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Direitos Humanos e Serviço Social no Brasil

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DIREITOS HUMANOS E SERVIÇO SOCIAL
UNIDADE 4 - SERVIÇO SOCIAL E O
PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS
HUMANOS
Lilian Angélica da Silva Souza
Introdução
O tema dos Direitos Humanos nunca se mostrou tão atual no contexto mundial. Tratando-se
particularmente do Brasil, tem ocupado os mais diversos espaços e integrado a agenda de lutas e
direitos pela cidadania e pela democracia no país. Isso porque o cenário político-ideológico-econômico
brasileiro tem contribuído para conter o avanço e a elaboração de políticas públicas e gerar o desmonte
daquelas existentes.
Os Direitos Humanos descrevem os direitos fundamentais que devem ser assegurados a todos os seres
humanos, independentemente de etnia, gênero, credo, condição social ou qualquer outra condição. No
Brasil, foi a partir da organização da sociedade civil e mobilização dos movimentos sociais, durante o
processo de redemocratização do país, na década de 1980, que se passou a falar mais frequentemente
em Direitos Humanos. A truculência decorrente do autoritarismo do regime militar, que vigorou de 1964
a 1985, contribuiu para se pensar no direito de todos os brasileiros a ter direitos. É por isso que se torna
indubitável o fato de que, sem Direitos Humanos, não há democracia.
A partir da década de 1960, o Serviço Social passa pelo período de redefinição, numa tentativa de
romper com as práticas tradicionais da profissão e ascender a uma análise crítica da realidade social, de
modo a oferecer subsídios para a intervenção profissional frente às demandas inerentes da questão
social. Tal expressão é bastante utilizada no campo, tendo em vista que se dirige ao processo de
desenvolvimento da classe trabalhadora e sua participação na sociedade, exigindo seu reconhecimento
por parte do Estado e a mediação crítica dos assistentes sociais para sua superação.
Entretanto, historicamente, os direitos civis e políticos inauguraram e mantiveram sua primazia em
relação aos demais direitos ao longo dos anos, sobretudo os sociais, em diferentes sociedades. No caso
brasileiro, contraditoriamente, os direitos sociais tiveram sua evidência no escopo das lutas se
manifestações que culminaram com a Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988,
conhecida como Carta Cidadã, no mesmo momento em que se assistia à supressão dos direitos
políticos e ao cerceamento dos direitos civis. Diante disso, é possível identificar alguma ligação desses
fatores com a conjuntura atual vivida na sociedade brasileira? Qual a relação com os Direitos Humanos?
O que o Serviço Social tem a ver com isso?
Nesta unidade, vamos analisar o debate recorrente sobre os Direitos Humanos, as lutas e demandas
pela sua efetivação, a crítica empreendida a esse conceito a partir da análise do projeto ético-político do
Serviço Social, e, por fim, o papel dos Direitos Humanos e do Serviço Social frente às desigualdades
econômicas e sociais no Brasil.
Acompanhe com atenção e bons estudos!
4.1 História do debate sobre os Direitos Humanos no
Serviço Social
O Serviço Social como profissão surge no início do século XX, o período da ascensão do
desenvolvimento capitalista, visando oferecer respostas às demandas da sociedade burguesa, ao
mesmo tempo em que atende à classe trabalhadora submetida aos impactos dos conflitos sociais.
 No Brasil, sob influência da Igreja Católica e no contexto político do governo de Getúlio Vargas, a partir
de 1930 é que o Serviço Social começou a ganhar status profissional. Em sua concepção, a profissão
esteve alinhada aos princípios ideológicos liberais contidos na gênese dos Direitos Humanos, o que
pode contribuir para o acirramento do debate em relação a esse tema no terreno do Serviço Social
(PEQUENO; RUIZ, 2015). São essas e outras questões que vamos analisar a seguir em nosso estudo.
Se considerarmos as concepções que estiveram nos primórdios do Serviço Social no mundo, vimos que
elas tiveram inspiração católica e remontam ao século XVII, quando iniciativas da igreja e/ou de um
grupo de mulheres sob o viés, público ou privado, da doação ou da caridade tentavam imprimir um
caráter de profissionalização assistencial. 
Figura 1 - A inspiração católica esteve presente nos primórdios do Serviço Social, no século XVIII.
Fonte: Brian A Jackson, Shutterstock, 2020.
A Revolução Industrial no século XIX, na Europa, e a queda da bolsa de Nova York, em 1929, trouxeram
uma série de questões sociais relacionadas ao ser humano em seu processo de trabalho na sociedade,
o que exigiu do Estado redesenhar o seu papel, passando a regulamentar a vida em coletividade por
meio de leis sociais e trabalhistas.
Assim, a profissão foi demandada a implementar e executar políticas sociais em conformidade com a
lógica de expansão do capitalismo. Tal pleito era acompanhado de uma perspectiva moral, que
distinguia o bem e o mal, e da caridade como valor inerente à lei de Deus (NETTO, 2007).
Tais princípios foram expressos no primeiro Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais, de
1947 (BRASIL, 1947), que também faz menção a conceitos como desajustamentos, honestidade,
deontologia, desenvolvimento de personalidade e dignidade da pessoa humana. Aliás, este último
aspecto não faria parte das noções trazidas pelos Direitos Humanos? Vamos analisar.
Como vimos, desde o início da década de 1940, após o fim da Segunda Guerra Mundial, a Carta da
Organização das Nações Unidas foi decisiva para a formação dos Direitos Humanos (ONU, 2017). Eles
foram inspirados pelos ideais do Iluminismo, o pensamento que vigorou na Europa, no século XVIII, e
advogava o predomínio da razão sobre a fé; e pelo modelo político-econômico liberalista, que
supervaloriza a liberdade e a propriedade privada, ao mesmo tempo em que limitava os direitos do
homem (CASADO FILHO, 2014).
É nessa mesma conjuntura que o Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais, de 1947, vai
registrar em sua Seção I – dos Deveres Fundamentais, que se constituiu como dever do assistente
social: 
Cumprir os compromissos assumidos, respeitando a lei de Deus, os direitos naturais do
homem, inspirando-se, sempre em todos seus atos profissionais, no bem comum e nos
dispositivos da lei, tendo em mente o juramento prestado diante do testemunho de Deus
(BRASIL, 1947, p. 1).
VOCÊ SABIA?
A primeira versão do Código de Ética Profissional do Assistente Social,
aprovada em 1947, preservava o caráter assistencialista que marcou a gênese
da profissão. A segunda versão, de 1965, é ainda conservadora; a terceira, de
1975, aborda os direitos, e a quarta, de 1986, propõe um novo projeto de
sociedade. Contudo, a versão atual, de 2012, é vista como a mais completa,
crítica e representativa pela categoria. Para ler o documento atual na íntegra,
acesse: http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf.
Sucintamente, em relação aos Direitos Humanos, na base para a aprovação do Código de Ética de 1965,
estão os “direitos fundamentais do homem e as exigências do bem-comum” (BRASIL, 1965, p. 1). Já no
Código de 1975, é citada a “garantia de respeito aos direitos humanos” (BRASIL, 1975, p. 2); e no de
1986, os direitos são esmiuçados (BRASIL, 1986).
Entretanto, é somente na última e atual versão do Código de Ética Profissional do Assistente Social, Lei
n.º 8.662, de 7 de junho de 1993, que a defesa intransigente dos Direitos Humanos foi contemplada
enquanto princípio fundamental do assistente social (BRASIL, 2012). Portanto, vimos que daí decorre
uma importante lacuna histórica em que o tema dos Direitos Humanos foi relegado do discurso
profissional.
Se sublinharmos a ideia central tanto dos Direitos Humanos quanto do Serviço Social é notório que eles
possuem em comum a premissa de garantia de direitos aos cidadãos. Contudo, a origem, a concepção
ideológica e os percursos engendrados por cada um são distintos e podem ser contraditórios, como
veremos quando examinaremos o projeto ético-político da profissão. E são estes três principais
aspectos – origem, concepção ideológica e percursos – que permeiam o debate sobre os Direitos
Humanos no Serviço Social.
Nessedebate, é importante não perder de vista que, a partir do século XIX, os direitos inicialmente
conquistados sob a liderança da burguesia tomaram novos rumos em direção ao percurso de interesse
dos trabalhadores, que passaram a lutar por melhores condições de vida e trabalho. Além disso,
sabemos que em meados do final do século XX, por meio da organização e mobilização dos
movimentos sociais, as chamadas minorias na sociedade também adensaram a luta pela ampliação de
diversos direitos, dentre eles, por exemplo, os civis, contra a discriminação racial, de gênero, da
diversidade sexual; os sociais, contra a tortura e os maus tratos; e coletivos, pela preservação do meio
ambiente etc. (FORTI, 2012).
VOCÊ QUER LER?
A coletânea “Direitos Humanos e Serviço Social: polêmicas, debates e embates”,
organizada por Valeria Forti e Maria Cristina Brites (2013), aborda os Direitos
Humanos enquanto campo epistemológico e de luta social, no horizonte de
construção de uma nova ordem societária. O livro reúne artigos de vários autores e
professores do Serviço Social, sob diferentes abordagens, favorecendo a nossa
análise sobre as peculiaridades, os limites e as possibilidades de convergência
entre as áreas.
Esses são elementos importantes quando se pretende analisar o debate não apenas sob o caráter
histórico, mas também acerca da vertente contemporânea de contribuição dos Direitos Humanos na
sociedade. Nessa perspectiva, vamos refletir, a seguir, sobre as lutas e demandas pela sua efetivação no
Brasil e o papel do Serviço Social para isso.
Nesse debate, é importante não perder de vista que, a partir do século XIX, os direitos inicialmente
conquistados sob a liderança da burguesia tomaram novos rumos em direção ao percurso de interesse
dos trabalhadores, que passaram a lutar por melhores condições de vida e trabalho. Além disso,
sabemos que em meados do final do século XX, por meio da organização e mobilização dos
movimentos sociais, as chamadas minorias na sociedade também adensaram a luta pela ampliação de
diversos direitos, dentre eles, por exemplo, os civis, contra a discriminação racial, de gênero, da
diversidade sexual; os sociais, contra a tortura e os maus tratos; e coletivos, pela preservação do meio
ambiente etc. (FORTI, 2012).
Esses são elementos importantes quando se pretende analisar o debate não apenas sob o caráter
histórico, mas também acerca da vertente contemporânea de contribuição dos Direitos Humanos na
sociedade. Nessa perspectiva, vamos refletir, a seguir, sobre as lutas e demandas pela sua efetivação no
Brasil e o papel do Serviço Social para isso.
4.2 Lutas e demandas pela efetivação dos Direitos Humanos
no Brasil e a contribuição do Serviço Social
Vimos que os Direitos Humanos inscrevem as garantias fundamentais que devem ser asseguradas a
todos os seres humanos. Dentre elas, estão os direitos de caráter social, econômico, civil, político,
cultural, coletivo etc., que expressam as condições básicas de convivência do ser humano em
sociedade.
Em suas dimensões ético-política e técnico-operativa, o Serviço Social atua na defesa desses direitos,
sobretudo os sociais. Todavia, a inscrição e a função pública atribuídas aos direitos dos indivíduos por
intermédio dos Direitos Humanos não foram capazes de asseverar a sua implementação. Logo, a
intervenção profissional é permeada pelas lutas sociais que fazem parte do cotidiano do assistente
social frente às recorrentes e diversificadas demandas que surgem na esfera social. 
Considerando as três gerações ou dimensões de direitos, vamos abordar as lutas e demandas pela
efetivação dos Direitos Humanos, a partir de tais classificações. Nessas condições, ainda poderemos
refletir sobre a contribuição do Serviço Social na arena dos Direitos Humanos.
Veremos, agora, outras espécies e tendências de conflitos sociais, que se apresentam como fragmentos
da questão social em uma sociedade de matriz neoliberal.
4.2.1 Lutas e demandas na área dos direitos civis e políticos
São inúmeras as questões que poderiam ser abordadas neste tópico, no que se refere às lutas e
demandas na esfera dos direitos civis e políticos. Aliás, nas demais áreas de direitos, tal afirmativa é
também aplicável. Porém, ao considerar o presente contexto econômico e político no Brasil, sem dúvida,
é, no mínimo, polêmico e desconfortável falar sobre a violação das garantias civis e políticas no país que
foram inscritas pelos Direitos Humanos.
O Atlas da Violência 2019, elaborado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), em
parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), reafirmou a continuidade do processo de
aprofundamento da desigualdade racial nos indicadores de violência letal no Brasil. A pesquisa
evidenciou que no ano de 2018, enquanto a taxa de mortes de não negros apresentou relativa
estabilidade, com redução de 0,3%, a de negros cresceu 7,2% (CERGUEIRA, 2019).
A pesquisa evidenciou que os cinco estados com maiores taxas de homicídios de negros estão
localizados na região Nordeste. Em 2017, o Rio Grande do Norte apresentou a taxa mais alta, com 87,0
mortos a cada 100 mil habitantes negros, mais do que o dobro da taxa nacional, seguido por Ceará
(75,6), Pernambuco (73,2), Sergipe (68,8) e Alagoas (67,9). O crescimento decenal da taxa de homicídio
de negros em alguns estados foi substancial. Novamente o Rio Grande do Norte apareceu nessa lista
como detentor do maior índice de crescimento: 333,3%. Seguindo a lista, outros estados com
crescimento acentuado foram Acre (+276,8%), Ceará (+207,6%) e Sergipe (155,9%) (CERGUEIRA, 2019).
Por outro lado, os estados que possuem menores taxas de homicídio de negros foram São Paulo, com
12,6 negros a cada 100 mil habitantes deste segmento; Paraná, com 19,0; e Piauí, com 21,5.
Figura 2 - O Serviço Social contribui para as lutas e demandas dos Direitos Humanos na sociedade
brasileira.
Fonte: Sinan Niyazi KUTSAL, Shutterstock, 2020.
A problemática do racismo se expressa de outras formas, no âmbito da educação e do trabalho,
requerendo políticas públicas que possam atuar na redução e/ou reparação de danos resultantes da
história do povo negro no país. Sob o julgo da liberdade de expressão, o racismo no Brasil tem aflorado
cada vez mais também em forma de violência, nas relações cotidianas e, sobretudo, por meio das redes
sociais.
O mesmo aspecto gritante no contexto dos direitos civis no Brasil deve ser observado em relação à
orientação sexual. Isso porque, embora seja igualmente “cidadã” (dentro das condições restritas de
cidadania no país), detentora de direitos e deveres na sociedade, além de ser frequentemente alvo de
estigma, preconceito e práticas de homofobia, a população LGBT ainda luta pela igualdade de direitos no
casamento civil e para reduzir os mitos sobre a adoção de crianças e adolescentes por casais
homossexuais.
Assim, vimos que a violência, dentre tantas outras formas de violação, corrompe não apenas um dos
direitos sociais, a segurança, mas implica diretamente no exercício dos direitos civis, gerando demandas
para o Serviço Social e outras profissões.
No que tange aos direitos políticos, um dos principais problemas é a corrupção no Brasil e os seus
efeitos sobre a população brasileira. Trata-se de um problema estrutural e cultural em nossa sociedade,
que requer mudança de postura e de comportamentos, além de medidas de punição mais eficazes para
todos os atores sociais. 
4.2.2 Lutas e demandas na área dos direitos econômicos, sociais e culturais
Em estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi  apontado que o fosso da desigualdade cresce de
forma alarmante no Brasil e houve aumento crescente no segundo semestre de 2019, superando o pico
histórico aferido no ano de 1989 no país. Conforme o estudo, enquanto a renda da metade mais pobre
VOCÊ QUER VER?
O filme Milk: a voz da igualdade (2009) retrata a trajetória do ativista político Harvey
Milk, o primeiro homem declaradamente gay a ocupar um cargo público nos
Estados Unidos. Sob a direção de Gus Van Sant, o roteiro de Dustin Lance Black
mantém-sefiel aos fatos ocorridos na década de 1970, época de consolidação do
movimento pelos direitos LGBT na Califórnia. Em 1978, Milk foi assassinado a tiros
pelo conservador Dan White. 
da população caiu cerca de 18%, somente o 1% mais rico teve quase 10% de aumento no poder de
compra.  O Brasil hoje ocupa o sétimo lugar no ranking da desigualdade no mundo (NERI, 2019).
A desigualdade também pode ser percebida nos níveis de escolarização da população, na fragilidade
das condições de acesso à saúde pública de qualidade, nos baixos índices de empregabilidade e de
inserção de jovens nas universidades (exceto nas últimas décadas, com a criação de programas federais
na área, que a despeito do aumento do número de universitários também elevou os privilégios do
mercado privado) e na precariedade das moradias e ausência delas para boa parte da população
brasileira.
Voltando ao assunto da segurança pública, o Atlas da Violência de 2019 também sinaliza que, do
período de 2007 a 2017, 76,9% das mortes dos homens e 56,8% das mortes de foram ocasionadas por
armas de fogo no Brasil (CERGUEIRA, 2019).  Embora tenhamos alcançado o Estatuto do
Desarmamento, Lei n.º 10.826, de 22 de dezembro de 2003 (Brasil, 2003a [2019]), há quem defenda a
regulamentação do armamento deliberado para a população civil.
Isso não deixa de ser uma preocupação que perpassa o Serviço Social, uma vez que a profissão já lida
com os efeitos da violência generalizada no país, ocorrida em função de outras causas, inclusive a
violência policial contra pobres e negros, pode-se imaginar os impactos da efetivação de tal tendência
na sociedade.
Ante ao exposto, vamos investigar, no próximo item, algumas das lutas e demandas pela efetivação dos
direitos de terceira geração ou dimensão. 
4.2.3 Lutas e demandas dos direitos coletivos, de paz, meio ambiente e
solidariedade
Figura 3 - A regulamentação do armamento para cidadãos civis no Brasil como medida de segurança é
um tema polêmico.
Fonte: Andrey_Popov, Shutterstock, 2020.
Outra questão que se relaciona tanto aos direitos de segunda quanto os de terceira geração ou
dimensão é o fator cultural, que representa a arte e o lazer no Brasil como direitos sociais, mas também
aborda particularidades de povos que integram a nação brasileira. 
Ainda de acordo com indicadores disponibilizados pelo IBGE, há 19 tipos de grupos artísticos, sendo
78,6% de artesanato, seguidos por manifestações tradicionais populares (71,9%), dança (68,5%), bandas
(68,4%), capoeira (61,7%), grupos musicais (54,6%), corais (50,4%), blocos carnavalescos (46,9%) e teatro
(43,4%) (MANSUR, 2015). Mas o que isso tem a ver com o Serviço Social?
Tendo formação em uma profissão generalista, os assistentes sociais atuam sob distintos conteúdos e
em diferentes espaços sócio-ocupacionais. Dentre os conteúdos abordados estão aqueles que
subsidiam os trabalhos coletivos e socioeducativos realizados com grupos em situação de
vulnerabilidade por diferentes motivos, inclusive cultural, e em diversos lugares. A intervenção
empreendida por profissionais nas zonas rurais do país; com populações ribeirinhas; no campo da
economia solidária e da geração de emprego e renda; e nos movimentos sociais de manifestações
artísticas e sociais são exemplos disso.
Desde o final da década de 1990, a questão ambiental deixou de ser área de interesse apenas de
ambientalistas e passou a chamar a atenção para outros campos do conhecimento, incluindo o Serviço
Social. Isso porque a ingerência humana sobre o meio ambiente tem provocado efeitos adversos sobre
toda a sociedade. Cada vez mais os recursos naturais têm se tornado escassos em função da
degradação ambiental provocada pelo ser humano, principalmente com interesses econômicos. Nesse
sentido, a educação ambiental pode ser considerada como uma política social, que visa reduzir os
efeitos perversos da deterioração do meio ambiente no Brasil.
Na atualidade, temos assistentes sociais atuando em cooperação aos órgãos de Defesa Civil,
instituições militares e de Segurança Pública, em missões operacionais de socorro às vítimas de
emergências, desastres, calamidades públicas e ações humanitárias, conforme previsto no Código de
VOCÊ SABIA?
Até 1985, o Ministério da Educação (MEC) acumulava as pastas da Educação e
da Cultura. Com o fim da ditadura militar, o crescimento populacional e a
relevância da educação para o desenvolvimento do Brasil, o então presidente
José Sarney identificou a necessidade de separar as pastas, criando o
Ministério da Cultura (MinC) para a atenção exclusiva a esta área. Em 2019,
primeiro ano de mandato do governo de Jair Messias Bolsonaro, o Ministério
da Cultura se transformou em uma Secretaria Especial de Cultura, vinculada ao
Ministério da Cidadania.
Ética Profissional (BRASIL, 2012). Nesses espaços, o profissional realiza o atendimento
socioassistencial da população, além de utilizar-se de outros variados instrumentos de ação
profissional.
Vamos analisar a seguir as críticas aos Direitos Humanos e sua relação com o projeto ético-político da
profissão.
4.3 Crítica aos Direitos Humanos: o projeto ético-político do
Serviço Social em debate
Inaugurado nos anos 1990, o projeto ético-político do Serviço Social carrega valores e diretrizes
democráticas com vistas à construção de uma nova ordem social. Importante lembrar que,
diferentemente de como apregoavam os precursores do Serviço Social, o seu status de profissão não se
deveu à concepção de ajuda inerente a sua gênese, mas ao processo de produção e reprodução das
relações sociais e dos seus impactos sobre a vida de sujeitos históricos.
Esse já pode ser considerado um primeiro ponto que demarca a clivagem da profissão em relação à
noção naturalista de direitos que concebe os Direitos Humanos nos seus primórdios. Vamos examinar
também outros enfoques que sustentam a crítica aos Direitos Humanos na seara do Serviço Social.
Antes, porém, é importante conjecturar brevemente sobre o projeto ético-político profissional: quais as
suas características? O que ele preconiza? Como se deu sua construção? Já podemos antecipar que sua
expressão mais completa está registrada no Código de Ética Profissional do Assistente Social, a Lei que
Figura 4 - O projeto ético-político do Serviço Social provoca reflexões sobre a crítica aos Direitos Humanos
na atualidade.
Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2020.
Regulamenta a Profissão, n.º 8.662, de 7 de junho de 1993, e nas Diretrizes Curriculares de 1996. O
projeto se expressa em todas as vertentes organizativas do Serviço Social, ou seja, nos aspectos
político, ético e educacional.
Veremos esses aspectos a seguir. Acompanhe. 
4.3.1 Sobre o projeto ético-político do Serviço Social
Sabemos que o projeto ético-político do Serviço Social possui uma perspectiva de sociedade plural e em
condições de igualdade. Ele carrega princípios e valores que devem integrar o perfil profissional do
assistente social.
Abordar o projeto ético-político do Serviço Social significa, necessariamente, apontar para um projeto
coletivo e societário, como afirma Netto (2007), que vislumbra um modelo de sociedade que deve ser
almejado, requerendo determinados valores e meios para isso. Tal projeto é, notadamente, um projeto de
classe, que envolve relações de poder, embora dispondo de condições menos favoráveis para enfrentar
os projetos das classes dominantes. As características, o conteúdo e o papel de um projeto profissional,
no conjunto da categoria de assistentes sociais, são descritos da seguinte forma:
Os projetos profissionais apresentam a autoimagem de uma profissão, elegem os valores
que a legitimam socialmente, delimitam e priorizam seus objetivos e funções, formulam os
requisitos (teóricos, práticos e institucionais) para o seu exercício, prescrevem normas para o
comportamento dos profissionais e estabelecem as bases das suas relações com os
usuários de seus serviços, com as outras profissões e com as organizações e instituições
sociais privadas e públicas (inclusive o Estado, a que cabe o reconhecimento jurídico dosestatutos profissionais) (NETTO, 2007, p. 4).
No conjunto dos sujeitos coletivos responsáveis pela formulação e pela execução do projeto ético-
político do Serviço Social, que só pôde se dar por meio da organização da categoria, além dos
assistentes sociais também estão o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), os Conselhos
Regionais de Serviço Social (CRESS), a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social
(ABEPSS), a Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social (ENESSO), bem como os sindicatos e
associações de assistentes sociais (NETTO, 2007).
Outro fator importante na constituição do projeto profissional do Serviço Social foi a expansão da
produção de conhecimento no campo, que começou a ocorrer no trânsito dos anos 1970 para 1980, com
a criação dos primeiros cursos de pós-graduação na área de Serviço Social. Também a reforma
curricular, ocorrida na década de 1990, contribuiu para a revisão dos conteúdos e da própria formação
profissional.
Diante desses elementos, o Código de Ética Profissional de 1986, que já representava um marco
importante na história do Serviço Social no Brasil, foi revisto e substituído pela versão de 1993,
consolidando o acúmulo teórico até então e a dimensão política da profissão em sua tentativa de
rompimento com os vieses conservadores. Assim, reforçou a vinculação e o compromisso da categoria
profissional com a classe trabalhadora.
Ao retomarmos os aspectos sinalizados no item sobre as origens, as concepções ideológicas e os
percursos que tiveram os Direitos Humanos e o Serviço Social, em especial no Brasil, teremos o
entendimento sobre as principais questões que giram em torno das críticas concebidas na área. É o que
vamos analisar a seguir. 
4.3.2 Sobre as origens
Os Direitos Humanos se originam após e sob os efeitos da Segunda Guerra Mundial. Eles surgem
privilegiando os direitos civis e políticos e dando ênfase à noção de dignidade da pessoa humana,
liberdade, igualdade e, principalmente, de propriedade privada.
Uma das razões para a reflexão do Serviço Social aos Direitos Humanos diz respeito a sua origem ligada
à concepção liberal e à constituição dos direitos em uma lógica naturalista e evolucionista, que é
expressa, inclusive, por meio da sua seriação em gerações ou dimensões, como afirma Casado Filho
(2014).
Nesses termos, permeava uma compreensão individualista, não universal e abstrata de ser humano, e,
dessa forma, deslocada e segregada da história e da sociedade. Além disso, ainda que supervalorizando
os direitos civis e políticos, os Direitos Humanos não foram capazes de garantir, desde o início, a
igualdade entre as pessoas, já que o capitalismo destroçava toda a Europa e gerava graves impactos
sobre os povos (FORTI, 2012). Portanto, tratava-se de uma falsa igualdade e uma falsa liberdade, pois
restringiam-se àqueles que atendessem aos critérios para obtê-las.
No caso do Serviço Social, ainda que tenha emergido com base em uma concepção de caridade e, de
certa forma, se alinhado às ideias conservadoras que tiveram interferência na formação dos Direitos
Humanos, seu caráter de profissão ocorreu a partir do seu direcionamento para a perspectiva da luta de
classes, sob inspiração de Karl Marx. A vertente marxiana, predominante na profissão, pressupõe a
consciência de distribuição de renda, justiça e transformação social.
Dessa forma, toda e qualquer definição de direitos que valorize a propriedade privada em detrimento da
socialização da riqueza está em desacordo aos princípios fundamentais do Serviço Social. É verdade
que, a princípio, estamos falando apenas de características que fizeram parte da origem dos Direitos
Humanos, como vimos em Casado Filho (2014), que se deu sob a perspectiva liberal. Porém, as
concepções ideológicas que os sustentaram também contribuem para as críticas cunhadas sobre eles,
como podemos observar a seguir.
VOCÊ QUER VER?
O filme Selma: uma luta pela igualdade, de 2014, conta a história de Martin Luther
King Jr. e sua luta pela garantia do direito devoto aos afro-americanos. A campanha,
que culminou na marcha a Montgomery, provocou a opinião pública, convencendo o
presidente dos EUA, Lyndon B. Johnson, a apresentar a Lei do Direito ao Voto de
1965.
4.3.3 Sobre as concepções ideológicas
Sinalizamos anteriormente que uma das críticas mais fortes do Serviço Social aos Direitos Humanos é a
de que eles estariam distantes da perspectiva da teoria marxista, que é dominante na profissão, e
representariam “abstrações do universo da sociabilidade burguesa” (FORTI, 2012, p. 267).
Todavia, também a sua relação com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, que traria
um juízo de imutabilidade dos direitos, em uma concepção distinta daquela dos movimentos sociais,
bem como algumas questões concernentes à própria Organização das Nações Unidas (ONU), como a
restrição, a composição e os interesses escusos de seu Conselho de Segurança, são alvos de
desaprovação por parte do Serviço Social. Em relação à ONU, devemos lembrar ainda que ela exerceu
influência sobre o Brasil por meio dos Programas de Desenvolvimento de Comunidade, oriundos da
década de 1940 (ONU, 2009).
A esse respeito, Guilherme (2012) resgata que o Programa de Desenvolvimento de Comunidade foi
impetrado no período da Guerra Fria (1945-1991), liderada pelos Estados Unidos e pela Rússia. Sob esse
contexto, a ONU teve como função garantir a ordem social e assegurar regimes e ideologias
democráticas, utilizando para isso da ajuda aos povos como forma de alcance de modos de vida
pretensamente sadios e economicamente produtivos. Assim, o Serviço Social passa a adotar o trabalho
com a comunidade, contribuindo, na época, para minimizar os efeitos do comunismo, já que o
crescimento econômico e o progresso tecnológico eram os objetivos centrais a serem atingidos.
O Programa de Desenvolvimento de Comunidade irá remeter ainda ao Serviço Social de Grupo, ao
Serviço Social de Casos e ao Serviço Social de Comunidade, patrocinados por Mary Richmond, como
modelos norte-americanos que interpretam o estabelecimento de relações entre a população e os
governantes como estratégia eficaz para superar o subdesenvolvimento.
Não é preciso dizer que essas formas de intervenção já são refutadas pelo Serviço Social desde o
movimento de reconceituação, mais precisamente a partir da última vertente, Intenção de Ruptura
(NETTO, 2007), que transformou a base teórica, operacional e ética do Serviço Social, considerando a
VOCÊ O CONHECE?
Considerada a percursora do Serviço Social, a americana Mary Ellen Richmond
(1861-1928) foi responsável por contribuir com a profissão em sua gênese, com os
conceitos de Diagnóstico Social e Serviço Social de Casos, entre outros. Sua
história se confunde com a própria história do Serviço Social, e seus estudos
permanecem como referência na área. 
aproximação com teorias sociais críticas.
4.3.4 Sobre os percursos
Resumidamente, o quadro a seguir apresenta as principais críticas construídas em relação aos Direitos
Humanos, que estariam no cerne dos percursos percorridos na área e expressam algumas diferenças
identificadas sobre o Serviço Social. Podemos observar que as críticas versam sobre a sua base
histórica e seu viés político-econômico.
Contudo, isso não é capaz de traduzir toda história e contribuição dos Direitos Humanos para a
legitimação de garantias básicas em nossa sociedade. Existem outros prismas positivos sobre os
Direitos Humanos que devem ser considerados. Afinal, como afirma Netto (2007, p. 15), o projeto ético-
político da profissão “[...] é suficientemente flexível para, sem se descaracterizar, incorporar novas
questões, assimilar problemáticas diversas, enfrentar novos desafios. [...] um projeto que também é um
processo, em contínuo desdobramento”. Acreditamos na adoção e efetiva incorporação dos Direitos
Humanos no projeto profissional do Serviço Social, como veremos no próximo tópico.
Figura 5 - As principais distinções entre os Direitos Humanos e o Serviço Social.
Fonte: Elaborado pela autora, 2020
4.4Os Direitos Humanos e o Serviço Social diante das
desigualdades econômicas e sociais: o que fazer?
Identificamos nos tópicos anteriores que a maior semelhança entre os Direitos Humanos e o Serviço
Social está na defesa de direitos, ainda que os primeiros tratem de tal aspecto considerando o ser
humano em seu processo natural na sociedade; e o segundo, o considere enquanto sujeito histórico e
socialmente situado.
Mesmo assim, é inegável a contribuição e a mutualidade de ambas as áreas de conhecimento e
intervenção no que tange às lutas, conquistas, garantias e à ampliação de condições que possam
favorecer a redução ou eliminação das desigualdades econômicas e sociais. Neste item, vamos refletir
sobre as possibilidades e estratégias de atuação na arena dos Direitos Humanos e do Serviço Social
enquanto profissão frente a tais questões. 
Concordamos com Forti (2012) que o debate sobre os Direitos Humanos é valioso para a categoria
profissional do Serviço Social e deve fazer parte da agenda da profissão, inclusive no âmbito do
investimento acadêmico. Eles são importantes para situar, historicamente e na contemporaneidade, os
direitos que foram conquistados por meio das lutas lideradas por movimentos e outras organizações
sociais, ao longo dos anos. É inegável e imprescindível destacar que mesmo diante de todas as
reflexões levantadas a esse respeito, os Direitos Humanos têm uma importante contribuição na história
de conquistas de garantias básicas para os seres humanos, tendo servido de inspiração para legitimar
os direitos tais como os conhecemos hoje.
Nessa perspectiva, compreendemos que não cabe ao Serviço Social a hesitação de que os Direitos
Humanos poderiam desvirtuar o pensamento crítico que vigora na profissão e a possibilidade de
construção de uma nova ordem societária (FORTI, 2012). Ao contrário, pode-se vislumbrá-los como
estratégias para almejar novos horizontes do agir profissional, que possam favorecer e ampliar as
oportunidades de efetivação de direitos.
Torna-se importante que, para além do olhar inerte sobre sua gênese e sua história, os Direitos Humanos
sejam compreendidos como instrumentos de defesa e implementação de direitos e de construção de
políticas públicas.
Figura 6 - É preciso refletir a respeito do contexto das desigualdades econômicas e sociais no Brasil.
Fonte: TypoArt BS, Shutterstock, 2020.
Além disso, uma análise minuciosa dos artigos contidos tanto na Declaração Universal dos Direitos
Humanos, de 1948, (ONU, 2009) quanto a Carta Cidadã, a Constituição da República Federativa do Brasil,
de 1988 (BRASIL, 2016), nos permite inferir que eles estão em conformidade com pressupostos do
Código de Ética Profissional (BRASIL, 2012).
Assim, diante dos fatores que as promovem e dos efeitos das desigualdades econômicas e sociais, o
mais assertivo é identificar os meios e recursos possíveis de atuação profissional, consoante aos
Direitos Humanos, a fim de encontrar respostas para as expressões da questão social que afetam os
sujeitos em suas relações em sociedade.
Para isso, torna-se necessário uma interpretação mais ampla sobre o escopo de atuação do assistente
social e também sobre as formas de expressão das questões inerentes aos direitos dos sujeitos sociais,
que, dentre outros, podem se apresentar na esfera da saúde, do trabalho, da educação, da economia, da
política, da violência, da cultura, da religião, das instituições, do governo e de tantas outras. Mas o que
faz o assistente social diante de tamanhas vicissitudes complexas e de extensas variáveis? Onde e
como atuar sobre as ausências, ineficiências e degradações das políticas públicas, que poderiam
oferecer respostas às misérias sociais vividas em nossa sociedade?
As respostas a essas perguntas virão de forma inversa, ou seja, primeiro vamos sinalizar onde o
profissional pode trabalhar atuando sobre essas problemáticas. Em seguida e/ou simultaneamente,
vamos apontar quais instrumentos se pode lançar mão em seu cotidiano de ação.
Inserido na divisão sociotécnica do trabalho, o assistente social possui uma série de campos de atuação
profissional. Muitos desses espaços são alvos de análises e críticas por parte do Serviço Social ao
considerar que alguns podem sugerir o retorno ou a manutenção do conservadorismo na profissão.
Contudo, é importante estar atento para a diversidade de espaços de práticas e de modos de
intervenção para, só após conhecê-las, poder deliberar a respeito.
VOCÊ O CONHECE?
Maria Josephina Rabello Albano (1916-1995) integrou a primeira turma de Serviço
Social, criada no Brasil pelo Instituto Social, em 1940, e foi também a primeira
presidente do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS/7.ª Região), no Rio de
Janeiro. Faleceu aos 79 anos de idade, após ter contribuído significativamente para
o Serviço Social no Brasil e na América Latina, atuando na docência e na prática.
Saiba mais em: http://www.cressrj.org.br/site/biblioteca/quem-foi-maria-josephina-
rabello-albano/. 
Veja alguns dos espaços sócio-ocupacionais do assistente social:
Figura 7 - O Serviço Social permite diversidade de práticas e de campos de atuação.
Fonte: Nagy-Bagoly Arpad, Shutterstock, 2020.
Órgãos públicos e autarquias (Tribunais de Justiça; promotorias; defensorias; secretarias
municipais ou estaduais; Centros de Referência de Assistência Social (CRAS); Centro de
Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); prefeituras; hospitais; escolas;
universidades; centros de acolhimento; penitenciárias; Forças Armadas, entre outros);
Instituições privadas ou de economia mista (indústrias; empresas; escolas, universidades,
hospitais; clínicas, centros de reabilitação; centros de educação profissional etc.);
Organizações da sociedade civil (movimentos sociais; cooperativas; organizações não
governamentais (ONG); sindicatos; associações etc.);
Esses espaços nos indicam com quais políticas trabalha o assistente social, ao mesmo tempo em que
oferecem dicas de como pode proceder a intervenção profissional e sob quais instrumentos. E é verdade
que o Serviço Social atua sobre as áreas da saúde, educação, previdência social, segurança pública,
trabalho, moradia, assistência social, entre outras. Mas, nessa engrenagem, o assistente social
necessita de um aparato de legislações e recursos institucionais, como programas, projetos e/ou
benefícios, redes de parceiros socioassistenciais e de atuação interdisciplinar com outros campos de
conhecimento.
Para cada uma das áreas de intervenção citadas, existe uma gama de leis e programas que representam
políticas públicas utilizadas pelo profissional de Serviço Social e/ou criadas com a contribuição dele no
processo histórico de lutas e conquistas sociais que fazem parte da história brasileira.
Vejamos as principais legislações.
Código de Ética Profissional do Assistente Social, de 1993 (BRASIL,
1993), que é o instrumento orientador e normatizador da
profissão;
Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948 (ONU, 2009);
Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988 (BRASIL,
2016);
Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto
da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990a);
Lei n.º 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as
condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes
(BRASIL, 1990b);
Lei n.º 10.741, de 1.º de outubro de 2003, que dispõe sobre o
Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003b);
Lei n.º 11.340, de 7 de agosto de 2006, que cria mecanismos para
coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher (BRASIL,
2006 [2013]);
Lei n.º 12.288, de 20 de julho de 2010, que institui o Estatuto da
Igualdade Racial (BRASIL, 2010);
Lei n.º 12.435, de 6 de julho de 2011, que altera a Lei n.º 8.742, de
7 de dezembro de 1993, que dispõe sobre a organização da
Assistência Social (BRASIL, 2011a);
Conselhos (de políticas públicas; de saúde; de educação; de assistência; de direitos da
criança e do adolescente, do idoso, da mulher e da própria categoria profissional etc.).•
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Lei n.º 13.146, de 6 de julho de 2015, que institui a Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com
Deficiência) (BRASIL, 2015).
No conjunto de programas, podemos citar alguns dentre aqueles de maior relevância para o Serviço
Social, veja quais são eles clicando nos botões a seguir. 
 
Política Nacional de Assistência Social (PNAS).
(BRASIL, 2004).
Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-
3) (BRASIL, 2009a).
Plano Nacional de Promoção da Cidadania e
Direitos Humanos de LGBT. (BRASIL, 2009b).
Política Nacional de Enfrentamento à Violência
Contra as Mulheres (BRASIL, 2011b).
Política Nacional de Saúde Integral da População
Negra. (BRASIL, 2017).
Além disso, no site do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), encontram-se disponíveis uma
variedade de livros, cartilhas e outras publicações que subsidiam a atuação profissional do assistente
social. Mas cabe ressaltar que o profissional não baseia sua intervenção apenas no alcance da letra. Em
outras palavras, na orientação ao usuário para o cumprimento de legislações e normativas. Ao contrário,
é muito mais nas mediações e na correlação de forças institucionais que o profissional consegue dar
conta de estratégias úteis de prevenção, enfrentamento e reparação das desigualdades econômicas e
sociais que atingem o seu público-alvo na sociedade. 
Ao atuar sobre as áreas aqui destacadas, que correspondem à boa parte das garantias protegidas pelos
Direitos Humanos, o profissional de Serviço Social faz uso dos instrumentos do cotidiano do seu
trabalho, como atendimentos e orientações sociais; entrevistas; realização de visitas domiciliares,
grupos, palestras, aulas; produção de relatórios, estudos de caso e pareceres sociais; dentre outros. É
dessa forma, com base em seu projeto ético-político, que o profissional modifica e é modificado pelo
seu próprio objeto de intervenção.
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Para concluir, vale reforçar que os direitos são construções históricas oriundas das lutas protagonizadas
pelos grupos que se opuseram à exploração do trabalho, ao arbítrio e ao autoritarismo, à violência e à
discriminação social, entre outras mazelas ocorridas no cenário social brasileiro. Os integrantes desses
grupos foram, e são, as mesmas pessoas depositárias das garantias essenciais asseguradas pelos
Direitos Humanos, logo, todas as pessoas sem distinção de raça, condição econômica ou orientação
social, por exemplo. Por isso, é que o estigma existente na sociedade sobre serem “os bandidos” os
únicos protegidos pelos Direitos Humanos é absolutamente refutado. Dessa forma, é plausível
concordar que “todos os direitos são sociais e humanos” (PEQUENO; RUIZ, 2015, p. 9) e foram
conquistados coletivamente, portanto, são capitais e capitaneados por todos.
Assim, no projeto ético-político do Serviço Social que já logrou espaço para citar a “defesa intransigente
dos Direitos Humanos” (BRASIL, 2012, p. 23.), e que, de modo semelhante também foi fruto das
conquistas asseveradas na área dos direitos durante a restauração democrática da sociedade brasileira,
CASO
Um jovem homossexual foi espancado até a morte na saída de uma boate por um
grupo de homens que se intitula “defensores da família tradicional”. O grupo
alegou agir em defesa da sociedade e definiu o comportamento do jovem como
uma “abominação”. Diante disso, movimentos sociais se manifestaram em apoio à
família do jovem, considerando que:
O grupo responsável por agredir e matar o jovem foi localizado, julgado e preso. Os
debates sobre a homofobia foram reacendidos e os movimentos sociais
pressionaram o governo para a aprovação de políticas públicas para a população
LGBTQIA+.
as garantias fundamentais asseguradas pelos Direitos
Humanos são para todas as pessoas, sem distinção de cor,
condição econômica, orientação sexual etc.;
a família brasileira se transformou ao longo dos anos e
hoje representa o agrupamento de pessoas com vínculos
afetivos, consanguíneos ou não;
os Direitos Humanos são universais e inalienáveis.
Ninguém pode ser submetido a torturas ou outras formas
de maus tratos;
existem legislações que preveem punições contra a
violência e o homicídio.
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cabe o lugar para o debate e para a ampliação do horizonte de possibilidades de atuação sob a
perspectiva dos Direitos Humanos.
Conclusão
Concluímos a unidade sobre a história do debate sobre os Direitos Humanos no Serviço Social, na qual
analisamos também as lutas e demandas pela efetivação dos Direitos Humanos no Brasil e a
contribuição do Serviço Social, procedendo com algumas considerações a partir dos direitos de cada
geração ou dimensão. Refletimos sobre algumas observações aos Direitos Humanos e a sua relação
com o projeto ético-político do Serviço Social, considerando as origens, as concepções ideológicas e os
percursos de cada um. Por fim, discorremos sobre os Direitos Humanos e o Serviço Social diante das
desigualdades econômicas e sociais, apontando suas interrelações e algumas estratégias de
intervenção profissional do assistente social.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
analisar a história do debate sobre os Direitos Humanos no
Serviço Social;
conhecer as lutas e demandas pela efetivação dos Direitos
Humanos no Brasil e a contribuição do Serviço Social;
entender quais são as lutas e demandas dos Direitos Humanos
concernentes aos direitos civis e políticos e o papel do Serviço
Social;
entender quais são as lutas e demandas concernentes aos
direitos econômicos, sociais e culturais e o papel do Serviço
Social;
entender quais são as lutas e demandas concernentes aos
direitos coletivos e o papel do Serviço Social;
compreender algumas críticas aos Direitos Humanos e a sua
relação com o projeto ético-político do Serviço Social;
conhecer as cinco versões do Código de Ética Profissional do
Assistente Social e a construção do projeto ético-político da
profissão;
conhecer as características acerca das origens, concepções
ideológicas e percursos dos Direitos Humanos e do Serviço Social;
saber quais são as possibilidades de atuação do Serviço Social na
perspectiva dos Direitos Humanos frente às desigualdades
econômicas e sociais. 
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Bibliografia
BRASIL. Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais. Aprovado em Assembleia Geral da
Associação Brasileira de Assistentes Sociais (ABAS). São Paulo, DF, 1947. Disponível em:
http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1947.pdf (http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1947.pdf).
Acesso em: 20 jan. 2020.
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http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1965.pdf (http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1965.pdf).
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BRASIL. Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais. Aprovado em Rio de Janeiro, 1975.
Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1975.pdf
(http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1975.pdf). Acesso em: 20 jan. 2020.
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http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1986.pdf (http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1986.pdf).
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm). Acesso em: 20 jan. 2020.
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção
e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências. Brasília, DF, 1990b. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8080.htm
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armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm,define crimes e dá outras
providências. Brasília, DF, 2003a. [2019] Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.826.htm
(https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.826.htm). Acesso em: 20 jan. 2020.
BRASIL. Lei nº 10.741, de 1.º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras
providências. Brasília, DF, 2003b. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.741.htm
(https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.741.htm). Acesso em: 20 jan. 2020.
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assistencia-social-pnas2004-norma-operacional-basica-nobsuas/
(https://fpabramo.org.br/acervosocial/estante/politica-nacional-de-assistencia-social-pnas2004-norma-
operacional-basica-nobsuas/). Acesso em: 20 jan. 2020.
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Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana
o
http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1947.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1965.pdf
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https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8080.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.826.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.741.htm
https://fpabramo.org.br/acervosocial/estante/politica-nacional-de-assistencia-social-pnas2004-norma-operacional-basica-nobsuas/
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a
Lei de Execução Penal; e dá outras providências. Brasília, DF, 2006. [2013]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm
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Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT. Brasília, DF: SEDH, 2009b. Disponível em:
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