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Unidade – 2 M
FISIOLOGIA DA ATIVIDADE MOTORA SISTEMA HORMONAL E EXERCÍCIO  
OLÁ!
Você está na unidade Sistema hormonal e exercício. Conheça aqui a relação dos hormônios com os processos fisiológicos envolvidos no exercício e no desempenho esportivo.  Examinaremos as funções específicas de cada hormônio, bem como sua natureza química e seus mecanismos gerais de ação.
Após a leitura dessa unidade, você compreenderá que tipos de resposta endócrina estimulamos ao nos exercitarmos, e quais os efeitos hormonais provocados pela atividade física. Além disso, você descobrirá que tipos de demandas nosso corpo sofre durante a prática esportiva e que ajustes fisiológicos elas requerem.
 
		1 O sistema neuroendócrino
Quando você pratica exercícios e se expõe a ambientes extremos, seu corpo enfrenta muitas demandas que necessitam de diversos ajustes fisiológicos. É preciso aumentar a produção de energia, ao passo que os subprodutos metabólicos têm que ser removidos. As funções cardiovascular e respiratória também precisarão ser ajustadas para dar conta das necessidades impostas sobre esses e outros sistemas do corpo, como aqueles responsáveis pelo seu controle térmico.
Quanto mais extenuante for o exercício, mais difícil será para o corpo se manter em equilíbrio. Todo trabalho muscular necessita de uma ação coordenada entre os sistemas fisiológicos e bioquímicos. No entanto, isso só é possível se houver a interrelação dos vários tecidos e sistemas corporais. O sistema nervoso é quem comanda a maior parte dessa comunicação, porém o responsável pelo ajuste fino das respostas fisiológicas orgânicas a qualquer distúrbio de sua homeostase é principalmente o sistema endócrino.
É a integração dos sistemas endócrino e nervoso que inicia e controla o movimento e todos os processos fisiológicos relacionados a ele. O sistema nervoso age rapidamente, trazendo efeitos locais e de curta duração, ao passo que o sistema endócrino reage com efeitos generalizados e duradouros. O sistema endócrino abrange todos tecidos ou glândulas secretoras de hormônios. As principais glândulas endócrinas encontram-se na figura a seguir.
Tais glândulas secretam hormônios no sangue. Os hormônios funcionam como sinalizadores químicos através do corpo. Após secretados pelas células endócrinas especializadas, eles são encaminhados pelo sangue até suas células-alvo específicas. As células-alvo são denominadas assim por possuírem receptores específicos dos hormônios, como se fosse uma espécie de chave e fechadura. Umas das peculiaridades dos hormônios é que eles são os únicos que se afastam das células que os produziram e vão afetar especificamente as atividades de outras células e órgãos. Alguns hormônios atingem vários tecidos do corpo e outros têm por objetivo afetar células específicas do organismo.
A maioria dos processos fisiológicos envolvem os hormônios, uma vez que sua atuação é necessária em diversos aspectos relacionados ao exercício e desempenho esportivo.
Clique para abrir a imagem no tamanho original
Figura 1 - Órgãos endócrinosFonte: Designua, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra a localização dos órgãos secretores de hormônios. 
Abaixo estudaremos a natureza química e os mecanismos gerais de ação dos hormônios.     
1.1 Classificação química dos hormônios
Os hormônios se classificam em dois tipos básicos: hormônios esteroides e não-esteroides. Os hormônios esteroidais são quimicamente similares ao colesterol e a maioria deles é derivado do colesterol. Assim são lipossolúveis e se propagam simplesmente através das membranas celulares. Tais hormônios são secretados pelos:    
· 
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· 
Os hormônios não esteroidais não são lipossolúveis e, assim, têm dificuldades em atravessar as membranas das células. Eles dividem-se em hormônios proteicos ou peptídicos e os hormônios derivados de aminoácidos, como é o caso dos dois hormônios da tireóide (tiroxina e triiodotironina) e os dois da medula adrenal (adrenalina e noradrenalina). Todos os demais hormônios não esteroidais são proteicos ou peptídicos.
Assista aí
1.2 Secreção hormonal e concentração no plasma
A secreção hormonal precisa ser rapidamente acionada para dar conta das necessidades decorrentes das alterações nas funções do corpo. Os hormônios não são constantemente secretados e sim de maneira pulsátil, ou seja, em picos curtos. Assim, a concentração hormonal no plasma é flutuante ao longo de períodos curtos de até uma hora. Porém, essas concentrações também podem flutuar durante períodos mais longos de tempo, podendo ser em ciclos diários e até mensais (ciclo menstrual).
Muitos hormônios têm sua regulação controlada por um sistema de feedback negativo. Cada vez que ocorre a secreção de algum hormônio, ocorre alguma alteração no corpo, tal alteração em parte inibe uma maior secreção desse mesmo hormônio, como se fosse um sistema de segurança, impondo um limite para tal secreção.
O feedback negativo é o mecanismo responsável por manter a homeostase do sistema endócrino. Um exemplo seria a concentração sérica de glicose e o hormônio insulina: quando a glicose está elevada, o pâncreas libera insulina. Assim, a insulina aumenta o consumo de glicose pela célula, diminuindo a concentração sanguínea de glicose. Quando essa taxa de glicose retorna ao normal, a insulina é inibida até que os níveis de glicose se elevem novamente, necessitando de uma nova excreção de insulina para aumentar novamente o consumo celular de glicose.
Nem sempre a concentração sanguínea de um determinado hormônio é o melhor indicador da atividade hormonal, uma vez que a quantidade de receptores nas células-alvo pode ser modificada para elevar ou reduzir a sensibilidade celular ao hormônio específico. Frequentemente a célula sofre sub-regulação ou perda da sensibilidade a determinado hormônio o que significa que ela fica com menos receptores e assim menos hormônios conseguem se ligar a ela.
No caso dos indivíduos obesos, por exemplo, pode haver uma redução na quantidade de receptores de insulina nas células. Assim o corpo aumenta a secreção de insulina pancreática, aumentando as taxas de insulina plasmática. Em relação a um indivíduo hígido, esses indivíduos precisarão liberar muito mais insulina para conseguir obter o mesmo grau de controle da glicose no plasma.
Às vezes, uma célula responde à presença duradoura de altas taxas de um hormônios específico, aumentando a quantidade de receptores disponíveis. Se isso ocorrer, a célula se tornará mais sensível a tal hormônio para que mais hormônios possam se ligar de uma só vez. Esse processo denomina-se super regulação.
1.3 Ações hormonais
Através da circulação do sangue, os hormônios entram em contato com quase todos tecidos do corpo. No entanto, devido ao complexo hormônio-receptor, cada hormônio se ligará especificamente a sua célula-alvo, assim, cada ação hormonal se dará exatamente naquele tecido que possui seus receptores específicos. Cada célula possui de 2.000 a 10.000 receptores. Os receptores dos hormônios esteroidais localizam-se no citoplasma celular ou no núcleo celular, ao passo que os receptores dos hormônios não esteroidais ficam na membrana celular.
Hormônios esteroidais
Tão logo o hormônio esteroide esteja dentro da célula, ele se ligará a seus receptores específicos. Depois o complexo hormônio-receptor entra no núcleo, se conecta a parte do DNA da célula e ativa determinados genes. Tal processo denomina-se ativação gênica direta. Para responder a essa ativação, haverá a síntese de mRNA dentro do núcleo. Depois disso, o mRNA entra no citoplasma e promove a síntese proteica.
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Figura 2 - Mecanismo de ação hormônio esteroideFonte: Alila Medical Media, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A ilustração mostra esquematicamente como ocorre a ação dos hormônios esteroides.
Tais proteínas poderão ser:
1. 
 
2. 
 
3. 
enzimas com diversas funções nos processos celulares;
Next
Hormônios não esteroidais
Os hormônios não esteroidais reagem com determinados receptores na membrana das células. Assim, uma moléculade hormônio não esteroide se liga ao seu respectivo receptor e ativa uma série de reações que levarão à formação de um segundo mensageiro dentro da célula. Esse age como um sinalizador e auxilia na intensificação da força do sinal. Um exemplo seria o monofosfato de adenosina cíclico (AMP cíclico ou AMPc), cuja fixação hormonal ao seu respectivo receptor de membrana ativa a enzima adenilato ciclase, que fica na membrana intracelular. Tal enzima catalisa a formação de AMPc a partir do ATP da célula.
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Figura 3 - Mecanismo de ação hormônio não esteroideFonte: Designua, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A ilustração mostra esquematicamente como ocorre a ação dos hormônios não esteroides.
Depois disso, o AMPc promove determinadas respostas fisiológicas, que podem ser:
1. 
 
2. 
 
3. 
 
4. 
 
5. 
ativação de secreções das células.
Next
Assim, os hormônios não esteroides geralmente ativam o sistema AMPc celular, que então modifica as funções internas das células.
1.4 Glândulas endócrinas e seus hormônios
Considerando o importante papel dos hormônios na regulação de diversas variáveis fisiológicas durante o exercício, é previsto que a liberação hormonal sofra modificações durante o início da prática de atividades físicas. Nas tabelas a seguir, você verá um resumo das glândulas endócrinas e seus respectivos hormônios e funções.    
Nessas tabelas, você terá um resumo dos efeitos hormonais agudos na prática de atividade física. Em seguida, estudaremos detalhadamente as respostas hormonais induzidas pelos exercícios, bem como a relação com suas glândulas específicas.
As glândulas endócrinas e seus hormônios, dentre outras funções, possuem duas principais que são a regulação metabólica durante a prática de exercícios e a regulação dos líquidos e eletrólitos do corpo.
As prostaglandinas derivam de um ácido graxo (ácido aracdônico) e associam-se às membranas plasmáticas de quase todas as células. Atuam como hormônios locais, agindo sobre a área adjacente àquelas onde são produzidas, algumas conseguem circular exercendo efeitos em tecidos distantes. Agem como mediadoras de efeitos de outros hormônios. São importantes mediadoras de resposta inflamatória e sensibilizadoras de terminações nervosas das fibras transmissoras de dor.
2 Regulação hormonal metabólica no exercício
Como estudado na unidade 1, o metabolismo dos carboidratos e das gorduras é quem mantém os níveis de ATP muscular durante exercícios de longa duração. Vários hormônios atuam juntos para garantir a disponibilidade de glicose e ácidos graxo livres para o metabolismo energético muscular. A seguir veremos as principais glândulas e hormônios responsáveis pela regulação do metabolismo e de que forma o metabolismo de glicose e gordura é afetado por esses hormônios no exercício.   
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Figura 4 - Glândulas endócrinas, seus hormônios, órgãos-alvo, fatores de controle e funçõesFonte: KENNEY et al., 2012 (Adaptado).
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Figura 5 - Glândulas endócrinas, seus hormônios, órgãos-alvo, fatores de controle e funções (continuação)Fonte: KENNEY et al., 2012 (Adaptado).
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Figura 6 - Glândulas endócrinas, seus hormônios, órgãos-alvo, fatores de controle e funções (continuação)Fonte: KENNEY et al., 2012 (Adaptado).
#PraCegoVer: A imagem mostra uma tabela com 5 colunas, 23 linhas (cada linha refere-se a um hormônio) e apresenta um resumo de todas as funções hormonais, glândulas endócrinas e células-alvo. 
Diversos sistemas interagem para favorecer a regulação metabólica, tanto no estado de repouso, como no exercício. As glândulas mais fundamentais nesse contexto são a hipófise anterior, a tireoide, as suprarrenais e o pâncreas.
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Figura 7 - Resposta hormonal aguda ao exercício e mudança na resposta com o treinamento físicoFonte: KENNEY et al., 2012 (Adaptado).
#PraCegoVer: A imagem mostra uma tabela com 4 colunas, 23 linhas (cada linha refere-se a um hormônio) e, apresenta um resumo das respostas hormonais agudas ao exercício e com a continuação do treinamento (efeito crônico).
 
2.1 Hipófise anterior
É uma glândula com o tamanho semelhante a uma bolinha de gude, junto ao hipotálamo na base cerebral. Compõe-se por três lobos: anterior, intermediário e posterior. Os lobos anterior e posterior são responsáveis por funções importantíssimas no sistema endócrino. A função secretória da hipófise anterior é comandada por hormônios secretados pelo hipotálamo. Já a hipófise posterior recebe o comando cerebral diretamente das projeções neurais do hipotálamo. A hipófise intermediária, não possui praticamente nenhum papel nos seres humanos.
Em resposta a fatores liberadores e fatores inibidores (que também são hormônios) secretados pelo hipotálamo, a hipófise anterior ou, também chamada, adeno-hipófise, secreta seus hormônios.
A interrelação entre o hipotálamo e a hipófise anterior se dá através de um sistema cardiovascular específico que faz o transporte dos fatores liberadores e inibidores do hipotálamo até a adeno-hipófise. O exercício estimula fortemente o hipotálamo, uma vez que a prática de exercícios aumenta a velocidade de liberação de todos hormônios da porção anterior da hipófise.
Em relação aos hormônios da adeno-hipófise, quatro são hormônios que afetam a função de outras glândulas endócrinas, por isso esses denominam-se hormônios trópicos. Dos seis hormônios, apenas a prolactina e o hormônio do crescimento não são trópicos. O hormônio do crescimento (GH) é considerado um potente construtor de órgão e tecidos, favorecendo o crescimento e diferenciação, resultando em hipertrofia muscular e crescimento, uma vez que facilita o transporte dos aminoácidos para o meio intracelular. Por essas características, o GH é conhecido como um agente anabólico. O GH é um estimulante do metabolismo das gorduras, favorecendo assim a lipólise, isso porque ele eleva a síntese de enzimas atuantes nesse processo. As taxas do GH aumentam durante o exercício aeróbio, proporcionalmente à intensidade do exercício e geralmente se mantêm elevadas por algum tempo após o término do exercício.
Assista aí
2.2 Tireoide
Localizada ao longo do pescoço, logo abaixo da laringe, a tireoide secreta hormônios não esteróides, que são a tri-iodotironina e a tiroxina. Ambos atuam como reguladoras do metabolismo em geral, além do hormônio calcitonina, que auxilia na regulação do metabolismo do cálcio.
Esses dois hormônios da tireoide, metabólicos, atuam de forma similar, aumentando a concentração metabólica de quase todos os tecidos, podendo, inclusive, aumentar a taxa metabólica de base do corpo de 60 a 100%. Tais hormônios também atuam:
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· 
Durante o exercício, a adeno-hipófise aumenta a liberação do hormônio estimulante da tireoide, denominado de tirotropina. No exercício físico, também ocorre o aumento do TSH, sendo um fator estimulante da tireoide. O exercício eleva as taxas plasmáticas de tiroxina, no entanto, esse aumento não ocorre de forma sincronizada com o aumento nas taxas de TSH. Também vale ressaltar que, durante o exercício submáximo de longa duração, de certa forma, as taxas de tiroxina permanecem constantes, após um aumento inicial de forma abrupta relacionado ao início do exercício, ao passo que as concentrações de tri-iodotironina tendem a reduzir.
2.3 Glândulas suprarrenais
As glândulas suprarrenais recebem esse nome, por localizarem-se imediatamente sobre cada rim, sendo compostas internamente pela medula suprarrenal e externamente pelo córtex suprarrenal. Embora façam parte de um mesmo órgão, seus hormônios secretados são bem distintos. A medula suprarrenal produz e libera a epinefrina (ou adrenalina) e a norepinefrina, ambas juntas recebem o nome de catecolaminas. O sistema nervoso simpático estimula a medula suprarrenal, sendo que 80% da sua secreção será de adrenalina e 20% de noradrenalina, podendo variar de acordo com diferentes situações fisiológicas.As catecolaminas também agem como neurotransmissores do sistema nervoso simpático, porém os efeitos desses hormônios duram mais, já que são removidos do sangue de forma lenta, se compararmos com a rápida reabsorção e degradação dos neurotransmissores. Esses dois hormônios são reconhecidos por nos preparar resposta, chamadas de lutar ou fugir, devido a sua ação rápida.
Os efeitos combinados desses hormônios são os seguintes:
· elevação da frequência cardíaca e da força contrátil;
· elevação da taxa metabólica;
· elevação da glicogenólise no fígado e músculo;
· elevação da liberação de glicose e ácidos graxos livres para o sangue;
· redistribuição sanguínea para os músculos esqueléticos;
· elevação da pressão arterial;
· elevação da respiração.
Diversos fatores como mudanças posturais, estresse psicológico e exercício afetam a liberação de adrenalina e noradrenalina. Com cargas de trabalho superiores de 50% do VO2mx, as taxas plasmáticas de noradrenalina se elevam, ao passo que as de adrenalina não se elevam de forma significativa até que a intensidade do exercício não supere os 60 a 70% do VO2max. Na atividade crônica, prolongada, com intensidade moderada, os níveis desses dois hormônios se elevam no sangue. Quando o exercício termina, as taxas de adrenalina voltam aos seus valores basais em alguns minutos na fase de recuperação, ao passo que a noradrenalina poderá se manter alta durante muitas horas.
Mais de trinta hormônios diferentes (corticosteroides) são secretados pelo córtex suprarrenal. Esses hormônios são divididos em três principais classes: 
1. 
 
2. 
 
3. 
mineralocorticoides, 
Next
Os glicocorticoides são considerados fundamentais à habilidade de adaptação ao exercício e aos mais variados tipos de estresse. Além disso, auxiliam na manutenção consistente da taxa plasmática de glicose, mesmo durante grandes períodos de jejum. O cortisol, ou hidrocortisona, é o principal corticosteroide, sendo responsável por ate 95% de toda a atividade corporal de glicocorticoide. O cortisol atua:
· ativando a gliconeogênese, para garantir um aporte suficiente de combustível;
· elevando a mobilização dos ácidos graxos livres, favorecendo sua disponibilidade como fonte energética;
· reduzindo o uso de glicose, economizando tal combustível para o cérebro;
· ativando o catabolismo proteico para favorecer a liberação de aminoácidos para ser utilizado no reparo, síntese de enzimas e produção de nergia;
· agindo como agente anti-inflamatório;
· diminuindo as reações imunes;
· elevando a vasoconstrição provocada pela adrenalina.
2.4 Pâncreas 
Localiza-se atrás e imediatamente abaixo do estômago. É responsável pela secreção de insulina e glucagon. A manutenção da homeostase desses dois hormônios opostos favorece o fundamental controle das taxas de glicose no plasma. Quando ocorre a hiperglicemia, significando que esses hormônios estão elevados, como ocorre após uma refeição, o pâncreas é estimulado a liberar insulina no sangue. A insulina atua:
· auxiliando no transporte da glicose para o meio intracelular, ainda mais naquelas no músculo;
· fazendo a glicogênese;
· inibindo a gliconeogênese.
Reduzir os níveis de glicose sanguínea é a principal missão da insulina. Porém, esse hormônio também é importante no metabolismo proteico e de gorduras, uma vez que ele promove a absorção de aminoácidos pela célula e colabora com a síntese proteica e lipídica.
Quando as taxas plasmáticas de glicose reduzem-se a níveis inferiores ao normal, significando um estado de hipoglicemia, o pâncreas age secretando glucagon. Isso porque seus efeitos comumente se opõem aos da insulina. Assim, ocorre a elevação da degradação do glicogênio hepático até a glicose (glicogenólise) e a elevação da gliconeogênese. Tais processos elevam os níveis de glicose plasmática.
Nas atividades com duração a partir de 30 minutos, o corpo se esforça para manter as taxas plasmáticas de glicose, no entanto, as taxas de insulina tendem a cair. A capacidade da insulina em se ligar a seus receptores nas células dos músculos se eleva durante o exercício, geralmente devido à elevação do fluxo de sangue para o músculo. Esse processo também favorece a sensibilidade do corpo à insulina e reduz a necessidade de manter as taxas elevadas de insulina no plasma para o transporte da glicose até as células do músculo. Porém, o glucagon plasmático se eleva gradualmente durante todo o exercício. O glucagon plasmático mantém suas concentrações de glicose devido à estimulação da glicogenólise hepática. Tal processo favorece ainda mais a disponibilidade da glicose para as células, mantendo as concentrações plasmáticas adequadas do açúcar para suprir as demandas aumentadas do metabolismo. Geralmente a resposta hormonal torna-se amena em pessoas treinadas; essas também têm mais capacidade em manter as taxas de glicose plasmática.
3 Regulação do metabolismo dos carboidratos durante o exercício
Conforme visto anteriormente, durante a atividade física, nosso corpo tem alta necessidade de energia, precisando de maior disponibilidade de glicose para os músculos. Vale lembrar que a glicose fica estocada no corpo em forma de glicogênio, principalmente nos músculos e fígado. A glicogenólise ocorrerá para liberar a glicose do glicogênio armazenado, essa glicose liberada do fígado vai para a circulação sanguínea atuando em todo o corpo. A partir de fontes como lactato, aminoácidos e glicerol ocorrerá a produção de nova glicose através do processo de gliconeogênese, assim, também poderá haver aumento das taxas de glicose plasmática.
3.1 Regulação da concentração plasmática de glicose
Durante o exercício, as taxas plasmáticas de glicose dependerão da homeostase entre o consumo de glicose pelos músculos ativos e sua disponibilidade pelo fígado. Os hormônios glucagon, adrenalina, noradrenalina e cortisol atuam para elevar os níveis de glicose plasmática.
Durante o estado de repouso, o glucagon facilita a liberação de glicose pelo fígado, realizando a degradação do glicogênio do fígado e a formação de glicose através dos aminoácidos. Já durante o exercício, ocorre o aumento da secreção de glucagon. Devido à ação muscular, também ocorre o aumento da velocidade de liberação das catecolaminas pela medula suprarrenal. A adrenalina e noradrenalina atuam com o glucagon para reforçar ainda mais a glicogenólise. No início do exercício, ocorre uma leve redução nas taxas de cortisol, mas após 30 a 45 minutos de atividade ocorre seu aumento. O cortisol age aumentando o catabolismo proteico, liberando aminoácidos para o uso pelo fígado para o processo de gliconeogênese. Assim, adrenalina, noradrenalina, glucagon e cortisol podem elevar a glicose no plasma devido aos processos de degradação de glicogênio e de síntese de glicose a partir de outros substratos. O GH eleva a mobilização de ácidos graxos livres e reduz a absorção celular de glicose, assim, as células utilizarão menos glicose e sobrará mais para circular no sangue. Os hormônios da tireoide favorecem o catabolismo de glicose e o metabolismo lipídico.
Com exercícios a partir de moderada intensidade, haverá aumento na liberação das catecolaminas, podendo favorecer a liberação de mais glicose pelo fígado, do que aquela absorvida pela musculatura ativa.
Quanto mais intenso for o exercício, mais catecolaminas disponíveis, assim, haverá uma aceleração do processo de glicogenólise. Tal processo ocorre no fígado e nos músculos. A glicose disponibilizada pelo fígado entra na circulação para ser liberada para a musculatura. Porém, sua própria reserva de glicogênio é uma fonte mais rápida de liberação de glicose. O musculo usa o próprio estoque de glicogênio antes de começar a utilizar a glicose do plasma, durante os exercícios explosivos e curtos. Após o exercício, as concentrações plasmáticas de glicose reduzem, devido à entrada da glicose muscular para recuperar os estoques esgotados de glicogênio muscular (glicogenólise).
Em exercícios com duração de horas, a velocidade de liberação de glicose do fígado se aproxima à das necessidades musculares, mantendoa glicose plasmática mais próxima dos níveis de repouso. Com o aumento da absorção da glicose pelo músculo, a velocidade de disponibilidade de glicose do fígado também aumenta.
3.2 Absorção muscular de glicose
A liberação de quantidades adequadas de glicose sanguínea não é garantia de que as células dos músculos terão aporte adequado de glicose para suprir suas demandas energéticas. Assim, a glicose deve ser disponibilizada, entregue e absorvida pelas células. A insulina é que controla o transporte da glicose através das membranas das células. Tão logo a glicose chegue ao músculo, a insulina auxilia seu transporte para o meio intramuscular.
O exercício pode favorecer a ligação da insulina a seus receptores presentes na fibra muscular, refletindo em uma menor necessidade de altos níveis de insulina plasmática para transportar a glicose através da membrana celular do músculo para o meio intracelular.
A concentração de insulina no plasma tende a reduzir durante o exercício submáximo de longa duração, mesmo com um leve aumento na concentração de glicose no plasma e da absorção do açúcar pelos músculos. Isso ocorre, porque a atividade hormonal é determinada pela sua concentração na circulação e pela sensibilidade celular a determinado hormônio. Assim entende-se que a sensibilidade celular à insulina é tão importante quanto sua quantidade circulante.
4 Regulação metabólica das gorduras durante o exercício
A mobilização e a oxidação dos ácidos graxos livres são fundamentais para o bom desempenho nos exercícios de resistência. Em tal atividade, as reservas de carboidratos são gastas, então o corpo dependerá fortemente da oxidação da gordura para produzir energia. Assim, quando as reservas de carboidratos estão exauridas (queda na glicose plasmática e no glicogênio muscular), o sistema endócrino pode, sabiamente, acelerar a lipólise, garantindo assim a supressão energética dos músculos.
No tecido adiposo e no meio intramuscular, fica estocado, na forma de triglicerídeos, os ácidos graxos livres. No entanto, esses triglicerídeos precisam se decompor para disponibilizar ácidos graxos livres; assim, tais moléculas são encaminhadas até as fibras musculares. O aumento da concentração de acido graxo muscular, eleva a sua absorção celular. Então, a velocidade de degradação dos triglicerídeos é determinante para a taxa de uso da gordura como combustível muscular durante o exercício.
A velocidade da lipólise é controlada pela insulina (diminuída), adrenalina, noradrenalina, cortisol e GH.  A queda dos níveis sanguíneos de insulina é o principal fator de lipólise do tecido adiposo durante o exercício. Com a elevação dos níveis de adrenalina e noradrenalina também ocorre o aumento da lipólise. O cortisol eleva a mobilização e o uso de ácidos graxos livres ao ganho energético durante o exercício. O pico é atingido após 30 a 45 minutos de exercícios, depois declinam até os níveis basais. Já a concentração de ácidos graxos livres no plasma seguem aumentando durante toda a atividade.
5 Regulação hormonal no equilíbrio hidroeletrolítico durante o exercício
Para um adequado funcionamento do metabolismo, do sistema cardiovascular e termorregulador é primordial o equilíbrio hidroeletrolítico. No início da atividade física, água é recrutada do volume plasmático para os espaços intersticiais e intracelulares. Tal desvio de água é de acordo com a quantidade de músculo empregado na atividade física e da intensidade do esforço. A pressão osmótica se eleva em torno das fibras musculares e no seu interior, resultando em aumento da pressão osmótica local, isso se deve ao acúmulo de subprodutos metabólicos. Assim, a água é atraída para esses locais por processo de difusão. Também, o aumento da atividade do músculo, aumenta a pressão arterial que responde retirando água do sangue. O suor também aumenta e os efeitos de todos esses aspectos é que a musculatura e as glândulas sudoríparas acumulam água à custa do volume plasmático.
6 Glândulas endócrinas envolvidas na homeostase de líquidos eletrolíticos
O sistema endócrino é fundamental na monitoração dos níveis líquidos e na correção dos desequilíbrios, com a regulação do equilíbrio eletrolítico, em especial do sódio. A hipófise posterior e o córtex suprarrenal são os principais envolvidos. Os rins são o alvo primário dos hormônios liberados por essas glândulas e serve como glândula por si só.
6.1 Hipófise posterior
Também denominado neuro-hipófise, secreta o hormônio antidiurético (ADH) e ocitocina. Dos hormônios liberados pela hipófise posterior apenas o ADH desempenha um papel importante na atividade física. O ADH promove conservação de água, aumentando a reabsorção renal de água.
O suor e a atividade do músculo causam a concentração de eletrólitos plasmáticos, já que sai mais líquido do que eletrólitos. A este fenômeno chamamos hemoconcentração, tal processo eleva a osmolalidade plasmática. Isso tudo estimula a liberação de ADH. Outro fator de estímulo é a queda do volume plasmático. Qualquer um desses estímulos faz com que o hipotálamo envie sinais nervosos para a neuro-hipófise, estimulando a liberação do ADH. Assim que ele entra no sangue, vai até o rim e retém água, na tentativa de diluir a concentração dos eletrólitos plasmáticos para retornar aos níveis basais. O ADH minimiza a extensão da perda hídrica e, assim, o risco de desidratação durante períodos que envolvem muita sudorese.
6.2 Córtex suprarrenal
Os mineralocorticoides são secretados pelo córtex suprarrenal, e são responsáveis pela manutenção do equilíbrio eletrolítico nos líquidos extracelulares, principalmente do sódio e do potássio. A aldosterona é o principal hormônio, dessa classe, pois responde a pelo menos 95% de toda a atividade desses. Tal hormônio age fazendo a reabsorção de sódio pelo rim, ajudando assim o corpo a reter água. A retenção de sódio também realiza excreção de potássio, assim a aldosterona atua como um promotor da homeostasia desse mineral. Redução de sódio no plasma, do volume de sangue e da pressão arterial, bem como elevação da concentração plasmática de potássio são fatores de estimulação à secreção de aldosterona.
6.3 Os rins e seu papel endócrino
Os rins liberam o hormônio eritropoetina (EPO) que regula a síntese de glóbulos vermelhos (eritrócitos), diante da estimulação das células da medula óssea. Os glóbulos vermelhos são fundamentais para o transporte de oxigênio até os tecidos e para remover o dióxido de carbono do corpo, assim, tal hormônio é fundamental para a promoção da adaptação ao treinamento e à altitude.
O rim participa também na determinação de concentração de aldosterona sanguínea. A concentração de sódio e potássio regulam a liberação da aldosterona, auxiliando na regulação da homeostase hídrica do corpo. Quando ocorre uma queda na pressão arterial ou no volume sanguíneo, o fluxo sanguíneo renal é diminuído. Através do estímulo nervoso, os rins liberam renina, que é uma enzima conversora do angiotensinogênio em angiotensina I. Tal enzima é convertida na sua forma ativa, angiotensina II, nos pulmões, com o auxílio da enzima conversora de angiotensina. Essa forma ativa é responsável por estimular a liberação de aldosterona pelo córtex suprarrenal, para a reabsorção de sódio e água nos rins.
A influência hormonal do ADH e da aldosterona se mantém por 12 a 48 horas após o exercício, diminuindo a quantidade de urina, evitando desidratação. A influência a longo prazo da aldosterona age na reabsorção do sódio fazendo com que a concentração corpórea desse eletrólito se eleve, além do normal, depois do exercício. para tentar compensar esse aumento, a maior parte da água ingerida é desviada para o meio extracelular.
Grande parte dos atletas de esportes intensos têm expansão plasmática, que dilui os vários componentes do sangue. A quantidade de proteínas e solutos no sangue segue inalterada, porém as substâncias se tornam dispersas por um volume de água maior, ficando diluídas, assim sua concentração se reduz. Tal fenômeno denomina-se hemodiluição.
Assista aí
É ISSO AÍ!
Nesta unidade,você teve a oportunidade de:
· conhecer o papel do sistema endócrino na regulação de alguns processos fisiológicos do exercício;
· identificar os mecanismos fisiológicos do sistema endócrino na atividade motora;
· correlacionar as respostas fisiológicas endócrinas à atividade motora aguda e crônica;
· estudar a importância dos hormônios na regulação metabólica da glicose e das gorduras para o metabolismo energético;
· analisar o papel de diversos hormônios na manutenção do equilíbrio hídrico.
REFERÊNCIAS
HALL, J. E; GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. 12.ed. São Paulo: Elsevier, 2011
KENNEY, L. W. et al. Fisiologia do esporte e do exercício. 5.ed. São Paulo: Manole, 2012.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7.ed. São Paulo: Artmed, 2017.
WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do esporte e do exercício. 2.ed. São Paulo: Manole, 2001.
MOTORA
SISTEMA HORMONAL E EXERCÍCIO

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