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O aparelho fonador e os tipos de sons

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O aparelho fonador e os tipos de sons
APRESENTAÇÃO
A produção da fala compreende uma série de mecanismos e estruturas que se integram e 
interagem de modo a possibilitar os mais complexos e refinados movimentos do corpo humano: 
as articulações dos sons da fala. O som produzido é, dessa forma, o resultado final de um 
complexo processo, que envolve estruturas de diversas partes do corpo humano: pulmões, 
músculos respiratórios, traqueia, faringe, laringe, pregas vocais, língua, palato duro, palato 
mole, lábios, entre outras estruturas.
Antes mesmo dos comandos neuromusculares serem enviados para as unidades motoras 
responsáveis pela execução dos gestos articulatórios, processos de planejamento do conteúdo 
linguístico estão a todo tempo sendo executados, tornando a fala uma modalidade da linguagem 
altamente complexa e elaborada. Para entender como a fala é produzida, alguns conhecimentos 
são necessários, a exemplo dos conhecimentos anatomofisiológicos responsáveis pela sua 
produção.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá os elementos e subsistemas responsáveis pela 
produção dos sons da fala.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar estruturas e mecanismos envolvidos na produção da fala.•
Reconhecer os subsistemas respiratório, laríngeo e articulatório.•
Descrever os correlatos articulatórios da produção de segmentos consonantais e vocálicos.•
DESAFIO
Consciência fonológica é a habilidade que permite ao ser humano pensar e agir sobre os sons da 
fala. Essa habilidade possui diferentes níveis: a consciência da palavra, da sílaba, das unidades 
intrassilábicas e do fonema.
Francisco
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A consciência articulatória é parte da consciência fonológica e representa a capacidade de o 
falante refletir sobre as características articulatórias dos fonemas, podendo assim contribuir para 
a sua representação.
Nesse sentido, a consciência fonoarticulatória é a habilidade responsável pela distinção das 
articulações dos sons da fala. É a capacidade do indivíduo pensar sobre os sons e relacioná-los 
aos movimentos que os articuladores fazem para produzi-los.
Você, enquanto professor de português para estrangeiros, foi solicitado para realizar a descrição 
articulatória de alguns sons do português para uma turma composta por falantes de diversas 
nacionalidades (alemães, suecos, chineses, etc).
A descrição do modo como os articuladores se comportam na produção dos sons é uma pista 
articulatória essencial para uma adequada expressão oral.
Nesse sentido, descreva quais os articuladores ativos e passivos usados na produção do conjunto 
de sons da imagem abaixo, com base na experiência que você, como falante, possui a respeito 
das articulações do som do português.
INFOGRÁFICO
Como dito anteriormente, falar é uma tarefa que envolve diversas estruturas corporais e envolve 
Francisco
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Francisco
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a ativação de subsistemas que trabalham em conjunto para a realização da mesma função.
Conhecer as estruturas que compõem cada subsistema permite que você possa entender como a 
fala é produzida e pensar o mecanismo que é próprio a cada um deles. Você perceberá, assim, 
que a fala é o produto de um todo harmônico, funções que se integram para a produção de uma 
tarefa altamente complexa: a fonoarticulação.
No Infográfico você poderá observar as principais estruturas e subsistemas responsáveis pela 
produção da fala.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
CONTEÚDO DO LIVRO
O aparelho fonador é constituído de três subsistemas: o respiratório, o laríngeo e o articulatório 
(supralaríngeo). O sistema fonatório é, portanto, um sistema resultante da sobreposição de 
diferentes subsistemas. A produção dos sons da fala só é possível quando essas partes atuam em 
conjunto.
No conteúdo selecionado a seguir, você entenderá como os subsistemas respiratório, laríngeo e 
articulatório se associam durante a produção dos sons da fala. Com base nesse processo, serão 
descritos os principais mecanismos articulatórios para a produção e diferenciação de segmentos 
consonantais e vocálicos no aparelho fonador.
Acompanhe mais no Capítulo Aparelho fonador e os tipos de sons do livro Fonética e fonologia 
do Português – base teórica desta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura!
Francisco
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Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
FONÉTICA E 
FONOLOGIA DO 
PORTUGUÊS
Julio Cesar 
Cavalcanti
Revisão técnica:
Talita da Silva Campos
Mestre em Linguística
Especialista em Língua Portuguesa
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
C376f Cavalcanti, Julio Cesar.
Fonética e fonologia do português / Julio Cesar 
Cavalcanti ; [revisão técnica: Talita da Silva Campos]. – 
Porto Alegre : SAGAH, 2017.
112 p. : il. ; 22,5 cm. 
ISBN 978-85-9502-164-8
1. Fonética. 2. Fonologia. 3. Língua Portuguesa. I. 
Título. 
CDU 81’34
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O aparelho fonador 
e os tipos de sons
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identi� car estruturas e mecanismos envolvidos na produção da fala.
  Reconhecer os subsistemas respiratório, laríngeo e articulatório.
  Descrever os correlatos articulatórios da produção de segmentos 
consonantais e vocálicos.
Introdução
A produção da fala compreende uma série de mecanismos e estruturas 
que se integram e interagem de modo a possibilitar os mais complexos 
e refinados movimentos do corpo humano: as articulações dos sons da 
fala. O som produzido é, portanto, o resultado final de um complexo 
processo, que envolve estruturas de diversas partes do corpo humano: 
pulmões, músculos respiratórios, traqueia, faringe, laringe, pregas vocais, 
língua, palato duro, palato mole, lábios e outras estruturas. 
Antes mesmo dos comandos neuromusculares serem enviados para 
as unidades motoras responsáveis pela execução dos gestos articulató-
rios, processos de planejamento do conteúdo linguístico estão a todo 
tempo sendo executados, tornando a fala uma modalidade da linguagem 
altamente complexa e elaborada. 
Para entender como a fala é produzida, alguns conhecimentos são 
necessários, a exemplo dos conhecimentos anatomofisiológicos respon-
sáveis pela sua produção. 
Neste capítulo, você vai conhecer os elementos e subsistemas res-
ponsáveis pela produção dos sons da fala.
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Elementos da produção da fala
Certa vez, Raymond H. Stetson, um pioneiro no estudo da fala, escreveu a 
seguinte frase: “speech is movement made audible” (“fala é movimento tornado 
audível”). Os movimentos dos órgãos da fala (estruturas como a língua, os 
lábios, a mandíbula, o véu palatino e as pregas vocais) resultam em padrões 
sonoros que são percebidos pelo ouvinte. Entretanto, a fala é mais do que 
um conjunto de sons audíveis; caso contrário, não nos importaríamos em 
distinguir os sons da fala de outros processos corporais, como bater palmas ou 
respirar. A fala adquire importância como o meio principal pelo qual a língua 
é expressa em todas as culturas humanas – tratando-se de sujeitos ouvintes. 
Nesse sentido, a fala é uma modalidade da linguagem (KENT; READ, 2015).
É importante salientar que o som exteriorizado é o resultado final de um 
complexo processo – processo esse que, da conceitualização à articulação, 
vai transformando representações abstratas (regras fonológicas) em níveis 
inferiores de abstração (associações fonéticas) até chegar aos comandos neu-
romotores e, em seguida, aos articuladores da fala. É a movimentação desses 
articuladores que modula o fluxo de ar, produzindo o som. A etapa final desse 
processo, a movimentação dos articuladores da fala, só é possível graças 
à atuação de três subsistemas: o respiratório, olaríngeo e o supralaríngeo 
(articulatório) (BARBOSA; MADUREIRA, 2015).
Para falar, uma pessoa usa mais da metade do corpo: do abdômen até a 
cabeça. Antes de abrirmos a boca para falar, precisamos planejar o que vamos 
dizer e, logo em seguida, são enviados comandos neuromusculares para que 
a nossa fala se realize. Como a linguagem é um composto de ideias e sons, é 
preciso organizar as ideias e os sons que vão carrear as informações linguísticas 
(MASSINI-CLAGLIARI; CAGLIARI, 2012).
Assim, o primeiro processo de produção da fala é o neurolinguístico, e 
significa que é preciso juntar as ideias à sequência de sons correspondentes 
daquilo que se quer falar em uma determinada ordem, obedecendo as regras 
da língua (fonológicas e prosódicas). A partir disso, o cérebro começa a enviar 
estímulos para os músculos em diferentes partes do corpo, preparando-os para 
dizer o que foi planejado. Esse é o processo neuromuscular. As primeiras 
mensagens agem diretamente sobre o processo de respiração, mudando o 
mecanismo fisiológico comum (MASSINI-CLAGLIARI; CAGLIARI, 2012). 
Descreveremos esse mecanismo a seguir.
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Os órgãos que utilizamos na produção da fala não servem primeiramente à articulação 
dos sons. Na verdade, não existe órgão do nosso corpo cuja função esteja exclusiva-
mente relacionada com a função da fala. As partes do corpo que utilizamos na produção 
da fala têm, como função primária, outra atividade. Os pulmões oxigenam o sangue, 
enquanto órgão do aparelho respiratório; mas são os pulmões que fornecem a corrente 
de ar necessária para produzirmos a voz. A boca, os dentes, os lábios, a língua fazem 
parte do aparelho digestivo, mas participam também da articulação dos sons. Por 
isso, muitos teóricos consideram a atividade da fala como uma atividade secundária, 
sobreposta a outras funções (CARDOSO, 2009).
O subsistema respiratório
A fonte de energia necessária à produção sonora é representada pelo fl uxo de ar 
governado pelos movimentos da cavidade torácica, dos músculos respiratórios, 
do diafragma e dos pulmões. As correntes de ar inspiratória e expiratória são 
resultantes da alternância de expansão e redução do volume pulmonar, alter-
nância devida à interação de forças elásticas do pulmão e da caixa torácica, 
de forças gravitacionais e de forças provindas da atividade dos músculos da 
respiração (BARBOSA; MADUREIRA, 2015).
A função respiratória para a fala é entendida em termos de eventos aero-
dinâmicos – volumes de ar, pressão e fluxos. Os eventos mecânicos da fala, 
pois, começam assim que o falante usa o sistema respiratório para gerar a 
energia aerodinâmica. Dessa forma, a fala é produzida pela valvulação ou 
regulagem das pressões e dos fluxos do ar gerados pelo subsistema respiratório. 
De forma bastante simplificada, podemos dizer que o subsistema respiratório 
é uma bomba de ar, fornecendo energia aerodinâmica para os subsistemas 
articulatório e laríngeo (Figura 1) (KENT; READ, 2015).
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Figura 1. Interior dos pulmões e das vias aéreas 
(laringe, faringe, cavidade oral e nasal).
Fonte: Cardoso (2009, p. 24).
Na respiração normal, a fase expiratória (expulsão do ar) é completamente 
passiva – isto é, os músculos inspiratórios voltam à sua posição não contraída 
original. Além disso, a duração das fases inspiratória e expiratória é pratica-
mente a mesma. O mesmo não acontece com a respiração na fala. Não somente 
a inspiração é mais rápida e captura mais ar em relação à respiração normal, 
como também a duração da fase expiratória relativamente à inspiração é 
bem maior e variável do que na respiração normal. O que significa dizer que 
inspiramos mais rápido e expiramos mais vagarosamente quando estamos 
falando (BARBOSA; MADUREIRA, 2015).
Durante a fase expiratória para a fala, a ação passiva do diafragma e ativa 
dos músculos abdominais e torácicos é primordial para a manutenção de uma 
pressão subglotal (abaixo das pregas vocais) constante durante a produção da 
fala. A pressão subglotal é um dos fatores mais importantes na produção da 
fala, influenciando parâmetros acústicos de frequência fundamental (parâme-
tro físico da sensação de grave e agudo) e a intensidade (parâmetro físico da 
sensação de altura) (LAVER, 1994 apud BARBOSA; MADUREIRA, 2015). 
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Os movimentos de expansão e redução do volume pulmonar possibilitam 
respectivamente a entrada e saída do ar dos pulmões, obedecendo a uma lei 
física, a lei de Boyle-Mariotte, que estabelece a relação expressa por esta 
equação:
Pressão × volume = constante
Assim, quando ocorre a expansão do tórax, o volume torácico aumenta e, 
por conta dessa lei, a pressão cai, tornando-se menor do que a do meio exterior, 
e o ar entra. Por outro lado, quando o tórax diminui em volume na expiração, 
a pressão aumenta e o ar é expulso. Isso vale tanto para a respiração na fala 
quanto para a respiração normal. Na fala, no entanto, a pressão é maior e 
dura mais tempo sob a glote (região que compreende o espaço entre as pregas 
vocais), fornecendo o fluxo de ar para a maioria dos sons da fala das línguas 
do mundo (BARBOSA; MADUREIRA, 2015).
O processo da respiração também ativa diferentes mecanismos aerodinâ-
micos. Na quase totalidade do tempo da fala, usa-se um mecanismo pulmonar 
egressivo, ou seja, a fala se aproveita de uma modificação causada sobre a 
corrente de ar que usamos para respirar (expiração). Em alguns casos muito 
particulares, um som pode ser produzido com outro tipo de corrente de ar 
(MASSINI-CLAGLIARI; CAGLIARI, 2012) — nesse caso, são denominamos 
sons ingressivos os sons que são produzidos com a corrente de ar inspiratória 
(a exemplo de sons implosivos, cliques e ejetivos). No caso do português, todos 
os sons são produzidos com a corrente egressiva ou expiratória (BARBOSA; 
MADUREIRA, 2015).
Quando o fluxo de ar se dirige à região suprapulmonar, é modulado por 
uma ou mais constrições. A primeira estrutura pela qual o fluxo passa é o 
subsistema laríngeo (BARBOSA; MADUREIRA, 2015).
O subsistema laríngeo
A laringe é uma estrutura constituída por cartilagens, ligamentos, músculos 
e tecido membranoso. Encontra-se ligada a estruturas ósseas superiores e 
inferiores por meio de musculatura extrínseca (BARBOSA; MADUREIRA, 
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2015). Ela fi ca suspensa no osso hioide, o único osso do pescoço, e possibilita 
considerável movimento e fl exibilidade da postura cervical (ANDREWS, 2009).
De importância fundamentalsão as pregas vocais, pequenas estruturas 
musculares que se fecham (se aproximam), para fechar a corrente de ar larín-
gea, ou se abrem (se separam), para liberar essa corrente de ar (Figura 2). A 
abertura entre as pregas vocais é chamada de glote, e o termo “glotal” tem 
sido usado como um termo geral para a função laríngea, especialmente quando 
nos referimos à função das pregas vocais.
Figura 2. Visualização da glote em posição de repouso e em coaptação.
Fonte: Sobotta, Reinhards e Reinhards (2006).
A laringe é importante para a fala não só porque é uma fonte de energia 
de vozeamento, mas também por valvular o ar que se move para dentro ou 
fora dos pulmões. As funções de valvulação são descritas em termos de 
adução (fechamento) e abdução (abertura). Quando as pregas vocais estão 
fortemente fechadas, nenhum movimento de ar ocorre. Esse fechamento 
firme é importante para certas tarefas físicas enérgicas, mas é também usado 
para interromper o fluxo de ar para alguns sons da fala. Adução com menos 
resistência para o ar permite que as pregas vocais vibrem. Um alto grau 
de abdução permite que o ar se mova facilmente dos pulmões ao caminho 
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aéreo superior. Sons desvozeados (sem vibração das pregas vocais), como o 
[s] em “sala”, requerem que a pressão do ar seja armazenada dentro da boca 
como uma fonte para a energia do ruído (“Ssssss”). A abdução ou abertura 
das pregas vocais satisfaz essa condição por permitir que a pressão na boca 
se aproxime da pressão nos pulmões. Finalmente, uma abdução parcial das 
pregas vocais é usada para gerar energia de ruído desvozeado, como no caso 
do sussurro (KENT; READ, 2015).
Apesar da extrema importância da laringe, ela contribui relativamente 
pouco para a diferenciação fonética dos sons da fala. Certamente, a atividade 
laríngea diferencia sons vozeados de desvozeados, como os sons iniciais 
no par mínimo “bata/pata”, sendo o segmento [b] sonoro e o segmento [p] 
surdo (KENT; READ, 2015). Embora menos frequentes, existem também 
outros contrates possíveis de serem realizados por meio da glote, como as 
laringalizações e os sons soprosos, correspondentes a ajustes articulatórios 
bem específicos (LADEFOGED, 1971).
Na fonética segmental, com base no processo fonatório, em geral, classifi-
cam-se os sons com base na oposição surdo/sonoro (vozeado/desvozeado). Os 
sons produzidos com vibrações das pregas vocais são chamados de sonoros 
ou vozeados. Já os sons surdos ou desvozeados são aqueles produzidos sem 
vibrações das pregas vocais. As vogais são os sons vozeados, por excelência. Por 
sua vez, as consoantes podem ser surdas ou sonoras (MASSINI-CLAGLIARI; 
CAGLIARI, 2012).
Se tomarmos como exemplo o inglês e o português, a vibração das pregas vocais difere 
pouco nas vogais dessas línguas, as quais ganham a sua distintividade por meio do 
formato do sistema articulatório acima da laringe. Por essa razão, a descrição fonética 
da fala é baseada amplamente nas características articulatórias supraglotais (acima da 
glote), o qual denominamos “subsistema articulatório” (KENT; READ, 2015).
O subsistema articulatório
O subsistema articulatório ou supralaríngeo se estende das pregas vocais 
(glote) às aberturas da boca e das narinas. Compreende a faringe, a língua, as 
bochechas, os maxilares, os lábios, o palato duro, o palato mole (véu palatino) 
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e a cavidade nasal. É também conhecido como trato vocal, constituído do trato 
oral, das pregas vocais, passando pela orofaringe até a boca, e do trato nasal, 
das pregas vocais, passando pela nasofaringe até as narinas (BARBOSA; 
MADUREIRA, 2015).
Dadas as configurações do aparelho fonador, quando a corrente de ar 
chega na parte superior da faringe, encontra dois caminhos: a passagem oral, 
pela boca, e a passagem nasal, pela cavidade nasofaríngea e pelas cavidades 
nasais. O ar pode seguir um desses caminhos ou ambos (Figura 3) (MASSINI-
-CLAGLIARI E CAGLIARI, 2012).
Figura 3. O aparelho fonador e os articuladores passivos e ativos, as cavidades oral, nasal, 
faringal e a glote (pregas vocais).
Fonte: Silva (2003, p. 30).
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O trato vocal é responsável, assim, por modular a energia sonora dos dois 
outros subsistemas, respiratório e laríngeo, produzindo a fonodiversidade da 
fala. O trato vocal, tanto interna como externamente, é crucial para a comu-
nicação verbal e visual, importantes regiões do cérebro estão envolvidas na 
sua movimentação (BARBOSA; MADUREIRA, 2015).
Assim, a corrente de ar é modificada ao passar pelas cavidades supraglotais. 
Essa modificação ocorre em determinados pontos desse tubo onde há uma 
constrição capaz de alterar as características acústicas da corrente de ar. Essas 
obstruções são chamadas de articulações fonéticas, e suas características for-
mam o processo articulatório (MASSINI-CLAGLIARI; CAGLIARI, 2012).
Todas as línguas naturais possuem consoantes e vogais – assim, enten-
demos por segmento consonantal um som que seja produzido com algum 
tipo de obstrução nas cavidades supraglotais, de maneira que haja obstrução 
total ou parcial da passagem da corrente de ar, podendo ou não haver fricção 
(MASSINI-CLAGLIARI; CAGLIARI, 2012). Por outro lado, na produção de 
um segmento vocálico, a passagem da corrente de ar não é interrompida na 
linha central – portanto, não há obstrução ou fricção.
As consoantes são, portanto, sons que apresentam contatos ou constrições 
no aparelho fonador facilmente analisáveis. Por essa razão, são classificadas 
tradicionalmente em termos de modo (mecanismo envolvido) e lugar (ponto) 
de articulação, e quanto à vibração ou não das pregas vocais, além das carac-
terísticas do mecanismo aerodinâmico envolvido (MASSINI-CLAGLIARI; 
CAGLIARI, 2012). 
Já na produção dos sons vocálicos, os articuladores orais se encontram de 
tal modo abertos que a corrente de ar, ao passar centralmente pela cavidade oral, 
não encontrando obstáculos, não produz fricção (Figura 4). Assim, as vogais 
são sempre produzidas com a ponta da língua abaixada e com a superfície da 
língua em forma convexa. O movimento do corpo da língua para a produção 
dos sons vocálicos se restringe a uma certa área do trato vocal; para além dos 
limites dessa área, os sons produzidos não se caracterizam mais como vogais 
(MASSINI-CLAGLIARI; CAGLIARI, 2012).
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Figura 4. Representação esquemática da área 
vocálica.
Fonte: Massini-Clagliari e Cagliari (2012, p.136).
Correlatos articulatórios da produção 
de segmentos consonantaise vocálicos
Certos segmentos têm características fonéticas não tão precisas, seja de conso-
ante ou de vogal. Esses segmentos são denominados, na literatura, semivogais 
ou glides (SILVA, 2003).
Em termos articulatórios, podemos diferenciar a dinâmica dos órgãos fonoar-
ticulatórios em dois grandes grupos: articuladores ativos e articuladores passivos.
Os articuladores ativos são aqueles que têm a propriedade de movimentar-
-se (em direção ao articulador passivo), modificando a configuração do trato 
vocal. Os articuladores ativos são:
  o lábio inferior (que modifica a cavidade oral);
  a língua (que modifica a cavidade oral);
  o véu palatino (que modifica a cavidade nasal);
  as pregas vocais (que modificam a cavidade faringal).
Eles são denominados articuladores ativos devido ao seu papel ativo (no 
sentido de movimento) na articulação consonantal (em oposição aos articu-
ladores passivos) (SILVA, 2003).
Os articuladores passivos, por sua vez, localizam-se na mandíbula supe-
rior — exceto o véu palatino que está localizado na parte posterior do palato. 
Os articuladores passivos são:
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Francisco
Sublinhado
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  o lábio superior;
  os dentes superiores;
  o céu da boca, que divide-se em alvéolos, palato duro, véu palatino (ou 
palato mole) e úvula.
Assim, o véu palatino pode atuar como articulador ativo (na produção de 
segmentos nasais) ou como articulador passivo (na articulação de segmentos 
velares) (SILVA, 2003).
1. Indique a alternativa que faz menção 
apenas a estruturas que compõem 
subsistema articulatório. 
a) Faringe, pregas vocais, 
bochechas, maxilares, 
lábios, palato duro, palato 
mole, cavidade nasal
b) Faringe, pulmões, bochechas, 
maxilares, lábios, palato duro, 
palato mole, cavidade nasal.
c) Faringe, língua, bochechas, 
maxilares, lábios, palato duro, 
palato mole, cavidade nasal.
d) Faringe, língua, bochechas, 
maxilares, lábios, palato duro, 
palato mole, diafragma, 
cavidade nasal.
e) Faringe, língua, bochechas, 
traqueia, lábios, palato duro, 
palato mole, cavidade nasal.
2. Selecione a alternativa que melhor 
descreve o mecanismo articulatório 
de produção das consoantes.
a) Na produção dos sons 
consonantais, os articuladores 
orais se encontram de tal 
modo abertos que a corrente 
de ar, ao passar centralmente 
pela cavidade oral, não 
encontrando obstáculos.
b) Na produção dos sons 
consonantais pode haver 
ou não constrição.
c) As consoantes são sons que 
apresentam contatos ou 
constrições no aparelho fonador. 
Por essa razão, são classificadas 
tradicionalmente em termos de 
modo e lugar de articulação, 
e quanto a vibração ou não 
das pregas vocais, além das 
características do mecanismo 
aerodinâmico envolvido.
d) O mecanismo de produção 
de segmentos consonantais 
é idêntico ao mecanismo 
de produção de segmentos 
vocálicos. Consoantes e 
vogais são diferenciadas 
apenas no nível fonológico.
e) As consoantes são sons que 
apresentam contatos ou 
constrições no subsistema 
laríngeo facilmente analisáveis.
3. Selecione a alternativa que 
melhor descreve a função do 
subsistema articulatório.
a) É responsável por modular 
a energia sonora dos dois 
outros subsistemas, respiratório 
O aparelho fonador e os tipos de sons34
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Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
e laríngeo, produzindo a 
fonodiversidade da fala.
b) É responsável pela função 
de respiração e, portanto, 
pela manutenção da vida.
c) É responsável pela produção 
da voz, determinando 
se um segmento será 
vozeado ou desvozeado.
d) É responsável apenas pela 
produção dos sons consonantais.
e) É responsável por 
modular apenas os sons 
orais, determinando a 
fonodiversidade da fala.
4. Indique a alternativa que melhor 
explica a função/atividade da 
laringe na produção da fala.
a) A laringe apresenta extrema 
importância por contribuir 
de forma considerável 
na diferenciação fonética 
dos sons da fala.
b) A laringe promove a fonte de 
energia de vozeamento e é 
responsável por valvular o ar 
que se move para dentro ou 
fora dos pulmões. As funções 
de valvulação são descritas em 
termos de adução (fechamento) 
e abdução (abertura).
c) A laringe é uma estrutura 
constituída por cartilagens, 
ligamentos, músculos e tecido 
membranoso, e é unicamente 
responsável pela passagem 
do ar dos pulmões para o 
subsistema articulatório.
d) De importância fundamental 
na laringe são as pregas 
vocais, pequenas estruturas 
musculares que se fecham 
(se aproximam) para liberar 
a corrente de ar laríngea, ou 
se abrem (se separam) para 
fechar essa corrente de ar.
e) Os sons produzidos com 
vibrações das pregas vocais 
na laringe são chamados de 
surdos ou desvozeados. Já 
os sons sonoros ou vozeados 
são aqueles produzidos sem 
vibrações das pregas vocais.
5. No que diz respeito às características 
dos articuladores ativos e 
passivos da produção da fala, 
aponte a alternativa correta.
a) Os articuladores ativos são o 
lábio inferior (que modifica 
a cavidade oral), a língua 
(que modifica a cavidade 
oral), o véu palatino (que 
modifica a cavidade nasal) e 
os pulmões (que modificam 
a cavidade faringal).
b) Os articuladores passivos são 
estruturas dinâmicas, capazes 
de se mover em direção 
aos articuladores ativos.
c) Todos os articuladores 
passivos se localizam na 
mandíbula superior.
d) Os articuladores ativos são 
aqueles que têm a propriedade 
de se movimentar (em direção ao 
articulador passivo), modificando 
a configuração do trato vocal.
e) Os articuladores passivos são 
o lábio superior, os dentes 
superiores e o céu da boca, que 
se divide em alvéolos, palato 
duro, véu palatino e faringe.
35O aparelho fonador e os tipos de sons
U1C2_Fonetica.indd 35 11/09/2017 17:14:29
ANDREWS, M. L. Manual de tratamento da voz: da pediatria à geriatria. 7. ed. São Paulo: 
Cengage Learning, 2009.
BARBOSA, P. A.; MADUREIRA, S. Manual de fonética acústica experimental. São Paulo: 
Cortez, 2015.
CARDOSO, D. P. Fonologia da língua portuguesa. São Cristóvão: Universidade Federal 
de Sergipe, CESAD, 2009.
KENT, R. D.; READ, C. Análise acústica da fala. São Paulo: Cortez, 2015.
LADEFOGED, P. Preliminaries to linguistic phonetics. Chicago: University of Chicago, 1971.
MASSINI-CAGLIARI, G.; CAGLIARI, L. C. Fonética. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. (Org.). 
Introdução à linguística: domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2012. v. 1.
SILVA, T. C. Fonética e fonologia do português. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2003.
SOBOTTA, J.; REINHARDS, P.; REINHARDS, P. Atlas de anatomia humana: cabeça, pes-
coço e extremidade superior. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 1.
SOUZA, P. C.; SANTOS, R. S. Fonética. In: Fiorin, José Luiz (org.). Introdução à linguística 
II: princípios de análise. São Paulo, Contexto, 2016, p. 9- 31.
Leitura recomendada
EDMONDSON, J. A.; ESLING, J. H. The valves of the throat and their functioning in tone, 
vocal register and stress: laryngoscopic case studies. Phonology, v. 23, p. 157-191, 2006.
O aparelho fonador e os tipos de sons36
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esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Como são conceitos implicados, as definições do que é voz e do que é fala geralmente têm sido 
assumidas como não muito claras. É bastante comum o uso desses termos enquanto sinônimos 
ou termos equivalentes.
A verdade é que, embora a produção da voz e da fala estejam relacionadas, pode-se estabelecer 
uma distinção para essasduas funções. Distinção essa que tem base no próprio mecanismo 
fisiológico envolvido nas suas produções.
Acompanhe nesta Dica do Professor uma síntese a respeito de distinção entre voz e fala.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Indique a alternativa que faz menção apenas a estruturas que compõe subsistema 
articulatório.
A) Faringe, pregas vocais, bochechas, maxilares, lábios, palato duro, palato mole, cavidade 
nasal.
B) Faringe, pulmões, bochechas, maxilares, lábios, palato duro, palato mole, cavidade nasal.
C) faringe, língua, bochechas, maxilares, lábios, palato duro, palato mole, cavidade nasal.
D) Faringe, língua, bochechas, maxilares, lábios, palato duro, palato mole, diafragma, 
cavidade nasal.
E) Faringe, língua, bochechas, Traquéia, lábios, palato duro, palato mole, cavidade nasal.
Selecione a alternativa que melhor descreve o mecanismo articulatório de produção 2) 
das consoantes.
A) Na produção dos sons consonantais, os articuladores orais encontram-se de tal modo 
abertos que a corrente de ar, ao passar centralmente pela cavidade oral, não encontrando 
obstáculos.
B) Na produção dos sons consonantais pode haver ou não constrição.
C) As consoantes são sons que apresentam contatos ou constrições no aparelho fonador. Por 
essa razão, são classificadas tradicionalmente em termos de modo e lugar de articulação, e 
quanto a vibração ou não das pregas vocais, além das características do mecanismo 
aerodinâmico envolvido.
D) O mecanismo de produção de segmentos consonantais é idêntico ao mecanismo de 
produção de segmentos vocálicos. Consoantes e vogais são diferenciadas apenas no nível 
fonológico.
E) As consoantes são sons que apresentam contatos ou constrições no subsistema laríngeo 
facilmente analisáveis.
3) Selecione a alternativa que melhor descreve a função do subsistema articulatório.
A) É responsável por modular a energia sonora dos dois outros subsistemas, respiratório e 
laríngeo, produzindo a fonodiversidade da fala.
B) É responsável pela função de respiração e, portanto, pela manutenção da vida.
C) É responsável pela produção da voz, determinando se um segmento será vozeado ou 
desvozeado.
D) É responsável apenas pela produção dos sons consonantais.
E) É responsável por modular apenas os sons orais, determinando a fonodiversidade da fala.
4) Indique a alternativa que melhor explica a função/atividade da laringe na produção 
da fala.
A) A laringe apresenta extrema importância por contribuir de forma considerável na 
diferenciação fonética dos sons da fala.
B) A laringe promove a fonte de energia de vozeamento e é responsável por valvular o ar que 
se move para dentro ou fora dos pulmões. As funções de valvulação são descritas em 
termos de adução (fechamento) e abdução (abertura).
C) A laringe é uma estrutura constituída por cartilagens, ligamentos, músculos e tecido 
membranoso e é unicamente responsável pela passagem do ar dos pulmões para o 
subsistema articulatório.
D) De importância fundamental na laringe são as pregas vocais, pequenas estruturas 
musculares que se fecham (se aproximam) para liberar a corrente de ar laríngea, ou se 
abrem (se separam) para fechar essa corrente de ar.
E) Os sons produzidos com vibrações das pregas vocais na laringe são chamados de surdos ou 
desvozeados. Já os sons sonoros ou vozeados são aqueles produzidos sem vibrações das 
pregas vocais.
5) No que diz respeito as características dos articuladores ativos e passivos da produção 
da fala, aponte a alternativa correta.
A) Os articuladores ativos são: o lábio inferior (que modifica a cavidade oral), a língua (que 
modifica a cavidade oral), o véu palatino (que modifica a cavidade nasal) e os pulmões 
(que modificam a cavidade faringal).
B) Os articuladores passivos são estruturas dinâmicas, capazes de mover-se em direção aos 
articuladores ativos.
C) Todos os articuladores passivos localizam-se na mandíbula superior.
D) Os articuladores ativos são aqueles que têm a propriedade de movimentar-se (em direção 
ao articulador passivo) modificando a configuração do trato vocal.
E) Os articuladores passivos são o lábio superior, os dentes superiores e o céu da boca que 
divide-se em: alvéolos, palato duro, véu palatino e faringe.
NA PRÁTICA
A era digital representou um impacto na forma como nos comunicamos uns com os outros no 
que diz respeito à rapidez e à agilidade com a que a informação é capaz de ser transmitida. Há 
exatamente 100 anos atrás, levava-se meses para que uma carta pudesse ser levada por via 
marítima a um outro continente. Hoje, contatar um parente distante, ou até mesmo solucionar 
um problema bancário com o gerente, está a uma mera distância de uma ligação telefônica. 
Leva-se segundos para estabelecer comunicação até mesmo em longas distâncias.
Esse avanço implicou até mesmo na ressignificação do que assumimos enquanto evidência 
jurídica. A possibilidade de se registrar conversas telefônicas e de poder realizar a interceptação 
dessas, somado aos avanços e ao aperfeiçoamento das técnicas de análise da voz e da fala por 
fonoaudiólgos e foneticistas, possibilitou que a fala pudesse ser considerada como pista para a 
identificação de um falante em um contexto forense (quer seja um escândalo político ou até 
mesmo o planejamento de um crime registrado por meio de ligação telefônica).
De que forma, no entanto, o conhecimento das propriedades articulatórias da fala pode 
representar uma evidência na perícia de fala/voz? A identificação do falante, especificamente, é 
definida como o processo de identificação de um locutor desconhecido a partir de amostras de 
sua fala. Para realizar essa tarefa, precisa-se ter alguma familiaridade com as características da 
fala desse sujeito ou ser capaz de relacionar a voz desconhecida com a voz de algum indivíduo 
específico ou de locutores que integram um grupo de suspeitos.
A fonética forense é, portanto, a aplicação do conhecimento fonético geral a problemas legais, 
como, por exemplo, para a identificação ou a caracterização de um falante. De acordo com 
Morrison (2013), o principal objetivo da comparação entre diferentes falantes é responder a 
questão: "quão semelhantes são as propriedades observadas nas amostras de fala conhecida e 
questionada, sob a hipótese de que a amostra de fala questionada tenha a mesma origem que a 
amostra conhecida, em contraposição à hipótese de que estas tenham uma origem diferente?". 
Sabemos que a singularidade fonatória de um locutor inclui uma variedade de formas de se 
pronunciar segmentos vocálicos e consonantais.
Veja na imagem como os foneticistas forenses se utilizam dos recursos para chegar ao seu 
laudo.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Articulação das consoantes 
O vídeo a seguir mostrará a atuação dos subsistemas laríngeo e articulatório na produção 
de segmentos consonantais.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Fonética articulatória - Vogais do Português 
Nesse site será possível entender e visualizar como se dá a articulação das vogais no 
Português por intermédio das animações disponibilizadas.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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