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O aparelho fonador e os tipos de sons APRESENTAÇÃO A produção da fala compreende uma série de mecanismos e estruturas que se integram e interagem de modo a possibilitar os mais complexos e refinados movimentos do corpo humano: as articulações dos sons da fala. O som produzido é, dessa forma, o resultado final de um complexo processo, que envolve estruturas de diversas partes do corpo humano: pulmões, músculos respiratórios, traqueia, faringe, laringe, pregas vocais, língua, palato duro, palato mole, lábios, entre outras estruturas. Antes mesmo dos comandos neuromusculares serem enviados para as unidades motoras responsáveis pela execução dos gestos articulatórios, processos de planejamento do conteúdo linguístico estão a todo tempo sendo executados, tornando a fala uma modalidade da linguagem altamente complexa e elaborada. Para entender como a fala é produzida, alguns conhecimentos são necessários, a exemplo dos conhecimentos anatomofisiológicos responsáveis pela sua produção. Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá os elementos e subsistemas responsáveis pela produção dos sons da fala. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar estruturas e mecanismos envolvidos na produção da fala.• Reconhecer os subsistemas respiratório, laríngeo e articulatório.• Descrever os correlatos articulatórios da produção de segmentos consonantais e vocálicos.• DESAFIO Consciência fonológica é a habilidade que permite ao ser humano pensar e agir sobre os sons da fala. Essa habilidade possui diferentes níveis: a consciência da palavra, da sílaba, das unidades intrassilábicas e do fonema. Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado A consciência articulatória é parte da consciência fonológica e representa a capacidade de o falante refletir sobre as características articulatórias dos fonemas, podendo assim contribuir para a sua representação. Nesse sentido, a consciência fonoarticulatória é a habilidade responsável pela distinção das articulações dos sons da fala. É a capacidade do indivíduo pensar sobre os sons e relacioná-los aos movimentos que os articuladores fazem para produzi-los. Você, enquanto professor de português para estrangeiros, foi solicitado para realizar a descrição articulatória de alguns sons do português para uma turma composta por falantes de diversas nacionalidades (alemães, suecos, chineses, etc). A descrição do modo como os articuladores se comportam na produção dos sons é uma pista articulatória essencial para uma adequada expressão oral. Nesse sentido, descreva quais os articuladores ativos e passivos usados na produção do conjunto de sons da imagem abaixo, com base na experiência que você, como falante, possui a respeito das articulações do som do português. INFOGRÁFICO Como dito anteriormente, falar é uma tarefa que envolve diversas estruturas corporais e envolve Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce a ativação de subsistemas que trabalham em conjunto para a realização da mesma função. Conhecer as estruturas que compõem cada subsistema permite que você possa entender como a fala é produzida e pensar o mecanismo que é próprio a cada um deles. Você perceberá, assim, que a fala é o produto de um todo harmônico, funções que se integram para a produção de uma tarefa altamente complexa: a fonoarticulação. No Infográfico você poderá observar as principais estruturas e subsistemas responsáveis pela produção da fala. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! CONTEÚDO DO LIVRO O aparelho fonador é constituído de três subsistemas: o respiratório, o laríngeo e o articulatório (supralaríngeo). O sistema fonatório é, portanto, um sistema resultante da sobreposição de diferentes subsistemas. A produção dos sons da fala só é possível quando essas partes atuam em conjunto. No conteúdo selecionado a seguir, você entenderá como os subsistemas respiratório, laríngeo e articulatório se associam durante a produção dos sons da fala. Com base nesse processo, serão descritos os principais mecanismos articulatórios para a produção e diferenciação de segmentos consonantais e vocálicos no aparelho fonador. Acompanhe mais no Capítulo Aparelho fonador e os tipos de sons do livro Fonética e fonologia do Português – base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura! Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado FONÉTICA E FONOLOGIA DO PORTUGUÊS Julio Cesar Cavalcanti Revisão técnica: Talita da Silva Campos Mestre em Linguística Especialista em Língua Portuguesa Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 C376f Cavalcanti, Julio Cesar. Fonética e fonologia do português / Julio Cesar Cavalcanti ; [revisão técnica: Talita da Silva Campos]. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 112 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-164-8 1. Fonética. 2. Fonologia. 3. Língua Portuguesa. I. Título. CDU 81’34 2717_Fonetica_book.indb 2 14/09/2017 10:00:24 O aparelho fonador e os tipos de sons Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identi� car estruturas e mecanismos envolvidos na produção da fala. Reconhecer os subsistemas respiratório, laríngeo e articulatório. Descrever os correlatos articulatórios da produção de segmentos consonantais e vocálicos. Introdução A produção da fala compreende uma série de mecanismos e estruturas que se integram e interagem de modo a possibilitar os mais complexos e refinados movimentos do corpo humano: as articulações dos sons da fala. O som produzido é, portanto, o resultado final de um complexo processo, que envolve estruturas de diversas partes do corpo humano: pulmões, músculos respiratórios, traqueia, faringe, laringe, pregas vocais, língua, palato duro, palato mole, lábios e outras estruturas. Antes mesmo dos comandos neuromusculares serem enviados para as unidades motoras responsáveis pela execução dos gestos articulató- rios, processos de planejamento do conteúdo linguístico estão a todo tempo sendo executados, tornando a fala uma modalidade da linguagem altamente complexa e elaborada. Para entender como a fala é produzida, alguns conhecimentos são necessários, a exemplo dos conhecimentos anatomofisiológicos respon- sáveis pela sua produção. Neste capítulo, você vai conhecer os elementos e subsistemas res- ponsáveis pela produção dos sons da fala. U1C2_Fonetica.indd 24 11/09/2017 17:14:26 Elementos da produção da fala Certa vez, Raymond H. Stetson, um pioneiro no estudo da fala, escreveu a seguinte frase: “speech is movement made audible” (“fala é movimento tornado audível”). Os movimentos dos órgãos da fala (estruturas como a língua, os lábios, a mandíbula, o véu palatino e as pregas vocais) resultam em padrões sonoros que são percebidos pelo ouvinte. Entretanto, a fala é mais do que um conjunto de sons audíveis; caso contrário, não nos importaríamos em distinguir os sons da fala de outros processos corporais, como bater palmas ou respirar. A fala adquire importância como o meio principal pelo qual a língua é expressa em todas as culturas humanas – tratando-se de sujeitos ouvintes. Nesse sentido, a fala é uma modalidade da linguagem (KENT; READ, 2015). É importante salientar que o som exteriorizado é o resultado final de um complexo processo – processo esse que, da conceitualização à articulação, vai transformando representações abstratas (regras fonológicas) em níveis inferiores de abstração (associações fonéticas) até chegar aos comandos neu- romotores e, em seguida, aos articuladores da fala. É a movimentação desses articuladores que modula o fluxo de ar, produzindo o som. A etapa final desse processo, a movimentação dos articuladores da fala, só é possível graças à atuação de três subsistemas: o respiratório, olaríngeo e o supralaríngeo (articulatório) (BARBOSA; MADUREIRA, 2015). Para falar, uma pessoa usa mais da metade do corpo: do abdômen até a cabeça. Antes de abrirmos a boca para falar, precisamos planejar o que vamos dizer e, logo em seguida, são enviados comandos neuromusculares para que a nossa fala se realize. Como a linguagem é um composto de ideias e sons, é preciso organizar as ideias e os sons que vão carrear as informações linguísticas (MASSINI-CLAGLIARI; CAGLIARI, 2012). Assim, o primeiro processo de produção da fala é o neurolinguístico, e significa que é preciso juntar as ideias à sequência de sons correspondentes daquilo que se quer falar em uma determinada ordem, obedecendo as regras da língua (fonológicas e prosódicas). A partir disso, o cérebro começa a enviar estímulos para os músculos em diferentes partes do corpo, preparando-os para dizer o que foi planejado. Esse é o processo neuromuscular. As primeiras mensagens agem diretamente sobre o processo de respiração, mudando o mecanismo fisiológico comum (MASSINI-CLAGLIARI; CAGLIARI, 2012). Descreveremos esse mecanismo a seguir. 25O aparelho fonador e os tipos de sons U1C2_Fonetica.indd 25 11/09/2017 17:14:26 Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Sublinhado Os órgãos que utilizamos na produção da fala não servem primeiramente à articulação dos sons. Na verdade, não existe órgão do nosso corpo cuja função esteja exclusiva- mente relacionada com a função da fala. As partes do corpo que utilizamos na produção da fala têm, como função primária, outra atividade. Os pulmões oxigenam o sangue, enquanto órgão do aparelho respiratório; mas são os pulmões que fornecem a corrente de ar necessária para produzirmos a voz. A boca, os dentes, os lábios, a língua fazem parte do aparelho digestivo, mas participam também da articulação dos sons. Por isso, muitos teóricos consideram a atividade da fala como uma atividade secundária, sobreposta a outras funções (CARDOSO, 2009). O subsistema respiratório A fonte de energia necessária à produção sonora é representada pelo fl uxo de ar governado pelos movimentos da cavidade torácica, dos músculos respiratórios, do diafragma e dos pulmões. As correntes de ar inspiratória e expiratória são resultantes da alternância de expansão e redução do volume pulmonar, alter- nância devida à interação de forças elásticas do pulmão e da caixa torácica, de forças gravitacionais e de forças provindas da atividade dos músculos da respiração (BARBOSA; MADUREIRA, 2015). A função respiratória para a fala é entendida em termos de eventos aero- dinâmicos – volumes de ar, pressão e fluxos. Os eventos mecânicos da fala, pois, começam assim que o falante usa o sistema respiratório para gerar a energia aerodinâmica. Dessa forma, a fala é produzida pela valvulação ou regulagem das pressões e dos fluxos do ar gerados pelo subsistema respiratório. De forma bastante simplificada, podemos dizer que o subsistema respiratório é uma bomba de ar, fornecendo energia aerodinâmica para os subsistemas articulatório e laríngeo (Figura 1) (KENT; READ, 2015). O aparelho fonador e os tipos de sons26 U1C2_Fonetica.indd 26 11/09/2017 17:14:26 Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Figura 1. Interior dos pulmões e das vias aéreas (laringe, faringe, cavidade oral e nasal). Fonte: Cardoso (2009, p. 24). Na respiração normal, a fase expiratória (expulsão do ar) é completamente passiva – isto é, os músculos inspiratórios voltam à sua posição não contraída original. Além disso, a duração das fases inspiratória e expiratória é pratica- mente a mesma. O mesmo não acontece com a respiração na fala. Não somente a inspiração é mais rápida e captura mais ar em relação à respiração normal, como também a duração da fase expiratória relativamente à inspiração é bem maior e variável do que na respiração normal. O que significa dizer que inspiramos mais rápido e expiramos mais vagarosamente quando estamos falando (BARBOSA; MADUREIRA, 2015). Durante a fase expiratória para a fala, a ação passiva do diafragma e ativa dos músculos abdominais e torácicos é primordial para a manutenção de uma pressão subglotal (abaixo das pregas vocais) constante durante a produção da fala. A pressão subglotal é um dos fatores mais importantes na produção da fala, influenciando parâmetros acústicos de frequência fundamental (parâme- tro físico da sensação de grave e agudo) e a intensidade (parâmetro físico da sensação de altura) (LAVER, 1994 apud BARBOSA; MADUREIRA, 2015). 27O aparelho fonador e os tipos de sons U1C2_Fonetica.indd 27 11/09/2017 17:14:26 Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Os movimentos de expansão e redução do volume pulmonar possibilitam respectivamente a entrada e saída do ar dos pulmões, obedecendo a uma lei física, a lei de Boyle-Mariotte, que estabelece a relação expressa por esta equação: Pressão × volume = constante Assim, quando ocorre a expansão do tórax, o volume torácico aumenta e, por conta dessa lei, a pressão cai, tornando-se menor do que a do meio exterior, e o ar entra. Por outro lado, quando o tórax diminui em volume na expiração, a pressão aumenta e o ar é expulso. Isso vale tanto para a respiração na fala quanto para a respiração normal. Na fala, no entanto, a pressão é maior e dura mais tempo sob a glote (região que compreende o espaço entre as pregas vocais), fornecendo o fluxo de ar para a maioria dos sons da fala das línguas do mundo (BARBOSA; MADUREIRA, 2015). O processo da respiração também ativa diferentes mecanismos aerodinâ- micos. Na quase totalidade do tempo da fala, usa-se um mecanismo pulmonar egressivo, ou seja, a fala se aproveita de uma modificação causada sobre a corrente de ar que usamos para respirar (expiração). Em alguns casos muito particulares, um som pode ser produzido com outro tipo de corrente de ar (MASSINI-CLAGLIARI; CAGLIARI, 2012) — nesse caso, são denominamos sons ingressivos os sons que são produzidos com a corrente de ar inspiratória (a exemplo de sons implosivos, cliques e ejetivos). No caso do português, todos os sons são produzidos com a corrente egressiva ou expiratória (BARBOSA; MADUREIRA, 2015). Quando o fluxo de ar se dirige à região suprapulmonar, é modulado por uma ou mais constrições. A primeira estrutura pela qual o fluxo passa é o subsistema laríngeo (BARBOSA; MADUREIRA, 2015). O subsistema laríngeo A laringe é uma estrutura constituída por cartilagens, ligamentos, músculos e tecido membranoso. Encontra-se ligada a estruturas ósseas superiores e inferiores por meio de musculatura extrínseca (BARBOSA; MADUREIRA, O aparelho fonador e os tipos de sons28 U1C2_Fonetica.indd 28 11/09/2017 17:14:27 Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado 2015). Ela fi ca suspensa no osso hioide, o único osso do pescoço, e possibilita considerável movimento e fl exibilidade da postura cervical (ANDREWS, 2009). De importância fundamentalsão as pregas vocais, pequenas estruturas musculares que se fecham (se aproximam), para fechar a corrente de ar larín- gea, ou se abrem (se separam), para liberar essa corrente de ar (Figura 2). A abertura entre as pregas vocais é chamada de glote, e o termo “glotal” tem sido usado como um termo geral para a função laríngea, especialmente quando nos referimos à função das pregas vocais. Figura 2. Visualização da glote em posição de repouso e em coaptação. Fonte: Sobotta, Reinhards e Reinhards (2006). A laringe é importante para a fala não só porque é uma fonte de energia de vozeamento, mas também por valvular o ar que se move para dentro ou fora dos pulmões. As funções de valvulação são descritas em termos de adução (fechamento) e abdução (abertura). Quando as pregas vocais estão fortemente fechadas, nenhum movimento de ar ocorre. Esse fechamento firme é importante para certas tarefas físicas enérgicas, mas é também usado para interromper o fluxo de ar para alguns sons da fala. Adução com menos resistência para o ar permite que as pregas vocais vibrem. Um alto grau de abdução permite que o ar se mova facilmente dos pulmões ao caminho 29O aparelho fonador e os tipos de sons U1C2_Fonetica.indd 29 11/09/2017 17:14:27 Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado aéreo superior. Sons desvozeados (sem vibração das pregas vocais), como o [s] em “sala”, requerem que a pressão do ar seja armazenada dentro da boca como uma fonte para a energia do ruído (“Ssssss”). A abdução ou abertura das pregas vocais satisfaz essa condição por permitir que a pressão na boca se aproxime da pressão nos pulmões. Finalmente, uma abdução parcial das pregas vocais é usada para gerar energia de ruído desvozeado, como no caso do sussurro (KENT; READ, 2015). Apesar da extrema importância da laringe, ela contribui relativamente pouco para a diferenciação fonética dos sons da fala. Certamente, a atividade laríngea diferencia sons vozeados de desvozeados, como os sons iniciais no par mínimo “bata/pata”, sendo o segmento [b] sonoro e o segmento [p] surdo (KENT; READ, 2015). Embora menos frequentes, existem também outros contrates possíveis de serem realizados por meio da glote, como as laringalizações e os sons soprosos, correspondentes a ajustes articulatórios bem específicos (LADEFOGED, 1971). Na fonética segmental, com base no processo fonatório, em geral, classifi- cam-se os sons com base na oposição surdo/sonoro (vozeado/desvozeado). Os sons produzidos com vibrações das pregas vocais são chamados de sonoros ou vozeados. Já os sons surdos ou desvozeados são aqueles produzidos sem vibrações das pregas vocais. As vogais são os sons vozeados, por excelência. Por sua vez, as consoantes podem ser surdas ou sonoras (MASSINI-CLAGLIARI; CAGLIARI, 2012). Se tomarmos como exemplo o inglês e o português, a vibração das pregas vocais difere pouco nas vogais dessas línguas, as quais ganham a sua distintividade por meio do formato do sistema articulatório acima da laringe. Por essa razão, a descrição fonética da fala é baseada amplamente nas características articulatórias supraglotais (acima da glote), o qual denominamos “subsistema articulatório” (KENT; READ, 2015). O subsistema articulatório O subsistema articulatório ou supralaríngeo se estende das pregas vocais (glote) às aberturas da boca e das narinas. Compreende a faringe, a língua, as bochechas, os maxilares, os lábios, o palato duro, o palato mole (véu palatino) O aparelho fonador e os tipos de sons30 U1C2_Fonetica.indd 30 11/09/2017 17:14:27 Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce e a cavidade nasal. É também conhecido como trato vocal, constituído do trato oral, das pregas vocais, passando pela orofaringe até a boca, e do trato nasal, das pregas vocais, passando pela nasofaringe até as narinas (BARBOSA; MADUREIRA, 2015). Dadas as configurações do aparelho fonador, quando a corrente de ar chega na parte superior da faringe, encontra dois caminhos: a passagem oral, pela boca, e a passagem nasal, pela cavidade nasofaríngea e pelas cavidades nasais. O ar pode seguir um desses caminhos ou ambos (Figura 3) (MASSINI- -CLAGLIARI E CAGLIARI, 2012). Figura 3. O aparelho fonador e os articuladores passivos e ativos, as cavidades oral, nasal, faringal e a glote (pregas vocais). Fonte: Silva (2003, p. 30). 31O aparelho fonador e os tipos de sons U1C2_Fonetica.indd 31 11/09/2017 17:14:27 Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado O trato vocal é responsável, assim, por modular a energia sonora dos dois outros subsistemas, respiratório e laríngeo, produzindo a fonodiversidade da fala. O trato vocal, tanto interna como externamente, é crucial para a comu- nicação verbal e visual, importantes regiões do cérebro estão envolvidas na sua movimentação (BARBOSA; MADUREIRA, 2015). Assim, a corrente de ar é modificada ao passar pelas cavidades supraglotais. Essa modificação ocorre em determinados pontos desse tubo onde há uma constrição capaz de alterar as características acústicas da corrente de ar. Essas obstruções são chamadas de articulações fonéticas, e suas características for- mam o processo articulatório (MASSINI-CLAGLIARI; CAGLIARI, 2012). Todas as línguas naturais possuem consoantes e vogais – assim, enten- demos por segmento consonantal um som que seja produzido com algum tipo de obstrução nas cavidades supraglotais, de maneira que haja obstrução total ou parcial da passagem da corrente de ar, podendo ou não haver fricção (MASSINI-CLAGLIARI; CAGLIARI, 2012). Por outro lado, na produção de um segmento vocálico, a passagem da corrente de ar não é interrompida na linha central – portanto, não há obstrução ou fricção. As consoantes são, portanto, sons que apresentam contatos ou constrições no aparelho fonador facilmente analisáveis. Por essa razão, são classificadas tradicionalmente em termos de modo (mecanismo envolvido) e lugar (ponto) de articulação, e quanto à vibração ou não das pregas vocais, além das carac- terísticas do mecanismo aerodinâmico envolvido (MASSINI-CLAGLIARI; CAGLIARI, 2012). Já na produção dos sons vocálicos, os articuladores orais se encontram de tal modo abertos que a corrente de ar, ao passar centralmente pela cavidade oral, não encontrando obstáculos, não produz fricção (Figura 4). Assim, as vogais são sempre produzidas com a ponta da língua abaixada e com a superfície da língua em forma convexa. O movimento do corpo da língua para a produção dos sons vocálicos se restringe a uma certa área do trato vocal; para além dos limites dessa área, os sons produzidos não se caracterizam mais como vogais (MASSINI-CLAGLIARI; CAGLIARI, 2012). O aparelho fonador e os tipos de sons32 U1C2_Fonetica.indd 32 11/09/2017 17:14:28 Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Figura 4. Representação esquemática da área vocálica. Fonte: Massini-Clagliari e Cagliari (2012, p.136). Correlatos articulatórios da produção de segmentos consonantaise vocálicos Certos segmentos têm características fonéticas não tão precisas, seja de conso- ante ou de vogal. Esses segmentos são denominados, na literatura, semivogais ou glides (SILVA, 2003). Em termos articulatórios, podemos diferenciar a dinâmica dos órgãos fonoar- ticulatórios em dois grandes grupos: articuladores ativos e articuladores passivos. Os articuladores ativos são aqueles que têm a propriedade de movimentar- -se (em direção ao articulador passivo), modificando a configuração do trato vocal. Os articuladores ativos são: o lábio inferior (que modifica a cavidade oral); a língua (que modifica a cavidade oral); o véu palatino (que modifica a cavidade nasal); as pregas vocais (que modificam a cavidade faringal). Eles são denominados articuladores ativos devido ao seu papel ativo (no sentido de movimento) na articulação consonantal (em oposição aos articu- ladores passivos) (SILVA, 2003). Os articuladores passivos, por sua vez, localizam-se na mandíbula supe- rior — exceto o véu palatino que está localizado na parte posterior do palato. Os articuladores passivos são: 33O aparelho fonador e os tipos de sons U1C2_Fonetica.indd 33 11/09/2017 17:14:28 Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Sublinhado o lábio superior; os dentes superiores; o céu da boca, que divide-se em alvéolos, palato duro, véu palatino (ou palato mole) e úvula. Assim, o véu palatino pode atuar como articulador ativo (na produção de segmentos nasais) ou como articulador passivo (na articulação de segmentos velares) (SILVA, 2003). 1. Indique a alternativa que faz menção apenas a estruturas que compõem subsistema articulatório. a) Faringe, pregas vocais, bochechas, maxilares, lábios, palato duro, palato mole, cavidade nasal b) Faringe, pulmões, bochechas, maxilares, lábios, palato duro, palato mole, cavidade nasal. c) Faringe, língua, bochechas, maxilares, lábios, palato duro, palato mole, cavidade nasal. d) Faringe, língua, bochechas, maxilares, lábios, palato duro, palato mole, diafragma, cavidade nasal. e) Faringe, língua, bochechas, traqueia, lábios, palato duro, palato mole, cavidade nasal. 2. Selecione a alternativa que melhor descreve o mecanismo articulatório de produção das consoantes. a) Na produção dos sons consonantais, os articuladores orais se encontram de tal modo abertos que a corrente de ar, ao passar centralmente pela cavidade oral, não encontrando obstáculos. b) Na produção dos sons consonantais pode haver ou não constrição. c) As consoantes são sons que apresentam contatos ou constrições no aparelho fonador. Por essa razão, são classificadas tradicionalmente em termos de modo e lugar de articulação, e quanto a vibração ou não das pregas vocais, além das características do mecanismo aerodinâmico envolvido. d) O mecanismo de produção de segmentos consonantais é idêntico ao mecanismo de produção de segmentos vocálicos. Consoantes e vogais são diferenciadas apenas no nível fonológico. e) As consoantes são sons que apresentam contatos ou constrições no subsistema laríngeo facilmente analisáveis. 3. Selecione a alternativa que melhor descreve a função do subsistema articulatório. a) É responsável por modular a energia sonora dos dois outros subsistemas, respiratório O aparelho fonador e os tipos de sons34 U1C2_Fonetica.indd 34 11/09/2017 17:14:29 Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce e laríngeo, produzindo a fonodiversidade da fala. b) É responsável pela função de respiração e, portanto, pela manutenção da vida. c) É responsável pela produção da voz, determinando se um segmento será vozeado ou desvozeado. d) É responsável apenas pela produção dos sons consonantais. e) É responsável por modular apenas os sons orais, determinando a fonodiversidade da fala. 4. Indique a alternativa que melhor explica a função/atividade da laringe na produção da fala. a) A laringe apresenta extrema importância por contribuir de forma considerável na diferenciação fonética dos sons da fala. b) A laringe promove a fonte de energia de vozeamento e é responsável por valvular o ar que se move para dentro ou fora dos pulmões. As funções de valvulação são descritas em termos de adução (fechamento) e abdução (abertura). c) A laringe é uma estrutura constituída por cartilagens, ligamentos, músculos e tecido membranoso, e é unicamente responsável pela passagem do ar dos pulmões para o subsistema articulatório. d) De importância fundamental na laringe são as pregas vocais, pequenas estruturas musculares que se fecham (se aproximam) para liberar a corrente de ar laríngea, ou se abrem (se separam) para fechar essa corrente de ar. e) Os sons produzidos com vibrações das pregas vocais na laringe são chamados de surdos ou desvozeados. Já os sons sonoros ou vozeados são aqueles produzidos sem vibrações das pregas vocais. 5. No que diz respeito às características dos articuladores ativos e passivos da produção da fala, aponte a alternativa correta. a) Os articuladores ativos são o lábio inferior (que modifica a cavidade oral), a língua (que modifica a cavidade oral), o véu palatino (que modifica a cavidade nasal) e os pulmões (que modificam a cavidade faringal). b) Os articuladores passivos são estruturas dinâmicas, capazes de se mover em direção aos articuladores ativos. c) Todos os articuladores passivos se localizam na mandíbula superior. d) Os articuladores ativos são aqueles que têm a propriedade de se movimentar (em direção ao articulador passivo), modificando a configuração do trato vocal. e) Os articuladores passivos são o lábio superior, os dentes superiores e o céu da boca, que se divide em alvéolos, palato duro, véu palatino e faringe. 35O aparelho fonador e os tipos de sons U1C2_Fonetica.indd 35 11/09/2017 17:14:29 ANDREWS, M. L. Manual de tratamento da voz: da pediatria à geriatria. 7. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009. BARBOSA, P. A.; MADUREIRA, S. Manual de fonética acústica experimental. São Paulo: Cortez, 2015. CARDOSO, D. P. Fonologia da língua portuguesa. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2009. KENT, R. D.; READ, C. Análise acústica da fala. São Paulo: Cortez, 2015. LADEFOGED, P. Preliminaries to linguistic phonetics. Chicago: University of Chicago, 1971. MASSINI-CAGLIARI, G.; CAGLIARI, L. C. Fonética. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. (Org.). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2012. v. 1. SILVA, T. C. Fonética e fonologia do português. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2003. SOBOTTA, J.; REINHARDS, P.; REINHARDS, P. Atlas de anatomia humana: cabeça, pes- coço e extremidade superior. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 1. SOUZA, P. C.; SANTOS, R. S. Fonética. In: Fiorin, José Luiz (org.). Introdução à linguística II: princípios de análise. São Paulo, Contexto, 2016, p. 9- 31. Leitura recomendada EDMONDSON, J. A.; ESLING, J. H. The valves of the throat and their functioning in tone, vocal register and stress: laryngoscopic case studies. Phonology, v. 23, p. 157-191, 2006. O aparelho fonador e os tipos de sons36 U1C2_Fonetica.indd 36 11/09/2017 17:14:29 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: DICA DO PROFESSOR Como são conceitos implicados, as definições do que é voz e do que é fala geralmente têm sido assumidas como não muito claras. É bastante comum o uso desses termos enquanto sinônimos ou termos equivalentes. A verdade é que, embora a produção da voz e da fala estejam relacionadas, pode-se estabelecer uma distinção para essasduas funções. Distinção essa que tem base no próprio mecanismo fisiológico envolvido nas suas produções. Acompanhe nesta Dica do Professor uma síntese a respeito de distinção entre voz e fala. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Indique a alternativa que faz menção apenas a estruturas que compõe subsistema articulatório. A) Faringe, pregas vocais, bochechas, maxilares, lábios, palato duro, palato mole, cavidade nasal. B) Faringe, pulmões, bochechas, maxilares, lábios, palato duro, palato mole, cavidade nasal. C) faringe, língua, bochechas, maxilares, lábios, palato duro, palato mole, cavidade nasal. D) Faringe, língua, bochechas, maxilares, lábios, palato duro, palato mole, diafragma, cavidade nasal. E) Faringe, língua, bochechas, Traquéia, lábios, palato duro, palato mole, cavidade nasal. Selecione a alternativa que melhor descreve o mecanismo articulatório de produção 2) das consoantes. A) Na produção dos sons consonantais, os articuladores orais encontram-se de tal modo abertos que a corrente de ar, ao passar centralmente pela cavidade oral, não encontrando obstáculos. B) Na produção dos sons consonantais pode haver ou não constrição. C) As consoantes são sons que apresentam contatos ou constrições no aparelho fonador. Por essa razão, são classificadas tradicionalmente em termos de modo e lugar de articulação, e quanto a vibração ou não das pregas vocais, além das características do mecanismo aerodinâmico envolvido. D) O mecanismo de produção de segmentos consonantais é idêntico ao mecanismo de produção de segmentos vocálicos. Consoantes e vogais são diferenciadas apenas no nível fonológico. E) As consoantes são sons que apresentam contatos ou constrições no subsistema laríngeo facilmente analisáveis. 3) Selecione a alternativa que melhor descreve a função do subsistema articulatório. A) É responsável por modular a energia sonora dos dois outros subsistemas, respiratório e laríngeo, produzindo a fonodiversidade da fala. B) É responsável pela função de respiração e, portanto, pela manutenção da vida. C) É responsável pela produção da voz, determinando se um segmento será vozeado ou desvozeado. D) É responsável apenas pela produção dos sons consonantais. E) É responsável por modular apenas os sons orais, determinando a fonodiversidade da fala. 4) Indique a alternativa que melhor explica a função/atividade da laringe na produção da fala. A) A laringe apresenta extrema importância por contribuir de forma considerável na diferenciação fonética dos sons da fala. B) A laringe promove a fonte de energia de vozeamento e é responsável por valvular o ar que se move para dentro ou fora dos pulmões. As funções de valvulação são descritas em termos de adução (fechamento) e abdução (abertura). C) A laringe é uma estrutura constituída por cartilagens, ligamentos, músculos e tecido membranoso e é unicamente responsável pela passagem do ar dos pulmões para o subsistema articulatório. D) De importância fundamental na laringe são as pregas vocais, pequenas estruturas musculares que se fecham (se aproximam) para liberar a corrente de ar laríngea, ou se abrem (se separam) para fechar essa corrente de ar. E) Os sons produzidos com vibrações das pregas vocais na laringe são chamados de surdos ou desvozeados. Já os sons sonoros ou vozeados são aqueles produzidos sem vibrações das pregas vocais. 5) No que diz respeito as características dos articuladores ativos e passivos da produção da fala, aponte a alternativa correta. A) Os articuladores ativos são: o lábio inferior (que modifica a cavidade oral), a língua (que modifica a cavidade oral), o véu palatino (que modifica a cavidade nasal) e os pulmões (que modificam a cavidade faringal). B) Os articuladores passivos são estruturas dinâmicas, capazes de mover-se em direção aos articuladores ativos. C) Todos os articuladores passivos localizam-se na mandíbula superior. D) Os articuladores ativos são aqueles que têm a propriedade de movimentar-se (em direção ao articulador passivo) modificando a configuração do trato vocal. E) Os articuladores passivos são o lábio superior, os dentes superiores e o céu da boca que divide-se em: alvéolos, palato duro, véu palatino e faringe. NA PRÁTICA A era digital representou um impacto na forma como nos comunicamos uns com os outros no que diz respeito à rapidez e à agilidade com a que a informação é capaz de ser transmitida. Há exatamente 100 anos atrás, levava-se meses para que uma carta pudesse ser levada por via marítima a um outro continente. Hoje, contatar um parente distante, ou até mesmo solucionar um problema bancário com o gerente, está a uma mera distância de uma ligação telefônica. Leva-se segundos para estabelecer comunicação até mesmo em longas distâncias. Esse avanço implicou até mesmo na ressignificação do que assumimos enquanto evidência jurídica. A possibilidade de se registrar conversas telefônicas e de poder realizar a interceptação dessas, somado aos avanços e ao aperfeiçoamento das técnicas de análise da voz e da fala por fonoaudiólgos e foneticistas, possibilitou que a fala pudesse ser considerada como pista para a identificação de um falante em um contexto forense (quer seja um escândalo político ou até mesmo o planejamento de um crime registrado por meio de ligação telefônica). De que forma, no entanto, o conhecimento das propriedades articulatórias da fala pode representar uma evidência na perícia de fala/voz? A identificação do falante, especificamente, é definida como o processo de identificação de um locutor desconhecido a partir de amostras de sua fala. Para realizar essa tarefa, precisa-se ter alguma familiaridade com as características da fala desse sujeito ou ser capaz de relacionar a voz desconhecida com a voz de algum indivíduo específico ou de locutores que integram um grupo de suspeitos. A fonética forense é, portanto, a aplicação do conhecimento fonético geral a problemas legais, como, por exemplo, para a identificação ou a caracterização de um falante. De acordo com Morrison (2013), o principal objetivo da comparação entre diferentes falantes é responder a questão: "quão semelhantes são as propriedades observadas nas amostras de fala conhecida e questionada, sob a hipótese de que a amostra de fala questionada tenha a mesma origem que a amostra conhecida, em contraposição à hipótese de que estas tenham uma origem diferente?". Sabemos que a singularidade fonatória de um locutor inclui uma variedade de formas de se pronunciar segmentos vocálicos e consonantais. Veja na imagem como os foneticistas forenses se utilizam dos recursos para chegar ao seu laudo. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Articulação das consoantes O vídeo a seguir mostrará a atuação dos subsistemas laríngeo e articulatório na produção de segmentos consonantais. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Fonética articulatória - Vogais do Português Nesse site será possível entender e visualizar como se dá a articulação das vogais no Português por intermédio das animações disponibilizadas. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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