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guerra fria I

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403PROMILITARES.COM.BR
GUERRA FRIA I 
O INÍCIO DA BIPOLARIDADE
Com o � m da Segunda Guerra Mundial e derrotadas as potências 
totalitárias na Europa e Ásia, outra questão começava a tomar corpo 
nas relações internacionais: os soviéticos, outrora aliados contra 
o nazifascismo, voltavam ao status de inimigos das democracias 
ocidentais. A Grã-Bretanha, tradicional potência europeia, arrasada 
e esgotada, não tinha condições de zelar pelo equilíbrio europeu. 
Os Estados Unidos passaram a assumir o papel de liderança mundial 
desempenhado pelos ingleses até então. 
O discurso do presidente Harry Truman ao Congresso, em 12 de 
março de 1947, solicitando auxílio econômico para Grécia e Turquia, 
demonstra a emergência dos Estados Unidos como nova potência 
mundial, em detrimento da Grã-Bretanha, exaurida por quase seis 
anos de guerra. A Doutrina Truman, explicitada no artigo Três fontes 
da conduta soviética, de George F. Kennan, publicado em Foreign 
Affairs, determinou a linha de conduta externa americana do pós-
guerra: a contenção do comunismo. 
Eis parte do discurso de Truman que seria a tônica da política 
externa dos Estados Unidos até o colapso do sistema soviético no � nal 
da década de 1980: 
Os Estados Unidos receberam do governo grego um apelo urgente 
de assistência � nanceira e econômica. Os relatórios preliminares 
da Missão Econômica Americana, ora na Grécia, e os relatórios 
do embaixador americano na Grécia corroboram a declaração do 
governo grego de que a assistência se faz imperativa para que a 
Grécia sobreviva como nação livre. 
A própria existência do Estado grego é hoje ameaçada pelas atividades 
terroristas de milhares de homens armados, dirigidos por comunistas, 
que desa� am a autoridade do governo em vários pontos. 
A Grécia precisa receber assistência para poder tornar-se uma 
democracia capaz de sustentar-se e respeitar-se. 
Aos Estados Unidos cabem fornecer essa assistência. 
A vizinha da Grécia, a Turquia, também merece nossa atenção. 
Acredito que a política dos Estados Unidos deve ser a de apoiar 
os povos livres que estão resistindo à subjugação tentada por 
minorias armadas ou por pressões vindas de fora. 
Solicito, portanto, ao Congresso, que autorize o presidente a 
prestar assistência à Grécia e à Turquia no montante de 400 
milhões de dólares. 
Além dos fundos, solicito ao Congresso que autorize o envio de 
pessoal civil e militar americano à Grécia e à Turquia, a pedido 
desses países. 
A máxima moral de Washington de “passar ao largo das alianças 
permanentes” perdeu seu sentido. Nada mais que acontecesse no mundo 
seria estranho aos Estados Unidos. A despeito do discurso ideológico dos 
líderes norte-americanos apelarem para o idealismo de Woodrow, isto é, 
a defesa dos valores de democracia e liberdade, EUA e URSS travaram, 
em realidade, uma verdadeira batalha por áreas de in� uência. 
O intervencionsimo estava associado diretamente às questões de 
segurança nacional. Os presidentes americanos passariam a seguir a “Teoria 
da Contenção”, desenvolvida por George Kennan, isto é, a ideia de que a 
área de in� uência soviética deveria � car restrita aos limites obtidos ao � nal 
da Segunda Guerra Mundial. A contenção foi colocada em prova, com 
vitórias para ambos os lados, diversas vezes: Berlim (1949), Coreia (1950-
53), Cuba (1962), Vietnã (1961-75) e Afeganistão (1979). 
A principal característica deste período (1945-89) foi a ausência 
de um confronto direto entre norte-americanos e soviéticos, pois, 
devido aos armamentos nucleares, os soviéticos detonaram sua 
primeira bomba atômica em 1949, ambos os governos temiam uma 
guerra nuclear. O pensador francês Raymond Aron, um dos grandes 
especialistas sobre Guerra Fria, sintetizou o período com a máxima 
“paz impossível, guerra improvável”. 
O primeiro campo de disputa da Guerra Fria foi o continente 
europeu. Pela Conferência de Potsdam, a Alemanha � caria dividida 
em quatro zonas de ocupação, estabelecidas pelos três grandes 
mais a França. A Alemanha acabaria � cando dividida pelo embate 
ideológico em República Federal da Alemanha (Ocidental) e República 
Democrática da Alemanha (Oriental). Ademais, a cidade de Berlim, 
capital do III Reich, também seria dividida entre os aliados. 
Berlim Ocidental era, portanto, uma ilha de prosperidade 
econômica dentro da zona de ocupação soviética. Os norte-americanos, 
interessados em fazer propaganda do regime democrático e capitalista 
contra o socialismo soviético, começaram a investir vultuosas somas na 
economia berlinense como forma de desenvolver sua parte de ocupação 
da cidade. Era o início de um processo denominado de Milagre Alemão. 
404
GUERRA FRIA I
PROMILITARES.COM.BR
As décadas seguintes a Segunda Guerra Mundial são 
caracterizadas como uma época em que as sociedades capitalistas 
desenvolvidas alcançaram um excelente nível de produção industrial, 
baixos índices de desemprego e manutenção dos preços de bens e 
serviços. O período do início dos anos 50 até a década de 70, quando 
ocorreram as crises do petróleo, recebeu inúmeras denominações 
pelos historiadores: “era do ouro”, “milagre keynesiano”, les trente 
glorieuses, a� uent society etc., termos que procuram sintetizar o 
boom econômico do mundo capitalista desenvolvido no pós-guerra.
Os Estados Unidos contribuíram decisivamente para a prosperidade 
econômica europeia através do Plano Marshall (1947), programa 
de ajuda � nanceira para a reconstrução da Europa cujos objetivos 
eram fortalecer os países capitalistas e anular a in� uência do 
comunismo na Europa Ocidental. O Plano Marshall foi oferecido 
para todos os países europeus, sem restrições aos regimes 
socialistas. A União Soviética, contudo, preocupada em manter 
sua zona de in� uência sem interferência norte-americana, proibiu 
a aceitação de ajuda do Plano Marshall. Os soviéticos acabariam 
organizando o Comecon (1949), espécie de bloco econômico dos 
países socialistas. A Iugoslávia, país liberto da presença nazista 
pelo guerrilheiro Josip Broz, o Tito, foi a única nação socialista a 
receber ajuda do Plano Marshall, revelando uma independência 
que incomodava a União Soviética. 
No caso da economia da República Federal da Alemanha, houve 
uma Reforma Monetária, em 21 de junho de 1948, que criou o 
Deutsche Mark. A Reforma Monetária, plani� cada pelo técnico norte-
americano Dodge, foi posteriormente acrescida por Ludwig Erhard, 
futuro ministro da Economia e chanceler da República Federal Alemã. 
A expressão “milagre econômico” (Wirtschaftswunder) foi utilizada já 
nos anos 50 para designar “a espetacular ressurreição da economia e 
sociedade”. Vários autores alemães escreveram sobre o tema: Wallich 
(Triebkräfte des deutschen Wiederaufstiegs, 1955); Reithinger (Soziale 
Marktwirtschaft 1958); Ludwig Erhard (Wohlstand für alle, 1964); 
Rach (Financiamento do milagre econômico). 
O programa de desenvolvimento da economia alemã começou a 
provocar problemas no lado comunista. Muitas pessoas com alto nível 
de quali� cação, como médicos, professores e cientistas, começaram 
a fugir para o lado ocidental em busca de melhor qualidade de vida 
e liberdades. Os soviéticos, inicialmente, estabeleceram um bloqueio 
aos acessos à cidade de Berlim Ocidental como forma de forçar os 
americanos a abandonarem a cidade. O resultado foi o primeiro teste 
da política da contenção, vencida pelos americanos, que estabeleceram 
uma ponte aérea como forma de manter o abastecimento da cidade. 
Em 1961, durante a presidência de Kennedy e do líder soviético 
Nikita Kruschev, os comunistas ergueram o infame Muro de Berlim 
como forma de evitar a fuga da população do lado comunista para o 
Ocidente, revelando a incapacidade soviética em conceder um bom 
padrão de vida para os habitantes da Alemanha Oriental. 
Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/di/vi/divisc3a3o_alemc3a3.jpg
Na Itália, o governo do pós-guerra lançou um plano decenal 
(1955-65), conhecido por Schema Vanoni, que propunha absorver o 
desemprego,reduzir os desequilíbrios entre norte e sul e incrementar as 
exportações para equilibrar a balança comercial. O “milagre italiano” 
foi favorecido pelo Plano Marshall, pelas demandas internacionais 
de bens industrializados, pelos investimentos decorrentes da adesão 
da Itália à Comunidade Econômica Europeia e pelo crescimento do 
mercado interno. 
Além dos programas econômicos, a Guerra Fria � cou marcada 
pelas alianças militares. Inicialmente, os europeus ocidentais solicitaram 
ao governo norte-americano a organização de um tratado de defesa 
militar mútua. O governo Truman preconizou, então, a Organização 
do Tratado do Atlântico Norte (Otan), cujo princípio fundamental 
era um sistema defensivo que supunha que um ataque a um país-
membro signi� cava um ataque contra todos os signatários. A Otan era 
um recado direto aos soviéticos: um ataque contra um país-membro 
signi� caria uma guerra mundial. O objetivo era coagir os comunistas a 
abandonarem qualquer ação militar que pudesse ameaçar o Ocidente. 
Ironicamente, a única ação militar da Otan ocorreu após a Guerra 
Fria, em 1999, quando a organização bombardeou a Iugoslávia do 
ditador Slobodan Milosevic, acusado de promover genocídio contra 
a população albanesa do Kosovo. Os soviéticos, após a Otan e a 
remilitarização da RFA, responderam com a criação do Pacto de 
Varsóvia, em 1955. O Pacto de Varsóvia tinha os mesmos objetivos da 
Otan e foi acionado duas vezes: em 1956, contra os húngaros, e, em 
1968, na chamada Primavera de Praga. 
Na Ásia, região que sofreria com a Guerra Fria logo em � ns da 
década de 1940, com a Revolução Comunista na China, os Estados 
Unidos patrocinariam a reconstrução econômica do Japão. 
O Japão, diante da eminente vitória dos comunistas na China, 
começou a ser tratado pelos Estados Unidos como um aliado. 
O governo norte-americano diminuiu as reparações exigidas ao 
governo japonês, revogou as leis antitruste da administração 
MacArthur (1945-48) e concedeu auxílio � nanceiro para a 
reconstrução do país. O “Plano de Dez Anos” (1961-70) previa a 
duplicação da riqueza nacional. Na década de 60, o crescimento do 
Japão na taxa média anual de 11% foi o mais elevado do mundo.
Mao Tsé-Tung, que tem seu nome também escrito no Ocidente 
como Mao Zedong, após empreender a Grande Marcha, entre 1934 
e 1936, quando o Exército comunista caminhou 10 mil km com o 
objetivo de revolucionar os camponeses contra o governo nacionalista 
de Chang Kai Check do Kuomitang, tornou-se vitorioso em 1º de 
outubro de 1949, tornando a China a mais nova nação comunista. 
O marxismo chinês, de linha camponesa, � caria conhecido como 
maoísmo. 
A vitória da Revolução modi� cou irremediavelmente o mapa 
geopolítico asiático. Os chineses incorporariam o Tibet em 1950 e 
apoiariam os movimentos comunistas na Coreia do Norte e no Vietnã 
do Norte. Ademais, vitoriosa a revolução, surgiriam duas Chinas: a 
República Popular da China, comunista, e a China nacionalista ou 
Taiwan, também denominada de Formosa. Até a década de 1970, a 
única China reconhecida pela ONU era a nacionalista.
A REVOLUÇÃO CHINESA (1949) E OS 
SEUS IMPACTOS NA GUERRA FRIA
Segunda Revolução Industrial na segunda metade do século 
XIX provocou uma irresistível expansão nas atividades capitalistas. 
O capitalismo de livre-concorrência, típico do início da Revolução 
Industrial do século XVIII, acabaria sendo substituído pelo capitalismo 
monopolista ou de oligopólio, isto é, aquele capitalismo em que as 
grandes empresas controlam o mercado. A Inglaterra, nação que 
sairia fortalecida com o � nal das guerras napoleônicas, em 1815, 
reforçaria sua posição de país hegemônico nas conquistas coloniais. 
Enquanto alemães e italianos ainda procuravam uni� car seus Estados 
nacionais, russos e austríacos se entretinham com as questões 
405
GUERRA FRIA I
PROMILITARES.COM.BR
balcânicas e a França juntava os cacos da aventura napoleônica, os 
ingleses abocanhavam a maior parte das regiões periféricas do sistema 
internacional, sobretudo, no continente asiático.
O governo imperial chinês, administrado pelos “estrangeiros” 
manchus da dinastia Qing, mantinha o país sob uma tutela baseada 
em valores aristocráticos e um rígido controle educacional e 
burocrático baseado na � loso� a de Confúcio. Os mandarins, espécie 
de elite burocrática imposta pelas práticas manchus, administravam o 
Estado chinês. Os estrangeiros, sobretudo os ocidentais, eram tratados 
como “bárbaros” e proibidos legalmente de aprenderem o chinês, 
estabelecerem portos de comércio no país, empregarem chineses 
como criados etc. Em suma, o “Império do Centro”, em uma atitude 
arrogante, não somente procurava ignorar os ocidentais, como 
até mesmo humilhá-los. O comércio inglês, contudo, não poderia 
ignorar o potencial do mercado chinês, que já contava com algo em 
torno de “400 milhões de almas”, para usarmos uma expressão dos 
missionários cristãos. 
O principal produto inglês que inundava o mercado chinês, 
entretanto, não era nenhum produto têxtil de Manchester ou qualquer 
outro manufaturado. Os comerciantes ingleses, já devidamente 
instalados na região da Índia, investiam no trá� co de ópio à China, 
aventura tentada anteriormente pelos portugueses. O governo imperial 
chinês, cônscio dos prejuízos sociais e � nanceiros decorrentes deste 
infame comércio, ordena a apreensão de todo o ópio existente no porto 
de Cantão, única localidade autorizada pelo governo a comercializar 
com os “bárbaros”. Estava preparado o palco para a primeira guerra do 
ópio e a abertura total da China aos comerciantes ingleses. 
Entre 1839 e 1842, juncos chineses tentavam inutilmente resistir 
ao avanço dos mais modernos navios encouraçados da Inglaterra, um 
dos grandes símbolos da Revolução Industrial. Ao término da guerra, 
os ingleses exigem que o governo imperial chinês reconheça o Tratado 
de Nanquim, também conhecido como “primeiro tratado desigual”. Os 
termos do tratado explicam facilmente seu apelido: os chineses eram 
obrigados a indenizar os ingleses, ceder a ilha de Hong-Kong como 
protetorado, abrir novos portos de comércio, aceitar a livre entrada de 
missionários cristãos, reconhecer o direito de extraterritorialidade, tratar 
a Inglaterra como “nação economicamente mais favorecida” etc. 
Fonte: https://pic4.zhimg.com/80/
v2-b1467e149cf3d1e98bce899ab
1f9382f_1440w.jpg
O ódio dos chineses contra 
os estrangeiros � cava evidente 
ao sabermos que os europeus, 
no parque Shangai Bund, por 
exemplo, colocaram placas 
com os seguintes dizeres: 
“Não se permitem cachorros 
nem chineses”. As convulsões 
sociais na China se fariam 
sentir pela revolta dos chineses 
cristianizados (taipings) e pelo 
movimento xenofóbico de 
sociedades secretas de artes 
marciais (boxers). Nos dois 
casos, o governo imperial 
Qing contratou mercenários 
estrangeiros para poder 
manter a ordem no reino. 
Em 1911, contudo, a 
monarquia Qing cairia e a 
República seria proclamada pelo líder nacionalista Sun Yat Sen, 
reconhecido como o “pai da China moderna”. A proclamação de 
Sun Yat Sen, entretanto, não traria mudanças imediatas ao país, que 
seria arrebatado por uma breve ditadura militar do general Yuan Che 
Kai. Em 1916, entretanto, desgastado pelas pretensões territoriais 
japonesas sobre a China e pelos movimentos sociais nacionalistas, Che 
Kai abandona o poder. Começa um período de total desorganização 
política e caos social e econômico, que somente seria superado com 
a uni� cação do poder central com a Revolução Comunista de 1949. 
Durante todo este tempo, o poder na China foi disputado 
basicamente por três forças políticas. Os invasores japoneses, 
que chegaram a constituir um governo fantoche na Manchúria, 
rebatizada como Manchuko, tentavam implementar o Plano 
Tanaka, que previa a criação de um Império japonês asiático. 
Os nacionalistas, ou Sociedade para o Renascimento Nacional 
(Kuomitang), organização criada por Sun Yat Sen, a despeito de 
terem o mérito de organizar a República nos seus anos iniciaisatravés de ideais liberais e democráticos, perderiam a legitimidade 
de empregar o termo “nacionalistas”, pois, após a morte de Sun 
Yat Sen, o partido seria guiado pelo general Chang Kai Check, 
um militar profundamente anticomunista. Os comunistas, a 
terceira e mais desacreditada força na disputa pelo poder na 
China, não tinham nem ao menos o apoio o� cial da União 
Soviética, que descon� ava daqueles camponeses ignorantes que 
foram doutrinados pelo marxismo. Após serem expulsos da base 
de Jiangxi pelos nacionalistas, os comunistas, liderados por Mao 
Zedong, empreendem a Longa Marcha (1935-36), estabelecendo 
uma nova base de guerrilha na província de Shaanxi. 
Os nacionalistas e comunistas estabeleceram uma aliança 
provisória na luta contra os japoneses, sobretudo quando o “Império 
do Sol Nascente” iniciou sua guerra de ocupação nos anos de 
1930. Chang Kai Check, contudo, considerava como prioridade do 
seu governo combater os comunistas. Chegou a declarar que “os 
japoneses eram uma ‘doença de pele’, enquanto os comunistas eram 
uma ‘doença de coração’”. A tática do Kuomitang era deixar que os 
comunistas se desgastassem, enfrentassem as tropas japonesas, para 
depois varrer do mapa o Exército Vermelho. A liderança do Exército 
de Libertação Popular, o “Exército de Mao”, como também � cou 
sendo conhecido, entretanto, fez com que os comunistas angariassem 
um importante apoio popular. Mao exigia dos seus soldados um 
comportamento disciplinado e cortês, sobretudo no que se referia ao 
tratamento para com os camponeses. Mao, ele mesmo um camponês 
da província de Hunan, entendia a necessidade de cooptar o apoio 
das classes campesinas para a sua revolução socialista. Os dogmáticos 
teóricos marxistas de Moscou condenavam este desvio maoísta, que 
ignorava por completo o potencial do insípido proletariado chinês. 
Os anos que se seguiram à derrota do Japão na Segunda Guerra 
Mundial foram decisivos para o Partido Comunista. Em agosto de 
1945, os norte-americanos mediaram um encontro de Mao Zedong 
e Chang Kai Check na cidade de Chongqing para tentar criar um 
governo de união nacional e acabar com a guerra civil. O encontro de 
Chongqing foi um fracasso e os violentos embates de nacionalistas e 
comunistas prosseguiram. 
Chang Kai Check, apesar do apoio material americano e de ter 
empreendido cinco campanhas de extermínio contra os comunistas, 
seria derrotado. Mao, o camponês de Hunan que detestava 
intelectuais, entra triunfante em Pequim em 1º de outubro de 
1949. Chang Kai Check fugiria para a ilha de Taiwan (Formosa), 
protegido pela VII Frota de Guerra dos Estados Unidos. A questão 
do governo não comunista de Taiwan nunca foi resolvida entre 
Pequim e Taipé.
O novo governo comunista, aparentemente sintonizado com 
Moscou, começa a sofrer os primeiros abalos com a liderança de Stalin. 
O líder soviético chegou a comparar Mao com um nabo: vermelho por 
fora e branco por dentro. Mao Zedong, a despeito de obter algumas 
concessões do líder soviético em matéria de comércio exterior, não 
obteria transferência de tecnologia nuclear. Os soviéticos, desejosos 
de manter o monopólio da bomba atômica no mundo comunista, 
alegavam que suas armas eram su� cientes para cumprir a função 
de um “guarda-chuva nuclear” contra o Ocidente. Mao Zedong, 
406
GUERRA FRIA I
PROMILITARES.COM.BR
que já tivera seus atritos com os soviéticos na época da guerra civil, 
paulatinamente esfria suas relações com o Kremlin. Em 1950, com 
início da Guerra da Coreia, Mao envia um milhão de voluntários 
chineses para combaterem os sul-coreanos, apoiados pelos Estados 
Unidos. Mao, desdenhando o poderio militar norte-americano, tratava 
o gigante capitalista de “tigre de papel”. 
No início de 1956, durante o XX Congresso do Partido Comunista 
da União Soviética, Nikita Kruschev, sucessor de Stalin, morto em 1953, 
anuncia a desestalinização, isto é, a denúncia dos crimes de Stalin na 
década de 1930 contra membros dos Partido Comunista e o culto à 
personalidade do “grande irmão”. Mao, que já dava mostras de que 
a sua liderança pessoal deveria estar acima de qualquer possibilidade 
de liderança coletiva do Partido, afasta-se de� nitivamente da linha 
soviética. Mao considerava que a proximidade geográ� ca dos 
soviéticos – e os problemas de fronteira decorrentes – tornava-os um 
inimigo potencialmente mais perigoso que os Estados Unidos. 
Durante o VIII Congresso do Partido Comunista Chinês, 
realizado em 1956, Liu Shaoqui e Deng Xiaoping criticam o culto à 
personalidade de Mao Zedong e defendem uma liderança coletiva do 
Partido Comunista. Mao expurgaria, posteriormente, os dois líderes 
da cúpula do Partido. 
Ainda naquele ano, Mao anunciaria o movimento das Cem Flores, 
no qual defende o slogan “que centenas de � ores desabrochem, 
que centenas de escolas de pensamento � oresçam”. Mao estava 
conclamando a crítica contra o Partido Comunista. O movimento 
de crítica, contudo, tornou-se uma grande armadilha contra 
aqueles que ousaram tornar públicos os seus pensamentos 
contra a liderança comunista. Os elementos de oposição foram 
identi� cados e enviados ao campo para serem reeducados. Esta 
terrível prática – a reeducação pelo trabalho, que tem paralelo 
na História do nacional socialismo alemão –, consistia em obrigar 
o inimigo do regime a aderir à ideologia comunista ou morrer 
de exaustão e maus-tratos nos campos de trabalho. Existia, até 
mesmo, uma cota de 5% a ser cumprida no sentido de descobrir 
elementos direitistas nas � leiras do Partido, mesmo que eles não 
existissem.
No plano interno, Mao Zedong lança um ambicioso projeto de 
desenvolvimento econômico chinês. O Grande Salto para Frente era 
um programa que supostamente faria com que a China ultrapassasse 
a Inglaterra na produção industrial em 15 anos. O programa previa 
a criação de siderúrgicas de fundo de quintal por toda a China: 
camponeses abandonavam a lavoura para produzir aço, pequenas 
casas montavam fornos improvisados, utensílios domésticos eram 
con� scados para serem fundidos, portas de madeira eram retiradas para 
servirem de combustível para os fornos etc. O pretenso desenvolvimento 
siderúrgico do Grande Salto foi um total fracasso. A produção de 
alimentos através de comunas populares, o segundo pilar do programa, 
também foi um desastre: estima-se que cerca de 40 milhões de pessoas 
morreram de fome por consequência dos erros políticos decorrentes 
do Grande Salto. Enquanto isso, a China exportava boa parte dos 
seus grãos para pagar as dívidas existentes com a União Soviética pela 
compra de armas na época da Guerra da Coreia. 
Um dos maiores problemas do projeto era que os técnicos do 
Partido Comunista estabeleciam metas virtualmente impossíveis de 
serem alcançadas com o objetivo de agradar a liderança de Mao. 
Os comissários locais do partido maquiavam relatórios e falseavam 
informações com medo de serem rotulados de incompetentes ou 
contrarrevolucionários. Os poucos elementos do Partido que ousaram 
criticar a liderança de Mao, como, por exemplo, o general Peng 
Dehuai, foram expurgados do Partido e presos sob a acusação de 
serem contrarrevolucionários. 
Apesar do fracasso do Grande Salto para Frente, Mao Zedong 
jamais seria responsabilizado pelo desastre decorrente. O “Imperador 
Vermelho”, tratado como infalível, será protegido de qualquer 
responsabilidade: a culpa deveria ser atribuída aos elementos burgueses 
e reacionários que ainda se encontravam nas � leiras do Partido. 
Em 1966, Mao Zedong, através de sua quarta esposa, Jiang Qing, 
lança a Grande Revolução Cultural do Proletariado, nominalmente 
um programa para expurgar da sociedade chinesa os valores 
ocidentais, burgueses, decadentes e reacionários. Na realidade, 
a Revolução Cultural seria utilizada por Mao para eliminar do 
Partido todos aqueles elementos que, de alguma maneira, ainda 
questionavam a liderança de Mao. Os Guardas Vermelhos, jovens 
estudantes chineses, contavam com a proteção do Exército 
e com a simpatia do governo.O general Lin Biao, comandante 
do Exército e � el seguidor de Mao, lançara o Livro Vermelho de 
Mao Zedong, em 1964, uma pequena publicação com máximas 
do Grande Timoneiro. O Livro Vermelho tornaria-se o símbolo 
da Revolução Cultural: os jovens estudantes o ostentavam 
nas manifestações públicas em que “elementos reacionários”, 
como professores universitários, intelectuais e cientistas, eram 
humilhados publicamente, sendo obrigados a � carem prostrados 
no chão, reverenciando a imagem de Mao Zedong. Os direitos 
autorais do Livro Vermelho tornariam Mao um dos homens mais 
ricos da China.
A Revolução Cultural, que teve no Movimento das Cem Flores 
o seu grande antecedente, foi a última manifestação de massas de 
Mao contra todas as lideranças do Partido Comunista que ainda 
tinham algum grau de independência ou que defendiam uma postura 
de liderança coletiva do Partido em detrimento do culto maoísta, 
como, por exemplo, Deng Xiaoping e Liu Shaoqui. A esposa de Mao, 
Jiang Qing, juntamente a outras lideranças do Partido, formaria um 
grupo que seria responsável pela � scalização e pela censura de toda 
a produção cultural. 
Os Guardas Vermelhos, contudo, quando começam a mostrar 
excesso de ousadia nos ataques contra determinados elementos do 
Partido ou contra os estrangeiros – Liu Shaoqi chegou a ser espancado 
por jovens estudantes e a representação diplomática inglesa chegou a 
ser invadida – são freados: Mao dá ordens aos estudantes que voltem 
para as escolas e para as universidades. Os mais recalcitrantes são 
presos, mortos ou enviados para os campos para serem reeducados 
pelo trabalho, tal qual os elementos burgueses que eles combateram 
em nome do presidente Mao. 
Em 1970, o “pensamento de Mao Zedong” é o� cialmente 
reconhecido como a linha ideológica do Partido Comunista chinês. 
Crescem as tensões entre a União Soviética e a China ao longo da 
extensa fronteira. A China chega a se mobilizar para uma guerra 
e túneis são escavados por toda a cidade de Pequim para prevenir 
um ataque nuclear (Projeto 19 de maio). Mao inicia uma discreta 
política de aproximação com os Estados Unidos. O general Lin Biao, 
insatisfeito com a política externa de Mao e ambicionando o poder, 
tenta um golpe de Estado que � caria sendo conhecido como “projeto 
5-7-1”. O golpe fracassa e o general Lin Biao morre, num desastre de 
avião, ao tentar fugir do país. 
Em 1972, numa jogada política que � caria sendo conhecida 
como a “diplomacia do pingue-pongue”, Mao Zedong, com a saúde 
totalmente debilitada, recebe o presidente americano Richard Nixon 
em Pequim. Em 9 de setembro de 1976, após a falência de seus 
órgãos vitais, a equipe médica de Mao Zedong anuncia o� cialmente 
a morte do Grande Timoneiro. O corpo de Mao, assim como dos 
líderes comunistas Lênin, Stalin e Ho Chi Minh, seria mumi� cado. 
Deng Xiaoping, o líder comunista expurgado que foi reabilitado por 
Mao pouco antes de sua morte, assume o poder na China comunista 
e afasta o grupo da Revolução Cultural, apelidada de “gangue dos 
quatro” do governo. Deng Xiaoping declara: “Eu não me importo 
se o gato é preto ou branco. Enquanto for bom para caçar ratos, ele 
serve”, sintetizando bem o pensamento econômico do novo premiê.
407
GUERRA FRIA I
PROMILITARES.COM.BR
A GUERRA DA COREIA
A Guerra da Coreia foi o primeiro teste militar da contenção. 
Defender Berlim do isolamento soviético foi uma tarefa relativamente 
simples se comparada com a necessidade de convencer a opinião 
pública norte-americana da necessidade de enviar milhares de soldados 
para a longínqua Coreia em nome do combate ao comunismo. 
A guerra começou quando o Norte, apoiado pela União Soviética 
e pela China comunista, atacou a Coreia do Sul, de tendência 
capitalista, com o objetivo claro de uni� car a península sob o regime 
comunista. Os Estados Unidos levaram o caso para o Conselho de 
Segurança da ONU que, juntamente com a Assembleia Geral, é o 
mais importante organismo da instituição. Os membros permanentes 
do Conselho de Segurança gozam do direito de vetar propostas 
militares. A proposta norte-americana consistia em enviar tropas da 
ONU para defender a Coreia do Sul da agressão comunista. O projeto 
foi aprovado por norte-americanos, ingleses, franceses e chineses 
de Taiwan, que ocupariam o assento permanente do Conselho de 
Segurança até o início da década de 1970. Os soviéticos, protestando 
pelo fato de a China comunista não ter sido reconhecida como país-
membro do conselho, boicotou a votação, tendo seu voto registrado 
como “abstenção”. Como abstenção não con� gura veto, a proposta 
americana foi aprovada. 
PAÍS
Coreia do Norte 
(República Popular 
Democrática da Coreia)
Coreia do Sul 
(República da 
Coreia)
REGIÃO Norte Sul
SISTEMA Socialismo Capitalismo
SUPERPOTÊNCIA União Soviética Estados Unidos
A Guerra da Coreia, que perdurou de 1950 a 1953, caracterizou-
se por ser limitada, empregando armas convencionais, e equilibrada, 
pois não houve vencedores. A guerra con� rmou a tendência das 
superpotências de encontrar um ponto de equilíbrio de tal forma 
que não ultrapassassem um determinado limite, evitando que um 
choque localizado pudesse colocar em risco a existência dos grandes 
competidores. No � nal, a guerra terminou exatamente no mesmo 
ponto em que começou: o paralelo 38º. O con� ito coreano provou 
aos europeus que os americanos não estavam dispostos a abandonar 
seus aliados contra a ameaça de expansão soviética.
O MACARTISMO
A década de 1950 inaugurou o período da “histeria vermelha” 
nos Estados Unidos. Os primeiros sintomas do perigo comunista, 
entretanto, surgiram antes. Em 1948, Whittaker Chambers, ex-
agente de Moscou, em depoimento para a Comissão de Atividades 
Antiamericanas, denunciou Alger Hiss, funcionário do Departamento 
de Estado, de ter entregue cópias de documentos secretos durante 
os anos de 1930. Hiss, que negara o envolvimento no caso, foi 
condenado em 21 de janeiro de 1950 a cinco anos de prisão por 
perjúrio. A imprensa apelidou o processo Hiss de “caso da abóbora”, 
pois Chambers escondera os documentos secretos dentro de uma 
abóbora em uma fazenda.
Outros dois graves casos despertaram a opinião pública norte-
americana para a in� ltração comunista: em 1949, Judith Coplon, 
funcionária do Departamento de Estado, foi condenada por passar 
documentos secretos de contraespionagem para um agente soviético; 
em 1950, foi preso o cientista Klaus Fuchs, alemão naturalizado 
britânico, que passara informações sobre o desenvolvimento da 
bomba atômica americana para a União Soviética. 
O presidente Harry Truman já havia promulgado, em 1947, a 
“ordem de lealdade” e criado o Conselho de Revisão da Lealdade, com 
a � nalidade de investigar funcionários federais que estivessem ligados 
a associações consideradas antiamericanas. Entretanto, novas leis de 
“segurança interna” surgiram. A Lei de McCarran exigia o registro de 
grupos comunistas e a proibição de imigração de indivíduos que já 
tivessem sido membros de organizações totalitárias. 
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fa/Joseph_McCarthy.jpg
A cruzada anticomunista eternizaria um nome: Joseph R. 
McCarthy. Este obscuro senador, eleito em 1946 pelo estado de 
Wisconsin, impulsionou sua medíocre carreira política em 9 de 
fevereiro de 1950, ao anunciar publicamente que o Departamento 
de Estado na administração de Dean Acheson tinha centenas de 
funcionários “notoriamente comunistas”. O senador, gozando 
de sua imunidade parlamentar, chegou a acusar os generais 
George C. Marshall e Dwight D. Eisenhower de conivência com 
os soviéticos. McCarthy, vilipendiando os direitos civis, colocava-se 
sob os holofotes da América.
Um dos principais grupos a sofrer com as perseguições do 
macartismo foi a classe artística norte-americana. Os grandes 
estúdios e redes de televisão, sob pressão de patrocinadores e do 
temível Comitê de Atividades Antiamericanas, adotavam uma “lista 
negra” informal que excluía do mercado pro� ssionais supostamentevinculados a atividades subversivas ou que apenas se recusavam a 
colaborar com o Comitê, denunciando colegas. Carreiras pro� ssionais 
eram arruinadas; vidas interrompidas.
Em 1999, na 71ª cerimônia de entrega dos prêmios da indústria 
cinematográ� ca, Elia Kazan, diretor de � lmes como Vidas amargas, Um 
bonde chamado desejo e Sindicado de ladrões, recebeu um Oscar pelo 
conjunto de sua obra. Kazan, então, com 89 anos, sofreu um grande 
constrangimento durante a cerimônia: parte da plateia recusou-se a 
aplaudi-lo. Em 1952, perante o Comitê de Atividades Antiamericanas, 
Kazan delatou o nome de oito colegas como “membros do Partido 
Comunista”.
O cinema, que na década de 1950 sofrera com o macartismo, 
brindou-nos posteriormente com � lmes que retratam esta “caça às bruxas 
de Salem”. Em Culpado por suspeita, Robert De Niro vive um famoso 
diretor que tem sua promissora carreira comprometida pelo seu passado 
político. Woody Allen, no � lme Teste de ferro por acaso, interpreta um 
testa de ferro de escritores estigmatizados pela “lista negra”.
A demagogia macartista, contudo, teve um � nal merecido e 
inglório. Em 1954, o Senado dos Estados Unidos aprovou uma 
resolução de censura contra Joseph McCarthy. O relatório do Comitê 
Legislativo concluiu que o senador transgrediu suas funções ao 
“lançar a desonra e o descrédito ao Senado, obstruindo os processos 
constitucionais e deslustrando-lhe a dignidade”. McCarthy retornou 
ao ostracismo.
408
GUERRA FRIA I
PROMILITARES.COM.BR
EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO
01. (UFRGS 2018) Considere as a� rmações abaixo, sobre a Guerra 
do Vietnã.
I. Os Estados Unidos envolveram-se no con� ito entre o Vietnã do 
Norte e o Vietnã do Sul após o chamado “incidente do golfo de 
Tonkin”, em que um de seus navios militares foi atacado pela 
marinha norte-vietnamita.
II. Uma das justi� cativas para a intervenção norte-americana na 
região era a chamada “Teoria do Dominó”, que postulava que 
uma possível vitória comunista no con� ito levaria à propagação 
do comunismo por todo o Sudeste Asiático.
III. O con� ito encerrou-se com a vitória das tropas norte-americanas 
diante dos norte-vietnamitas e, consequentemente, com a divisão 
entre Vietnã do Sul e Vietnã do Norte que perdura até os dias de 
hoje.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
02. (ENEM 2018) Os soviéticos tinham chegado a Cuba muito 
cedo na década de 1960, esgueirando-se pela fresta aberta pela 
imediata hostilidade norte-americana em relação ao processo social 
revolucionário. Durante três décadas os soviéticos mantiveram sua 
presença em Cuba com bases e ajuda militar, mas, sobretudo, com 
todo o apoio econômico que, como saberíamos anos mais tarde, 
mantinha o país à tona, embora nos deixasse em dívida com os 
irmãos soviéticos – e depois com seus herdeiros russos – por cifras que 
chegavam a US$ 32 bilhões. Ou seja, o que era oferecido em nome da 
solidariedade socialista tinha um preço de� nido.
(PADURA, L. Cuba e os russos. Folha de São Paulo, 19 jul 2014 - adaptado.) 
O texto indica que durante a Guerra Fria as relações internas em um 
mesmo bloco foram marcadas pelo(a)
a) busca da neutralidade política.
b) estímulo à competição comercial.
c) subordinação à potência hegemônica.
d) elasticidade das fronteiras geográ� cas.
e) compartilhamento de pesquisas cientí� cas.
03. (UPF 2018) Os 45 anos que vão do lançamento das bombas atômicas 
até o � m da União Soviética não foram um período homogêneo único 
na História do mundo. (...) dividem-se em duas metades, tendo como 
divisor de águas o início da década de 70. Apesar disso, a história deste 
período foi reunida sob um padrão único pela situação internacional 
peculiar que o dominou até a queda da URSS.
(HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos. São Paulo: Cia das Letras,1996).
O autor está se referindo ao período conhecido como Guerra Fria, cuja 
origem pode ser atribuída à
a) construção de um discurso inglês e norte-americano, que 
procurou mostrar os perigos do expansionismo soviético.
b) doutrina Trumam, que incentivou os soviéticos a ampliarem seu 
domínio político nos países do Leste europeu.
c) divisão do território alemão pelas potências vencedoras da II Guerra 
Mundial e às divergências quanto à sovietização do Oriente Médio.
d) assinatura do Pacto de Varsóvia, que proibiu a Iugoslávia de 
receber ajuda econômica e militar dos Estados Unidos.
e) declaração unilateral da URSS da “Detente”, que exprimia o 
desejo de buscar a coexistência pací� ca entre os dois sistemas 
ideológicos.
04. (CFTMG 2018) Leia o trecho da história em quadrinhos “Quarteto 
Fantástico“.
Sabendo-se que o “Quarteto Fantástico” foi publicado pela primeira 
vez nos Estados Unidos em 1965, o episódio reproduzido acima ocorre 
no contexto do(s)
a) enfrentamento conhecido como a crise dos mísseis de Cuba.
b) confrontos armados envolvendo a União Soviética e os Estados 
Unidos.
c) con� ito diplomático entre o programa espacial chinês e o 
estadunidense.
d) embates tecnológicos protagonizados pelas maiores potências da 
Guerra Fria.
05. (IMED 2018) Leia o fragmento da matéria abaixo:
Foi uma divisão violenta. Cerca de 1 milhão de pessoas morreram 
em consequência dela, e milhões foram deslocadas e afastadas de suas 
regiões de origem. O subcontinente indiano, que era o lar de gente 
de várias con� ssões, foi dividido e mutilado. Uma nação foi extraída à 
força dele, com base na religião, na alteridade e na descon� ança. Ela 
foi chamada Paquistão. As dores do parto, as graves lesões corporais, o 
sofrimento físico e emocional nunca deixaram a antiga colônia britânica. 
Em 2017, quando Índia e Paquistão celebram o 70º aniversário de sua 
independência, os sentimentos de divisão e separação continuam 
intactos, exatamente como eram na meia-noite de 14 de agosto de 1947.
(Fonte: http://www.dw.com/pt-br/opini%C3%A3o-70-anos-de-%C3%
B3dio-entre-%C3%ADndia-e-paquist%C3%A3o/a-40087613. 
Acesso em 03 de outubro de 2017.)
Uma das razões que leva à rivalidade entre Paquistão e Índia é disputa 
por uma região que tem partes controladas pelos dois países, o nome 
deste território é:
a) Tibet.
b) XinJiang.
c) Senkaku.
d) Caxemira.
e) Chechênia.
06. ((VUNESP) (...) um con� ito ideológico, político e econômico 
marcado pelos antagonismos e hostilidades entre dois blocos: o de 
países capitalistas, liderados pelos Estados Unidos, e o de países 
socialistas, conduzidos pela União Soviética. Cada bloco contava 
com o apoio de vários países, articulados entre si em virtude de ajuda 
� nanceira e militar.
(Cabrini, Catelli, Montellato. História temática: o mundo dos cidadãos)
O trecho trata:
a) do aparecimento das ideias socialistas.
b) dos antecedentes da Revolução Francesa.
c) da ascensão do totalitarismo nazifascista.
d) dos motivos da Segunda Guerra Mundial.
e) do período conhecido como Guerra Fria.
409
GUERRA FRIA I
PROMILITARES.COM.BR
07. Com a morte de Stálin em 1953, a União Soviética passou por um 
processo que pode ser caracterizado como:
a) queda nas tensões entre Estados Unidos e União Soviética.
b) aumento da corrida armamentista, com os soviéticos conseguindo 
produzir sua bomba atômica.
c) enfraquecimento da União Soviética, levando ao seu � m em 1960.
d) a vitória do capitalismo sob o comunismo.
e) o início da Guerra Fria.
08. Ao longo da guerra fria, a expressão “cortina de ferro” foi 
utilizada para simbolizar:
a) a invasão da península coreana em 1950 por forças japonesas.
b) a divisão da Europa entre o bloco capitalista e bloco comunista.
c) o embargo econômico feito contra Cuba.
d) o envio de tropas americanas para garantir a independência do 
Vietnã do Sul.
e) a construção do muro de Berlim no ano de 1949.
09. Em 1947, os Estados Unidos lançaram um plano econômico para 
a recuperação da economia europeia e consolidação dos princípios 
capitalistas na Europa Ocidental. Tal plano � cou conhecido como:
a) Plano Colombo.
b) Comecon.
c) Aliança para oProgresso.
d) Doutrina Truman.
e) Plano Marshall.
10. (IFCE 2012) Em 1947, visando a reduzir possíveis in� uências 
soviéticas no mundo ocidental, os americanos colocaram em prática 
um plano econômico de auxílio aos países europeus, denominado 
a) Plano Truman.
b) Plano Cohen.
c) Plano Marshall.
d) Plano McCarthy.
e) Planos Quinquenais.
EXERCÍCIOS DE
TREINAMENTO
01. (UNICAMP 2019) A propaganda através de inscrições e desenhos 
em muros e paredes é uma parte integrante da Paris revolucionária de 
Maio de 1968. Ela se tornou uma atividade de massa, parte e parcela 
do método de autoexpressão da Revolução.
(Adaptado de SOLIDARITY, Paris: maio de 68. São Paulo: Conrad, 2008, p. 15.) 
Considerando o texto e a imagem anteriores, assinale a alternativa 
correta sobre o movimento de Maio de 1968.
a) In� uenciado pela política de Estado da União Soviética, as 
manifestações de 1968 foram desencadeadas pelos operários 
franceses, que exigiam melhores condições de trabalho, por meio 
das pichações em muros espalhados pela cidade.
b) In� uenciado pelo contexto cultural da Guerra Fria, as manifestações 
de 1968 tinham como palavras de ordem a liberdade de expressão 
política e sexual, como se via nas inscrições nos muros de Paris.
c) In� uenciado pelos movimentos punk-anarquistas ingleses, as 
manifestações de 1968 na França foram responsáveis pelo 
enfraquecimento do então presidente Charles De Gaulle e seu 
lema aparecia em inscrições nos muros.
d) In� uenciado por ideias esquerdistas, comunistas e anarquistas, 
as manifestações de 1968 � caram restritas às camadas populares 
francesas, sendo que as inscrições nos muros das cidades 
indicavam o grupo social responsável.
02. (UERJ 2019) Observe a tirinha.
Quino (adaptado)
Na esfera das relações internacionais, o contexto histórico ao qual a 
personagem faz referência era marcado por uma divisão do mundo 
decorrente, sobretudo. do seguinte fator:
a) disputa religioso-cultural.
b) antagonismo étnico-linguístico.
c) bipolaridade político-ideológica.
d) rivalidade � nanceiro-comercial.
03. (UERJ 2019) Veja a imagem a seguir:
O cartaz acima foi utilizado como instrumento de propaganda 
do Plano Marshall, principal iniciativa dos Estados Unidos para a 
reconstrução dos países aliados após a Segunda Guerra Mundial. 
Considerando a imagem e seu contexto histórico, um objetivo do 
governo estadunidense ao implementar esse plano foi:
a) estatizar o setor industrial continental.
b) estabelecer o mercado comum europeu.
c) consolidar o bloco geopolítico ocidental.
d) preservar o interesse colonial metropolitano.
410
GUERRA FRIA I
PROMILITARES.COM.BR
04. (UEM 2018) Em 1964, o Presidente do Brasil, eleito 
democraticamente, foi deposto por um golpe de Estado que envolveu 
forças civis e militares. No período de 21 anos (1964-1985), cinco 
generais do exército se sucederam na Presidência da República. Em 
razão das características oligárquicas e antidemocráticas do exercício 
do poder político, esse período é classi� cado como uma ditadura 
militar.
A respeito da ditadura militar no Brasil, assinale a(s) alternativa(s) 
correta(s).
01) O golpe militar no Brasil foi um acontecimento isolado e não 
se relacionou à Guerra Fria e a outras ditaduras implantadas na 
América Latina naquele mesmo período.
02) Aproximadamente dois anos após o golpe, foi formada uma 
Frente Ampla de oposição que reuniu tanto políticos afastados do 
poder pelos militares quanto apoiadores do golpe. No entanto, 
seus principais líderes foram perseguidos, tiveram seus direitos 
políticos cassados e foram exilados.
04) Em dezembro de 1968, o Ato Institucional número 5 (AI-5) 
determinou o fechamento do Congresso Nacional e estabeleceu que 
o Presidente da República poderia legislar em seu lugar, suspendendo 
direitos políticos e garantias constitucionais individuais.
08) Logo após a instituição do Ato Institucional número 5 (AI-5), o 
General Costa e Silva, então presidente, sofreu um derrame. Seu 
vice não era militar e foi impedido de assumir a presidência pelos 
militares, que indicaram o general Emílio Garrastazu Médici para 
o cargo.
16) Após o golpe, todos os partidos políticos existentes foram extintos, 
e foram criados dois novos partidos: a Aliança Renovadora 
Nacional (Arena), formada por políticos que apoiavam os militares 
no poder, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), oposição 
consentida pelos militares.
05. (FATEC) “É lógico que os EUA devem fazer o que lhes for possível 
para ajudar a promover o retorno ao poder econômico normal do 
mundo, sem o que não pode haver estabilidade política nem garantia 
de Paz.”
(Plano Marshall - 5.VI.1947)
O Plano Marshall se constituiu:
a) na principal meta da política externa norte-americana, que era 
paci� car o Extremo Oriente.
b) num projeto de ajuda industrial aos países da América Latina.
c) num importante instrumento de expansão do comunismo na 
Europa.
d) na de� nição da política externa isolacionista dos EUA, paralela à 
montagem do complexo industrial militar.
e) num dos meios de penetração dos capitais norte-americanos nas 
economias europeias.
06. (UECE 2018) No ano de 1963, John F. Kennedy proferiu um 
discurso na cidade de Berlim. Com um charmoso sotaque americano, 
ele disse a frase que entrou para a História: “Há dois mil anos o maior 
orgulho era poder dizer-se: Civis Romanus Sum [Sou cidadão romano]. 
Hoje, no mundo livre, o maior orgulho é poder dizer-se Ich bin ein 
Berliner [Sou um berlinense]”. A visita do presidente americano a 
essa cidade ocorreu em um contexto difícil, iniciado em 1961, com a 
construção do muro que signi� cou a
a) materialização da Guerra Fria em Berlim.
b) idealização do desenvolvimento capitalista alemão.
c) efetivação da expansão comunista europeia em Berlim.
d) marca da superioridade expansionista alemã.
07. (UEPG 2018) De acordo com o sociólogo Raymond Aron, ao 
� nal da II Guerra Mundial, era improvável a ocorrência de um novo 
con� ito de grande porte em razão do arsenal militar que países 
como Estados Unidos e União Soviética possuíam. Caso ocorresse, 
tal con� ito colocaria o mundo em risco. Em razão disso, o cenário 
político internacional foi marcado por disputas localizadas em diversos 
continentes e por uma disputa político-diplomática intensa entre 
norte-americanos e soviéticos, a chamada Guerra Fria.
A respeito desse tema, assinale o que for correto.
01) A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) foi uma 
organização criada e capitaneada pela União Soviética para 
formalizar a existência e alinhamento de um bloco de países 
socialistas durante a Guerra Fria.
02) A derrubada do Muro de Berlim, ocorrida em 1989, simbolizou o 
processo de distensão política que levou ao � m da Guerra Fria.
04) A Guerra da Coreia e a Guerra do Vietnã são expressões claras de 
con� itos localizados, típicos da Guerra Fria. Como consequência, 
ambas as Guerras terminaram com a divisão entre os países em 
áreas controladas por soviéticos e norte-americanos.
08) O Macarthismo foi um movimento que se originou nos Estados 
Unidos no imediato pós-guerra e que se caracterizou pela 
formação de um bloco de artistas, políticos e intelectuais norte-
americanos que apoiavam a União Soviética e o comunismo.
16) Cortina de Ferro foi o nome da operação militar norte-americana 
voltada para o isolamento de Cuba e para o controle dos países 
sul-americanos com objetivo de impedir o avanço do comunismo 
nessa região do continente.
08. (UTFPR 2018) Na década de 1950, nos Estados Unidos, eram 
comuns livros, pan� etos, informativos no cinema, palestras em 
escolas, entrevistas com cientistas em meios de comunicação de 
massa, com o objetivo de ensinar a população como se proteger de 
um ataque atômico vindo da União Soviética. O temor de uma guerra 
nuclear assolou o mundo durante 45 anos.
Assinale a alternativa que apresenta o termo como � caram conhecidas 
as tensões nas relações internacionais entre as duas potências políticas 
e militares.
a)Guerra do Vietnã
b) Guerra das Duas Rosas
c) Guerra Fria
d) Guerra das Coreias
e) Guerra dos Dois Mundos
09. (UNESP 2018) A participação norte-americana na Guerra do 
Vietnã, entre 1961 e 1973, pode ser interpretada como
a) uma ação relacionada à defesa da liberdade, num contexto de 
expansão do anarquismo nos continentes asiático e africano.
b) um recuo na política de boa vizinhança que caracterizou a ação 
diplomática e comercial dos Estados Unidos após a Segunda 
Guerra.
c) a busca de recursos naturais e fontes de energia que ampliariam 
a capacidade de produção de armamentos nos Estados Unidos.
d) o esforço de contenção da in� uência soviética sobre a China, o 
Japão e os países do Sul e Sudeste asiático.
e) um movimento dentro da lógica da Guerra Fria, voltado ao 
fortalecimento da posição geoestratégica dos Estados Unidos.
10. (ESPM 2018) Nessa ofensiva, o exército do Vietnã do Norte atacaria 
as províncias do Norte do Vietnã do Sul, enquanto os vietcongues
tentariam atacar todas as cidades e centros administrativos, 
principalmente Saigon. Ela ocorreu em 31 de janeiro de 1968, durante 
os feriados do primeiro dia do ano lunar vietnamita – O Tet – daí ter 
� cado conhecida como ofensiva do Tet.
(Nelson Bacic Olic. A Guerra do Vietnã)
Em linhas gerais os objetivos da famosa ofensiva do Tet eram:
a) provocar o colapso do exército do Vietnã do Sul, abalar a 
determinação política de os EUA se manterem na guerra e 
contribuir para a intensi� cação de movimentos contrários à 
guerra nos EUA e em outras partes do mundo.
411
GUERRA FRIA I
PROMILITARES.COM.BR
b) liquidar de� nitivamente com o con� ito, pois, quando da ofensiva, 
as forças norte-americanas já haviam deixado o território do Vietnã 
e a vitória dos norte-vietnamitas e vietcongues era inevitável.
c) obter repercussão internacional e assim convencer o governo da 
URSS a apoiar, diretamente, o Vietnã do Norte e o Vietcong, com 
o envio de tropas.
d) obter repercussão internacional e com isso conseguir o apoio 
direto da China por meio do envio de tropas que auxiliariam o 
Vietnã do Norte e o Vietcong.
e) convencer a ONU a acelerar a aplicação do Tratado de Paris que 
já havia determinado a retirada dos EUA da guerra e o � nal do 
con� ito.
EXERCÍCIOS DE
COMBATE
01. (UERJ 2014) Em 25 de junho de 1950, tropas da Coreia do Norte 
ultrapassaram o Paralelo 38, que delimitava a fronteira com a Coreia 
do Sul. Com a aprovação do Conselho de Segurança da ONU, quinze 
países enviaram tropas em defesa da Coreia do Sul, comandadas 
pelo general norte-americano Douglas MacArthur. Após três anos 
de combate, foi assinado um armistício em 27 de julho de 1953, 
mantendo a divisão entre as Coreias.
(Adaptado de cpdoc.fgv.br.)
O governo norte-coreano anunciou recentemente que não mais 
reconheceria o armistício assinado em 1953, o que trouxe novamente 
ao debate o episódio da Guerra da Coreia.
O fator que explica a dimensão assumida por essa guerra na década 
de 1950 está apresentado em:
a) mundialização do acesso a fontes de energia.
b) bipolaridade das relações políticas internacionais.
c) hegemonia soviética em países do Terceiro Mundo.
d) criação de multinacionais japonesas no extremo Oriente.
02. (UERJ 2018) Veja a imagem a seguir:
Star Trek ou “Jornada nas Estrelas”, um clássico da � cção 
cientí� ca, completou 50 anos de existência em 2016. A série mostrava 
as aventuras da tripulação da nave USS Enterprise no século XXIII, 
com mundos e raças alienígenas convivendo. Ao fazer analogias com 
situações da época, abordava questões sociais contemporâneas em 
um contexto futurista.
O elenco era bem diferenciado, apresentando uma mulher negra, um 
asiático e um russo, que trabalhavam juntos e com papéis de destaque. 
O monólogo de introdução em cada episódio a� rmava: “Estas são as 
viagens da nave estelar Enterprise. Em sua missão de cinco anos, para 
explorar novos mundos, para pesquisar novas vidas, novas civilizações, 
audaciosamente indo aonde nenhum homem jamais esteve”.
(Adaptado de gamehall.uol.com.br.)
O desenvolvimento dos conhecimentos no campo da astronomia 
amplia a visão cósmica, como lembra o texto do físico Marcelo Gleiser, 
e as novas possibilidades de intervenção humana repercutem na 
produção de textos e � lmes de � cção cientí� ca, a exemplo da série 
televisiva “Jornada nas Estrelas”.
De acordo com a reportagem, os episódios da série � zeram analogias 
com situações das décadas de 1960 e 1970 ao tematizar os seguintes 
tópicos:
a) avanço cientí� co e controle territorial.
b) corrida espacial e diversidade étnica.
c) uniformização cultural e expansionismo militarista.
d) globalização econômica e dominação imperialista.
03. (PUC-PR 2018) Leia a notícia abaixo e assinale a alternativa que 
elenca CORRETAMENTE os motivos que levaram à separação da 
Alemanha em dois países diferentes (Alemanha Oriental e Alemanha 
Ocidental) durante o século XX.
Helmut Kohl, que morreu na manhã desta sexta-feira aos 87 
anos em sua casa de Ludwigshafen, [...] foi o chanceler da uni� cação 
alemã. [Sem ele], esse acontecimento fundamental para a história 
da Europa não se teria produzido no curto espaço de onze meses 
entre 9 de novembro de 1989, dia da queda do Muro de Berlim, e 
3 de outubro de 1990, quando os seis landers da antiga República 
Democrática da Alemanha foram incorporados à República Federal e 
diretamente integrados à então chamada Comunidade Europeia. 
(Fonte: Bassets, LLuís. Morre Helmut Kohl, o europeísta em estado puro que uni� cou a 
Alemanha. El País – edição Brasil. 16 de junho de 2017. Disponível em http://brasil.elpais.com/
brasil/2017/06/16/internacional/1497626619_312475.html. Acesso em 12 de junho de 2017.)
a) A separação da Alemanha em dois países (República Democrática 
e República Federal) consolidou a divisão política do povo alemão 
durante o domínio nazista: no lado Oriental, concentraram-se os 
partidários do Partido Nacional-Socialista após 1945, enquanto que 
o lado Ocidental reunia a democracia cristã e os partidos liberais.
b) A separação política do território alemão foi um desdobramento da 
Segunda Guerra Mundial, que criou duas zonas de in� uência no 
território europeu: uma, de domínio soviético, englobava a República 
Democrática da Alemanha, e outra, liderada por Reino Unido, França 
e Estados Unidos, da qual fazia parte a República Federal.
c) A cisão política do território alemão é uma consequência do 
impasse militar gerado pela invasão de Berlim pelas tropas 
soviéticas ao leste e pelo exército norte-americano a oeste daquela 
cidade; como nenhum dos lados conseguiu a hegemonia do 
território, a solução política foi a separação entre duas Alemanhas.
d) A vitória dos Aliados na Segunda Grande Guerra levou à 
concentração do que restou do exército nazista na porção oriental 
do território alemão, reconhecido como país independente na 
conferência de Potsdam em 1948.
e) A separação das duas Alemanhas re� ete a polarização existente 
na sociedade germânica sobre a integração ou isolacionismo 
frente à União Europeia pós-Segunda Grande Guerra, colocando, 
do lado Oriental, os partidários da adesão ao bloco europeu e, no 
bloco Ocidental, os defensores da soberania do estado alemão.
04. (FAMERP 2017) Essa Guerra Fria entre os Estados Unidos e a 
União Soviética, e que envolve igualmente suas respectivas “áreas 
de in� uência”, apresenta inúmeros aspectos ou facetas: a corrida 
armamentista, a corrida espacial, os tratados e acordos militares 
(especialmente a OTAN e o Pacto de Varsóvia), a “ideologia da 
Guerra Fria”, como forma de controle sobre populações e Estados, a 
espionagem e os apoios ou incentivos a golpes militares e a oposições 
de governos aliados da outra superpotência. Di� cilmente um Estado 
consegue dispor livremente de uma real autonomia nesse contexto: as 
pressões dos dois lados são fortes e e� cazes, obrigando esse Estado a 
procurar se posicionar frente à guerra fria e encetar apoios e negócios 
com uma das superpotências.
(José WilliamVesentini. Imperialismo e geopolítica global, 1987.)
412
GUERRA FRIA I
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O texto caracteriza a Guerra Fria como
a) um processo complexo, que envolveu desde questões militares até 
propagandas e resultou no domínio de grande parte do planeta 
pelas duas superpotências.
b) uma disputa diplomática, que se desenvolveu no interior dos 
órgãos internacionais e provocou interferências apenas na política 
interna das duas superpotências.
c) um binarismo primário, que se resumiu ao embate militar direto 
entre as duas superpotências e alijou os demais países das 
discussões políticas internacionais.
d) um esforço para impedir que a propaganda liberal, liderada 
pela União Soviética, avançasse sobre o planeta e suprimisse as 
liberdades vividas no Ocidente.
e) uma tentativa de impedir que a hegemonia norte-americana se 
impusesse sobre todo o planeta e submetesse a burguesia aos 
interesses do proletariado mundial.
05. (UFJF-PISM 3 2017) Observe as imagens abaixo que correspondem 
ao período da Revolução Cultural da China e responda à questão 
solicitada:
a) centrar esforços no sentido de difundir a educação superior na 
China de modo a formar um capital humano mais quali� cado no 
país.
b) impulsionar a democratização das instituições políticas chinesas 
para combater ações orientadas para a centralização burocrática.
c) incentivar a publicação de livros e a constituição de bibliotecas 
pelo território chinês de modo a contribuir com o combate às altas 
taxas de analfabetismo.
d) promover a perseguição a vários intelectuais considerados como 
inimigos do processo revolucionário em curso na China.
e) valorizar o debate público em locais abertos e o pensamento 
divergente como forma de incentivar a pluralidade de visões sobre 
o regime chinês.
06. (UDESC 2017) Em 13 de agosto de 1961 teve início a construção 
do Muro de Berlim. Este, que tinha por objetivo separar a Alemanha 
Ocidental da Alemanha Oriental, tornou-se um símbolo do período 
comumente conhecido como Guerra Fria.
Em relação ao período da Guerra Fria, assinale a alternativa correta. 
a) A chamada polarização política afetava diretamente a vida cotidiana 
em ambos os lados. No lado ocidental, jornais, cinema e televisão 
foram amplamente utilizados na divulgação do “american way of 
life”. Vários cidadãos americanos foram perseguidos, presos ou 
rechaçados por defenderem ideias próximas ao socialismo.
b) A designação “Guerra Fria” refere-se a um con� ito exclusivamente 
ideológico. Neste período houve uma estagnação na produção 
bélica, tanto nos países da OTAN quanto nos que subscreviam o 
Pacto de Varsóvia.
c) O fortalecimento dos partidos de esquerda ao longo dos anos 
60 na América Latina foi uma consequência direta da in� uência 
soviética. Vale lembrar que entre os países participantes do Pacto 
de Varsóvia, e portanto comunistas, � guravam URSS, Cuba, 
Coreia do Norte, China, Venezuela e Brasil.
d) Nos países sob a in� uência da URSS não havia qualquer forma de 
policiamento ou controle ideológico da população.
e) Além dos enfrentamentos armados diretos entre a URSS e os EUA, 
ambos os países alimentavam con� itos armados entre outros 
países visando, entre outros motivos, ao aumento e a manutenção 
de suas áreas de in� uência. A guerra do Vietnã pode ser citada 
como exemplo.
07. (UPE-SSA 3 2016) 
Logo após a Segunda Guerra Mundial, os EUA surgiram como 
maior potência do planeta, e a URSS, como sua rival. A disputa 
política, diplomática e militar entre ambos, chamada de Guerra 
Fria, impulsionou o desenvolvimento cientí� co e tecnológico de 
maneira jamais vista. Rapidamente, essa corrida generalizou-se 
para outras áreas, inclusive na exploração do espaço.
(MELO, Cristiano Fiorillo de; WINTER, Othon Cabo. 
A Era Espacial. São Paulo: UNESP.)
No contexto citado, a corrida espacial teve como principal consequência 
política a conclusão o� cial da Guerra Fria com a construção de um 
mundo unipolar.
a) a� rmação da supremacia tecnológica soviética sobre as demais 
potências mundiais.
b) de� agração o� cial do con� ito pelas duas potências no intuito de 
controlar a nova dimensão militar, o espaço.
c) diminuição da zona de in� uência dos EUA que passam a contar 
com ampla concorrência da China comunista.
d) realização do projeto de cooperação Apollo-Soyuz, que uniu os 
esforços dos Estados Unidos e da União Soviética.
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GUERRA FRIA I
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08. (CFTMG 2016) A Segunda Guerra Mundial mal terminara quando 
a humanidade mergulhou no que se pode encarar, razoavelmente, 
como uma Terceira Guerra Mundial, embora uma guerra muito 
peculiar. A Guerra Fria entre EUA e URSS, que dominou o cenário 
internacional na segunda metade do Breve Século XX, foi sem dúvida 
um desses períodos. Gerações inteiras se criaram à sombra de batalhas 
nucleares globais que, acreditava-se � rmemente, podiam estourar a 
qualquer momento, e devastar a humanidade. Não aconteceu, mas 
por cerca de quarenta anos pareceu uma possibilidade diária.
(Adaptado de: HOBSBAWM, E. J. Era dos extremos: o breve século XX 
1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 224.)
Sobre esse contexto histórico, pode-se a� rmar que
a) a corrida armamentista produziu a possibilidade de o mundo 
autodestruir-se algumas vezes.
b) a Guerra Fria evitou as guerras regionais, pois impedia o embate 
aberto e o uso de armas nucleares.
c) os testes nucleares geraram a sensação de que tais armas 
di� cilmente seriam usadas em uma guerra efetiva.
d) as duas superpotências dividiram o mundo em áreas de in� uência 
que permaneceram intocáveis durante o período.
09. (ESPM 2016) Figura polêmica da dramaturgia hollywoodiana, 
Dalton Trumbo foi o cria dor de uma penca de roteiros brilhantes, 
alguns premiados com o Oscar. Atualmente em cartaz a cinebiogra� a 
Trumbo – A lista negra, baseada em obra de 1977 do jornalista Bruce 
Cook, centra-se no período em que Trumbo e dezenas de colegas 
tornaram-se alvo do Macarthismo.
(Carta Capital, 18/3/2016.)
O Macarthismo foi:
a) uma perseguição a artistas e intelectuais considerados 
simpatizantes do nazismo.
b) uma perseguição, verdadeira caça às bru xas, a artistas e 
intelectuais simpatizantes do comunismo.
c) uma perseguição a todos os que se mani festavam pelo paci� smo 
e contra os testes nucleares.
d) uma campanha que pregava o fechamen to das fronteiras dos 
Estados Unidos para refugiados da Segunda Guerra Mundial.
e) uma campanha que pregava o fechamen to da fronteira dos 
Estados Unidos para mexicanos.
10. (ESPCEX 2014) Após cerca de 3 (três) anos de intensos combates 
e milhões de baixas, em julho de 1953, foi assinado o Armistício de 
Panmunjon, que con� rmou a divisão da Coreia.
Leia as a� rmações abaixo.
I. O Armistício de Panmunjon, selou a paz de� nitiva entre as duas 
Coreias e os Estados Unidos.
II. O con� ito iniciou-se com um ataque surpresa de tropas da 
República Popular da Coreia, ao vizinho do Sul, em junho de 1950.
III. O Armistício de Panmunjon acirrou as diferenças ideológicas entre 
os Estados Unidos (capitalista) e a União Soviética (socialista), 
dando início à Guerra Fria.
IV. Durante o con� ito, o Conselho de Segurança da ONU autorizou 
o envio de tropas internacionais para a região, sob o comando do 
general estadunidense Douglas MacArthur.
Estão corretas
a) as a� rmativas I, II, III e IV. 
b) apenas as a� rmativas I e II.
c) apenas as a� rmativas II e III.
d) apenas as a� rmativas II e IV.
e) apenas as a� rmativas I e III.
GABARITO
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01. C
02. C
03. A
04. D
05. D
06. E
07. A
08. B
09. E
10. C
EXERCÍCIOS DE TREINAMENTO
01. B
02. C
03. C
04. SOMA: 30
05. E
06. A
07. SOMA: 02
08. C
09. E
10. A
EXERCÍCIOS DE COMBATE
01. B
02. B
03. B
04. A
05. D
06. A
07. E
08. A
09. B
10. D
ANOTAÇÕES
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