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403PROMILITARES.COM.BR GUERRA FRIA I O INÍCIO DA BIPOLARIDADE Com o � m da Segunda Guerra Mundial e derrotadas as potências totalitárias na Europa e Ásia, outra questão começava a tomar corpo nas relações internacionais: os soviéticos, outrora aliados contra o nazifascismo, voltavam ao status de inimigos das democracias ocidentais. A Grã-Bretanha, tradicional potência europeia, arrasada e esgotada, não tinha condições de zelar pelo equilíbrio europeu. Os Estados Unidos passaram a assumir o papel de liderança mundial desempenhado pelos ingleses até então. O discurso do presidente Harry Truman ao Congresso, em 12 de março de 1947, solicitando auxílio econômico para Grécia e Turquia, demonstra a emergência dos Estados Unidos como nova potência mundial, em detrimento da Grã-Bretanha, exaurida por quase seis anos de guerra. A Doutrina Truman, explicitada no artigo Três fontes da conduta soviética, de George F. Kennan, publicado em Foreign Affairs, determinou a linha de conduta externa americana do pós- guerra: a contenção do comunismo. Eis parte do discurso de Truman que seria a tônica da política externa dos Estados Unidos até o colapso do sistema soviético no � nal da década de 1980: Os Estados Unidos receberam do governo grego um apelo urgente de assistência � nanceira e econômica. Os relatórios preliminares da Missão Econômica Americana, ora na Grécia, e os relatórios do embaixador americano na Grécia corroboram a declaração do governo grego de que a assistência se faz imperativa para que a Grécia sobreviva como nação livre. A própria existência do Estado grego é hoje ameaçada pelas atividades terroristas de milhares de homens armados, dirigidos por comunistas, que desa� am a autoridade do governo em vários pontos. A Grécia precisa receber assistência para poder tornar-se uma democracia capaz de sustentar-se e respeitar-se. Aos Estados Unidos cabem fornecer essa assistência. A vizinha da Grécia, a Turquia, também merece nossa atenção. Acredito que a política dos Estados Unidos deve ser a de apoiar os povos livres que estão resistindo à subjugação tentada por minorias armadas ou por pressões vindas de fora. Solicito, portanto, ao Congresso, que autorize o presidente a prestar assistência à Grécia e à Turquia no montante de 400 milhões de dólares. Além dos fundos, solicito ao Congresso que autorize o envio de pessoal civil e militar americano à Grécia e à Turquia, a pedido desses países. A máxima moral de Washington de “passar ao largo das alianças permanentes” perdeu seu sentido. Nada mais que acontecesse no mundo seria estranho aos Estados Unidos. A despeito do discurso ideológico dos líderes norte-americanos apelarem para o idealismo de Woodrow, isto é, a defesa dos valores de democracia e liberdade, EUA e URSS travaram, em realidade, uma verdadeira batalha por áreas de in� uência. O intervencionsimo estava associado diretamente às questões de segurança nacional. Os presidentes americanos passariam a seguir a “Teoria da Contenção”, desenvolvida por George Kennan, isto é, a ideia de que a área de in� uência soviética deveria � car restrita aos limites obtidos ao � nal da Segunda Guerra Mundial. A contenção foi colocada em prova, com vitórias para ambos os lados, diversas vezes: Berlim (1949), Coreia (1950- 53), Cuba (1962), Vietnã (1961-75) e Afeganistão (1979). A principal característica deste período (1945-89) foi a ausência de um confronto direto entre norte-americanos e soviéticos, pois, devido aos armamentos nucleares, os soviéticos detonaram sua primeira bomba atômica em 1949, ambos os governos temiam uma guerra nuclear. O pensador francês Raymond Aron, um dos grandes especialistas sobre Guerra Fria, sintetizou o período com a máxima “paz impossível, guerra improvável”. O primeiro campo de disputa da Guerra Fria foi o continente europeu. Pela Conferência de Potsdam, a Alemanha � caria dividida em quatro zonas de ocupação, estabelecidas pelos três grandes mais a França. A Alemanha acabaria � cando dividida pelo embate ideológico em República Federal da Alemanha (Ocidental) e República Democrática da Alemanha (Oriental). Ademais, a cidade de Berlim, capital do III Reich, também seria dividida entre os aliados. Berlim Ocidental era, portanto, uma ilha de prosperidade econômica dentro da zona de ocupação soviética. Os norte-americanos, interessados em fazer propaganda do regime democrático e capitalista contra o socialismo soviético, começaram a investir vultuosas somas na economia berlinense como forma de desenvolver sua parte de ocupação da cidade. Era o início de um processo denominado de Milagre Alemão. 404 GUERRA FRIA I PROMILITARES.COM.BR As décadas seguintes a Segunda Guerra Mundial são caracterizadas como uma época em que as sociedades capitalistas desenvolvidas alcançaram um excelente nível de produção industrial, baixos índices de desemprego e manutenção dos preços de bens e serviços. O período do início dos anos 50 até a década de 70, quando ocorreram as crises do petróleo, recebeu inúmeras denominações pelos historiadores: “era do ouro”, “milagre keynesiano”, les trente glorieuses, a� uent society etc., termos que procuram sintetizar o boom econômico do mundo capitalista desenvolvido no pós-guerra. Os Estados Unidos contribuíram decisivamente para a prosperidade econômica europeia através do Plano Marshall (1947), programa de ajuda � nanceira para a reconstrução da Europa cujos objetivos eram fortalecer os países capitalistas e anular a in� uência do comunismo na Europa Ocidental. O Plano Marshall foi oferecido para todos os países europeus, sem restrições aos regimes socialistas. A União Soviética, contudo, preocupada em manter sua zona de in� uência sem interferência norte-americana, proibiu a aceitação de ajuda do Plano Marshall. Os soviéticos acabariam organizando o Comecon (1949), espécie de bloco econômico dos países socialistas. A Iugoslávia, país liberto da presença nazista pelo guerrilheiro Josip Broz, o Tito, foi a única nação socialista a receber ajuda do Plano Marshall, revelando uma independência que incomodava a União Soviética. No caso da economia da República Federal da Alemanha, houve uma Reforma Monetária, em 21 de junho de 1948, que criou o Deutsche Mark. A Reforma Monetária, plani� cada pelo técnico norte- americano Dodge, foi posteriormente acrescida por Ludwig Erhard, futuro ministro da Economia e chanceler da República Federal Alemã. A expressão “milagre econômico” (Wirtschaftswunder) foi utilizada já nos anos 50 para designar “a espetacular ressurreição da economia e sociedade”. Vários autores alemães escreveram sobre o tema: Wallich (Triebkräfte des deutschen Wiederaufstiegs, 1955); Reithinger (Soziale Marktwirtschaft 1958); Ludwig Erhard (Wohlstand für alle, 1964); Rach (Financiamento do milagre econômico). O programa de desenvolvimento da economia alemã começou a provocar problemas no lado comunista. Muitas pessoas com alto nível de quali� cação, como médicos, professores e cientistas, começaram a fugir para o lado ocidental em busca de melhor qualidade de vida e liberdades. Os soviéticos, inicialmente, estabeleceram um bloqueio aos acessos à cidade de Berlim Ocidental como forma de forçar os americanos a abandonarem a cidade. O resultado foi o primeiro teste da política da contenção, vencida pelos americanos, que estabeleceram uma ponte aérea como forma de manter o abastecimento da cidade. Em 1961, durante a presidência de Kennedy e do líder soviético Nikita Kruschev, os comunistas ergueram o infame Muro de Berlim como forma de evitar a fuga da população do lado comunista para o Ocidente, revelando a incapacidade soviética em conceder um bom padrão de vida para os habitantes da Alemanha Oriental. Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/di/vi/divisc3a3o_alemc3a3.jpg Na Itália, o governo do pós-guerra lançou um plano decenal (1955-65), conhecido por Schema Vanoni, que propunha absorver o desemprego,reduzir os desequilíbrios entre norte e sul e incrementar as exportações para equilibrar a balança comercial. O “milagre italiano” foi favorecido pelo Plano Marshall, pelas demandas internacionais de bens industrializados, pelos investimentos decorrentes da adesão da Itália à Comunidade Econômica Europeia e pelo crescimento do mercado interno. Além dos programas econômicos, a Guerra Fria � cou marcada pelas alianças militares. Inicialmente, os europeus ocidentais solicitaram ao governo norte-americano a organização de um tratado de defesa militar mútua. O governo Truman preconizou, então, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), cujo princípio fundamental era um sistema defensivo que supunha que um ataque a um país- membro signi� cava um ataque contra todos os signatários. A Otan era um recado direto aos soviéticos: um ataque contra um país-membro signi� caria uma guerra mundial. O objetivo era coagir os comunistas a abandonarem qualquer ação militar que pudesse ameaçar o Ocidente. Ironicamente, a única ação militar da Otan ocorreu após a Guerra Fria, em 1999, quando a organização bombardeou a Iugoslávia do ditador Slobodan Milosevic, acusado de promover genocídio contra a população albanesa do Kosovo. Os soviéticos, após a Otan e a remilitarização da RFA, responderam com a criação do Pacto de Varsóvia, em 1955. O Pacto de Varsóvia tinha os mesmos objetivos da Otan e foi acionado duas vezes: em 1956, contra os húngaros, e, em 1968, na chamada Primavera de Praga. Na Ásia, região que sofreria com a Guerra Fria logo em � ns da década de 1940, com a Revolução Comunista na China, os Estados Unidos patrocinariam a reconstrução econômica do Japão. O Japão, diante da eminente vitória dos comunistas na China, começou a ser tratado pelos Estados Unidos como um aliado. O governo norte-americano diminuiu as reparações exigidas ao governo japonês, revogou as leis antitruste da administração MacArthur (1945-48) e concedeu auxílio � nanceiro para a reconstrução do país. O “Plano de Dez Anos” (1961-70) previa a duplicação da riqueza nacional. Na década de 60, o crescimento do Japão na taxa média anual de 11% foi o mais elevado do mundo. Mao Tsé-Tung, que tem seu nome também escrito no Ocidente como Mao Zedong, após empreender a Grande Marcha, entre 1934 e 1936, quando o Exército comunista caminhou 10 mil km com o objetivo de revolucionar os camponeses contra o governo nacionalista de Chang Kai Check do Kuomitang, tornou-se vitorioso em 1º de outubro de 1949, tornando a China a mais nova nação comunista. O marxismo chinês, de linha camponesa, � caria conhecido como maoísmo. A vitória da Revolução modi� cou irremediavelmente o mapa geopolítico asiático. Os chineses incorporariam o Tibet em 1950 e apoiariam os movimentos comunistas na Coreia do Norte e no Vietnã do Norte. Ademais, vitoriosa a revolução, surgiriam duas Chinas: a República Popular da China, comunista, e a China nacionalista ou Taiwan, também denominada de Formosa. Até a década de 1970, a única China reconhecida pela ONU era a nacionalista. A REVOLUÇÃO CHINESA (1949) E OS SEUS IMPACTOS NA GUERRA FRIA Segunda Revolução Industrial na segunda metade do século XIX provocou uma irresistível expansão nas atividades capitalistas. O capitalismo de livre-concorrência, típico do início da Revolução Industrial do século XVIII, acabaria sendo substituído pelo capitalismo monopolista ou de oligopólio, isto é, aquele capitalismo em que as grandes empresas controlam o mercado. A Inglaterra, nação que sairia fortalecida com o � nal das guerras napoleônicas, em 1815, reforçaria sua posição de país hegemônico nas conquistas coloniais. Enquanto alemães e italianos ainda procuravam uni� car seus Estados nacionais, russos e austríacos se entretinham com as questões 405 GUERRA FRIA I PROMILITARES.COM.BR balcânicas e a França juntava os cacos da aventura napoleônica, os ingleses abocanhavam a maior parte das regiões periféricas do sistema internacional, sobretudo, no continente asiático. O governo imperial chinês, administrado pelos “estrangeiros” manchus da dinastia Qing, mantinha o país sob uma tutela baseada em valores aristocráticos e um rígido controle educacional e burocrático baseado na � loso� a de Confúcio. Os mandarins, espécie de elite burocrática imposta pelas práticas manchus, administravam o Estado chinês. Os estrangeiros, sobretudo os ocidentais, eram tratados como “bárbaros” e proibidos legalmente de aprenderem o chinês, estabelecerem portos de comércio no país, empregarem chineses como criados etc. Em suma, o “Império do Centro”, em uma atitude arrogante, não somente procurava ignorar os ocidentais, como até mesmo humilhá-los. O comércio inglês, contudo, não poderia ignorar o potencial do mercado chinês, que já contava com algo em torno de “400 milhões de almas”, para usarmos uma expressão dos missionários cristãos. O principal produto inglês que inundava o mercado chinês, entretanto, não era nenhum produto têxtil de Manchester ou qualquer outro manufaturado. Os comerciantes ingleses, já devidamente instalados na região da Índia, investiam no trá� co de ópio à China, aventura tentada anteriormente pelos portugueses. O governo imperial chinês, cônscio dos prejuízos sociais e � nanceiros decorrentes deste infame comércio, ordena a apreensão de todo o ópio existente no porto de Cantão, única localidade autorizada pelo governo a comercializar com os “bárbaros”. Estava preparado o palco para a primeira guerra do ópio e a abertura total da China aos comerciantes ingleses. Entre 1839 e 1842, juncos chineses tentavam inutilmente resistir ao avanço dos mais modernos navios encouraçados da Inglaterra, um dos grandes símbolos da Revolução Industrial. Ao término da guerra, os ingleses exigem que o governo imperial chinês reconheça o Tratado de Nanquim, também conhecido como “primeiro tratado desigual”. Os termos do tratado explicam facilmente seu apelido: os chineses eram obrigados a indenizar os ingleses, ceder a ilha de Hong-Kong como protetorado, abrir novos portos de comércio, aceitar a livre entrada de missionários cristãos, reconhecer o direito de extraterritorialidade, tratar a Inglaterra como “nação economicamente mais favorecida” etc. Fonte: https://pic4.zhimg.com/80/ v2-b1467e149cf3d1e98bce899ab 1f9382f_1440w.jpg O ódio dos chineses contra os estrangeiros � cava evidente ao sabermos que os europeus, no parque Shangai Bund, por exemplo, colocaram placas com os seguintes dizeres: “Não se permitem cachorros nem chineses”. As convulsões sociais na China se fariam sentir pela revolta dos chineses cristianizados (taipings) e pelo movimento xenofóbico de sociedades secretas de artes marciais (boxers). Nos dois casos, o governo imperial Qing contratou mercenários estrangeiros para poder manter a ordem no reino. Em 1911, contudo, a monarquia Qing cairia e a República seria proclamada pelo líder nacionalista Sun Yat Sen, reconhecido como o “pai da China moderna”. A proclamação de Sun Yat Sen, entretanto, não traria mudanças imediatas ao país, que seria arrebatado por uma breve ditadura militar do general Yuan Che Kai. Em 1916, entretanto, desgastado pelas pretensões territoriais japonesas sobre a China e pelos movimentos sociais nacionalistas, Che Kai abandona o poder. Começa um período de total desorganização política e caos social e econômico, que somente seria superado com a uni� cação do poder central com a Revolução Comunista de 1949. Durante todo este tempo, o poder na China foi disputado basicamente por três forças políticas. Os invasores japoneses, que chegaram a constituir um governo fantoche na Manchúria, rebatizada como Manchuko, tentavam implementar o Plano Tanaka, que previa a criação de um Império japonês asiático. Os nacionalistas, ou Sociedade para o Renascimento Nacional (Kuomitang), organização criada por Sun Yat Sen, a despeito de terem o mérito de organizar a República nos seus anos iniciaisatravés de ideais liberais e democráticos, perderiam a legitimidade de empregar o termo “nacionalistas”, pois, após a morte de Sun Yat Sen, o partido seria guiado pelo general Chang Kai Check, um militar profundamente anticomunista. Os comunistas, a terceira e mais desacreditada força na disputa pelo poder na China, não tinham nem ao menos o apoio o� cial da União Soviética, que descon� ava daqueles camponeses ignorantes que foram doutrinados pelo marxismo. Após serem expulsos da base de Jiangxi pelos nacionalistas, os comunistas, liderados por Mao Zedong, empreendem a Longa Marcha (1935-36), estabelecendo uma nova base de guerrilha na província de Shaanxi. Os nacionalistas e comunistas estabeleceram uma aliança provisória na luta contra os japoneses, sobretudo quando o “Império do Sol Nascente” iniciou sua guerra de ocupação nos anos de 1930. Chang Kai Check, contudo, considerava como prioridade do seu governo combater os comunistas. Chegou a declarar que “os japoneses eram uma ‘doença de pele’, enquanto os comunistas eram uma ‘doença de coração’”. A tática do Kuomitang era deixar que os comunistas se desgastassem, enfrentassem as tropas japonesas, para depois varrer do mapa o Exército Vermelho. A liderança do Exército de Libertação Popular, o “Exército de Mao”, como também � cou sendo conhecido, entretanto, fez com que os comunistas angariassem um importante apoio popular. Mao exigia dos seus soldados um comportamento disciplinado e cortês, sobretudo no que se referia ao tratamento para com os camponeses. Mao, ele mesmo um camponês da província de Hunan, entendia a necessidade de cooptar o apoio das classes campesinas para a sua revolução socialista. Os dogmáticos teóricos marxistas de Moscou condenavam este desvio maoísta, que ignorava por completo o potencial do insípido proletariado chinês. Os anos que se seguiram à derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial foram decisivos para o Partido Comunista. Em agosto de 1945, os norte-americanos mediaram um encontro de Mao Zedong e Chang Kai Check na cidade de Chongqing para tentar criar um governo de união nacional e acabar com a guerra civil. O encontro de Chongqing foi um fracasso e os violentos embates de nacionalistas e comunistas prosseguiram. Chang Kai Check, apesar do apoio material americano e de ter empreendido cinco campanhas de extermínio contra os comunistas, seria derrotado. Mao, o camponês de Hunan que detestava intelectuais, entra triunfante em Pequim em 1º de outubro de 1949. Chang Kai Check fugiria para a ilha de Taiwan (Formosa), protegido pela VII Frota de Guerra dos Estados Unidos. A questão do governo não comunista de Taiwan nunca foi resolvida entre Pequim e Taipé. O novo governo comunista, aparentemente sintonizado com Moscou, começa a sofrer os primeiros abalos com a liderança de Stalin. O líder soviético chegou a comparar Mao com um nabo: vermelho por fora e branco por dentro. Mao Zedong, a despeito de obter algumas concessões do líder soviético em matéria de comércio exterior, não obteria transferência de tecnologia nuclear. Os soviéticos, desejosos de manter o monopólio da bomba atômica no mundo comunista, alegavam que suas armas eram su� cientes para cumprir a função de um “guarda-chuva nuclear” contra o Ocidente. Mao Zedong, 406 GUERRA FRIA I PROMILITARES.COM.BR que já tivera seus atritos com os soviéticos na época da guerra civil, paulatinamente esfria suas relações com o Kremlin. Em 1950, com início da Guerra da Coreia, Mao envia um milhão de voluntários chineses para combaterem os sul-coreanos, apoiados pelos Estados Unidos. Mao, desdenhando o poderio militar norte-americano, tratava o gigante capitalista de “tigre de papel”. No início de 1956, durante o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, Nikita Kruschev, sucessor de Stalin, morto em 1953, anuncia a desestalinização, isto é, a denúncia dos crimes de Stalin na década de 1930 contra membros dos Partido Comunista e o culto à personalidade do “grande irmão”. Mao, que já dava mostras de que a sua liderança pessoal deveria estar acima de qualquer possibilidade de liderança coletiva do Partido, afasta-se de� nitivamente da linha soviética. Mao considerava que a proximidade geográ� ca dos soviéticos – e os problemas de fronteira decorrentes – tornava-os um inimigo potencialmente mais perigoso que os Estados Unidos. Durante o VIII Congresso do Partido Comunista Chinês, realizado em 1956, Liu Shaoqui e Deng Xiaoping criticam o culto à personalidade de Mao Zedong e defendem uma liderança coletiva do Partido Comunista. Mao expurgaria, posteriormente, os dois líderes da cúpula do Partido. Ainda naquele ano, Mao anunciaria o movimento das Cem Flores, no qual defende o slogan “que centenas de � ores desabrochem, que centenas de escolas de pensamento � oresçam”. Mao estava conclamando a crítica contra o Partido Comunista. O movimento de crítica, contudo, tornou-se uma grande armadilha contra aqueles que ousaram tornar públicos os seus pensamentos contra a liderança comunista. Os elementos de oposição foram identi� cados e enviados ao campo para serem reeducados. Esta terrível prática – a reeducação pelo trabalho, que tem paralelo na História do nacional socialismo alemão –, consistia em obrigar o inimigo do regime a aderir à ideologia comunista ou morrer de exaustão e maus-tratos nos campos de trabalho. Existia, até mesmo, uma cota de 5% a ser cumprida no sentido de descobrir elementos direitistas nas � leiras do Partido, mesmo que eles não existissem. No plano interno, Mao Zedong lança um ambicioso projeto de desenvolvimento econômico chinês. O Grande Salto para Frente era um programa que supostamente faria com que a China ultrapassasse a Inglaterra na produção industrial em 15 anos. O programa previa a criação de siderúrgicas de fundo de quintal por toda a China: camponeses abandonavam a lavoura para produzir aço, pequenas casas montavam fornos improvisados, utensílios domésticos eram con� scados para serem fundidos, portas de madeira eram retiradas para servirem de combustível para os fornos etc. O pretenso desenvolvimento siderúrgico do Grande Salto foi um total fracasso. A produção de alimentos através de comunas populares, o segundo pilar do programa, também foi um desastre: estima-se que cerca de 40 milhões de pessoas morreram de fome por consequência dos erros políticos decorrentes do Grande Salto. Enquanto isso, a China exportava boa parte dos seus grãos para pagar as dívidas existentes com a União Soviética pela compra de armas na época da Guerra da Coreia. Um dos maiores problemas do projeto era que os técnicos do Partido Comunista estabeleciam metas virtualmente impossíveis de serem alcançadas com o objetivo de agradar a liderança de Mao. Os comissários locais do partido maquiavam relatórios e falseavam informações com medo de serem rotulados de incompetentes ou contrarrevolucionários. Os poucos elementos do Partido que ousaram criticar a liderança de Mao, como, por exemplo, o general Peng Dehuai, foram expurgados do Partido e presos sob a acusação de serem contrarrevolucionários. Apesar do fracasso do Grande Salto para Frente, Mao Zedong jamais seria responsabilizado pelo desastre decorrente. O “Imperador Vermelho”, tratado como infalível, será protegido de qualquer responsabilidade: a culpa deveria ser atribuída aos elementos burgueses e reacionários que ainda se encontravam nas � leiras do Partido. Em 1966, Mao Zedong, através de sua quarta esposa, Jiang Qing, lança a Grande Revolução Cultural do Proletariado, nominalmente um programa para expurgar da sociedade chinesa os valores ocidentais, burgueses, decadentes e reacionários. Na realidade, a Revolução Cultural seria utilizada por Mao para eliminar do Partido todos aqueles elementos que, de alguma maneira, ainda questionavam a liderança de Mao. Os Guardas Vermelhos, jovens estudantes chineses, contavam com a proteção do Exército e com a simpatia do governo.O general Lin Biao, comandante do Exército e � el seguidor de Mao, lançara o Livro Vermelho de Mao Zedong, em 1964, uma pequena publicação com máximas do Grande Timoneiro. O Livro Vermelho tornaria-se o símbolo da Revolução Cultural: os jovens estudantes o ostentavam nas manifestações públicas em que “elementos reacionários”, como professores universitários, intelectuais e cientistas, eram humilhados publicamente, sendo obrigados a � carem prostrados no chão, reverenciando a imagem de Mao Zedong. Os direitos autorais do Livro Vermelho tornariam Mao um dos homens mais ricos da China. A Revolução Cultural, que teve no Movimento das Cem Flores o seu grande antecedente, foi a última manifestação de massas de Mao contra todas as lideranças do Partido Comunista que ainda tinham algum grau de independência ou que defendiam uma postura de liderança coletiva do Partido em detrimento do culto maoísta, como, por exemplo, Deng Xiaoping e Liu Shaoqui. A esposa de Mao, Jiang Qing, juntamente a outras lideranças do Partido, formaria um grupo que seria responsável pela � scalização e pela censura de toda a produção cultural. Os Guardas Vermelhos, contudo, quando começam a mostrar excesso de ousadia nos ataques contra determinados elementos do Partido ou contra os estrangeiros – Liu Shaoqi chegou a ser espancado por jovens estudantes e a representação diplomática inglesa chegou a ser invadida – são freados: Mao dá ordens aos estudantes que voltem para as escolas e para as universidades. Os mais recalcitrantes são presos, mortos ou enviados para os campos para serem reeducados pelo trabalho, tal qual os elementos burgueses que eles combateram em nome do presidente Mao. Em 1970, o “pensamento de Mao Zedong” é o� cialmente reconhecido como a linha ideológica do Partido Comunista chinês. Crescem as tensões entre a União Soviética e a China ao longo da extensa fronteira. A China chega a se mobilizar para uma guerra e túneis são escavados por toda a cidade de Pequim para prevenir um ataque nuclear (Projeto 19 de maio). Mao inicia uma discreta política de aproximação com os Estados Unidos. O general Lin Biao, insatisfeito com a política externa de Mao e ambicionando o poder, tenta um golpe de Estado que � caria sendo conhecido como “projeto 5-7-1”. O golpe fracassa e o general Lin Biao morre, num desastre de avião, ao tentar fugir do país. Em 1972, numa jogada política que � caria sendo conhecida como a “diplomacia do pingue-pongue”, Mao Zedong, com a saúde totalmente debilitada, recebe o presidente americano Richard Nixon em Pequim. Em 9 de setembro de 1976, após a falência de seus órgãos vitais, a equipe médica de Mao Zedong anuncia o� cialmente a morte do Grande Timoneiro. O corpo de Mao, assim como dos líderes comunistas Lênin, Stalin e Ho Chi Minh, seria mumi� cado. Deng Xiaoping, o líder comunista expurgado que foi reabilitado por Mao pouco antes de sua morte, assume o poder na China comunista e afasta o grupo da Revolução Cultural, apelidada de “gangue dos quatro” do governo. Deng Xiaoping declara: “Eu não me importo se o gato é preto ou branco. Enquanto for bom para caçar ratos, ele serve”, sintetizando bem o pensamento econômico do novo premiê. 407 GUERRA FRIA I PROMILITARES.COM.BR A GUERRA DA COREIA A Guerra da Coreia foi o primeiro teste militar da contenção. Defender Berlim do isolamento soviético foi uma tarefa relativamente simples se comparada com a necessidade de convencer a opinião pública norte-americana da necessidade de enviar milhares de soldados para a longínqua Coreia em nome do combate ao comunismo. A guerra começou quando o Norte, apoiado pela União Soviética e pela China comunista, atacou a Coreia do Sul, de tendência capitalista, com o objetivo claro de uni� car a península sob o regime comunista. Os Estados Unidos levaram o caso para o Conselho de Segurança da ONU que, juntamente com a Assembleia Geral, é o mais importante organismo da instituição. Os membros permanentes do Conselho de Segurança gozam do direito de vetar propostas militares. A proposta norte-americana consistia em enviar tropas da ONU para defender a Coreia do Sul da agressão comunista. O projeto foi aprovado por norte-americanos, ingleses, franceses e chineses de Taiwan, que ocupariam o assento permanente do Conselho de Segurança até o início da década de 1970. Os soviéticos, protestando pelo fato de a China comunista não ter sido reconhecida como país- membro do conselho, boicotou a votação, tendo seu voto registrado como “abstenção”. Como abstenção não con� gura veto, a proposta americana foi aprovada. PAÍS Coreia do Norte (República Popular Democrática da Coreia) Coreia do Sul (República da Coreia) REGIÃO Norte Sul SISTEMA Socialismo Capitalismo SUPERPOTÊNCIA União Soviética Estados Unidos A Guerra da Coreia, que perdurou de 1950 a 1953, caracterizou- se por ser limitada, empregando armas convencionais, e equilibrada, pois não houve vencedores. A guerra con� rmou a tendência das superpotências de encontrar um ponto de equilíbrio de tal forma que não ultrapassassem um determinado limite, evitando que um choque localizado pudesse colocar em risco a existência dos grandes competidores. No � nal, a guerra terminou exatamente no mesmo ponto em que começou: o paralelo 38º. O con� ito coreano provou aos europeus que os americanos não estavam dispostos a abandonar seus aliados contra a ameaça de expansão soviética. O MACARTISMO A década de 1950 inaugurou o período da “histeria vermelha” nos Estados Unidos. Os primeiros sintomas do perigo comunista, entretanto, surgiram antes. Em 1948, Whittaker Chambers, ex- agente de Moscou, em depoimento para a Comissão de Atividades Antiamericanas, denunciou Alger Hiss, funcionário do Departamento de Estado, de ter entregue cópias de documentos secretos durante os anos de 1930. Hiss, que negara o envolvimento no caso, foi condenado em 21 de janeiro de 1950 a cinco anos de prisão por perjúrio. A imprensa apelidou o processo Hiss de “caso da abóbora”, pois Chambers escondera os documentos secretos dentro de uma abóbora em uma fazenda. Outros dois graves casos despertaram a opinião pública norte- americana para a in� ltração comunista: em 1949, Judith Coplon, funcionária do Departamento de Estado, foi condenada por passar documentos secretos de contraespionagem para um agente soviético; em 1950, foi preso o cientista Klaus Fuchs, alemão naturalizado britânico, que passara informações sobre o desenvolvimento da bomba atômica americana para a União Soviética. O presidente Harry Truman já havia promulgado, em 1947, a “ordem de lealdade” e criado o Conselho de Revisão da Lealdade, com a � nalidade de investigar funcionários federais que estivessem ligados a associações consideradas antiamericanas. Entretanto, novas leis de “segurança interna” surgiram. A Lei de McCarran exigia o registro de grupos comunistas e a proibição de imigração de indivíduos que já tivessem sido membros de organizações totalitárias. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fa/Joseph_McCarthy.jpg A cruzada anticomunista eternizaria um nome: Joseph R. McCarthy. Este obscuro senador, eleito em 1946 pelo estado de Wisconsin, impulsionou sua medíocre carreira política em 9 de fevereiro de 1950, ao anunciar publicamente que o Departamento de Estado na administração de Dean Acheson tinha centenas de funcionários “notoriamente comunistas”. O senador, gozando de sua imunidade parlamentar, chegou a acusar os generais George C. Marshall e Dwight D. Eisenhower de conivência com os soviéticos. McCarthy, vilipendiando os direitos civis, colocava-se sob os holofotes da América. Um dos principais grupos a sofrer com as perseguições do macartismo foi a classe artística norte-americana. Os grandes estúdios e redes de televisão, sob pressão de patrocinadores e do temível Comitê de Atividades Antiamericanas, adotavam uma “lista negra” informal que excluía do mercado pro� ssionais supostamentevinculados a atividades subversivas ou que apenas se recusavam a colaborar com o Comitê, denunciando colegas. Carreiras pro� ssionais eram arruinadas; vidas interrompidas. Em 1999, na 71ª cerimônia de entrega dos prêmios da indústria cinematográ� ca, Elia Kazan, diretor de � lmes como Vidas amargas, Um bonde chamado desejo e Sindicado de ladrões, recebeu um Oscar pelo conjunto de sua obra. Kazan, então, com 89 anos, sofreu um grande constrangimento durante a cerimônia: parte da plateia recusou-se a aplaudi-lo. Em 1952, perante o Comitê de Atividades Antiamericanas, Kazan delatou o nome de oito colegas como “membros do Partido Comunista”. O cinema, que na década de 1950 sofrera com o macartismo, brindou-nos posteriormente com � lmes que retratam esta “caça às bruxas de Salem”. Em Culpado por suspeita, Robert De Niro vive um famoso diretor que tem sua promissora carreira comprometida pelo seu passado político. Woody Allen, no � lme Teste de ferro por acaso, interpreta um testa de ferro de escritores estigmatizados pela “lista negra”. A demagogia macartista, contudo, teve um � nal merecido e inglório. Em 1954, o Senado dos Estados Unidos aprovou uma resolução de censura contra Joseph McCarthy. O relatório do Comitê Legislativo concluiu que o senador transgrediu suas funções ao “lançar a desonra e o descrédito ao Senado, obstruindo os processos constitucionais e deslustrando-lhe a dignidade”. McCarthy retornou ao ostracismo. 408 GUERRA FRIA I PROMILITARES.COM.BR EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01. (UFRGS 2018) Considere as a� rmações abaixo, sobre a Guerra do Vietnã. I. Os Estados Unidos envolveram-se no con� ito entre o Vietnã do Norte e o Vietnã do Sul após o chamado “incidente do golfo de Tonkin”, em que um de seus navios militares foi atacado pela marinha norte-vietnamita. II. Uma das justi� cativas para a intervenção norte-americana na região era a chamada “Teoria do Dominó”, que postulava que uma possível vitória comunista no con� ito levaria à propagação do comunismo por todo o Sudeste Asiático. III. O con� ito encerrou-se com a vitória das tropas norte-americanas diante dos norte-vietnamitas e, consequentemente, com a divisão entre Vietnã do Sul e Vietnã do Norte que perdura até os dias de hoje. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas III. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 02. (ENEM 2018) Os soviéticos tinham chegado a Cuba muito cedo na década de 1960, esgueirando-se pela fresta aberta pela imediata hostilidade norte-americana em relação ao processo social revolucionário. Durante três décadas os soviéticos mantiveram sua presença em Cuba com bases e ajuda militar, mas, sobretudo, com todo o apoio econômico que, como saberíamos anos mais tarde, mantinha o país à tona, embora nos deixasse em dívida com os irmãos soviéticos – e depois com seus herdeiros russos – por cifras que chegavam a US$ 32 bilhões. Ou seja, o que era oferecido em nome da solidariedade socialista tinha um preço de� nido. (PADURA, L. Cuba e os russos. Folha de São Paulo, 19 jul 2014 - adaptado.) O texto indica que durante a Guerra Fria as relações internas em um mesmo bloco foram marcadas pelo(a) a) busca da neutralidade política. b) estímulo à competição comercial. c) subordinação à potência hegemônica. d) elasticidade das fronteiras geográ� cas. e) compartilhamento de pesquisas cientí� cas. 03. (UPF 2018) Os 45 anos que vão do lançamento das bombas atômicas até o � m da União Soviética não foram um período homogêneo único na História do mundo. (...) dividem-se em duas metades, tendo como divisor de águas o início da década de 70. Apesar disso, a história deste período foi reunida sob um padrão único pela situação internacional peculiar que o dominou até a queda da URSS. (HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos. São Paulo: Cia das Letras,1996). O autor está se referindo ao período conhecido como Guerra Fria, cuja origem pode ser atribuída à a) construção de um discurso inglês e norte-americano, que procurou mostrar os perigos do expansionismo soviético. b) doutrina Trumam, que incentivou os soviéticos a ampliarem seu domínio político nos países do Leste europeu. c) divisão do território alemão pelas potências vencedoras da II Guerra Mundial e às divergências quanto à sovietização do Oriente Médio. d) assinatura do Pacto de Varsóvia, que proibiu a Iugoslávia de receber ajuda econômica e militar dos Estados Unidos. e) declaração unilateral da URSS da “Detente”, que exprimia o desejo de buscar a coexistência pací� ca entre os dois sistemas ideológicos. 04. (CFTMG 2018) Leia o trecho da história em quadrinhos “Quarteto Fantástico“. Sabendo-se que o “Quarteto Fantástico” foi publicado pela primeira vez nos Estados Unidos em 1965, o episódio reproduzido acima ocorre no contexto do(s) a) enfrentamento conhecido como a crise dos mísseis de Cuba. b) confrontos armados envolvendo a União Soviética e os Estados Unidos. c) con� ito diplomático entre o programa espacial chinês e o estadunidense. d) embates tecnológicos protagonizados pelas maiores potências da Guerra Fria. 05. (IMED 2018) Leia o fragmento da matéria abaixo: Foi uma divisão violenta. Cerca de 1 milhão de pessoas morreram em consequência dela, e milhões foram deslocadas e afastadas de suas regiões de origem. O subcontinente indiano, que era o lar de gente de várias con� ssões, foi dividido e mutilado. Uma nação foi extraída à força dele, com base na religião, na alteridade e na descon� ança. Ela foi chamada Paquistão. As dores do parto, as graves lesões corporais, o sofrimento físico e emocional nunca deixaram a antiga colônia britânica. Em 2017, quando Índia e Paquistão celebram o 70º aniversário de sua independência, os sentimentos de divisão e separação continuam intactos, exatamente como eram na meia-noite de 14 de agosto de 1947. (Fonte: http://www.dw.com/pt-br/opini%C3%A3o-70-anos-de-%C3% B3dio-entre-%C3%ADndia-e-paquist%C3%A3o/a-40087613. Acesso em 03 de outubro de 2017.) Uma das razões que leva à rivalidade entre Paquistão e Índia é disputa por uma região que tem partes controladas pelos dois países, o nome deste território é: a) Tibet. b) XinJiang. c) Senkaku. d) Caxemira. e) Chechênia. 06. ((VUNESP) (...) um con� ito ideológico, político e econômico marcado pelos antagonismos e hostilidades entre dois blocos: o de países capitalistas, liderados pelos Estados Unidos, e o de países socialistas, conduzidos pela União Soviética. Cada bloco contava com o apoio de vários países, articulados entre si em virtude de ajuda � nanceira e militar. (Cabrini, Catelli, Montellato. História temática: o mundo dos cidadãos) O trecho trata: a) do aparecimento das ideias socialistas. b) dos antecedentes da Revolução Francesa. c) da ascensão do totalitarismo nazifascista. d) dos motivos da Segunda Guerra Mundial. e) do período conhecido como Guerra Fria. 409 GUERRA FRIA I PROMILITARES.COM.BR 07. Com a morte de Stálin em 1953, a União Soviética passou por um processo que pode ser caracterizado como: a) queda nas tensões entre Estados Unidos e União Soviética. b) aumento da corrida armamentista, com os soviéticos conseguindo produzir sua bomba atômica. c) enfraquecimento da União Soviética, levando ao seu � m em 1960. d) a vitória do capitalismo sob o comunismo. e) o início da Guerra Fria. 08. Ao longo da guerra fria, a expressão “cortina de ferro” foi utilizada para simbolizar: a) a invasão da península coreana em 1950 por forças japonesas. b) a divisão da Europa entre o bloco capitalista e bloco comunista. c) o embargo econômico feito contra Cuba. d) o envio de tropas americanas para garantir a independência do Vietnã do Sul. e) a construção do muro de Berlim no ano de 1949. 09. Em 1947, os Estados Unidos lançaram um plano econômico para a recuperação da economia europeia e consolidação dos princípios capitalistas na Europa Ocidental. Tal plano � cou conhecido como: a) Plano Colombo. b) Comecon. c) Aliança para oProgresso. d) Doutrina Truman. e) Plano Marshall. 10. (IFCE 2012) Em 1947, visando a reduzir possíveis in� uências soviéticas no mundo ocidental, os americanos colocaram em prática um plano econômico de auxílio aos países europeus, denominado a) Plano Truman. b) Plano Cohen. c) Plano Marshall. d) Plano McCarthy. e) Planos Quinquenais. EXERCÍCIOS DE TREINAMENTO 01. (UNICAMP 2019) A propaganda através de inscrições e desenhos em muros e paredes é uma parte integrante da Paris revolucionária de Maio de 1968. Ela se tornou uma atividade de massa, parte e parcela do método de autoexpressão da Revolução. (Adaptado de SOLIDARITY, Paris: maio de 68. São Paulo: Conrad, 2008, p. 15.) Considerando o texto e a imagem anteriores, assinale a alternativa correta sobre o movimento de Maio de 1968. a) In� uenciado pela política de Estado da União Soviética, as manifestações de 1968 foram desencadeadas pelos operários franceses, que exigiam melhores condições de trabalho, por meio das pichações em muros espalhados pela cidade. b) In� uenciado pelo contexto cultural da Guerra Fria, as manifestações de 1968 tinham como palavras de ordem a liberdade de expressão política e sexual, como se via nas inscrições nos muros de Paris. c) In� uenciado pelos movimentos punk-anarquistas ingleses, as manifestações de 1968 na França foram responsáveis pelo enfraquecimento do então presidente Charles De Gaulle e seu lema aparecia em inscrições nos muros. d) In� uenciado por ideias esquerdistas, comunistas e anarquistas, as manifestações de 1968 � caram restritas às camadas populares francesas, sendo que as inscrições nos muros das cidades indicavam o grupo social responsável. 02. (UERJ 2019) Observe a tirinha. Quino (adaptado) Na esfera das relações internacionais, o contexto histórico ao qual a personagem faz referência era marcado por uma divisão do mundo decorrente, sobretudo. do seguinte fator: a) disputa religioso-cultural. b) antagonismo étnico-linguístico. c) bipolaridade político-ideológica. d) rivalidade � nanceiro-comercial. 03. (UERJ 2019) Veja a imagem a seguir: O cartaz acima foi utilizado como instrumento de propaganda do Plano Marshall, principal iniciativa dos Estados Unidos para a reconstrução dos países aliados após a Segunda Guerra Mundial. Considerando a imagem e seu contexto histórico, um objetivo do governo estadunidense ao implementar esse plano foi: a) estatizar o setor industrial continental. b) estabelecer o mercado comum europeu. c) consolidar o bloco geopolítico ocidental. d) preservar o interesse colonial metropolitano. 410 GUERRA FRIA I PROMILITARES.COM.BR 04. (UEM 2018) Em 1964, o Presidente do Brasil, eleito democraticamente, foi deposto por um golpe de Estado que envolveu forças civis e militares. No período de 21 anos (1964-1985), cinco generais do exército se sucederam na Presidência da República. Em razão das características oligárquicas e antidemocráticas do exercício do poder político, esse período é classi� cado como uma ditadura militar. A respeito da ditadura militar no Brasil, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) O golpe militar no Brasil foi um acontecimento isolado e não se relacionou à Guerra Fria e a outras ditaduras implantadas na América Latina naquele mesmo período. 02) Aproximadamente dois anos após o golpe, foi formada uma Frente Ampla de oposição que reuniu tanto políticos afastados do poder pelos militares quanto apoiadores do golpe. No entanto, seus principais líderes foram perseguidos, tiveram seus direitos políticos cassados e foram exilados. 04) Em dezembro de 1968, o Ato Institucional número 5 (AI-5) determinou o fechamento do Congresso Nacional e estabeleceu que o Presidente da República poderia legislar em seu lugar, suspendendo direitos políticos e garantias constitucionais individuais. 08) Logo após a instituição do Ato Institucional número 5 (AI-5), o General Costa e Silva, então presidente, sofreu um derrame. Seu vice não era militar e foi impedido de assumir a presidência pelos militares, que indicaram o general Emílio Garrastazu Médici para o cargo. 16) Após o golpe, todos os partidos políticos existentes foram extintos, e foram criados dois novos partidos: a Aliança Renovadora Nacional (Arena), formada por políticos que apoiavam os militares no poder, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), oposição consentida pelos militares. 05. (FATEC) “É lógico que os EUA devem fazer o que lhes for possível para ajudar a promover o retorno ao poder econômico normal do mundo, sem o que não pode haver estabilidade política nem garantia de Paz.” (Plano Marshall - 5.VI.1947) O Plano Marshall se constituiu: a) na principal meta da política externa norte-americana, que era paci� car o Extremo Oriente. b) num projeto de ajuda industrial aos países da América Latina. c) num importante instrumento de expansão do comunismo na Europa. d) na de� nição da política externa isolacionista dos EUA, paralela à montagem do complexo industrial militar. e) num dos meios de penetração dos capitais norte-americanos nas economias europeias. 06. (UECE 2018) No ano de 1963, John F. Kennedy proferiu um discurso na cidade de Berlim. Com um charmoso sotaque americano, ele disse a frase que entrou para a História: “Há dois mil anos o maior orgulho era poder dizer-se: Civis Romanus Sum [Sou cidadão romano]. Hoje, no mundo livre, o maior orgulho é poder dizer-se Ich bin ein Berliner [Sou um berlinense]”. A visita do presidente americano a essa cidade ocorreu em um contexto difícil, iniciado em 1961, com a construção do muro que signi� cou a a) materialização da Guerra Fria em Berlim. b) idealização do desenvolvimento capitalista alemão. c) efetivação da expansão comunista europeia em Berlim. d) marca da superioridade expansionista alemã. 07. (UEPG 2018) De acordo com o sociólogo Raymond Aron, ao � nal da II Guerra Mundial, era improvável a ocorrência de um novo con� ito de grande porte em razão do arsenal militar que países como Estados Unidos e União Soviética possuíam. Caso ocorresse, tal con� ito colocaria o mundo em risco. Em razão disso, o cenário político internacional foi marcado por disputas localizadas em diversos continentes e por uma disputa político-diplomática intensa entre norte-americanos e soviéticos, a chamada Guerra Fria. A respeito desse tema, assinale o que for correto. 01) A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) foi uma organização criada e capitaneada pela União Soviética para formalizar a existência e alinhamento de um bloco de países socialistas durante a Guerra Fria. 02) A derrubada do Muro de Berlim, ocorrida em 1989, simbolizou o processo de distensão política que levou ao � m da Guerra Fria. 04) A Guerra da Coreia e a Guerra do Vietnã são expressões claras de con� itos localizados, típicos da Guerra Fria. Como consequência, ambas as Guerras terminaram com a divisão entre os países em áreas controladas por soviéticos e norte-americanos. 08) O Macarthismo foi um movimento que se originou nos Estados Unidos no imediato pós-guerra e que se caracterizou pela formação de um bloco de artistas, políticos e intelectuais norte- americanos que apoiavam a União Soviética e o comunismo. 16) Cortina de Ferro foi o nome da operação militar norte-americana voltada para o isolamento de Cuba e para o controle dos países sul-americanos com objetivo de impedir o avanço do comunismo nessa região do continente. 08. (UTFPR 2018) Na década de 1950, nos Estados Unidos, eram comuns livros, pan� etos, informativos no cinema, palestras em escolas, entrevistas com cientistas em meios de comunicação de massa, com o objetivo de ensinar a população como se proteger de um ataque atômico vindo da União Soviética. O temor de uma guerra nuclear assolou o mundo durante 45 anos. Assinale a alternativa que apresenta o termo como � caram conhecidas as tensões nas relações internacionais entre as duas potências políticas e militares. a)Guerra do Vietnã b) Guerra das Duas Rosas c) Guerra Fria d) Guerra das Coreias e) Guerra dos Dois Mundos 09. (UNESP 2018) A participação norte-americana na Guerra do Vietnã, entre 1961 e 1973, pode ser interpretada como a) uma ação relacionada à defesa da liberdade, num contexto de expansão do anarquismo nos continentes asiático e africano. b) um recuo na política de boa vizinhança que caracterizou a ação diplomática e comercial dos Estados Unidos após a Segunda Guerra. c) a busca de recursos naturais e fontes de energia que ampliariam a capacidade de produção de armamentos nos Estados Unidos. d) o esforço de contenção da in� uência soviética sobre a China, o Japão e os países do Sul e Sudeste asiático. e) um movimento dentro da lógica da Guerra Fria, voltado ao fortalecimento da posição geoestratégica dos Estados Unidos. 10. (ESPM 2018) Nessa ofensiva, o exército do Vietnã do Norte atacaria as províncias do Norte do Vietnã do Sul, enquanto os vietcongues tentariam atacar todas as cidades e centros administrativos, principalmente Saigon. Ela ocorreu em 31 de janeiro de 1968, durante os feriados do primeiro dia do ano lunar vietnamita – O Tet – daí ter � cado conhecida como ofensiva do Tet. (Nelson Bacic Olic. A Guerra do Vietnã) Em linhas gerais os objetivos da famosa ofensiva do Tet eram: a) provocar o colapso do exército do Vietnã do Sul, abalar a determinação política de os EUA se manterem na guerra e contribuir para a intensi� cação de movimentos contrários à guerra nos EUA e em outras partes do mundo. 411 GUERRA FRIA I PROMILITARES.COM.BR b) liquidar de� nitivamente com o con� ito, pois, quando da ofensiva, as forças norte-americanas já haviam deixado o território do Vietnã e a vitória dos norte-vietnamitas e vietcongues era inevitável. c) obter repercussão internacional e assim convencer o governo da URSS a apoiar, diretamente, o Vietnã do Norte e o Vietcong, com o envio de tropas. d) obter repercussão internacional e com isso conseguir o apoio direto da China por meio do envio de tropas que auxiliariam o Vietnã do Norte e o Vietcong. e) convencer a ONU a acelerar a aplicação do Tratado de Paris que já havia determinado a retirada dos EUA da guerra e o � nal do con� ito. EXERCÍCIOS DE COMBATE 01. (UERJ 2014) Em 25 de junho de 1950, tropas da Coreia do Norte ultrapassaram o Paralelo 38, que delimitava a fronteira com a Coreia do Sul. Com a aprovação do Conselho de Segurança da ONU, quinze países enviaram tropas em defesa da Coreia do Sul, comandadas pelo general norte-americano Douglas MacArthur. Após três anos de combate, foi assinado um armistício em 27 de julho de 1953, mantendo a divisão entre as Coreias. (Adaptado de cpdoc.fgv.br.) O governo norte-coreano anunciou recentemente que não mais reconheceria o armistício assinado em 1953, o que trouxe novamente ao debate o episódio da Guerra da Coreia. O fator que explica a dimensão assumida por essa guerra na década de 1950 está apresentado em: a) mundialização do acesso a fontes de energia. b) bipolaridade das relações políticas internacionais. c) hegemonia soviética em países do Terceiro Mundo. d) criação de multinacionais japonesas no extremo Oriente. 02. (UERJ 2018) Veja a imagem a seguir: Star Trek ou “Jornada nas Estrelas”, um clássico da � cção cientí� ca, completou 50 anos de existência em 2016. A série mostrava as aventuras da tripulação da nave USS Enterprise no século XXIII, com mundos e raças alienígenas convivendo. Ao fazer analogias com situações da época, abordava questões sociais contemporâneas em um contexto futurista. O elenco era bem diferenciado, apresentando uma mulher negra, um asiático e um russo, que trabalhavam juntos e com papéis de destaque. O monólogo de introdução em cada episódio a� rmava: “Estas são as viagens da nave estelar Enterprise. Em sua missão de cinco anos, para explorar novos mundos, para pesquisar novas vidas, novas civilizações, audaciosamente indo aonde nenhum homem jamais esteve”. (Adaptado de gamehall.uol.com.br.) O desenvolvimento dos conhecimentos no campo da astronomia amplia a visão cósmica, como lembra o texto do físico Marcelo Gleiser, e as novas possibilidades de intervenção humana repercutem na produção de textos e � lmes de � cção cientí� ca, a exemplo da série televisiva “Jornada nas Estrelas”. De acordo com a reportagem, os episódios da série � zeram analogias com situações das décadas de 1960 e 1970 ao tematizar os seguintes tópicos: a) avanço cientí� co e controle territorial. b) corrida espacial e diversidade étnica. c) uniformização cultural e expansionismo militarista. d) globalização econômica e dominação imperialista. 03. (PUC-PR 2018) Leia a notícia abaixo e assinale a alternativa que elenca CORRETAMENTE os motivos que levaram à separação da Alemanha em dois países diferentes (Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental) durante o século XX. Helmut Kohl, que morreu na manhã desta sexta-feira aos 87 anos em sua casa de Ludwigshafen, [...] foi o chanceler da uni� cação alemã. [Sem ele], esse acontecimento fundamental para a história da Europa não se teria produzido no curto espaço de onze meses entre 9 de novembro de 1989, dia da queda do Muro de Berlim, e 3 de outubro de 1990, quando os seis landers da antiga República Democrática da Alemanha foram incorporados à República Federal e diretamente integrados à então chamada Comunidade Europeia. (Fonte: Bassets, LLuís. Morre Helmut Kohl, o europeísta em estado puro que uni� cou a Alemanha. El País – edição Brasil. 16 de junho de 2017. Disponível em http://brasil.elpais.com/ brasil/2017/06/16/internacional/1497626619_312475.html. Acesso em 12 de junho de 2017.) a) A separação da Alemanha em dois países (República Democrática e República Federal) consolidou a divisão política do povo alemão durante o domínio nazista: no lado Oriental, concentraram-se os partidários do Partido Nacional-Socialista após 1945, enquanto que o lado Ocidental reunia a democracia cristã e os partidos liberais. b) A separação política do território alemão foi um desdobramento da Segunda Guerra Mundial, que criou duas zonas de in� uência no território europeu: uma, de domínio soviético, englobava a República Democrática da Alemanha, e outra, liderada por Reino Unido, França e Estados Unidos, da qual fazia parte a República Federal. c) A cisão política do território alemão é uma consequência do impasse militar gerado pela invasão de Berlim pelas tropas soviéticas ao leste e pelo exército norte-americano a oeste daquela cidade; como nenhum dos lados conseguiu a hegemonia do território, a solução política foi a separação entre duas Alemanhas. d) A vitória dos Aliados na Segunda Grande Guerra levou à concentração do que restou do exército nazista na porção oriental do território alemão, reconhecido como país independente na conferência de Potsdam em 1948. e) A separação das duas Alemanhas re� ete a polarização existente na sociedade germânica sobre a integração ou isolacionismo frente à União Europeia pós-Segunda Grande Guerra, colocando, do lado Oriental, os partidários da adesão ao bloco europeu e, no bloco Ocidental, os defensores da soberania do estado alemão. 04. (FAMERP 2017) Essa Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética, e que envolve igualmente suas respectivas “áreas de in� uência”, apresenta inúmeros aspectos ou facetas: a corrida armamentista, a corrida espacial, os tratados e acordos militares (especialmente a OTAN e o Pacto de Varsóvia), a “ideologia da Guerra Fria”, como forma de controle sobre populações e Estados, a espionagem e os apoios ou incentivos a golpes militares e a oposições de governos aliados da outra superpotência. Di� cilmente um Estado consegue dispor livremente de uma real autonomia nesse contexto: as pressões dos dois lados são fortes e e� cazes, obrigando esse Estado a procurar se posicionar frente à guerra fria e encetar apoios e negócios com uma das superpotências. (José WilliamVesentini. Imperialismo e geopolítica global, 1987.) 412 GUERRA FRIA I PROMILITARES.COM.BR O texto caracteriza a Guerra Fria como a) um processo complexo, que envolveu desde questões militares até propagandas e resultou no domínio de grande parte do planeta pelas duas superpotências. b) uma disputa diplomática, que se desenvolveu no interior dos órgãos internacionais e provocou interferências apenas na política interna das duas superpotências. c) um binarismo primário, que se resumiu ao embate militar direto entre as duas superpotências e alijou os demais países das discussões políticas internacionais. d) um esforço para impedir que a propaganda liberal, liderada pela União Soviética, avançasse sobre o planeta e suprimisse as liberdades vividas no Ocidente. e) uma tentativa de impedir que a hegemonia norte-americana se impusesse sobre todo o planeta e submetesse a burguesia aos interesses do proletariado mundial. 05. (UFJF-PISM 3 2017) Observe as imagens abaixo que correspondem ao período da Revolução Cultural da China e responda à questão solicitada: a) centrar esforços no sentido de difundir a educação superior na China de modo a formar um capital humano mais quali� cado no país. b) impulsionar a democratização das instituições políticas chinesas para combater ações orientadas para a centralização burocrática. c) incentivar a publicação de livros e a constituição de bibliotecas pelo território chinês de modo a contribuir com o combate às altas taxas de analfabetismo. d) promover a perseguição a vários intelectuais considerados como inimigos do processo revolucionário em curso na China. e) valorizar o debate público em locais abertos e o pensamento divergente como forma de incentivar a pluralidade de visões sobre o regime chinês. 06. (UDESC 2017) Em 13 de agosto de 1961 teve início a construção do Muro de Berlim. Este, que tinha por objetivo separar a Alemanha Ocidental da Alemanha Oriental, tornou-se um símbolo do período comumente conhecido como Guerra Fria. Em relação ao período da Guerra Fria, assinale a alternativa correta. a) A chamada polarização política afetava diretamente a vida cotidiana em ambos os lados. No lado ocidental, jornais, cinema e televisão foram amplamente utilizados na divulgação do “american way of life”. Vários cidadãos americanos foram perseguidos, presos ou rechaçados por defenderem ideias próximas ao socialismo. b) A designação “Guerra Fria” refere-se a um con� ito exclusivamente ideológico. Neste período houve uma estagnação na produção bélica, tanto nos países da OTAN quanto nos que subscreviam o Pacto de Varsóvia. c) O fortalecimento dos partidos de esquerda ao longo dos anos 60 na América Latina foi uma consequência direta da in� uência soviética. Vale lembrar que entre os países participantes do Pacto de Varsóvia, e portanto comunistas, � guravam URSS, Cuba, Coreia do Norte, China, Venezuela e Brasil. d) Nos países sob a in� uência da URSS não havia qualquer forma de policiamento ou controle ideológico da população. e) Além dos enfrentamentos armados diretos entre a URSS e os EUA, ambos os países alimentavam con� itos armados entre outros países visando, entre outros motivos, ao aumento e a manutenção de suas áreas de in� uência. A guerra do Vietnã pode ser citada como exemplo. 07. (UPE-SSA 3 2016) Logo após a Segunda Guerra Mundial, os EUA surgiram como maior potência do planeta, e a URSS, como sua rival. A disputa política, diplomática e militar entre ambos, chamada de Guerra Fria, impulsionou o desenvolvimento cientí� co e tecnológico de maneira jamais vista. Rapidamente, essa corrida generalizou-se para outras áreas, inclusive na exploração do espaço. (MELO, Cristiano Fiorillo de; WINTER, Othon Cabo. A Era Espacial. São Paulo: UNESP.) No contexto citado, a corrida espacial teve como principal consequência política a conclusão o� cial da Guerra Fria com a construção de um mundo unipolar. a) a� rmação da supremacia tecnológica soviética sobre as demais potências mundiais. b) de� agração o� cial do con� ito pelas duas potências no intuito de controlar a nova dimensão militar, o espaço. c) diminuição da zona de in� uência dos EUA que passam a contar com ampla concorrência da China comunista. d) realização do projeto de cooperação Apollo-Soyuz, que uniu os esforços dos Estados Unidos e da União Soviética. 413 GUERRA FRIA I PROMILITARES.COM.BR 08. (CFTMG 2016) A Segunda Guerra Mundial mal terminara quando a humanidade mergulhou no que se pode encarar, razoavelmente, como uma Terceira Guerra Mundial, embora uma guerra muito peculiar. A Guerra Fria entre EUA e URSS, que dominou o cenário internacional na segunda metade do Breve Século XX, foi sem dúvida um desses períodos. Gerações inteiras se criaram à sombra de batalhas nucleares globais que, acreditava-se � rmemente, podiam estourar a qualquer momento, e devastar a humanidade. Não aconteceu, mas por cerca de quarenta anos pareceu uma possibilidade diária. (Adaptado de: HOBSBAWM, E. J. Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 224.) Sobre esse contexto histórico, pode-se a� rmar que a) a corrida armamentista produziu a possibilidade de o mundo autodestruir-se algumas vezes. b) a Guerra Fria evitou as guerras regionais, pois impedia o embate aberto e o uso de armas nucleares. c) os testes nucleares geraram a sensação de que tais armas di� cilmente seriam usadas em uma guerra efetiva. d) as duas superpotências dividiram o mundo em áreas de in� uência que permaneceram intocáveis durante o período. 09. (ESPM 2016) Figura polêmica da dramaturgia hollywoodiana, Dalton Trumbo foi o cria dor de uma penca de roteiros brilhantes, alguns premiados com o Oscar. Atualmente em cartaz a cinebiogra� a Trumbo – A lista negra, baseada em obra de 1977 do jornalista Bruce Cook, centra-se no período em que Trumbo e dezenas de colegas tornaram-se alvo do Macarthismo. (Carta Capital, 18/3/2016.) O Macarthismo foi: a) uma perseguição a artistas e intelectuais considerados simpatizantes do nazismo. b) uma perseguição, verdadeira caça às bru xas, a artistas e intelectuais simpatizantes do comunismo. c) uma perseguição a todos os que se mani festavam pelo paci� smo e contra os testes nucleares. d) uma campanha que pregava o fechamen to das fronteiras dos Estados Unidos para refugiados da Segunda Guerra Mundial. e) uma campanha que pregava o fechamen to da fronteira dos Estados Unidos para mexicanos. 10. (ESPCEX 2014) Após cerca de 3 (três) anos de intensos combates e milhões de baixas, em julho de 1953, foi assinado o Armistício de Panmunjon, que con� rmou a divisão da Coreia. Leia as a� rmações abaixo. I. O Armistício de Panmunjon, selou a paz de� nitiva entre as duas Coreias e os Estados Unidos. II. O con� ito iniciou-se com um ataque surpresa de tropas da República Popular da Coreia, ao vizinho do Sul, em junho de 1950. III. O Armistício de Panmunjon acirrou as diferenças ideológicas entre os Estados Unidos (capitalista) e a União Soviética (socialista), dando início à Guerra Fria. IV. Durante o con� ito, o Conselho de Segurança da ONU autorizou o envio de tropas internacionais para a região, sob o comando do general estadunidense Douglas MacArthur. Estão corretas a) as a� rmativas I, II, III e IV. b) apenas as a� rmativas I e II. c) apenas as a� rmativas II e III. d) apenas as a� rmativas II e IV. e) apenas as a� rmativas I e III. GABARITO EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01. C 02. C 03. A 04. D 05. D 06. E 07. A 08. B 09. E 10. C EXERCÍCIOS DE TREINAMENTO 01. B 02. C 03. C 04. SOMA: 30 05. E 06. A 07. SOMA: 02 08. C 09. E 10. A EXERCÍCIOS DE COMBATE 01. B 02. B 03. B 04. A 05. D 06. A 07. E 08. A 09. B 10. D ANOTAÇÕES 414 GUERRA FRIA I PROMILITARES.COM.BR ANOTAÇÕES
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