analogia
• Trata-se de um processo de raciocínio
lógico pelo qual o juiz estende em
preceito legal a casos não diretamente
compreendidos na descrição legal. O juiz
pesquisa a vontade da lei, para
transportá-la aos casos que a letra do
texto não havia compreendido. (VENOSA,
2006, pag. 24)
• Consiste na aplicação, a um determinado
caso, de uma norma que rege caso
semelhante.
Princípios Gerais do Direito
• Nas palavras do célebre Clóvis Bevilacqua são os
elementos fundamentais da cultura jurídica
humana em nossos dias. Eles não estão
estampados claramente em nenhuma legislação,
mas isso não quer dizer que não existam. Alguns
exemplos podem ser dispostos:
a) ninguém pode transferir mais direitos do que
tem;
b) ninguém deve ser condenado sem ser ouvido;
c) ninguém pode invocar, em benefício próprio, a
própria torpeza; etc.
Equidade
• Equidade é uma forma de manifestação de
justiça que tem o condão de atenuar a rudeza de
um regra jurídica. Como informam Stolze
Gagliano e Pamplona Filho, a equidade, na
concepção aristotélica, é a “justiça do caso
concreto” (2002;25)
• A equidade é não só o abrandamento do
Direito e em sua interpretação, se bom que o
legislador não pode olvidar seus princípios, em
que a equidade necessariamente deve ser
utilizada para que a lei surja no sentido da
justiça. (VENOSA, 2006, pag. 26)

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