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A CULTURA DA MANGUEIRA 
 
Carlos Ramirez de Rezende e Silva 1 
Elda Bonilha Assis Fonseca 2 
Maria Aparecida Moreira 3 
 
1 Perfil da Cultura 
 
1.1 Aspectos Econômicos 
 
A mangueira (Mangifera indica L.) é considerada uma das 
mais importantes frutas tropicais cultivadas no mundo, posicio-
nando-se logo após a banana, o abacaxi e o abacate. Na Améri-
ca, o precursor de seu cultivo foi o Brasil, pela introdução das 
primeiras plantas no Rio de Janeiro, de onde se disseminaram 
para o resto do País. Os principais produtores mundiais são a 
Índia (mais de 50% da produção mundial), China, México, Pa-
quistão, Indonésia, Tailândia, Nigéria, Brasil, Filipinas e Haiti. En-
tretanto, outros países não relacionados destacam-se através de 
suas exportações, como África do Sul, Costa do Marfim, Israel, 
Costa Rica, Porto Rico, Peru e Venezuela. 
As possibilidades de ampliação do mercado internacional 
de mangas são muito grandes, considerando-se que a demanda 
de frutas no mundo é crescente, tendo em vista a mudança nos 
 
1
 Engº Agrº MSc. Professor da UFLA, MG. 
2
 Engª Agrª MSc. Pesquisadora da EMPAER-MT. 
 
 
6 
hábitos alimentares. A manga, além de seu consumo ao natural, 
se presta à fabricação de grande número de produtos industriali-
zados, constituindo-se em fonte de vitaminas A e C. 
No Brasil, a mangueira está disseminada em quase todo o 
território, e a área cultivada se aproxima de 55.000 hectares, 
sendo os principais Estados produtores: São Paulo, Minas Ge-
rais, Piauí, Bahia, Paraíba, Ceará, Pernambuco, Pará, Rio Gran-
de do Norte e Alagoas (Anuário...,1996). 
A exploração da cultura da mangueira no Brasil, até a dé-
cada de sessenta, era caracterizada por cultivos puramente ex-
trativos de variedades nacionais denominadas mangas comuns. 
Esses pomares originaram-se pela propagação de sementes, 
resultando em muitos tipos regionais de mangueiras, que eram 
conduzidas sem nenhum trato cultural específico. A partir de 
1970, foram introduzidas outras variedades, principalmente da 
América do Norte, que provocaram uma grande mudança no cul-
tivo dessa frutífera, pois, apesar de produzirem frutos com carac-
terísticas superiores, exigiam muito em termos de tratos culturais. 
A safra brasileira de 1998 foi de 843 mil toneladas (AGRI-
ANUAL, 2000). No período entre 1989/96, o Brasil elevou as ex-
portações de 5,4 mil para 24,2 mil toneladas. O preço auferido 
por tonelada aumentou significativamente, passando de US$ 607 
para US$ 1.900 por tonelada. 
 
3
 Engª Agrª MSc. Doutoranda da UFLA. 
 
A produtividade média brasileira é de 31,172 t/ha (Anuá-
rio...,1996), mas a maior parte dos produtores não atinge nem a 
metade dessa produtividade. 
 
1.2 Problemas que Afetam a Exploração 
 
a) Época de produção: existe uma grande concentração de pro-
dução no final e início de ano, ocasião em que os preços não 
chegam a cobrir as despesas de colheita. Torna-se, portanto, 
fundamental o domínio do florescimento da mangueira, alte-
rando-o e direcionando a produção para épocas mais adequa-
das. 
 
b) Variedades: a moderna mangicultura brasileira está baseada 
em cerca de cinco variedades, e a Haden e Tommy Atkins re-
presentam cerca de 80% da área cultivada, tornando-se fun-
damental a diversificação e introdução de outras variedades. 
 
c) Problemas fitossanitários: o número de doenças e pragas ata-
cando a mangueira, especialmente nas variedades introduzi-
das de outros países, tem concorrido para a baixa produtivida-
de e o conseqüente desestímulo dos produtores. Destacam-se 
a antracnose, oídio, fusarium, mancha-angular-bacteriana, se-
ca-da-mangueira e mosca- das-frutas. 
 
 
 
8 
d) Distúrbios fisiológicos e outros: dentre os distúrbios, destacam-
se a malformação floral (embonecamento), malformação vege-
tativa (vassoura de bruxa) e podridão interna (colapso interno). 
Esses distúrbios constituem-se atualmente nos principais res-
ponsáveis pela redução da área cultivada, pois em muitas regi-
ões os agricultores estão erradicando os pomares. 
 
e) Pós-colheita: o principal problema fúngico é a antracnose e o 
fator limitante para a exportação é a mosca-das-frutas. Os tra-
tamentos pós-colheita, em muitos casos de custo elevado e 
não acessíveis ao produtor, devem ser revistos e aprimorados. 
 
f) Alternância e baixa frutificação: a associação de fatores, como 
condições edafoclimáticas inadequadas, problemas fitossanitá-
rios e baixa tecnologia em termos de tratos culturais, tem acen-
tuado ainda mais a alternância de produção e a baixa frutifica-
ção. 
 
 
 
 
2 Características 
 
2.1 Botânica e Taxonomia 
 
 
A mangueira (Mangífera indica L.) pertence à família Ana-
cardiaceae, cujos frutos geralmente se dividem em dois grupos: o 
grupo indiano (frutos monoembriônicos, fortemente aromáticos, 
de coloração atraente e suscetíveis à antracnose) e o grupo indo-
chinês (frutos poliembriônicos, com caroços longos e achatados, 
pouco aromáticos, geralmente amarelados e medianamente re-
sistentes à antracnose). O gênero Mangífera possui 50 espécies, 
sendo a maioria originária do sudeste asiático. 
A mangueira caracteriza-se por possuir porte médio a alto 
(10 a 30 m), com a copa variando de forma arredondada e glo-
bosa, podendo ser compacta ou aberta. As folhas são lanceola-
das, coriáceas, com pedúnculo curto e sua coloração varia de 
verde-claro, amarronzada ou arroxeadas, na fase jovem, até ver-
de-escuro quando maduras. 
O sistema radicular da mangueira é composto por uma ra-
iz primária muito longa, que desenvolve-se até encontrar o lençol 
freático, sendo que poucas raízes de sustentação desenvolvem-
se até esse ponto. As raízes superficiais desenvolvem e formam 
uma densa malha imediatamente abaixo da superfície do solo, 
podendo alcançar 5,5 m em profundidade e 7,6 m em distância 
lateral. Pesquisas realizadas no Vale do Rio São Francisco indi-
caram que 90% das raízes absorventes da mangueira encon-
tram-se a até 1,5 m de profundidade e 1,5 m de distância da 
planta. Outros estudos, feitos com P32, têm demonstrado que a 
maior concentração de raízes absorventes encontra-se nos pri-
 
 
10 
meiros 60 cm de profundidade, com uma concentração máxima 
nos primeiros 15 cm. 
As flores estão reunidas em panículas terminais ou late-
rais, de tamanho, forma e coloração variáveis, dispostas isola-
damente (terminal) ou agrupadas (laterais), em número de 200 a 
3.000 panículas/planta, cada qual apresentando de 100 a 17.000 
flores. Assim, uma mangueira adulta em pleno florescimento po-
derá ter milhões de flores, das quais uma porcentagem mínima 
chega a originar frutos. 
Nas panículas existem flores hermafroditas perfeitas, com 
possibilidades de frutificar e flores unissexuais (masculinas). As 
hermafroditas possuem androceu composto de 4 a 6 estames, 
(apenas um é fértil), ovário súpero, unilocular, antera fértil e es-
tigma rudimentar. 
Os frutos são drupas com características muito variáveis 
quanto ao tamanho, forma, peso e coloração da casca. A casca é 
coriácea e a polpa com vários tons de amarelo, com muita ou 
pouca fibra, curtas ou longas, macias ou duras. 
As sementes também variam em forma e tamanho, po-
dendo ser monoembriônicas e poliembriônicas. As sementes das 
mangueiras monoembriônicas originam apenas uma plântula, ao 
passo que sementes das poliembriônicas podem originar uma 
plântula de origem sexuada e várias assexuadas (idêntica à plan-
ta-mãe). Esse fato é relevante para a propagação da mangueira, 
 
recomendando-se como porta-enxertos variedades poliembriôni-
cas, pois apresentam menor variação genética. 
 
2.2 Hábitos de Vegetação 
 
Pode apresentar vários surtos vegetativos por ano, de-
pendendo das condições climáticas de cada região. Esses surtos 
estão correlacionados com os futuros florescimentos e conse-
qüente frutificação, uma vez queramos de 4 a 18 meses de ida-
de poderão emitir inflorescências. Os hábitos de vegetação da 
mangueira, em cada situação, devem ser estudados com deta-
lhes. 
 
2.3 Florescimento 
 
Os surtos floríferos da mangueira podem se estender por 
até 5 meses, ocorrendo no Brasil entre maio a setembro, em fun-
ção do clima, uso de irrigação, uso de reguladores de crescimen-
to, podas e produção anterior. A planta apresenta tendência em 
retardar o florescimento após produção elevada e em condições 
climáticas marginais, e antecipá-lo em caso contrário. 
As flores abrem-se durante a noite, e a deiscência só ocor-
re após às 12h30min, ocorrendo uma dicogamia protogínica. O 
período de polinização é relativamente curto, isto é, as anteras 
emitem pólen das 12h30min as 16 h. As panículas desenvolvem-
 
 
12 
se em período de 35 a 40 dias, com as primeiras flores abrindo-
se a partir do vigésimo dia, sendo a duração de cada período de 
florescimento de 20 a 25 dias. 
Apesar de haver milhares de flores durante o florescimen-
to, o vingamento é pequeno, resultando apenas em algumas cen-
tenas de frutos, em função de fatores como baixa percentagem 
de flores hermafroditas, disposição e morfologia das estruturas 
da flor (que dificultam a polinização), a dicogamia protogínica e a 
polinização não muito eficiente realizada por moscas e em pe-
quena escala pelas abelhas. 
Nas condições do Vale do Rio São Francisco, as manguei-
ras podem florescer (induzidas quimicamente e com estresse 
hídrico) aos dois anos. Sob condições naturais (sem o uso de 
químicos para indução floral), o período de transição da fase ve-
getativa para fase reprodutiva é um pouco maior, possivelmente 
entre três e quatro anos. 
 
2.4 Frutificação 
 
A mangueira apresenta baixa eficiência em termos de fruti-
ficação, pois apenas cerca de 0,1% das flores hermafroditas 
chegam efetivamente a frutificar, além de haver uma tendência 
natural de alternância de produção, intercalando ano de produ-
ção elevada com outro de pequena produção. 
 
Apenas 25% das panículas mantêm de um a três frutos 
até a maturação. Nessa frutífera ocorre um desbaste natural de 
frutos em que 60 a 90% dos frutos formados caem nos primeiros 
30 dias; 94 a 99%, aos 60 dias, restando no final apenas 0,67 a 
0,70% dos frutos inicialmente fixados, isto é, menos que 1% dos 
frutos atingem o estádio de maturação. 
O período de desenvolvimento do fruto, de acordo com as 
condições climáticas e do manejo em cada região, é de 120 a 
150 dias, da floração à colheita. 
 
2.5 Alternância de Produção e Baixa 
Frutificação 
 
Uma produção média entre 250 a 500 frutos/planta/ano 
pode ser considerada de razoável a boa. Entretanto, a mangueira 
apresenta alternância de produção e baixa frutificação, o que, 
muitas vezes, desestimula o agricultor. 
Vários fatores estão associados a tais problemas, como: 
 
a) condições edafoclimáticas marginais: a mangueira, sendo uma 
planta tropical, exige temperaturas relativamente elevadas du-
rante todo o seu ciclo para que possa vegetar, florescer e fruti-
ficar economicamente. O fator temperatura não possibilita al-
ternativas de mudanças, como também o fator chuvas, duran-
te o florescimento. Essas chuvas são extremamente limitantes 
 
 
14 
à produção, sendo as regiões com essa característica consi-
deradas marginais ou inaptas para a exploração, pois as chu-
vas derrubam as flores, dificultam a polinização e fertilização, 
e aumentam a incidência de doenças fúngicas sobre a panícu-
la (Oídio e antracnose). Outros fatores como luminosidade, 
deficiência de água e ventos podem ser relativamente contro-
lados através de espaçamentos adequados, correta exposição 
da área, podas, irrigação e instalação de quebra-ventos. Com 
relação às características do solo, há a exigência de solos pro-
fundos e com boa drenagem. 
 
b) características intrínsecas da variedade: baixa percentagem 
de flores hermafroditas, morfologia e disposição dos órgãos 
florais, dicogamia protogínica, baixa viabilidade dos grãos de 
pólen (pesados e agregados) e a própria característica genéti-
ca da variedade em apresentar alternância. Esses fatores só 
poderão ser solucionados através de programas de melhora-
mento. 
c) condições de manejo do pomar 
• aspectos fitossanitários: destacando-se os prejuízos causados 
na inflorescência pela antracnose, oídio, seca dos ramos e 
mancha- angular, bem como as pragas mosca-das-frutas, bro-
ca-da-mangueira e o ácaro. 
• aspectos relacionados à nutrição e adubação: a mangueira, 
por ter a capacidade de emitir um elevado número de inflores-
cências, esgota suas reservas com muita facilidade. Há, por-
 
tanto, necessidade de reposição de nutrientes para manter a 
necessária relação C/N, e também observar as exigências es-
pecíficas da mangueira quanto aos nutrientes e ao equilíbrio 
entre os mesmos. 
• irrigação: em muitas regiões produtivas, as mangueiras apre-
sentam os surtos de florescimento no período mais seco do 
ano, prejudicando o vingamento de frutos, caso não se dispo-
nha de algum sistema de irrigação capaz de suprir a exigência 
da planta. 
• outros fatores: os distúrbios denominados malformação floral 
(ou embonecamento) e malformação vegetativa (ou vassoura 
de bruxa) constituem-se em componentes que têm contribuído 
para a ocorrência da baixa frutificação em mangueiras, levan-
do até mesmo à erradicação de pomares. 
3 Ecologia 
 
3.1 Clima 
 
A mangueira é cultivada nas mais diversas regiões equato-
riais, tropicais e mesmo nas subtropicais que apresentam fatores 
climáticos limitantes ao seu desenvolvimento, florescimento e 
frutificação. 
As plantas exigem que durante o ano ocorra um período 
mais seco para, em seguida, poder vegetar e florescer bem, den-
 
 
16 
tro de suas potencialidades. Essa característica climática consti-
tui-se portanto, no principal ponto a ser observado. 
 
a) Temperatura 
As temperaturas de uma região produtiva poderão influen-
ciar indiretamente a época da safra, uma vez que sendo mais 
elevadas ou mais baixas, poderão antecipá-la ou retardá-la, res-
pectivamente. 
A faixa de temperatura entre 21 a 26ºC é considerada co-
mo ideal para o cultivo, e temperaturas extremas, acima de 42ºC 
e abaixo de 10ºC, já limitam o seu crescimento. As temperaturas 
muito elevadas (>32ºC), quando associadas à baixa umidade 
relativa e ventos intensos, poderão prejudicar o florescimento e a 
frutificação. Temperaturas baixas (<2ºC) e ocorrência de geadas 
poderão impedir a abertura de flores e o desenvolvimento do tu-
bo polínico, provocar queimaduras nas brotações novas e paní-
culas, e até mesmo provocar a morte de plantas jovens. 
 
b) Umidade 
A exigência mínima da mangueira em termos de precipita-
ção é de 1.000 mm/ano, sendo cultivada entretanto em regiões 
que apresentam de 500 a 2.500 mm/ano. A ocorrência de um 
período mais seco (menos de 60 mm) durante 4 a 5 meses de-
termina altas produções, por causa da diminuição do ataque de 
fungos, do favorecimento da floração, polinização e fixação dos 
 
frutos. As chuvas no florescimento podem lavar os grãos de pó-
len e danificar as flores. O período seco deverá preceder a época 
do florescimento e continuar até a fase do início de desenvolvi-
mento de frutos. Áreas tropicais úmidas com temperaturas ele-
vadas e precipitações freqüentes induzem um crescimento vege-
tativo intenso em detrimento de florescimento e frutificação. 
A umidade relativa do ar é outro fator importante no cultivo 
da mangueira, pois níveis de umidade elevados favorecem os 
surtos de doenças, como a antracnose. Assim, as áreas de baixa 
umidade (menos de 60%) devem ser as preferidas. 
No Brasil, a associação entre os fatores temperatura e 
precipitação permitiu agrupar as regiões quanto à sua aptidão 
para o cultivo da seguinte forma: 
♣ região apta: temperatura média anual acima de 21ºC e 
deficiência hídrica anual acima de 40 mm. 
♣ região marginal: temperatura média anual entre 19 e 
21ºC e deficiência hídricaanual entre 20 a 40 mm. 
♣ região inapta: temperatura média anual menor que 
19ºC e deficiência hídrica anual menor que 20 mm. 
 
c) Luminosidade 
A mangueira exige altas intensidades de luz. A maioria 
das panículas emitidas situam-se na periferia da copa, posição 
que favorece a insolação sobre as mesmas, auxiliando a abertura 
de flores e reduzindo o ataque de fungos. 
 
 
18 
Nesse sentido, deve-se observar a escolha de espaça-
mentos adequados e a orientação das linhas de plantio em cam-
po, preferencialmente no sentido norte, nordeste e oeste. 
 
d) Ventos 
Ventos intensos e constantes podem provocar redução si-
gnificativa na produção, pois derrubam flores e frutos, causam 
ferimentos nos frutos pelo atrito com a folhagem e aumentam as 
taxas de transpiração da planta e evaporação do solo. 
Em alguns casos há a necessidade de instalação de que-
bra-ventos, que podem ser constituídos por variedades de man-
gueiras resistentes e rústicas, comuns na região e propagadas 
por sementes. 
 
e) Altitude 
Os efeitos da altitude sobre os demais fatores climáticos 
influem negativamente no ciclo, produtividade e qualidade do fru-
to, especialmente em altitudes mais elevadas (acima de 600 m). 
Para cada 150 m de aumento na altitude, ocorre um resfriamento 
de 1ºC, atrasando o florescimento em cinco dias. 
 
 
 
3.2 Solos 
 
 
Adapta-se aos mais variados tipos de solo, desde os are-
nosos até argilosos, preferindo os areno-argilosos, profundos (2 
m), permeáveis, bem drenados, podendo ser ligeiramente ácidos. 
As áreas mecanizáveis são as mais indicadas para instalação de 
pomares extensos, pois facilitam a execução dos tratos culturais, 
colheita e escoamento da produção. 
 As características do solo influenciam o desenvolvimento 
das raízes e, conseqüentemente, o desenvolvimento e produção 
da planta. 
 
 
4 Propagação 
 
A mangueira deve ser propagada assexuadamente, res-
tringindo-se o uso de sementes à obtenção de porta-enxertos. 
 
4.1 Propagação por Sementes 
 
A propagação por sementes, ainda utilizada na formação 
de pomares em algumas regiões do Brasil, apresenta uma série 
de desvantagens, como a grande variação de características en-
tre as plantas obtidas, porte elevado e início do ciclo de produção 
mais tardio (5o ou 6o ano pós-plantio). Entretanto, a mangicultura 
moderna exige plantas e frutos uniformes, de acordo com pa-
drões exigidos pelo mercado, plantas de pequeno porte, que faci-
 
 
20 
litam os tratos culturais, e colheita e produção precoces, possibili-
tando o retorno do capital investido em menor espaço de tempo. 
 
 
4.2 Propagação por Enxertia 
 
a) Escolha e obtenção do porta-enxerto 
No Brasil, a escolha do porta-enxerto é feita quase que 
exclusivamente em função da disponibilidade de sementes. As-
sim, os viveiristas coletam ao acaso os frutos das variedades 
mais comuns da região, sem considerarem características fun-
damentais, como resistência ou tolerância a doenças e pragas, 
porte da planta, hábitos vegetativos e outras. A grande variabili-
dade que ocorre em pomares de mangueira deve-se, em grande 
parte, ao uso de porta-enxertos não selecionados e padroniza-
dos. 
Um dos grandes objetivos da pesquisa em mangicultura é 
a obtenção de plantas de menor porte, através da utilização de 
porta-enxertos que apresentam efeito ananizante, como as varie-
dades indianas Malika e Amrapali. 
Em Minas Gerais e São Paulo, as variedades mais utiliza-
das como porta-enxertos são a Ubá, Sapatinho, Coquinho, Rosi-
nha, Espada e Coração de Boi, enquanto no Nordeste destacam-
se a Espada, Rosa, Carlota, Itamaracá e Coité. 
 
No Brasil, os viveiristas utilizam predominantemente a 
manga ‘Espada’ pelo seu vigor e uma certa tolerância à seca da 
mangueira. Apresentam também a mesma característica os por-
ta-enxertos ‘Carabao’ e ‘Manga d’água’ e os lançados pelo Insti-
tuto Agronômico de Campinas, ‘IAC-Touro’ e ‘IAC-Coquinho’. 
Preferencialmente, deve-se utilizar variedades poliembriônicas, 
que poderão conferir maior uniformidade no pomar. 
A obtenção das sementes dos porta-enxertos seleciona-
dos é feita colhendo-se frutos maduros, procedendo-se em se-
guida ao seu descascamento, retirada da polpa, lavagem da se-
mente e secagem à sombra. Recomenda-se a extração da casca 
(endocarpo) com auxílio de tesoura de poda, tomando-se o cui-
dado de não ferir a amêndoa. Essa prática proporciona maior 
rapidez e maior índice de germinação (em torno de 90%). Outra 
alternativa é realizar o corte apenas na parte ventral do caroço. 
Pelas possíveis perdas durante a obtenção do porta-
enxerto e na enxertia, deve-se semear de 40 a 50% a mais, em 
relação ao número de mudas a serem implantadas. As sementes 
de mangueira perdem o poder germinativo com relativa rapidez 
e, assim, o período entre a colheita e a semeadura não deverá 
ultrapassar 15 a 20 dias. 
 
b) Semeadura do porta-enxerto 
A semeadura pode ser direta em sacos de plástico preto, 
perfurados na base e nas laterais, com dimensões variáveis entre 
 
 
22 
30 a 40 cm de altura, 17 a 25 cm de largura e 0,12 a 0,15 mm de 
espessura. O substrato pode ser constituído por três partes de 
solo e uma parte de esterco de curral curtido, ao qual se adiciona 
3 kg superfosfato simples e 500 g de cloreto de potássio/m3 da 
mistura. No caso de solos argilosos, recomenda-se a adição de 
uma parte de areia. 
Também pode-se realizar a semeadura em sementeira 
(10-20 m de comprimento, 1,20 m de largura e 0,15 m de altura), 
incorporando-se 5 a 10 kg de esterco curtido, 100 g de superfos-
fato simples e 50 g de cloreto de potássio/m2 de sementeira. Os 
sulcos devem ter 5 cm de profundidade, distanciados entre si de 
20 cm. As amêndoas são colocadas distanciadas de 5 cm uma 
da outra, com a sua porção convexa voltada para cima. Os tratos 
culturais na sementeira são os normalmente recomendados, 
constituindo-se de adubações, capinas, irrigações, controle de 
antracnose, oídio e ácaros. Após 60-75 dias da semeadura, com 
os porta-enxertos apresentando em torno de 25 cm de altura, 
realiza-se a repicagem para viveiro em campo, em espaçamen-
tos variáveis entre 80 a 120 cm entre linhas e 40 cm entre plan-
tas. Os sulcos com cerca de 25-30 cm de profundidade devem 
ser adubados com 2 L de esterco de curral, 100 g de superfosfa-
to simples e 25 g de cloreto de potássio por metro linear. Deve-se 
tomar o cuidado de não danificar a haste e a raiz pivotante, con-
servando quando possível, os cotilédones. É fundamental a insta-
lação de um sistema de irrigação. Os tratos culturais são aqueles 
 
comumente recomendados na condução de viveiros e semelhan-
tes aos relacionados para sementeira. 
c) Plantas matrizes, borbulhas e garfos 
Um dos principais fatores responsáveis pela grande varia-
bilidade de plantas e frutos nos pomares comerciais é a utiliza-
ção de material propagativo (borbulhas e garfos) retirado de plan-
tas com características desconhecidas, como produção, alter-
nância de produção, resistência/tolerância a doenças, caracterís-
ticas de qualidade (cor, peso, aroma, sabor, presença de fibras, 
consistência da polpa, tamanho da semente). O produtor de mu-
das deverá ter um pomar-matriz tanto para o fornecimento de 
material para porta-enxerto, como também para enxerto. 
Entre 5 a 10 dias antes da coleta das gemas (borbulhas), 
realiza-se a decapitação da porção terminal do ramo porta-
borbulhas, eliminando-se a gema apical, conseguindo-se borbu-
lhas intumescidas e em condições de brotar mais precocemente. 
Os garfos ou ponteiros devem ser colhidos de ramos con-
siderados maduros (6 a 8 meses de idade), apresentando aspec-
to arredondado, não angular, coloração em transição de verde 
para verde-cinza e com as gemas apicais intumescidas e sadias. 
Entre 5-10 dias antes de sua coleta em campo, pode-se proceder 
à 'toillete' do ramo, retirando-se as folhas, o que facilitará o intu-
mescimento das gemas e precocidade de pegamento após a en-
xertia. 
 
 
 
24 
 
d) Enxertia 
Atécnica da enxertia, embora simples e de fácil execução, 
só possibilita altos índices de pegamento quando se observam os 
seguintes fatores: compatibilidade porta-enxerto/enxerto, condi-
ções fisiológicas do porta-enxerto/enxerto, época do ano, condi-
ções climáticas (temperatura e umidade), métodos utilizados, 
treinamento do enxertador e práticas de manejo pré e pós-
enxertia. Os métodos mais utilizados são a borbulhia em T inver-
tido e a garfagem no topo em fenda cheia. 
A enxertia por borbulhia em T invertido apresenta a vanta-
gem de economia de material propagativo, pois um ramo porta-
borbulha fornece até 5 enxertos. Nos porta-enxertos com aproxi-
madamente 1 cm de diâmetro, faz-se um corte vertical com 3 a 5 
cm, em T invertido, a 15-20 cm do nível do solo, ajustando-se, a 
seguir, a gema e fazendo-se o amarrio com fita plástica (Figura 
1). Entre 20-25 dias após esse procedimento, retira-se a fita plás-
tica, expondo-se a borbulha, que deverá apresentar aspecto ver-
de e com os tecidos agregados aos do porta-enxerto. Entre 45-50 
dias após a enxertia, a borbulha inicia a sua brotação, realizando-
se então a decepa do porta-enxerto a 5 cm acima do ponto em 
que foi realizada. Quando ocorrer o segundo surto vegetativo, 
faz-se o corte do porta-enxerto rente a esse ponto, sendo a muda 
considerada apta para o plantio em campo. O período total de 
obtenção da muda poderá durar cerca de 10 a 12 meses. 
 
O método de garfagem no topo em fenda cheia (Figura 2) 
é um dos mais utilizados na propagação da mangueira, apresen-
tando precocidade e altos índices de pegamento (em menor es-
cala realizam-se garfagem à inglesa simples e garfagem lateral). 
Tanto o porta-enxerto como o garfo devem apresentar diâmetros 
semelhantes, ou seja, em torno de 1 cm. Inicialmente faz-se a 
decapitação do porta-enxerto a 15-20 cm do seu colo. Em segui-
da, abre-se uma fenda vertical com 3 cm de profundidade, utili-
zando canivete bem afiado. O garfo, com 10 a 15 cm de compri-
mento e com a base aparada em forma de cunha, também com 
cerca de 3 cm, é introduzido na fenda do porta-enxerto, ajustan-
do-se os seus tecidos e fazendo-se o amarrio com fita plástica. 
Para evitar o ressecamento dos tecidos, recomenda-se cobrir o 
garfo com saco plástico transparente que deve ser, amarrado em 
sua extremidade inferior, formando uma câmara úmida. O perío-
do total desde a semeadura do porta-enxerto até a muda pronta 
para o plantio varia entre 6 e 8 meses. 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Enxertia por borbulhia em T invertido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Enxertia por garfagem no topo em fenda cheia. 
5 Variedades 
 
 
 
28 
Ainda não há uma variedade que apresente todas as ca-
racterísticas desejáveis em termos fitotécnicos e de mercado. 
Apesar do grande número de variedades disponíveis (em torno 
de 200), cerca de 80% dos cultivos tecnificados restringem-se às 
variedades Haden e Tommy Atkins, que possuem excelentes 
características, mas ainda não são perfeitas. Considerando-se 
que a mangicultura é uma atividade perene, a escolha correta da 
variedade é um fator fundamental para o sucesso do empreen-
dimento. 
Dentre as características consideradas ideais para varie-
dades de mangueira, Melo Nunes (1995) relaciona: boa produ-
ção, com nenhuma ou pouca alternância de safra; alta percenta-
gem de flores férteis; baixa tendência de produção de frutos sem 
embrião; frutos coloridos, atrativos, preferencialmente de colora-
ção avermelhada; frutos sem ocorrência de amolecimento interno 
da polpa; resistência ao transporte, embalagem e comercializa-
ção, com duração mínima de dez dias; resistência à antracnose; 
sabor agradável, sem fibras e terebintina; sementes pequenas 
(no máximo 10% do peso total do fruto); variedades com matura-
ção uniforme e porte baixo; alta percentagem de polpa, alto teor 
de suco e baixa percentagem e casca; precocidade de produção 
e período de vida útil longo. 
As características do fruto utilizadas na diferenciação de 
variedades são: forma do fruto e do bico (caracteres principais); 
forma de extremidade da folha e dobradura de folha (caracteres 
 
secundários); configuração da inflorescência, configuração das 
folhas, disposição dos veios do caroço, fibra e sua disposição, 
perfil dos ombros, natureza da cavidade basal e coloração das 
folhas novas (caracteres terciários) (Ramos, 1982). 
 
5.1 Escolha das Variedades 
 
A escolha das variedades é função do tamanho do em-
preendimento e do grau de tecnologia utilizado, devendo-se ob-
servar: 
 
a) diversificação de variedades: recomenda-se a implanta-
ção de três a quatro variedades, sendo 70% da área ocupada 
com a variedade principal (maior aceitação no mercado); os 30% 
restantes do pomar serão ocupados com duas a três variedades 
secundárias. Esse procedimento poderá proporcionar melhores 
produções, menor ocorrência de alternância e baixa frutificação, 
menor incidência de doenças e pragas, além de escalonar a pro-
dução. 
 
 
b) variedade polinizadora: ao se intercalar uma variedade 
polinizadora, pode-se obter produções superiores. A variedade 
Edward pode ser utilizada no plantio intercalar do pomar, em 
proporção de 0,5 a 1,0% do número total de plantas. 
 
 
30 
 
c) tamanho do fruto: o mercado interno exige frutos maio-
res, chegando até 800 g ou mais; para exportação, os frutos de-
verão apresentar em torno de 500 g, de acordo com as exigên-
cias dos importadores. Na avaliação de 15 variedades de man-
gueira cultivadas em São Paulo, Donadio (1982) agrupou os fru-
tos em classes: classe 1 (fruto pequeno, com peso menor que 
250 g); classe 2 (fruto médio, com peso entre 250 e 350 g); clas-
se 3 (fruto grande, com peso entre 350 a 500 g) e classe 4 (fruto 
muito grande, com peso maior que 500 g). 
 
d) época de maturação: variável em função das peculiari-
dades climáticas da região e das práticas de manejo em geral. 
Na Região Sudeste do Brasil, pode-se classificar as variedades 
de mangueira em precoces (maturação em outubro/novembro), 
da estação (maturação em dezembro/janeiro) e tardias (matura-
ção em fevereiro/março). 
 
 
 
5.2 Principais Variedades 
 
 Nas Tabelas 1 e 2 são apresentadas as variedades de 
mangueiras mais cultivadas no Brasil, com as principais caracte-
rísticas, descritas por Donadio (1982) e Melo Nunes (1995). 
 
 Apesar das excepcionais qualidades do fruto da variedade 
Haden, a planta apresenta tendência à alternância de produção e 
incidência elevada de distúrbios, como a malformação floral. Na 
atualidade, representa apenas de 20 a 30% dos pomares tecnifi-
cados, havendo a alternativa de plantio da ‘Haden 2H’ com 
características um pouco superiores. A variedade mais cultivada 
é a Tommy Atkins, com cerca de 60 a 70%, apesar de também 
apresentar problemas, como colapso interno do fruto. 
De acordo com Melo Nunes (1995), no Nordeste as varie-
dades mais disseminadas são a Rosa, Espada e Itamaracá. No 
Centro-Oeste, as variedades Ubá, Bourbon, Haden, Coquinho e 
variações do grupo dominante coração-de-boi (Medina, 1981 e 
Luna, 1988). Na região do Vale do São Francisco, no nordeste 
semi-árido brasileiro, predominam as variedades Haden, Keitt e 
Tommy Atkins nos plantios comerciais. As variedades Van Dyke, 
Surpresa, Kensington e Zill têm sido usadas nos plantios mais 
recentes (Nunes, Sampaio e Rodrigues, 1991). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Destaca-se ainda o grande número de variedades brasilei-
ras de mangueiras, com denominações e características regio-
nais. Donadio et al. (1996) abordaram a caracterização e escolha 
de variedades nacionais considerando-se a tolerância a doenças 
e pragas, produção, qualidade do fruto, época de produção e 
capacidade biológica. Os autores traçaram o perfil de mais de 50variedades, fornecendo informações básicas que auxiliam na es-
colha. 
Especificamente no caso de mangas para processamento 
industrial, Bleinroth et al. (1976) indicam as variedades Imperial, 
Extrema, Oliveira Neto, Mato Dentro e Haden para a produção de 
 
 
34 
manga em calda, e para néctar, as variedades Castro, Cecília 
Carvalho, João Alemão, Non Plus Ultra e São Quirino são as que 
apresentam rendimento superior. Soler (1989), para a mesma 
finalidade, recomenda Pele de Moça, Itamarati, Manga d'água e 
Ubá. Segundo Carvalho Neto e Araújo (1975), as variedades pa-
ra processamento mais indicadas são Itaparica, Maçã, Espada, 
Carlota e Pingo de Ouro. Entre 20 variedades de mangueiras 
avaliadas para o processamento em calda, destacam-se como 
superiores a Surpresa e a Santa Cruz. 
Recentemente o IAC lançou as variedades IAC-103 Espa-
da Vermelha e IAC-104 Dura; a EMBRAPA lançou as variedades 
Alfa Embrapa 142 e Roxa Embrapa 141. Atualmente, observa-se 
a tendência de aumento de área plantada com a manga 'Palmer' 
no Estado de São Paulo, em função de sua maior aceitação no 
mercado interno. 
 
 
6 Planejamento e Instalação do Pomar 
 
6.1 Estudos Prévios 
 
a) perfil mercadológico: considerar os aspectos ligados à 
comercialização (sazonalidade de oferta e preços), exigências 
dos consumidores quanto à qualidade e canais de comercializa-
 
ção, considerando-se o mercado interno de fruta fresca, proces-
samento industrial, exportação de frutos e produtos. 
 
b) variedades e mudas: a escolha correta da(s) varieda-
de(s) é um dos determinantes do sucesso do empreendimento. A 
escolha deverá considerar aspectos como tolerância/resistência 
a doenças e pragas, capacidade biológica e produtiva, qualidade 
do fruto, época de produção, características adequadas ao pro-
cessamento. Outro fator a ser considerado é o estudo de viabili-
dade da instalação de viveiro próprio (grandes pomares) ou a 
aquisição de mudas de viveiristas credenciados. Qualquer que 
seja a alternativa, a qualidade da muda dependerá fundamental-
mente do porta-enxerto utilizado e das características do material 
propagativo (garfos e borbulhas). 
 
c) estimativas de custos de implantação, manutenção 
e rentabilidade: realizar levantamento de dados que possibili-
tem o cálculo do custo de produção, bem como a estimativa de 
rentabilidade da exploração. Nessa oportunidade, avaliam-se a 
necessidade de recursos financeiros, possibilidade de financia-
mento a existência de programas de incentivo à cultura. 
 
6.2 Características da Área 
 
 
 
36 
A mangueira vegeta e frutifica nos mais variados tipos de 
solo e clima; porém, só atinge a sua capacidade produtiva quan-
do é atendida em suas particularidades. Áreas com temperaturas 
baixas (<19oC), possibilidade de geadas, período chuvoso coin-
cidindo com o florescimento, ausência de um período mais seco 
durante o ano e baixa intensidade luminosa, são consideradas 
climaticamente marginais. A possibilidade de controle de cresci-
mento vegetativo e de florescimento, com a finalidade de se ob-
ter safras em período mais favoráveis, depende das característi-
cas climáticas dominantes na área. Deve-se também considerar 
outros aspectos, como: disponibilidade de água, energia elétrica, 
mão-de-obra, estradas de fácil acesso, distância dos centros 
consumidores, indústrias e portos. 
 
6.3 Preparo da Área 
 
De acordo com a dimensão do pomar, práticas de manejo 
e grau de tecnologia a ser adotado poderão ser executados: 
 
a) levantamento planialtimétrico com locação de divisas, 
estradas principais e secundárias, fontes hídricas, estruturas físi-
cas existentes e a serem construídas. 
 
b) construção de estruturas físicas como galpões para in-
sumos, galpões ou 'packing house' para recepção de frutos, 
 
preparo e tratamentos especiais dos frutos, embalagem e arma-
zenamento, amadurecimento, processamento industrial. 
 
c) coleta de amostras do solo na profundidade de 0-20 e 
20-40 cm para determinação de suas características físicas e 
químicas, as quais irão direcionar as práticas de correção e 
adubações. 
 
d) execução de práticas conservacionistas, abertura de 
carreadores, divisão da área em glebas ou talhões, de acordo 
com alinhamento e espaçamentos a serem utilizados. 
 
e) aração, calagem e gradagens, considerando-se que a 
mangueira possui sistema radicular profundo; em terrenos com-
pactados, realizar subsolagem quando necessário. Em geral, re-
comendam-se arações com 30 a 40 cm de profundidade, seguida 
de distribuição de calcário e gradagens. 
 
f) sistemas de plantio e espaçamentos: o sistema de plan-
tio a ser adotado poderá variar com os espaçamentos, topografia 
da área, práticas de manejo a serem utilizadas e, segundo Medi-
na (1981), pode ser quadrangular, retangular, triangular e em 
nível; há, entretanto, a predominância do retangular ou do qua-
drado, aliados com práticas de conservação do solo. O espaça-
mento é definido em função de: 
 
 
38 
♣ características do solo e clima do local de cultivo; por-
ta-enxerto utilizado; características da variedade copa 
(hábitos de vegetação, volume e forma da copa); resis-
tência/tolerância a doenças e pragas; práticas de ma-
nejo do pomar (podas, irrigação, tratos mecanizados); 
destino da produção (mercado ao natural interno ou ex-
terno, industrialização). 
♣ considerando-se que as mangueiras, mesmo enxerta-
das, podem atingir 8-10 m de altura com sua copa a-
tingindo 100 m2 ou mais, bem como sua alta exigência 
em luminosidade para que possa frutificar bem, tradi-
cionalmente utilizam-se espaçamentos amplos (12×10 
m; 10×10 m) que proporcionam baixa densidade de 
plantas por hectare, baixa produtividade inicial, frutos 
de qualidade e facilidades na execução de tratos cultu-
rais. Nesse caso, deve-se verificar a viabilidade da ins-
talação de culturas intercalares, como cereais anuais, 
mamão, abacaxi, melancia e outras, cuja produção po-
derá amortizar os custos de implantação. 
♣ a moderna mangicultura tem optado por plantios mais 
adensados, que possibilitam a obtenção de altas pro-
dutividades nos primeiros anos do pomar, utilizando-se 
espaçamentos como 8×8 m, 8×7 m, 8×6 m, 10×6 m, 
10×5 m. Nesse sistema, observam-se prejuízos em 
termos de qualidade do fruto, queda de produção a 
 
partir do 8o ano do plantio, necessidade de podas regu-
lares tanto nas laterais como no topo das plantas e 
maior dificuldade na execução dos tratos culturais. 
♣ outra alternativa é a duplicação do número de pés ou 
duplo plantio, com espaçamentos como 10×5 m, 8×5 m 
ou até menos, com a eliminação de plantas a partir do 
5o ou 6o ano pós-plantio, tomando-se como parâmetro 
de referência a ocasião em que as distâncias entre as 
copas das plantas atinjam o limite de 1,2 m. 
♣ a pesquisa tem procurado obter mangueiras de peque-
no porte, com boa produtividade e que facilitem a exe-
cução de tratos culturais e colheita. Entre os estudos, 
destacam-se a obtenção de porta-enxertos ananizan-
tes e a interexertia. No primeiro caso, nem sempre ob-
têm-se resultados promissores, que dependem essen-
cialmente do material genético. Porta-enxertos indianos 
como o Malika e Amrapalli nem sempre têm transferido 
à copa o efeito ananizante, como, por exemplo, quan-
do se enxerta a variedade Tommy Atkins sobre Amra-
palli. A interenxertia tem apresentado alguns resultados 
promissores, como a associação das variedades Es-
pada (como porta-enxerto), Santa Alexandrina (inte-
renxerto) e Tommy Atkins (como variedade copa), que 
proporcionou uma redução de 53% na altura quando 
comparada com a enxertia normal (Pinto, 1994). Dessa 
 
 
40 
forma, pode-se reduzir os espaçamentos, chegando-se 
à densidade de 400 plantas/ha. 
 
 
6.4 Plantio 
 
Deverá ser realizado preferencialmente no início do perío-
do chuvoso de cada região, ou em qualquer época quando hou-
ver possibilidade de irrigação. Nessa etapa, deve-se observar as 
seguintes recomendações: 
♣ transportar e manejar asmudas de mangueira com o 
máximo cuidado, evitando-se quebrar a estrutura do 
torrão, o que poderá comprometer o pegamento. 
♣ marcação e abertura de covas (50×50×50 cm) ou sul-
cos (40 a 50 cm de profundidade) nos quais serão 
complementadas as covas; considerar os sistemas de 
alinhamento, espaçamentos e práticas de conserva-
ção. 
♣ considerar os resultados da análise de solo para a a-
dequada adubação de plantio, sugerindo-se como ba-
se a seguinte adubação por cova: 15 a 20 L de esterco 
curtido, 500 g de superfosfato simples, 100 g de cloreto 
de potássio. Quando necessário, além de calagem em 
área total, pode-se aplicar cerca de 300 g/cova de cal-
cário dolomítico, sendo a metade no fundo da cova ou 
 
sulco e o restante superficialmente, sobre a bacia. Os 
componentes da adubação de plantio devem ser mistu-
rados com a camada superficial do solo, separada da 
camada mais profunda no momento da abertura da co-
va. 
♣ abertura das covas no sulco suficiente para acondicio-
nar o torrão da muda. 
♣ colocar a muda na cova, ainda com a embalagem que 
envolve o seu torrão, na posição vertical; retirar então 
a embalagem com o máximo cuidado, evitando-se 
quebrar o torrão, comprimindo então o solo ao seu re-
dor. Deve-se observar que o nível do torrão deve ficar 
cerca de 5 cm acima do nível do solo, visando a man-
ter o colo da muda em seu nível após o plantio. 
♣ confeccionar uma bacia ao redor da muda (80 a 100 
cm de diâmetro), utilizando a camada de solo mais pro-
funda, separada no momento da abertura da cova. 
♣ fazer o tutoramento da muda utilizando estacas de 
bambu ou madeira. 
♣ irrigar com cerca de 30 L de água aplicados ao redor 
da bacia; nos primeiros 30 a 60 dias pós-plantio, caso 
necessário, aplicar 30 L de água por semana. Deve-se 
evitar o acúmulo de água junto ao colo da muda. 
♣ fazer cobertura morta utilizando capim seco, palhas ou 
outro material disponível, dispostos sobre a bacia. Em 
 
 
42 
alguns casos, utilizam-se estruturas como as empre-
gadas em viveiros de cobertura baixa, como meio de 
proteção da muda contra o sol, semelhantes a peque-
nas cabanas, com altura entre 1 a 1,5 m, confecciona-
das com estacas de bambu ou madeira e cobertas com 
palhas de arroz, capim, folhas de coqueiro, folhas de 
bananeira, etc. 
 
 
7. Condução do Pomar 
 
7.1 Nutrição e Adubação 
 
A mangueira, apesar de apresentar relativa tolerância a 
solos de baixa fertilidade e a períodos secos, só alcança produ-
ções satisfatórias e com regularidade quando adequadamente 
atendida em suas exigências nutricionais. Vários pontos devem 
ser observados para o estabelecimento de um esquema de adu-
bação, como peculiaridades em termos de crescimento, floresci-
mento e frutificação, correlação entre aspectos nutricionais e 
problemas de alternância e baixa frutificação e extração de nutri-
entes. 
 
 
 
 
 
7.1.1 Princípios Básicos 
 
A quantidade de nutrientes extraídos pela mangueira po-
derá atingir valores elevados, considerando-se que a produtivi-
dade pode se situar entre 15 a 30 t de frutos/ha; deve-se também 
ressaltar que em muitos casos é cultivada em solos de baixa 
fertilidade e que, além dos nutrientes retirados pela planta, 
poderão ocorrer perdas significativas por lixiviação e por erosão. 
Os valores médios dos nutrientes extraídos por hectare, 
considerando-se uma produtividade média de 15 t, foram estima-
dos Hiroce et al. (1978) para três cultivares (Haden, Extrema e 
Carlota) e duas partes do fruto (casca e polpa + semente), ob-
tendo-se os seguintes valores (kg/ha): N - 19,23; P - 2,82; K - 
29,66; Ca - 2,76; Mg - 2,40; S - 2,78. A exportação dos macronu-
trientes através dos frutos indica que a exigência da mangueira 
obedece à seqüência K, N, P, S, Ca e Mg. 
Outro fundamento básico com relação à nutrição da man-
gueira refere-se à associação que deverá existir entre a quanti-
dade de nutrientes a ser aplicada e os estádios fisiológicos do 
ciclo. É fundamental conhecer as épocas em que ocorrem os 
surtos vegetativos e os de florescimento, que variam de acordo 
com as condições edafoclimáticas, cultivares e práticas de mane-
jo (irrigação, podas e indução de florescimento). 
 
 
44 
Os valores médios dos teores de nutrientes em folhas de 
mangueira em função de diferentes estádios indicam a ocorrên-
cia de duas etapas distintas, sendo a primeira compreendida en-
tre a colheita e início de novo florescimento, período em que há 
acúmulo de nutrientes; a segunda etapa abrange o período do 
desenvolvimento do fruto até sua colheita, quando há diminuição 
dos teores de nutrientes nas folhas (Tabela 3). O conhecimento 
dos períodos de maiores exigências das plantas evidencia a fase 
em que os nutrientes devem ser fornecidos ou estarem disponí-
veis para as mesmas. Deve-se prever um fornecimento de nutri-
entes durante todo o ciclo da cultura visando a não comprometer 
a safra seguinte. 
Na Região Sudeste, as mangueiras florescem entre maio 
a setembro, concentrando o período de colheita ao final e início 
do ano. Em fevereiro, março e abril (pós-colheita) ainda há tem-
peratura e chuva razoavelmente favoráveis para as atividades 
fisiológicas da planta, o que favorece a realização de uma ou du-
as adubações em cobertura. Em regiões quentes e semi-áridas, 
quando se utilizam práticas como a irrigação, podas e indução de 
florescimento, deve-se adaptar as adubações aos períodos em 
que ocorrem os diferentes estádios. 
Como por exemplo, as induções de florescimento realiza-
das em fevereiro/março/abril proporcionam colheitas em agos-
to/setembro/outubro, indicando que, nessas condições, as adu-
bações deverão ser realizadas nos meses de novembro a janei-
 
ro. De uma maneira geral, outras adubações em cobertura deve-
rão ser realizadas na fase de desenvolvimento do fruto. 
 
7.1.2 Nutrientes e seus Efeitos 
 
a) Nitrogênio (N) 
A deficiência de N afeta negativamente a produção, pois 
este nutriente está diretamente relacionado aos surtos vegetati-
vos, emissão de gemas florais e frutificação. Mangueiras ade-
quadamente nutridas com N emitem regularmente brotações 
que, ao atingirem a maturidade, resultam em panículas respon-
sáveis pela frutificação. A relação entre o aumento dos níveis de 
N e o aparecimento do distúrbio denominado 'soft-nose' não está 
definitivamente esclarecida, pois a incidência desse distúrbio pa-
rece estar mais correlacionada com a disponibilidade de cálcio do 
que com a elevação do nitrogênio. 
 
b) Fósforo (P) 
Apresenta efeitos favoráveis no crescimento vegetativo 
das plantas em formação e favorece o desenvolvimento do sis-
tema radicular. Apesar de mangueiras em produção exigirem 
quantidades significativamente menores de fósforo do que nitro-
gênio e potássio, recomenda-se a aplicação regular desse nutri-
ente nas adubações, uma vez que os seus teores nos solos são 
normalmente baixos, além das altas taxas de fixação. 
 
 
46 
 
c) Potássio (K) 
É o nutriente mais importante em termos de produção e 
qualidade de frutos, havendo alta correlação entre níveis ade-
quados de potássio e produções regulares e satisfatórias. Níveis 
baixos de potássio resultam na diminuição da produção de amido 
e, conseqüentemente, da produção. Esse nutriente também está 
envolvido com os processos de fotossíntese, respiração e circu-
lação da seiva. 
 
d) Cálcio (Ca) 
Exerce a função de ativador de enzimas e favorece o de-
senvolvimento do sistema radicular e suas atividades. Quando 
em deficiência, poderá reduzir a produção, uma vez que está li-
gado à germinação do grão de pólen e ao desenvolvimento do 
tubo polínico. Se o teor de Ca for mantido em 2,5% na matéria 
seca da folha, ou pouco mais, o distúrbio 'soft-nose' será reduzi-
do a baixos índices. Este se caracteriza como o aparecimento de 
uma fenda no lado ventral da polpa e em torno do ápice do fruto, 
quando ainda está na planta. 
 
 
e) Magnésio (Mg) 
Componente da clorofila e indutor de enzimas ativadoras 
de aminoácidos responsáveis pelasíntese protéica. Sua defici-
 
ência poderá provocar redução no desenvolvimento, desfolha 
prematura e diminuição da produção. Adubações com altas do-
ses de potássio diminuem a sua absorção, devendo-se, portanto, 
verificar a relação K:Mg quando esquematizar as adubações. 
 
 
f) Enxofre (S) 
Componente de aminoácidos e de todas as proteínas ve-
getais, desempenha o papel de ativador enzimático e participa da 
síntese de clorofila. Em nível deficiente, retarda o crescimento da 
mangueira e provoca desfolha. Sua disponibilidade é reduzida 
pelo uso contínuo de adubos formulados que não o contém em 
sua composição. 
 
g) Boro (B) 
É fundamental para a formação da parece celular, divisão 
e aumento do tamanho das células e transporte de carboidratos. 
Sua deficiência induz à formação de brotações de tamanho redu-
zido, com folhas pequenas e coriáceas. Poderá ocorrer ainda 
redução significativa da produção em virtude da morte da gema 
terminal, baixa germinação do grão de pólen ou não desenvolvi-
mento do tubo polínico. A morte de gemas terminais resulta na 
perda da dominância apical, induzindo a emissão de grande nú-
mero de brotos vegetativos originados das gemas axilares dos 
ramos principais. Dessa forma, o distúrbio denominado vassoura- 
 
 
48 
de-bruxa ou malformação vegetativa pode estar associado à de-
ficiência de B. 
 
h) Zinco (Zn) 
É um micronutriente essencial na síntese do triptofano, 
que é precurssor do fitohormônio ácido indolacético (AIA) que, 
por sua vez, está associado ao volume celular. Assim, plantas 
deficientes apresentam células menores e em menor número, 
ocorrendo então o encurtamento dos internódios, aumento da 
espessura do limbo foliar, tornando-o quebradiço. Os distúrbios 
denominados malformação floral (ou embonecamento) e malfor-
mação vegetativa (ou vassouras-de-bruxa) podem estar associa-
dos à deficiência também de Zn, uma vez que as plantas emitem 
panículas pequenas, de formas irregulares, múltiplas e deforma-
das. 
 
i) Cobre (Cu) 
Considerado como um ativador de enzimas que oxidam 
fenóis, apresenta efetiva participação nos mecanismos da respi-
ração e fotossíntese. Sua deficiência acarreta a presença de bro-
tos terminais fracos, que perdem as folhas, ocorrendo a morte 
progressiva em função do secamento da ponta para baixo. 
 
j) Ferro (Fe) 
 
Componente dos citocromos e ativador de enzimas, parti-
cipa na formação da clorofila e síntese de proteínas. Sua defici-
ência caracteriza-se pela clorose típica em folhas novas, através 
da formação de um reticulado verde das nervuras, em contraste 
com o amarelado do limbo foliar. A deficiência é induzida em so-
los ácidos pelo excesso de manganês, bem como nos solos que 
apresentam pH elevado. 
 
k) Manganês (Mn) 
É considerado essencial para formação da clorofila e para 
a formação, multiplicação e funcionamento do cloroplasto. Sua 
deficiência causa redução no crescimento semelhante às defici-
ências de P e Mg. Folhas novas apresentam o limbo verde-
amarelado sobre o qual destaca-se o reticulado verde das nervu-
ras, porém mais grosso que no caso do ferro. Sua disponibilidade 
no solo é reduzida quando se realizam calagem e aplicação de 
altas doses de P. 
 
 
 
7.1.3 Recomendação de Adubação 
 
Os resultados das análises de solo, associados aos da 
análise foliar realizados anualmente para cada talhão, servirão 
como suporte para se traçar um esquema de adubação. Reco-
 
 
50 
menda-se coletar amostras nas camadas de 0-20 e 20-40 cm de 
profundidade, na projeção da copa, região de aplicação dos ferti-
lizantes. 
Para a diagnose foliar da mangueira, deve-se considerar 
que o teor de nutrientes na matéria seca das folhas poderá variar 
em função da idade da folha, posição nos ramos, produção da 
planta, estádio fisiológico, cultivar, tipo de solo e práticas cultu-
rais. Dessa forma, só será viável a correlação de resultados da 
análise foliar com um determinado padrão de nutrientes na maté-
ria seca da folha, quando os procedimentos de amostragem fo-
rem semelhantes. 
Segundo Guimarães (1982), as folhas devem ser amos-
tradas em ramos de 4 a 7 meses de idade, ao acaso, entre a 
terceira e sexta a folha a uma altura de 1,20 a 2,40 m. Em cada 
planta, coletar nos quatro lados (N, S, L, O) de 6 a 8 folhas por 
planta, num total de 10 plantas a cada 2 ha. Nesse caso, os pa-
drões desejáveis para os teores de nutrientes estão apresenta-
dos na Tabela 4. 
Malavolta (1992) recomenda a amostragem das folhas na 
época de florescimento, segunda ou terceira folha, na base da 
panícula, amostrando-se 60 folhas a cada 2 ha. Na Tabela 5 es-
tão apresentados os teores dos nutrientes, agrupados em três 
níveis (baixo, médio e adequado), com os quais deve-se fazer as 
correlações com os resultados da análise. 
 
De acordo com as indicações e relatos de Guimarães 
(1982) e Kavati (1989), um esquema de adubação para a man-
gueira deverá considerar as seguintes particularidades: 
a) a alternância de produção em mangueiras pode estar 
ligada à relação C/N, que quando está alta e com a planta 
possuindo suficiente reserva de amido, induz o florescimento. No 
caso de crescimento vegetativo acentuado e baixa frutificação, 
deve-se elevar as adubações com potássio e fósforo. Em caso 
contrário, elevar a fertilização com nitrogênio, porém em doses 
estritamente necessárias para um mínimo de crescimento vege-
tativo. Dessa forma, o equilíbrio e a regularidade do binômio ve-
getação/frutificação em mangueira dependem em muito das rela-
ções N/K e N/P. 
 
b) deve-se procurar elevar os teores de cálcio no solo e na 
planta e, simultaneamente, fornecer também fósforo e potássio, 
considerando-se a existência de antagonismos. 
 
c) fornecer boro e zinco via foliar e, se possível, também 
via solo, associados ao fornecimento de cálcio. A aplicação via 
foliar deverá ser feita antes do florescimento (abril/maio na região 
Sudeste) e repetida cerca de 30 dias após o pico de florescimen-
to. Recomenda-se, de forma geral, 300 g de sulfato de zinco e 
150 g de ácido bórico/100 L de água, associados a um produto 
quelatizado fornecedor de cálcio. 
 
 
52 
 
d) reduzir o teor de manganês através do fornecimento de 
cálcio. 
 
e) as aplicações de fósforo e nitrogênio poderão ser feitas 
de uma só vez, no início do período chuvoso, o potássio poderá 
ser dividido em duas aplicações. Deve-se considerar, entretanto, 
os aspectos relatados no item 7.1.1. 
 
f) as calagens deverão ser realizadas no início do período 
chuvoso, procurando-se elevar a saturação de bases para 70%. 
 
g) devido à profundidade do sistema radicular da manguei-
ra, recomenda-se que os adubos sejam aplicados em sulcos a-
bertos a 3 m de distância do tronco e a uma profundidade de 20 
a 30 cm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nas Tabelas 6 e 7 são apresentadas sugestões de aduba-
ção para o Estado da Bahia, segundo Carvalho, Magalhães e 
Souza (1989) e Pereira, Faria e Albuquerque (1989). As mesmas 
destinam-se apenas como referencial básico, uma vez que um 
esquema correto de adubação deverá levar em conta as peculia-
ridades de cada cultivo. 
No plantio, o fósforo e o nitrogênio devem ser aplicados 
em dose total, sendo metade do nitrogênio na forma orgânica (15 
L de esterco de curral por cova misturado ao solo) e a outra me-
 
tade na forma mineral. O potássio será aplicado 30 a 60 dias a-
pós o plantio. 
 No período de desenvolvimento vegetativo, o fósforo deve 
ser aplicado no começo da estação chuvosa e o nitrogênio e o 
potássio no início e no fim dessa estação (duas doses iguais). No 
período de produção, as quantidades dos adubos devem ser fra-
cionadas em duas aplicações - antes da floração e no início da 
frutificação. 
Nos plantios irrigados, o nitrogênio e o potássio são apli-
cados a cada quatro meses, a partir do plantio. O fósforo é apli-
cado de uma sóvez. Na frutificação, o nitrogênio e o potássio 
são aplicados parceladamente - antes da floração e no início da 
formação dos frutos. 
 
 
 
56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.2 Doenças e Pragas 
 
 
58 
 
7.2.1 Doenças 
 
A mangueira é uma frutífera suscetível a uma grande di-
versidade de doenças causadas por fungos, bactérias e outros 
organismos que podem não só limitar a sua produção, como 
também comprometer a qualidade dos frutos, o que é particular-
mente importante quando se destinam à exportação. 
O incremento do cultivo da mangueira ocorrido nas últimas 
décadas foi essencialmente realizado à base da introdução de 
novas variedades, oriundas de outros países produtores e que, 
na maioria dos casos, apresentam frutos de grande aceitação no 
mercado, porém, altamente suscetíveis ao ataque de doenças e 
pragas. 
O estabelecimento de um controle integrado dos patóge-
nos deverá considerar a sintomatologia, epidemiologia, distribui-
ção nas regiões produtoras e índices de danos causados. Além 
do controle por meio de defensivos, medidas alternativas pode-
rão minimizar os prejuízos, como espaçamentos adequados, ex-
posição da área, podas, retirada e enterrio de frutos, queima de 
ramos podados. 
 
a) Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides, Penz) 
Considerada a mais importante doença da mangueira em 
virtude de sua ampla disseminação nas regiões produtoras, 
resultando em grandes prejuízos na produção e qualidade de 
 
sultando em grandes prejuízos na produção e qualidade de fru-
tos, esta doença provoca desfolhamento da planta, queda de 
flores e frutos, perda de qualidade dos frutos, devendo merecer 
cuidados especiais do produtor. 
O fungo ataca ramos novos, folhas, inflorescências e fru-
tos. Nas folhas, há o aparecimento de manchas escuras e de 
contornos irregulares, que resultam em lesões ou perfurações 
quando os tecidos necrosados se destacam. As inflorescências 
atacadas apresentam flores escuras, tomando o aspecto de 
queimadas pelo fogo, morrendo a seguir. As lesões na ráquis 
podem levar à queda dos frutos antes de sua maturação fisioló-
gica ou sua mumificação quando ainda novos. No período de 
maturação, há o aparecimento de lesões escuras e deprimidas 
na casca, que podem se aprofundar atingindo também a polpa. 
O fungo poderá sobreviver em ramos secos e em lesões 
velhas presentes em órgãos que permaneçam no solo. A disse-
minação dos conídios se faz através da água de chuva ou irriga-
ção, e alta umidade relativa (90-95%) e temperatura mais amena 
favorecem o desenvolvimento da doença. 
As várias possibilidades de controle devem ser integradas 
de tal forma que se obtenha eficiência com menor custo e menor 
dano ao meio ambiente, recomendando-se: 
♣ Escolha de variedades: há variedades menos suscetí-
veis, como a Palmer, Paris, Pico e Springfield (Guiné); 
Early Gold, Florigon, Saigon, Carrie e Edward (EUA); 
 
 
60 
Santa Alexandrina, Espadão, Extrema, Itamaracá, Non-
Plus-Ultra, Ubari, Ubá e Tommy Atkins (Brasil). 
♣ Implantação e manejo do pomar: evitar a implantação 
de pomares em regiões climaticamente marginais para 
a mangueira, como regiões que apresentam chuvas no 
florescimento. Adequar a escolha de espaçamentos 
com a execução de podas de arejamento e limpeza. 
Observar a época adequada para a indução do flores-
cimento, evitando-se a coincidência com períodos cli-
máticos favoráveis ao desenvolvimento do patógeno. 
♣ Controle químico: deve ser executado a partir do início 
do desenvolvimento das panículas, quando as flores 
ainda não se abriram. O número de pulverizações é va-
riável de acordo com as condições ambientais e desti-
no do fruto (exportação, mercado interno, indústria). 
Até o vingamento definitivo dos frutinhos, recomenda-
se a aplicação de soluções contendo produtos como 
Benomyl (0,03%), Mancozeb (0,16%) e Tiofanato metí-
lico (0,05%), em intervalos de 7 a 15 dias. Após essa 
fase, poderá ser feita complementação com cerca de 
mais duas aplicações, alternando com fungicidas cú-
pricos ou orgânicos. 
 
b) Oídio (Oidium mangiferae, Bert) 
 
 Responsável por redução da produção, pois além 
de incidir sobre folhas e brotações novas, poderá atacar as inflo-
rescências, impedindo a frutificação. 
O ataque do fungo caracteriza-se por provocar aspecto de 
mofo ou pó branco-acinzentado, que recobre brotações e folhas 
novas, resultando em queda. As flores em formação não conse-
guem se abrir e caem. Os frutos infectados, quando pequenos, 
também podem cair ou então permanecerem presos às panícu-
las, rachando e exsudando uma goma esbranquiçada. A incidên-
cia sobre as inflorescências é favorecida em épocas de tempera-
turas mais baixas e alta umidade, logo após período mais seco. 
Folhas velhas e panículas que permaneceram na planta de um 
ciclo para outro constituem-se em fontes de inóculo, favorecendo 
a esporulação do fungo, principalmente nas áreas mais sombre-
adas do interior da copa. A disseminação ocorre através de ven-
tos e água de chuva. 
O controle pose ser feito através de: 
♣ Escolha de variedades: as variedades consideradas to-
lerantes ao Oídio são a Gondo, Carrie, Sensation, 
Tommy Atkins, Carlota, Espada, Imperial, Brasil e Oli-
veira Neto. 
♣ Implantação e manejo do pomar: associar a escolha 
dos espaçamentos a práticas de manejo, como podas 
de arejamento e de limpeza. Plantios adensados, pro-
 
 
62 
porcionando pouca insolação, irão favorecer o desen-
volvimento e a disseminação do patógeno. 
♣ Controle químico: recomendam-se três aplicações de 
defensivos nos estádios de flores ainda fechadas, a-
pós a queda das pétalas, e, por último, no pegamento 
dos frutinhos. Entre os produtos, relacionam-se aque-
les à base de enxofre, tiofanato metílico, dinocap ou o-
xitroquinox. 
 
c) Murcha ou Seca da Mangueira (Ceratocystis fimbriata, 
Ell e Halst) 
Provoca a murcha e seca dos ponteiros, diminuindo o vi-
gor da planta e sua possibilidade de emissão de inflorescências, 
chegando em fase mais avançada a ocorrer a morte da planta. 
Os sintomas assemelham-se aos observados quando se 
queima pelo fogo um ramo da mangueira. Inicialmente há o ama-
relecimento das folhas dos ponteiros, seguido de seu secamento, 
ficando, entretanto, aderidas ao ramo. Há exsudação da seiva 
em alguns pontos e, com a evolução da doença, ocorre a morte 
do galho infectado e daqueles situados ao seu redor, que tam-
bém vão progressivamente sendo contaminados. Os galhos, 
troncos ou raízes infectados apresentam sob a casca tecido de 
coloração escura, em contraste com o tecido sadio. 
A penetração do fungo no interior da planta ocorre através 
dos orifícios de galerias abertas pela broca Hypocryphalus mangi-
 
ferae. O mesmo pode permanecer no solo e nos ramos secos e a 
disseminação é feita além da broca, através de mudas ou solo 
oriundo de pomar contaminado. A penetração pelas raízes inde-
pende de ferimentos e a planta morre rapidamente, ao contrário 
do que ocorre quando incide na parte aérea, não ocorrendo tam-
bém os sintomas descritos. 
O controle pode ser feito através de: 
♣ Escolha de variedades: como porta-enxertos resisten-
tes, são mencionados a Espada, Jasmim, IAC-Touro e 
IAC-Coquinho. As variedades copa apresentam grau 
de resistência variável de acordo com a região porém, 
são consideradas resistentes as variedades Rosa, Sa-
lina, Oliveira Neto, São Quirino, Espada, Jasmim, Keitt, 
Sensation, Kent, Irwin e Tommy Atkins. 
♣ Aquisição de mudas: adquirir mudas de viveiristas re-
gistrados, preferencialmente de locais onde não exis-
tam focos da doença. 
♣ Realização de inspeções periódicas para identificar a 
presença da doença. 
♣ Poda de ramos atacados, a 40 cm do ponto de infe-
ção, e queima das partes podadas. Proteger as partes 
cortadas com pasta cúprica na qual pode-se adicionar 
Carbaril a 0,2 - 0,4%. As ferramentas utilizadas na po-
da devem ser desinfestadas em hipoclorito de sódio a 
2%. 
 
 
64 
 
d) Podridãode frutos 
 As podridões do pedúnculo e da base do fruto em 
formação podem ser de difícil controle na fase pós-colheita. Es-
sas podridões, além de provocar a queda de frutos, prejudicam 
sua aparência externa e qualidade da polpa. Condições de alta 
precipitação e alta temperatura durante a época de colheita favo-
recem a incidência de uma série de fungos, dentre os quais, des-
tacam-se: Hendersonula toruloidea, Botryodiplodia theobromae, 
Diplodia natalensis, Diaporthe citri, Pestalotia mangiferae, Asper-
gillus flavus. 
Além de práticas culturais como as podas de arejamento e 
de limpeza, recomendam-se pulverizações preventivas pré-
colheita (15 a 30 dias antes da colheita), com Benomyl (0,03%) 
ou Oxicloreto de Cobre (2,8 g i.a./L) mais espalhante adesivo, 
direcionadas principalmente para o pedúnculo e a base do fruto. 
e) Mancha-Angular (Xanthomonas campestris pv. Mangife-
rae indicae) 
Constitui-se em uma das principais doenças bacterianas 
da mangueira, ocasionando perdas significativas na produção e 
limitando a expansão da cultura em determinadas regiões. 
A bactéria pode atacar folhas, inflorescências e frutos. Nas 
folhas aparecem manchas angulares, de coloração pardo-escura, 
delimitadas pelas nervuras e envoltas por halo amarelado, culmi-
nando com perfurações nas folhas. Nos ramos observam-se 
 
murcha e secamento da parte terminal, rachaduras longitudinais, 
porém sem queda de folhas. Nas panículas aparecem lesões 
negras e profundas, com rachaduras e exsudação de goma. Nos 
frutos as lesões são circulares, verde-escuras, ocasionando ra-
chaduras e queda dos mesmos. Se o pedúnculo for atacado, há 
murcha e mumificação do fruto. Períodos com alta umidade e 
temperatura oferecem condições favoráveis ao seu desenvolvi-
mento. A bactéria pode ser disseminada por mosca-das-frutas, 
mariposas, cochonilhas e formigas, além da possibilidade via 
sementes. 
O controle pode ser feito através de: 
♣ Escolha de variedades: são consideradas tolerantes ou 
com certo grau de resistência, as variedades Haden, 
Sensation, Kensigton, Carabao e Early Gold. 
♣ aquisição de mudas: adquirir mudas de viveiristas re-
gistrados, procedentes de regiões que não apresentem 
alta incidência da doença. 
♣ realizar inspeções periódicas, fazendo a erradicação e 
destruição de plantas altamente atacadas. 
♣ controle químico através de pulverizações preventivas, 
quinzenais, aplicando-se solução contendo oxicloreto 
de cobre e óleo mineral, quando da ocorrência de sur-
tos vegetativos e no florescimento. Deve-se evitar as 
pulverizações durante as horas mais quentes do dia 
pela possibilidade de ocorrer queimaduras. 
 
 
66 
 
f) Malformação vegetativa e floral 
As enfermidades denominadas malformação vegetativa ou 
vassoura-de-bruxa e malformação floral ou embonecamento são 
os principais fatores que limitam a exploração, ocorrendo em al-
gumas regiões a erradicação de pomares. Seu agente causal 
ainda não foi bem definido, mas admite-se que o ataque de fun-
gos (Fusarium oxysporum, F. moniliforme, F. moniliforme var. 
subglutinans, F. decemcellulare, Cillindrocarpon mangiferae), ví-
rus e micoplasma, ácaros (Aceria mangiferae), bem como defici-
ências nutricionais e distúrbios fisiológicos, hormonais e genéti-
cos sejam as acusas mais prováveis da doença. 
A malformação vegetativa pode ser observada em plantas 
adultas ou em mudas no viveiro, atingindo as gemas vegetativas. 
Caracteriza-se pela produção de um grande número de brotos 
com internódios curtos e folhas rudimentares, semelhantes à 
vassoura-de-bruxa. Plantas adultas ou mudas afetadas apresen-
tam crescimento retardado e, caso sejam fornecedoras de mate-
rial propagativo (gemas e garfos), poderão originar plantas que 
terão o mesmo problema. 
A malformação floral caracteriza-se por panículas compac-
tas, que perdem a sua tradicional forma piramidal em decorrência 
dos encurtamentos do eixo principal e das ramificações secundá-
rias. Forma-se uma massa de flores composta por 3 a 4 vezes 
mais flores do que o normal, havendo alteração no tipo, quando 
 
as hermafroditas são substituídas por masculinas. As inflores-
cências são totalmente estéreis, murcham e se transformam em 
uma massa negra que pode permanecer por vários meses na 
planta. 
O fungo sobrevive na planta, nos tecidos vivos ou mortos 
caídos no chão e principalmente nos órgãos infectados. Sua dis-
seminação ocorre por ácaro, insetos e instrumentos de poda. 
Penetra na planta por ferimentos e é inoculado quando a seiva 
da planta infectada é transferida para a seiva da planta sadia. 
Temperaturas amenas favorecem seu desenvolvimento, 
com menor incidência da anomalia em variedades de floração 
tardia. É facilmente verificada nos períodos em que a planta emi-
te suas brotações e/ou inflorescências. A idade das plantas tam-
bém parece influir na propagação da doença, sendo as de cinco 
a dez anos de idade as mais afetadas, e o índice de ocorrência 
decresce à medida que a planta vai envelhecendo. 
A análise de tecidos malformados nos quais se isolou o 
Fusarium oxysporum var. subglutinans apresentou níveis eleva-
dos de etileno, ácido abscísico e giberélico, e baixos de ácido 
indolacético, resultando em desequilíbrio. As pesquisas têm de-
monstrado que a pulverização de substâncias visando a restabe-
lecer o equilíbrio dentro da planta pode se tornar uma alternativa 
de controle. Dessa forma, a aplicação de quelatos específicos, 
ácido ascórbico, nitrato de prata, metabissulfito de potássio ou 
ácido naftaleno acético, antes da diferenciação floral, pode resti-
 
 
68 
tuir o equilíbrio e diminuir o índice de ramos e panículas malfor-
madas. 
O controle pode ser feito através de: 
♣ escolha de variedades: na Índia é citada a variedade 
Bhadavran como a única resistente. No Brasil, as vari-
edades Tommy Atkins e Haden apresentam maior sus-
cetibilidade para malformação floral, e as variedades 
Keitt e Palmer, para a malformação vegetativa. 
♣ aquisição de mudas: evitar mudas oriundas de viveiros 
onde há grande incidência de enfermidades. Conside-
rar a origem do material de propagação (gemas, gar-
fos). 
♣ inspeções periódicas e podas: logo após a identifica-
ção das plantas com os sintomas, realizar poda dos 
ramos e eliminação das panículas. As ferramentas uti-
lizadas nas podas devem ser imersas, após cada corte, 
em solução composta por 1 parte de água sanitária pa-
ra 3 partes de água. Queimar o material podado. 
♣ erradicação de plantas: plantas podadas em uma pri-
meira etapa e que voltarem a apresentar novamente 
índices elevados de malformação devem ser arranca-
das e queimadas. 
♣ pulverização de quelatos (Mangiverin Zn2+ e Mangife-
rin Cu2+), ácido ascórbico, nitrato de prata, metabis-
 
sulfito de potássio ou ácido naftalenoacético (200 
ppm), três meses antes da floração. 
♣ controle químico de ácaros (enxofre molhável ou qui-
nomethionate) na fase pré-florescimento, bem como 
pulverizações com benomyl e outros defensivos reco-
mendados para controle de oídio e podridão-seca re-
duzem as possibilidades de ocorrer a malformação. 
 
g) Colapso interno do fruto 
Esta enfermidade ou distúrbio fisiológico é conhecido co-
mo amolecimento da polpa, coração mole, podridão aquosa e 
podridão interna do fruto. Em outras regiões produtoras de man-
ga no mundo, é denominada de soft-nose, internal breakdown, 
internal physiologycal flesh breakdown, prematur ripening, stem 
end breakdown e jelly seed. Além da diversidade de denomina-
ções e de sintomas relatados, existem controvérsias quanto à 
sua etiologia, havendo a associação com fatores genéticos, fitos-
sanitários, nutricionais e edafoclimáticos. 
O colapso interno pode aparecer em frutos que se encon-
tram nos estádios iniciais de maturação e também após colhidos. 
Inicialmente ocorre a desintegração do sistema vascular na 
região de ligação pedúnculo/endocarpo, ocorrendo a separação 
da semente dos tecidos ao seu redor. Ao se fazer um corte longi-
tudinal no fruto, observa-seclaramente um espaço vazio entre a 
semente e o pedúnculo. A polpa começa a se desintegrar, toma 
 
 
70 
o aspecto gelatinoso, muda de coloração alaranjada-amarelada 
para alaranjada-escura e, em estádio avançado, torna-se aquo-
sa, com odor de fermentação. Esses sintomas manifestam-se 
internamente no fruto, enquanto na parte externa quase não se 
notam alterações muito visíveis. Em alguns casos há o apareci-
mento de manchas mais claras, principalmente na base do fruto. 
As pesquisas destinadas à verificação dos agentes res-
ponsáveis pelo distúrbio incluíram, entre outros, estudos na área 
patológica (Xanthomonas), nutricionais (N, Ca, K, B, N/Ca, N/K), 
comportamento varietal e ponto de colheita (colheita precoce ou 
de vez reduziria o colapso). Contudo, há um certo consenso de 
que o problema não seja de origem patológica e sim fisiológica, 
provavelmente em decorrência de desequilíbrio nutricional. 
O controle pode ser feito através de: 
♣ Escolha de variedades: as variedades poliembriônicas 
e fibrosas como Espada, Rosa, Coquinho e Rosinha 
são mais resistentes, ao passo que variedades melho-
radas, como Tommy Atkins, Van Dicke, Zill, Kent, Keitt, 
Irwin e Sensation apresentam maior incidência do dis-
túrbio. 
♣ Controle nutricional: elevar a saturação de bases (V%) 
para 70%, através de aplicação de calcário e comple-
mentar com pulverização de nitrato de cálcio sobre a 
planta. Valores iguais ou superiores a 2,5% de cálcio 
 
na matéria seca das folhas reduzem a ocorrência do 
colapso. 
♣ Controle cultural: colher os frutos o mais precocemente 
possível (de vez), prática que também reduz o índice 
de colapso interno. 
 
h) Outras doenças 
Além das doenças descritas, são relatadas outras que po-
derão assumir importância econômica, como murcha-de-
esclerócio (Sclerotium sp.), verrugose (Elsinoe mangiferae), mofo 
(Botrytis cinerea), morte-descendente ou podridão-seca-da-
mangueira (Botryodyplodia theobromae). 
 
7.2.2 Pragas 
 
A mangueira é hospedeira de diversas espécies de inse-
tos e ácaros, e a importância econômica das mesmas geralmen-
te varia em função da região e das variedades que compõem o 
pomar. 
Em regiões produtoras, o ataque de pragas, tais como co-
chonilha e mosca-das-frutas tem preocupado demais os mangi-
cultores, uma vez que provocam queda de produtividade, diminu-
ição da qualidade dos frutos, além de dificultar a comercializa-
ção. 
 
 
 
72 
a) Mosca-das-frutas 
As moscas das frutas constituem-se na mais importante 
praga da fruticultura mundial, ocasionando a destruição da polpa 
dos frutos e facilitando a penetração de outras pragas e doenças. 
Além dos prejuízos na produtividade e qualidade, constituem-se 
numa das principais barreiras ao aumento das exportações, uma 
vez que os países importadores estabelecem medidas quarente-
nárias extremamente rigorosas. 
Os seguintes gêneros e espécies são os mais comuns: 
Anastrepha fraterculus, Anastrepha obliqua, Anastrepha serperti-
na, Ceratitis capitata. 
No Brasil, a Anastrepha obliqua é a principal espécie a a-
tacar os frutos da mangueira. Os insetos adultos abrigam-se nas 
hospedeiras circunvizinhas ao pomar, onde se reproduzem. As 
fêmeas ovopositam abaixo da casca dos frutos, ainda imaturos. 
Ocorre então a eclosão das larvas que penetram na polpa. Du-
rante seu desenvolvimento, a larva passa por três estádios e, em 
seguida, abandona o fruto e empupa no solo (1 a 10 cm de pro-
fundidade). O adulto emerge da pupa e aflora à superfície em 
condições de acasalar, completando, dessa forma, o ciclo bioló-
gico. Este pode variar entre 31 a 43 dias, com as fêmeas vivendo 
em média 10 meses, período em que põem cerca de 800 ovos. 
O controle pode ser feito através de várias metodologias, 
preferencialmente de forma associada, compondo um programa 
integrado com maior eficiência e menor custo. 
 
 
1) Método Químico: a aplicação de defensivos só é reali-
zada a partir do momento em que o monitoramento periódico 
indicar uma população mínima de insetos adultos. De acordo 
com Cunha et al. (1994), a detecção das moscas pode ser feita 
da seguinte forma: 
♣ frascos adequados ao controle da mosca, usualmente 
encontrados no mercado, deverão conter uma solução 
composta por hidrolizado enzimático de proteína (5%) 
em solução aquosa com 5% de bórax (tetraborato de 
sódio). 
♣ distribuir os frascos ou armadilhas, devidamente nume-
rados, em locais sombreados, sob a copa das árvores, 
em número médio de 3 armadilhas/km2. 
♣ realizar vistorias nas armadilhas a cada 7 dias, proce-
dendo-se à coleta dos insetos em peneira de malha fi-
na, que são colocados em frascos contendo álcool a 
70%. Nessa ocasião, serão feitas ainda a limpeza da 
armadilha e a substituição de solução atrativa. A pre-
sença de pelo menos 5 moscas por armadilha indica a 
necessidade do controle químico. Haji (1995) reco-
menda a aplicação de isca tóxica constituída por mela-
ço de cana ou proteína hidrolisada, associada a um in-
seticida (Malathion), na proporção de 200 mL de mala-
thion, 7 L de melaço ou 1 L de proteína hidrolisada pa-
 
 
74 
ra 100 L de água. As aplicações devem ser feitas em 
cobertura, utilizando-se um pulverizador costal com bi-
co leque ou um pulverizador tratorizado, pulverizando-
se em intervalos de dez dias, 100 mL da calda por 
planta, a cada cinco fileiras (ruas), procurando-se atin-
gir a face inferior da folhagem. As aplicações deverão 
ser feitas nas horas menos quentes, pela manhã ou ao 
final da tarde. Deve-se obedecer criteriosamente às 
observações sobre o preparo e aplicação do inseticida, 
inclusive o período de carência. Outra metodologia de 
aplicação é sugerida por Cunha et al. (1994), através 
de solução contendo 200 g de produto à base de Tric-
hlorfon (80%) ou 200 mL de Malathion em 100 L de 
água, nos quais são adicionados 5 kg de melaço. A-
pós a homogeneização da solução, a mesma é asper-
gida em 1 m2 da copa de cada planta. 
 
2) Controle cultural: consiste em evitar a permanência de 
frutos maduros nas plantas e também a coleta dos frutos caídos 
no chão, que deverão ser enterrados ou queimados. 
 
3) Controle biológico: este método ainda é pouco utilizado; 
porém, poderá se tornar fundamental, considerando-se o aspecto 
de conservação do meio ambiente. São relacionados como ini-
migos naturais de Anastrepha sp. insetos da família Braconidae, 
 
que parasitam suas larvas e pupas. Destaca-se também a utiliza-
ção da técnica de macho ou inseto estéril, em que machos ou 
fêmeas esterilizados são disseminados nos pomares, visando a 
diminuir os acasalamentos férteis, reduzindo a população da pra-
ga. 
 
4) Controle normativo: estabelecimento de normas ou leis 
que determinem padrões de procedimento para o trânsito de 
produtos hortícolas de região para região, evitando-se a dissemi-
nação da praga. 
 
5) Controle pós-colheita: países importadores como Esta-
dos Unidos e Japão limitam o uso de dibrometo de etileno, tradi-
cionalmente utilizado na fumigação de frutas. Isso levou o Brasil 
a aplicar outras metodologias de controle na fase pós-colheita, 
tais como: tratamento hidrotérmico, tratamento a frio, tratamento 
a vapor quente, tratamento a ar quente e radiação gama. Os de-
talhes desses métodos são relacionados no capítulo que aborda 
a colheita e pós-colheita de mangas. 
 
b) Broca-da-mangueira (Hypocryphalus mangiferae, Steb-
bing) 
Esta praga tem como único hospedeiro a mangueira, e as-
sume importância econômica por ser o vetor do fungo Ceratocys-
tis fimbriata, causador da seca da mangueira. 
 
 
76 
O inseto é atraído pelo fungo através de odor liberado pelo 
patógeno e, ao se alimentar do mesmo, inocula-o na planta atra-
vés de aberturas de galerias. O ataque se inicia pelos ramos no-
vos, na região entre o lenho e a casca, avançando para os ga-
lhos inferiores até atingir o tronco. Como sintoma inicial, há exsu-
dação de goma e presença de tecido vegetal pulverizado (pó de 
serra). A presença do fungo ocasiona a morte dos galhosinfec-
tados e até mesmo de toda a planta. 
O controle deve ser realizado através de práticas culturais, 
como podas de abertura e limpeza, eliminação de plantas novas, 
poda de ramos infectados. Após as podas, queimar os restos e 
pincelar ou pulverizar produto à base de Carbaril associado a um 
cúprico. 
 
c) Ácaros 
Várias espécies de ácaros podem atacar a mangueira, 
sendo o mais comum o ácaro das gemas Aceria mangiferae. Em 
condições climáticas favoráveis (temperaturas médias a altas e 
baixa precipitação), o ácaro pode colonizar as gemas terminais, 
axilares e inflorescências. Em mudas estabelecidas em viveiro ou 
plantas novas em campo, o ataque sobre as gemas terminais 
provoca a perda da dominância apical, resultando em superbro-
tamento de aparência compacta, denominado 'bunchy-top'. As 
plantas apresentam-se com copas malformadas e enfraquecidas. 
Em plantas adultas, o ataque ocorre sobre as inflorescências, 
 
provocando atrofiamento. Esse ácaro é considerado vetor do Fu-
sarium moniliforme. 
Para o controle, deve-se observar cuidados especiais na 
condução de viveiros ou aquisição de mudas, pois o ácaro é 
transmitido através de material propagativo (gemas e garfos). O 
controle químico é feito através de pulverizações com produtos à 
base de enxofre pó molhável. 
 
d) Cochonilhas 
As principais espécies de cochonilhas que atacam a man-
gueira são a cochonilha-branca Aulacaspis tubercularis, Saissetia 
coffeae e Pinnaspis sp. 
A cochonilha-branca A. tubercularis possui uma escama 
protetora quase circular de coloração opaca, branco-acinzentada, 
podendo atacar folhas, ramos e frutos. A S. coffeae apresenta o 
dorso duro, liso e brilhante, coloração pardo-clara a escura. Loca-
liza-se em ramos e folhas (sobre as nervuras centrais). A cocho-
nilha escama-farinha Pinnaspis sp. forma colônias sobre o tron-
co, ramos e folhas. 
As cochonilhas, de uma maneira geral, sugam grande 
quantidade de seiva, resultando no enfraquecimento da planta, 
redução do crescimento e desfolha. O ataque sobre os frutos 
provoca machucaduras, manchas e deformações, que compro-
metem a aparência externa. 
 
 
78 
Para o controle, realizar inspeções periódicas identificando 
os focos de ataque da praga e proceder à aplicação de óleo mi-
neral a 1% associado a um inseticida fosforado, evitando-se pul-
verizações durante os períodos de florescimento. 
 
e) Tripes 
Destaca-se o tripes Selenothrips rubrocinctus, que coloni-
za a face inferior das folhas próximo às nervuras. As fêmeas de-
positam os ovos sob a epiderme das folhas, cobrindo-as com 
uma secreção, que escurece ao secar. As folhas inicialmente 
tomam um aspecto prateado ou amarelado, chegando posterior-
mente a ocorrer desfolha parcial ou total da planta. Em alguns 
casos, pode atacar a epiderme dos frutos, prejudicando a sua 
aparência e o valor de mercado. O controle é realizado, nos ca-
sos de infestações elevadas, através de pulverizações com pro-
dutos fosforados, carbamatos ou piretroides, registrados para 
uso na cultura. 
 
f) Outras pragas 
Dependendo da região, das condições climáticas e práti-
cas de manejo do pomar, outras pragas eventualmente poderão 
assumir importância econômica, como: abelha-irapuá (Trigona 
spinipes), ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus), besouro- 
amarelo ou vaquinhas (Costalimaita ferruginea vulgata), besouro- 
de-Limeira (Sternocolaspis quatuordecincostata), cigarrinha-do- 
 
pedúnculo (Aethalion reticulatum), coleobroca (Chlorida festiva), 
formigas cortadeiras (Atta sexdens rubropilosa ou Atta laevigata), 
lagarta-de-fogo (Megalopyge lanata), percevejo-das-frutas (The-
ognis stigma). 
 
7.3 Podas 
 
Considerando-se a tendência de redução de espaçamen-
tos, a prática regular de podas visa a diminuir a altura e o volume 
da copa, promovendo também maior arejamento e insolação, 
redução da incidência de doenças e pragas, maior facilidade na 
realização de tratos culturais e colheita e qualidade superior do 
fruto. 
 
a) Poda de formação 
A poda de mudas ou plantas jovens já implantadas em 
campo visa a controlar o crescimento vertical. Recomenda-se a 
poda de formação, conduzindo-se a planta em haste única até 
atingir a altura de desponte em tecido maduro (lignificado) a cer-
ca de 1,2 m do solo. Essa operação quebra a dominância apical, 
induzindo a emissão de várias brotações laterais nos 30 a 40 cm 
terminais da haste. Deve-se, então, selecionar três ramos ou 
pernadas dispostos radialmente e com o ponto de inserção em 
diferentes alturas. Os ramos voltados para o solo também devem 
ser eliminados. 
 
 
80 
 
b) Poda de encurtamento de ramos 
Consiste no encurtamento e eliminação de ramos com a 
finalidade de reduzir o volume da copa. Os ramos são podados 
individualmente, o que dificulta a sua execução em plantas adul-
tas e de grande porte. É um tipo de poda pouco utilizado e, de-
pendendo da época de sua realização, poderá induzir um vigoro-
so crescimento vegetativo em detrimento da produção. 
 
c) Poda de abertura da copa 
Visa à redução da massa vegetativa na parte central da 
copa, resultando em maior arejamento e insolação em seu 
interior. Eliminam-se ramos bem desenvolvidos, de crescimento 
vertical e retilíneo, não ocorrendo, entretanto, alteração significa-
tiva na conformação e no volume da planta. Deve ser realizada 
no final do período compreendido entre a colheita e início de no-
vo florescimento, tomando-se o cuidado de realizar os cortes ren-
tes aos pontos de inserção dos ramos. Nos cortes faz-se uma 
proteção com pasta cúprica ou tinta látex e queimam-se os restos 
vegetais resultantes da poda. 
d) Poda de eliminação do centro da copa 
Através deste tipo de poda, procura-se dar à planta a con-
formação de tronco de um cone. A eliminação dos ramos que 
formam o topo da copa e inseridos em seu centro reduz significa-
tivamente a altura da planta, permite maior insolação em seu in-
 
terior e aumenta a produção e a qualidade dos frutos. Também 
deve ser realizada ao final do período entre colheita e início de 
novo florescimento. Além dos cuidados relacionados na poda de 
abertura, realizar o pincelamento dos ramos principais com tinta 
látex, pois a excessiva exposição desses ramos ao sol poderá 
provocar rachaduras na casca, facilitando a penetração de pató-
genos. A periodicidade de realização desse tipo de poda é variá-
vel, considerando-se, entretanto, a possibilidade de realizá-la a 
cada três ou quatro anos. 
 
e) Poda tipo recepa 
A implantação de pomares com espaçamentos reduzidos 
visando a aumentar a produtividade provocou a necessidade de 
se realizar a erradicação de plantas ou mesmo podas drásticas 
como a recepa, normalmente a partir do 6o ao 7o ano pós-plantio. 
Deve ser realizada em linhas alternadas ou em plantas alterna-
das dentro da linha, com intervalo de dois a três anos entre a po-
da inicial e a poda das plantas remanescentes. 
Consiste na eliminação de toda a parte vegetativa da 
mangueira através do corte ou redução drástica das pernadas, 
com corte liso, em bisel, utilizando-se machado, serrote e moto-
serra. As superfícies cortadas devem ser protegidas com tinta 
látex branca. Como resultado da recepa, ocorrerá uma superbro-
tação, devendo-se, então, proceder ao raleio, deixando-se 4 a 5 
ramos e eliminando-se aqueles provenientes do porta-enxerto. 
 
 
82 
Dois a três anos após a realização desse tipo de poda, a planta 
volta a ter uma produção satisfatória, permitindo uma sobrevida 
ao pomar. 
 
f) Poda de frutificação 
A utilização de podas visando a promover maior floresci-
mento e frutificação em mangueira ou mesmo quebrar a tendên-
cia de alternância de produção ainda é pouco estudada. O con-
trole do florescimento da mangueira visando à obtenção de frutos 
em épocas de melhor preço poderá ser viabilizado através da 
poda de ramos terminais. 
A eliminação de ramos imaturos antes da indução do flo-
rescimento induz a brotação de gemas axilares que, em resposta 
ao estímulo floral,emitem gemas florais. A floração resultante da 
poda de ramos, segundo Castro Neto (1995), apesar de mais 
intensa, proporciona frutificação equivalente à dos ramos termi-
nais que não foram podados. 
O desbaste do excesso de ramos novos, geralmente a-
grupados em um mesmo nó, deixando-se apenas de um a três, 
aumenta a percentagem de florescimento (Saidha, Rao e San-
thana, 1983). Quando se deseja induzir o florescimento da man-
gueira com KNO3 , recomenda-se a eliminação de ramos vegeta-
tivos novos e recém-emitidos (Tanajura Filho, 1992). A poda da 
porção apical dos ramos terminais de plantas sob condições de 
estresse hídrico pode ser feita entre 1 a 1,5 cm acima do nó do 
 
último lançamento, antes da aplicação de KNO3 (Silva et 
al,1994). 
 
7.4 Irrigação 
 
A mangueira apesar de ser considerada uma frutífera re-
sistente à seca, quando sob condições de irrigação, poderá apre-
sentar maior crescimento vegetativo, maior retenção de frutos e 
maior produtividade. 
Na implantação de um pomar de mangueiras, deve-se rea-
lizar estudos prévios que forneçam subsídios para a escolha do 
sistema de irrigação, manejo da água, monitoramento da água 
no solo e as implicações da prática sobre o comportamento da 
planta. 
Nos mangueirais cultivados sob irrigação, é necessário 
observar os aspectos climáticos (distribuição de chuvas, 
temperatura, umidade relativa do ar, evaporação e vento), 
edáficos (tipos e textura do solo) e culturais (atividade e fases de 
desenvolvimento da planta e sistema radicular). 
Logo após o plantio, e até que as plantas comecem a pro-
duzir, é necessária a irrigação nos períodos de estiagem para 
que as plantas se desenvolvam satisfatoriamente. O intervalo 
entre duas regas deve permitir que as plantas tenham água à sua 
disposição diariamente, para evitar o ponto de murcha. 
 
 
84 
Durante a fase de produção (4o ou 5o ano), deve-se irrigar 
no período seco, interrompendo 2 a 3 meses antes do floresci-
mento, para permitir o repouso vegetativo, evitar queda de flores 
e problemas fitossanitários. 
Na fase de formação e desenvolvimento dos frutos, as re-
gas devem ser freqüentes (semanais ou quinzenais), para evitar 
a queda dos frutos recém-formados. A irrigação também é impor-
tante nas épocas de irrigação. 
Vários métodos de irrigação podem ser utilizados na cultu-
ra da manga: aspersão subcopa, microaspersão, sulcos, bacias, 
anéis e gotejamento. Todos apresentam vantagens e desvanta-
gens, que devem ser levadas em conta em função da região ou 
propriedade. 
Para a escolha do método mais adequado, sugere-se ob-
servar os seguintes fatores: 
♣ Água: distância e situação topográfica, volume, quali-
dade e custo. 
♣ Solo: topografia, tipo, textura, dimensão e formato da 
área, capacidade de armazenamento e infiltração. 
♣ Clima: índice pluviométrico, intensidade de vento, umi-
dade relativa média, potencial de evaporação. 
♣ Cultivo: sistema e densidade de plantio, profundidade 
do sistema radicular, altura das plantas, exigência de 
água, valor econômico. 
 
♣ Aspectos econômicos: custos iniciais, operacionais e 
de manutenção. 
♣ Fatores humanos: nível educacional, qualidade e quan-
tidade de mão-de-obra. 
 
7.5 Controle de Plantas Invasoras 
 
O controle de plantas daninhas visa a manter a área sob a 
projeção da copa sempre limpa e a área entrelinhas com as plan-
tas ceifadas ou roçadas. Pode ser feito através de diversos mé-
todos, de acordo com a idade do pomar. Durante a fase de for-
mação do pomar (até o 3o a 4o ano), é comum a utilização de 
culturas intercalares, cujo manejo controla as plantas daninhas. 
O cultivo em toda a extensão na linha de plantio ou apenas o 
coroamento ao redor das plantas pode ser feito com enxada, ro-
çadeira e herbicidas do grupo Paraquat, Glifosate ou Terbacil. 
Nas entrelinhas poderão ser utilizadas grades e roçadeiras, to-
mando-se o cuidado de regular os implementos de tal forma que 
não provoquem cortes acentuados nas raízes. As arações e gra-
dagens para preparo do solo e plantio de culturas intercalares 
devem ser feitas evitando-se também danos às raízes, e a 1 m 
de distância da projeção da copa. 
 
7.6 Controle do Florescimento 
 
 
 
86 
Apesar de a mangicultura brasileira oferecer grandes pos-
sibilidades de elevada rentabilidade tanto no mercado interno 
como externo, há algumas dificuldades, como a sazonalidade de 
produção. No Brasil, ocorre grande concentração de produção ao 
final e início de ano, período em que os preços obtidos não che-
gam a cobrir os custos da colheita. Dessa forma, o domínio do 
florescimento da mangueira torna-se uma prática importante para 
o sucesso da exploração, como vem ocorrendo, por exemplo, 
nas regiões semi-áridas do Vale do Rio São Francisco. 
O controle do florescimento da mangueira vem sendo 
pesquisado e aprimorado há algumas décadas em países como 
Filipinas, Índia e México. Também no Brasil vem se tornando prá-
tica de grande importância e, segundo Caldeira (1989), tem como 
objetivos: 
♣ evitar a concentração da safra num período muito curto 
♣ evitar a necessidade de forçar a maturação de frutos 
com o uso de ethephon ou carbureto 
♣ estabilização dos preços no mercado interno, pela ofer-
ta gradual do produto 
♣ melhor preço de exportação pela oferta de frutos mais 
cedo 
♣ incrementar o pegamento de frutos 
♣ auxiliar o controle da mosca-das-frutas 
 
7.6.1 Princípios Básicos 
 
 
A produção e a qualidade dos frutos da mangueira estão 
na dependência de uma série de fatores, dentre os quais os fisio-
lógicos, fitossanitários, edafoclimáticos e varietais. É uma frutífe-
ra que se caracteriza por alternar períodos de crescimento ativo e 
períodos de dormência, adaptando-se melhor quando a região 
apresenta um período mais seco e com temperaturas mais ame-
nas durante o ano. Após esse período, volta a vegetar, florescer 
e frutificar, atingindo o máximo de seu potencial. 
O número de surtos vegetativos que uma planta vai emitir 
durante o ano é variável de acordo a variedade copa, o porta-
enxerto, as condições climáticas, a idade da planta e o volume 
de produção da safra anterior. Se após a emissão de determina-
do surto vegetativo houver um período de repouso, os ramos 
chegarão à maturidade fisiológica e, em seguida, ao florescimen-
to. 
A mangueira é considerada uma frutífera com baixa efici-
ência de frutificação, fato ligado aos seus hábitos de vegetação, 
florescimento e alternância natural de produção em conseguên-
cia de uma série de fatores: cultivo em condições edafoclimáticas 
marginais, características agronômicas inadequadas ligadas às 
próprias variedades, manejo inadequado de pomares em relação 
aos tratamentos fitossanitários e adubações. Dessa forma, a 
produção extemporânea de mangas não está simplesmente na 
dependência de aplicação de um indutor de florescimento ou da 
 
 
88 
realização de outras práticas com a mesma finalidade. O suces-
so depende também da fisiologia da planta, de suas condições 
nutricionais e sanitárias e do meio ambiente em que está 
implantada. 
 
7.6.2 Promotores e Inibidores do Flores-
cimento 
 
O florescimento da mangueira está relacionado a uma sé-
rie de fatores, muitos dos quais ainda não bem esclarecidos pela 
pesquisa. Destacam-se, entre esses: 
a) maturidade dos ramos: está bem definido que esse é 
um componente essencial do florescimento, pois ramos imaturos 
não florescem por causa do chamado efeito de juvenilidade. O 
período de repouso ao natural ou induzido concorre para a matu-
ridade dos ramos e a possibilidade de floração. Os ramos termi-
nais podem alcançar o seu tamanho máximo entre 25 a 30 dias, 
porém, a maturidade, somente a partir de 90 a 120 dias. Esses 
períodos podem variar de acordo com as condições do meio e 
práticas de manejo, dentre outras. 
 
b) safra anterior: a produção elevada em safra anterior 
concorre para o esgotamento das reservas (exaustão), resultan-
do em redução na emissão de novos ramos. Pomares em forma-
ção (até 3o ou 4oano pós-plantio) geralmente não apresentam 
 
problemas de alternância ou bianualidade de produção, pois 
nessa fase são baixos os índices de florescimento e frutificação. 
Safras elevadas de pomares adultos e em franca produção redu-
zem os fluxos vegetativos durante e após a colheita. Dessa for-
ma, os novos ramos só serão emitidos após o período de repou-
so (na primavera seguinte) estando imaturos. Deve-se considerar 
que esse comportamento também é influenciado pela variedade. 
 
c) reservas e relação C/N: a maioria das pesquisas de-
monstrou que o acúmulo de reservas (altos teores de amido e 
carboidrato total) e uma alta relação C/N resultam em floresci-
mento e frutificação superiores. Não se tem bem definida a corre-
lação entre acúmulo de carboidratos e indução floral, porém, é 
provável uma interação entre os reguladores de crescimento e os 
carboidratos. É fundamental o estabelecimento de um esquema 
racional de adubação, considerando-se o período pós-colheita 
como essencial para a planta armazenar reservas. A mangueira 
poderá se recuperar rapidamente do estado de subnutrição, em 
razão do amplo sistema radicular, que explora grande volume do 
solo, e da capacidade do mesmo em armazenar reservas. 
 
d) nutricionais: a elevação dos níveis de nitrogênio pode 
favorecer o aumento da produção, em decorrência de emissão 
de novos surtos vegetativos. Outros nutrientes também estão 
direta ou indiretamente envolvidos com o florescimento e frutifi-
 
 
90 
cação, como o potássio (produção de amido), magnésio (síntese 
protéica), enxofre (síntese de clorofila), boro (morte de gemas 
terminais), zinco (malformação floral) entre outros. Assim, deve-
se considerar as indicações de Guimarães (1982) e Kavati (1989) 
mencionadas no tópico 7.1.3. 
 
e) ambientais: os fatores temperatura, umidade e insola-
ção poderão exercer influência sobre o florescimento e a frutifi-
cação. Em regiões de clima subtropical, a associação de tempe-
raturas mais amenas com o estresse hídrico paralisa o cresci-
mento vegetativo da mangueira, proporcionando, posteriormente, 
a possibilidade de florescimento. Em pesquisas realizadas por 
Nunez-Elizea, Davenport e Caldeira (1991), Chaikiattyos, Menzel 
e Rasmussen (1994) e Nunez-Elizea e Davenport (1994), objeti-
vou-se avaliar a influência e a relação da temperatura e da umi-
dade sobre o florescimento, constatando-se de uma maneira ge-
ral: 
♣ temperaturas relativamente elevadas, acima de 25o C 
durante o dia e 20o C durante a noite, induzem o cres-
cimento vegetativo em detrimento do florescimento. 
♣ temperaturas relativamente amenas, entre 15-18o C 
durante o dia e 10o C durante a noite independente-
mente do fator umidade, podem induzir o florescimen-
to. Dessa maneira, o estresse hídrico não substituiria o 
efeito do frio. 
 
Apesar desses relatos, em algumas regiões, tem-se utili-
zado o estresse hídrico por 30 dias, rebaixando-se o lençol freáti-
co abaixo do alcance das raízes. Deve-se evitar o desfolhamento 
excessivo das plantas, bem como aplicar o estresse de maneira 
progressiva e o mais rapidamente para aumentar sua eficiência. 
O estresse hídrico por afogamento de raízes poderá ser mais 
eficiente, porém, não recomendável para o campo. 
A mangueira exige alta intensidade de luz, o que propor-
ciona uma alta taxa fitossintética, resultando em suprimento de 
fotoassimilados para a planta. O sombreamento devido à escolha 
de espaçamento inadequado e a não-execução de podas regula-
res irá comprometer a floração. 
 
f) fitossanitários: a incidência de doenças fúngicas, como o 
Fusarium oxysporum, e pragas, como o ácaro-das-gemas (Aceria 
mangiferae) sobre ramos e gemas terminais provoca o atrofia-
mento, superbrotação e malformação das panículas. 
 
g) hormonais: os componentes de reserva (carboidratos) e 
reguladores de crescimento são fundamentais para o floresci-
mento. A existência de um estimulante floral sintetizado nas fo-
lhas, de onde se move para as gemas axilares, foi comprovada 
através de trabalhos envolvendo enxertias (doador/receptor), a-
nelamentos e desfolha. De uma forma geral: 
 
 
92 
• o estímulo indutor do florescimento é transmitido das 
folhas para as gemas; 
• mangueiras em estado juvenil, ao serem enxertadas 
com material oriundo de plantas adultas em floração, 
são induzidas também ao florescimento. Há a presença 
de fator inibidor nas folhas jovens ou imaturas atuando 
sobre as gemas subapicais; 
• no momento da enxertia, se o garfo estiver com folhas 
(fonte de estímulo) e as folhas jovens do cavalo forem 
retiradas (fonte de inibição), este poderá florescer. O i-
nibidor exerce efeito apenas sobre as gemas daquele 
ramo, não afetando o florescimento do ramo doador. 
Entre os vários grupos químicos de substâncias que influ-
enciam o florescimento, concorrendo para sua inibição ou indu-
ção, são mencionadas as auxinas, giberelinas, citocininas e etile-
no. 
 
7.6.3 Métodos de Indução 
 
a) Realização de podas: a utilização de práticas, como e-
liminação de ramos novos, desfolha e remoção de flores, apre-
sentam dificuldades em termos de aplicação em campo e isola-
damente nem sempre apresentam resultados satisfatórios. A re-
moção parcial ou total de flores somente aumenta o florescimen-
to na safra seguinte e, assim mesmo, dentro de um certo limite. 
 
Os resultados diferem para cada variedade e não são satisfató-
rios quando aplicadas em variedades vigorosas. 
 
b) Anelamento: a remoção completa da casca a fim de pa-
ralisar a translocação de fotoassimilados para as raízes apresen-
ta pouca praticidade e pode provocar danos às plantas e maior 
incidência de doenças. A associação da prática de anelamento 
com a aplicação de um indutor pode apresentar resultados signi-
ficativos. 
 
c) Aplicação de indutores: os nitratos de amônio e de po-
tássio são aplicados em concentrações que podem variar de 3 a 
8% em solução (dependendo da variedade e da região) e o E-
thephon, em concentrações de 200 a 2000 ppm. As aplicações 
podem ser repetidas por uma a duas vezes, com intervalos de 7 
a 15 dias. Os produtos são dissolvidos em água, adicionando-se 
espalhante adesivo. As doses mais elevadas podem provocar a 
desfolha das plantas. Outra substância utilizada como indutor é o 
Paclobutrazol (PBZ), cuja dosagem pode variar de acordo com a 
cultivar, porte, estado nutricional e principalmente com as condi-
ções climáticas. Para a cultivar Tommy Atkins, recomenda-se 
aplicar 1 g do princípio ativo do produto por metro de diâmetro de 
copa, podendo ser feito diretamente no solo ou através de pulve-
rizações dirigidas diretamente à folhagem. 
 
 
 
94 
Dentre os trabalhos mais recentes publicados no Brasil, 
relacionados ao florescimento, têm-se: 
• três aplicações de Ethephon (0,25 mL/L), precedendo 
à pulverização com KN03
 
(3 g/L), na variedade Haden, 
induziram a diferenciação das mesmas, enquanto o 
KNO3
 
 atuou na quebra da dormência de gemas já dife-
renciadas (Couto et al.,1996). 
• três aplicações de Ethephon (0,25 mL/L), precedendo 
à pulverização com KNO3 (3 g/L), na variedade Haden, 
conferiram índices superiores de precocidade e de 
produção. Quando comparado à testemunha, esse tra-
tamento proporcionou antecipação de 59 e 25 dias pa-
ra atingir 50% do florescimento e 50% da produção, 
respectivamente (Rabelo et al., 1996). Segundo os au-
tores, as aplicações de Ethephon poderão substituir o 
estresse hídrico, antes das aplicações de KNO3, viabili-
zando no Sudeste brasileiro a produção extemporânea 
de mangas. 
• três aplicações de KNO3
 
(3%), a intervalos de 7 dias na 
variedade Tommy Atkins, apresentaram índices supe-
riores de florescimento (71.87%), quando comparados 
a uma e duas aplicações (Ataíde e São José, 1996). 
• a aplicação de nitrato de cálcio (4%) nas variedades 
Haden e Tommy Atkins incrementou a frutificação e o 
 
rendimento, antecipando a floração em 58 e 44 dias, 
respectivamente (Santana et al., 1996). 
• a aplicação de cloreto de mepiquat (5.000ppm, 
10.000 ppm e 15.000 ppm), com uma repetição após 
30 dias na variedade Tommy Atkins, paralisou o cres-
cimento vegetativo da mangueira, independentemente 
das condições de umidade do solo, promoveu boa flo-
ração, frutificação e fixação dos frutos, podendo permi-
tir a produção de manga em qualquer época do ano na 
região do submédio São Francisco (Albuquerque, 
Mouco e Silva, 1996). 
• no XVI Congresso Brasileiro de Fruticultura em setem-
bro de 2000, realizado em Fortaleza, foram publicados 
diversos trabalhos que demonstraram efeitos promisso-
res com a associação de Paclobutrazol (PBZ), aplicado 
com cerca de 120 dias de antecedência do momento 
da indução com nitrato de cálcio ou potássio. 
 
7.6.4 Respostas à Indução 
 
As respostas, qualquer que seja o indutor ou metodologia 
aplicada, devem sempre levar em consideração as condições em 
que foram obtidas, pois nem sempre os resultados serão tão po-
sitivos em outras situações e para outras variedades. O sucesso 
resultante da aplicação de um método ou da associação de mé-
 
 
96 
todos está correlacionado a diversos fatores, os quais criam as 
condições adequadas para que a mangueira floresça e frutifique 
regularmente. 
Em campo, uma metodologia simples e prática de se ava-
liar as possibilidades de a mangueira apresentar uma alta 
resposta à indução é através da textura das folhas dos ramos 
terminais. Caso se verifique que as folhas intermediárias tornam-
se, quando manipuladas, quebradiças e emitindo som 
característico e semelhante aos de folhas de mangueira sob forte 
estresse hídrico, a resposta à indução poderá ser satisfatória. 
A prática intensiva e freqüente da indução floral tem con-
corrido para o agravamento de problemas como a malformação 
das panículas, queimadura excessiva da folhagem e incidência 
maior da bactéria Xanthomonas. 
Deve-se ainda considerar que um florescimento significati-
vo obrigatoriamente não irá representar alta produção, uma vez 
que em mangueiras menos de 1% dos frutos de flores hermafro-
ditas chega ao amadurecimento, em virtude da abscisão. As cau-
sas da abscisão são decorrentes de doenças, contatos mecâni-
cos, deficiências nutricionais, degenerescência do embrião no 
estádio inicial de desenvolvimento do fruto (no caso de autopoli-
nização). A aplicação de 2,4-D em baixas concentrações (menos 
de 20 ppm) ou Alar na concentração de 100 ppm, em frutos no 
estádio de ervilha, podem reduzir a abscisão. 
 
 
 
 
7.7 Colheita e Pós-colheita 
 
7.7.1 Aspectos Gerais 
 
A qualidade da manga é essencial para se atender às exi-
gências de mercado interno ou externo e, no Brasil, as perdas 
durante as etapas de colheita e pós-colheita são geralmente 
mais elevadas do que durante a etapa de produção. Entre os 
fatores relacionados com a qualidade, destacam-se: fatores ge-
néticos, de pré-colheita, de operação de colheita, de pós-colheita 
e associação dos diversos fatores. 
Dessa forma, além dos aspectos intrínsecos à própria va-
riedade, relacionam-se como causas de perda de qualidade a 
colheita em estádio de maturação inadequado, falta de cuidados 
durante a colheita e o transporte, não-realização de pré-
resfriamento, não-realização de tratamentos pós-colheita, emba-
lagem e armazenamento inadequados. 
Entre as características que podem servir de suporte para 
avaliação da qualidade de uma manga, estão a aparência exter-
na, sabor, odor, fibras, textura, valor nutritivo, tamanho ou peso e 
forma. Essas características poderão variar muito, conforme a 
variedade e local de cultivo, além de poderem sofrer alterações 
sensíveis durante o processo de amadurecimento. Na Tabela 8 
 
 
98 
estão apresentadas características de qualidade e seus valores 
médios, bem como observações complementares. 
 
7.7.2 Ponto de Colheita 
 
A manga é uma fruta que pode completar sua maturação 
após ser colhida, caracterizando-se, portanto, como fruta climaté-
rica. Quando colhidas ainda verdes (antes do climatério), ao se 
cortar o fluxo de seiva da planta para o fruto, este se enruga por 
causa das perdas por transpiração, permanecendo a polpa es-
branquiçada, dura, ácida, sem sabor e aroma. 
Deve-se considerar que o período total de desenvolvimen-
to do fruto, abrangendo desde a fertilização até a colheita, pode-
rá variar de acordo com a cultivar, condições climáticas e práticas 
de manejo. Dessa forma, os estádios de formação do fruto po-
dem ter os seus períodos reduzidos ou aumentados, chegando a 
120-150 dias entre fertilização e colheita. 
A determinação do ponto de colheita da manga é conside-
rada difícil, quase sempre exigindo a associação de característi-
cas ligadas à sua aparência externa com suas características 
químicas e físicas. O grau de maturação ideal para a colheita 
está na dependência do destino do fruto (mercado interno, expor-
tação, industrialização) correlacionado com o tempo necessário 
entre colheita e destino final. 
 
Os aspectos a serem avaliados podem ser externos ou in-
ternos: 
a) Aspectos externos 
• ângulo ombro/pedúnculo: ângulo maior que 90o carac-
teriza fruta imatura. Próximo a 90o, fruta meio madura, 
e menor que 90o, madura. 
• coloração da casca: transformação da tonalidade ver-
de-escura para verde-clara e brilhante, e posterior apa-
recimento de tons vermelhos, vermelho-arroxeados, ar-
roxeado-púrpuros. 
• forma de ápice: este se torna mais cheio e arredonda-
do. 
• forma do bico: ocorre o aparecimento e 
desenvolvimento do bico no fruto. 
 
b) Aspectos internos 
• coloração da polpa: no início do processo de amadure-
cimento, toma a coloração amarelo-esbranquiçada. 
• densidade da fruta: valores médios variáveis entre 1,01 
a 1,02. 
• resistência da polpa à pressão: remover a casca em 
diversos pontos das frutas (15-20) e com auxílio do 
penetrômetro, avaliar a resistência, que pode oscilar 
entre 10 e 12 kg/ cm2. 
 
 
100 
• sólidos solúveis totais: valores entre 6-7o Brix quando 
da colheita, podendo atingir 17o Brix durante o amadu-
recimento. 
• acidez titulável e pH: o grau de acidez desejável (áci-
dos cítrico, succínico e málico) depende do destino do 
fruto. No caso de mercado interno para consumo ao 
natural, a preferência é para baixa acidez. 
• Relação peso específico/amido: considera-se como i-
deal quando a densidade estiver acima de 1,0 e o teor 
de amido acima de 5%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
102 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.7.3 Cuidados na Colheita 
 
 
Durante a operação de colheita, tomar os cuidados neces-
sários para se evitar danos aos frutos, destacando-se: 
• em pomares adultos, de porte elevado, há necessidade 
de escadas e auxílio de coletor, tendo em sua extremi-
dade aro de ferro (1/4 polegada) e pequena faca na ex-
tremidade oposta à vara. Capacidade entre 3 a 6 fru-
tos. 
• corte do pedúnculo a 2 cm utilizando-se tesoura. Em 
alguns casos, faz-se a quebra por torção e, posterior-
mente, apara com tesoura. A porção aderida do pe-
dúnculo evita a queda do látex exsudado sobre a fruta, 
o que prejudica a sua aparência, além de reduzir a pe-
netração de patógenos; é aconselhável o uso de luvas. 
• acondicionar cuidadosamente os frutos nas caixas dis-
postas próximas ao local de colheita e à sombra. Des-
sa forma, evita-se o aquecimento e a conseqüente ele-
vação da respiração e transpiração, além de queima-
duras pela luz solar. 
• transportar as caixas para o galpão de embalagem o 
mais rápido possível, diminuindo o tempo entre colheita 
e beneficiamento. 
 
7.7.4 Recepção e Tratamento do Fruto 
 
 
 
104 
Após a chegada das mangas ao galpão ou 'packing-
house', as frutas poderão passar por uma série de práticas, de 
acordo com as exigências do mercado, como lavagem, tratamen-
tos fitossanitários, polimento, seleção, classificação e embala-
gem, controle de amadurecimento. 
a) lavagem: a pré-lavagem visa a retiraros resíduos, poei-
ra e a seiva que possa ter escorrido sobre o fruto. As frutas pode-
rão ser imersas em pequenos tanques de água, que podem con-
ter ainda um fungicida. Há, ainda, a possibilidade do uso de es-
truturas mais complexas, como vertedores hidráulicos ou mecâ-
nicos, que auxiliam na imersão das caixas em água corrente. 
Posteriormente, as frutas saem por flutuação, em esteira rolante. 
 
b) classificação: a classificação das mangas poderá ser 
realizada considerando-se o estádio de maturação, coloração, 
uniformidade, tamanho ou peso, firmeza e pureza varietal. Entre 
esses parâmetros, a classificação por peso é geralmente mais 
utilizada, podendo ser realizada mecanicamente através de clas-
sificador mecânico, contendo alvéolos ligados a contrapeso que 
se afasta em função do peso, basculando os alvéolos e liberando 
os frutos. 
 
c) polimento e proteção com cera: após a lavagem, elimi-
nam-se as frutas com cortes, manchas, depressões mecânicas, 
amassamentos, machucaduras provocadas por insetos e outras 
 
deformidades. Pode-se realizar a imersão dos frutos em solução 
líquida de cera ou parafina e o polimento manual ou mecânico. 
Essas práticas contribuem para melhorar a aparência e a vida útil 
do fruto. 
 
d) tratamentos fitossanitários: estima-se que as perdas 
pós-colheita de mangas podem alcançar 30%, especialmente por 
causa do ataque de fungos e outros organismos. Entre as várias 
doenças, destacam-se a antacnose, podridão-negra, podridão- 
basal-do-fruto, podridões-laterais, podridões de Penicillium, Fusa-
rium e Cladosporium, além do colapso interno da polpa. Vários 
métodos de tratamento têm sido pesquisados, como: 
• tratamento hidrotérmico (Holt Water Dip): considerado 
o mais eficiente no controle de doenças pós-colheita, 
consiste na imersão das frutas em água quente (54,4o 
C) associada com o fungicida Thiabendazole (0,4%) 
durante cinco minutos. Esse tratamento controla a an-
tracnose durante quatro semanas à temperatura de 
12,8o C, porém não é eficiente para podridão-basal-do- 
fruto (stem-end-rot). Os Estados Unidos consideram e-
ficiente a imersão de frutos em água quente à tempera-
tura de 46,1o C durante 75 minutos para frutos até 425 
g, e durante 90 minutos, para frutos entre 426-650 g. 
• tratamento a frio (Cold treatment): consiste no trata-
mento dos frutos a frio, com objetivo de controlar a 
 
 
106 
mosca-das-frutas, utilizando-se temperatura abaixo de 
10o C. 
• tratamento a vapor quente (VHT): aprovado em países 
como o Japão quando da importação de frutas como o 
mamão e manga. Os frutos são submetidos a ambiente 
saturado de vapor de água quente durante dez minu-
tos, de tal forma que a parte interna da polpa, junto ao 
caroço, atinja a temperatura de 46,5o C. 
• tratamento a ar quente: método aprovado no caso de 
exportação de mamão para os Estados Unidos. Os fru-
tos acondicionados dentro de uma câmara são expos-
tos à passagem forçada de ar a temperatura de 47o C. 
• tratamento com radiação gama: os frutos são submeti-
dos à radiação de até 1,0 kilogray, sendo considerado 
um método eficiente de desinfestação. 
• tratamento quarentenário (exportação): após a proibi-
ção do uso do inseticida fumigante dibrometo de etile-
no (EDB) para o tratamento pós-colheita visando ao 
controle de mosca-das-frutas (ovos e larvas), houve a 
necessidade de novas alternativas, pois esse fato pre-
judicou muito as exportações brasileiras. Assim, o tra-
tamento hidrotérmico (Hot Water Dip), aceito pelos Es-
tados Unidos, foi adotado como padrão de tratamento 
para exportação. Nesse processo, os frutos são imer-
sos em água quente em temperatura de 46,1o C duran-
 
te o período entre 75 ou 90 minutos, para frutos com 
peso até 500 g e de 501 a 700 g, respectivamente. A-
pesar de eficiente, o método reduz a vida pós-colheita 
da manga. 
 
7.7.5 Embalagem e Armazenamento 
 
Para o mercado interno, geralmente utiliza- se a caixa K, 
ou a caixa de mercado ou caixa M. A caixa tipo K apresenta peso 
bruto e líquido de 27 kg e 22 kg, respectivamente. O número de 
frutos por caixa varia entre 40 e 120. A caixa M tem peso bruto 
em torno de 30 kg, acondicionando entre 50 a l50 frutos. 
No caso de exportação, utiliza-se caixa de papelão ondu-
lado tipo telescópica total (tampa e fundo) ou a caixa de papelão 
tipo peça única. Por ser a manga uma fruta climatérica, necessi-
ta-se de pelo menos 5% da área total da caixa com perfurações 
para ventilação, o que permite a eliminação dos gases etileno e 
carbônico, decorrentes da fase de elevação climatérica. O peso 
bruto das caixas é de cerca de 4,43 kg e líquido de 4,0 kg, com o 
número de frutos entre 7 a 16 por caixa. 
A manga é sensível a injúrias causadas por frio ('chilling'), 
devendo-se tomar todos os cuidados quando da frigorificação e 
armazenamento. Inicialmente recomenda-se rápida remoção do 
calor de campo antes do transporte para grandes distâncias ou 
seu armazenamento. As frutas são acondicionadas em câmaras 
 
 
108 
de refrigeração de tal modo que decorridas entre 10 a 14 horas a 
temperatura no interior da fruta atinja 10o C. 
Quando aplica-se o tratamento hidrotérmico, após a retira-
da dos tanques, recomenda-se que a temperatura seja reduzida 
para a ambiente, por imersão em água ou com auxílio de ventila-
dores. 
Não é possível efetuar o armazenamento por longos perí-
odos. Temperaturas abaixo de 10o C, que seriam favoráveis ao 
armazenamento, podem provocar manchas na casca, semelhan-
tes à escaldadura, além de impedir a maturação normal do fruto. 
A temperatura adequada para a conservação pós-colheita pode 
variar em função da variedade, grau de maturação, composição 
química do fruto e tempo de conservação. Quando colhido no 
ponto adequado de maturidade, temperaturas controladas entre 
10 a 12o C e umidade relativa de 90% podem proporcionar arma-
zenamento satisfatório por 30 dias. Recomenda-se a proteção 
das frutas com uma camada fina de cera. 
 
7.7.6 Controle de Amadurecimento 
 
O uso de práticas visando a antecipar ou uniformizar o 
amadurecimento da manga ainda é pouco difundido, mas pode 
trazer benefícios em termos de qualidade. Em muitos plantios, a 
colheita dos frutos se faz basicamente considerando-se a sua 
 
aparência externa, resultando em grande desuniformidade em 
termos de estádio de maturação. 
Dessa forma, o uso de reguladores, como o ácido 2-
cloroetilfosfônico (Ethrel ou Ethephon), poderá uniformizar a ma-
turação. Pode-se realizar a imersão dos frutos por dois minutos 
em solução contendo 1.000 ppm de Ethrel, mais espalhante ade-
sivo (0,3 mL/L). Em condições controladas com temperatura a 
25o C, a aplicação de etileno ou acetileno na concentração de 
0,1% apresenta resultados satisfatórios. O início do processo de 
amadurecimento está na dependência da concentração do pro-
duto, tempo de exposição e maturidade fisiológica. Em geral, o 
período estende-se entre 24 a 48 horas. 
A exposição de frutos colhidos em estádio imaturo à ação 
de indutores de amadurecimento não possibilita o desencadea-
mento do processo, porém, provoca o amolecimento da polpa e 
mudança de coloração da casca. 
 
 
8. Custos e Rentabilidade 
 
Os custos de instalação e manutenção podem ser extre-
mamente variáveis de acordo com o grau de tecnologia a ser a-
plicado e das condições específicas de cada área de cultivo. Na 
Tabela 9 são apresentadas estimativas desses custos. 
 
 
110 
 
 
 
112 
 
 
 
114 
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Conteúdo 
 
 
1 Perfil da Cultura ...................................................................05 
2 Características......................................................................09 
 
 
120 
3 Ecologia................................................................................16 
4 Propagação ..........................................................................20 
5 Variedades ...........................................................................29 
6 Planejamento e Instalação do Pomar...................................36 
7 Condução do Pomar.............................................................44 
8 Custos e Rentabilidade ......................................................114 
9 Referências Bibliográficas ..................................................119

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