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DIREITOS HUMANOS E SERVIÇO SOCIAL UNIDADE 4 - SERVIÇO SOCIAL E O PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS Lilian Angélica da Silva Souza Introdução O tema dos Direitos Humanos nunca se mostrou tão atual no contexto mundial. Tratando-se particularmente do Brasil, tem ocupado os mais diversos espaços e integrado a agenda de lutas e direitos pela cidadania e pela democracia no país. Isso porque o cenário político-ideológico-econômico brasileiro tem contribuído para conter o avanço e a elaboração de políticas públicas e gerar o desmonte daquelas existentes. Os Direitos Humanos descrevem os direitos fundamentais que devem ser assegurados a todos os seres humanos, independentemente de etnia, gênero, credo, condição social ou qualquer outra condição. No Brasil, foi a partir da organização da sociedade civil e mobilização dos movimentos sociais, durante o processo de redemocratização do país, na década de 1980, que se passou a falar mais frequentemente em Direitos Humanos. A truculência decorrente do autoritarismo do regime militar, que vigorou de 1964 a 1985, contribuiu para se pensar no direito de todos os brasileiros a ter direitos. É por isso que se torna indubitável o fato de que, sem Direitos Humanos, não há democracia. A partir da década de 1960, o Serviço Social passa pelo período de redefinição, numa tentativa de romper com as práticas tradicionais da profissão e ascender a uma análise crítica da realidade social, de modo a oferecer subsídios para a intervenção profissional frente às demandas inerentes da questão social. Tal expressão é bastante utilizada no campo, tendo em vista que se dirige ao processo de desenvolvimento da classe trabalhadora e sua participação na sociedade, exigindo seu reconhecimento por parte do Estado e a mediação crítica dos assistentes sociais para sua superação. Entretanto, historicamente, os direitos civis e políticos inauguraram e mantiveram sua primazia em relação aos demais direitos ao longo dos anos, sobretudo os sociais, em diferentes sociedades. No caso brasileiro, contraditoriamente, os direitos sociais tiveram sua evidência no escopo das lutas se manifestações que culminaram com a Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, conhecida como Carta Cidadã, no mesmo momento em que se assistia à supressão dos direitos políticos e ao cerceamento dos direitos civis. Diante disso, é possível identificar alguma ligação desses fatores com a conjuntura atual vivida na sociedade brasileira? Qual a relação com os Direitos Humanos? O que o Serviço Social tem a ver com isso? Nesta unidade, vamos analisar o debate recorrente sobre os Direitos Humanos, as lutas e demandas pela sua efetivação, a crítica empreendida a esse conceito a partir da análise do projeto ético-político do Serviço Social, e, por fim, o papel dos Direitos Humanos e do Serviço Social frente às desigualdades econômicas e sociais no Brasil. Acompanhe com atenção e bons estudos! 4.1 História do debate sobre os Direitos Humanos no Serviço Social O Serviço Social como profissão surge no início do século XX, o período da ascensão do desenvolvimento capitalista, visando oferecer respostas às demandas da sociedade burguesa, ao mesmo tempo em que atende à classe trabalhadora submetida aos impactos dos conflitos sociais. No Brasil, sob influência da Igreja Católica e no contexto político do governo de Getúlio Vargas, a partir de 1930 é que o Serviço Social começou a ganhar status profissional. Em sua concepção, a profissão esteve alinhada aos princípios ideológicos liberais contidos na gênese dos Direitos Humanos, o que pode contribuir para o acirramento do debate em relação a esse tema no terreno do Serviço Social (PEQUENO; RUIZ, 2015). São essas e outras questões que vamos analisar a seguir em nosso estudo. Se considerarmos as concepções que estiveram nos primórdios do Serviço Social no mundo, vimos que elas tiveram inspiração católica e remontam ao século XVII, quando iniciativas da igreja e/ou de um grupo de mulheres sob o viés, público ou privado, da doação ou da caridade tentavam imprimir um caráter de profissionalização assistencial. Figura 1 - A inspiração católica esteve presente nos primórdios do Serviço Social, no século XVIII. Fonte: Brian A Jackson, Shutterstock, 2020. A Revolução Industrial no século XIX, na Europa, e a queda da bolsa de Nova York, em 1929, trouxeram uma série de questões sociais relacionadas ao ser humano em seu processo de trabalho na sociedade, o que exigiu do Estado redesenhar o seu papel, passando a regulamentar a vida em coletividade por meio de leis sociais e trabalhistas. Assim, a profissão foi demandada a implementar e executar políticas sociais em conformidade com a lógica de expansão do capitalismo. Tal pleito era acompanhado de uma perspectiva moral, que distinguia o bem e o mal, e da caridade como valor inerente à lei de Deus (NETTO, 2007). Tais princípios foram expressos no primeiro Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais, de 1947 (BRASIL, 1947), que também faz menção a conceitos como desajustamentos, honestidade, deontologia, desenvolvimento de personalidade e dignidade da pessoa humana. Aliás, este último aspecto não faria parte das noções trazidas pelos Direitos Humanos? Vamos analisar. Como vimos, desde o início da década de 1940, após o fim da Segunda Guerra Mundial, a Carta da Organização das Nações Unidas foi decisiva para a formação dos Direitos Humanos (ONU, 2017). Eles foram inspirados pelos ideais do Iluminismo, o pensamento que vigorou na Europa, no século XVIII, e advogava o predomínio da razão sobre a fé; e pelo modelo político-econômico liberalista, que supervaloriza a liberdade e a propriedade privada, ao mesmo tempo em que limitava os direitos do homem (CASADO FILHO, 2014). É nessa mesma conjuntura que o Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais, de 1947, vai registrar em sua Seção I – dos Deveres Fundamentais, que se constituiu como dever do assistente social: Cumprir os compromissos assumidos, respeitando a lei de Deus, os direitos naturais do homem, inspirando-se, sempre em todos seus atos profissionais, no bem comum e nos dispositivos da lei, tendo em mente o juramento prestado diante do testemunho de Deus (BRASIL, 1947, p. 1). VOCÊ SABIA? A primeira versão do Código de Ética Profissional do Assistente Social, aprovada em 1947, preservava o caráter assistencialista que marcou a gênese da profissão. A segunda versão, de 1965, é ainda conservadora; a terceira, de 1975, aborda os direitos, e a quarta, de 1986, propõe um novo projeto de sociedade. Contudo, a versão atual, de 2012, é vista como a mais completa, crítica e representativa pela categoria. Para ler o documento atual na íntegra, acesse: http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf. Sucintamente, em relação aos Direitos Humanos, na base para a aprovação do Código de Ética de 1965, estão os “direitos fundamentais do homem e as exigências do bem-comum” (BRASIL, 1965, p. 1). Já no Código de 1975, é citada a “garantia de respeito aos direitos humanos” (BRASIL, 1975, p. 2); e no de 1986, os direitos são esmiuçados (BRASIL, 1986). Entretanto, é somente na última e atual versão do Código de Ética Profissional do Assistente Social, Lei n.º 8.662, de 7 de junho de 1993, que a defesa intransigente dos Direitos Humanos foi contemplada enquanto princípio fundamental do assistente social (BRASIL, 2012). Portanto, vimos que daí decorre uma importante lacuna histórica em que o tema dos Direitos Humanos foi relegado do discurso profissional. Se sublinharmos a ideia central tanto dos Direitos Humanos quanto do Serviço Social é notório que eles possuem em comum a premissa de garantia de direitos aos cidadãos. Contudo, a origem, a concepção ideológica e os percursos engendrados por cada um são distintos e podem ser contraditórios, como veremos quando examinaremos o projeto ético-político da profissão. E são estes três principais aspectos – origem, concepção ideológica e percursos – que permeiam o debate sobre os Direitos Humanos no Serviço Social. Nessedebate, é importante não perder de vista que, a partir do século XIX, os direitos inicialmente conquistados sob a liderança da burguesia tomaram novos rumos em direção ao percurso de interesse dos trabalhadores, que passaram a lutar por melhores condições de vida e trabalho. Além disso, sabemos que em meados do final do século XX, por meio da organização e mobilização dos movimentos sociais, as chamadas minorias na sociedade também adensaram a luta pela ampliação de diversos direitos, dentre eles, por exemplo, os civis, contra a discriminação racial, de gênero, da diversidade sexual; os sociais, contra a tortura e os maus tratos; e coletivos, pela preservação do meio ambiente etc. (FORTI, 2012). VOCÊ QUER LER? A coletânea “Direitos Humanos e Serviço Social: polêmicas, debates e embates”, organizada por Valeria Forti e Maria Cristina Brites (2013), aborda os Direitos Humanos enquanto campo epistemológico e de luta social, no horizonte de construção de uma nova ordem societária. O livro reúne artigos de vários autores e professores do Serviço Social, sob diferentes abordagens, favorecendo a nossa análise sobre as peculiaridades, os limites e as possibilidades de convergência entre as áreas. Esses são elementos importantes quando se pretende analisar o debate não apenas sob o caráter histórico, mas também acerca da vertente contemporânea de contribuição dos Direitos Humanos na sociedade. Nessa perspectiva, vamos refletir, a seguir, sobre as lutas e demandas pela sua efetivação no Brasil e o papel do Serviço Social para isso. Nesse debate, é importante não perder de vista que, a partir do século XIX, os direitos inicialmente conquistados sob a liderança da burguesia tomaram novos rumos em direção ao percurso de interesse dos trabalhadores, que passaram a lutar por melhores condições de vida e trabalho. Além disso, sabemos que em meados do final do século XX, por meio da organização e mobilização dos movimentos sociais, as chamadas minorias na sociedade também adensaram a luta pela ampliação de diversos direitos, dentre eles, por exemplo, os civis, contra a discriminação racial, de gênero, da diversidade sexual; os sociais, contra a tortura e os maus tratos; e coletivos, pela preservação do meio ambiente etc. (FORTI, 2012). Esses são elementos importantes quando se pretende analisar o debate não apenas sob o caráter histórico, mas também acerca da vertente contemporânea de contribuição dos Direitos Humanos na sociedade. Nessa perspectiva, vamos refletir, a seguir, sobre as lutas e demandas pela sua efetivação no Brasil e o papel do Serviço Social para isso. 4.2 Lutas e demandas pela efetivação dos Direitos Humanos no Brasil e a contribuição do Serviço Social Vimos que os Direitos Humanos inscrevem as garantias fundamentais que devem ser asseguradas a todos os seres humanos. Dentre elas, estão os direitos de caráter social, econômico, civil, político, cultural, coletivo etc., que expressam as condições básicas de convivência do ser humano em sociedade. Em suas dimensões ético-política e técnico-operativa, o Serviço Social atua na defesa desses direitos, sobretudo os sociais. Todavia, a inscrição e a função pública atribuídas aos direitos dos indivíduos por intermédio dos Direitos Humanos não foram capazes de asseverar a sua implementação. Logo, a intervenção profissional é permeada pelas lutas sociais que fazem parte do cotidiano do assistente social frente às recorrentes e diversificadas demandas que surgem na esfera social. Considerando as três gerações ou dimensões de direitos, vamos abordar as lutas e demandas pela efetivação dos Direitos Humanos, a partir de tais classificações. Nessas condições, ainda poderemos refletir sobre a contribuição do Serviço Social na arena dos Direitos Humanos. Veremos, agora, outras espécies e tendências de conflitos sociais, que se apresentam como fragmentos da questão social em uma sociedade de matriz neoliberal. 4.2.1 Lutas e demandas na área dos direitos civis e políticos São inúmeras as questões que poderiam ser abordadas neste tópico, no que se refere às lutas e demandas na esfera dos direitos civis e políticos. Aliás, nas demais áreas de direitos, tal afirmativa é também aplicável. Porém, ao considerar o presente contexto econômico e político no Brasil, sem dúvida, é, no mínimo, polêmico e desconfortável falar sobre a violação das garantias civis e políticas no país que foram inscritas pelos Direitos Humanos. O Atlas da Violência 2019, elaborado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), reafirmou a continuidade do processo de aprofundamento da desigualdade racial nos indicadores de violência letal no Brasil. A pesquisa evidenciou que no ano de 2018, enquanto a taxa de mortes de não negros apresentou relativa estabilidade, com redução de 0,3%, a de negros cresceu 7,2% (CERGUEIRA, 2019). A pesquisa evidenciou que os cinco estados com maiores taxas de homicídios de negros estão localizados na região Nordeste. Em 2017, o Rio Grande do Norte apresentou a taxa mais alta, com 87,0 mortos a cada 100 mil habitantes negros, mais do que o dobro da taxa nacional, seguido por Ceará (75,6), Pernambuco (73,2), Sergipe (68,8) e Alagoas (67,9). O crescimento decenal da taxa de homicídio de negros em alguns estados foi substancial. Novamente o Rio Grande do Norte apareceu nessa lista como detentor do maior índice de crescimento: 333,3%. Seguindo a lista, outros estados com crescimento acentuado foram Acre (+276,8%), Ceará (+207,6%) e Sergipe (155,9%) (CERGUEIRA, 2019). Por outro lado, os estados que possuem menores taxas de homicídio de negros foram São Paulo, com 12,6 negros a cada 100 mil habitantes deste segmento; Paraná, com 19,0; e Piauí, com 21,5. Figura 2 - O Serviço Social contribui para as lutas e demandas dos Direitos Humanos na sociedade brasileira. Fonte: Sinan Niyazi KUTSAL, Shutterstock, 2020. A problemática do racismo se expressa de outras formas, no âmbito da educação e do trabalho, requerendo políticas públicas que possam atuar na redução e/ou reparação de danos resultantes da história do povo negro no país. Sob o julgo da liberdade de expressão, o racismo no Brasil tem aflorado cada vez mais também em forma de violência, nas relações cotidianas e, sobretudo, por meio das redes sociais. O mesmo aspecto gritante no contexto dos direitos civis no Brasil deve ser observado em relação à orientação sexual. Isso porque, embora seja igualmente “cidadã” (dentro das condições restritas de cidadania no país), detentora de direitos e deveres na sociedade, além de ser frequentemente alvo de estigma, preconceito e práticas de homofobia, a população LGBT ainda luta pela igualdade de direitos no casamento civil e para reduzir os mitos sobre a adoção de crianças e adolescentes por casais homossexuais. Assim, vimos que a violência, dentre tantas outras formas de violação, corrompe não apenas um dos direitos sociais, a segurança, mas implica diretamente no exercício dos direitos civis, gerando demandas para o Serviço Social e outras profissões. No que tange aos direitos políticos, um dos principais problemas é a corrupção no Brasil e os seus efeitos sobre a população brasileira. Trata-se de um problema estrutural e cultural em nossa sociedade, que requer mudança de postura e de comportamentos, além de medidas de punição mais eficazes para todos os atores sociais. 4.2.2 Lutas e demandas na área dos direitos econômicos, sociais e culturais Em estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi apontado que o fosso da desigualdade cresce de forma alarmante no Brasil e houve aumento crescente no segundo semestre de 2019, superando o pico histórico aferido no ano de 1989 no país. Conforme o estudo, enquanto a renda da metade mais pobre VOCÊ QUER VER? O filme Milk: a voz da igualdade (2009) retrata a trajetória do ativista político Harvey Milk, o primeiro homem declaradamente gay a ocupar um cargo público nos Estados Unidos. Sob a direção de Gus Van Sant, o roteiro de Dustin Lance Black mantém-sefiel aos fatos ocorridos na década de 1970, época de consolidação do movimento pelos direitos LGBT na Califórnia. Em 1978, Milk foi assassinado a tiros pelo conservador Dan White. da população caiu cerca de 18%, somente o 1% mais rico teve quase 10% de aumento no poder de compra. O Brasil hoje ocupa o sétimo lugar no ranking da desigualdade no mundo (NERI, 2019). A desigualdade também pode ser percebida nos níveis de escolarização da população, na fragilidade das condições de acesso à saúde pública de qualidade, nos baixos índices de empregabilidade e de inserção de jovens nas universidades (exceto nas últimas décadas, com a criação de programas federais na área, que a despeito do aumento do número de universitários também elevou os privilégios do mercado privado) e na precariedade das moradias e ausência delas para boa parte da população brasileira. Voltando ao assunto da segurança pública, o Atlas da Violência de 2019 também sinaliza que, do período de 2007 a 2017, 76,9% das mortes dos homens e 56,8% das mortes de foram ocasionadas por armas de fogo no Brasil (CERGUEIRA, 2019). Embora tenhamos alcançado o Estatuto do Desarmamento, Lei n.º 10.826, de 22 de dezembro de 2003 (Brasil, 2003a [2019]), há quem defenda a regulamentação do armamento deliberado para a população civil. Isso não deixa de ser uma preocupação que perpassa o Serviço Social, uma vez que a profissão já lida com os efeitos da violência generalizada no país, ocorrida em função de outras causas, inclusive a violência policial contra pobres e negros, pode-se imaginar os impactos da efetivação de tal tendência na sociedade. Ante ao exposto, vamos investigar, no próximo item, algumas das lutas e demandas pela efetivação dos direitos de terceira geração ou dimensão. 4.2.3 Lutas e demandas dos direitos coletivos, de paz, meio ambiente e solidariedade Figura 3 - A regulamentação do armamento para cidadãos civis no Brasil como medida de segurança é um tema polêmico. Fonte: Andrey_Popov, Shutterstock, 2020. Outra questão que se relaciona tanto aos direitos de segunda quanto os de terceira geração ou dimensão é o fator cultural, que representa a arte e o lazer no Brasil como direitos sociais, mas também aborda particularidades de povos que integram a nação brasileira. Ainda de acordo com indicadores disponibilizados pelo IBGE, há 19 tipos de grupos artísticos, sendo 78,6% de artesanato, seguidos por manifestações tradicionais populares (71,9%), dança (68,5%), bandas (68,4%), capoeira (61,7%), grupos musicais (54,6%), corais (50,4%), blocos carnavalescos (46,9%) e teatro (43,4%) (MANSUR, 2015). Mas o que isso tem a ver com o Serviço Social? Tendo formação em uma profissão generalista, os assistentes sociais atuam sob distintos conteúdos e em diferentes espaços sócio-ocupacionais. Dentre os conteúdos abordados estão aqueles que subsidiam os trabalhos coletivos e socioeducativos realizados com grupos em situação de vulnerabilidade por diferentes motivos, inclusive cultural, e em diversos lugares. A intervenção empreendida por profissionais nas zonas rurais do país; com populações ribeirinhas; no campo da economia solidária e da geração de emprego e renda; e nos movimentos sociais de manifestações artísticas e sociais são exemplos disso. Desde o final da década de 1990, a questão ambiental deixou de ser área de interesse apenas de ambientalistas e passou a chamar a atenção para outros campos do conhecimento, incluindo o Serviço Social. Isso porque a ingerência humana sobre o meio ambiente tem provocado efeitos adversos sobre toda a sociedade. Cada vez mais os recursos naturais têm se tornado escassos em função da degradação ambiental provocada pelo ser humano, principalmente com interesses econômicos. Nesse sentido, a educação ambiental pode ser considerada como uma política social, que visa reduzir os efeitos perversos da deterioração do meio ambiente no Brasil. Na atualidade, temos assistentes sociais atuando em cooperação aos órgãos de Defesa Civil, instituições militares e de Segurança Pública, em missões operacionais de socorro às vítimas de emergências, desastres, calamidades públicas e ações humanitárias, conforme previsto no Código de VOCÊ SABIA? Até 1985, o Ministério da Educação (MEC) acumulava as pastas da Educação e da Cultura. Com o fim da ditadura militar, o crescimento populacional e a relevância da educação para o desenvolvimento do Brasil, o então presidente José Sarney identificou a necessidade de separar as pastas, criando o Ministério da Cultura (MinC) para a atenção exclusiva a esta área. Em 2019, primeiro ano de mandato do governo de Jair Messias Bolsonaro, o Ministério da Cultura se transformou em uma Secretaria Especial de Cultura, vinculada ao Ministério da Cidadania. Ética Profissional (BRASIL, 2012). Nesses espaços, o profissional realiza o atendimento socioassistencial da população, além de utilizar-se de outros variados instrumentos de ação profissional. Vamos analisar a seguir as críticas aos Direitos Humanos e sua relação com o projeto ético-político da profissão. 4.3 Crítica aos Direitos Humanos: o projeto ético-político do Serviço Social em debate Inaugurado nos anos 1990, o projeto ético-político do Serviço Social carrega valores e diretrizes democráticas com vistas à construção de uma nova ordem social. Importante lembrar que, diferentemente de como apregoavam os precursores do Serviço Social, o seu status de profissão não se deveu à concepção de ajuda inerente a sua gênese, mas ao processo de produção e reprodução das relações sociais e dos seus impactos sobre a vida de sujeitos históricos. Esse já pode ser considerado um primeiro ponto que demarca a clivagem da profissão em relação à noção naturalista de direitos que concebe os Direitos Humanos nos seus primórdios. Vamos examinar também outros enfoques que sustentam a crítica aos Direitos Humanos na seara do Serviço Social. Antes, porém, é importante conjecturar brevemente sobre o projeto ético-político profissional: quais as suas características? O que ele preconiza? Como se deu sua construção? Já podemos antecipar que sua expressão mais completa está registrada no Código de Ética Profissional do Assistente Social, a Lei que Figura 4 - O projeto ético-político do Serviço Social provoca reflexões sobre a crítica aos Direitos Humanos na atualidade. Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2020. Regulamenta a Profissão, n.º 8.662, de 7 de junho de 1993, e nas Diretrizes Curriculares de 1996. O projeto se expressa em todas as vertentes organizativas do Serviço Social, ou seja, nos aspectos político, ético e educacional. Veremos esses aspectos a seguir. Acompanhe. 4.3.1 Sobre o projeto ético-político do Serviço Social Sabemos que o projeto ético-político do Serviço Social possui uma perspectiva de sociedade plural e em condições de igualdade. Ele carrega princípios e valores que devem integrar o perfil profissional do assistente social. Abordar o projeto ético-político do Serviço Social significa, necessariamente, apontar para um projeto coletivo e societário, como afirma Netto (2007), que vislumbra um modelo de sociedade que deve ser almejado, requerendo determinados valores e meios para isso. Tal projeto é, notadamente, um projeto de classe, que envolve relações de poder, embora dispondo de condições menos favoráveis para enfrentar os projetos das classes dominantes. As características, o conteúdo e o papel de um projeto profissional, no conjunto da categoria de assistentes sociais, são descritos da seguinte forma: Os projetos profissionais apresentam a autoimagem de uma profissão, elegem os valores que a legitimam socialmente, delimitam e priorizam seus objetivos e funções, formulam os requisitos (teóricos, práticos e institucionais) para o seu exercício, prescrevem normas para o comportamento dos profissionais e estabelecem as bases das suas relações com os usuários de seus serviços, com as outras profissões e com as organizações e instituições sociais privadas e públicas (inclusive o Estado, a que cabe o reconhecimento jurídico dosestatutos profissionais) (NETTO, 2007, p. 4). No conjunto dos sujeitos coletivos responsáveis pela formulação e pela execução do projeto ético- político do Serviço Social, que só pôde se dar por meio da organização da categoria, além dos assistentes sociais também estão o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), os Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS), a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), a Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social (ENESSO), bem como os sindicatos e associações de assistentes sociais (NETTO, 2007). Outro fator importante na constituição do projeto profissional do Serviço Social foi a expansão da produção de conhecimento no campo, que começou a ocorrer no trânsito dos anos 1970 para 1980, com a criação dos primeiros cursos de pós-graduação na área de Serviço Social. Também a reforma curricular, ocorrida na década de 1990, contribuiu para a revisão dos conteúdos e da própria formação profissional. Diante desses elementos, o Código de Ética Profissional de 1986, que já representava um marco importante na história do Serviço Social no Brasil, foi revisto e substituído pela versão de 1993, consolidando o acúmulo teórico até então e a dimensão política da profissão em sua tentativa de rompimento com os vieses conservadores. Assim, reforçou a vinculação e o compromisso da categoria profissional com a classe trabalhadora. Ao retomarmos os aspectos sinalizados no item sobre as origens, as concepções ideológicas e os percursos que tiveram os Direitos Humanos e o Serviço Social, em especial no Brasil, teremos o entendimento sobre as principais questões que giram em torno das críticas concebidas na área. É o que vamos analisar a seguir. 4.3.2 Sobre as origens Os Direitos Humanos se originam após e sob os efeitos da Segunda Guerra Mundial. Eles surgem privilegiando os direitos civis e políticos e dando ênfase à noção de dignidade da pessoa humana, liberdade, igualdade e, principalmente, de propriedade privada. Uma das razões para a reflexão do Serviço Social aos Direitos Humanos diz respeito a sua origem ligada à concepção liberal e à constituição dos direitos em uma lógica naturalista e evolucionista, que é expressa, inclusive, por meio da sua seriação em gerações ou dimensões, como afirma Casado Filho (2014). Nesses termos, permeava uma compreensão individualista, não universal e abstrata de ser humano, e, dessa forma, deslocada e segregada da história e da sociedade. Além disso, ainda que supervalorizando os direitos civis e políticos, os Direitos Humanos não foram capazes de garantir, desde o início, a igualdade entre as pessoas, já que o capitalismo destroçava toda a Europa e gerava graves impactos sobre os povos (FORTI, 2012). Portanto, tratava-se de uma falsa igualdade e uma falsa liberdade, pois restringiam-se àqueles que atendessem aos critérios para obtê-las. No caso do Serviço Social, ainda que tenha emergido com base em uma concepção de caridade e, de certa forma, se alinhado às ideias conservadoras que tiveram interferência na formação dos Direitos Humanos, seu caráter de profissão ocorreu a partir do seu direcionamento para a perspectiva da luta de classes, sob inspiração de Karl Marx. A vertente marxiana, predominante na profissão, pressupõe a consciência de distribuição de renda, justiça e transformação social. Dessa forma, toda e qualquer definição de direitos que valorize a propriedade privada em detrimento da socialização da riqueza está em desacordo aos princípios fundamentais do Serviço Social. É verdade que, a princípio, estamos falando apenas de características que fizeram parte da origem dos Direitos Humanos, como vimos em Casado Filho (2014), que se deu sob a perspectiva liberal. Porém, as concepções ideológicas que os sustentaram também contribuem para as críticas cunhadas sobre eles, como podemos observar a seguir. VOCÊ QUER VER? O filme Selma: uma luta pela igualdade, de 2014, conta a história de Martin Luther King Jr. e sua luta pela garantia do direito devoto aos afro-americanos. A campanha, que culminou na marcha a Montgomery, provocou a opinião pública, convencendo o presidente dos EUA, Lyndon B. Johnson, a apresentar a Lei do Direito ao Voto de 1965. 4.3.3 Sobre as concepções ideológicas Sinalizamos anteriormente que uma das críticas mais fortes do Serviço Social aos Direitos Humanos é a de que eles estariam distantes da perspectiva da teoria marxista, que é dominante na profissão, e representariam “abstrações do universo da sociabilidade burguesa” (FORTI, 2012, p. 267). Todavia, também a sua relação com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, que traria um juízo de imutabilidade dos direitos, em uma concepção distinta daquela dos movimentos sociais, bem como algumas questões concernentes à própria Organização das Nações Unidas (ONU), como a restrição, a composição e os interesses escusos de seu Conselho de Segurança, são alvos de desaprovação por parte do Serviço Social. Em relação à ONU, devemos lembrar ainda que ela exerceu influência sobre o Brasil por meio dos Programas de Desenvolvimento de Comunidade, oriundos da década de 1940 (ONU, 2009). A esse respeito, Guilherme (2012) resgata que o Programa de Desenvolvimento de Comunidade foi impetrado no período da Guerra Fria (1945-1991), liderada pelos Estados Unidos e pela Rússia. Sob esse contexto, a ONU teve como função garantir a ordem social e assegurar regimes e ideologias democráticas, utilizando para isso da ajuda aos povos como forma de alcance de modos de vida pretensamente sadios e economicamente produtivos. Assim, o Serviço Social passa a adotar o trabalho com a comunidade, contribuindo, na época, para minimizar os efeitos do comunismo, já que o crescimento econômico e o progresso tecnológico eram os objetivos centrais a serem atingidos. O Programa de Desenvolvimento de Comunidade irá remeter ainda ao Serviço Social de Grupo, ao Serviço Social de Casos e ao Serviço Social de Comunidade, patrocinados por Mary Richmond, como modelos norte-americanos que interpretam o estabelecimento de relações entre a população e os governantes como estratégia eficaz para superar o subdesenvolvimento. Não é preciso dizer que essas formas de intervenção já são refutadas pelo Serviço Social desde o movimento de reconceituação, mais precisamente a partir da última vertente, Intenção de Ruptura (NETTO, 2007), que transformou a base teórica, operacional e ética do Serviço Social, considerando a VOCÊ O CONHECE? Considerada a percursora do Serviço Social, a americana Mary Ellen Richmond (1861-1928) foi responsável por contribuir com a profissão em sua gênese, com os conceitos de Diagnóstico Social e Serviço Social de Casos, entre outros. Sua história se confunde com a própria história do Serviço Social, e seus estudos permanecem como referência na área. aproximação com teorias sociais críticas. 4.3.4 Sobre os percursos Resumidamente, o quadro a seguir apresenta as principais críticas construídas em relação aos Direitos Humanos, que estariam no cerne dos percursos percorridos na área e expressam algumas diferenças identificadas sobre o Serviço Social. Podemos observar que as críticas versam sobre a sua base histórica e seu viés político-econômico. Contudo, isso não é capaz de traduzir toda história e contribuição dos Direitos Humanos para a legitimação de garantias básicas em nossa sociedade. Existem outros prismas positivos sobre os Direitos Humanos que devem ser considerados. Afinal, como afirma Netto (2007, p. 15), o projeto ético- político da profissão “[...] é suficientemente flexível para, sem se descaracterizar, incorporar novas questões, assimilar problemáticas diversas, enfrentar novos desafios. [...] um projeto que também é um processo, em contínuo desdobramento”. Acreditamos na adoção e efetiva incorporação dos Direitos Humanos no projeto profissional do Serviço Social, como veremos no próximo tópico. Figura 5 - As principais distinções entre os Direitos Humanos e o Serviço Social. Fonte: Elaborado pela autora, 2020 4.4Os Direitos Humanos e o Serviço Social diante das desigualdades econômicas e sociais: o que fazer? Identificamos nos tópicos anteriores que a maior semelhança entre os Direitos Humanos e o Serviço Social está na defesa de direitos, ainda que os primeiros tratem de tal aspecto considerando o ser humano em seu processo natural na sociedade; e o segundo, o considere enquanto sujeito histórico e socialmente situado. Mesmo assim, é inegável a contribuição e a mutualidade de ambas as áreas de conhecimento e intervenção no que tange às lutas, conquistas, garantias e à ampliação de condições que possam favorecer a redução ou eliminação das desigualdades econômicas e sociais. Neste item, vamos refletir sobre as possibilidades e estratégias de atuação na arena dos Direitos Humanos e do Serviço Social enquanto profissão frente a tais questões. Concordamos com Forti (2012) que o debate sobre os Direitos Humanos é valioso para a categoria profissional do Serviço Social e deve fazer parte da agenda da profissão, inclusive no âmbito do investimento acadêmico. Eles são importantes para situar, historicamente e na contemporaneidade, os direitos que foram conquistados por meio das lutas lideradas por movimentos e outras organizações sociais, ao longo dos anos. É inegável e imprescindível destacar que mesmo diante de todas as reflexões levantadas a esse respeito, os Direitos Humanos têm uma importante contribuição na história de conquistas de garantias básicas para os seres humanos, tendo servido de inspiração para legitimar os direitos tais como os conhecemos hoje. Nessa perspectiva, compreendemos que não cabe ao Serviço Social a hesitação de que os Direitos Humanos poderiam desvirtuar o pensamento crítico que vigora na profissão e a possibilidade de construção de uma nova ordem societária (FORTI, 2012). Ao contrário, pode-se vislumbrá-los como estratégias para almejar novos horizontes do agir profissional, que possam favorecer e ampliar as oportunidades de efetivação de direitos. Torna-se importante que, para além do olhar inerte sobre sua gênese e sua história, os Direitos Humanos sejam compreendidos como instrumentos de defesa e implementação de direitos e de construção de políticas públicas. Figura 6 - É preciso refletir a respeito do contexto das desigualdades econômicas e sociais no Brasil. Fonte: TypoArt BS, Shutterstock, 2020. Além disso, uma análise minuciosa dos artigos contidos tanto na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, (ONU, 2009) quanto a Carta Cidadã, a Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988 (BRASIL, 2016), nos permite inferir que eles estão em conformidade com pressupostos do Código de Ética Profissional (BRASIL, 2012). Assim, diante dos fatores que as promovem e dos efeitos das desigualdades econômicas e sociais, o mais assertivo é identificar os meios e recursos possíveis de atuação profissional, consoante aos Direitos Humanos, a fim de encontrar respostas para as expressões da questão social que afetam os sujeitos em suas relações em sociedade. Para isso, torna-se necessário uma interpretação mais ampla sobre o escopo de atuação do assistente social e também sobre as formas de expressão das questões inerentes aos direitos dos sujeitos sociais, que, dentre outros, podem se apresentar na esfera da saúde, do trabalho, da educação, da economia, da política, da violência, da cultura, da religião, das instituições, do governo e de tantas outras. Mas o que faz o assistente social diante de tamanhas vicissitudes complexas e de extensas variáveis? Onde e como atuar sobre as ausências, ineficiências e degradações das políticas públicas, que poderiam oferecer respostas às misérias sociais vividas em nossa sociedade? As respostas a essas perguntas virão de forma inversa, ou seja, primeiro vamos sinalizar onde o profissional pode trabalhar atuando sobre essas problemáticas. Em seguida e/ou simultaneamente, vamos apontar quais instrumentos se pode lançar mão em seu cotidiano de ação. Inserido na divisão sociotécnica do trabalho, o assistente social possui uma série de campos de atuação profissional. Muitos desses espaços são alvos de análises e críticas por parte do Serviço Social ao considerar que alguns podem sugerir o retorno ou a manutenção do conservadorismo na profissão. Contudo, é importante estar atento para a diversidade de espaços de práticas e de modos de intervenção para, só após conhecê-las, poder deliberar a respeito. VOCÊ O CONHECE? Maria Josephina Rabello Albano (1916-1995) integrou a primeira turma de Serviço Social, criada no Brasil pelo Instituto Social, em 1940, e foi também a primeira presidente do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS/7.ª Região), no Rio de Janeiro. Faleceu aos 79 anos de idade, após ter contribuído significativamente para o Serviço Social no Brasil e na América Latina, atuando na docência e na prática. Saiba mais em: http://www.cressrj.org.br/site/biblioteca/quem-foi-maria-josephina- rabello-albano/. Veja alguns dos espaços sócio-ocupacionais do assistente social: Figura 7 - O Serviço Social permite diversidade de práticas e de campos de atuação. Fonte: Nagy-Bagoly Arpad, Shutterstock, 2020. Órgãos públicos e autarquias (Tribunais de Justiça; promotorias; defensorias; secretarias municipais ou estaduais; Centros de Referência de Assistência Social (CRAS); Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); prefeituras; hospitais; escolas; universidades; centros de acolhimento; penitenciárias; Forças Armadas, entre outros); Instituições privadas ou de economia mista (indústrias; empresas; escolas, universidades, hospitais; clínicas, centros de reabilitação; centros de educação profissional etc.); Organizações da sociedade civil (movimentos sociais; cooperativas; organizações não governamentais (ONG); sindicatos; associações etc.); Esses espaços nos indicam com quais políticas trabalha o assistente social, ao mesmo tempo em que oferecem dicas de como pode proceder a intervenção profissional e sob quais instrumentos. E é verdade que o Serviço Social atua sobre as áreas da saúde, educação, previdência social, segurança pública, trabalho, moradia, assistência social, entre outras. Mas, nessa engrenagem, o assistente social necessita de um aparato de legislações e recursos institucionais, como programas, projetos e/ou benefícios, redes de parceiros socioassistenciais e de atuação interdisciplinar com outros campos de conhecimento. Para cada uma das áreas de intervenção citadas, existe uma gama de leis e programas que representam políticas públicas utilizadas pelo profissional de Serviço Social e/ou criadas com a contribuição dele no processo histórico de lutas e conquistas sociais que fazem parte da história brasileira. Vejamos as principais legislações. Código de Ética Profissional do Assistente Social, de 1993 (BRASIL, 1993), que é o instrumento orientador e normatizador da profissão; Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948 (ONU, 2009); Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988 (BRASIL, 2016); Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990a); Lei n.º 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes (BRASIL, 1990b); Lei n.º 10.741, de 1.º de outubro de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003b); Lei n.º 11.340, de 7 de agosto de 2006, que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher (BRASIL, 2006 [2013]); Lei n.º 12.288, de 20 de julho de 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial (BRASIL, 2010); Lei n.º 12.435, de 6 de julho de 2011, que altera a Lei n.º 8.742, de 7 de dezembro de 1993, que dispõe sobre a organização da Assistência Social (BRASIL, 2011a); Conselhos (de políticas públicas; de saúde; de educação; de assistência; de direitos da criança e do adolescente, do idoso, da mulher e da própria categoria profissional etc.).• • • • • • • • • Lei n.º 13.146, de 6 de julho de 2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) (BRASIL, 2015). No conjunto de programas, podemos citar alguns dentre aqueles de maior relevância para o Serviço Social, veja quais são eles clicando nos botões a seguir. Política Nacional de Assistência Social (PNAS). (BRASIL, 2004). Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH- 3) (BRASIL, 2009a). Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT. (BRASIL, 2009b). Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres (BRASIL, 2011b). Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. (BRASIL, 2017). Além disso, no site do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), encontram-se disponíveis uma variedade de livros, cartilhas e outras publicações que subsidiam a atuação profissional do assistente social. Mas cabe ressaltar que o profissional não baseia sua intervenção apenas no alcance da letra. Em outras palavras, na orientação ao usuário para o cumprimento de legislações e normativas. Ao contrário, é muito mais nas mediações e na correlação de forças institucionais que o profissional consegue dar conta de estratégias úteis de prevenção, enfrentamento e reparação das desigualdades econômicas e sociais que atingem o seu público-alvo na sociedade. Ao atuar sobre as áreas aqui destacadas, que correspondem à boa parte das garantias protegidas pelos Direitos Humanos, o profissional de Serviço Social faz uso dos instrumentos do cotidiano do seu trabalho, como atendimentos e orientações sociais; entrevistas; realização de visitas domiciliares, grupos, palestras, aulas; produção de relatórios, estudos de caso e pareceres sociais; dentre outros. É dessa forma, com base em seu projeto ético-político, que o profissional modifica e é modificado pelo seu próprio objeto de intervenção. • • • • • • Para concluir, vale reforçar que os direitos são construções históricas oriundas das lutas protagonizadas pelos grupos que se opuseram à exploração do trabalho, ao arbítrio e ao autoritarismo, à violência e à discriminação social, entre outras mazelas ocorridas no cenário social brasileiro. Os integrantes desses grupos foram, e são, as mesmas pessoas depositárias das garantias essenciais asseguradas pelos Direitos Humanos, logo, todas as pessoas sem distinção de raça, condição econômica ou orientação social, por exemplo. Por isso, é que o estigma existente na sociedade sobre serem “os bandidos” os únicos protegidos pelos Direitos Humanos é absolutamente refutado. Dessa forma, é plausível concordar que “todos os direitos são sociais e humanos” (PEQUENO; RUIZ, 2015, p. 9) e foram conquistados coletivamente, portanto, são capitais e capitaneados por todos. Assim, no projeto ético-político do Serviço Social que já logrou espaço para citar a “defesa intransigente dos Direitos Humanos” (BRASIL, 2012, p. 23.), e que, de modo semelhante também foi fruto das conquistas asseveradas na área dos direitos durante a restauração democrática da sociedade brasileira, CASO Um jovem homossexual foi espancado até a morte na saída de uma boate por um grupo de homens que se intitula “defensores da família tradicional”. O grupo alegou agir em defesa da sociedade e definiu o comportamento do jovem como uma “abominação”. Diante disso, movimentos sociais se manifestaram em apoio à família do jovem, considerando que: O grupo responsável por agredir e matar o jovem foi localizado, julgado e preso. Os debates sobre a homofobia foram reacendidos e os movimentos sociais pressionaram o governo para a aprovação de políticas públicas para a população LGBTQIA+. as garantias fundamentais asseguradas pelos Direitos Humanos são para todas as pessoas, sem distinção de cor, condição econômica, orientação sexual etc.; a família brasileira se transformou ao longo dos anos e hoje representa o agrupamento de pessoas com vínculos afetivos, consanguíneos ou não; os Direitos Humanos são universais e inalienáveis. Ninguém pode ser submetido a torturas ou outras formas de maus tratos; existem legislações que preveem punições contra a violência e o homicídio. • • • • cabe o lugar para o debate e para a ampliação do horizonte de possibilidades de atuação sob a perspectiva dos Direitos Humanos. Conclusão Concluímos a unidade sobre a história do debate sobre os Direitos Humanos no Serviço Social, na qual analisamos também as lutas e demandas pela efetivação dos Direitos Humanos no Brasil e a contribuição do Serviço Social, procedendo com algumas considerações a partir dos direitos de cada geração ou dimensão. Refletimos sobre algumas observações aos Direitos Humanos e a sua relação com o projeto ético-político do Serviço Social, considerando as origens, as concepções ideológicas e os percursos de cada um. Por fim, discorremos sobre os Direitos Humanos e o Serviço Social diante das desigualdades econômicas e sociais, apontando suas interrelações e algumas estratégias de intervenção profissional do assistente social. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: analisar a história do debate sobre os Direitos Humanos no Serviço Social; conhecer as lutas e demandas pela efetivação dos Direitos Humanos no Brasil e a contribuição do Serviço Social; entender quais são as lutas e demandas dos Direitos Humanos concernentes aos direitos civis e políticos e o papel do Serviço Social; entender quais são as lutas e demandas concernentes aos direitos econômicos, sociais e culturais e o papel do Serviço Social; entender quais são as lutas e demandas concernentes aos direitos coletivos e o papel do Serviço Social; compreender algumas críticas aos Direitos Humanos e a sua relação com o projeto ético-político do Serviço Social; conhecer as cinco versões do Código de Ética Profissional do Assistente Social e a construção do projeto ético-político da profissão; conhecer as características acerca das origens, concepções ideológicas e percursos dos Direitos Humanos e do Serviço Social; saber quais são as possibilidades de atuação do Serviço Social na perspectiva dos Direitos Humanos frente às desigualdades econômicas e sociais. • • • • • • • • • Bibliografia BRASIL. Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais. Aprovado em Assembleia Geral da Associação Brasileira de Assistentes Sociais (ABAS). São Paulo, DF, 1947. Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1947.pdf (http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1947.pdf). Acesso em: 20 jan. 2020. BRASIL. Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais. Rio de Janeiro, 1965. Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1965.pdf (http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1965.pdf). Acesso em: 20 jan. 2020. BRASIL. Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais. Aprovado em Rio de Janeiro, 1975. Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1975.pdf (http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1975.pdf). Acesso em: 20 jan. 2020. BRASIL. Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais. Rio de Janeiro, 1986. Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1986.pdf (http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1986.pdf). Acesso em: 20 jan. 2020. BRASIL. 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Brasília, DF, 2006. [2013]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm). Acesso em: 20 jan. 2020. BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3). Brasília, DF: SEDH/PR, 2009a. Disponível em: http://www.direito.mppr.mp.br/arquivos/File/PNDH3.pdf (http://www.direito.mppr.mp.br/arquivos/File/PNDH3.pdf). Acesso em: 3 jan. 2020. BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT. Brasília, DF: SEDH, 2009b. Disponível em: http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de-apoio/publicacoes/direitos-sexuais-e- reprodutivos/direitos-lgbtt/planolgbt.pdf (http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de- apoio/publicacoes/direitos-sexuais-e-reprodutivos/direitos-lgbtt/planolgbt.pdf). Acesso em: 3 jan. 2020. BRASIL. 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