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- -1 CONTROLE INTERNO E AUDITORIA NO SETOR PÚBLICO CONTROLE EXTERNO E PARECER NA AUDITORIA GOVERNAMENTAL - -2 Olá! Ao final desta aula, você será capaz de: 1- Identificar a estrutura do controle externo; 2- Conhecer a área de atuação do controle externo. 1 Controle Externo A Constituição Federal, nos artigos 70 a 75, trata da fiscalização contábil, financeira e orçamentária. “Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19. de 1998)” 2 Competências do Controle Externo O artigo 71 trata da titularidade do controle externo e enumera a competência deste controle. “Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do , ao qual compete:Tribunal de Contas da União I - prestadas anualmente pelo , mediante parecerapreciar as contas Presidente da República prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; II - e demais responsáveis por dinheiros, bens e valoresjulgar as contas dos administradores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; - -3 III - , para fins de registro, a , a qualquerapreciar legalidade dos atos de admissão de pessoal título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; IV - , por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissãorealizar técnica ou de inquérito, de natureza contábil, financeira, orçamentária,inspeções e auditorias operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II; V - nacionais das de cujo capital social a Uniãofiscalizar as contas empresas supranacionais participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; VI - a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante fiscalizar convênio, acordo, , a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;ajuste ou outros instrumentos congêneres VII - , por qualquer de suas Casas, ouprestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; VIII - aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as aplicar previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao danosanções causado ao erário; IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; X - , se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dossustar Deputados e ao Senado Federal; XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados. § 1º - No caso de , o ato de sustação será adotado diretamente pelo ,contrato Congresso Nacional que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. § 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. § 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo. § 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.” - -4 No artigo 73 é abordada a composição do Tribunal de Contas da União, órgão que auxilia o Congresso Nacional no exercício do controle externo. "Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96. § 1º - Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade; II - idoneidade moral e reputação ilibada; III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública; IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior. § 2º - Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos: I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento; II - dois terços pelo Congresso Nacional. § 3º - Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se- lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40. Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 4º - O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal.” 3 A função do controle interno E, no artigo 74, é destacada a função do controle interno de apoiar o controle externo em sua missão, além de tratar da titularidade para denúncias. - -5 “Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: (...) IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. § 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela , sob pena de responsabilidadedarão ciência ao Tribunal de Contas da União solidária. § 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.” 4 Controle Externo Finalizando esta seção, o artigo 75 estende as normas aplicadas à União também para os Estados e Municípios. “Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.” 5 Novos desafios do controle externo A atividade de controle externo varia conforme a própria administração pública. Nesse sentido, á necessidade de que o controle externo se adapte e conheça profundamente as novas tendências da administração pública. Dentre essas novas tendências podemos citar: • Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP); • Organizações Sociais; • Contratos de Gestão; • Agências Reguladoras; • Avaliação de Desempenho da Administração Pública;• Nova Contabilidade Pública. • • • • • • - -6 6 Controle Social O controle social é considerado aquele que é exercido pela sociedade em geral, que não participa diretamente da gestão da coisa pública. Esse tipo de controle encontra amparo na Carta Magna de 88 (Constituição Federal de 88), que em artigo 74, parágrafo 2º explicita: “§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.” Podemos citar também o artigo 5º, inciso LXXIII: “LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”. Outras formas de controle social foram criadas a partir da difusão da transparência das informações, como por exemplo: • Portal Transparência, onde podem ser realizadas consultas sobre todos os estágios da despesa, a respeito de cada órgão do Poder Executivo Federal • Site do Comprasnet, onde podem ser acompanhados processos de aquisição de materiais e serviços pela Administração Pública Federal • Página do Tribunal de Contas União A participação em Conselhos de Saúde, Conselhos de Alimentação Escolar e Conselhos de Assistência Social constitui outra forma de controle social. Saiba mais Um fato que dá maior relevância à atuação do controle externo é a ascensão econômica pela qual passa o Brasil, o que proporciona maior projeção do país dentro do cenário mundial. • • • - -7 7 Relatórios de Auditoria Conforme a Instrução Normativa (IN) 01, de, de 06 de abril de 2001, da Secretaria Federal de Controle Interno (SFC)”, Relatório é o documento que reflete os resultados dos exames efetuados pelo Sistema de Controle Interno”. Os principais relatórios produzidos pelo Sistema de Controle Interno são: I. Relatório de Auditoria de Avaliação da Gestão II. Relatório de Fiscalização III. Relatório de Auditorias Operacional e Especial IV. Relatório de Auditoria de Acompanhamento V. Relatório de Auditoria de Recursos Externos Ainda segundo a IN SFC 01/01: “O Certificado é o documento que representa a opinião do Sistema de Controle Interno sobre a exatidão e regularidade, ou não, da gestão e a adequacidade, ou não, das peças examinadas, devendo ser assinado pelo Coordenador Geral ou Gerente Regional de Controle Interno, ou ainda, autoridades de nível hierárquico equivalentes nos órgãos e unidades setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal.” O Parecer do Dirigente do Órgão de Controle Interno deve compor esses relatórios, como se observa no item 16 da norma: “16. O parecer do dirigente do órgão de controle interno é peça compulsória a ser inserida nos processos de tomada e prestação de contas, que serão remetidos ao Tribunal de Contas da União. O parecer constitui-se na peça documental que externaliza a avaliação conclusiva do Sistema de Controle Interno sobre a gestão examinada, para que os autos sejam submetidos à autoridade ministerial que se pronunciará na forma prevista no artigo 52, da Lei n. 8.443/92. O parecer0 consignará qualquer irregularidade ou ilegalidade constatada, indicando as medidas adotadas para corrigir as falhas identificadas, bem com avaliará a eficiência e a eficácia da gestão, inclusive quanto à economia na utilização dos recursos públicos.” - -8 8 Normas Relativas à Opinião do Sistema de Controle Interno Segundo a IN SFC 01/01 em sua seção IV – Normas Relativas à Opinião do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal: “1. À opinião do Órgão ou Unidade de Controle Interno do Poder Executivo Federal deve ser expressa por meio de Relatório, Parecer, Certificado ou Nota. 2. O Certificado de Auditoria será emitido na verificação das contas dos responsáveis pela aplicação, utilização ou guarda de bens e valores públicos, e de todo aquele que der causa à perda, subtração ou estrago de valores, bens e materiais de propriedade ou responsabilidade da União.” A instrução normativa classifica os certificados em: • I. Certificado de Regularidade Será emitido quando o Órgão ou Unidade de Controle Interno formar a opinião de que na gestão dos recursos públicos foram adequadamente observados os princípios da legalidade, legitimidade e economicidade. • II. Certificado de Regularidade com Ressalvas Será emitido quando o Órgão ou Unidade de Controle Interno constatar falhas, omissões ou impropriedades de natureza formal no cumprimento das normas e diretrizes governamentais, quanto à legalidade, legitimidade e economicidade e que, pela sua irrelevância ou imaterialidade, não caracterizem irregularidade de atuação dos agentes responsáveis. • III. Certificado de Irregularidade Será emitido quando o Órgão ou Unidade de Controle Interno verificar a não observância da aplicação dos princípios de legalidade, legitimidade e economicidade, constatando a existência de desfalque, alcance, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte prejuízo quantificável para a Fazenda Nacional e/ou comprometam, substancialmente, as demonstrações financeiras e a respectiva gestão dos agentes responsáveis, no período ou exercício examinado.” • • • - -9 9 Indicativos e indicadores Na Seção IV, a In 01/01 refere-se aos dados e informações utilizados como indicativos e indicadores de gestão. 1. “As avaliações efetuadas pelo Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal devem considerar os dados e as informações registradas nos sistemas corporativos do Poder Executivo Federal e nos bancos de dados das unidades e entidades governamentais que apresentem resultados de processos e produtos organizacionais. Para o desenvolvimento das avaliações, a mensuração dos dados e das informações é realizada por meio de um conjunto de indicativos e indicadores, que evidenciam o desenvolvimento da gestão. Para efeito das avaliações sobre os dados e informações consideram-se, ainda, os atributos de eficiência, eficácia, legalidade e economicidade da gestão.” Nos itens 2 e 3 define indicadores e indicativos: Indicadores 2. “São informações obtidas com a aplicação de fórmulas que fornecem indícios de eficiência, eficácia, legalidade e economicidade de como são conduzidas as operações, por meio de uma interdependência entre as variáveis em questão. Os indicadores podem ser expressos em termos numéricos ou percentuais.” Indicativos 3. “Os indicativos ou itens de controle são quaisquer dados que revelam e evidenciam situações desejáveis ou não, essenciais do ponto de vista do controle, na execução dos atos e fatos registrados em sistemas organizacionais. Os indicativos são obtidos de maneira simples e objetiva, sem aplicação de fórmulas, sendo expressos em termos numéricos. Podem também evidenciar a gestão quanto à legalidade, economicidade, eficiência e eficácia das operações sob exame.” E enumera os requisitos básicos para seleção e produção de indicadores de gestão: I. “Seletividade: capacidade de captar os aspectos, etapas e resultados essenciais ou críticos das operações examinadas.” II. “Simplicidade e baixo custo de obtenção: facilidade de compreensão e aplicação, gerado a baixo custo, por meio da utilização de relações percentuais simples, média aritmética e outras formas de obtenção.” - -10 III. “Cobertura: suficientemente representativo, inclusive em termos estatísticos, do processo ou da área a que se refere.” IV. “Oportunidade: capacidade de registrar, fornecer e manter adequadamente os dados, informações e a memória de cálculo utilizados na geração dos próprios indicadores.” V. “Permanência e estabilidade: consonância, ao longo do tempo, e geração com base em procedimentos rotinizados e incorporados às atividades.” 10 Relatórios de Auditoria Destaca ainda, no número5, os conceitos, atualmente muito utilizados na administração pública de legalidade, economicidade, eficiência e eficácia: I. “Legalidade: Consiste na aderência dos atos e fatos de gestão praticados, aos normativos legais e técnicos que regem os mesmos.” II. “Economicidade: Expressa variação positiva da relação custo/benefício, na qual busca-se a otimização dos resultados na escolha dos menores custos em relação aos maiores benefícios. Revela a atenção da gestão com o bom uso qualitativo dos recursos financeiros, por definição, escassos, desde a adequação da proposta orçamentária das metas a serem atingidas, passando pela coerência com respeito Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal aos preços de mercado, o desenvolvimento de fontes alternativas de receita e a obtenção dos menores custos por produto gerado.” III. “Eficácia: É o grau de atingimento das metas fixadas para um determinado objeto de uma ação em relação ao previsto, em um determinado período.” IV. “Eficiência: É a medida da relação entre os recursos efetivamente utilizados para a realização de uma meta, frente a padrões estabelecidos. Mede, então, a utilização dos recursos de que a unidade ou entidade dispõe para realizar um conjunto de ações e operações que visam atingir um propósito de trabalho previamente programado. A eficiência está associada ao uso dos recursos disponíveis em relação aos produtos e serviços finais elaborados.” O que vem na próxima aula Na próxima aula, você estudará sobre os seguintes assuntos: • Auditoria Externa e Auditoria Interna;• - -11 • Auditoria Externa e Auditoria Interna; • Características e diferenças básicas; • Por que as empresas são auditadas? CONCLUSÃO Nesta aula, você: • Compreendeu a estrutura do controle externo; • Identificou a forma de atuação do controle externo. • • • • • Olá! 1 Controle Externo 2 Competências do Controle Externo 3 A função do controle interno 4 Controle Externo 5 Novos desafios do controle externo 6 Controle Social 7 Relatórios de Auditoria 8 Normas Relativas à Opinião do Sistema de Controle Interno I. Certificado de Regularidade II. Certificado de Regularidade com Ressalvas III. Certificado de Irregularidade 9 Indicativos e indicadores 10 Relatórios de Auditoria O que vem na próxima aula CONCLUSÃO
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