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Solda Introdução A solda, melhor que um elemento de máquina, é um processo de fabricação que nos lembra que existem muitas facetas em um projeto em adição à análise das tensões. De fato, a análise das tensões e o dimensionamento são, com freqüência, as menores partes do trabalho. Na maioria das vezes, os projetos são afetados de modo sensível pelos processos de fabricação. Entretanto, uma vez que a análise convencional de tensões nas soldas, freqüentemente, apresenta um sabor especial, trataremos abreviadamente das mesmas, dando melhor ênfase a elas como processo. O efeito deste processo de fabricação sobre o projeto é suficientemente grande para dar, às máquinas e aos elementos de máquina soldados um aspecto bem característico. A escolha de um processo de soldagem, fundição, forjamento, e etc, é um problema ecônomico que pode ser respondido corretamente de diferentes maneiras, dependendo das circunstâncias locais. A solda pode ser um processo menos dispendioso onde o custo de modelos para fundição venha a ser uma percentagem grande do custo total, ou onde existam dificuldades invulgares de usinagem e fundição. As peças excepcionalmente grandes são conjuntos de partes soldadas, feitas de partes facilmente fabricadas. Para atender à procura, existem perfis laminados especiais, produzidos particularmente para conjuntos soldados, parafusos e pinos especiais, projetados para serem soldados nos lugares especificados pelo projeto. 1 - Símbolos de Soldagem Uma solda é fabricada pela união de metais em várias formas, formando tipos de configurações particulares. Durante a soldagem, as várias partes são mantidas juntas, frequentemente por meio de aperto. As soldas devem ser precisamente especificadas nos desenhos mecânicos, e isto é feito usando-se o símbolo de soldagem mostrado na figura 1, padronizado pela norma AWS (American Welding Society). A seta neste símbolo aponta para a junta a ser soldada. O corpo do símbolo contém tantos dos seguintes elementos quantos forem necessários: - Linha de Referência - Seta - Símbolos básicos de solda como os na figura 2 - Dimensões e outros dados - Símbolos Suplementares - Símbolos Finais - Rabo - Especificação ou processo Figura 1(O padrão AWS de soda mostrando a localização dos simbolos dos elementos) Figura 2(Símbolos de soldagem a arco e a gás) O lado da seta de uma junta é uma linha, lado, área, ou um membro próximo para o qual a seta aponta. A extremidade oposta ao lado da seta é o outro lado. As figuras 3 a 6 ilustram os tipos de soldas usados mais frequentemente por engenheiros. Para os elementos de máquinas mais comuns a maioria das soldas são filetes, embora soldas de topo são usadas nos projetos de vasos de pressão. É claro que as partes a serem unidas devem ser arranjadas de tal forma que haja uma limpeza suficiente para a operação de soldagem. Se juntas incomuns são necessárias por causa de uma limpeza insuficiente ou devido à forma da seção, o “design” da solda pode se tornar ruim e o engenheiro deve começar novamente e tentar elaborar uma outra solução. Já que o calor é utilizado na operação de soldagem, existe a possibilidade de mudanças na microestrutura do metal nas proximidades da solda. Tensões residuais podem também ser introduzidas por causa do aperto de um metal contra o outro, ou algumas vezes devido à solda. Geralmente, essas tensões residuais não são suficientes para causar preocupação; em alguns casos um pequeno tratamento térmico após a soldagem é bom para aliviá-las. Quando as partes a serem soldadas são grossas, um pré-aquecimento ajudará. Se o componente a ser soldado for de alto custo, um programa de testes deve ser implantado para se descobrir quais mudanças nas operações serão necessárias para garantir uma melhor qualidade da solda. Figura 3 (a) O número indica o tamanho da perna; a seta deve apontar para somente uma solda quando os lados são os mesmos. (b)O símbolo indica que as soldas são intermitentes e medem 60mm de comprimento em centros de 200mm. Figura 4(O círculo no símbolo indica que a soldagem é para ser feita em todo redor) Figura 5 (Soldas de topo ou encaixe) Figura 6 (Soldas especiais de encaixe) 2 – Solda de Topo e Filete A figura 7 mostra uma solda em chanfro V carregada com uma força F. Para ambas tensões ou carregamentos de compressão, a tensão média normal é: s = F / h.L (1) onde h é a garganta da solda e L é o comprimento das solda, como mostrado na figura. Note que o valor de h não inclui o reforço. O reforço é desejável para compensar os defeitos, mas ele varia um pouco e produz concentrações de tensão no ponto A da figura. Se existirem cargas que causem fadiga, é bom usinar o reforço. A tensão média em uma solda de topo devido ao carregamento cisalhante é: t = F / h.L (2) A figura 8 ilustra um típico filete transversal de solda. Tentativas de solucionar a distribuição de tensões em tais soldas, usando métodos da Teoria da Elasticidade, não foram muito bem sucedidos. Práticas convencionais da engenharia de solda tem sempre existido para basear o tamanho da solda, sobre a magnitude da tensão na área DB da garganta. Na figura 9a uma parte da solda foi selecionada da figura 8 para tratar a garganta da solda como um problema de de análise de corpo livre. A área da garganta é A = h.L.cos45° = 0,707h.L, onde L é o comprimento da solda. Assim a tensão sx é: sx = F/A = F / 0,707h.L (a) Esta tensão pode ser dividida em dois componentes, a tensão de cisalhamento t e a tensão normal s. São essas: t = sx. cos45° = F/ h.L s = sx. cos45° = F/ h.L (b) Figura 7 (uma típica junta de topo) Na figura 9b essas são colocadas dentro de um diagrama de círculo de Mohr. A maior tensão principal é vista como sendo: A tensão de cisalhamento máxima é: Entretanto, para propósitos de desenvolvimento é de costume basear a tensão de cisalhamento na área da garganta e omitir a tensão normal completamente. Assim a equação para a tensão média é: t = F / 0.707h.L = 1.414F / h.L(3) e é normalmente usada no desenvolvimento de juntas com soldas de filete. Note que isto gera uma tensão de cisalhamento de 1.414/1.118 = 1.26 vezes maior que o valor dado pela equação (d). Figura 9: hL F Lh F Lh F Lh F 618.1)() 2 ( 2 1 22 =++= hL F Lh F Lh F 118.1)() 2 (max 22 =+= Figura 10 (Distribuição de tensões no filete de solda) Existem alguns resultados experimentais e analíticos que ajudam na avaliação da equação 3. Um modelo de um filete transverso de solda da figura 8 é facilmente construído para propósitos fotoelásticos e tem a vantagem de uma condição balanceada de carga. Norris construiu tal modelo e divulgou a distribuição de tensões ao longo dos lados AB e BC da solda. Um gráfico aproximado dos resultados que ele obteu é mostrado na figura 10a. Note que a concentração de tensões existe em A e em B na perna horizontal e em B na perna vertical. Norris declarou que ele não poderia determinar a tensão em A e B com certeza. Salakian apresentou dados para a distribuição de tensões através da garganta de um filete de solda (figura 10b). Este gráfico é de um interesse particular nós acabamos de aprender que são as tensões na garganta que são usadas no “design”. Novamente, a figura nos mostra a concenração de tensões no ponto B. Note que a figura 10a se aplica tanto ao metal de solda quanto ao metal de base, e que a figura 10b se aplica somente ao metal de solda. Suponha que a junta de volta em filete duplo da figura 3b é carregada por forças de tensões aplicadas na direita e na esquerda. A área da garganta é 0.707h.L para cada solda. Desde que existam duas delas, a tensão média é: t = F/ 1.414h.L (4) No caso de filetes paralelos de solda carregados de tensão, como na figura 11, é provável que a distribuição de tensões ao longo do comprimento da solda não é uniforme. Ainda sim é de costume se assumirum uma tensão de cisalhamento uniforme ao longo da garganta. Assim a tensão média de cisalhamento para a figura 11 é dada também pela equação 4. Os resultados desta seção são resumidos na tabela 1. Figura 11 (Solda de filete paralelo) Tabela 1 (Carregamento transversal e paralelo de soldas em filete ou ambos tipos de carregamento. t = P/(0,707h.D x) Tipo de carregamento Tensão Induzida Magnitude da Tensão Kf 3 – Torção nas Juntas Soldadas A figura 12 ilustra uma viga em balanço com solda de comprimento L a uma coluna por 2 filetes de solda, força de cisalhamento V e um momento M. A força cisalhante produz cisalhamento primário nas soldas de valor: t’ = V / A (5) onde A é a área da garganta de todas as soldas. Figura 12 (Isto é uma conexão de momentos; tal conexão produz torção nas soldas) O momento no apoio produz cisalhamento secundário ou torção nas soldas e esta tensão é dada pela equação: t’’ = M.r/J, onde r é a distância do centróide do grupo de soldas ao ponto da solda de interesse e J é o segundo momento polar de inércia do grupo de soldas em relação ao c.g. do grupo. Quando se conhece o tamanho das soldas, estas equações podem ser resolvidas e os resultados combinados para se obter a maior tensão cisalhante. Note que r é usualmente a maior distância do c.g. do grupo de soldas. A figura 13 mostra duas soldas em um grupo. Os retângulos representam a área da garganta das soldas. A solda I tem uma largura da garganta de b1 = 0,707.h1; e a solda II tem uma largura da garganta de b2 = 0,707.h2. Note que h1 e h2 são os respectivos tamanhos das soldas. A área da garganta das duas soldas juntas é: A = A1 + A2 = b1.d1 + b2.d2(a) Esta é a área que é para ser usada na equação (5). O eixo X na figura 13 passa através do centróide G1 da solda I. O segundo momento de área em relação a este eixo é: Similarmente, o segundo momento de área em relação a um eixo através de G1 paralelo ao eixo y é: 12 3 11dbI x = 12 3 11bdI y = Figura 13 Assim o segundo momento polar de área da solda I em relação a seu próprio centróide é: De uma maneira similar, o segundo momento polar de área da solda II em relação ao seu centróide é: O centróide G do grupo de soldas é localizado por: Usando a figura 13 novamente, nós vemos que a distância r1 e r2 de G1 e G2 para G respectivamente são: Agora, usando o Teorema dos Eixos Paralelos, nós encontramos o segundo momento polar de área do grupo de solda como sendo: Esta é a quantidade a ser usada na equação (6). A distância r deve ser medida de G e o momento M computado de G. 1212 1 3 11 3 11 bddbIIJG yx +==+= 1212 2 3 22 3 22 bddbJG += A xAxA y A xAxA x 2211 __ 2211 __ ; + = + = 2/12 __ 2 2 __ 22 2/1 2__ 2 1 __ ])()[(;])[( xxyyryxxr -+-=+-= )()( 2222 2 111 rAJrAJJ GG +++= O procedimento reverso é o qual a tensão de cisalhamento admissível é dada e queremos encontrar o tamanho da solda. O procedimento usual é estimar um provável tamanho de solda e então usar a interação. Observe na equação (b) que o segundo termo contem a quantidade b1^3, a qual é o cubo da largura da solda, e que a quantidade d2^3 é o primeiro termo da equação (c) é também o cubo da largura da solda. Ambas quantidades podem ser igualadas a uma unidade. Isto leva á idéia de tratar cada filete de solda como uma linha. O segundo momento de área resultante é então uma unidade de segundo momento polar de área. A vantagem de tratar o tamanho da solda como uma linha é que o valor de Ju é o mesmo com relação ao tamanho da solda. Como a largura da garganta do filete de solda é 0.707h, a relação entre J e o valor da unidade é: J = 0.707h.Ju (7) na qual Ju é encontrado por métodos convencionais para uma área que tenha largura da unidade. A transferência da fórmula para Ju deve ser empregada quando a solda ocorrer em grupos, como na figura 12. A tabela 2 lista as áreas das gargantas e o momento unitário polar de área para os filetes de solda mais comumente encontrados. O exemplo que se segue é típico de cálculos normalmente feitos. Tabela 2 (Propriedades de Torsão das Soldas de Filete) EXEMPLO 1 Uma carga de 50kN é transferida de um encaixe soldado a um canal de aço de 200mm como ilustrado na figura 14. Calcule a tensão máxima na solda. (a) Indique os fins e cantos de cada solda com letras. Às vezes é desejável indicar cada solda por um número. Veja a figura 15. (b) Calcule a tensão de cisalhamento primária t’. Como mostrado na figura 14, cada parte é soldada ao canal por meio de três filetes de solda de 6mm. A figura 15 mostra que nós dividimos a carga pela metade e estamos considerando somente uma parte. Do caso 4 da tabela 2 nós encontramos a área da garganta sendo: A = 0,707.(6). [2.(56) +190] = 1280mm^2 Então, a tensão de cisalhamento primária é: (c) Desenhe a t’, em escala, para cada canto ou fim marcado por letra. Veja a figura 16. Figura 14 (Dimensões em milímetros) Figura 15 (O diagrama mostra a geometria da solda; todas dimensões em milímetros. Note que V e M representam carregamentos aplicados pelas soldas na parte) MPa A V 5.19 1280 )10(25 3' ===t Figura 16 (Diagrama de Corpo Livre) (d) Localize o centróide da solda do exemplo. Usando o caso 4 da tabela 2, nós achamos: Isto é mostrado como o ponto O nas figuras 15 e 16. (e) Encontre as distâncias ri (veja figura 16): Estas distâncias podem também retiradas a partir da escala do desenho. (f) Ache J. Usando o caso 4 da tabela 2 novamente, nós obtemos: (g) Encontre M: (h) Calcule a tensão de cisalhamento secundária t’’ em cada fim ou canto com letra. mmX 4,10 190)56.(2 )56( 2___ = + = 46 4323 )10.(07,7] 190)56.(2 )56( 12 )190()190).(56.(6)56.(8 ).[6.(707,0 mmJ = + - ++ = mNLFM .2760)4,1010.(25. =+== MPadc MPa J rM ba 0,41 )10.(07,7 )105.()10.(2760 '''' 6,37 )10.(07,7 )6,95.()10.(2760. '''' 6 3 6 3 === ==== tt tt mmrr mmrr dc bA 6.95])4.10()2/190[( 105])4.1056()2/190[( 2/122 2/122 =+== =-+== (i) Desenhe t’, na escala, em cada canto e fim. Veja a figura 16. Note que este é o diagrama de corpo livre de uma das parte laterais, e consequentemente t’ e t’’ representam o que o canal está fazendo com a parte (através das soldas) para manter a parte em equilíbrio. (j) Em cada letra, combine as duas componentes de tensão como vetores. Isso dá: ta = tb = 37MPa tc = td = 44Mpa (k) Identifique o ponto que sofre maior tensão: tmax = tc = td = 44MPa 4 – Dobramento em Juntas Soldadas A figura 17a nos mostra uma viga em balanço soldada em um suporte por um filete de solda no topo e no fundo Um diagrama de corpo livre de um cordão de solda nos mostra uma força de reação de cisalhamento V e uma reação de momento M. A força de cisalhamento produz um cisalhamento primário nas soldas de magnitude: t’ = V / A (a) onde A é a área total da garganta. O momento M produz uma tensão normal de dobramento nas soldas. Embora não necessário, é de costume na análise de tensões na solda assumir que esta tensão age na direção normal à área da garganta. Ao se tratar as duas soldas da figura 17b como linhas, encontramos o segundo momento unitário de área sendo: Então o segundo momento de área baseado na garganta da solda é: Figura 17 (Uma viga em Balanço soldada a um suporte no topo e no fundo) 2 2bd Iu = 2 707,0 2bd hI = A tensão normal é: O segundo momento de área na equação (d) é baseado na distância d entre as duas soldas. Se este momento é encontrado tratando-se as duas soldas como retângulos, a distância entre os centróides da solda seria (d + h). Isto produziria um momento levemente maior e resultaria em um menor valor da tensão s. Assim o método de tratamento de soldas como linhas produz resultados melhores.Talvez a segurança adicional é apropriada na visualização da distribuição de tensões da figura 10. Uma vez que as componentes s e t das tensões foram encontradas as soldas sujeitas ao dobramento, elas devem podem ser combinadas através do uso do diagrama do círculo de Mohr para achar as tensões principais ou a máxima tensão de cisalhamento. Então uma teoria de falha apropriada é aplicada para determinar probabilidade de falha ou segurança. A tabela 3 lista as propriedades de dobramento mais prováveis de serem encontradas na análise de cordões de solda. Tabela 3 bdh M hbd dM I Mc 414.1 2/707,0 )2/( 2 ==== st Referências Bibliográficas - Faires, V.M., ed Ao Livro Técnico, primeira edição, agosto 1966, p. 586-587; - Shigley e Mischke, Mechanical Engeneering Design, ed McGraw-Hill, 5ª edição, 1989, p. 383-397.
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