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Arcadismo: A Nova Estética Literária

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59PROMILITARES.COM.BR
ARCADISMO
Quando estudamos o Barroco, vimos que se tratava de um 
movimento muito preso à religiosidade. A partir da primeira metade 
do século XVIII, houve grande decadência do pensamento barroco. 
Diversos fatores históricos foram responsáveis por promover mudanças, 
que alteraram também a relação do homem com a escrita e com as 
artes. Assim, surgiu uma nova estética em meados do referido século, 
chamada de Arcadismo. A � m de facilitar o entendimento sobre o 
assunto, mostraremos, neste módulo, o contexto europeu e também 
brasileiro que propiciou transformações também no campo das artes. 
INTRODUÇÃO
Em meados do século XVIII, na Inglaterra e na França, a burguesia 
nascente passou a dominar a economia do Estado. O pensamento 
burguês espalhou-se para outras partes do velho continente.
Em 1748, Montesquieu publicou O espírito das leis, obra na qual 
propôs a divisão do governo em três poderes (executivo, legislativo e 
judiciário). Posteriormente, o pensamento de Jean-Jacques Rousseau 
ganhou visibilidade, propagando-se o ideal do “bom selvagem”. Tem-
se, então, a configuração de uma época centrada no pensamento 
racional e voltada para discussões que envolviam aspectos políticos e 
sociais. Assim, o Iluminismo expôs teses que defendiam uma divisão 
mais equilibrada do poder. 
Além disso, houve, no mesmo período, intensificação da 
atividade comercial pela burguesia, favorecida por inventos como o 
tear mecânico e a máquina a vapor, marcos da Revolução Industrial. 
Os trabalhadores deixam o campo e passam a trabalhar nas cidades. 
Os espaços urbanos tornaram-se inchados e sem infraestrutura 
para oferecer condições mínimas de moradia. Esta desenfreada 
modernização despertou nos poetas certa nostalgia pela vida 
campestre, levando-os a explorar a temática do pastoralismo. Com 
isso, surgiu a poesia árcade na Europa. 
PANORAMA HISTÓRICO
No Brasil, o século XVIII destaca-se por ter marcado o início 
das atividades de escritores enquanto grupo. Fundaram-se várias 
sociedades literárias em diferentes partes do território. Assim, o 
Arcadismo brasileiro constituiu o primeiro esforço conjunto de criação 
de uma literatura nacional embora isso tenha acontecido quando 
ainda éramos uma colônia, que pautava a própria escrita nos modelos 
europeus. 
Ademais, o momento em questão é marcado pelo desenvolvimento 
cultural das regiões que até então estavam isoladas: Minas Gerais, Rio 
de Janeiro e São Paulo. Houve descoberta de ouro e de outros metais 
preciosos, desencadeando a ocupação de Minas Gerais. 
A metrópole cobrava, nesse momento, altas cargas tributárias. 
A insatisfação com a cobrança de taxas fez com que houvesse 
maior receptividade às ideias iluministas. Desse modo, estimulados 
pela Independência dos Estados Unidos e pelas manifestações pré-
revolucionárias na França, membros da elite de Vila Rica arquitetaram 
a Incon� dência Mineira. 
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO 
ARCADISMO
O termo “Arcadismo” deriva de Arcádia, região da antiga Grécia, 
localizada na parte central do Peloponeso. A região montanhosa era 
habitada por pastores e, desde a Antiguidade, foi exaltada como local 
mítico, em que seus habitantes entremeavam trabalho com poesia, 
exaltando o ambiente rústico em que viviam. 
Na Renascença, a palavra Arcádia simbolizava um lugar ideal para 
se viver, sinônimo de equilíbrio e de serenidade de espírito. O escritor 
italiano Sanazaro (1456-1530) apresenta em seu romance pastoril 
Arcádia grande bonança sentimental. 
No século XVIII, Arcádia passa a designar as agremiações de 
escritores que se reuniam regularmente visando restaurar a sobriedade 
da poesia clássico-renascentista. Esses poetas desejavam uma escrita 
mais simples e equilibrada, contrapondo-se ao estilo barroco. 
Por ter como referência os ideais iluministas, é natural que o 
Arcadismo seja mais racional e exponha um mundo mais simples. 
Além disso, fazem alusão à mitologia. 
Os escritores estão na cidade, mas sentem saudade do campo, 
por isso, o eu lírico árcade vive em um ambiente campestre ideal
e se apresenta como um pastor, portador de uma vida bucólica. No 
plano formal, os escritores farão versos mais simples, sem exageros. 
Junto a isso, escreveram sonetos e priorizaram os versos decassílabos. 
Há forte � ngimento poético e uso de pseudônimos. 
PRECEITOS ÁRCADES
A literatura árcade obedece alguns lemas concebidos na 
Antiguidade Clássica, tais como:
• fugere urbem: “fugir da cidade” – repulsa à intranquilidade 
da vida urbana;
• locus amoenus: “lugar ameno” – busca à serenidade do 
mundo campestre;
• inutila truncat: “cortar o inútil” – escrita mais simples e sem 
exageros;
• áurea mediocritas: “equilíbrio áureo” – crença de que a 
virtude está no meio termo;
• carpe diem: “colher o dia” – convite a aproveitar o momento 
presente.
A PRODUÇÃO NACIONAL
Os escritores nacionais estavam envolvidos na articulação da 
Incon� dência Mineira. Há, neste sentido, um distanciamento entre a 
vida dos escritores e o conteúdo de seus poemas. Isso signi� ca dizer 
que, embora os escritores estivessem em Vila Rica (atual Ouro Preto), 
criavam poemas em que o eu lírico estava totalmente afastado das 
grandes cidades. 
60
ARCADISMO
PROMILITARES.COM.BR
No gênero épico, sobressaem os seguintes trabalhos: 
• O Uraguay (1769), de Basílio da Gama (1741-1795), poema 
em cinco cantos, composto em versos brancos e estrofação 
livre. O tema da epopeia é a luta entre a população indígena 
dos Sete Povos das Missões e o exército luso-espanhol, 
comandado por Gomes Freire de Andrade, responsável 
pela execução dos dispositivos do Tratado de Madri (1750). 
A estrutura do poema rompe com o esquema tradicional 
da épica camoniana, até então dominante. Afasta-se 
também dos cenários bucólicos e das referências mitológicas 
convencionais do Arcadismo, para instaurar um espaço 
mais adequado ao tema: a exaltação do índio como herói, 
pronunciando o indianismo romântico.
• Caramuru (1781), de Santa Rita Durão (1720-1784), poema 
que segue rigorosamente o modelo camoniano, aplicado em 
Os Lusíadas, dez cantos, versos decassílabos organizados em 
oitava-rima. O tema é o naufrágio, o resgate e as aventuras de 
Diogo Álvares Correia (?-1557), apelidado de Caramuru pelos 
índios. O relato é enriquecido por referências a fatos que vão 
desde o “achamento” do Brasil até o século XVIII.
OUTROS NOMES RELEVANTES
TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
A poesia lírica de Tomás A. Gonzaga representa, sem dúvida, o 
melhor momento da criação literária no Brasil do século XVIII. Marília 
de Dirceu, por justiça e por mérito, tornou-se uma das obras de 
maior receptividade na Literatura de língua portuguesa, encantando 
os leitores desde o seu lançamento. Manuel Bandeira afirma que 
“nenhum poema, a não ser Os Lusíadas, tem tido tão numerosas 
edições”. A paixão de um homem por uma adolescente de 17 anos é 
o fio condutor de Marília Dirceu.
A primeira parte reúne 23 liras compostas por Gonzaga desde 
quando conheceu Marília até ser preso pelo envolvimento na 
Conjuração Mineira.
A segunda parte, com 32 liras, foi escrita na prisão, durante os 
três anos em que o poeta � cou aguardando uma de� nição para o seu 
caso. Aliás, o drama político que levou o poeta à separação de� nitiva 
de sua amada, já que foi condenado à permanência de� nitiva na 
África, é um outro fator que desperta interesse em torno da obra.
A terceira parte, de qualidade inferior às outras, exalta outras musas, 
como Nise, Liudora, Elvira e Laura; no entanto, é ainda Marília quem 
inspira os melhores versos da lírica de Gonzaga, especialmente quando 
descreve a natureza brasileira e o ambiente social do ciclo do ouro.
Em Marília de Dirceu, Gonzaga satisfez aos principais cânones 
árcades, como o de cultivar o tão decantado equilíbrio existencial (a 
aurea mediocritas), e ainda o de defender a utopia de que o homem 
que vive próximo à natureza torna-se um ser superior, por depurar 
sua força interior. A sinceridade das confissões e o tom de ingênua 
simplicidadedeste longo poema de amor, no entanto, superam em 
muitos os clichês ditados pelos convencionalismos daquela escola.
Como poeta satírico, Tomás A. Gonzaga produziu as Cartas chilenas, 
que circularam clandestinamente em Vila Rica e registraram a insatisfação 
das elites mineiras para com a administração do governador Cunha 
Menezes, ridicularizado como “Fanfarrão Minésio”. Em 13 cartas, assinadas 
por Critilo (pseudônimo do poeta), escritas em versos decassílabos brancos 
e endereçadas a Doroteu (que se pressupõe ser o amigo Cláudio M. da 
Costa), Gonzaga denunciou as estrepolias e a corrupção produzidas pelo 
“louco chefe asno” e pela corja de velhacos que ele protegia.
A paternidade das Cartas chilenas foi discutida durante muito 
tempo; hoje, após minuciosa pesquisa realizada pelo professor 
Rodrigues Lapa, não se tem mais dúvida de que o autor é realmente 
Tomás Antônio Gonzaga. Suas desventuras políticas tiveram origem 
com essa obra, que representou melhor que qualquer documento 
histórico a vida naquela pequena capital das artes e da luxúria: a 
cidade de Vila Rica do século XVIII.
CLÁUDIO MANUEL DA COSTA 
(GLAUCESTE SATÚRNIO)
Cláudio Manuel da Costa cultivou a poesia bucólica, pastoril, na 
qual menciona a natureza como refúgio:
“Sou pastor; não te nego; os meus montados
São esses, que aí vês; vivo contente
Ao trazer entre a relva � orescente
A doce companhia dos meus gados.”
Ou ainda o sofrimento amoroso, as musas:
“Parece, que estes prados, e estas fontes
Já sabem, que é o assunto da por� a
Nise, a melhor pastora destes montes.”
Deixou-nos também o poema épico Vila Rica, no qual exalta os 
bandeirantes, fundadores das inúmeras cidades na região mineradora, 
e narra a história da atual Ouro Preto, desde a sua fundação.
EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO
01. Quem deixa o trato pastoril amado
Pela ingrata, civil correspondência,
Ou desconhece o rosto da violência,
Ou do retiro a paz não tem provado.
Que bem é ver nos campos transladado
No gênio do pastor, o da inocência!
E que mal é no trato, e na aparência
Ver sempre o cortesão dissimulado!
Ali respira amor sinceridade;
Aqui sempre a traição seu rosto encobre;
Um só trata a mentira, outro a verdade.
Ali não há fortuna, que soçobre;
Aqui quanto se observa, é variedade:
Oh ventura do rico! Oh bem do pobre!
(COSTA, Cláudio Manuel da. Obras poéticas de Glauceste Satúrnio)
No poema, NÃO há a retomada do tema clássico do(a):
a) carpe diem.
b) fugere urbem.
c) locus amoenus.
d) aurea mediocritas.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 02 E 03:
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
61
ARCADISMO
PROMILITARES.COM.BR
Árvores aqui vi tão � orescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
(COSTA, Cláudio Manuel da. Obras poéticas)
02. No contexto em que estão empregados, os termos sítio (1.º verso), 
tímido (4.º verso) e perpétua (10.º verso) signi� cam, respectivamente,
a) acampamento, imaturo e permanente.
b) campo, fraco e imprescindível.
c) fazenda, obscuro e frequente.
d) lugar, receoso e eterna.
e) imediação, inseguro e duradoura.
03. No soneto, o eu lírico expressa-se de forma:
a) eufórica, reconhecendo a necessidade de mudança.
b) contida, descortinando as impressões auspiciosas do cenário.
c) introspectiva, valendo-se da idealização da natureza.
d) racional, mostrando-se indiferente às mudanças.
e) re� exiva, explorando ambiguidades existenciais.
04. Não vês aquele velho respeitável,
que à muleta encostado,
apenas mal se move e mal se arrasta?
Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo,
o tempo arrebatado,
que o mesmo bronze gasta!
Enrugaram-se as faces e perderam
seus olhos a viveza:
voltou-se o seu cabelo em branca neve;
já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo,
nem tem uma beleza
das belezas que teve.
Assim também serei, minha Marília,
daqui a poucos anos,
que o ímpio tempo para todos corre.
Os dentes cairão e os meus cabelos.
Ah! sentirei os danos,
que evita só quem morre.
Mas sempre passarei uma velhice
muito menos penosa.
Não trarei a muleta carregada,
descansarei o já vergado corpo
na tua mão piedosa,
na tua mão nevada.
As frias tardes, em que negra nuvem
os chuveiros não lance,
irei contigo ao prado � orescente:
aqui me buscarás um sítio ameno,
onde os membros descanse,
e ao brando sol me aquente.
Apenas me sentar, então, movendo
os olhos por aquela
vistosa parte, que � car fronteira,
apontando direi: — Ali falamos,
ali, ó minha bela,
te vi a vez primeira.
Verterão os meus olhos duas fontes,
nascidas de alegria;
farão teus olhos ternos outro tanto;
então darei, Marília, frios beijos
na mão formosa e pia,
que me limpar o pranto.
Assim irá, Marília, docemente
meu corpo suportando
do tempo desumano a dura guerra.
Contente morrerei, por ser Marília
quem, sentida, chorando
meus baços olhos cerra.
(Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu e mais poesias. Lisboa) 
A leitura atenta deste poema do livro Marília de Dirceu revela que o eu lírico
a) sente total desânimo perante a existência e os sentimentos.
b) aceita com resignação a velhice e a morte amenizadas pelo amor.
c) está em crise existencial e não acredita na durabilidade do amor.
d) protesta ao Criador pela precariedade da existência humana.
e) não aceita de nenhum modo o envelhecimento e prefere morrer 
ainda jovem.
05. Leia:
Torno a ver-vos, o montes; o destino
Aqui me torna a por nestes oiteiros;
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte rico, e � no.
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus � éis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia,
Que da cidade o lisonjeiro encanto;
Aqui descanse a louca fantasia;
E o que te agora se tornava em pranto,
Se converta em afetos de alegria.
62
ARCADISMO
PROMILITARES.COM.BR
Com relação a esse poema, não é correto a� rmar que:
a) manifesta o contraste entre natureza rústica e so� sticação cultura. 
b) defende o preceito árcade do fugere urbem, valorizando o 
bucolismo como ideal de vida.
c) dirige-se a pastora amada pelo eu-lírico como determina a 
convenção típica da poesia da época.
d) revela resquícios de procedimentos característicos da estética 
barroca, no uso de antíteses e no gosto por oposições.
06. Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche 
corretamente as lacunas do trecho apresentado.
Simpli� cando a linguagem lírica de Cláudio Manuel da Costa, 
mas evitando igualmente a diluição dos valores poéticos no 
sentimentalismo, as _______ mais densas, dedicadas a _______ 
� zeram de _______ uma � gura central do nosso Arcadismo.
a) crônicas - Marília - Dirceu
b) crônicas - Gonzaga - Dirceu
c) sátiras - Dirceu - Gonzaga
d) liras - Gonzaga - Dirceu
e) liras - Marília - Gonzaga
07. No Brasil, o homem de estudo, de ambição e de sala, que 
provavelmente era, encontrou condições inteiramente novas. Ficou 
talvez mais disponível, e o amor por Dorotéia de Seixas o iniciou em 
ordem nova de sentimentos: o clássico � orescimento da primavera 
no outono.
Foi um acaso feliz para a nossa literatura esta conjunção de um 
poeta de meia idade com a menina de dezessete anos. O quarentão 
é o amoroso re� nado, capaz de sentir poesia onde o adolescente só 
vê o embaraçoso cotidiano; e a proximidade da velhice intensi� ca, em 
relação à moça em � or, um encantamento que mais se apura pela 
fuga do tempo e a previsão da morte:
Ah! enquanto os destinos impiedosos
não voltam contra nós a face irada,
façamos, sim, façamos, doce amada,
os nossos breves dias mais ditosos.
(Formação da Literatura Brasileira,de Antonio Candido.)
Em seu texto, Antonio Candido refere-se ao poeta _________, 
que tornou __________ como tema de sua lírica.
Os espaços da frase devem ser preenchidos com:
a) renascentista Luís Vaz de Camões - Inês de Castro
b) árcade Tomás Antônio Gonzaga - Marília
c) romântico Gonçalves Dias - a natureza
d) romântico Álvares de Azevedo - a morte
e) árcade Bocage - Marília
08. Assinale a alternativa correta em relação a “Marília de Dirceu”, de 
Tomás Antonio Gonzaga.
a) No livro, é estabelecido um contraste entre a paisagem, bucólica e 
amena, e o cenário da masmorra, opressivo e triste.
b) Trata-se de um conjunto de cartas de amor, enviadas por Marília, 
de Minas Gerais, a Dirceu, que se encontra em Moçambique.
c) Na obra, o pensamento racional é anulado em favor do 
sentimentalismo romântico.
d) Nas liras de Gonzaga, Marília é uma mulher irreal, incorpórea, 
imaginada pelo pastor Dirceu.
e) Trata-se de um livro satírico, carregado de termos pejorativos em 
relação às convenções da época.
09. Leia as a� rmações abaixo sobre o Arcadismo brasileiro.
I. Os poetas árcades colocavam-se como pastores para realizarem, 
dessa forma, o ideal de uma vida simples em contato com a natureza.
II. O Arcadismo brasileiro, embora tenha reproduzido muito dos 
modelos europeus, apresentou características próprias, como a 
incorporação do elemento indígena e a sátira política.
III. O tema do “Carpe diem”, em que o poeta expressa o desejo 
de aproveitar intensamente o momento presente, fugaz e 
passageiro, foi ignorado pelos árcades brasileiros, excessivamente 
racionalistas.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
10. Leia:
“Tu não verás, Marília, cem cativos
tirarem o cascalho e a rica terra,
ou dos cercos dos rios caudalosos,
ou da minada serra.
Não verás separar ao hábil negro
do pesado esmeril a grossa areia,
e já brilharem os granetes de oiro
no fundo da bateia.”
No trecho de “Marília de Dirceu”, expressões como “cem cativos”, 
“rios caudalosos” e “granetes de oiro” remetem para
a) a pro� ssão de minerador exercida por Dirceu.
b) uma atividade econômica exercida na época.
c) o desagrado de Dirceu em relação à atividade do pai de Marília.
d) preocupações de Dirceu relativas à poluição dos rios.
e) a prosperidade em que vivia o povo brasileiro.
EXERCÍCIOS DE
TREINAMENTO
01. Aponte a alternativa cujo conteúdo não se aplica ao Arcadismo.
a) Desenvolvimento do gênero épico, registrando o início da corrente 
indianista na poesia brasileira.
b) Presença da mitologia grega na poesia de alguns poetas desse período.
c) Propagação do gênero lírico em que os poetas assumem a postura 
de pastores e transformam a realidade num quadro idealizado.
d) Circulação de manuscritos anônimos de teor satírico e conteúdo 
político.
e) Penetração de tendência mística e religiosa, vinculada à expressão 
de ter ou não fé.
02. (ESPCEX/AMAN) A temática do Arcadismo presente nos versos 
abaixo é o:
“Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia,
Que da Cidade o lisonjeiro encanto”
a) “carpe diem”.
b) paganismo.
c) “fugere urbem”.
d) � ngimento poético.
e) louvor histórico.
63
ARCADISMO
PROMILITARES.COM.BR
03. (ESPCEX/AMAN) Considerando a imagem da mulher nas diferentes 
manifestações literárias, pode-se a� rmar que
a) nas cantigas de amor, originárias da Provença, o eu lírico é 
feminino, mostrando o outro lado do relacionamento amoroso.
b) no Arcadismo, a louvação da mulher é feita a partir da escolha 
de um aspecto físico em que sua beleza se iguale à perfeição da 
natureza.
c) no Realismo, a mulher era idealizada como misteriosa, inatingível, 
superior, perfeita, como nas cantigas de amor.
d) a mulher moderna é inferiorizada socialmente e utiliza a 
dissimulação e a sedução, muitas vezes desencadeando crises e 
problemas.
e) a mulher barroca foi apresentada como arquétipo da beleza, 
evidenciando o poder por ela conquistado, enquanto os homens 
viviam uma paz espiritual.
04. (ESPCEX/AMAN) “É o período que caracteriza principalmente 
a segunda metade do século XVIII, tingindo as artes de uma nova 
tonalidade burguesa. Vive-se o Século das Luzes, o Iluminismo 
burguês, que prepara o caminho para a Revolução Francesa.”
O texto acima refere-se ao:
a) Romantismo.
b) Simbolismo.
c) Barroco.
d) Realismo.
e) Arcadismo.
05. (ITA) O poema abaixo é de José Paulo Paes.
BUCÓLICA
O camponês sem terra
Detém a charrua
E pensa em colheitas
Que nunca serão suas.
(Em: Um por todos – poesia reunida. São Paulo: Brasiliense, 1986.)
O texto apresenta:
a) uma oposição campo/cidade, de � liação árcade-romântica.
b) um bucolismo típico da tradição árcade, indicado pelo título.
c) uma representação tipicamente romântica do homem do campo.
d) um contraste entre o arcadismo do título e o realismo social dos versos.
e) uma total ruptura com a representação realista do homem do campo.
06. (UNIFESP)
A conhecida pintura de Pedro Américo (1840-1905) remete a um fato 
histórico relacionado à seguinte escola literária brasileira:
a) Barroco.
b) Arcadismo.
c) Naturalismo.
d) Realismo.
e) Romantismo.
07. (UPE-SSA 1) Sobre a produção do Arcadismo no Brasil, analise as 
a� rmativas a seguir e coloque V nas verdadeiras e F nas falsas.
( ) Tomás Antônio Gonzaga é considerado, ao lado de Cláudio 
Manuel da Costa, ícone da Literatura Árcade. Contudo, os dois 
iniciaram suas produções poéticas de modo diverso: o primeiro 
como poeta árcade e o segundo ainda dentro dos preceitos do 
Barroco.
( ) Tomás Antônio Gonzaga tem a obra poética pertencente a duas 
fases: a primeira é árcade, e a segunda tem traços românticos. 
Além disso, foi poeta satírico em As Cartas Chilenas, e lírico, em 
Marília de Dirceu.
( ) Como poeta árcade, o autor de As Cartas Chilenas utiliza o 
pseudônimo de Dirceu, que nutre amor pela musa Marília. 
Envolvido com o movimento dos incon� dentes, é degredado para 
a África, apenas regressando ao Brasil no � nal da vida.
( ) O autor de Liras de Dirceu revela sentimentalismo e emotividade 
em seus poemas, apontando, assim, para o pré-romantismo, que 
antecede o Arcadismo.
( ) Tendo Tomás Antônio Gonzaga sido preso como incon� dente, 
continuou a escrever poemas mais emotivos e pessimistas, 
passando a falar de si mesmo e lastimando sua condição de 
prisioneiro. A poesia que produz nesse período é a que mais 
contém características do Romantismo.
Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA.
a) F - F - V - V - V
b) F - V - F - V - F
c) V - F - V - V - F
d) V - V - F - F - V
e) V - F - V - F - V
08. (UNESP) Os autores deste movimento pregavam a simplicidade, 
quer nos temas de suas composições, quer como sistema de vida: 
aplaudindo os que, na Antiguidade e na Renascença, fugiam ao 
burburinho citadino para se isolar nas vilas, pregavam a “áurea 
mediocridade”, a dourada mediania existencial, transcorrida sem 
sobressaltos, sem paixões ou desejos. Regressar à Natureza, fundir-se 
nela, contemplar-lhe a quietude permanente, buscar as verdades que 
lhe são imanentes – em suma, perseguir a naturalidade como � loso� a 
de vida.
(Massaud Moisés. Dicionário de termos literários, 2004. Adaptado.)
O comentário do crítico Massaud Moisés refere-se ao seguinte 
movimento literário:
a) Arcadismo.
b) Simbolismo.
c) Romantismo.
d) Barroco. 
e) Naturalismo.
09. (CFTMG)
Que diversas que são, Marília, as horas,
que passo na masmorra imunda e feia,
dessas horas felizes, já passadas
na tua pátria aldeia!
64
ARCADISMO
PROMILITARES.COM.BR
Então eu me ajuntava com Glauceste;
e à sombra de alto cedro na campina
eu versos te compunha, e ele os compunha
à sua cara Eulina.
Cada qual o seu canto aos astros leva;
de exceder um ao outro qualquer trata;
o eco agora diz: Marília terna;
e logo: Eulina ingrata.
Deixam os mesmos sátiros as grutas:
um para nós ligeiro move os passos,
ouve-nos de mais perto, e faz a � auta
cos pés em mil pedaços.
— Dirceu — clama um pastor — ah! bem mereceda cândida Marília a formosura.
E aonde — clama o outro — quer Eulina
achar maior ventura?
Nenhum pastor cuidava do rebanho,
enquanto em nós durava esta por� a;
e ela, ó minha amada, só � ndava
depois de acabar-se o dia.
À noite te escrevia na cabana
os versos, que de tarde havia feito;
mal tos dava e os lia, os guardavas
no casto e branco peito.
Beijando os dedos dessa mão formosa,
banhados com as lágrimas do gosto,
jurava não cantar mais outras graças
que as graças do teu rosto.
Ainda não quebrei o juramento;
eu agora, Marília, não as canto;
mas inda vale mais que os doces versos
a voz do triste pranto.
(GONZAGA, Tomás Antônio. Tomás Antônio Gonzaga [Org. Lúcia Helena]. 
Rio de Janeiro: Agir, 1985. p. 114. [Coleção Nossos Clássicos, v.114].)
O poema, exemplar do Arcadismo brasileiro, caracteriza-se pela:
a) adoção da convenção pastoral.
b) interlocução direta com o leitor.
c) estruturação em forma de soneto.
d) retomada da temática do carpe diem.
10. (UPE-SSA 1) Do século XVI até meados do século XVIII, duas 
manifestações estéticas são de extrema relevância para a formação da 
literatura brasileira: o Barroco e o Arcadismo. Para re� etir sobre esses 
dois momentos e responder à questão, leia os textos a seguir.
Texto 1:
Discreta, e formosíssima Maria,
Enquanto estamos vendo claramente
Na vossa ardente vista o sol ardente,
E na rosada face a Aurora fria.
Enquanto pois produz, enquanto cria
Essa esfera gentil, mina excelente
No cabelo o metal mais reluzente,
E na boca a mais � na pedraria.
Gozai, gozai da � or da formosura,
Antes que o frio da madura idade
Tronco deixe despido, o que é verdura.
Que passado o zenith da mocidade,
Sem a noite encontrar da sepultura, 
É cada dia ocaso da beldade. 
(Gregório de Matos)
Texto 2:
Brandas ribeiras, quanto estou contente
De ver-nos outra vez, se isto é verdade!
Quanto me alegra ouvir a suavidade,
Com que Fílis entoa a voz cadente!
Os rebanhos, o gado, o campo, a gente,
Tudo me está causando novidade:
Oh como é certo, que a cruel saudade
Faz tudo, do que foi, mui diferente!
Recebei (eu vos peço) um desgraçado,
Que andou té agora por incerto giro
Correndo sempre atrás do seu cuidado:
Este pranto, estes ais, com que respiro,
Podendo comover o vosso agrado,
Façam digno de vós o meu suspiro.
(Cláudio Manoel da Costa)
Sobre os textos 1 e 2 e seus respectivos autores, analise as seguintes 
proposições.
I. Pode-se a� rmar que uma das características do Barroco, presente 
no texto 1, é o tema da efemeridade da vida, como pode ser 
percebido no primeiro terceto.
II. Gregório de Matos foi um repentista, que sabia improvisar; 
um menestrel baiano que buscava inspiração no cotidiano, nas 
circunstâncias da vida, quer seja pelo êxtase religioso quer pelo afetivo.
III. O texto 1 é marcado pela temática do Carpe Diem, característica 
notável também do Barroco.
IV. O texto 2 tem sua temática ligada ao pastoralismo, ao bucolismo 
e remete à mitologia grega.
V. Cláudio Manoel da Costa, cujo nome pastoral é Glauceste 
Satúrnio, tem forte in� uência dos padrões cultistas, elevada 
inventividade lírica e deseja exprimir a realidade de seu país.
Estão CORRETAS, apenas:
a) I, II, III e IV.
b) II, III, IV e V.
c) I, II e V.
d) III e IV.
e) II e V.
EXERCÍCIOS DE
COMBATE
01. Sobre o arcadismo brasileiro, é correto a� rmar que:
a) O arcadismo pregava a ressurreição do ideal clássico, visando a 
resgatar os valores antropocêntricos do Renascimento.
b) Marília de Dirceu foi um dos grandes poemas do arcadismo, 
cujo autor, Claudio Manuel da Costa, apresenta um eu lírico 
apaixonado, que expõe o con� ito do amor de sua amada e a 
objeção do pai da moça.
c) Em Caramuru, Frei José de Santa Rita Durão faz uma ode aos 
heróis indígenas que habitavam a Bahia, no período da chegada 
da frota de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.
65
ARCADISMO
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d) Em O Uraguai, o herói Gomes Freire de Andrade divide as honras 
com Cacambo, herói indígena. Poemeto épico, Silva Alvarenga traz o 
período da guerra dos portugueses e espanhóis contra os indígenas e 
jesuítas em Sete Povos das Missões do Uruguai, em 1759.
e) Alvarenga Peixoto, em Glaura, apresenta-nos poemas eróticos 
utilizando-se de técnicas como a alegoria e o gesto teatral, as 
quais distingue sua produção de seus contemporâneos.
02. Leia o texto abaixo para responder à questão a seguir.
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
que viva de guardar alheio gado,
de tosco trato, de expressões grosseiro,
dos frios gelos e dos sóis queimado.
Tenho próprio 1casal e nele 2assisto;
dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
das brancas ovelhinhas tiro o leite,
e mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
graças à minha estrela!
(...)
Tu não verás, Marília, cem cativos
tirarem o cascalho e a rica terra,
ou dos cercos dos rios caudalosos,
ou da minada serra.
Não verás separar ao hábil negro
do pesado esmeril a grossa areia,
e já brilharem os granetes de oiro
no fundo da 3bateia.
(...)
Não verás enrolar negros pacotes
das secas folhas do cheiroso fumo;
nem espremer entre as dentadas rodas
da doce cana o sumo.
Verás em cima da espaçosa mesa
4altos volumes de enredados feitos;
ver-me-ás folhear os grandes livros,
e decidir os pleitos.
Enquanto revolver os meus consultos,
tu me farás gostosa companhia,
lendo os fastos da sábia, mestra História,
e os cantos da poesia.
(Tomás A. Gonzaga, Marília de Dirceu.)
Glossário:
1casal: pequena propriedade rural.
2assisto: resido, moro.
3bateia: utensílio empregado no garimpo; espécie de gamela.
4altos volumes: referência a processos judiciais, pois o poeta era magistrado.
O excerto contém versos que atestam, de modo enfático, que, no 
Brasil, o Arcadismo, também chamado de Neoclassicismo,
a) desenvolveu-se em meio rural, ao contrário do caráter citadino 
que tinha no Velho Mundo.
b) procurou situar na realidade local os temas e formas de sua matriz 
europeia.
c) tornou-se nacionalista, abandonando o internacionalismo que é 
inerente a sua � liação classicista.
d) repudiou, em nome do maravilhoso cristão, as referências à 
mitologia pagã, greco-latina.
e) imiscuiu-se na política, o que lhe prejudicou a integridade estética.
03. (PUC-CAMP) Paralelos históricos nunca são exatos, e por isso sempre 
são suspeitos, mas no século XIX está o molde do que nos acontece 
agora, com as revoluções anárquicas da era da restauração pós-
Bonaparte, nascidas da frustração com a promessa libertária esgotada 
da Revolução Francesa, no lugar do nosso atual inconformismo sem 
centro, nascido da frustração com experiências socialistas fracassadas. 
Nos dois casos, a revolta sem método, muitas vezes apolítica e suicida, 
substituiu a revolução racionalizada.
(VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro.Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, p. 149) 
Integrando o que se pode considerar uma revolta sem método, como 
manifestação satírica de uma crítica ao estatuto colonial,
a) o poema “Vila Rica”, de Claúdio Manuel da Costa, é também um 
dos primeiros passos na direção do Abolicionismo.
b) os versos das Cartas Chilenas, de Tomás Antônio Gonzaga, 
destacaram-se em nosso século de Ilustração.
c) os Sermões, de Antônio Vieira, devem ser considerados o primeiro 
testemunho do nosso nativismo.
d) o prefácio “Lede”, de Gonçalves de Magalhães, alinha-se entre os 
documentos fundadores do nosso Arcadismo.
e) o poema O Uraguai, de Basílio da Gama, expressa a consolidação 
entre nós do nacionalismo romântico.
04. (UPE) No Arcadismo brasileiro, encontram-se textos épicos, líricos 
e satíricos. Com base nessa a� rmação, leia os textos a seguir:
Texto 1:
Pastores, que levais ao monte o gado,
Vede lá como andais por essa serra;
Que para dar contágio a toda a terra,
Basta ver-se o meu rosto magoado:
Eu ando (vós me vedes) tão pesado;
E a pastora in� el, que me faz guerra,
É a mesma, que em seu semblante encerra
A causa de um martírio tão cansado.
Se a quereis conhecer, vinde comigo,
Vereis a formosura, que eu adoro;
Mas não; tanto não sou vosso inimigo:
Deixai, não a vejais;eu vo-lo imploro;
Que se seguir quiserdes, o que eu sigo,
Chorareis, ó pastores, o que eu choro.
(Cláudio Manuel da Costa)
Texto 2:
[...]
Enquanto pasta alegre o manso gado,
minha bela Marília, nos sentemos
à sombra deste cedro levantado.
Um pouco meditemos
na regular beleza,
que em tudo quanto vive nos descobre
a sábia Natureza.
[...]
(Tomás Antônio Gonzaga)
Texto 3:
[...]
Amigo Doroteu, não sou tão néscio,
Que os avisos de Jove não conheça.
Pois não me deu a veia de poeta,
Nem me trouxe, por mares empolados,
A Chile, para que, gostoso e mole,
Descanse o corpo na franjada rede.
Nasceu o sábio Homero entre os antigos,
Para o nome cantar, do grego Aquiles;
Para cantar, também, ao pio Enéias,
Teve o povo romano o seu Vergílio:
Assim, para escrever os grandes feitos
Que o nosso Fanfarrão obrou em Chile,
Entendo, Doroteu, que a Providência
Lançou, na culta Espanha, o teu Critilo.
[...]
(Tomás Antônio Gonzaga - Cartas Chilenas)
66
ARCADISMO
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Sobre eles, analise os itens seguintes:
I. Os três poemas são árcades e nada têm que possamos considerá-
los pertencentes a outro estilo de época, uma vez que seus 
autores só produziram poemas líricos e com características 
totalmente arcádicas. Além disso, todos eles trazem referências à 
mitologia clássica mediante o uso de termos tais como “monte”, 
“Natureza” e “Jove”, respectivamente, nos textos 1, 2 e 3.
II. Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa são poetas 
árcades, embora o primeiro tenha se iniciado como barroco, daí 
os trechos dos dois poemas de sua autoria revelarem traços desse 
momento da Literatura. De outro modo, Cláudio Manuel da Costa, 
no poema de número 1, apresenta-se pré-romântico, razão pela qual 
sua produção se encontra dividida em dois momentos literários.
III. A referência a Critilo, autor textual do oitavo poema, sendo 
espanhol, é um dado falso que tem por � nalidade ocultar a 
nacionalidade do autor mineiro e, ao mesmo tempo, corroborar a 
camu� agem da autoria, em decorrência do tom satírico e agressivo 
da epístola em versos. Contudo, o desejo de ocultação não foi 
alcançado, porque Tomás Antônio Gonzaga foi preso e deportado, 
por ter sido atribuída a ele a autoria das referidas Cartas.
IV. O tema do amor se faz presente nos poemas 1 e 2. Ambos 
apresentam bucolismo, característica do Arcadismo, contudo 
existe algo que os diferencia: o pessimismo do eu poético no texto 
1 e a reciprocidade do sentimento amoroso no 2.
V. O texto 3, apesar de satírico, nega, pelos aspectos temáticos e 
formais, qualquer característica do Arcadismo, pois o poeta se 
preocupa, de modo especial, com os acontecimentos históricos e 
se exime de preocupação estética, revelando desconhecimento da 
produção épica de poetas gregos e latinos.
Está(ão) CORRETO(S), apenas, o(s) item(ns)
a) I, II e III.
b) I e IV.
c) II, IV e V.
d) IV.
e) I.
05. Leia.
ACONTECÊNCIA
Acorda ligeira e vem olhar que lindo
sobre o morro sol se debruçar
leite novo espuma dessa madrugada
passarada vem te despertar
tantos pés descalços
posso ver meninos a correr na direção do dia
banho de açude alegre e lava o corpo
fruta fresca é pra te alimentar
acorda ligeira e vem ver que bonito
pelo pasto solta a vacaria
na barra da serra gavião campeiro
vem primeiro vento costurar
tantos pés descalços posso ver libertos
a correr na direção do dia
chuva desce pra regar a terra
engravidar sementes em frutas se tornar
(NUCCI, Cláudio. Disponível em: < http://www.claudionucci.com.br/musica>
Acesso em: 07 set. 2014.)
A letra da canção “Acontecência” aproxima-se do ideário estético do 
Arcadismo por
a) adotar a convenção pastoral.
b) representar a natureza de modo bucólico.
c) valorizar o campo em detrimento da cidade.
d) propor uma vida equilibrada e sem excessos.
06. (UPE) No Arcadismo brasileiro, encontramos textos líricos, épicos 
e satíricos. Sobre isso, é CORRETO a� rmar que:
a) Caramuru e O Uraguai são poemas líricos com traços de épico, 
pois, em ambos, o ponto central das narrativas é a história de 
amor entre dois casais de culturas diferentes.
b) A Lira Marília de Dirceu, de autoria de Tomás Antônio Gonzaga 
apresenta versos rigidamente metri� cados, tendo como tema o 
amor entre a musa Marília e o jovem pastor Dirceu.
c) As Cartas chilenas são poemas satíricos que circularam em Vila 
Rica pouco antes da Incon� dência Mineira. As 13 cartas são 
assinadas por Critilo e endereçadas a Doroteu.
d) Vila Rica é um poemeto épico em que Cláudio Manuel da Costa 
fala da grandeza do atual Estado de Minas e alega a necessidade 
de seus habitantes lutarem pela Independência do Brasil, tema 
central da poesia de todos os poetas incon� dentes.
e) A poesia de Tomás Antônio Gonzaga, por tratar do amor de 
Dirceu por Marília, foge por completo das normas árcades ao 
negar o bucolismo e exagerar o sentimentalismo, característica 
que fundamenta a poesia romântica.
07. (UCS) Sabendo que o gênero lírico se caracteriza pela expressão 
subjetiva, representando a interioridade do sujeito poético, enquanto 
o gênero épico é objetivo, expressando predominantemente, sob 
forma narrativa, um episódio heroico, pode-se dizer que são épicas as 
seguintes obras do Arcadismo no Brasil:
a) Vila Rica, de Claudio Manuel da Costa, Cartas chilenas, de Tomás 
Antônio Gonzaga, e Glaura, de Silva Alvarenga.
b) Marília de Dirceu e Cartas chilenas, de Tomás Antônio Gonzaga, e 
Caramuru, de Santa Rita Durão.
c) O Uraguai, de Basílio da Gama, Prosopopeia, de Bento Teixeira, e 
Caramuru, de Santa Rita Durão.
d) Obras poéticas e Vila Rica, de Cláudio Manuel da Costa, e Cartas 
chilenas, de Tomás Antônio Gonzaga.
e) O Uraguai, de Basílio da Gama, Caramuru, de Santa Rita Durão, e 
Vila Rica, de Cláudio Manuel da Costa.
08. (CFTMG) Sobre a poesia épica do Arcadismo, a� rma-se:
I. A natureza apresenta-se como “pano de fundo” para as 
ações narradas.
II. O índio é idealizado como herói nacional por libertar o povo 
brasileiro do domínio português.
III. Seus principais representantes são Basílio da Gama e Santa Rita Durão.
Está correto o que se a� rma em
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, II e III.
09. As obras literárias marcam diferentes visões de mundo, não 
apenas dos autores, mas também de épocas históricas distintas. 
Re� ita sobre isso e leia os fragmentos dos poemas de Gregório de 
Matos e de Tomás Antônio Gonzaga.
Arrependido estou de coração,
de coração vos busco, dai-me abraços,
abraços, que me rendem vossa luz.
67
ARCADISMO
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Luz, que claro me mostra a salvação,
a salvação pretendo em tais abraços,
misericórdia, amor, Jesus, Jesus!
(MATOS, Gregório. Pecador contrito aos pés do Cristo cruci� cado. In: TUFANO, Douglas. 
Estudos de literatura brasileira. 4 ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 1988. p. 66.)
Minha bela Marília, tudo passa;
a sorte deste mundo é mal segura;
se vem depois dos males a ventura,
vem depois dos prazeres a desgraça.
Estão os mesmos deuses
sujeitos ao poder do ímpio fado:
Apolo já fugiu do céu brilhante,
já foi pastor de gado.
(GONZAGA, Tomás António. Lira XIV. In: TUFANO, Douglas Estudos de literatura 
brasileira. 4 ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 1988. p. 77.)
Em relação aos poemas, analise a veracidade (V) ou a falsidade (F) das 
proposições abaixo.
( ) O poema de Gregório de Matos apresenta um sujeito lírico 
torturado pelo peso de seus pecados e desejoso de aproximar-se 
do Divino.
( ) Tomás Antônio Gonzaga, embora pertença ao mesmo período 
literário de Gregório de Matos, revela neste poema um sujeito 
lírico consciente da brevidade da vida.
( ) Em relação às marcas de religiosidade, a visão antagônica que se 
coloca entre os dois poemas re� ete, no Barroco, a in� uência do 
cristianismo e, no Arcadismo, a da mitologia grega.
Assinale a alternativa que preenche corretamente os parênteses, de 
cima para baixo.
a) V – V – V
b) V – F – F
c) V – F – V
d) F – F – F
e) F – V – F
10. A beleza da forma física feminina constituiu assunto predileto 
da poesia arcádica brasileira.Leia as seguintes estrofes da Lira 27 de 
Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga:
Vou retratar a Marília,
a Marília, meus amores;
porém como? se eu não vejo
quem me empreste as � nas cores:
dar-mas a terra não pode;
não, que a sua cor mimosa
vence o lírio, vence a rosa,
o jasmim e as outras � ores.
Ah! socorre, Amor, socorre
ao mais grato empenho meu!
Voa sobre os astros, voa,
Traze-me as tintas do céu.
[...]
Entremos, Amor, entremos,
entremos na mesma esfera;
venha Palas, venha Juno,
Venha a deusa de Citera.
Porém, não, que se Marília
no certame antigo entrasse,
bem que a Páris não peitasse,
a todas as três vencera.
Vai-te, Amor, em vão socorres
ao mais grato empenho meu:
para formar-lhe o retrato
não bastam tintas do céu.
Vocabulário:
Certame: disputa
Juno: deusa da mitologia romana, esposa de Júpiter.
Palas: deusa da mitologia romana, presidia a guerra.
Deusa de Citera: Afrodite, deusa do amor.
Páris: príncipe troiano, responsável por escolher a deusa mais bela do Olimpo.
O Arcadismo volta aos princípios clássicos greco-romanos e 
renascentistas. Nesse sentido, a estética árcade cria e segue um grupo 
de preceitos herdados do Classicismo. Assinale o trecho poético de 
Marília de Dirceu que corresponde ao preceito em negrito.
a) “Verás em cima da espaçosa mesa/altos volumes de enredados 
feitos;/ver-me-ás folhear os grandes livros,/e decidir os pleitos.” 
– Fugere urbem.
b) “Enquanto pasta alegre o manso gado,/minha bela Marília, nos 
sentemos/à sombra deste cedro levantado./Um pouco meditemos/
na regular beleza,/que em tudo quanto vive nos descobre/a sábia 
Natureza.” – Locus amoenus.
c) “Se não tivermos lãs e peles � nas,/podem mui bem cobrir as 
carnes nossas/as peles dos cordeiros malcurtidas,/e os panos feitos 
com as lãs mais grossas./Mas ao menos será o teu vestido/por 
mãos de amor, por minhas mãos cosido.” – Inutilia truncat.
d) “Pela Ninfa, que jaz vertida em Louro,/o grande Deus Apolo não 
delira?/Jove, mudado em Touro/e já mudado em velha não suspira?/
Seguir aos Deuses nunca foi desdouro./Graças, ó Nise bela,/graças à 
minha Estrela!” – Carpe diem.
e) “Quando apareces/Na madrugada,/Mal-embrulhada/Na larga 
roupa,/E desgrenhada/Sem � ta, ou � or;/Ah! que então brilha/A 
natureza!/Então se mostra/Tua beleza/Inda maior.” – Aurea 
mediocritas.
GABARITO
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01. A
02. D
03. E
04. B
05. C
06. E
07. B
08. A
09. C
10. B
EXERCÍCIOS DE TREINAMENTO
01. E
02. C
03. B
04. E
05. D
06. B
07. D
08. A
09. A
10. A
EXERCÍCIOS DE COMBATE
01. A
02. B
03. B
04. D
05. B
06. C
07. E
08. B
09. C
10. B
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