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Autoras: Profa. Tércia de Tasso Moreira 
 Profa. Maria Jose Dias de Freitas
Colaboradores: Profa. Silmara Maria Machado
Prof. Nonato Assis de Miranda
Metodologia de Arte e 
Movimento: Corporeidade
Professora conteudista: Tércia de Tasso Moreira / Maria Jose Dias de Freitas
Profa. Tércia de Tasso Moreira
Possui graduação em Pedagogia (Licenciatura Plena) pelas Faculdades São Marcos (1989), especialização 
em Psicopedagogia pela Universidade São Marcos (1995), especialização em Psicopedagogia Clínica pelo EPSIBA 
(Escola Psicopedagógica Buenos Aires, 2000) e mestrado em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade 
Presbiteriana Mackenzie (2005).
Publicou, pela editora Loyola, o livro de literatura infantil A cantora semibreve, artigos em revistas eletrônicas 
da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Universidade de Guarulhos e revistas do EPSIBA, além de ter participado e 
apresentado diversos trabalhos em congressos, simpósios e fóruns, participando, ainda, da organização de eventos em 
escolas e universidades nas quais trabalhou.
Atualmente, é professora na Universidade Paulista — UNIP, no Centro Universitário Módulo de Caraguatatuba 
(UNICSUL) no curso de pós-graduação em Psicopedagogia.
Profa. Maria Jose Dias de Freitas
Possui graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia — Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental, 
tendo iniciado seus estudos na UFRGS e concluído na UFRJ (2006). Especialista em Saúde Ambiental pela Faculdade de 
Saúde Pública da USP (2008). Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo — UNIFESP.
Atuou em escolas de Porto Alegre e do Rio de Janeiro. Em São Paulo, foi consultora pedagógica da UNESCO junto à 
ONG Alfabetização Solidária. Trabalhou como coordenadora pedagógica em um Centro da Criança, Adolescente- CCAs 
conveniado à Prefeitura Municipal de São Paulo. 
Atualmente, trabalha como professora adjunta da Universidade Paulista — UNIP nas disciplinas de Relações 
étnico-raciais e afrodescendência, História do pensamento filosófico e Jogos e brinquedos na infância. Também atua 
na formação de professores no Campus Avançado de Extensão da UNIFESP em Embu das Artes e Santo Amaro e integra 
o Grupo de Estudos sobre Corporalidade e Promoção da Saúde — GECOPROS/UNIFESP. Atua como tutora contratada 
do curso a distância SUPERA — Sistema para detecção do Uso abusivo e dependência de substâncias Psicoativas: 
Encaminhamento, intervenção breve, Reinserção social e Acompanhamento) da Secretaria Nacional para Drogas 
(SENAD) em parceria com UNIFESP. Também trabalha como professora adjunta da UNIP nas disciplinas de Relações 
étnico-raciais e afrodescendência, História do pensamento filosófico e Jogos e brinquedos na infância.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
M838m Moreira, Tércia de Tasso
Metodologia de arte e movimento: corporeidade / Tércia de Tasso 
Moreira; Maria José Dias de Freitas. – São Paulo: Editora Sol, 2012.
104 p. il.
Notas: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2-069/13, ISSN 1517-9230.
1. Arte e movimento - metodologia. 2. Corporeidade. 3. 
Modalidades de arte. I. Título.
CDU 796.03
CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL – UNIPLAN
Reitoria
Reitor: Prof. Yugo Okida
Vice-Reitor: Prof. Fábio Nogueira Carlucci
Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Humberto Venderlino Richter
Pró-Reitor Administrativo: Prof. Robson do Nascimento
Sumário
Metodologia de Arte e Movimento: Corporeidade
APRESENTAçãO ......................................................................................................................................................7
INTRODUçãO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 OS CAMINHOS DA ARTE NO BRASIL ..........................................................................................................9
1.1 O que é arte? .......................................................................................................................................... 10
1.2 Definição de arte ...................................................................................................................................11
1.3 Onde utilizamos a arte? ..................................................................................................................... 12
1.4 Arte e cultura ......................................................................................................................................... 13
2 HISTóRIA DA ARTE .......................................................................................................................................... 14
2.1 Arte rupestre .......................................................................................................................................... 14
2.2 Arte na Mesopotâmia ......................................................................................................................... 16
2.3 Arte no Egito .......................................................................................................................................... 17
2.4 Arte na Grécia ........................................................................................................................................ 18
2.5 Arte em Roma ........................................................................................................................................ 19
2.6 Arte na Idade Média ............................................................................................................................ 20
2.7 Renascimento ........................................................................................................................................ 21
2.8 Barroco ..................................................................................................................................................... 23
2.9 Classicismo .............................................................................................................................................. 24
2.10 Romantismo ......................................................................................................................................... 25
2.11 Modernismo ......................................................................................................................................... 26
2.12 Impressionismo ................................................................................................................................... 27
2.13 Expressionismo ................................................................................................................................... 28
2.14 Fauvismo ............................................................................................................................................... 30
2.15 Futurismo .............................................................................................................................................. 31
2.16 Dadaísmo .............................................................................................................................................. 32
2.17 Cubismo ................................................................................................................................................. 34
2.18 Pop art .................................................................................................................................................... 35
2.19 Op art ......................................................................................................................................................35
2.20 Land art .................................................................................................................................................. 36
2.21 Body art ................................................................................................................................................. 36
2.22 Abstracionismo ................................................................................................................................... 37
2.23 Surrealismo .......................................................................................................................................... 38
2.24 Hiper-realismo ................................................................................................................................... 38
3 MODALIDADES DE ARTE ............................................................................................................................... 38
3.1 Dança ........................................................................................................................................................ 38
3.2 Música ....................................................................................................................................................... 40
3.3 Artes visuais ............................................................................................................................................ 40
3.4 Artes plásticas ........................................................................................................................................ 41
4 ARTE-EDUCAçãO ........................................................................................................................................... 41
4.1 Quem foram nossos professores? .................................................................................................. 42
4.2 Capacidades e habilidades para ensinar Artes ......................................................................... 45
4.3 Leitura de imagens .............................................................................................................................. 46
Unidade II
5 FUNDAMENTAçãO DA áREA ...................................................................................................................... 51
5.1 Educação Física na escola ................................................................................................................. 56
5.1.1 As aulas de Educação Física ................................................................................................................ 57
5.1.2 Educação corporal: um processo contínuo .................................................................................. 64
5.1.3 Um olhar sobre os conteúdos ............................................................................................................ 64
5.1.4 Objetivos gerais da Educação Física ................................................................................................ 66
5.1.5 A educação física escolar, o sedentarismo e a aprendizagem .............................................. 67
5.2 A Educação Física no Brasil .............................................................................................................. 69
6 SISTEMA DE AVALIAçãO ...............................................................................................................................71
6.1 Características do processo avaliativo ......................................................................................... 72
6.1.1 Educação Infantil e 1º ano do Ensino Fundamental I .............................................................. 73
6.1.2 Ensino Fundamental I – 2º a 4º ano ................................................................................................ 73
6.2 Ações gerais a serem desenvolvidas pelo professor ............................................................. 75
Unidade III
7 ATIVIDADES PROPOSTAS .............................................................................................................................. 80
7.1 Reconhecimento corporal ................................................................................................................ 80
7.2 Movimentos naturais imitativos .................................................................................................... 81
7.3 Atividades de integração e socialização ..................................................................................... 82
7.4 Jogos motores com corda ................................................................................................................. 85
7.4.1 Atividades motoras com corda ......................................................................................................... 86
8 JOGOS COMPETITIVOS E JOGOS COOPERATIVOS ............................................................................... 87
8.1 Jogos competitivos .............................................................................................................................. 87
8.2 Jogos cooperativos .............................................................................................................................. 89
7
APresenTAção
Vamos iniciar nossos encontros e nossas reflexões com esta frase: “Breve é a vida, longa é a arte”, 
pois falar sobre arte e movimento requer várias abordagens, principalmente quando um de nossos 
objetivos é sensibilizar educadores que trabalham com crianças. Essa frase é do filósofo grego Hipócrates, 
considerado o “Pai da Medicina”, que defendia, entre outras teorias, a “arte” como cura e tratamento. Com 
isso, é possível concluir que toda e qualquer forma de manifestação artística e física pode se perpetuar 
durante décadas, influenciando e cativando gerações, que, cada vez mais, se distraem e se perdem no 
sedutor mundo das imagens, dos sons e dos gestos. Embora se trate de um assunto muito exposto e 
discutido, nossas reflexões trarão fundamentações de teóricos dos temas e, portanto, estudaremos e 
desenvolveremos tais teorias com a criança de modo criativo, inteligente e fundamentado.
Se olharmos com atenção ao nosso redor, veremos como o ambiente está repleto de artes e 
movimentos, desde um simples quadro ao design de uma cadeira, ou mesmo seu filho, seu sobrinho 
ou irmão pequeno fazendo traços em um papel com tinta, lápis de cor ou virando cambalhotas. 
Também cita-se a música que você ouve ou mesmo uma bailarina, que, com seus movimentos 
suaves, nos emociona. Esses tipos de manifestações, com suas peculiaridades, enriquecem o nosso 
cotidiano.
A arte e os gestos podem ser observados, compreendidos e apreciados. Trata-se de um mundo de 
possibilidades, e, por meio dele, é possível desenvolver a imaginação, a criatividade, e o indivíduo tem 
a chance de aprender e conviver com seus semelhantes, respeitando as diferenças. Tudo isso possibilita, 
ainda, a busca pelo entendimento de quem somos, de onde estamos e do que fazemos no mundo.
Nosso primeiro contato com o conhecimento teórico inicia-se ainda na Educação Infantil, época em 
que somos desafiados a entender as cores, as imagens, a elaborar movimentos com técnicas, entre outras 
brincadeiras. E, no decorrer de nossa história escolar, passamos a conhecer um pouco mais sobre esses 
mundos tão ricos. Ocorre, porém, que nem todo professor está devidamente preparado para ensinar 
didática e metodologicamente, e é de suma importância ter em mente que é a partir de nosso professor 
que iremos caminhar para o educador que queremos ser.
Assim, neste estudo, temos outro objetivo importante: preparar-nos para trabalhar com a disciplina 
Metodologia de Arte e Movimento: corporeidade. Não precisaremos apenas de teorias das fases do 
desenvolvimento físico-motor ou da história da arte, e sim refletir sobre como é nossa relação com a 
criança e como avaliaremos sua produção estética. Também será necessário pensarmos sobrealgumas 
importantes competências, como a formação do professor de Educação Básica no âmbito da disciplina 
de Artes, da Educação Infantil ao Ensino Fundamental.
As reflexões do nosso livro-texto indicarão estudos importantes para a formação do educador e 
também contribuirão para a compreensão das épocas, das modalidades, dos estilos e das vivências 
aplicadas a partir dos conhecimentos teóricos estudados e discutidos.
Os fundamentos do trabalho do educador são: ressignificar o período passado, reelaborando o 
presente e trabalhando com as abordagens interdisciplinares. Não podemos ignorar as diversidades dos 
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alunos que encontraremos na escola de Ensino Básico, é muito importante respeitar os desenvolvimentos 
corporais e cognitivos das faixas etárias específicas.
As Unidades I e II apresentarão conceitos teóricos importantes para nossa práxis, pois, como sabemos, 
é a teoria que sustenta o nosso fazer em sala de aula. Se não entendemos determinados conceitos, não 
saberemos como conduzir nossos alunos ao conhecimento.
Na Unidade III, nota-se a importância de propiciar um ambiente rico em atividades artísticas e 
corporais por meio de jogos e brincadeiras, proporcionando a criatividade, o desenvolvimento cognitivo 
e motor e socializando nosso aluno para que possa adquirir sua autonomia para a vida.
Esperamos que o livro-texto sirva como referência para seu trabalho como educador. 
InTroDução
Neste livro-texto, teremos a oportunidade de estudar os mais diferentes estilos de obras de artes que 
apareceram no mundo desde os primórdios, como a arte rupestre. Estudaremos o período da Antiguidade, 
da Idade Média, do Classicismo e até os nossos dias. A compreensão e o entendimento dos contextos 
políticos, religiosos e sociais em que as artes surgiram dimensionarão o nosso aprendizado. A partir de 
tais estilos, compreenderemos os questionamentos de cada época e suas transformações, possibilitando 
nossos olhares em relação ao ensinar e ao aprender. 
Com base nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), discutiremos as fundamentações e os 
estudos realizados em nosso livro-texto, bem como autores que desenvolveram pesquisas interessantes.
Você entenderá a importância de vivermos a experiência fundamentada ao ver nosso aluno se 
desenvolvendo em todos seus aspectos biopsicossociais. Vamos estudar o pensamento de Vygotsky, que 
questiona a definição do brinquedo como atividade que dá prazer à criança. Esse livro-texto despertará 
o olhar do educador às linguagens corporais decifradas em nossos alunos mediante as atividades lúdicas 
propostas. Essas atividades vão auxiliar na interação social, na organização das tarefas diárias e na 
autonomia, mas sem perder o foco do lúdico.
Também vamos trabalhar com alguns jogos e brincadeiras, articulando o binômio corpo e mente, 
a lateralidade, o equilíbrio, o relaxamento e a importância de tais atividades e as interações que 
proporcionam.
Esperamos que você possa aproveitar todas as propostas em suas aulas e que seja participativo. 
Sucesso!
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Metodologia de arte e MoviMento: corporeidade
Unidade I
1 os CAMInhos DA ArTe no BrAsIl
Nesta Unidade, estudaremos como aconteceu o reconhecimento e a implantação do curso de 
Educação Artística no Brasil. Para isso, precisamos destacar a Lei 9394/96. Esta é baseada no princípio 
da Constituição Federal de 1988 e foi sancionada pelo então ministro da educação — Paulo Renato de 
Souza, em 20 de dezembro de 1996. A lei trouxe modificações significativas no âmbito da Educação 
Infantil, sendo que as creches e as pré-escolas tornam-se a primeira etapa da Educação Básica. Veja a 
citação a seguir:
[...] no currículo estabelecido em 1971, as artes eram aparentemente a única 
matéria que poderia mostrar alguma abertura em relação às humanidades 
e ao trabalho criativo, porque mesmo Filosofia e História haviam sido 
eliminadas do currículo (BARBOSA, 2007, p. 49).
A LDB obrigou o ensino de Artes nas escolas, mas muitos professores não estavam preparados para 
ministrar a disciplina. As “escolinhas de arte” preparavam alguns docentes e estes tinham permissão 
para lecionar a disciplina para as 5ª séries daquele tempo.
Em 1973, a universidade abriu o curso superior em Artes com o objetivo de preparar melhor os 
docentes. O curso foi composto em apenas dois anos, ou seja, o professor de artes teria que ser capaz 
de lecionar as seguintes disciplinas: artes visuais, dança, desenho, desenho geométrico, música e teatro. 
Ainda sobre os dados históricos do nascimento do ensino do profissional de Artes no Brasil, as 
diferenças aconteceram de forma muito lenta, pois, devido a essa concepção histórica na formação 
desse profissional, pouco foi feito em relação à formação, visto que na pesquisa de Barbosa, o termo 
“criatividade” foi o mais ouvido durante a pesquisa realizada com os estudantes desses cursos. A autora 
entrevistou 2.500 professores de Artes de escolas de São Paulo. Veja seu relato a seguir:
Todos eles mencionaram o desenvolvimento da criatividade como o primeiro 
objetivo de seu ensino. Para aqueles que enfatizaram as artes visuais, o 
conceito de criatividade era espontaneidade, autoliberação e originalidade, 
e eles praticavam o desenho no seu ensino; para aqueles que lecionavam 
principalmente o canto-coral, a criatividade era definida como autoliberação 
e organização (BARBOSA, 1983, p. 53).
Ferraz e Siqueira (1987), em uma pesquisa com 150 professores, constataram que os livros didáticos 
são a fonte de ensino para 82,8% deles. Barbosa (1983) criticou o conceito que os professores trouxeram 
de dados à pesquisa, pois este é um conceito do senso comum, não é preciso ser um professor com 
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formação em Artes para trazer essa contribuição. Além disso, eles tiveram acesso aos livros didáticos 
para a arte-educação e modernizaram apenas na autoliberação — deixar o aluno fazer o que quer 
(laissez-faire).
As informações dessa pesquisa indicam que os professores de arte-educação, ou de educação 
artística têm uma formação precária. Trabalham sem objetivos, sem roteiros de aulas e sem projetos. Em 
contrapartida, os alunos têm sido vítimas desses professores e de uma história. Atualmente, notamos 
que são profissionais/alunos dessa época que trabalham a disciplina de Arte, não há qualquer trabalho 
com a formação sociocultural, histórica e crítica, que provavelmente a história da arte contemplaria. 
Baseado nessas questões, notamos que o ensino de Artes resume-se a pinturas e colagens 
descontextualizadas sem qualquer objetivo, e os professores fazem releituras sem apoio do contexto 
histórico das obras trabalhadas, e estas ficam sem sentido.
Tanto a pesquisa de Ana Barbosa como a de Ferraz e Siqueira destacam que o corpo docente não 
atendeu aos programas de ensino estabelecidos e nem às determinações da LDB. Sabemos que o que 
foi mantido em artes visuais foi o trabalho com o desenho geométrico. Na época dessas pesquisas, o 
país era governado pela Ditadura Militar e a educação brasileira tinha o acordo do MEC/USAID — United 
States Agency for International Development, o qual estabelecia convênios de assistência técnica e 
cooperação financeira à educação brasileira. A escola secundária era profissionalizante, pois havia o 
intuito de atender às companhias multinacionais que dominavam o país.
Encontram-se motivos divergentes para se entender de arte. Desde a Idade Média, ela estava no 
lugar do sagrado, nas catedrais, nos templos e nas catacumbas. O senso comum atribui à arte um lugar 
especial, de nobres, ricos, deuses e semideuses. A sacralização da arte, arte como objeto, como produto, 
como algo para poucos, algo para ricos.
Portanto, refletir as questões da história da Educação Artística no Brasil e da história dos métodosda implantação dessa disciplina, passou-se a entender o porquê do modelo de ontem ser repetido 
atualmente. O aluno de ontem, que é o professor de hoje, aprendeu pela metodologia antiga. Assim, 
quando ministra suas aulas, ele mantém aquilo que foi ensinado.
Lidar com a arte implica crítica, história, criatividade e o bem para todos. Ela ocupa, contrariamente, 
outro lugar que o senso comum enxerga. 
1.1 o que é arte?
Nossas aulas serão alicerçadas por questões e assuntos que fazem parte dos conhecimentos e das 
informações desta disciplina. Antes de começar, será importante que você pense, e, se possível, registre 
o que é arte e o que ela representa para você.
Esse registro será útil para você comparar seu aprendizado de agora com o do final curso. E por que 
não escrever? Essas anotações são um exercício do pensamento!
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Metodologia de arte e MoviMento: corporeidade
1.2 Definição de arte
Nosso primeiro questionamento é: o que é arte? Então, vamos conceituá-la.
Em primeiro lugar, veja o conceito que o dicionário atribui à arte: Etimologicamente: Lat. ars, artes 
‘maneira de ser ou de agir, habilidade natural ou adquirida, arte, conhecimento técnico (p.opos. ao lat. 
natúra ‘habilidade natural’), tudo que é de indústria humana, ciência, ofício, instrução, conhecimento, 
saber, profissão destreza, perícia, habilidade, gênio, talento, qualidades adquiridas (p.opos. a ingenium 
‘qualidades naturais’), pej. ardil, fraude’, p.ext. ‘produto da arte, regras de uma arte, a parte teórica de 
uma arte, tratado, obra importante; ver art(i)-; f. hist. XIV arte (HOUAISS; VILLAR, 2001).
Vimos o quanto é complexo o conceito de arte e em quantos universos ela transita e habita; mas 
veremos tais conceitos ao longo de nossas discussões. Os debates formarão outros conceitos e estes vão 
compor essa área do conhecimento.
Essas complexidades acompanham as muitas expressões e linguagens da arte envolta na emoção de 
quem a produz. Ao nos depararmos com uma obra, vemos a beleza dos traços, dos efeitos cromáticos, 
do ritmo, das mensagens estéticas e ao mesmo tempo os sentimentos se afloram. Tais valores estéticos 
representam nossa história, nossos sentimentos, nossa cultura e o contexto ao nosso redor, isso 
é uma criação humana que chamamos de arte. Aplicando nossos conhecimentos num conjunto de 
procedimentos, realizamos algumas obras, ou seja, arte.
Existem vários outros conceitos, e podemos citar ainda que a arte é uma experiência dos humanos 
que possuem conhecimento em estética, que transmitem emoções e ideias por meio de obras, como 
arquitetura, dança, desenho, escultura e outras manifestações que possuem seu valor e representatividade 
individual. 
Quando aprendemos sobre arte, podemos apreciá-la. Ao criticarmos ou observarmos uma obra, 
precisamos fazer uma análise, pois quando nosso olhar é bem fundamentado, podemos refletir 
adequadamente para emitir opiniões. Os embasamentos sustentarão nossas opiniões tanto para os 
materiais, os gostos e os estilos, quanto para os diferentes modos de fazer arte. Sabemos que o ser 
humano, desde sua evolução, deixou registros de sua presença na Pré-História, e foi por meio dessas 
expressões que demonstrou sua arte, seus medos e suas crenças. Criou formas nas cavernas, como as 
garatujas pintadas e os utensílios domésticos, que, aos poucos, se transformaram em comunicação. 
Posteriormente, descobriu, com as pesquisas arqueológicas, templos religiosos, quadros, entre outros.
A arte apresentou-se de várias formas, como: dança, escultura, arquitetura, teatro, plástica, música 
etc. Essas formas podem ser observadas por três ângulos: visual, auditivo ou misto (audiovisual). 
A criação de objetos surgiu como meio de vida ou divulgação de crenças para distração, estimulação 
e exploração, além de possibilitar a interpretação de objetos e cenas. Existem também criações muito 
interessantes em que o caráter instrutivo está intrínseco. Nos primórdios, os objetos criados foram 
ferramentas para cavar ou para serem utensílios de cozinha, ou seja, para as necessidades essenciais de 
sobrevivência.
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Por meio de matérias orgânicas e materiais diversos, o artista fazia sua produção, e esta gerava 
formas, espaços e figuras. Isso tudo resultou em obras que fascinam até hoje, mesmo que não estejamos 
ambientados com seu contexto, mas que mesmo assim adquirem vida própria e findam sempre, sendo 
uma verdade do próprio artista.
 observação
A arte não tem como função retratar a realidade com fidelidade, e sim 
representar, com símbolos, a humanidade.
Para entendermos melhor o que é arte, faremos um exercício que terá como objetivo sensibilizar o 
olhar para o mundo da arte. Um olhar que ampliará nossos conhecimentos e repertórios artísticos, e, 
principalmente, que aproximará tais teorias do nosso dia a dia. Imagine algo que você sempre via de 
súbito aparecer aos seus olhos de uma forma totalmente diversa. Você passará a olhar as coisas a partir 
de outras referências.
Procure olhar ao seu redor: quantas coisas são arte? Pense em como ocorreu a construção desses 
objetos. Lembra-se de alguma construção que viu há pouco tempo?
Verifique outros objetos ao seu redor. O que mais chama sua atenção? O que não lhe agrada? Qual 
a utilização desses objetos? Percebe suas funções?
1.3 onde utilizamos a arte?
Essa pergunta nos leva a pensar no mundo da arte e o quanto ela nos cerca e nos anima, ela faz 
parte do nosso dia a dia. Percebeu?
As ideias de outros tempos e culturas são levadas às pessoas pelos artistas, que divulgam suas 
obras pelos marchands, pelos empresários e pela mídia. Com a tecnologia, as técnicas e as teorias se 
difundiram ainda mais.
Espalhamos essas técnicas e teorias quando descobrimos objetos de outras civilizações por meio da 
arqueologia.
Com a reprodução de fotos, a arte também passou a ser reproduzida nas revistas internacionais 
dos anos 1890. Com o advento do rádio e da TV, em 1895 e 1926, respectivamente, tudo ficou mais 
dinâmico para a divulgação de ideias pelo mundo. Por meio da imprensa, que foi inventada por Johann 
Gutenberg, em meados de 1450, podemos debater, interagir e compartilhar inúmeras ideias e técnicas.
A arte pode ser realizada para ajudar no dia a dia, para decorar o mundo, enfeitá-lo, no design de 
móveis, em nossas vestimentas etc. Quando falamos no porquê de fazer e usar arte, estamos falando 
de sua função. Utilizamos a arte para nos expressar e criamos de forma simbólica as coisas que nos 
rodeiam. A verdade é que a obra artística expressa não o que de fato existe (embora seja concreta), e sim 
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Metodologia de arte e MoviMento: corporeidade
o que representa para o artista, que nem sempre é o que o povo vê. Como exemplo, podemos pensar 
numa tela em branco. Quando um pintor utiliza esse espaço criando uma imagem, a tela deixa de ser 
apenas uma tela, esta se transforma na imagem que ele produziu.
Agora que estudamos sobre a arte e sua utilização, entraremos numa outra discussão. E seria 
interessante que fosse registrada numa outra linguagem — o desenho —, mas, se preferir, você pode 
fazer o registro por escrito. Como a arte e a cultura se articulam? O que existe em comum entre elas? 
Vamos estudar isso no próximo tópico.
1.4 Arte e cultura
Agora iremos refletir mais sobre esses dois conceitos. Pensou? Descobriu algo em comum? Eles são 
semelhantes ou diferentes?
Os dois se entrelaçam e nos dão a possibilidade de ampliá-los. Embora a arte esteja diretamente ligada 
à nossa cultura, se nos atentarmos para cada obra de arte, poderemos perceber um pouco da cultura 
do artista, do país onde vive e o tempo da realização da obra expressa; assim, é possível dizer que a arte 
trata-se de um produto cultural. Chauí (2003, p. 38) elucida que a arte consistena “eterna novidade 
do mundo”, e o artista é aquele que “busca o mundo em estado nascente”. Por meio da arte, é possível 
criarmos uma nova realidade utilizando-se daquela já conhecida, transfigurando-a, transformando-a, 
dando-lhe novas significações.
Assim, por meio das músicas folclóricas, das brincadeiras, dos jogos tradicionais, dos cordéis, das 
danças, da gastronomia e das pinturas, é possível conhecer muito a cultura de um povo, fator essencial 
para o desenvolvimento social do homem.
Falando em músicas folclóricas, destacamos o que é folclore. Etimologicamente, essa palavra deriva 
de duas palavras saxônicas: folk — povo, e lore — conhecimento. Essa definição foi criada em 22 de 
agosto de 1846 pelo antiquário inglês William John Thoms. Com o pseudônimo de Ambrose Merton, 
William publicou um artigo com o nome Folk-lore, na revista The Athenaeum, de Londres. Nesse artigo, 
indicava o folk-lore como uma expressão apropriada ao estudo das lendas, das tradições e da literatura 
popular, definindo-o como “a sabedoria do povo”.
Nesse contexto, é possível afirmar que a arte é parte integrante da cultura, trazendo possibilidades 
de integração, de divulgação e de desenvolvimento da cultura popular.
A arte na educação como expressão pessoal e como cultura é um importante instrumento para 
a identificação cultural e o desenvolvimento individual. Por meio da arte, é possível desenvolver a 
percepção e a imaginação, apreender a realidade do meio ambiente, desenvolver a capacidade crítica, 
permitindo ao indivíduo analisar a realidade percebida, e desenvolver a criatividade para mudar a 
realidade que foi analisada (BARBOSA, 1983).
Em complemento ao parágrafo anterior, cabe aqui destacar a afirmação a seguir: 
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O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado. Ele é 
herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflete o conhecimento 
e a experiência adquiridos pelas numerosas gerações que o antecederam. 
A manipulação adequada e criativa desse patrimônio cultural permite as 
inovações e as invenções. Assim, em cada sociedade, é possível notar uma 
diversidade de valores morais, religiosos, artísticos etc., os quais se integram 
à cultura popular. Vale ressaltar que esses valores podem sofrer modificações 
ao longo do tempo, pelo dinamismo da sociedade (LARAIA, 2001, p. 41). 
Considerando que arte e cultura estão interligadas, pode-se dizer que a arte também se manifestou 
de diferentes modos ao longo dos tempos e nas diferentes sociedades. Para verificar essa diversidade, no 
próximo tópico faremos um estudo sobre a arte na História.
Agora nos aproximaremos de outros conceitos para entender melhor esse homem em sua dimensão 
artística, cultural, em suas formas de expressão, e, principalmente, no uso de uma linguagem e de traços 
históricos e sociais que o acompanham.
Faremos uma viagem através dos tempos e assim nos apropriaremos da história dos povos, de suas 
manifestações, como também compreenderemos as expressões do homem nas mais variadas épocas, 
vinculando a arte ao tempo e ao artista.
Vamos, então, refletir sobre a história da arte. A arte tem uma história? Ela acompanhou as 
manifestações dos povos através dos tempos? Quais foram essas transformações? Quais foram os povos 
mais influenciados? Precisamos fazer uma relação entre o significado da arte, entre o homem que a 
realizou, em um contexto sócio-histórico-cultural.
2 hIsTórIA DA ArTe
Então, pensou? Imaginou a quantidade de quadros famosos? E as esculturas que estão nos jardins? 
E o vestuário das óperas, as músicas dos corais? 
A história da arte não se trata de uma mera leitura visual. Ao estudá-la, entra-se numa espécie de 
dicionário de símbolos, sejam plásticos, cênicos, musicais, gestuais ou literários. Ela faz parte da vida 
humana desde a Antiguidade, quando o homem fazia rabiscos nas cavernas para ilustrar sua vida, até os 
nossos dias. Ao longo dos tempos, a arte assumiu várias modalidades e estilos, e nós vamos explorá-los 
em pormenores.
Imagine qual era a arte do homem há 4 mil anos a.C. Como era essa arte? Quais recursos materiais 
ele utilizava? Como se vestia? Como se enfeitava?
2.1 Arte rupestre
Ao refletirmos sobre o homem paleolítico, poderemos partir para a construção do cenário desse 
tempo e para os desafios que esse homem enfrentava. Diante do mundo em que vivia, sabemos que 
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esse homem passou por processos de compreensão dos fenômenos da natureza inimagináveis, pois seus 
enfrentamentos com esses fenômenos geravam medos, e ele encontrou na arte a forma para se curar 
desse mal.
Ele não tinha o controle da natureza; por isso, a todo o momento, assustava-se com trovões e raios. 
Com o intuito de amenizar esses medos, atribuía nomes aos fenômenos como se eles fossem deuses.
A arte rupestre surgiu a partir da necessidade de o homem registrar sua história, quando passou 
a buscar símbolos que representassem graficamente as palavras da mesma forma como eram faladas, 
registrando seus sonhos e cenas do cotidiano. Uma das primeiras obras do período paleolítico é a Vênus 
de Willendorf.
Figura 1 – Vênus de Willendorf
Encontram-se em Altamira, na Espanha, as mais conhecidas obras de arte rupestre, as pinturas em 
cavernas de 30000 a.C. a 12000 a.C. Já na França, podem ser vistas pinturas rupestres de animais pré-
históricos, indicando rituais de caça.
No Brasil, a arte rupestre pode ser encontrada no Parque Nacional de Sete Cidades, no Piauí, em 
Lagoa Santa, Minas Gerais, e em Rondonópolis, no Mato Grosso.
 saiba mais
Para conhecer vários estudos sobre a arte rupestre pelo mundo, acesse:
<http://www.macua.org/rupestre/rupestre.html>.
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Agora, iremos pensar num outro povo, outro tempo e civilização. Os rios Tigre e Eufrates foram 
cenários dos povos de que você provavelmente já ouviu falar. Lembra-se dos sumérios? E dos assírios e 
dos babilônios? Esses povos viveram na antiga Babilônia, capital da Suméria. Você sabia que hoje essa 
região é Israel?
Vamos conhecer um pouco da arte desses povos.
2.2 Arte na Mesopotâmia
Figura 2 – Arquitetura da Mesopotâmia – Torre de Babel
Ao refletirmos sobre as terras da Mesopotâmia, poderemos então partir para pensar na construção 
desse cenário, no tempo e nos desafios que esses homens enfrentaram. 
Esses povos, sumérios, assírios e babilônicos, viviam em disputas, guerras e árduas lutas, e estes eram 
o tema de suas composições. Vemos a representação desses episódios entalhados e pintados em suas 
obras, fixados em paredes, túmulos, vasos e pinturas em seus utensílios domésticos.
Quanto à arquitetura, mesmo não sendo tão notável quanto à egípcia, ela destacava-se pelo luxo e 
pela exuberância dos templos e castelos, que eram considerados cópias dos existentes nos céus. Eram 
construídos com tijolos, por não haver pedra suficiente para construção na região. Para termos uma 
ideia dessa cultura, os faraós acreditavam que quando morressem, a fortuna deveria ser levada ao céu 
junto com eles.
A arquitetura funerária era suntuosa, constituída das melhores peças de ourivesaria. Como 
exemplo, temos o cemitério real, localizado em Ur — cidade da antiga Mesopotâmia, reservado 
para monarcas da primeira dinastia, coberto por falsas abóbadas, onde estavam enterrados o 
monarca e seu séquito.
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As esculturas na Mesopotâmia são raras, pois a maioria foi feita com argila e não resistiu ao tempo. As 
que ainda existem, de pedra ou outros materiais mais resistentes, representam a realeza. Não podemos 
nos esquecer dos túmulos, todos esculpidos, muitos deles em ouro maciço.
Na pintura, por meio decores em tom pastel, eram reproduzidas caçadas, batalhas e cenas do 
cotidiano dos reis e dos deuses. Entres os persas, destacavam-se os objetos de cerâmica ou de tijolo com 
trabalho esmaltado.
Ressalta-se a ourivesaria, que constituía uma das atividades artísticas mais importantes da região, 
com a fabricação de estatuetas de cobre e mármore, colares usados por todos e braceletes com pedras 
de estilos variados.
Novamente, vemos as produções de arte cujo eixo temático é a história de um povo. 
Dessas civilizações, restaram poucas coisas; além das enchentes e inundações, esses povos insistiram 
nas disputas de terra e poder.
Agora, as pirâmides serão a referência para o próximo tema, elas foram consideradas uma das sete 
maravilhas do mundo, e você já deve ter ouvido falar delas, não é mesmo?
2.3 Arte no egito
A civilização egípcia sempre teve uma organização social rica em realizações culturais e uma escrita 
bem estruturada. As obras de arte se caracterizavam pelo forte caráter religioso e funerário, devido à 
crença dos egípcios na vida após a morte — na verdade, tudo no Egito era orientado pela religião.
Entre os motivos da arte, o mais exposto era a figura do faraó, soberano absoluto, representante de 
Deus na Terra; além disso, havia vários deuses personificados em aves e animais.
Figura 3 – Desenho egípcio
Sem dúvida, uma das obras artísticas mais expressivas do Egito são as pirâmides, com sua 
monumentalidade e ampla base, simbolizavam a total autoridade do faraó. Sua estrutura é composta 
por um triângulo isóscele, que garante equilíbrio e segurança.
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As três pirâmides de Gizeh são o símbolo do Egito. O templo do vale é ligado ao templo mortuário, 
abrigando a esfinge de Gizeh, que foi esculpida diretamente na rocha do planalto com corpo de leão e 
cabeça de ser humano, sendo considerada por muitos a própria imagem do faraó.
A pintura egípcia é sempre bidimensional, com cores provenientes de substâncias minerais, 
predominando o vermelho-tijolo para representar o homem, o amarelo ocre para a mulher, o preto para 
cabelos e olhos, o azul para a água e o verde para as plantas.
Um fato interessante foi o reinado do faraó Amenófis IV, que tentou introduzir o monoteísmo, 
cultuando o deus Aton, que tinha como símbolo o disco solar. Influenciou também a pintura com 
caráter naturalista, representando a fragilidade humana em cenas comuns da rotina das pessoas. Para 
completar, a cultura egípcia sofreu novas transformações ao ser vítima de invasões, colocando o povo 
em contato com os gregos; porém, a imagem do faraó ainda é o símbolo do Egito e acredita-se que seu 
reinado sempre será absoluto.
Você percebeu que pouco se sabe sobre essas civilizações que estudamos? Isso se deve ao 
eurocentrismo — a visão de homem, de história e de civilização, a qual tem a Europa como referência.
2.4 Arte na Grécia
Na Grécia, outra cultura que teve sua especificidade em seu estilo e em sua linguagem, encontram-
se vários monumentos, principalmente na Ilha de Rodes, como o conhecido Colosso de Rodes, localizado 
no porto do Mar Mediterrâneo, entrada da ilha, e a escultura gigantesca de Zeus.
Na arte grega, a natureza era o motivo mais retratado: touros, símbolos marinhos e animais 
ilustravam a cerâmica. O artista grego procurava colocar em suas obras o equilíbrio, a harmonia, 
tendo como características o racionalismo, o amor e a beleza, o interesse pelo homem e a 
democracia.
Figura 4 – Laocoonte e seus filhos
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Metodologia de arte e MoviMento: corporeidade
 lembrete
Para os egípcios, o mais importante era o faraó. Já para os gregos, o ser 
humano ocupava um lugar especial no Universo, sendo que a razão estava 
acima da crença em qualquer divindade.
 saiba mais
Para saber mais sobre a arte grega e egípcia, acesse: <http://www.
historiadomundo.com.br>.
Nas esculturas, os gregos preocupavam-se em manter a simetria do ser humano, tanto que esculpiam 
em bronze e liga metálica a figura nua do homem ereto, em posição frontal e com o peso do corpo 
distribuído sobre as pernas. As pedras eram também outro material utilizado.
A arquitetura grega era construída com as mesmas normas de simetria e proporções ideais, os 
templos possuíam uma base de três degraus e eram estruturados por colunas, cobertos por dois telhados 
altos no centro e inclinados para os lados.
Sobre as artes plásticas da Grécia, essas eram essencialmente públicas; localizavam-se em fontes — 
com figuras mitológicas, em praças centrais — com figuras do poder, em templos ou nas colunas dos 
teatros de arena.
A seguir, entraremos em contato com a arte romana e o Coliseu, um espaço mais utilizado pelos 
romanos.
2.5 Arte em roma
A arte romana teve como principais características a funcionalidade, porque tudo o que eles 
construíram em termos arquitetônicos tinha função e praticidade, e também o realismo, que marcou 
essa civilização. Ela foi influenciada pelos etruscos, gregos e orientais; porém, os romanos conseguiram 
criar um estilo próprio, inovando a arte. Sua maior contribuição artística foi a arquitetura, pois valorizava 
o espaço interno e a composição estética e natural dos elementos. Não podemos deixar de comentar 
sobre outra característica importante da arte romana, representada pela grandeza dos monumentos 
arquitetônicos. A importância do caráter do homem, no sentido político, que era muito maior do que a 
beleza e a originalidade no contexto da época.
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Figura 5 – Exterior do Coliseu de Roma, Itália
Os templos romanos tinham uma planta retangular, com colunas de ordem dórica, jônica, coríntia, 
toscana e compósita. Os teatros foram construídos sobre uma estrutura de pilares e abóbadas, com 
orquestra pequena, assentos e um palco maior com fundo em alvenaria. Nos anfiteatros, realizavam-se 
as lutas dos gladiadores, sendo o Coliseu o mais majestoso. Seu exterior era decorado com esculturas de 
pedra e colunas gregas com capitéis ornados nos estilos citados.
A pintura romana, como as demais, tinha como temas as cenas do dia a dia, apresentavam muitos 
rostos em forma de retratos e animais. Além disso, destacavam-se pinturas homenageando e descrevendo 
as entradas após as batalhas triunfais, vitórias militares das disputas e das regiões conquistadas.
Nossa viagem continua pelos séculos, e a Idade Média vem acrescentar a este estudo as mais curiosas 
informações, dada sua riqueza de descobertas e inventos provocados pela ditadura da Igreja nos mais 
diversos âmbitos da sociedade. 
2.6 Arte na Idade Média
Durante a Idade Média, a arte se dividiu em três estilos: bizantino, românico e gótico. Esses estilos 
aparecem após a Reforma Protestante e tiveram como líder Martin Lutero, que escreveu inúmeros 
textos contra a Igreja Católica; por isso, muitas linhas religiosas apareceram por conta de suas críticas, 
e os templos religiosos criaram seus estilos.
Entre as principais características artísticas desse período, citamos a questão do analfabetismo e das 
ilustrações, que tiveram um lugar especial e importante para a divulgação do catolicismo. Como a Igreja 
era rica o suficiente para bancar a arte dos templos, as igrejas eram decoradas com afrescos belíssimos, 
e eles são famosos até hoje.
Naquela época, várias críticas foram feitas à Igreja em relação ao pagamento dos indultos; por esse 
motivo, muitos fiéis abandonaram o catolicismo e migraram para outras doutrinas, como a de Bizâncio, 
o protestantismo, entre outras. E, se pensarmos em termos de propaganda, essa decoração surgiu como 
meio e avanço da época, que trouxe inúmeros fiéis de volta à Igreja. Posteriormente, veremos essa 
atitude da Igreja com o nome de Contrarreforma.
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O bizantino é o estilo das igrejas da Idade Média, e esta, em especial, apareceu após a época iconoclasta, 
que proibia todos os tipos de imagem. Nessas igrejas, há produção do mosaico com inúmeras cores e 
técnicas. Este foi utilizado na propagação do Cristianismo, e um dos mais famosos apresenta Cristo 
como mestre. 
A arte bizantina também tem como referência os ícones, que eram pequenos painéis de madeira 
com imagens pintadas de santos e seres sagrados. Os vitrais ilustravam passagens bíblicas, a vida dos 
santos, representando manuscritos iluminados gigantescos. Os vidros picados e coloridos sensibilizaram 
os artistas para a percepção das cores.
Quanto à pintura gótica, era repleta de simbolismo espiritual. As cores eram definidas da seguinte 
forma: o azul era atribuído a Virgem Maria; o marrom, a São João Batista.
Vale ressaltar que, apesar das obras citadas, inúmeras descobertas e inventos terem integrado a 
Idade Média, relaciona-se a ela o preconceito existente no Renascimento, período posterior, que, para 
sobrepor-se, criou essa cultura usada até os nossos dias. 
Essa época volta-se para o período entre a Antiguidade Clássica até o século XVI, momento em que 
teoricamente ela termina. Considera-se esse período, também conhecido como Idade das Trevas, como 
algo vago, em que nada foi criado, período de barbárie, de ignorância e de superstição.
Infelizmente, muitos historiadores da arte têm o conhecimento de que a Idade Média é o tempo das 
trevas, porque durante esses séculos, quem não fosse da Igreja não tinha chance de produzir, e a arte 
que não utilizasse desse viés temático não era considerada. Assim, os temas e os motivos das obras sem 
a religião como pano de fundo não poderiam participar do momento artístico.
2.7 renascimento
As mudanças entre séculos e estilos não ocorrem de repente; assim, as transformações entre a Idade 
Média e o Renascimento foram se configurando aos poucos, mesmo com a cultura do Renascimento, na 
qual o homem renasce das cinzas da Idade Média.
O século XV ficou conhecido como o século do Renascimento, devido a diversas mudanças 
sociais e várias conquistas. Na Idade Média, o livro manuscrito era monástico, ou seja, confeccionado 
artesanalmente pelos monges copistas, e a disseminação de ideias era limitada, com erros frequentes e 
em pouca quantidade (RIBEIRO et. al., 2007).
O termo “renascimento” foi utilizado justamente pelo preconceito existente em relação à Idade 
Média, período vago e sem criatividade — chegava o momento de a arte renascer. O Renascimento 
modificou fortemente o cenário europeu. Na Itália, houve elevado crescimento nas administrações 
públicas. Em Florença, notavam-se melhorias na arquitetura e nas ciências — exceto na tipografia, por 
conta da resistência dos mecenas quanto ao produto impresso, diferente de Veneza e Roma, que, devido 
à presença de gravadores e impressores originados da Alemanha, a tipografia era bem aceita (FETTER et. 
al., 2010).
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Figura 6 – Crucificação de Cristo (Giotto di Bondone, 1306)
O Renascimento teve início no século XIV na Itália, recebendo esse nome porque seus integrantes 
buscavam reavivar a cultura da Antiguidade Clássica greco-romana. A principal característica desse 
movimento foi a busca da compreensão da humanidade como um todo. Em termos de arte, as principais 
características foram o nome dado àqueles que protegem os escritores, os artistas ou os sábios. Houve 
o desenvolvimento das técnicas de perspectiva e profundidade, o impressionismo, o realismo das obras 
e a ampliação das técnicas de sombreamento. A figura humana na arte renascentista passa a refletir o 
sentimento de autoconfiança de uma sociedade com vários níveis sociais.
Figura 7 – Tentação e expulsão do Éden (detalhe do afresco de Michelângelo)
 observação
O tema predominante nas obras artísticas e literárias do Renascimento 
é sempre o homem e tudo o que diz respeito a ele.
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Logo a seguir, estaremos diante de uma grande expressão! Algo grandioso, exagerado e rebuscado. 
Você já viu alguma foto de igrejas douradas? Já viajou alguma vez para as cidades históricas 
de Minas Gerais? Se a resposta for positiva, você já teve contato com essa grande arte, o Barroco. 
2.8 Barroco
Quem nunca ouviu falar de Aleijadinho? Ele foi um dos artistas mais famosos da época e seus 
trabalhos estão expostos em várias cidades de Minas Gerais. Essas cidades foram tombadas e são 
consideradas patrimônio histórico universal. Nas esculturas de Aleijadinho, encontramos características 
do rococó e dos estilos clássico e gótico. Os materiais que ele mais utilizou em suas obras foram a pedra-
sabão e a madeira.
Figura 8 – São Gerônimo (Guido Reni, 1635)
O Barroco pode ser compreendido como o movimento que rompe com épocas anteriores, 
entre os séculos XVI e XVIII, valorizando o infinito, o dramático, refletindo um conflito entre 
o divino e o homem. Ficou conhecido como um movimento complexo e contraditório. Veja a 
citação a seguir:
O homem barroco é um saudoso da religiosidade medieval, a Igreja 
reinspirou nele pelos artifícios artísticos e pela revanche dinâmica da 
contrarreforma, redespertando os terrores do inferno e as ânsias da 
eternidade. Mas é, ao mesmo tempo, um seduzido pelas solicitações 
terrestres e pelos valores do mundo — amor, dinheiro, luxo, posição, 
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aventura, que a Renascença, o Humanismo e as descobertas marítimas 
e as invenções modernas puseram em relevo. Desse conflito, desse 
dualismo, é impregnada a arte barroca (COUTINHO, 2004, p. 19).
A pintura de Leonardo da Vinci, A última ceia, de 1498, do período renascentista, tornou-se a obra 
referência do período barroco, devido às características que se fizeram presentes. Veja o que um dos 
estudiosos de arte diz sobre essa obra:
A utilização da perspectiva, que pode ser percebida na paisagem 
montanhosa da janela; a perfeição da imitação percebida na riqueza de 
detalhes dos objetos, alimentos e forma humana; e a disposição simétrica 
dos personagens, como pode ser visto Jesus ocupando o centro da cena 
(GOMBRICH, 1986, p. 267).
Assim, a arte barroca promove um mundo de significados sobre a natureza do homem e sua cultura. 
Essa riqueza de detalhes forma um painel de variedade de formas, de sombras, de luzes e de cores que 
compõem sua exuberância, sendo a expressão artística mais sinestésica, como fala Percival Tirapelli 
(1993, p. 40), o maior especialista do barroco no Brasil: “só entendemos o barroco, quando o vemos 
frente a frente!”.
O Barroco foi a maior manifestação da Igreja em termos de propaganda, ou seja, teve um papel 
importantíssimo na Contrarreforma. Foi utilizado como forma de divulgar o catolicismo e chamar os 
fiéis de volta à Igreja depois da Reforma ocorrida na Idade Média, fato que já estudamos anteriormente. 
Assim, podemos notar como o mundo das artes demonstra criteriosamente o que acontece em seu 
tempo.
 saiba mais
Para saber mais sobre o Barroco e sobre Aleijadinho, leia: LEMOS, M. A. 
B. Aleijadinho - homem barroco, artista brasileiro. São Paulo: Garamond, 
2008.
2.9 Classicismo
Neste momento de nosso estudo, será importante retomar o período greco-romano, inserido no 
período clássico, como o próprio nome indica, porque uma das características desse período buscou 
valorizar os elementos artísticos da cultura clássica. Ocorreu no período do renascimento cultural nas 
artes plásticas, no teatro e na literatura. Esse movimento, que teve o nome de Neoclássico, deve-se às 
escavações realizadas na Grécia, e os motivos, obras e ruínas foram recuperados e voltaram a compor o 
cenário da arte.
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Figura 9 – O Rapto das Sabinas, Jacques Louis David, 1799
Entre as características já citadas, temos a recuperação dos aspectos culturais dos povos da 
Antiguidade e a valorização das teorias filosóficas da cultura da Grécia e Roma Antiga. Outro aspecto 
importante foi a influência do pensamento humanista, que possibilitou ao homem a valorização de suas 
ideias e dos valores morais — solidariedade, respeito, honestidade, liberdade e amor. Diante da abertura 
ao pensamento do homem, surgiu o termo antropocentrismo, que defendia o homem como centro 
do universo, era crítico às explicações pautadas na religião, e tinha o objetivo da busca da pureza de 
equilíbrio, da pureza formal e do universalismo com base no racionalismo.
Entre os artistas que mais se destacaram no Classicismo, citamos: Leonardo da Vinci, Michelangelo, 
Rafael Sanzio, Andrea Mantegna e Claudio de Lorena.
2.10 romantismo
A que podemos associar o termo romantismo? Alguns podem lembrar-se de uma rosa, de um amor, 
ou quem sabe de uma paixão. Napoleão Bonaparte governou a França com paixão. Essa paixão tornou-
se posse, e essa personagem mostrou seu amor pela França com um nacionalismo exagerado. Assim, a 
arte começou a mostrar as guerras em suas obras.
Beethoven compunha músicas a pedido de Napoleão, que queria dominar o mundo. Outro fator 
social importante se deve à Revolução Industrial, que teve início no final do século XVIII e início do XIX, 
pois foi a partir daí que novos materiais fabricados apareceram para atender à expectativa da produção 
e do trabalho.
Nós, educadores, temos que nos atentar à pesquisa de Ariès (1978), quando questiona a mudança 
do valor da criança na sociedade, devido ao interesse do poder econômico em relação a essa mão de 
obra barata.
Outro importante movimento ocorreu para beneficiar socialmente a pessoa — a Declaração dos 
Direitos do Homem e do Cidadão. A arte e os artistas mostraram essa mudança social e se libertaram das 
técnicas acadêmicas, investiram mostrando os sentimentos do artista em suas obras; por conta disso, 
a imaginação do artista apontou a natureza, o claro e o escuro, os valores humanos e o nacionalismo, 
reforçando a tríade — Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
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O pintor Goya, nesse momento, mostra essa tríade com os horrores da guerra e as lutas intermináveis. 
O clássico tema mitológico é utilizado por ele, que retratou também as personalidades da corte espanhola 
e pessoas comuns em guerra. Os fuzilamentos, como exemplo, é uma obra sobre a liberdade.
Nessa época, o Romantismo ainda dialogava com o Barroco, como podemos notar nos quadros de 
Delacroix. Segundo esse pintor, o primeiro mérito de um quadro é o de ser uma festa para os olhos. 
Ele traduziu isso em sombras, em luzes e num festival de cores por meio de alegorias. Seu quadro mais 
famoso é A liberdade guiando o povo, e ele foi amigo íntimo do músico Chopin.
Com tantas transformações sociais e materiais confeccionadas pela indústria, o mundo se reveste de 
novidades e em seu bojo traz o modernismo, que indica uma quantidade de estilos, escolas, culminando 
com a arte entre as guerras. Enquanto o homem se libertava, construía a guerra. Algo paradoxal, mas 
que ocorre até hoje.
2.11 Modernismo
O Modernismo foi um movimento artístico e literário que se desenvolveu entre os séculos XIX e 
XX, como uma oposição ao período clássico. Teve como características a aceleração das inovações e 
experiências vanguardistas, que foram conduzidas pela recusa do tema realidade como um modelo para 
a arte.
Vários escritores, pensadores e artistas fizeram um corte nos meios tradicionais de organizar a 
literatura, a pintura e a música, com a ideia de que, se a natureza da realidade estava em questão, assim 
também teria de ser com a arte.
No Modernismo, a pintura ganhou traços delicados e elegantes, derivados do estilo gótico e do simbolismo 
romântico de dois grupos importantes da Europa no século XIX: os pré-rafaelistas, composto pelos ingleses 
Millais, Rosset, Hunt e Brown, e os nazarenos, formado pelos alemães Overbeck, Pforr e Cornelius.
Figura 10 – Prima Donna, Fernando Botero
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Quanto à arquitetura, havia uma rigorosa coerência entre as formas sinuosas das fachadas e a 
decoração interior, feita com ondulações. Era possível vislumbrar as vigas e as estruturas de ferro com a 
combinação de cristais. Salienta-se que a estrutura da arquitetura modernista podia ser vista sob duas 
tendências: formas sinuosas e orgânicas ou geométricas e abstratas.
No que concerne às esculturas, as formas eram diretamente relacionadas à arquitetura, apresentando 
apenas função decorativa. Os materiais e utensílios de uso diário eram produzidos com materiais nobres 
e decorados com desenhos que os elevavam à categoria de obras de arte. 
Destaca-se que essa época trouxe a revalorização do artesão. Entre tais materiais, o mais importante 
foi a invenção da máquina fotográfica, que ocasionou uma das maiores transformações sociais. Entre 
o processo de invenção e sua construção, tem-se a pesquisa, que começou com Leonardo da Vinci, e 
as transformações e adaptações cronológicas foram realizadas ao longo dos séculos por homens como 
Daguerre, Talbot, Niépci, que culminaram com a pesquisa do brasileiro Kossoy, responsável pelo resgate 
histórico das pesquisas que comprovaram a invenção paralela da fotografia no Brasil por Hércules 
Florence, trazendo reconhecimento mundial a esse inventor.
Se a pintura retratava a realidade, como ficaram os pintores com esse instrumento mais aperfeiçoado, 
mostrando o dia a dia dos homens? Vamos abordar esse tema no próximo tópico.
2.12 Impressionismo
Você refletiu sobre as questões levantadas? E como será que os artistas lidaram e transformaram a 
arte diante de tais questões decorridas da invenção da máquina fotográfica?
Houve uma intensa revolução. De um lado, os pintores, em seus ateliês, do outro, no espaço público, 
os fotógrafos registrando a realidade. Nesse momento, ocorre um fenômeno interessante, os fotógrafos 
passam a colorir suas fotos, e os artistas, com os ideais de liberdade, saem dos espaços limitados 
destinados às obras de arte e passam a produzir suas obras.
Nesse momento, prevaleciam as cores, as luzes e os matizes, que eram construídos pelos artistas em 
suas palhetas. A partir dessas cores primárias, eles inventaram e reconstruíram seus olhares conduzidos 
pela natureza. A descoberta das cores ocorreu por meio da luz do sol, e essas cores sofriam modificações. 
Os artistas perceberam que o sol, ao nascer, pintava o mundo de uma cor, ao meio-dia de outras cores, 
e, conforme seu andamento, a paisagem se transformava junto com ele. 
Assim, um mesmo motivo era feito inúmeras vezes sob o efeito das luzes, das sombras e 
dos raios de sol entre as nuvens e assim por diante. Consequentemente, a natureza direcionava 
aos artistas seus matizes, e suas mãos habilidosas, aos poucos, deixavam de fazer uma pintura 
de composição realista e repleta em detalhes para mostrar as cores e as manchas que as luzes 
delineavam.
Como já mencionado, vários movimentos surgiram no início no século XIX, e o impressionismo 
como característica revolucionou a pintura. Nota-se uma arte alegre e vibrante, com a presença de 
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inúmeras cores e a utilização desses contrastes da natureza, transparências luminosas, mescla de 
claridade das cores, sugestões de felicidade e de vida harmoniosa.
Figura 11 – Jardim da casa de Claude Monet em Giverny (1900)
Em abril de 1874, com a realização de uma exposição de artistas impressionistas em Paris, o público 
teve o primeiro contato com as obras impressionistas; entretanto, a reação foi contráriaao movimento, 
devido à fidelidade aos princípios acadêmicos da pintura.
O termo impressionismo, dado às pinturas integrantes desse movimento, deu-se em decorrência do 
quadro de Monet, Impression du Soleil Levant, que foi pintado ao ar livre, contemplando o espaço, a luz 
e o movimento, sem considerar as referências mitológicas, históricas e religiosas utilizadas na época, 
preferindo as impressões momentâneas do cotidiano.
Entre os principais artistas impressionistas, estão Monet, Renoir, Camile Pissaro, Vicent Van Gogh, 
Cézanne e Boudin, com obras que encantam até hoje. É claro que as cores impressionavam até os 
próprios artistas, visto que na época não eram fabricadas nas indústrias. 
Como sabemos que um movimento se contrapõe a outro e muitas vezes o completa, com o 
Impressionismo não foi diferente. E, pensando melhor, qual movimento surgiu para se contrapor 
a ele, que utilizava as cores como matéria-prima? O Expressionismo. Como iremos construir esse 
conceito?
2.13 expressionismo
Ficou claro que os impressionistas pregaram as cores como a alavanca desse estilo. E é aí que o 
Expressionismo aproveita para se sobrepor. Ele surgiu em 1910, na Alemanha, como um movimento 
preocupado com as manifestações interiores, revelando os sentimentos, e em como expressá-las por 
meio da materialização em uma tela ou numa folha de papel. Preocupava-se com o emocional, buscando 
por meio da distorção das formas e das cores impactar os apreciadores.
Duas obras destacaram-se nesse estilo: O grito, de Munch, e Les demoiselles d’Avignon, de Picasso. 
Esta última transita entre o Expressionismo, sobreposto nas faces pesadas das mulheres retratadas, e o 
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Cubismo, pois o autor buscou imagens partidas em figuras geométricas para transpor os sentimentos 
de uma vida difícil das mulheres que vendiam o corpo na região de Avignon. 
Como já percebemos, o estilo trabalha com os sentimentos, e foi assim que os artistas criticaram o 
Impressionismo, pois escolheram as pessoas, e não as cores e as tintas. Alguns pintores, muitas vezes 
transitaram entre esses dois estilos.
Figura 12 – O Grito (Edvard Munch,1895)
No Brasil, em 1912, como representante desse estilo, temos a paulistana Anita Malfatti, que se 
matriculou na Escola de Belas Artes de Berlim, na Alemanha, e conheceu o Expressionismo. Ao retornar 
ao Brasil, em 1914, realizou sua primeira exposição, em São Paulo, ocasionando uma série de reações, 
principalmente de Monteiro Lobato, que, em sua coluna no jornal O Estado de São Paulo, teceu 
comentários destrutivos a respeito da obra da pintora. Após esse fato, consolidou-se o movimento 
modernista, com intelectuais do Brasil, que, depois de dez anos, organizaram a Semana de Arte Moderna, 
em 1922, instituindo a arte brasileira, liberta dos princípios da arte francesa.
Como auxílio de informação ao movimento, alguns escritores também se manifestaram, lançando 
vários pasquins, revistas e jornais com severas críticas ao poder brasileiro. Também houve livros 
que trouxeram à tona questões brasileiras como a seca e o cangaço, recorrentes nas mais variadas 
modalidades de arte.
O Expressionismo declinou em meados de 1933, devido à ascensão de Hitler na Alemanha, que 
buscava uma arte limpa, a qual transmitisse a superioridade germânica, e não uma caricatura, como se 
dizia.
No que se refere à literatura expressionista, ela é rara no Brasil; porém, merece destaque a poesia de 
Augusto dos Anjos, pré-modernista que teve suas obras publicadas em 1912.
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Retomando nossos aprendizados, tomamos conhecimento dos estilos e das modalidades artísticas. 
Agora vamos estudar outro movimento, o qual foi repudiado, teve artistas expurgados, inclusive 
chacoteados, e que teve como batismo as feras.
 saiba mais
Para saber mais sobre o Expressionismo, acesse: <http://www.
portalsaofrancisco.com.br/alfa/expressionismo/expressionismo.php>.
2.14 Fauvismo
O termo “fauvismo” deriva de fauves, que significa bestas selvagens. Trata-se de um termo pejorativo 
dado a um grupo de artistas em 1905, quando houve a primeira exibição pública de uma obra fauvista. 
Ressalta-se que esse foi um movimento artístico de curta duração, entre 1898 e 1908, mas capaz de 
revolucionar o conceito de cor na arte moderna. Como artistas fauvistas, citamos André Derain, Maurice 
de Vlaminck, Raoul Dufy, Albert Marquet, entre outros.
Uma das características predominantes do Fauvismo foi o uso de cores fortes e das cores primárias, 
dando ênfase expressiva às pinturas. Nota-se uma energia poética aplicada pelos artistas, por meio de 
linhas vigorosas e com a simplificação dramática das formas.
A tendência das cores vibrantes do Fauvismo provavelmente foi o resultado de experiências realizadas 
por Matisse, no ano de 1904; na ocasião, o pintor trabalhava com outros artistas não impressionistas, os 
quais faziam aplicações, porções de tinta pura, buscando uma imagem mais real ao seu ponto de vista 
do que aquelas imagens produzidas pelo impressionismo.
Figura 13 – árvore na borda do Rio Sena em Chatou (Maurice de Vlaminck, 1905
Assim como a maioria dos movimentos artísticos, o Fauvismo chegou ao Brasil quando já estava 
em declínio em seu país de origem; contudo, teve grande repercussão. Um artista brasileiro que merece 
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Metodologia de arte e MoviMento: corporeidade
destaque é Artur Timóteo da Costa, que, apesar de não ter adotado de forma integral as características 
desse movimento, recebeu o prêmio de uma viagem, que foi conquistado no Salão de 1906, em Paris. 
Em suas pinturas, era possível notar o predomínio emocional das cores características desse movimento.
Outro artista brasileiro que devemos destacar é o mineiro Inimá José de Paula, talvez o representante 
mais autêntico do Fauvismo no Brasil, considerando que suas pinturas apresentavam nítidas características 
desse movimento.
 saiba mais
Um site que apresenta obras muito interessantes do Fauvismo é 
o do Museu de Guggenheim. Para saber mais, acesse: <http://www.
guggenheimcollection.org/site/artist_works_23_0.html>.
A seguir, estudaremos o Futurismo. E a literatura, assim como no Modernismo, novamente apoia ou 
toma a frente de um movimento artístico.
2.15 Futurismo
O Futurismo foi lançado em 1909, em Paris, para defender a destruição do passado, destacando o 
ritmo de vida moderno e exaltando o futuro. Para isso, os futuristas pregavam algumas questões, como: 
a destruição da sintaxe, o uso do verbo no infinitivo, a abolição do advérbio e da pontuação. 
Figura 14 – Dinamismo de um automóvel (Luigi Russolo, 1913)
Esse movimento artístico ficou conhecido pela ação e pela velocidade. Trouxe os aspectos da vida 
moderna, demonstrados pelos ruídos das fábricas, dos carros e dos trens, que aos poucos entravam no 
cenário mundial. Ao retratar a violência, os futuristas acreditavam que rompiam com a arte do passado, 
rejeitando o moralismo.
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O Futurismo deu grande ênfase à guerra e à violência, expressando o movimento real e destacando 
a velocidade exposta pelas imagens em movimento no espaço. Assim, quando um pintor futurista fazia 
a pintura de uma pessoa correndo, o que ele buscava na verdade era demonstrar a velocidade e o 
movimento que ela fazia.
Sua repercussão se ocorreu principalmente nos países da Europa, como França e Itália. No Brasil, 
vários artistas foram influenciados por esse movimento, entre eles, Oswald Andrade e Anita Malfatti. 
Após a Primeira Guerra Mundial, o Futurismo enfraqueceu, deixando indícios para outro movimento, o 
Dadaísmo.
A seriedade, a velocidade, os ruídos, as máquinas e a violência pesaram, e o Dadaísmo surgiu com 
seu estilo de brincarcom as formas sem compromisso, utilizando-se da ingenuidade.
2.16 Dadaísmo
O Dadaísmo iniciou-se durante a Primeira Guerra Mundial, propondo um retorno à primitividade e 
o começo de uma arte nova. 
Com o dadaísmo, uma nova realidade toma posse de seus direitos. A vida 
parece uma simultânea confusão de barulhos, de cores, de ritmos espirituais 
que são imediatamente retratados na arte dadaísta pelos gritos e pelas 
febres sensacionais da sua audaz psique cotidiana e em toda a sua brutal 
realidade. Eis a encruzilhada bem definida que distingue o Dadaísmo de 
todas as outras tendências da arte [...] (MICHELI, 1991, p. 41).
Figura 15 – Activated circles (Sophie Taeuber Arp, 1934)
Na verdade, esse movimento tinha a intenção de driblar o conflito gerado pela guerra, investindo na 
não superioridade do artista como criador. Nele, prevalecia o improviso na arte. Um dos principais nomes 
e também fundador do Dadaísmo é Tristan Tzara, autor que ensina muito a respeito desse movimento. 
Veja o trecho a seguir: 
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Metodologia de arte e MoviMento: corporeidade
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo 
e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço, um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você [...]1
Se as dicas expostas no poema apresentado forem seguidas, chega-se à técnica do Dadaísmo, que, 
no lugar da originalidade, procurava a seleção e a reorganização dos objetos escolhidos, fazendo que o 
espectador visse o objeto com um novo olhar, sob uma nova perspectiva de recontextualização.
A imprensa tipográfica teve grande importância para o artista desse movimento, combinava-se o 
produto industrializado com o artesanal, conforme explica Hannah Hoch:
Todo o nosso objetivo consistia em integrar os objetos do mundo das 
máquinas e da indústria ao mundo da arte. Nossas colagens tipográficas, ou 
montagens, pretendiam realizar isso impondo, sobre uma coisa que só podia 
ser feita à mão, a aparência de uma coisa que havia sido totalmente feita a 
máquina. Numa composição imaginativa, costumávamos reunir elementos 
retirados de livros, jornais, cartazes ou folhetos, num arranjo que até então 
nenhuma máquina podia compor (HOCH, 2005, p. 177 apud CHIPP, 1999, 
p. 414). 
No que se refere à literatura, aproximam-se da poesia dadaísta os versos de Mário de Andrade, que 
define harmonia como:
Combinação dos sons simultâneos. Exemplo: “arroubos... Lutas... Setas... 
Cantigas…
povoar!...” estas palavras não se ligam. Não formam enumeração. Cada 
uma é frase, período elíptico, reduzido ao mínimo telegráfico. Se pronuncio 
“arroubos”, como não faz parte de frase (melodia), a palavra chama a atenção 
para seu insulamento e ficava vibrando, à espera duma frase que lhe fizesse 
adquirir significado e que não vem (ANDRADE, 2007, p. 4).
Dessa forma, ressalta-se que o Dadaísmo caracteriza-se pelo uso da justaposição e pela ruptura 
das obras com o padrão artístico vigente, exaltando sempre o desejo de liberdade sem regras nem 
sequências.
O estilo que estudaremos a seguir foi mencionado quando tratamos do Expressionismo. Lembra-se 
da obra Les demoiselles d’Avigon? Ela é aceita também no estilo cubista. Agora, vamos saber o motivo.
1 Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br/literatura/dadaismo.htm>. Acesso em: 30 jun. 2012.
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2.17 Cubismo
O Cubismo foi um movimento artístico que valorizava as formas geométricas ao revelar os objetos 
em seus múltiplos ângulos. Na pintura, os artistas mais conceituados foram: Picasso, Braque, Fernand 
Léger e Mondrian. Picasso, que sabia pintar em vários estilos com maestria, ficou conhecido quando 
utilizou as formas geométricas para produzir.
Figura 16 – ás de espadas (Juan Gris, 1914)
Era como se o mundo fosse visto com óculos que construíam ângulos, como num filme de ficção. A 
natureza, os homens, os animais, as frutas e as flores eram representados por meio de figuras geométricas; 
não havia preocupação com a fidelidade à aparência real das coisas.
A origem desse movimento ocorreu a partir da obra de Cézanne, que acreditava que as pinturas 
deveriam decompor as formas com cones, cilindros, esferas e quadrados. Todavia, esse foi apenas o 
início do Cubismo, os artistas que aderiram ao movimento passaram a utilizar todas as formas para 
representar os objetos.
Assim, como principais características do movimento, temos: a geometrização das formas e dos 
volumes; a perspectiva foi renunciada, o claro-escuro não tem mais função; as superfícies planas 
também perdem seu valor; o volume é representado por meio de cores; a pintura passa uma sensação 
de escultura; as cores são austeras e fechadas, do branco ao negro, passando pelo cinza, bem como pelo 
castanho.
Lembra-se de que comentamos sobre o uso desses estilos como método em sala de aula? Pois é, a 
Pop art, que veremos a seguir, pode trazer inúmeras ideias para nossa práxis.
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Metodologia de arte e MoviMento: corporeidade
2.18 Pop art
O movimento Pop art surgiu em 1956, na Inglaterra, onde os artistas criticavam o modo de vida dos 
americanos utilizando histórias em quadrinhos, propagandas e objetos produzidos em massa.
Esse estilo preconizou a produção das fábricas, das indústrias, dos objetos feitos em grande 
quantidade. Diante das mudanças e do contexto pós-Revolução Industrial, a sociedade se transformou 
e o movimento acelerado das fábricas e dos carros influenciou os artistas, que passaram a produzir arte 
em série, utilizando o tema da velocidade, que também foi visto no Futurismo. 
O Pop art uniu o período pós-guerra às concepções do poder e da Guerra Fria, pois o recorte e a 
colagem eram técnicas fáceis; assim, qualquer um podia ser artista. Um exemplo desse estilo mostrou 
colagens repetidas em séries, transformando uma mesma imagem em várias outras, com o auxílio ou a 
transformação das cores.
Outro exemplo é a imagem do ícone Marilyn Monroe, ilustrada por Andy Warhol. Ele utilizava 
imagens de artistas conhecidos e cobiçados como se fosse um produto do mercado de consumo.
Destacam-se, entre os artistas desse movimento, Richard Hamilton, “popular, 
transitório, descartável, barato, produzido em massa, jovem, espirituoso, 
sexy, cheio de macetes, glamoroso e Grande Negócio” (PHAIDON, 2010, p. 
509, grifo do autor).
No Brasil, o Pop art ocorreu na época em que o país enfrentava a ditadura dos militares. Vários 
artistas, jornalistas, músicos foram perseguidos, presos, torturados, mortos e exilados. 
Diferente do movimento americano, o pop art brasileiro utilizou a mesma técnica para registrar 
em suas obras a insatisfação com a censura do regime militar. Em 1960, tem-se a Nova Figuração, um 
movimento que tratava o pop art por meio da iconografia urbana e o abuso de cores, restringindo-se às 
questões sociais de política e à violência sexual e urbana.
Segundo o crítico de arte Paulo Sérgio Duarte, a Nova Figuração representava 
“pela primeira vez nas artes plásticas, a questão política e a crítica social 
apareciam integradas às novas linguagens, e não associadas aos ‘realismos’ 
dos artistas ‘oficiais’ da esquerda” (CANONGIA, 2005, p. 50, grifo do autor).
Entre as exposições mais importantes, destaca-se a Opinião 65, que ocorreu no Rio de Janeiro, 
composta por 17 artistas brasileiros e 13 estrangeiros, abordando a manifestação dos artistas em relação 
ao Golpe Militar de 1964.
2.19 op art
O termo op art vem do inglês optical art e significa arte óptica. Trata-se de um movimento artístico, 
que teve por objetivo dar movimento às pinturas. O Op art promovia em suas obras efeitos óticos, 
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